Skip to content

52 search results for "mps"

Passagem do furacão Catarina no Sul do Brasil completa 20 anos

.mw-parser-output .ambox{border:1px solid #a2a9b1;border-left:10px solid #36c;background:#fbfbfb;box-sizing:border-box}.mw-parser-output .ambox+link+.ambox,.mw-parser-output .ambox+link+style+.ambox,.mw-parser-output .ambox+link+link+.ambox,.mw-parser-output .ambox+.mw-empty-elt+link+.ambox,.mw-parser-output .ambox+.mw-empty-elt+link+style+.ambox,.mw-parser-output .ambox+.mw-empty-elt+link+link+.ambox{margin-top:-1px}html body.mediawiki .mw-parser-output .ambox.mbox-small-left{margin:4px 1em 4px 0;overflow:hidden;width:238px;border-collapse:collapse;font-size:88%;line-height:1.25em}.mw-parser-output .ambox-speedy{border-left:10px solid #b32424;background:#fee7e6}.mw-parser-output .ambox-delete{border-left:10px solid #b32424}.mw-parser-output .ambox-content{border-left:10px solid #f28500}.mw-parser-output .ambox-style{border-left:10px solid #fc3}.mw-parser-output .ambox-move{border-left:10px solid #9932cc}.mw-parser-output .ambox-protection{border-left:10px solid #a2a9b1}.mw-parser-output .ambox .mbox-text{border:none;padding:0.25em 0.5em;width:100%}.mw-parser-output .ambox .mbox-image{border:none;padding:2px 0 2px 0.5em;text-align:center}.mw-parser-output .ambox .mbox-imageright{border:none;padding:2px 0.5em 2px 0;text-align:center}.mw-parser-output .ambox .mbox-empty-cell{border:none;padding:0;width:1px}.mw-parser-output .ambox .mbox-image-div{width:52px}@media(min-width:720px){.mw-parser-output .ambox{margin:0 10%}}

Esta notícia está em desenvolvimento. Por favor edite-a e modifique as fontes, o estilo, etc., para a forma correta (caso seja necessário). Quando a notícia estiver pronta, remova esta marca.

29 de março de 2024

 

Há duas décadas, em 28 de março de 2004, o Brasil acordava com as notícias de um evento meteorológico sem precedentes: o Furacão Catarina. Esse fenômeno, que tocou terra no Sul do Brasil, deixou marcas profundas na memória dos brasileiros e continua sendo um marco singular na história climática do país.

O Furacão Catarina: Um Despertar para a Meteorologia Brasileira

Primeiro e Único: O Catarina foi o primeiro e único ciclone tropical documentado até hoje no Atlântico Sul. Sua intensidade ficou entre o limite superior da categoria 1 e o inferior da categoria 2 da escala Saffir-Simpson, com ventos sustentados em torno de 150 km/h e rajadas mais fortes.Desafio Científico: A formação do Catarina desafiou a teoria científica, que afirmava que furacões não poderiam se formar sobre o Atlântico Sul. Vários debates seguiram-se na Meteorologia brasileira para classificar o fenômeno. A conclusão, após ouvir especialistas do exterior, foi a óbvia: foi um furacão.

Vítimas e destruição

No total, o furacão Catarina deixou 11 mortos e pelo menos 78 pessoas feridas. Além disso, foram 33.165 desabrigados e desalojados. Milhões de catarinenses foram afetados pelo fenômeno.

Os prejuízos foram estimados em mais R$ 850 milhões. Na época, nenhum município do estado de Santa Catarina estava preparado para um evento desse tipo. 14 municípios decretaram Estado de Calamidade Pública e 7, Situação de Emergência.

Legado e Mudanças

O desastre de 2004 forçou mudanças significativas. Hoje, há maior conhecimento sobre ciclones tropicais no Brasil, melhor capacidade de modelagem numérica de previsão e ferramentas de monitoramento.

No entanto, ainda há lacunas. As boias de monitoramento na costa do Brasil são quase inexistentes, e o que ocorre em mar aberto antes de um ciclone tocar terra permanece um mistério.

(erro) 

Artigo em destaque: passagem do furacão Catarina no Sul do Brasil completa 20 anos

29 de março de 2024

 

Há duas décadas, em 28 de março de 2004, o Brasil acordava com as notícias de um evento meteorológico sem precedentes: o furacão Catarina. Esse fenômeno, que tocou terra no Sul do Brasil, deixou marcas profundas na memória dos brasileiros e continua sendo um marco singular na história climática do país.

O Furacão Catarina: um despertar para a meteorologia brasileira

Primeiro e único: O Catarina foi o primeiro e único ciclone tropical documentado até hoje no Atlântico Sul. Sua intensidade ficou entre o limite superior da categoria 1 e o inferior da categoria 2 da escala Saffir-Simpson, com ventos sustentados em torno de 150 km/h e rajadas ainda mais fortes.Desafio científico: A formação do Catarina desafiou a crença tradicional de que furacões não podem se formar sobre o Atlântico Sul. Vários debates seguiram-se na Meteorologia brasileira para classificar o fenômeno. A conclusão, após ouvir especialistas do exterior, foi a óbvia: foi um furacão.

