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São Vicente cancela carnaval de rua por falta de segurança

A prefeitura de São Vicente, na Baixada Santista, cancelou o Carnaval de rua na cidade em razão da falta de segurança. A Portaria 2 de 2024, publicada em edição extra do Boletim Oficial do Município na noite desta sexta-feira (9), é assinada pelo secretário de Turismo da cidade, Paulo Bonavides, e pelo secretário executivo, Mário Santana Neto.

“Considerando a preservação e integridade dos foliões e organizadores de blocos e bandas carnavalescas; Considerando os últimos acontecimentos envolvendo a segurança pública no Município de São Vicente e na região da Baixada Santista; (…) Resolve: Adiar a realização dos eventos carnavalescos das bandas e blocos de rua na Cidade de São Vicente. Registre-se e cumpra-se”, diz o texto da portaria. 

A região da Baixada Santista é alvo de uma nova fase da Operação Escudo da polícia de São Paulo, lançada como reação à morte do policial militar da Rota Samuel Wesley Cosmo, em Santos, no último dia 2. A operação já resultou, até ontem (9), em 14 civis mortos. 

Nesta sexta-feira (9), um policial militar atirou duas vezes à queima-roupa em um homem desarmado no bairro Bitaru, na cidade de São Vicente, na Baixada Santista. A ação do policial foi gravada por moradores locais. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que abriu uma investigação para apurar o caso. A pasta destacou que a ação não tem relação com a Operação Escudo.

Direitos Humanos

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, publicou hoje (10) nas redes sociais uma nota manifestando preocupação em relação à atuação da polícia na Baixada Santista. “O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) vem a público externar a preocupação do governo federal diante dos relatos recebidos pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos de que graves violações de direitos humanos têm ocorrido durante a chamada Operação Escudo”, diz o texto.

Ameaçada de privatização, mídia pública sofre intervenção de Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei, decretou a intervenção na mídia pública da Argentina nessa semana. O decreto exonerou a direção colegiada que dirigia as emissoras e veículos públicos de comunicação do país e, no lugar, colocou interventores nomeadores diretamente pelo governo.

Ao permitir a reformulação das estruturas das emissoras e portais públicos, a medida abre caminho para privatização dessas empresas, sendo essa uma das promessas de campanha do ultradireitista Milei. Apesar da intervenção, é necessária autorização legislativa para consolidar a venda das companhias.

O professor de comunicação da Universidade de Quilmes, na Argentina, Guillermo Mastrini, avalia que o governo, mesmo sem maioria no parlamento, tem condições de aprovar a privatização da mídia pública, desde que Milei consiga permanecer no cargo. 

“Esses meios [públicos] não são populares na Argentina. Infelizmente, a mídia pública não tem muito respaldo social. Acho que há muitas possibilidades [de privatização]. Não é meu desejo que sejam privatizados, mas eu acho que é muito provável que, se ele consegue manter-se no governo e ficar por um tempo, as mídias sejam privatizadas”, destacou.

 Professor de comunicação da Universidade de Quilmes, Guillermo Mastrini avalia que o governo tem condições de aprovar a privatização da mídia pública Foto: Guillermo Mastrini/Arquivo Pessoal

Ao justificar o decreto, o governo afirmou que ele é necessário para “otimizar a eficácia e eficiência das ações” da mídia pública argentina. Entre os poderes dos interventores, está o de “operar e manter as sociedades de modo a manter a gestão administrativa com objetivo de tornar sustentáveis ditas empresas”.

Em protesto contra a intervenção, a Federação Argentina dos Trabalhadores de Imprensa (Fatpren) afirmou que a medida é autoritária, viola a legislação do país e revela a intenção de privatizar a mídia pública. Para a Federação, o decreto coloca em risco a “pluralidade de vozes que sustentam o sistema informativo do país que hoje, sem uma agência como Telám ou sem a Rádio Nacional ou sem a TV Pública, estaria sujeito aos desejos dos meios privados e seus interesses econômicos.” 

Entre os canais de mídia pública Argentina alvos da intervenção, estão a agência de notícias Telám, o portal Educ.Ar, a Rádio y Televisión Argentina (RTA), que inclui a Rádio Nacional da Argentina e a TV Pública do país, e a empresa Contenidos Públicos, que controla diferentes emissoras.

Mídia Pública

Inspirada no modelo de comunicação pública da Europa, a mídia pública na Argentina, assim como em outros países da América Latina, surge com a promessa de oferecer à população um conteúdo que, por não ter interesse comercial envolvido, não seria oferecido pela mídia privada, explicou o professor Mastrini.

“Quando você analisa a mídia comercial, as redes privadas, é a voz de São Paulo, Rio de Janeiro e, no caso da Argentina, de Buenos Aires. Quase ninguém mais tem visibilidade na mídia. A mídia pública é uma mídia que, como não tem objetivo de lucro, tem a possibilidade de mostrar às pessoas que não formam parte dos centros econômicos”, destacou.

Outra função seria o de dar voz às minorias sociais que, por serem minorias, “elas não vão receber programação que procure atender as suas necessidades de comunicação.”

O problema, segundo Mastrini, é que na Argentina a mídia pública desenvolveu um caráter oficialista, sem autonomia em relação ao Executivo, não importando quem seja o presidente.

