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Com construção parada, Angra 3 investe em conservação de equipamentos

Na Costa Verde do estado do Rio de Janeiro, um imenso canteiro de obras se destaca entre o azul do mar e o verde da Mata Atlântica. É a construção da Usina Nuclear Angra 3, parada praticamente desde 2015, que espera o sinal verde para ser retomada.

No entanto, como o projeto de construção do que pode ser a terceira e mais potente usina nuclear do país data da década de 1980, cerca de 80% dos equipamentos da usina já estão comprados e precisam ser submetidos a um rigoroso controle de manutenção, para que o tempo de “hibernação forçada” não os comprometa.

A reportagem da Agência Brasil visitou o canteiro de obras de Angra 3 a convite da Eletronuclear e pôde perceber que, enquanto a construção civil está parada, muita atenção é despejada para os 35 galpões que armazenam maquinário. “Viramos especialistas em preservar equipamentos”, diz o engenheiro Bruno Bertini, responsável pelo Departamento de Montagem.

A frase traz um teor de lamentação pelo fato de a obra não deslanchar, mas também tem um grau de demonstração de orgulho, por conseguir manter conservada por tanto tempo uma grande quantidade de maquinário, alguns itens desde 1984.

Galpões guardam 12 mil volumes de equipamentos, que são inspecionados regularmente – Tomaz Silva/Agência Brasil

Nos galpões, 12 mil volumes de equipamentos – a maioria importada – são cuidadosamente alocados, catalogados e inspecionados regularmente. Alguns ficam envoltos em uma espécie de capa térmica e expostos à sílica – substância que evita a oxidação.

Como Angra 3 é um projeto “gêmeo” de Angra 2, já aconteceu de peças armazenadas serem usadas para substituir alguma que precisou ser trocada na usina vizinha.

Bertini adianta qual será o procedimento a partir do momento em que a construção for reiniciada: “os equipamentos vão passar por inspeção geral, e serão trocados itens suscetíveis a envelhecimento.”

Interrupção em 2015

A interrupção das obras em 2015 foi motivada por questões orçamentárias, ou seja, falta de dinheiro. Um freio que ficou mais pesado ainda por causa de reflexos da Operação Lava Jato nos anos seguintes, que teve como um dos alvos o então presidente da estatal, Othon Luiz Pinheiro da Silva.

Apesar do tempo de obra inativa, o superintendente de construção de Angra 3, Antonio Zaroni, explica que as partes mecânicas da usina nuclear são as mesmas de Angra 2, o que faz com que os equipamentos, como bombas, compressores e geradores não sejam obsoletos. “Os [itens] obsoletos foram substituídos, foram comprados novos, mais atuais. Angra 3 tem uma vantagem enorme porque a parte de mecânica, por exemplo, tanques, trocadores de calor, tubulação, isso não sofre obsolescência.”

Zaroni detalha que alguns equipamentos mecânicos mais modernos podem ter pequenas melhorias, mas isso não representa que os adquiridos estejam obsoletos. Ele acrescenta que equipamentos elétricos foram comprados há menos tempo, inclusive alguns sequer foram entregues ainda. “A parte elétrica, de instrumentação e controle, da sala de controle, retificadores e painéis é toda nova, zerada. A parte elétrica é o que tem de mais moderno atualmente”, afirma.

Essa atualização da parte “inteligente” da usina é a justificativa para o fato de que Angra 3, quando pronta, terá capacidade de geração um pouco maior que a irmã gêmea, Angra 2.

Retomada

A retomada das obras depende de decisão do governo. A Eletronuclear contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fazer um estudo sobre a viabilidade técnica, financeira e jurídica da usina. O documento é supervisionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e o estudo será avaliado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que ficarão responsáveis pela definição da outorga (autorização do funcionamento) e aprovação da tarifa de comercialização da energia a ser gerada.

Segundo a Eletronuclear, o estudo do BNDES deve ser divulgado em julho. Procurado pela Agência Brasil, o banco público não se manifestou. Já o ministério informou que “aguarda o relatório sobre o projeto de Angra 3 a tempo da próxima reunião do CNPE, prevista para este segundo semestre”.

Antonio Zaroni diz esperar que a conclusão do governo seja conhecida até setembro deste ano, o que permitiria que a licitação para escolha da empresa que terminará a obra seja feita no primeiro semestre de 2025. Assim, o início das obras se daria em setembro do mesmo ano. O cronograma estimado é de cerca de 60 meses de construção, fazendo com que Angra 3 comece a operar em 2030.