Vítimas e destruição

No total, o furacão Catarina deixou 11 mortos e pelo menos 78 pessoas feridas. Além disso, foram 33.165 desabrigados e desalojados. Milhões de catarinenses foram afetados pelo fenômeno.

Os prejuízos foram estimados em mais R$ 850 milhões. Na época, nenhum município do estado de Santa Catarina estava preparado para um evento desse tipo. 14 municípios decretaram Estado de Calamidade Pública e 7, Situação de Emergência.

Legado e Mudanças

O desastre de 2004 forçou mudanças significativas. Hoje, há maior conhecimento sobre ciclones tropicais no Brasil, melhor capacidade de modelagem numérica de previsão e ferramentas de monitoramento.

 
 
 

Ciclone tropical Megan atinge Austrália com rajadas de vento de quase 140km/h

.mw-parser-output .ambox{border:1px solid #a2a9b1;border-left:10px solid #36c;background:#fbfbfb;box-sizing:border-box}.mw-parser-output .ambox+link+.ambox,.mw-parser-output .ambox+link+style+.ambox,.mw-parser-output .ambox+link+link+.ambox,.mw-parser-output .ambox+.mw-empty-elt+link+.ambox,.mw-parser-output .ambox+.mw-empty-elt+link+style+.ambox,.mw-parser-output .ambox+.mw-empty-elt+link+link+.ambox{margin-top:-1px}html body.mediawiki .mw-parser-output .ambox.mbox-small-left{margin:4px 1em 4px 0;overflow:hidden;width:238px;border-collapse:collapse;font-size:88%;line-height:1.25em}.mw-parser-output .ambox-speedy{border-left:10px solid #b32424;background:#fee7e6}.mw-parser-output .ambox-delete{border-left:10px solid #b32424}.mw-parser-output .ambox-content{border-left:10px solid #f28500}.mw-parser-output .ambox-style{border-left:10px solid #fc3}.mw-parser-output .ambox-move{border-left:10px solid #9932cc}.mw-parser-output .ambox-protection{border-left:10px solid #a2a9b1}.mw-parser-output .ambox .mbox-text{border:none;padding:0.25em 0.5em;width:100%}.mw-parser-output .ambox .mbox-image{border:none;padding:2px 0 2px 0.5em;text-align:center}.mw-parser-output .ambox .mbox-imageright{border:none;padding:2px 0.5em 2px 0;text-align:center}.mw-parser-output .ambox .mbox-empty-cell{border:none;padding:0;width:1px}.mw-parser-output .ambox .mbox-image-div{width:52px}@media(min-width:720px){.mw-parser-output .ambox{margin:0 10%}}

Esta notícia é sobre um evento atual ou em curso. A informação pode mudar rapidamente e pode haver pequenos erros quanto à redação e precisão.

18 de março de 2024

 

Megan ao tocar solo hoje

O ciclone tropical Megan (fenômeno conhecido como furacão nos Estados Unidos e tufão na Ásia) tocou terra no Território do Norte, Austrália, a sudeste de Port McArthur esta tarde por volta das 15h30 em horário local como ciclone tropical de categoria 1 (uma tempestade tropical na escala de furacões Saffir-Simpson), com ventos sustentados de cerca de 95km/h e rajadas que alcançaram 140/km/h.

O sistema ontem estava classificado como um ciclone tropical severo de categoria 3, mas foi rebaixado para categoria 1 durante a noite, quando seus ventos perderam força.

Algumas cidades de uma vasta área entre Alyangula (Groote Eylandt), no Teritrório do Norte, até a Ilha Mornington em Queensland (não incluindo a Ilha Mornington), estendendo-se para o interior até Borroloola, Mina do Rio McArthur e Rio Robinson, tiveram chuvas de 200 a 300mm/24 horas. Em Borroloola centenas de pessoas ficaram ilhadas quando aeronaves de socorro não conseguiram pousar devido às condições meteorológicas severas que se abateram na região desde ontem. Na Groote Eylandt desde ontem houve inundações e estragos devido aos fortes ventos.

Megan é o 5º ciclone da temporada de ciclones na região da Austrália de 2023-2024 a ser nomeado e deve se enfraquecer para uma baixa tropical enquanto segue para o centro do Território do Norte.

Trajetória do ciclone Megan

Escala australiana

A região australiana (Austrália e Fiji) utiliza sua própria escala de furacões conforme a velocidade dos ventos sustentado por 10 minutos, invés da mais conhecida, a Escala de furacões de Saffir-Simpson (SSHWS), que se baseia em ventos sustentados por um (01) minuto. Na comparação entre as escalas (abaixo), nota-se, por exemplo, que a escala australiana não tem uma classificação de “tempestade tropical” que, justamente, corresponde a ciclone tropical de categoria 1 ou 2 na sua própria escala.