“O principal problema [da mídia pública argentina] é sua filiação política que não tem independência do governo. E esse é um problema que, historicamente, desacreditou as emissoras públicas e acho que é uma das razões, não a única, mas é uma das razões de sua baixa audiência”, explicou.

Ao contrário da mídia estatal, que divulga a visão do governo sobre os fatos, a mídia pública deve, em tese, ter pluralidade de fontes, inclusive com a apresentação de opiniões divergentes.

“Se a mídia fosse verdadeiramente pública, ela deveria oferecer uma informação balanceada que permita à cidadania complementar os pontos de vista das distintas posições que existem na sociedade a respeito dos conflitos políticos. Mas isso, ao menos na América Latina, não acontece”, acrescentou.

O professor de comunicação da Universidade de Quilmes, Guillermo Mastrini, avalia que parte da população é da opinião de que os meios públicos são caros e que, como acreditam que nunca vão consumir esse conteúdo, não devem se opor à privatização.

De outro lado, existe um grupo, que ele acredita ser minoritário, ao defender que é preciso preservar essa mídia com a ideia que algum dia ela venha a ser “verdadeiramente pública”. “Se você privatiza é muito difícil depois fazer de novo, criar de novo”, concluiu.

Brasil

No Brasil, o artigo 223 da Constituição Federal determina que o serviço de radiodifusão deve observar o princípio da complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal. Em 2007, com objetivo de atender a essa determinação constitucional, foi criada a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que, além da Agência Brasil, administra a TV Brasil e as rádios EBC, como a Rádio Nacional e a Rádio Nacional da Amazônia.

O artigo 2º da lei da EBC determina que a empresa deve observar o princípio da “autonomia em relação ao Governo Federal para definir produção, programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão”. Além disso, a empresa deve garantir “participação da sociedade civil no controle da aplicação dos princípios do sistema público de radiodifusão, respeitando-se a pluralidade da sociedade brasileira.

Em setembro de 2016, após a destituição da presidenta Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer editou medida provisória (MP) acabando com o mandato do diretor-presidente da empresa e extinguindo o Conselho Curador, órgão responsável, entre outras coisas, por zelar pelo caráter público da comunicação feita pela EBC. No lugar, a MP de Temer instituiu um Comitê Editorial que, até o momento, não foi instalado.

Durante o mandato de Jair Bolsonaro, a EBC entrou no plano de privatizações do governo, chegando a ser considerada até mesmo a extinção da companhia.

Com o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a EBC saiu do plano de privatizações. Em outubro de 2023, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República criou um Grupo de Trabalho (GT) para discutir a participação social na comunicação pública.

“O anúncio de formação desse GT é um alento depois de tanto tempo de espera pela retomada da EBC de fato pública. Mas precisamos garantir a participação da sociedade nessa discussão”, disse Akemi Nitahara, representante dos trabalhadores no Conselho cassado em 2016. “É a participação social que garante que os interesses da sociedade serão levados em conta na produção dos conteúdos”, acrescentou.

Banda de Ipanema completa 60 anos e exalta Conceição Evaristo

 

A Banda de Ipanema sai neste sábado de carnaval (10) homenageando a escritora Conceição Evaristo, em uma folia muito especial. Neste carnaval, a banda chega ao seu 60° ano de atividades, somando 58 desfiles, porque ficou 2 anos sem sair durante a pandemia da covid-19.

“Nós vamos fazer também uma saudação ao povo negro, associado ao trabalho dela”, disse à Agência Brasil o presidente da agremiação, Claudio Pinheiro. 

Conceição vai participar dos desfiles, garantiu Claudio Pinheiro, lembrando que “promessa é dívida”. Ele destacou que a escritora fez um trabalho único de defesa do povo negro e denúncia do racismo existente no país.

Banda de Ipanema agita ruas de Ipanema no carnaval – Foto: Sonia Toledo/Divulgação

Neste carnaval, a banda festeja também os centenários de nascimento de grandes nomes ligados à música, entre os quais Nelson Sargento, Monsueto Menezes, Altamiro Carrilho, Billy Blanco, Paulo Vanzolini e Heleninha Costa.

Como ocorre tradicionalmente, a concentração será a partir das 15h30 na Rua Gomes Carneiro com Rua Jangadeiros, na Praça General Osório, em Ipanema. A saída, às 17h, é pela Rua Gomes Carneiro, no trecho compreendido entre a Rua Prudente de Morais e Avenida Vieira Souto. 

“É ali que a banda se forma, se constitui, onde a banda propriamente é formada e a gente segue para a grande demonstração”, ressalta Claudio Pinheiro. 

O desfile tem duração estimada entre 3 horas e 3 horas e 30 minutos.

O retorno à Praça General Osório está previsto entre 20h e 20h30. A Banda de Ipanema volta a desfilar na terça-feira (13).

Expansão

Banda de Ipanema embala foliões na zona sul da cidade – Fernando Frazão/Agência Brasil

Claudio Pinheiro esclareceu que a Banda de Ipanema nunca teve preocupação com a quantidade de seguidores. Ele destacou, entretanto, que a história da banda começou com 30 e poucos componentes apenas. Quando foi fundada, em fevereiro de 1965, havia uma relação de pouco mais de 130 nomes de amigos e amigas que foram chamados para participar do primeiro desfile. 