Orçamento

Com o estudo do BNDES em andamento, a Eletronuclear não informa, em valores atuais, o quanto já foi investido em Angra 3. O quantitativo informado pela antiga direção da empresa dava conta de cerca de R$ 7,8 bilhões.

Para a conclusão da usina, são estimados aproximadamente R$ 20 bilhões, que seriam aportados por meio de financiamentos. Esse valor seria para custos de engenharia, material, manutenção e pagamento de empréstimos contraídos anteriormente. Custos, aliás, que não estão zerados. Mesmo com a obra parada, cerca de 250 pessoas trabalham nos canteiros, grande parte terceirizada, em atividades de manutenção e obras acessórias.

A ideia é que a usina “se pague”, ou seja, quando a instalação estiver produzindo e vendendo energia, parte da receita quitaria o financiamento.

O superintendente Zaroni detalha que 67% da obra está pronta, parcela que representa principalmente a construção civil, isto é, a parte de concreto. Em um passeio pelo canteiro cinza, é possível ver vergalhões expostos, que precisam ser revestidos para não sofrerem deterioração.

Dos equipamentos, cerca de 10% estão montados, como alguns transformadores, trocadores de calor e tanques.

Acreditando que o edital de licitação vá a público em fevereiro de 2025, Antonio Zaroni ressalta que a concorrência será internacional e rigorosa. É uma forma de evitar problemas como o do consórcio Ferreira Guedes-Matricial-Adtranz, que ganhou uma concorrência em fevereiro de 2022 para terminar ao menos a construção civil da usina, mas não apresentou qualificação técnica suficiente para executar a intervenção. O contrato foi rescindido em junho de 2024.

“O edital estará com exigências mais altas. Tem que ser empresas que já construíam projetos semelhantes. Estamos mais tranquilos”, disse Zaroni.

Quando concluída, Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, terá potência de 1.405 megawatts (MW) e poderá gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, o suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas. Com a terceira usina em atividade, a energia nuclear representará o equivalente a 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro e 3% do Brasil.

Apesar da pequena participação na matriz elétrica brasileira, Zaroni destaca que, além de ser considerada limpa e cercada de procedimentos que garantem a segurança da operação, a energia nuclear tem a vantagem de a geração ser praticamente integral e ininterrupta.

“A geração tem um fator de disponibilidade muito alto, a usina fica o ano inteiro gerando 100% da capacidade, diferentemente de outras fontes, como a hidrelétrica e a solar, que ficam oscilando”, compara Zaroni.

*A reportagem da Agência Brasil viajou ao Complexo Nuclear em Angra dos Reis a convite da Eletronuclear

Vinicius Júnior brilha e Brasil derrota Paraguai na Copa América

Comandado pelo atacante Vinicius Júnior, o Brasil derrotou o Paraguai por 4 a 1, na noite desta sexta-feira (28) no Allegiant Stadium, em Las Vegas (Estados Unidos), para ficar muito perto da classificação para as quartas de final da Copa América. Após este triunfo, a seleção brasileira ocupa a segunda posição do Grupo D com quatro pontos em duas partidas.

Exhibición brasileña en Las Vegas 🥵 pic.twitter.com/W342MGbhRb

— CONMEBOL Copa América™️ (@CopaAmerica) June 29, 2024

Após um empate sem gols com a Costa Rica na estreia no principal torneio de seleções organizado pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), a equipe comandada pelo técnico Dorival Júnior precisava de uma atuação que apagasse a impressão negativa na última partida. E ela veio diante dos paraguaios.

Após um início de jogo no qual tanto o Brasil como o Paraguai pouco criaram, a seleção brasileira tomou conta da partida e teve a oportunidade de abrir o marcador aos 31 minutos, quando o meio-campista Lucas Paquetá cobrou pênalti, mas para fora. A partir daí começou a brilhar a estrela de Vinicius Junior. Aos 34 minutos o atacante do Real Madrid (Espanha) iniciou boa troca de passes no ataque (com a participação de Rodrygo, Bruno Guimarães e Paquetá) que ele mesmo concretizou com finalização por baixo do goleiro Morínigo.