Austrália e Fiji

SSHWS
Categoria

Ventos sustentados por 10 minutos

Categoria

Ventos sustentados por 1 minuto
Baixa pressão tropical

≤ 62 km/h (39 mph)

Depressão tropical

≤ 62 km/h (39 mph)

Tempestade tropical

63–118 km/h
Ciclone tropical de categoria 1

63–88 km/h (39–54 mph)

Ciclone tropical de categoria 1

119–153 km/h  
Ciclone tropical de categoria 2

89–117 km/h (55–72 mph)

Ciclone tropical de categoria 2

154–177 km/h
Ciclone tropical de categoria 3  (ciclone tropical severo)

118–159 km km/h (74–98 mph)

Ciclone tropical de categoria 3

178–208 km/h  
Ciclone tropical de categoria 4  (ciclone tropical severo)

160–199 km/h (99–127 mph)

Ciclone tropical de categoria 4

209–251 km/h
Ciclone tropical de categoria 5 (ciclone tropical severo)

≥ 200 km/h (≥ 124 mph)

Ciclone tropical de categoria 5

≥ 252 km/h

Referências
Temporada de ciclones na região da Austrália de 2023-2024, Wikipédia.
Escalas de ciclones tropicais, Wikipédia.
Trajetória do ciclone tropical Megan, BoM.
Escala de severidade e categorias, BoM.
 
 
 
 
 

Ciclone tropical Megan ameaça Austrália com rajadas de vento de quase 200km/h

17 de março de 2024

 

Megan esta manhã (JTWC)

O ciclone tropical Megan (fenômeno conhecido como furacão nos Estados Unidos e tufão na Ásia) deve tocar solo no leste do Território do Norte, Austrália, amanhã classificado como ciclone tropical severo categoria 3 (categoria 1 na Escala de furacões Saffir-Simpson), com ventos destrutivos que podem alcançar quase 200km/h. Esta manhã os ventos sustentados próximos ao centro eram de 130 km/h com rajadas de vento de até 185, mas segundo o BoM (Bureau of Meteorology) da Austrália, “espera-se que se fortaleça ainda mais antes de cruzar a costa sudoeste do Golfo de Carpentaria na segunda-feira, entre o Rio Nathan e a fronteira do Território do Norte/Queensland”. Não está descartado, portanto, que o sistema alcance a categoria 4 na da escala australiana (ver abaixo).

O BoM emitiu um alerta para cidades de uma vasta área entre Alyangula (Groote Eylandt), no Teritrório do Norte, até a Ilha Mornington em Queensland (não incluindo a Ilha Mornington), estendendo-se para o interior até Borroloola, Mina do Rio McArthur e Rio Robinson. O alerta é para ventos e chuvas fortes.

Groote Eylandt, inclusive, teve vendavais com ventos de 110 km/h neste domingo e segundo o portal Weatherzon, chuvas equivalentes a meio ano nas últimas 48 horas. “Vendavais com rajadas de vento prejudiciais de até 110 km/h estão ocorrendo em torno do Grupo Sir Edward Pellew e começando a invadir o continente adjacente. Espera-se que esses vendavais se estendam a outras áreas costeiras do continente entre o Rio Nathan e a fronteira NT/Qld esta noite e a áreas interiores, incluindo Borroloola, McArthur River Mine e Robinson River durante a noite ou na segunda-feira”, escreveu o BoM em seu Aviso nº 21 emitido à 7h29mn deste domingo em horário local.

Megan é o 5º ciclone da temporada de ciclones na região da Austrália de 2023-2024 a ser nomeado.

Escala australiana

A região australiana (Austrália e Fiji) utiliza sua própria escala de furacões conforme a velocidade dos ventos sustentado por 10 minutos, invés da mais conhecida, a Escala de furacões de Saffir-Simpson (SSHWS), que se baseia em ventos sustentados por um (01) minuto. Na comparação entre as escalas (abaixo), nota-se, por exemplo, que a escala australiana não tem uma classificação de “tempestade tropical” que, justamente, corresponde a ciclone tropical de categoria 1 ou 2 na sua própria escala.

Austrália e Fiji

SSHWS
Categoria

Ventos sustentados por 10 minutos

Categoria

Ventos sustentados por 1 minuto
Baixa pressão tropical

≤ 62 km/h (39 mph)

Depressão tropical

≤ 62 km/h (39 mph)

Tempestade tropical

63–118 km/h
Ciclone tropical de categoria 1

63–88 km/h (39–54 mph)

Ciclone tropical de categoria 1

119–153 km/h  
Ciclone tropical de categoria 2

89–117 km/h (55–72 mph)

Ciclone tropical de categoria 2

154–177 km/h
Ciclone tropical de categoria 3  (ciclone tropical severo)

118–159 km km/h (74–98 mph)

Ciclone tropical de categoria 3

178–208 km/h  
Ciclone tropical de categoria 4  (ciclone tropical severo)

160–199 km/h (99–127 mph)

Ciclone tropical de categoria 4

209–251 km/h
Ciclone tropical de categoria 5 (ciclone tropical severo)

≥ 200 km/h (≥ 124 mph)

Ciclone tropical de categoria 5

≥ 252 km/h

Referências
Temporada de ciclones na região da Austrália de 2023-2024, Wikipédia.
Escalas de ciclones tropicais, Wikipédia.
Trajetória do ciclone tropical Megan, BoM.
Escala de severidade e categorias, BoM.
 