“Mas como já era esperado, apareceu um número sensivelmente menor para o desfile. Foram 30 e poucos apenas. Depois, foi crescendo. Isso foi no primeiro ano. No segundo ano, triplicou”, lembra.

Segundo Claudio Pinheiro, houve uma época em que a Banda de Ipanema era a manifestação carnavalesca de rua mais numerosa do Rio de Janeiro. Mas a preocupação dos fundadores nunca foi a quantidade de seguidores. “Sempre teve uma característica marcadamente regional, com os amigos de Ipanema. Reconheceu, porém, que houve uma irradiação muito rápida desse tipo de manifestação de rua organizada pela qual a Banda de Ipanema é historicamente responsável. Foi ela que recuperou o carnaval de rua no Rio de Janeiro. Começou na zona sul”.

Na década de 1960, havia os blocos Bafo da Onça e Cacique de Ramos, que costumavam sair pelo centro da cidade. Claudio Pinheiro lembra que depois da Banda de Ipanema, o sentimento legítimo de inclusão, de direito legítimo de o povo estar na rua, se espalhou primeiro pelos bairros vizinhos – Leblon, Copacabana e Leme -, depois para alguns bairros mais afastados. “Foi um processo multiplicador e de irradiação. Assim permanece até hoje, com características básicas preservadas”.

Músicas

Banda de Ipanema embala foliões na zona sul da cidade – Fernando Frazão/Agência Brasil

A Banda de Ipanema toca somente músicas brasileiras, marcadamente carnavalescas, mas não obrigatoriamente de carnaval. O que tem acontecido, no curso dos anos, é que a Banda de Ipanema carnavaliza muitas músicas de origem não carnavalesca. Com isso, um samba canção, uma suíte de Villa-Lobos, são carnavalizadas e o repertório da agremiação traz um problema sério, disse Pinheiro,“caberem 100 músicas no espaço de 3 horas de desfile”.

Neste sábado de carnaval, deverão ser tocadas músicas de Milton Nascimento, Djavan, Chico Buarque, Dona Ivone Lara, para atender pedido da homenageada Conceição Evaristo. “Vamos tentar encaixar o que for possível”. 

O presidente da banda disse que poderão ser separadas as músicas em dois espaços temporais distintos. Um ocorrerá durante o curso do desfile, quando se tocam entre 80 e 100 músicas. Outro durante a concentração, quando a banda tocará músicas com referência aos homenageados do ano.

Claudio Pinheiro faz uma recomendação aos foliões. “Não faltem!”.

Estudo mostra que árvores exclusivas da Mata Atlântica estão ameaçadas

Uma equipe de pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras descobriu que 82% das espécies de árvores existentes somente na Mata Atlântica, 2.025 espécies, estão sob ameaça de extinção. 

Publicada na revista Science, a pesquisa avaliou o nível de risco em que estão 4.950 espécies presentes no bioma, sendo que dois terços estão ameaçadas. A Mata Atlântica abarca cerca de 15% do território nacional em 17 unidades federativas. 

Entre as chamadas espécies endêmicas, ou seja, próprias de determinada região ou bioma, e que não se desenvolvem em nenhum outro local, mais da metade analisada (52%) entra na classificação das que estão sob risco de extinção. Uma parcela de 19% é considerada vulnerável e outra de 11% é tida como criticamente em perigo. Somente 17% das espécies estão em situação pouco preocupante dentro da escala e 1% é classificada como quase ameaçada.

Outras 13 espécies endêmicas foram consideradas possivelmente extintas. Os especialistas também se depararam com cinco espécies que haviam sido consideradas extintas.

O levantamento teve como referência uma base de dados de mais de 3 milhões de registros de herbários e de inventários florestais de toda a Mata Atlântica. Com relação aos critérios, os que serviram de norte foram os estabelecidos pela União Internacional de Proteção da Natureza (IUCN), régua bastante rigorosa. 

O docente Renato de Lima, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), um dos coautores do trabalho, ressaltou que trata-se de um estudo bastante abrangente e completo. Um dos propósitos, segundo ele, é constituir uma “lista vermelha” das árvores ameaçadas do bioma. “Colocamos um número no problema”, resumiu. 

Lima revelou que uma pesquisa semelhante foi feita, por outros pesquisadores, com enfoque na Amazônia, abrangendo perdas de vegetação no passado e apresentando projeções futuras.

“Principalmente quanto às espécies endêmicas, foi um susto, mesmo a gente tendo feito as avaliações de maneira meio conservadora. Várias decisões metodológicas são um pouco conservadoras e a gente não considerou, como fizeram com a Amazônia, o desmatamento futuro da Mata Atlântica, áreas que provavelmente serão desmatadas no futuro, e mudanças climáticas. A gente só considerou, basicamente, perda de floresta, desmatamento”, disse em entrevista à Agência Brasil.

“A gente sabe que, junto com o desmatamento, vem muita perda de qualidade das florestas que permaneceram, que não foram desmatadas. As florestas acabam pegando fogo, tem corte de madeira ilegal, a presença de espécies invasoras, pisoteio por gado. Por isso que a gente fala que é uma análise conversadora, porque, para muitas espécies, é necessário ter qualidade para se manter ao longo do tempo”, esclareceu.