Cuando el talento empieza a florecer 🙌 pic.twitter.com/28DZeKVPte

— CONMEBOL Copa América™️ (@CopaAmerica) June 29, 2024

Com a vantagem no marcador, o Brasil tomou conta de vez do confronto, inclusive acertando uma bola no travessão com Bruno Guimarães, mas o placar só voltou a ser alterado aos 42 minutos, quando Savinho aproveitou sobra de bola na pequena área, após grande jogada de Rodrygo, para marcar o segundo da seleção brasileira na partida. Mas ainda deu tempo para mais, e aos 49 Vinicius Junior aproveitou indecisão da defesa paraguaia para finalizar de primeira para superar novamente Morínigo.

Após o intervalo o Paraguai ainda ensaiou uma reação, quando o zagueiro Alderete acertou chute muito forte da entrada da área aos três minutos para superar Alisson. Mas o Brasil logo retomou o controle das ações e deu números finais ao placar aos 19 minutos com gol em cobrança de pênalti de Lucas Paquetá.

Colômbia vence

Em partida disputada mais cedo nesta sexta, a Colômbia garantiu de forma antecipada a presença nas quartas de final da competição após derrotar a Costa Rica por 3 a 0 no estádio State Farm, localizado em Glendale (Arizona). Com este resultado os Cafeteros mantêm 100% de aproveitamento, liderando o Grupo D com seis pontos.

Colombia va por todo 💪 pic.twitter.com/DGZnyUcNvp

— CONMEBOL Copa América™️ (@CopaAmerica) June 28, 2024

A vitória da Colômbia, que será a última adversária do Brasil na primeira fase da Copa América – a partir das 22h (horário de Brasília) da próxima terça-feira (2) no Levi´s Stadium, em Santa Clara, Califórnia -, foi construída com gols do zagueiro Davinson Sánchez e dos atacantes Luis Díaz e Córdoba.

Massacre de Paraisópolis: TJ ouve testemunhas de defesa de policiais

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) realizou, nesta sexta-feira (28), no Fórum da Barra Funda, na capital paulista, mais uma audiência para decidir se serão levados a júri popular os 12 policiais militares acusados de participar de uma operação no baile funk da DZ7, na comunidade de Paraisópolis, que culminou com a morte de nove jovens. O episódio, que ocorreu na noite de 1º de dezembro de 2019, ficou conhecido como Massacre de Paraisópolis.

Treze policiais seriam julgados por participação no episódio mas, segundo o Tribunal de Justiça, o processo de um deles foi suspenso. Os demais policiais acusados respondem por homicídio qualificado e lesão corporal, ambos por dolo eventual.

Hoje, na audiência de instrução começaram a ser ouvidas as testemunhas de defesa dos 12 policiais. No total, foram arroladas 22 testemunhas, mas, até por volta das 20h de hoje, apenas cinco tinham sido ouvidas: os coronéis Fernando Alencar de Medeiros e Marcelino Fernandes da Silva, o delegado Emiliano da Silva Chaves Neto, o ex-comandante geral da Polícia Militar Marcelo Salles e o coronel Douglas José Ferreira de Oliveira, que era  o comandante do 16º Batalhão da Polícia na época. Os demais depoentes deverão ser ouvidos em outra data, ainda a ser agendada pelo Tribunal de Justiça.

As testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas pela Justiça no ano passado, em duas audiências de instrução realizadas em julho e em dezembro. Depois dessa fase de instrução, vem a fase de interrogatórios, quando os réus serão ouvidos.

Os jovens assassinados foram Gustavo Cruz Xavier, Denys Henrique Quirino da Silva, Marcos Paulo de Oliveira Santos, Dennys Guilherme dos Santos Franco, Luara Victoria de Oliveira, Eduardo Silva, Gabriel Rogério de Moraes, Bruno Gabriel dos Santos e Mateus dos Santos Costa. Eles tinham entre 14 e 23 anos de idade.

Na época do caso, a Polícia Militar alegou que os agentes reagiram a um ataque feito por criminosos que teriam disparado contra as viaturas e corrido em direção ao pancadão, como é conhecido o baile funk. Segundo a corporação, as vítimas morreram ao ser pisoteadas, versão que é contestada pelas famílias.

Caprichoso e Garantido apresentam segredos e triunfos da Amazônia

A partir de hoje (28) até o dia 30 de junho, será realizada a 57ª edição do Festival de Parintins, no Amazonas. A cada dia, o público no Bumbódromo terá a oportunidade de ver uma apresentação diferente dos bois Garantido e Caprichoso.

“Pode-se dizer que vai ser uma briga de titãs. A gente vê a concentração do Bumbódromo e as alegorias estão belíssimas. Todo mundo muito entusiasmado, muito motivado. Certamente, o que vem para a arena vai encher os olhos de quem assistir ao vivo, pelas emissoras de televisão ou telões. Vai ser um festival que vai ficar marcado na história”, disse o secretário de de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, à Agência Brasil.