 

Brasil fatura mais 2 ouros e 1 bronze no Grand Prix de Judô da Áustria

O Brasil fechou o último dia de disputas do Grand Prix de Judô da Áustria, em Linz, em grande estilo. Foram dois ouros – um de Beatriz Souza (+ 78 quilos) e outro de Leonardo Gonçalves (-100 kg) – e um bronze de Rafael Buzacarini (-100 kg) conquistados neste domingo (10). A competição conta pontos no ranking classificatório à Olimpíada de Paris, cujo fechamento será em julho. Ao todo o Brasil amealhou quatro medalhas – na sexta (8), Larissa Pimenta já garantira o ouro – e encerrou a competição em primeiro lugar no quadro de medalhas, à frente do Japão (2º lugar) e dos Países Baixos (3º).

BEATRIZ SOUZA É OURO PARA O BRASIL NO JUDÔ COM DIREITO A IPPON!!! 🥇

Que SHOW da nossa atleta 🤩

Uma lutaça contra a holandesa Marit Kamps e, depois de um waza-ari, Bia finalizou a disputa com um belo golpe.

É O BRASA NO TOPO!#TimeBrasil #Judô pic.twitter.com/esBWSF0i1n

— Time Brasil (@timebrasil) March 10, 2024

A peso-pesado Beatriz Souza, bronze no Mundial de 2023, derrotou hoje na final a holandesa Marit Kamps. Mal começou a luta, aplicou um waza-ari e, minutos depois, desferiu um ippon projetando a adversária.

“Estou muito feliz. Foi a primeira competição do ano e já com essa medalha linda. Agradeço muito a torcida de todos e toda energia positiva. Paris é logo ali”, comemorou Bia, paulista de Itariri , em depoimento à Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Para chegar à final dos 78kg, Beatriz superou três adversárias. Venceu as duas primeiras lutas nas punições: na estreia superou Oxana Diaceno (Moldávia) e depois a cubana Idalys Ortiz. Nas semifinais, a brasileira levou a melhor sobre a sérvia Milica Zabic: anotou um waza-ari e imobilizou Zabic em um minuto de luta. 

Bicampeão na Áustria

Quem também teve muito o que comemorar foi o meio-pesado Leonardo Gonçalves, ao faturar o bicampeonato no  GP da Áustria – a primeira edição do torneio foi no ano passado. Na final valendo o ouro, Gonçalves não se intimidou diante do português Jorge Fonseca, bicampeão mundial e medalhista olímpico. O brasileiro venceu no golden score (tempo extra) ao encaixar um waza-ari no adversário. 

LEONARDO GONÇALVES É OURO PARA O BRASIL!!!!!!!!! 🇧🇷

No Golden Score, ele encaixou um lindo waza-ari contra o português Jorge Fonseca e trouxe a medalha dourada para casa.

Emocionante demais essa vitória! Você merece, Léo! 🥇🥇🥇🥇#TimeBrasil #Judô pic.twitter.com/tqV9MkjHyy

— Time Brasil (@timebrasil) March 10, 2024

“Foi uma competição muita fura e bem forte. Fiz quatro golden scores de cinco lutas e consegui sair campeão. Muito obrigado pela torcida de todos, foi muito importante para mim. Estava sendo um começo de ano bem difícil, mas consegui me superar aqui”,  disse Léo, que ano passado foi prata no Pan de Santiago (Chile).

A campanha de Leonardo no GP da Áustria começou com vitória na estreia sobre o alemão George Udsilauri, após aplicar uma chave de braço no rival.. Depois, nas oitavas, venceu com ippon o britânico Rhys Thompson. Na luta seguinte eliminou o anfitrião Laurin Boehler com um waza-ari no golden score. A semi foi 100% brasileiro: Léo superou Rafael Buzacarini com um waza-ari no golden score.

Na semifinal, um confronto brasileiro contra Rafael Buzacarini. A luta seguiu disputada até o golden score, quando Léo conseguiu encaixar o waza-ari e avançou à decisão pelo ouro.

Buzacarini fatura 2º pódio do ano

Nascido em Barra Mansa (RJ),  o meio-pesado Rafael Buzacarini faturou o bronze pela segunda vez seguida na temporada, ao derrotar na final o sérvio Bojan Dosen. Hoje, após luta acirrada, Rafael voltou a vencer ao anotar um waza-ari no último minuto do embate. O primeiro bronze do ano foi conquistado em janeiro, no GP de Portugal.

RAFAEL BUZACARINI É BRONZE NO GRAND PRIX DA ÁUSTRIA 🥉🇧🇷🥋

Com esse belíssimo waza-ari, ele derrotou Bojan Dosen (SER) e trouxe a medalha para casa na categoria -100kg.