De acordo com a SOS Mata Atlântica, hoje restam apenas 24% da floresta original. Uma das medidas defendidas pela entidade como uma saída para recuperá-la é manter o foco na preservação das áreas que cercam mananciais, nascentes e margens dos rios, estas pela relação com a mata ciliar.

Exposição do Sesc RJ celebra história do samba na Marquês de Sapucaí

O Serviço Social do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Sesc RJ) instalou no Setor 9 da Marques de Sapucaí a exposição As raízes negras do samba, que celebra as tradições negras e femininas do samba, além de resgatar a história dessa manifestação cultural brasileira. Em uma espécie de túnel, o público pode apreciar imagens e informações através de diversas ferramentas tecnológicas, como painel de LED, backlights (retroiluminação), tablets, ventilador holográfico e impressora 3D.

A exposição faz parte de um conjunto de ações educativas que o Sesc RJ levará à avenida com foco no combate ao racismo, como a disponibilização de um guia antirracista com dicas e serviços e a distribuição de adesivos e adornos antirracistas. Integra ainda o projeto Consciências, agenda permanente da instituição com atividades multilinguagem que jogam luz sobre o racismo e todas as suas interseções, promovendo a cultura antirracista. Crianças participantes do Sesc +Infância, projeto de educação complementar que acontece em turno inverso escolar, e seus familiares conhecerão a instalação e assistirão os desfiles.

Meio ambiente

O público que for ao Sambódromo do Rio poderá também apreciar o trabalho do artista Davi Rezende, conhecido pela luta em defesa do meio ambiente. Por meio de um peixe de metal de cerca de 2 metros de altura, repleto de garrafas PET e luzes de LED, instalado no Setor 7, Rezende vai chamar a atenção dos foliões sobre os riscos que os resíduos sólidos levam à vida marinha.

Ainda em relação à conservação do meio ambiente, o Sesc RJ manterá na Marquês de Sapucaí, durante o carnaval, a Retorna Machine, uma máquina que recebe uma grande variedade de resíduos (alumínio, aço, plástico, PET, embalagens longa vida e vidro) e, em troca, dá recompensas por meio de um aplicativo.

Acessibilidade

Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus familiares vão curtir ao vivo o maior espetáculo da Terra, no Sambódromo do Rio, levadas pelo Sesc RJ. Elas são atendidas pela organização não governamental (ONG) Anjos de Asas no Mundo Azul, de Nilópolis, e participam de projetos do Sesc Nova Iguaçu. Composto por 47 pessoas, o grupo sairá em excursão da cidade da Baixada Fluminense nesse domingo (11) rumo à Passarela do Samba, onde assistirá os desfiles em camarote exclusivo da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio (SMPcD). O Espaço Mais Acessível, como foi batizado, tem acústica e geografia adaptados especificamente para o conforto das pessoas com deficiências.

Turismo

Por meio do projeto Turismo Social, o Sesc RJ levará 920 trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo das regiões metropolitana e serrana para os desfiles que acontecerão no Sambódromo, incluindo o sábado das campeãs. Além de transporte de ida e volta, o grupo terá seguro viagem; serviço de bordo; kit Sesc, composto de camiseta e almofada; e ingresso para o Setor 4 da arquibancada do Sambódromo. O pacote inclui também guia de turismo. O profissional falará aos foliões sobre a importância histórica, cultural e social da maior festa popular do mundo.

Por meio do projeto Mulheres Plurais, o Sesc abordará na avenida o enfrentamento à violência contra mulheres e meninas, com a colocação de adesivos em banheiros e espelhos contendo frases de acolhimento e um QRCode informando os serviços de atendimento à mulher vítima de violência.

Pacto Global

As ações do Sesc RJ na Marquês de Sapucaí seguem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A instituição passou a ser signatária, em 2023, do Pacto Global da ONU, que é um plano global para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, garantindo paz e prosperidade às pessoas. O presidente do Sesc e do Sistema Fecomércio do Estado do Rio de Janeiro, Antonio Florencio de Queiroz Junior, disse que, na condição de signatário do Pacto Global da ONU, o Sesc RJ tem o compromisso de combater as desigualdades, trabalhar pela preservação do meio ambiente e pela inclusão social. Ele pretende difundir e multiplicar esse discurso, para que outras pessoas e instituições sigam no mesmo caminho.

Bola Preta sai com menos foliões, mas com a mesma tradição

As imagens aéreas da Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, tomada por milhões de foliões no sábado de carnaval, fizeram do Cordão da Bola Preta um gigante famoso em todo o Brasil. Mas, na avaliação do presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho, desde que os desfiles dos megablocos foram deslocados para a Rua Primeiro de Março e Avenida Presidente Antônio Carlos, o bloco perdeu foliões. 

“Quando o bola passava pela Rio Branco, parecia que o asfalto sorria, os prédios batiam palmas”, lembra, saudoso. O bloco desfilava na Avenida Rio Branco desde 1919, “quando a avenida ainda era novinha”. Antes chamada de Avenida Central, a Avenida Rio Branco foi o grande marco urbanístico da reforma do então prefeito do Distrito Federal Pereira Passos, de 1906, que transformou o centro do Rio de Janeiro.