Garantido

Em 2024, o tema do Garantido é “Segredos do Coração”, com o qual vai falar de origem e ancestralidade. O presidente Fred Góes destacou que o boi remete sobretudo ao “que guardamos nessa caixa de emoções chamada de coração”.

Segundo Fred Góes, o boi vermelho quer mostrar o que a Amazônia é e como surgiu, contada a partir do mito do povo indígena Sateré-Mawé.

Boi Garantido do Festival de Parintins. Crédito: Secom AM/Divulgação

“Esse mito nos remete à Amazônia intacta, sendo ainda a floresta, os animais e os habitantes chegando. É essa Amazônia que queremos mostrar que está aí sendo degradada. Por que a gente quer mostrar essa origem? Ela está no mito Sateré-Mawé e também está na história geológica da Amazônia. É um mito simples, mas os Sateré-Mawé dizem que aqueles que estão nos nossos olhos, temos que ter cuidado. É um segredo que deixamos de olhar com mais carinho. É esse carinho que estamos pedindo para que a gente tenha um olhar com essa Amazônia”, contou.

O boi pretende propor ainda que é possível conter a degradação da floresta. “É a esperança de que a gente possa realmente transformar essa Amazônia em uma terra sem males como os povos originários sempre quiseram. Quem cuidou da Amazônia até aqui e nos entregou foram os povos originários”, completou.

Neste ano, Garantido completou 111 anos e comemorou conforme as tradições.

“Aqui exatamente, onde é esse palco, era a casa do mestre Lindolfo, uma casa simples de um pescador, de uma pessoa humilde, de descendência negra-indígena. Aqui foi um quilombo de transfiguração afro-indígena, onde Lindolfo criou seu boi. Então, nós estamos registrando um novo momento da projeção da família Monteverde como história do nosso boi. Nós não podemos desassociar a importância dessa história do nosso boi Garantido que hoje vai para o planeta, mas tem uma origem de uma pessoa simples, humilde, do povo que fez da sua sabedoria popular esse brinquedo que se transformou no maior espetáculo da nossa região”, informa comunicado do site Garantido.

Caprichoso

Em busca do tricampeonato, o boi preto vai para a Arena com o tema Cultura-O Triunfo do Povo.

“No princípio, as deusas e deuses criaram Parintins, território sagrado de encantarias e mistérios. Suas gentes, expressão divina da criação, passaram a ser dotadas de saberes e fazeres específicos, um talento cuja vocação se faz presente em cada gesto e em cada canto, em cada palavra e sorriso, um brado de luta e emancipação”, diz o site do Caprichoso.

“O tema é muito baseado na narrativa do triunfo da vitória da cultura popular”, destacou o presidente do Caprichoso, Rossy Amoedo.

Boi Caprichoso do Festival de Parintins. Crédito:Secom AM/Divulgação

Amoedo adiantou que o boi irá “brigar muito forte por esse título”. “Ele é muito importante para todos nós e nos dedicamos muito para que pudéssemos corrigir alguns erros passados, amadurecer esse processo e poder fazer uma doação na sua totalidade na construção desse povo que lutou durante meses para fazer este grande espetáculo”, disse.

No mesmo ano de 1913, nos terreiros úmidos do Reduto do Esconde, no Umbuzal, nasceu o Caprichoso criado por Seu Roque Cid. Com o irmão Antônio, saíram do Crato no Ceará e seguiram para Manaus. Aportaram em Parintins, onde resolveram ficar. Os outros irmãos Beatriz e Pedro também foram para a cidade e em outubro participaram da criação do Caprichoso.

Torcidas

Em volta do Bumbódromo, a movimentação das torcidas é grande desde o início da semana, para assegurar um bom lugar na Arena e assistir de perto o boi favorito. De um lado, os fãs do Caprichoso e do outro, do Garantido. É a rivalidade histórica presente no público.

Na cidade, as duas cores se espalham pelas casas e ruas. O comércio aproveita para expor produtos relacionados aos bois para atrair os torcedores.

No Caprichoso, a cor principal é o azul, mas a torcida também veste como tons claros de azul, verde escuro, verde mar, violeta, roxo e lilás. No Curral Zeca Xibelão, casa do boi, não são permitidas as cores do concorrente.