ELE É O BRABO! 💪#TimeBrasil #Judô pic.twitter.com/3eXaf66RCT

— Time Brasil (@timebrasil) March 10, 2024

“Mais uma medalha aí, a segunda deste ano. Estou muito feliz, esse ano olímpico é um ano muito importante. Acho que aconteceu na hora certa, alguns detalhes precisam ser ajustados, mas só tenho a agradecer”, comemorou Buzacarini.

O próximo compromisso da delegação brasileira de judô será o GP de Tbilisi (Geórgia), de 22 a 24 de março.

Classificação para Paris 2024

A totalização de pontos no ranking da Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês) teve início em julho de 2022 e só termina em junho deste ano. A modalidade reunirá 372 atletas em Paris (igualmente divididos entre homens e mulheres). 

Os 17 primeiros colocados no ranking de cada categoria asseguram vaga em Paris 2024 (com o limite de um judoca por país). A partir das 18ª colocação no ranking, as vagas serão distribuídas por continente: Américas (21 vagas), Africa (24), Europa (25), Ásia (20) e Oceania (10).

“Pode ir na ONU que não tô nem aí”, diz Tarcísio sobre abuso da PM

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou nesta sexta-feira (8) que não está “nem aí” para as denúncias de que estão ocorrendo abusos na condução da Operação Verão, deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU [Organização das Nações Unidas], pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse a jornalistas, durante evento na capital para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

Desde o ano passado, a Baixada Santista tem sido palco de grandes operações de segurança, após policiais militares serem mortos na região. O número de pessoas mortas por PMs em serviço na região aumentou mais de cinco vezes nos dois primeiros meses deste ano. 

Em janeiro e fevereiro, os agentes mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No mesmo período do ano passado, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região.

Nesta sexta-feira, o governador Tarcísio de Freitas foi denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pela escalada da letalidade policial no estado. Apresentada pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns, a denúncia aponta que a situação no litoral paulista é resultado de ação deliberada de Tarcísio “que vem investindo na violência policial contra pessoas negras e pobres”.

As entidades pediram que o conselho leve o Estado brasileiro a estabelecer medidas de controle à violência policial no estado de São Paulo, assegurando a implementação do programa de câmeras corporais, investigando de forma independente e responsabilizando os agentes públicos e a cadeia de comando envolvida na prática de abusos e execuções sumárias.

Em entrevista nesta sexta-feira, o governador defendeu o trabalho dos policiais, argumentando que as operações têm feito uso de “inteligência e alvos determinados” e que elas estariam “restabelecendo a ordem”. 

“Há sempre muita crítica à nossa ação, e isso me impressiona um pouco porque me parece que é mais confortável fazer o que era feito antes”, disse. “A nossa polícia é extremamente profissional. É uma pena que toda hora as pessoas querem colocar a polícia na posição de criminosa. Não é isso. Esses caras estão defendendo a gente, defendendo a nossa sociedade, com coragem. Estão vestindo farda para enfrentar criminoso”, acrescentou.

As operações da Polícia Militar no litoral têm sido bastante contestadas. No domingo (3), uma comitiva formada por diversas entidades de defesa dos direitos humanos foi até a Baixada Santista para colher depoimentos sobre as operações da Polícia Militar na região. O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, que integrou a comitiva, defendeu a suspensão da Operação Verão.

“Por parte das testemunhas, é importante revelar que vem uma série de reclamações sobre intimidações, volta da polícia à cena do crime e invasão de casas de vítimas que já foram mortas. Tem uma das testemunhas que relatou que a casa foi invadida, mesmo depois da pessoa morta, e totalmente revirada. E intimidação de forte aparato policial presente no sepultamento de vítimas”, disse o ouvidor.

Nesta semana, o Ministério Público decidiu abrir uma notícia fato para investigar as denúncias de que os policiais militares não estariam preservando as cenas dos crimes, levando os mortos da operação para os hospitais como se estivessem vivos para evitar a perícia no local exato da morte. Quando o corpo é retirado do local do crime, o trabalho da perícia fica prejudicado, dificultando a constatação se houve homicídio ou morte decorrente de intervenção policial. 

A jornalistas, Tarcísio respondeu sobre essa investigação do Ministério Público. “Estamos fazendo o enfrentamento de forma profissional, de forma séria. E aí vem denúncia disso, denúncia daquilo. Temos que entender, às vezes, a situação em que as pessoas estão lá, escravizadas pelo crime, ameaçadas pelo crime. Porque oficialmente não chega nada lá. Você conversa com o pessoal da Santa Casa de Santos e nenhuma informação dessa foi veiculada. É uma tremenda irresponsabilidade levantar esse tipo de situação sem evidência, sem lastro”.

Tarcísio é denunciado à ONU por operações letais em São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), durante reunião realizada hoje (8), em Genebra, pela escalada da letalidade policial no estado. Atualmente está em curso uma das operações consideradas mais letais do estado, na Baixada Santista.

Apresentada pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns, a denúncia aponta que a situação na região é resultado de ação deliberada de Tarcísio “que vem investindo na violência policial contra pessoas negras e pobres”.