Bloco Cordão da Bola Preta desfila pelas ruas do centro da cidade  – Foto Tomaz Silva/Agência Brasil

Com a mudança de local, não há mais o mesmo romantismo, lamenta Marinho. “A Avenida Rio Branco era consagrada no mundo inteiro como local das grandes manifestações políticas, artísticas, manifestações carnavalescas. O novo local é meio inóspito. Não tem um bar, nenhum botequim”. E, para ele, carnaval e cerveja são irmãos siameses. “Não existe carnaval sem cerveja”.

Marinho lembra que, na Avenida Rio Branco, havia uma grande apoteose quando o desfile do Bola Preta chegava ao fim, na Cinelândia, com bares lotados. “Na Avenida Antônio Carlos, não tem o mesmo clima, o mesmo ambiente. Então, a frequência cai“. 

O último ano na Avenida Rio Branco foi em 2014, quando o Bola Preta estava em seu pico de foliões. “A partir de 2010, a gente nunca desfilava com menos de 2 milhões de pessoas. Atingimos o auge em 2013, com 2,5 milhões de pessoas. Quando fomos para a Primeiro de Março e Presidente Antônio Carlos, o bloco já não conseguiu arrastar o mesmo número de foliões. No carnaval de 2023, a gente colocou 1 milhão de foliões. Mas foi um número expressivo”, admitiu.

De qualquer modo, Marinho assegura que o bloco já mostrou a que veio. “A história do Bola Preta mostra que ele é um ícone positivo da cidade do Rio, é o tradicional, que representa a cidade e todo o seu povo. Então, para nós, se tiver um milhão de foliões, a gente vai ficar super satisfeito. Se forem 900 mil, também. O importante é não decepcionarmos os nossos foliões que, todo ano, esperam avidamente o Cordão da Bola Preta na rua. O Bola Preta é o original, é aquele que mantém a tradição do carnaval da Cidade Maravilhosa”.

História

Cordão da Bola Preta comemora 105 anos e defende meio ambiente – Foto: Arte/Miguel Bandeira e Rebecca Moure

Fundado em 1918 por Álvaro Gomes de Oliveira, o Kaveirinha, Francisco Brício Filho (Chico Brício), Eugênio Ferreira, João Torres e os três irmãos Oliveira Roxo, Jair, Joel e Arquimedes Guimarães, o tradicional Cordão da Bola Preta dá seguimento, este ano, às comemorações de seus 105 anos de existência. Foi Kaveirinha quem deu nome ao bloco ao ver passar uma linda mulher com vestido branco com bolas pretas. Daí surgiu o Cordão da Bola Preta.

O bloco abre o carnaval oficial neste sábado, na Rua 1º de Março e Avenida Antônio Carlos, no centro do Rio. A concentração será a partir das 8h, direto na Rua Primeiro de Março, com saída às 9h. O presidente do Bola Preta diz que, este ano, o objetivo é defender a preservação do meio ambiente. “Até pelo tempo de vida do Bola Preta, a gente, efetivamente, quer entrar nessa luta de defesa do meio ambiente”.

Ao longo do ano, a ideia é fazer plantio de árvores para participar do processo de neutralização de gás carbônico (CO2). Durante o desfile, serão colocados coletores descartáveis para depósito de resíduos pelos foliões. Pedro Marinho quer também promover o reaproveitamento de lonas e fios. “É algo que preocupa a gente, porque a quantidade de lonas é muito grande. A gente quer, realmente, entrar de cabeça nessa luta de defesa e preservação do meio ambiente”.

Participantes

Rio de Janeiro (RJ), 18/02/2023 – Bloco Cordão da Bola Preta desfila pelas ruas do centro da cidade no primeiro dia oficial do Carnaval 2023. Foto Tomaz Silva/Agência Brasil – Tomaz Silva/Agência Brasil

O Cordão da Bola Preta inclui, entre as Musas 2024, a Rainha do Carnaval Carioca 2022, Thai Rodrigues, além de Taissa Marins, Elaine BR e Adeline Gervásio, que renovam suas faixas. Mirian Duarte é a Musa do Centenário. A porta-estandarte é a atriz e diretora Leandra Leal, que assumiu o posto em 2009. “Ela continua na missão de carregar o símbolo maior do Bola Preta”. 

A madrinha é a cantora Maria Rita, também desde 2009, enquanto o posto de rainha foi ocupado, desde 2019, pela atriz Paola Oliveira. A cantora e atriz Emanuelle Araújo é a Musa da Banda do Cordão da Bola Preta. “Está sempre junto conosco”.

“Neguinho da Beija-Flor é o nosso padrinho; o [compositor] João Roberto Kelly é nosso embaixador; Tia Surita, da Portela, nossa embaixatriz, e Selminha Sorriso é a Musa das Musas. A gente procura valorizar sempre essa linha de frente. É importante para o dia a dia do Bola Preta”, afirmou o presidente da agremiação.

Camisa Verde e Branco abre hoje desfile do grupo especial em SP

A escola de Samba Camisa Verde e Branco abre hoje (9), às 23h15, a primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo. Serão sete escolas a se apresentar no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital. 

A segunda escola a desfilar será a Barroca Zona Sul, que entrará na avenida à 0h20, seguida da Dragões da Real (01h25), Independente Tricolor (02h30), Acadêmicos do Tatuapé (03h35), Mancha Verde (04h40), e Rosas de Ouro (05h45). 

Primeira a entrar na avenida, a Camisa Verde e Branco, tradicional agremiação da Barra Funda, na zona oeste da capital, trará o samba-enredo Adenla – O Imperador nas Terras do Rei, que canta o poder e a fé dos africanos e dos negros brasileiros, e tem como personagens principais as divindades Oxóssi, Exu, Orunmilá, e Oxum.

Segunda a desfilar, a Escola de Samba Barroca Zona Sul, fundada em agosto de 1974, celebrará na avenida seus 50 anos de existência. Nós Nascemos e Crescemos no Meio de Gente Bamba, Por Isso que Nós Somos a Faculdade do Samba – 50 anos de Barroca Zona Sul será o samba-enredo da agremiação, conhecida como Faculdade do Samba, que cantará a história da escola, a influência de Cartola e da Mangueira, os desfiles na Avenida Tiradentes e sua velha guarda. 

África – Uma Constelação de Reis e Rainhas será o samba-enredo da Dragões da Real, terceira escola a entrar na avenida. A composição destaca a história não contada sobre o continente africano,  exalta seus grandes reinados e características como a coragem, a resistência, a diplomacia e a sabedoria dos negros. 

A Independente Tricolor levará para a avenida o samba-enredo Agojie, a Lâmina da Liberdade! que homenageia uma unidade de guerreiras amazonas, chamadas Agojie, que protegeu o reino africano de Daomé (atual Benim), governado pelo rei Ghezo, no início do século 19. A composição também exalta as anciãs e feiticeiras africanas.

Quinta escola a desfilar, a Acadêmicos do Tatuapé apresentará o samba-enredo Mata de São João – Uma Joia da Bahia Símbolo de Preservação! Entre Cantos e Tambores. Viva a Mata de São João!, que mostrará os atrativos da cidade baiana Mata de São João e sua relação com a cultura e religiosidade africana.

A Mancha Verde, vice-campeã do Grupo Especial em 2023, levará para o Anhembi o samba-enredo Do Nosso Solo Para o Mundo: o Campo que Preserva, o Campo que Produz, o Campo que Alimenta, composição que se inspira na cultura agrícola brasileira, canta a coragem e o trabalho dos agricultores e enaltece o verde do campo.

Rosas de Ouro, a última escola a entrar na avenida, homenageará no seu samba-enredo Ibira 70 – A Rosas de Ouro é São Paulo no Carnaval 2024 o aniversário de 70 anos do Parque do Ibirapuera, símbolo da cidade, fundado em 21 de agosto de 1954. “Espaço verde onde o tempo pra, transforma toda á energia do ar, reduto do esporte, da arte, cultura, saúde mais pura, corpo e mente sãos, é tão bonito contemplar o infinito”, diz a composição.

Estradas e aeroportos estão preparados para movimento no carnaval

De hoje (9) a Quarta-feira de Cinzas (14), os aeroportos operados pela Infraero esperam receber 118 mil passageiros e as estradas de todo o país também estão com o fluxo de veículos aumentados por causa do carnaval. Segurança e fluidez são os principais focos das iniciativas de órgãos do governo e concessionárias de transporte de passageiros.

A partir das programações apresentadas pelas companhias aéreas, nos 14 principais aeroportos operados pela Infraero, há uma estimativa de 1.134 voos para o período.

De acordo com a empresa pública, foi elaborada uma estratégia de atendimento e infraestrutura, para garantir o conforto e a segurança dos usuários. São medidas como a disponibilização de funcionários com coletes amarelos identificados com a frase “posso ajudar” para facilitar o acesso às informações e orientações sobre as viagens.

No Rio de Janeiro, o Aeroporto Santos Dumont é o que deve receber o maior impacto no aumento do fluxo de pessoas. São esperados 101,5 mil passageiros em 906 voos programados. A orientação é que os passageiros cheguem para os voos domésticos com, pelo menos, 1h30 de antecedência do horário de embarque.

O transporte de passageiros pelas rodovias do país também é impactado pelo carnaval. No Terminal Rodoviário Interestadual de Brasília, por exemplo, são esperados cerca de 32 mil passageiros.

Uma operação especial em andamento conta com a disponibilidade de 10 ônibus extras e a possibilidade de ampliar mais a comercialização de passagens, caso seja necessário, segundo informou a concessionária.

No local, há um posto da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que garante a fiscalização das linhas que transitam por ali. De acordo com a agência, esta presença acontece em todos os terminais regulares do país.

Nas estradas também há uma preocupação com a segurança viária no período do feriado prolongado. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), apontam que no carnaval de 2023 foram registrados 68 mil acidentes nas rodovias federais brasileiras.

Na última quarta-feira (6), a ANTT lançou o Pacto pela Segurança Viária, que terá início no feriado, mas deverá se estender ao longo do ano. O objetivo é prevenir acidentes e preservar vidas, por ações de conscientização dos usuários das rodovias sobre os perigos do consumo de álcool associados a direção.

“Não vamos mensurar esforços para salvar vidas, prevenir acidentes e trabalhar em prol da segurança viária nas nossas rodovias, ferrovias e todos os modelos de transportes terrestres”, destacou o diretor da agência Luciano Lourenço.

A iniciativa envolve a participação de associações do setor de transporte, do Observatório Nacional de Segurança Viária, Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e PRF.

Paço do Frevo, no Recife, comemora 10 anos nesta sexta-feira

No Centro Histórico do Recife, em Pernambuco, o museu Paço do Frevo renova a cada ano a importância cultural do ritmo, que foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2007, e Patrimônio Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em dezembro de 2012. Nesta sexta-feira de carnaval (9), o museu completa 10 anos de funcionamento.

Não à toa, o museu foi inaugurado em 9 de fevereiro, quando se comemora o Dia Nacional do Frevo. Para marcar a data, o Paço do Frevo preparou uma programação extensa. As atividades, que celebram uma década de existência do museu e os 117 do frevo, começam bem cedo com o toque de clarins nas janelas do museu, às 6h, e vão se repetir de hora em hora até as 12h. O instrumento é característico dessa manifestação cultural que envolve música, dança e artesanato.

Com acesso gratuito, as portas do Paço do Frevo vão abrir às 10h e a programação especial de aniversário com várias gerações de artistas ressaltando a tradição do ritmo se estende das 11h30 às 14h.

Museu Paço do Frevo comemora 10 anos de funcionamento – Foto: Hugo Muniz/Paço do Frevo

O público vai poder acompanhar a Orquestra Malassombro, conhecida por preservar a tradição com sua instrumentação, sem se afastar das inovações nos arranjos e letras irreverentes. A lista de convidados para a apresentação é grande: Zé Manoel, Getúlio Cavalcanti, Isaar, Flaira Ferro, André Rio, Mônica Feijó, Martins, Claudionor Germano, Marron Brasileiro, Carlos Filho, Almir Rouche, Sofia Freire, Tonfil, Surama, Albino, Cláudio Rabeca, Luciano Magno, Nena Queiroga, Ed Carlos, Valéria Moraes e Dona Nana Moraes.

Outro ponto da programação é a Roda de Frevo. Os visitantes poderão dançar ao som de estilos diferentes que representam o ritmo. Tudo isso na companhia de Mestre Wilson, Gil Silva, Juninho Viégas, Jefferson Figueirêdo, Inaê Silva, Dadinha, Bhrunna Renata, Mestre Tonho das Olindas, Valéria Vicente, Mariângela Valença, Matheus Lumiére, Edson Vogue, Rebeca Gondim e Loy do Frevo, em condução da multiartista Luna Vitrolira.

No encerramento das atividades, às 14h, o Paço do Frevo vai convidar o público a se divertir com o carnaval pelas ruas do Recife. O museu só vai reabrir na quarta-feira de cinzas (14).

“O dia 9 de fevereiro é o Dia Nacional do Frevo, então coincidiu de cair na sexta-feira, véspera do carnaval. A cidade já está, oficialmente, com o carnaval aberto a partir do dia 8, quinta-feira. O Paço do Frevo estará efervescente dentro da programação do carnaval, com a programação da Praça do Arsenal, que fica em frente ao Paço, ajudando a comemorar os 10 anos desse equipamento importante e com uma programação intensa até o domingo seguinte do carnaval [18]”, comentou Ricardo Piquet, diretor do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), responsável pela administração do Paço do Frevo.

Piquet deu ainda uma boa notícia para o público. “O Paço do Frevo continuará além do carnaval, ao longo do ano inteiro oferecendo oportunidades de usufruir do frevo, o frevo canção, o frevo de bloco, o frevo meditação e assim alimentar a cadeia produtiva do frevo, os compositores e músicos que nesta composição têm condição de sobreviver com a sua música”, adiantou.

Paço

Uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, o Paço do Frevo é administrado pelo IDG em parceria com a Fundação de Cultura Cidade do Recife e a Secretaria Municipal de Cultura, que representam a Prefeitura do Recife. Por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, o espaço cultural conta ainda com o patrocínio master do Nubank, o papel de mantenedor do Instituto Cultural Vale, o copatrocínio do Grupo SulAmérica e apoio do Grupo Globo e da White Martins.

Ricardo Piquet destacou que ao mesmo tempo o Paço do Frevo é um espaço cultural que concentra, um museu, uma escola e basicamente é um arranjo que responde às necessidades como um centro de referência e salvaguarda do frevo depois do reconhecimento da Unesco como Patrimônio Imaterial.

“É um modelo, hoje, muito bem-sucedido. O Iphan e a Unesco tratam o Paço do Frevo como referência. Ele foi criado lá atrás para isso, e neste dia 9 completa 10 anos de operação cumprindo o papel de preservar, valorizar e promover o frevo muito além do carnaval. O frevo para ser usado, escutado pelo folião ao longo do ano inteiro. Esse é o propósito do Paço do Frevo”, explicou Piquet em entrevista à Agência Brasil.

Visitantes

O Paço do Frevo é o mais visitado do Recife entre os museus municipais. Em 2023, registrou 156 mil visitas, e agora em janeiro, perto do aniversário de 10 anos, alcançou a marca histórica total de um milhão de visitantes.

“Dentro de tantas turbulências políticas, econômicas, pandêmicas, manter um espaço desse em Recife aberto durante 10 anos, passando da meta de 1 milhão de visitantes nesses anos todos, é um número razoável”, disse, acrescentando que a localização do museu no Centro Histórico do Recife é mais um atrativo, tanto para os pernambucanos como para os turistas nacionais e estrangeiros.

“É um ato relevante na área do Recife antigo, que se mantém com certa regularidade com atividades de terça-feira a domingo e com eventos especiais como o Arrastão do Frevo, com as escolas abertas de dança e de música. Acho que atende a vários interesses e por isso ganha importância para a cidade”.

Museu Paço do Frevo comemora 10 anos de funcionamento – Foto: Hugo Muniz/Paço do Frevo

Segundo o diretor, desde o início a proposta da fundação que produziu o espaço, era trabalhar com os ícones da cidade para que a população pudesse se apropriar melhor do frevo, do maracatu, do caboclinho, do manguebeat, e a escolha para começar foi o Paço do Frevo. 

“Foi uma ideia de juntar parceiros para abrir esse espaço com apoio da prefeitura e que servisse de modelos para outros. Infelizmente, outros centros semelhantes não foram abertos. Acho que merecia, pelo menos, o maracatu ter um espaço para contar a sua história”, defendeu.

Piquet lembrou que o modelo adotado no Paço do Frevo é o mesmo utilizado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e em equipamentos culturais de São Paulo. “É um modelo que funciona. Já estamos no terceiro período de gestão do Paço do Frevo, onde a prefeitura entra com parte dos recursos e nós dobramos os valores investidos através das captações das parcerias privadas do IDG”, explicou, assegurando que este tipo de gestão favorece a manutenção desse tipo de espaço cultural.

“Favorece muito porque não fica ao sabor de um gestor público. A ideia é que quando se assina um contrato de gestão, ele ultrapasse a gestão de um prefeito ou governador, porque a instituição isenta e apartidária está ali imbuída na função de fazer a gestão de um equipamento cultural independente do partido político ou do gestor que assuma através de um contrato com métricas e metas que se não atender o poder público pode rescindir o contrato ou não renovar”.

Por meio de uma escola e de um centro de documentação, o museu produz, ao longo do ano, atividades de pesquisa, difusão, educação, formação e escuta ativa das comunidades. 

“A escola tem cursos de dança, de música, tem vários estúdios para ensaio, e tem o Centro de Documentação, que oferece para pesquisadores e estudantes uma gama de informações sobre a história, o movimento e a importância do frevo na identidade cultural da cidade”, relatou.

“É uma vitória da população local que acolhe e não permitirá que esse projeto seja interrompido. Acho que esse é o melhor sinal de uma vitória coletiva de um equipamento que poderia estar acontecendo em tantos outros lugares do Brasil, reproduzindo aquilo que existe de mais importante na identidade cultural de cada lugar”, comemora Piquet.

Concurso selecionará 80 fotos sobre os 40 anos do Sambódromo do Rio

Os 40 anos do Sambódromo do Rio de Janeiro são o tema do Concurso Internacional de Fotografia – Apoteose 40 Anos, idealizado pelo Programa Memorável Samba, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

O projeto tem apoio da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e do programa Samba Global, do Centro de Referência e Informação de Arte e Cultura Brasileira (Criar).

As inscrições para a primeira etapa serão encerradas no dia 31 de março. Elas podem ser feitas pelo Instagram @apoteose40anos, marcando o perfil com a ‘hashtag’ #apoteose40anos.

O professor Jair Martins de Miranda, idealizador do concurso e coordenador do Laboratório de Preservação de Acervos Digitais e do Programa Memorável Samba, da Unirio, informou à Agência Brasil que os autores das imagens pré-selecionadas serão avisados no próprio Instagram – via direct – e deverão se reinscrever em uma segunda fase, descrevendo e contextualizando as fotos, via formulário encontrado no site.

Podem participar do concurso fotógrafos amadores e profissionais, brasileiros e estrangeiros. “Muitos fotógrafos de fora do Brasil vão postar também fotos sobre o Sambódromo. E, para eles, essa participação tem um significado muito grande, maior até que para os brasileiros. Eu tenho amigos do Japão que vêm participar do carnaval. Eles são apaixonados por carnaval, por samba. Essa é uma oportunidade para que pessoas de todo o mundo postem suas fotos ali”, disse Jair.

Sambódromo é um dos marcos deixados pelo arquiteto Oscar Niemeyer – foto –  Alexandre Macieira/ Riotur

Exposição

Serão escolhidas 80 fotos no total, sendo 40 de profissionais e 40 de amadores. O resultado final será anunciado em evento presencial e nas redes sociais do concurso em 30 de junho.

A iniciativa visa celebrar a trajetória de quatro décadas do Sambódromo carioca, homenageando o maior palco da cultura popular brasileira dedicado ao samba. Outro objetivo é homenagear os idealizadores do Sambódromo e da praça da Apoteose: o antropólogo Darcy Ribeiro e o arquiteto Oscar Niemeyer.

Jair salientou que a ideia é criar um grande acervo de imagens para retratar a memória afetiva, coletiva e popular dos 40 anos do Sambódromo para futuras gerações. Não haverá prêmios em dinheiro.

As fotos selecionadas no final vão compor um catálogo e uma exposição que será divulgada, inicialmente, no site, prevendo-se, posteriormente, a exibição em local ainda a ser definido. “O mais importante é produzir essa coleção coletiva de fotos”, finalizou o professor.