O vermelho é a cor principal do Garantido, mas nas cores complementares também utiliza tons avermelhados claros, laranja, rosa claro e escuro, rosé e terracota. No Curral Lindolfo Monteverde, não são permitidas as cores do rival.

Quem não escolheu um boi o melhor é usar cores neutras, como preto, branco, cinza e amarelo.

A rivalidade é tão evidente que até grandes marcas costumam homenagear os dois. Um exemplo são os refrigerantes e cervejas. Mesmo que o produto tenha uma cor predominante coincidente a de um dos bois, as empresas produzem unidades com a cor do outro.

Isso também ocorre com as companhias aéreas, que neste período aumentam o número de voos para região por causa do festival.

Parintins para todo o Brasil

As apresentações dos bois são ricas em beleza, criatividade e tecnologia.

Para trazer algo novo nas apresentações e ao público, os bois investem há anos para tornar os movimentos das alegorias, um dos quesitos analisados pelos jurados, cada vez mais realista.

Kennedy Prata, um dos artistas responsáveis pelas alegorias do Caprichoso, conta que, ao longo dos anos, foram desenvolvidos diversos experimentos até chegar na robótica, para dar cada vez mais movimento às alegorias.

Ainda criança, Kennedy começou na escolinha de arte do boi e se dedicou à parte de desenho. Passou pelas áreas de pintura e esculturas, sendo chamado para trabalhar em escolas de samba do Rio e atualmente está na Beija-Flor de Nilópolis, escola do Grupo Especial do carnaval carioca.

“A gente é remunerado por isso, mas ali existe mesmo a paixão pela nossa cidade e nossa cultura. Ela é mais distante do Brasil todo. Aqui é muito difícil chegar o material, que precisa ser trazido por embarcações. É tudo muito longe, mas é um orgulho ser parintinense e levar a nossa cultura para fora”, completou.

As toadas também são um item de destaque dos bois. Ronaldo Barbosa, um dos autores do Caprichoso, explica que o boi traçou uma estratégia um ano antes do festival para dividir nas genéricas, que são as destinadas a animar as galeras, as de trabalho, que são as técnicas orientadas de acordo com o projeto do ano.

Fazendo uma relação com as escolas de samba, Adriano Aguiar, disse que seria como ter um samba-enredo para cada ala. Uma música da comissão de frente, da primeira ala, das baianas, abre alas e do último carro.

No caso do boi, para explicar a temática toda é como se fossem pequenos sambas-enredos.

“Tem também as que não são presas a nenhuma temática, que são as que chamamos de toadas de galera. É mais para a torcida, cantar, pular, extravasar. As toadas de lendas do item Amazônia, de ritual e a tema são totalmente com direcionamento. Por noite vai contar a história de determinada etnia, de conto amazônico e ritual indígena”, disse, acrescentando que as toadas direcionadas são obrigatoriamente diferentes em cada dia.

Cada boi tem que levar para a Arena 21 itens coletivos e individuais, que são avaliados por nove jurados, que observam se o tema foi bem explicado.

A divulgação das notas e o resultado oficial é no próprio Bumbódromo. O resultado da competição é conhecido no primeiro dia seguinte ao encerramento das apresentações.

Investimento

O investimento para a realização do festival é alto. Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, o governo do estado destinou R$ 3 milhões para cada boi. Já a prefeitura reservou R$ 5 milhões para cada um. Além disso, os bois recebem investimentos com base na Lei Rouanet que alcançam R$ 20 milhões. Os recursos são empregados na realização dos temas defendidos pelos bois.

Governo inaugura primeiro viaduto com nome de mulher em Juiz de Fora

O governo federal inaugurou nesta sexta-feira (28), em Juiz de Fora, Minas Gerais, o viaduto sobre a linha férrea denominado Roza Cabinda, com 360 metros de extensão, que vai ligar a região leste e o centro da cidade. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Camilo Santana, da Educação, Renan Filho, dos Transportes, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia.  

O viaduto começou a ser construído em maio de 2023, por meio de convênio entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a prefeitura de Juiz de Fora. A obra custou cerca de R$ 20 milhões, e o governo federal foi responsável por 80% dos investimentos.

Segundo a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, o viaduto vai unir a cidade, que é dividida pela linha férrea. “Estamos melhorando a mobilidade e salvando vidas, porque muitas pessoas já morreram nessa travessia”, disse a prefeita, lembrando que este é o primeiro viaduto da cidade com nome de mulher. 