“O governador Tarcísio de Freitas promove atualmente uma das operações mais letais da história do Estado: a Operação Escudo, na região Baixada Santista. Há denúncias de execuções sumárias, tortura, prisões forjadas, e outras violações de direitos humanos, bem como a ausência deliberada de uso das câmeras corporais na operação”, relatou Camila Asano, diretora-executiva da Conectas, em discurso durante a reunião do conselho. A declaração ocorreu de forma remota.

Asano pediu que o Conselho leve o Estado brasileiro a estabelecer medidas de controle à violência policial no estado de São Paulo, assegurando a implementação do programa de câmeras corporais, investigando de forma independente e responsabilizando os agentes públicos e a cadeia de comando envolvida na prática de abusos e execuções sumárias.

Em relação às câmeras corporais, entre 2020 e 2022, com sua implementação nos uniformes de policiais militares, as mortes de policiais em serviço reduziram 53,7% e os índices de letalidade policial, 63,7%. “Apesar dos números, o governador Tarcísio de Freitas questiona eficácia e a continuidade da política pública”, relatou Asano.

As entidades pedem ainda que seja garantido atendimento adequado a vítimas, familiares e testemunhas de casos de violência policial. Como resposta à denúncia, a ONU pode cobrar que o Estado brasileiro se posicione, diante de compromissos internacionais que o país tem em relação ao combate à violência policial e ao racismo estrutural.

Operações mais letais

Desde o ano passado, a Baixada tem sido alvo de grandes operações do estado, após policiais militares serem mortos na região. O número de pessoas mortas por PMs em serviço na região aumentou mais de cinco vezes nos dois primeiros meses deste ano. Em janeiro e fevereiro, os agentes mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No primeiro bimestre de 2023, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região. 

No ano passado, ocasião da primeira operação na região que deixou 28 pessoas mortas em 40 dias de duração, o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Dimitri Sales, já havia apontado que a operação era o evento mais violento da Baixada Santista desde a ocorrência dos Crimes de Maio, em 2006. 

Em maio de 2006, as forças de segurança do estado mataram 118 pessoas, em supostos confrontos após ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os dados são do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na ocasião, um total de 564 pessoas foram mortas no estado, de 12 a 21 de maio daquele ano, entre civis e agentes públicos, no que ficou conhecido como Crimes de Maio. Do total, 505 mortos eram civis e 59, agentes públicos.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse, em nota, que o governo do estado é comprometido com a proteção da população e a correta aplicação das leis vigentes. “As forças de segurança do Estado são instituições legalistas que operam estritamente dentro de seu dever constitucional, seguindo protocolos operacionais rigorosos. Não toleram excessos, indisciplina ou desvios de conduta, sendo todas essas práticas rigorosamente investigadas e punidas pelas corporações”, diz a nota.

Baixada Santista tem violência institucional crônica, diz Defensoria

As comunidades da Baixada Santista têm vivenciado situação de violência institucional crônica, por meio de reiterados abusos policiais. A conclusão é da Defensoria Pública de São Paulo, a partir de relatos colhidos nas regiões afetadas pela violência policial praticada no âmbito das Operações Escudo e Verão, do governo do estado.

“[Os abusos] vão desde xingamentos, a invasões de domicílio, uso inadvertido e desproporcional de armamento de fogo pesado em meio a aglomeração de pessoas, limitação de circulação no espaço público até mortes praticadas por intervenção policial com características de execução sumária”, diz relatório da Defensoria produzido a partir de visitas realizadas em três comunidades, no dia 22 de fevereiro deste ano, e divulgado ontem (5).

No total, foram ouvidas 24 pessoas atingidas pela violência institucional na Vila Teimosa e Vila Sonia, em Praia Grande; Vila dos Pescadores, em Cubatão; e Vila dos Criadores, em Santos. Além disso, o órgão tem recebido relatos de violência policial pelo atendimento virtual.

Desde o ano passado, a Baixada tem sido alvo de grandes operações policiais, após policiais militares serem mortos na região. O número de pessoas mortas por PMs em serviço na região aumentou mais de cinco vezes nos dois primeiros meses deste ano. Em janeiro e fevereiro, os agentes mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No primeiro bimestre de 2023, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região. 

“Os relatos aqui mencionados, longe de constituir casos isolados de desvios de conduta individuais de policiais, ilustram o quadro contínuo e sistemático de violações de direitos fundamentais dos moradores das comunidades periféricas da Baixada Santista”, apontaram as defensoras públicas Fernanda Balera, Cecilia Ferreira e Surrailly Youssef, no relatório.

A situação, segundo avaliaram, é fruto tanto da precariedade de planejamento nas ações policiais que levem em consideração a proteção de seus moradores, quanto de uma cultura permissiva de variadas violações de direitos humanos e desrespeito em relação a população residente de favelas e territórios periféricos.

A Defensoria verificou ainda a maior vulnerabilidade de crianças e adolescentes aos excessos do uso da força policial. Houve relatos descrevendo mudança da dinâmica de vida, incluindo a frequência escolar, de crianças e adolescentes, especialmente com limitações do direito ao brincar e maior exposição a abordagens policiais seletivas.