Também foram assinadas hoje duas ordens de serviço para o início da revitalização de trechos da BR-267/MG e da BR-499/MG. As obras terão investimento de cerca de R$ 88 milhões, e o prazo estimado para conclusão é de até 24 meses.

Juiz de Fora foi o último compromisso do presidente Lula em Minas Gerais nos últimos dias, após eventos em Contagem e em Belo Horizonte. Lula anunciou que nos próximos dias visitará as cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Salvador e Feira de Santana, na Bahia, do Recife e de Goiânia. “Quem quiser nos pegar, corra atrás de nós porque nós vamos viajar este país e melhorar a vida deste povo.”

Roza Cabinda 

O nome do viaduto é uma homenagem a uma mulher negra escravizada de Juiz de Fora que teve que conquistar sua liberdade na Justiça. Em 1873, Roza Cabinda quis comprar sua alforria, mas, ao oferecer o valor pelo qual havia sido avaliada, o comendador Henrique Halfeld negou-se a libertá-la. Roza ajuizou ação na Justiça e conseguiu ser libertada.

Governo inaugura viaduto em homenagem a Roza Cabinda em Juiz de Fora

O governo federal inaugurou nesta sexta-feira (28), em Juiz de Fora, Minas Gerais, o viaduto sobre a linha férrea denominado Roza Cabinda, com 360 metros de extensão, que vai ligar a região leste e o centro da cidade. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Camilo Santana, da Educação, Renan Filho, dos Transportes, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia.  

O viaduto começou a ser construído em maio de 2023, por meio de convênio entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a prefeitura de Juiz de Fora. A obra custou cerca de R$ 20 milhões, e o governo federal foi responsável por 80% dos investimentos.

Segundo a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, o viaduto vai unir a cidade, que é dividida pela linha férrea. “Estamos melhorando a mobilidade e salvando vidas, porque muitas pessoas já morreram nessa travessia”, disse a prefeita, lembrando que este é o primeiro viaduto da cidade com nome de mulher. 

Também foram assinadas hoje duas ordens de serviço para o início da revitalização de trechos da BR-267/MG e da BR-499/MG. As obras terão investimento de cerca de R$ 88 milhões, e o prazo estimado para conclusão é de até 24 meses.

Juiz de Fora foi o último compromisso do presidente Lula em Minas Gerais nos últimos dias, após eventos em Contagem e em Belo Horizonte. Lula anunciou que nos próximos dias visitará as cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Salvador e Feira de Santana, na Bahia, do Recife e de Goiânia. “Quem quiser nos pegar, corra atrás de nós porque nós vamos viajar este país e melhorar a vida deste povo.”

Roza Cabinda 

O nome do viaduto é uma homenagem a uma mulher negra escravizada de Juiz de Fora que teve que conquistar sua liberdade na Justiça. Em 1873, Roza Cabinda quis comprar sua alforria, mas, ao oferecer o valor pelo qual havia sido avaliada, o comendador Henrique Halfeld negou-se a libertá-la. Roza ajuizou ação na Justiça e conseguiu ser libertada.

Rio vai monitorar temperaturas altas e classificar ondas de calor

A classificação de níveis de calor que vai possibilitar a implantação de protocolos de alerta e estabelecer ações públicas nos períodos em que a cidade do Rio de Janeiro estiver sujeita a altas temperaturas foi apresentada nesta sexta-feira (28) pela prefeitura do Rio.

Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Da mesma forma como são divulgados os estágios operacionais, o Centro de Operações Rio (COR) vai divulgar para a população o índice “Nível de Calor – NC”. A classificação terá cinco níveis de risco – de NC1 a NC5 -, baseados no grau de calor, que varia em função da temperatura e da umidade relativa do ar na capital fluminense.

O Nível de Calor também considera modelos numéricos de previsão de temperatura, estimados para três dias e atualizados a cada quatro horas. As normas serão publicadas por decreto e portaria no Diário Oficial do Município da próxima segunda-feira (1º).

O prefeito Eduardo Paes disse que o objetivo é mostrar que a administração da cidade passa a tomar decisões, a partir de dados científicos e informações concretas. O prefeito explicou também como serão definidas as gradações de calor. “Os protocolos de calor terão cinco níveis, que passam a se chamar de NC1 a NC5. Nos três primeiros níveis, o que faremos é troca de informações com a população. A partir do NC4 e, no caso do NC5, com temperaturas maiores de 44º Celsius (°C) por três dias consecutivos, poderemos tomar algumas medidas, desde interrupção de atividades e possibilidade de cancelar eventos e shows”.

De acordo com o nível de risco, o COR emitirá os alertas para a população pelos principais canais de comunicação do órgão e da Secretaria de Saúde: site, redes sociais, aplicativo e demais canais de relacionamento com a imprensa. A classificação das temperaturas se dará da seguinte forma: altas (36°C a 40°C), muito altas (40°C a 44°C) e extremas, acima de 44°C.

O chefe-executivo do Centro de Operações Rio, Marcus Belchior disse que o tema do clima não é novidade na prefeitura. “A gente tem plano de voo há algum tempo, e temos um planejamento de desenvolvimento sustentável. E um dos riscos a serem gerenciados, são as ilhas e as ondas de calor. Nesses casos, a gente sugere que os trabalhadores, por exemplo, transfiram suas atividades para áreas de sombra”, explicou.

Para o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, as altas temperaturas talvez sejam uma das questões mais críticas para o morador e para quem visita o Rio. “Existe o risco de adoecer gravemente, até de uma morte súbita se fizer exercício físico em dias de calor”, alertou.

Com o uso do Painel de Calor do Centro de Informações Epidemiológicas, a Secretaria municipal de Saúde consegue antecipar a onda de calor e poderá prever o que vai acontecer a partir de modelos adotados em todo o mundo. “O painel é público e pode ser acessado por todos. E poder prever a partir de modelos de inteligência artificial e epidemiológicos facilita nossa vida para tomar decisões e se planejar”, explicou Soranz.

A secretária de Meio Ambiente, Eliana Cacique Rodrigues, disse que, desde 2023, a prefeitura carioca apresenta uma série de políticas para reduzir as ilhas de calor identificadas na cidade. Ela citou a criação de cinco grandes parques e a política dos corredores verdes, com a arborização para conter o calor e poluição nos bairros de Irajá e Bangu, complexos do Alemão e da Maré e em Guaratiba, num total de 49 quilômetros de arborização na cidade.

Monitoramento

Os índices de temperatura e umidade relativa do ar são medidos pelas oito estações meteorológicas da rede Alerta Rio, espalhadas pelo município e monitorados em tempo real pelo Centro de Inteligência Epidemiológica da Secretaria de Saúde (CIE-SMS).

As análises vão servir de base para a tomada de decisões. O banco de dados do Centro de Inteligência Epidemiológica reúne ainda informações emitidas por satélites e a série histórica dos indicadores considerados, o que permite observar, prever e comunicar eventos meteorológicos de grande impacto.

Dólar sobe para R$ 5,58 e fecha semestre com alta de 15,15%

Em mais um dia de nervosismo no mercado doméstico e internacional, o dólar encostou em R$ 5,60 e chegou ao maior valor em dois anos e meio. A bolsa de valores teve pequena queda, mas conseguiu fechar o mês com ganhos.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (28) vendido a R$ 5,588, com alta de R$ 0,081 (+1,46%). A cotação chegou a operar em baixa nos primeiros minutos de negociação, mas disparou ainda na primeira hora de funcionamento do mercado. Na máxima do dia, por volta das 15h45, chegou a R$ 5,59.

A moeda norte-americana está no maior valor desde 10 de janeiro de 2022, quando tinha fechado em R$ 5,67. A divisa subiu 6,47% apenas em junho e 15,15% no primeiro semestre. O euro comercial fechou em R$ 5,98 e aproxima-se dos R$ 6 pela primeira vez desde fevereiro de 2022.

O mercado de ações teve um dia de ajuste. Após dois dias seguidos de alta, o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 123.911 pontos, com queda de 0,32%. Apesar do recuo de hoje, o indicador subiu 1,49% no mês. Em 2024, a bolsa recua 7,65%.

Fatores internos e externos tumultuaram o mercado nesta sexta-feira. Nos Estados Unidos, a divulgação de que a inflação ao consumidor desacelerou em maio animou o mercado no início do dia, mas as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano voltaram a subir após o índice de confiança ao consumidor cair menos que o esperado. Juros altos em economias avançadas pressionam o dólar em países emergentes, como o Brasil.

Os principais fatores, no entanto, que influenciaram o mercado financeiro nesta sexta-feira foram externos. Tradicionalmente, o último dia útil do semestre é marcado pela forte demanda de dólares por multinacionais que remetem os lucros ao exterior.

Além disso, os investidores receberam mal uma entrevista em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou absurda a Taxa Selic de 10,5% ao ano. O déficit primário de R$ 63,9 bilhões do setor público em maio também repercutiu mal. O resultado negativo foi impulsionado pela antecipação do décimo terceiro da Previdência Social.

 

*Com informações da Reuters

STF tem maioria para reconhecer que escola deve combater discriminação

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta sexta-feira (28), maioria de votos para reconhecer que escolas públicas e particulares devem coibir discriminações de gênero e sexual. 

A Corte analisa a questão no julgamento virtual de uma ação protocolada em 2014 para reconhecer que a obrigação consta no Plano Nacional de Educação. No processo, o PSOL alegou que o combate à discriminação está previsto no plano, mas de forma genérica.

Até o momento, seis dos 11 ministros votaram para reconhecer que escolas públicas e privadas devem coibir discriminações por gênero, orientação sexual, além de bullying e discriminações de cunho machista e transfóbicas.

Os votos foram proferidos pelo relator, Edson Fachin, além dos ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino. 

No voto condutor do julgamento, Fachin concordou com o PSOL e entendeu que é preciso explicitar o reconhecimento de proteção. “Uma restrição a direitos fundamentais desta natureza não apenas deveria estar posta expressamente, senão também haveria de ser acompanhada de argumentos dotados de extraordinário peso que a justificassem”, afirmou o ministro.

O julgamento virtual do caso será encerrado às 23h59 desta sexta-feira.

Ítalo Ferreira é campeão de surfe em Saquarema e entra no top 5 da WSL

Pela sexta vez consecutiva, um brasileiro venceu a etapa da Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês), disputada na praia de Itaúna, em Saquarema (RJ).  Nesta sexta-feira (28), a façanha já estava garantida antes mesmo de conhecermos o campeão, já que a final era 100% nacional. O potiguar Italo Ferreira superou o paranaense Yago Dora na decisão e, de quebra, conseguiu subiu para quarta posição no ranking mundial – apenas os cinco primeiros colocados disputarão a fase final do circuito, a WSL Finals, em Trestles, na Califórnia (Estados Unidos), em setembro. Dora também ascendeu no ranking hoje e ocupa agora a sexta posição. 

A WSL agora faz uma pausa para a Olimpíada de Paris e retorna para a última etapa em Fiji (Oceania).  A derradeira chance de somar pontos ocorrerá de entre os dias 20 e 29 de agosto. Nos Jogos de Paris, a competição de surfe ocorrerá em  onde o surfe será disputado em Teahupo’o (Taiti), entre 27 de julho e 5 de agosto. 

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— WSL Brasil 🇧🇷 (@WSLBrasil) June 28, 2024

Ítalo Ferreira – campeão mundial em 2019 e primeiro a conquistar o ouro olímpico na estreia do surfe em Tóquio 2020 – nunca havia vencido a etapa brasileira na carreira. Nas cinco finais anteriores (uma no Rio de Janeiro e as últimas cinco em Saquarema), Filipe Toledo havia conquistado três títulos, enquanto Adriano de Souza e Yago Dora foram campeões uma vez cada.

Dora, campeão no ano passado, viu Italo Ferreira pular na frente e abrir boa vantagem na decisão, antes de se recuperar e ameaçar a vitória do compatriota na reta final da bateria decisiva. No entanto, não foi o suficiente para tirar o título do potiguar, que venceu com um somatório de 13.67 contra 10.60 de Yago Dora.

ITALO FERREIRA É O CAMPEÃO! 🏄🏻‍♂️🔥

E a festa tá linda em Saquarema! 👏

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Na chave feminina, a norte-americana Caitlin Simmers derrotou a compatriota Sawyer Lindblad na final (15.50 a 3.26). Líder do ranking, Simmers foi campeã pela segunda vez consecutiva em Saquarema.

Entre os homens, Italo é o quarto colocado, com 34.045 pontos, atrás do havaiano John John Florence, do americano Griffin Colapinto e do australiano Jack Robinson. Outro australiano, Ethan Ewing, com 31.995 pontos, completa o top 5. Yago Dora vem logo atrás, com 31.635. Gabriel Medina – eliminado nas quartas em Saquarema – é outro brasileiro que ainda sonha com as finais. Ele é o oitavo, com 28.980 pontos.

No feminino, Tatiana Weston-Webb, que caiu na semifinal na etapa brasileira, subiu uma posição e agora é a sétima colocada, com 35.100 pontos. A quinta posição, no momento, está com a havaiana Gabriela Bryan, que soma 38.595 pontos.