Depoimentos

Mãe de uma criança de 12 anos com paralisia cerebral, uma das testemunhas contou que as crianças não têm mais liberdade de ficar na rua ou brincar no parquinho e que os policiais militares não respeitam os menores de idade.

“Faz duas semanas, estava voltando da escola com meu filho quando iniciou um tiroteio. Na sequência, eu estava passando por uma rampa, um policial da rota impediu que eu continuasse a passar pela rampa. Ele me disse que se eu quisesse eu que esperasse passar o tiroteio ou que me deitasse no chão”, relatou aos defensores.

Outra testemunha contou que policiais militares apontaram fuzis ao seu filho de dez anos e mais três amigos, que estavam brincando em frente a uma associação de moradores, em Praia Grande. A moradora contou também que policiais sem identificação e armados com fuzis invadiram a comunidade e entraram em algumas casas.

Segundo a testemunha, uma mulher foi abordada, pegando-a pelas costas e sentaram-na no chão, na chuva. Usando palavrões, os agentes pediam que ela informasse onde era o ponto do tráfico. Como respondeu que não sabia, quebraram o celular dela, jogaram gasolina em seu rosto e a mandaram subir sem olhar para trás.

Segundo a Defensoria, os relatos colhidos descrevem buscas domiciliares generalizadas, em que não há situação de flagrante delito ou determinação judicial, ou seja, fora dos limites constitucionais e legais impostos à atividade de segurança pública. Uma mulher relatou que, em fevereiro, estava em casa lavando roupas quando os policiais entraram em sua casa e colocaram o fuzil na cara da sua filha de 10 anos.

“Eles chamam de operação, mas é matação. Eles chegam atirando e falam que é troca de tiro. Eles entram na comunidade, invadem o barraco (…). As crianças estão apavoradas, pois a polícia entra com tudo e com a viatura. Desconsideram que tem crianças e idosos”, relatou outra moradora. “Para eles é uma favela perigosa, mas para nós é uma comunidade”, acrescentou.

Segundo relato de uma jovem de 17 anos, policiais estavam correndo atrás de um menino e entraram na casa da mãe dela procurando por ele. Perguntaram se elas o conheciam e, quando responderam que não porque tinham acabado de se mudar, os agentes as ameaçaram.

“Os policiais começaram a questionar e intimidar, falando que iam verificar se ela tinha se mudado mesmo, falaram que iam ‘forjar’ – ‘vou colocar 1kg de droga na sua casa’. Eles dizem que quem está em casa ‘tá guardado’, mas não está. A gente tá mais seguro na rua, com outras pessoas vendo, do que em casa”, contou a jovem.

Transparência

O Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos do órgão avalia ainda que é necessário e urgente uma maior transparência, controle e responsabilidade em relação às operações policiais no local, mediante o fornecimento de informações às instituições do Sistema de Justiça, sendo a Defensoria Pública e o Ministério Público.

Entre tais informações, deveria constar o responsável pela ordem da operação, o comandante da execução e fiscalização e o objetivo da operação policial; a identificação das pessoas detidas e mortas – policiais ou não; as buscas domiciliares realizadas, com ou sem mandado judicial; a relação de policiais militares que usam câmeras operacionais portáteis, bem como o acesso às imagens em sua integralidade nas ocorrências em que haja morte em decorrência de intervenção policial.

A Agência Brasil solicitou posicionamento à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e aguarda posicionamento.

Comitiva ouve testemunhas de violência policial na Baixada Santista

Neste domingo (3), uma comitiva composta por diversas entidades de defesa dos direitos humanos foi até a Baixada Santista para colher depoimentos sobre as operações da Polícia Militar na região.

O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, que integrou a comitiva, defende que “é fundamental que a operação seja suspensa e que passe por uma avaliação, especialmente com a participação da sociedade, especialmente da sociedade que está sendo atingida pela operação”.

“Por parte das testemunhas, é importante revelar que vem uma série de reclamações sobre intimidações, volta da polícia à cena do crime e invasão de casas de vítimas que já foram mortas. Tem uma das testemunhas que relatou que a casa foi invadida, mesmo depois da pessoa morta, e totalmente revirada. E intimidação de forte aparato policial presente no sepultamento de vítimas”, disse o ouvidor.

Houve depoimentos qualificados de oito testemunhas durante a visita da comitiva.Também foram ouvidas pessoas que abordaram a comitiva pelas ruas. Trabalhadores relataram que têm sido abordados no caminho para o trabalho com fuzis apontados para suas cabeças.

“Tem todo tipo de reclamação por parte dos moradores que nos abordam nas ruas, pessoas extremamente aterrorizadas, não se sentindo seguras, dizendo que têm inclusive se restringido a ficar em casa em razão da forte presença e da forma tão agressiva quanto as forças de segurança têm estado nos territórios”, disse Claudio Silva.

Mortes

O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço na Baixada Santista aumentou mais de cinco vezes nos dois primeiros meses deste ano. Em janeiro e fevereiro os policiais militares mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No primeiro bimestre de 2023, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região.

Também no primeiro bimestre, em todo estado houve aumento de 129% no número de pessoas mortas por policiais militares em serviço. Em 2023, foram 49 mortos por PMs, enquanto neste ano chegaram a 112 mortos.

O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias Civil e Militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

Desde o ano passado, a Baixada Santista tem sido alvo de grandes operações policiais após policiais militares serem mortos na região. 

Operação

O início da Operação Escudo, na região, se deu após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, pertencente à equipe das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que foi baleado e morto em Guarujá, no dia 27 de julho do ano passado. Na ocasião, a operação resultou na morte de 28 pessoas em 40 dias de duração.

Na época do início da Operação Escudo, moradores da região já denunciavam execuções e ilegalidades. Atualmente, a SSP nomeia as ações na Baixada Santista de Operação Verão. No entanto, o governo utiliza a mesma justificativa de combate ao crime organizado na região.

Em fevereiro, moradores da periferia da Baixada Santista denunciaram novamente a prática de execuções, tortura e abordagens violentas por policiais militares contra a população local e egressos do sistema prisional. Os relatos, na ocasião, foram colhidos por uma comitiva formada pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública e parlamentares, como os deputados estaduais de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) e Mônica Seixas (PSOL).

SSP

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse, em nota, que, “em janeiro, foram registradas 46 ocorrências desta natureza no estado, o que representa 0,2% do total de 16.811 presos/apreendidos no período”.

“As MDIP [mortes em decorrência de intervenção policial] são consequência direta da reação violenta de criminosos à ação da polícia. A opção pelo confronto é sempre do suspeito, que coloca em risco a vida do policial e da população”, diz a SSP. 

A pasta informou que todas as ocorrências são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário.

Mortes por PMs aumentaram mais de cinco vezes na Baixada Santista

O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço na Baixada Santista aumentou mais de cinco vezes nos dois primeiros meses deste ano. Em janeiro e fevereiro os policiais militares mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No primeiro bimestre de 2023, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região.

Também no primeiro bimestre, em todo estado, houve aumento de 129% no número de pessoas mortas por policiais militares em serviço. Em 2023, foram 49 mortos por PMs, enquanto neste ano chegaram a 112 mortos.

O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias Civil e Militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

Desde o ano passado, a Baixada Santista tem sido alvo de grandes operações policiais após policiais militares serem mortos na região. Neste domingo (3), uma comitiva composta por diversas entidades de defesa dos direitos humanos foi até a Baixada Santista para colher depoimentos sobre as operações da Polícia Militar na região.

O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, que integrou a comitiva, defende que “é fundamental que a operação seja suspensa e que passe por uma avaliação, especialmente com a participação da sociedade, especialmente da sociedade que está sendo atingida pela operação”.

“Por parte das testemunhas, é importante revelar que vem uma série de reclamações sobre intimidações, volta da polícia à cena do crime e invasão de casas de vítimas que já foram mortas. Tem uma das testemunhas que relatou que a casa foi invadida, mesmo depois da pessoa morta, e totalmente revirada. E intimidação de forte aparato policial presente no sepultamento de vítimas”, disse o ouvidor.

Houve depoimentos qualificados de oito testemunhas durante a visita da comitiva. Também foram ouvidas pessoas que abordaram a comitiva pelas ruas. Trabalhadores relataram que têm sido abordados no caminho para o trabalho com fuzis apontados para suas cabeças.

“Tem todo tipo de reclamação por parte dos moradores que nos abordam nas ruas, pessoas extremamente aterrorizadas, não se sentindo seguras, dizendo que têm inclusive se restringido a ficar em casa em razão da forte presença e da forma tão agressiva quanto as forças de segurança têm estado nos territórios”, disse Claudio Silva.

Operação

O início da Operação Escudo, na região, se deu após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, pertencente à equipe das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que foi baleado e morto em Guarujá, no dia 27 de julho do ano passado. Na ocasião, a operação resultou na morte de 28 pessoas em 40 dias de duração.

Na época do início da Operação Escudo, moradores da região já denunciavam execuções e ilegalidades. Atualmente, a SSP nomeia as ações na Baixada Santista de Operação Verão. No entanto, o governo utiliza a mesma justificativa de combate ao crime organizado na região.

Em fevereiro, moradores da periferia da Baixada Santista denunciaram novamente a prática de execuções, tortura e abordagens violentas por policiais militares contra a população local e egressos do sistema prisional. Os relatos, na ocasião, foram colhidos por uma comitiva formada pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública e parlamentares, como os deputados estaduais de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) e Mônica Seixas (PSOL).

SSP

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse, em nota, que, “em janeiro, foram registradas 46 ocorrências desta natureza no estado, o que representa 0,2% do total de 16.811 presos/apreendidos no período”.

“As MDIP [mortes em decorrência de intervenção policial] são consequência direta da reação violenta de criminosos à ação da polícia. A opção pelo confronto é sempre do suspeito, que coloca em risco a vida do policial e da população”, diz a SSP. 

A pasta informou que todas as ocorrências são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário.