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Mega da Virada: apostadores sonham com viajar e ajudar família

Faltando uma semana para o sorteio da Mega da Virada, apostadores sonham alto com a possibilidade de ganhar o prêmio, que esse ano deve ficar em torno de R$ 570 milhões. As apostas estão abertas até as 17h do dia 31 de dezembro, e o sorteio será no mesmo dia, às 20h. O jogo simples, de seis dezenas, custa R$ 5.

Nas saídas das lotéricas, sobram esperanças e planos. Desde a compra de bens mais caros, até a chance de contribuir para melhorar a vida de familiares, amigos e projetos sociais. No caso do Luís Claudio Viana, que é aposentado, a ideia é tentar fazer tudo isso ao mesmo tempo. 

“Primeiro, é ajudar a família. Meus irmãos, meus filhos. Depois, compraria uma fazendinha, uma casa de praia, um carro. Para viver melhor, porque salário de servidor público é pouquinho. Não dá para fazer muita coisa. E com um dinheirão desse, eu penso também em ajudar ONGs, doar para hospitais, abrigos de idosos. Se eu ganhar, não vou ficar com 500 milhões só para mim, vou dividir um pouco”, garante Luís. 

O mecânico Ubiratan Almeida pensa de forma parecida. Ele diz que tem uma vida tranquila hoje, mas que umas centenas de milhões na conta bancária seriam bem-vindos para melhorar a situação dele e dos mais próximos. 

“O que eu ganho hoje é suficiente para eu me sustentar, mas um dinheirinho extra ia facilitar muito e eu não ia precisar trabalhar mais. Ia viver a vida mesmo, sem obrigação de acordar cedo para trabalhar. O plano é viajar e terminar de curtir a vida. Eu tenho 66 anos, já estou quase no fim. Então, é desfrutar e procurar alguém que precise, principalmente da família. Que é muito dinheiro para mim só”, diz Ubiratan. 

O protético João Carlos Maia diz que ficaria feliz mesmo se não ganhasse o valor total sozinho. Com alguns poucos milhões, já conseguiria colocar as contas em ordem e realizar alguns sonhos. 

“A vida está mais difícil, então, esse dinheiro ajudaria muito. Eu conseguiria mudar para um lugar mais tranquilo, comprar uma boa casa. Tenho netos, tenho filhos. Mudaria a vida de todo mundo. Eu sempre tenho a expectativa de ganhar. Mas grandes planos, só depois mesmo. É muita grana. Para mim, 10 milhões já estaria até bom”, afirma João. 

Com a expectativa que esse seja o maior prêmio da história do concurso oficial, a artesã Luana Freitas decidiu investir mais alto nas apostas esse ano. Tanto nas individuais, como nos bolões. E quem for amigo da Luana, vai ficar duplamente feliz caso ela conquiste o prêmio máximo. É que ela promete levar os mais próximos para um grande passeio. 

“Nossa senhora, é muito dinheiro, né? A primeira coisa que eu faria seria aplicar tudo e começar a viajar. Chamar todos os amigos para uma viagem e dar uma volta ao mundo. Depois sentaria para organizar planos mais materiais. Queria comprar uma casa, um carro, seria com mais calma. Com um prêmio desse tamanho não tem como não ajudar outras pessoas. Faria algo relacionada à artesanato, um projeto social para formação de jovens, em que eu pudesse colaborar e aproveitar a minha experiência”, sonha Luana. 

Pesquisa mede emissão de óxido nitroso na Amazônia e no Pantanal

Com experimentos realizados em campo e em laboratório, pesquisa do Instituto de Química da Universidade Federal Fluminense (UFF) avalia a variação de emissão de óxido nitroso (N2O) na Amazônia e no Pantanal. O óxido nitroso é capaz de agravar a destruição da camada de ozônio e sua principal forma de emissão nos dois biomas brasileiros é pelo solo de áreas alagadas.

De acordo com o último relatório da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), a temperatura do planeta pode aumentar até 2,6ºC até o fim do século. Na Amazônia, a diminuição do nível de chuva nos períodos de estiagem, somada ao avanço do desmatamento, pode levar à ampliação da seca em algumas áreas, enquanto o aumento das chuvas em outras regiões da floresta pode provocar o alagamento de locais nunca antes alagados.

Esses eventos são intensificados pelo efeito estufa, um fenômeno natural que impossibilita a vida na Terra já que gases presentes na atmosfera, chamados de gases do efeito estufa (GEE), passam a reter parte da radiação emitida pelo Sol. Entre esses gases está o óxido nitroso, capaz de agravar a destruição da camada de ozônio, uma camada de proteção da atmosfera.

Gabriela Cugler, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geociências (Geoquímica) da UFF, explica que a agricultura e as indústrias são grandes fontes de produção do gás, mas que existe uma lacuna de informações ao tentar entender qual o impacto das emissões de N2O pelas florestas naturais. “Seja uma floresta tropical ou temperada, onde elas se encaixam dentro desse cenário?”, questiona.

O estudo destrincha como a produção de N2O funciona em diferentes cenários do bioma amazônico, considerando a presença ou não de água e de árvores, em quatro trabalhos: dois de campo, na Amazônia e no Pantanal, para avaliar o que acontece com o ambiente com o aumento ou diminuição do nível de água, e dois experimentos em laboratório apenas na Amazônia, buscando entender o impacto desses eventos extremos de seca ou alagamento.

“As plantas amazônicas, além de metano, que é um gás do efeito estufa, emitem também o N20 que é um outro gás de efeito estufa”, explicou Alex Enrich Prast, orientador da pesquisa. “Historicamente, as áreas amazônicas já emitiam esse gás do efeito estufa, mas existia um equilíbrio na natureza e no planeta onde os trópicos emitiam mais metano ou mais óxido nitroso e isso ajudava a manter a temperatura da Terra numa temperatura aceitável. No que o homem passa a emitir pelas atividades antrópicas mais metano e mais N2O com mais agricultura e fertilizantes, como consequência disso, emitem mais N2O. É importante acompanhar as emissões naturais”, detalhou.

“O óxido nitroso é 310 vezes mais potente na retenção de calor do que o CO2 [gás carbônico] e o tempo que ele fica na atmosfera é maior que o CO2. O N2O aumenta os efeitos da mudança do clima, isso já está bem estabelecida na literatura”, disse Gabriela.

Pela primeira vez em 100 anos, a Ucrânia celebra o Natal em 25 de dezembro

25 de dezembro de 2023

 

Pela primeira vez desde 1917, a Ucrânia celebra o Natal este ano em 25 de dezembro, em vez de 7 de janeiro, como na Rússia, em mais uma mudança cultural ucraniana em relação ao seu vizinho.

Embora tanto a Rússia como o Ocidente utilizem o calendário gregoriano, a Rússia ainda segue o calendário juliano para algumas práticas religiosas. A mudança de Kiev é um sinal do seu esforço contínuo para se alinhar com a Europa.

“Acreditamos que realmente deveríamos celebrar o Natal com o mundo inteiro, muito, muito longe de Moscou. Para mim, essa é a nova mensagem agora”, afirmou um paroquiano.

 

Rio faz campanha em ônibus para prevenir desaparecimento de crianças

A partir deste domingo (24) até o dia 7 de janeiro, monitores em ônibus e terminais rodoviários da região metropolitana do Rio de Janeiro vão exibir vídeos informativos com instruções de segurança e prevenção ao desaparecimento de crianças e adolescentes.  

A iniciativa do governo do estado foi elaborada pela Fundação da Infância e Adolescência (FIA-RJ), que administra o programa SOS Crianças Desaparecidas, e conta com a parceria do RioÔnibus (Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro) e da Onbus, empresa que explora o serviço de mídia nos veículos e terminais. 

De acordo com o RioÔnibus, ao divulgar as diretrizes de prevenção ao desaparecimento nos painéis dos terminais e nas TVs internas dos ônibus, é possível conscientizar mais de 3 milhões de pessoas. 

“As parcerias são fundamentais para a mobilização da sociedade e para a localização de crianças e adolescentes desaparecidos. O grande objetivo é reduzir, ao máximo, o número de casos ao ponto de atuar prioritariamente em ações de prevenção”, disse Luiz Henrique Oliveira, gerente do SOS Crianças Desaparecidas. 

Rio faz campanha em ônibus para prevenir desaparecimento de crianças Foto: Prefeitura Rio de Janeiro/Divulgação

Crianças localizadas 

A FIA-RJ tem um banco de dados de desaparecidos há 27 anos. Nesse período, foram registrados 4.307 desaparecimentos de jovens, sendo 3.753 localizados. Apenas em 2023 foram 101 sumiços, com 90 reencontrados.  

De acordo com a Lei da Busca Imediata (Lei federal 11.259/2005), não é preciso prazo de espera antes de comunicar às autoridades um caso de desaparecimento. A investigação será realizada imediatamente após a notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, polícia rodoviária e companhias de transporte interestaduais e internacionais. 

Como prevenir 

A FIA fornece as seguintes dicas para pais e responsáveis evitarem casos de desaparecimento. 

– Ensine ao seu filho o nome dele completo, endereço e os telefones de contato dos pais ou responsáveis; 

– Quando estiver em locais de grande circulação de pessoas (show, praia, etc.), marque um ponto de encontro para o caso de se perderem; 

– Faça a carteira de identidade do seu filho (pode ser tirada desde o nascimento). Diga para ele andar sempre com um documento de identificação; 

– Nunca deixe crianças sozinhas, seja em casa ou na rua, nem sob os cuidados de outra criança ou adolescente; 

– Mostre ao seu filho como buscar ajuda quando necessário: forneça a ele o número de emergência (190); 

– Entenda os riscos que a internet pode causar e oriente os seus filhos sobre as medidas de segurança e cautelas necessárias; 

– Conheça os amigos de seu filho e as pessoas com quem ele convive (escola, cursos, vizinhos, etc.); 

– Mantenha sempre uma conversa franca e aberta com seu filho para que ele possa se sentir seguro e confiar em você. Ouça seu filho! Ele tem sempre coisas importantes a lhe dizer!

Arma de brinquedo no roubo gera grave ameaça, decide STJ

A utilização de simulacro de arma (a arma de brinquedo) nos crimes de roubo oferece grave ameaça à vítima. Essa é a tônica de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), divulgada na semana passada. 

O julgamento, no último dia 13, realizado pela Terceira Seção, gera consequências para quem for condenado porque impede a substituição da prisão por alguma pena alternativa.  

A decisão ocorreu depois de recurso do Ministério Público do Rio de Janeiro a respeito de um crime cometido em uma agência terceirizada dos Correios. O réu entrou com a imitação de uma arma, imobilizou as pessoas e retirou R$ 250 do caixa. 

Ele foi preso, mas o Tribunal de Justiça do Rio entendeu que a arma de brinquedo não configuraria grave ameaça. No entanto, para o ministro do STJ Sebastião Reis Junior, a decisão estadual “contrariou posicionamento consolidado da doutrina e da própria jurisprudência do STJ”, divulgou o STJ.

O ministro esclareceu que a simulação do uso de arma de fogo durante o crime configura grave ameaça porque é suficiente para intimidar a vítima.

“A Corte de Justiça fluminense foi de encontro não somente ao entendimento doutrinário, mas também à jurisprudência consolidada do STJ que dispensa ao uso de simulacro de arma de fogo para a prática do crime de roubo a natureza jurídica de grave ameaça, subsumindo-se ao disposto no artigo 44, I, do Código Penal, impossibilitando a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos”, concluiu o relator ao concordar com recurso do Ministério Público.

* Com informações do STJ

Vilas de Natal estão abertas à visitação até amanhã em São Paulo

O público pode visitar as quatro vilas de Natal da capital paulista até segunda-feira (25), dia de Natal. Cada vila tem decoração temática, árvore de Natal, Papai Noel, pista de patinação no gelo e praça de alimentação com food trucks. Os espaços têm acesso livre e gratuito.

A vila montada no centro da cidade está na Praça da Sé. Na zona norte, a estrutura está montada na Vila Maria, na Rua Sobral Júnior, 264; na zona leste, na Praça Dilva Gomes Martins, em Artur Alvim e, na zona sul, está no Parque da Água Espraiada, na Avenida Túlio Teodoro de Campos, 51. 

Neste domingo  (24), as vilas estão abertas até as 22h. Na segunda-feira, funcionarão de 17h às 22h.

A cidade tem ainda duas atrações para visita neste dia 25 de dezembro. No Viaduto do Chá, em frente à sede da prefeitura, a Árvore de Natal Tecnológica é uma estrutura interativa com 20 metros de altura e 15 camadas de luzes Led. Idealizada por Zé Carratu, tem 230 metros quadrados de painéis de Led que resistem à chuva e ventos, permitindo que os efeitos sejam visíveis também durante o dia.

Já a instalação Bolhas está na Praça do Patriarca, também região central da cidade. São mais de 50 bolhas retroiluminadas estampadas com obras de artistas do coletivo de grafite Os Tupys. Tanto a árvore como a instalação estão expostas durante todo o dia e noite.

O espetáculo de luzes Moving Lights, concebido por Zé Carratu, será apresentado entre 17h e 22h de segunda-feira, também na Praça do Patriarca. A estrutura de iluminação móvel será projetada em monumentos históricos na praça e formará cenas que serão visíveis de diversos pontos da cidade.

USP dá diploma honorífico a estudantes mortos na ditadura militar

Cinquenta anos depois de serem assassinados na ditadura militar brasileira, dois estudantes da Universidade de São Paulo (USP) foram homenageados pela universidade com diplomas honoríficos neste mês. Mortos em 1973, Alexandre Vannucchi Leme e Ronaldo Mouth Queiroz foram alunos do Instituto de Geociências (IGc) na década de 1970 e também militantes do movimento estudantil da USP. 

A homenagem faz parte do projeto Diplomação da Resistência, uma iniciativa da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) e da vereadora paulistana Luna Zarattini (PT), em parceira com o Instituto de Geociências da USP.

As duas diplomações póstumas são as primeiras entre 33 homenagens que a universidade deve promover por meio do projeto para estudantes que foram assassinados pela ditadura militar. O objetivo, informou a instituição, é “reparar as injustiças e honrar a memória dos ex-alunos”.

“Diplomar estudantes que foram assassinados na ditadura significa reparar uma dívida histórica que a universidade tem com esses estudantes. Muitos deles se destacaram academicamente, politicamente e, por razões óbvias, não puderam finalizar seus estudos porque estavam mortos”, disse Renato Cymbalista, coordenador da Diretoria de Direitos Humanos e Políticas de Memória, Justiça e Reparação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento. “É muito importante que a universidade reconheça essa enorme ruptura, essa tragédia, e se coloque em uma posição de solidariedade e de empatia com os familiares, com os amigos e com os parentes das vítimas e também consiga se colocar como uma instituição que não aceita a violação de direitos humanos”, acrescentou, em entrevista à Agência Brasil.

Em 2013, a universidade criou a sua própria Comissão da Verdade para examinar e esclarecer as graves violações aos direitos humanos que foram praticadas contra docentes, alunos e funcionários da universidade durante a ditadura militar brasileira. No relatório final, a Comissão da Verdade concluiu que a ditadura militar foi responsável pela morte de 39 alunos, seis professores e dois funcionários da universidade.

“Uma das recomendações da Comissão da Verdade da USP foi justamente a diplomação honorífica. Algo que nós agora estamos seguindo”, disse Cymbalista.

Alexandre Vannucchi Leme

Alexandre Vannucchi Leme tinha apenas 22 anos e estudava Geologia da USP. quando foi preso, torturado e morto por agentes do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) paulista, um órgão subordinado ao Exército.

Nascido em Sorocaba, era filho de professores e militava na Ação Libertadora Nacional (ALN) na época de sua prisão. Segundo a Comissão Estadual da Verdade, ocorrida na Assembleia Legislativa de São Paulo, Leme foi visto pela última vez no dia 15 de março de 1973, assistindo aulas na USP. No dia 16 de março, ele foi preso por agentes do DOI-Codi e submetido a intensas sessões de tortura. Um inquérito policial instaurado na época informava que ele foi preso “para apurar atividades subversivas da ALN”. No dia seguinte à sua prisão, Leme morreu em decorrência das torturas.

O estudante foi enterrado como indigente e a causa da morte divulgada pelo governo foi atropelamento, que teria ocorrido, segundo a versão militar, enquanto Vannucchi tentava fugir da polícia. Apenas em 2014 sua certidão de óbito foi retificada, com a informação de que havia sido morto no DOI-Codi por tortura.

Ronaldo Mouth Queiroz

Ronaldo Mouth Queiroz também era estudante de Geologia e vinculado à ALN. Foi presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP e, sob o pseudônimo de Mc Coes, produziu um jornal independente que fazia críticas políticas bem-humoradas.

Queiroz foi morto a tiros por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em 6 de abril de 1973, três semanas após a morte de Vannucchi, enquanto estava em um ponto de ônibus. A versão oficial dizia que Queiroz teria morrido após uma troca de tiros com militares, mas testemunhas que estavam no mesmo ponto de ônibus disseram ter visto ele ser executado.

Conceder o diploma honorífico a esses estudantes é um caminho para a memória e a reparação desse período. No entanto, os familiares e amigos das vítimas da ditadura militar no Brasil ainda prosseguem na luta por justiça e condenação. “O Brasil não foi capaz de fazer justiça. Ele não foi capaz de condenar explicitamente os algozes da ditadura. Isso porque, quando a gente teve a nossa lei da anistia, nós anistiamos tanto aqueles que tinham sido perseguidos pela ditadura, que estavam em exílio ou que estavam na clandestinidade quanto os torturadores. E isso teve algumas consequências bastante problemáticas porque a gente nunca conseguiu realmente fazer justiça como, por exemplo, aconteceu na Argentina, onde perpetradores foram para a cadeia e estão pagando por seus crimes. Isso não aconteceu aqui no Brasil”, disse Cymbalista.

Ministros defendem regulação das redes sociais após morte de jovem

Ministros do governo federal defenderam a regulação das redes sociais para combater a disseminação de notícias falsas, após a morte de uma jovem de 22 anos. As declarações foram dadas neste sábado (23) pelo ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, e pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Na sexta-feira (23), Jéssica Canedo, moradora de Araguari (MG), foi encontrada morta. Jéssica passou a ser alvo de ataques virtuais nas redes sociais após o perfil de notícias de celebridades Choquei divulgar que a jovem teria um relacionamento amoroso com o humorista Whindersson Nunes.

O suposto relacionamento foi negado pelo artista e pela jovem, mas a desinformação não foi retirada das plataformas. Segundo a família, ela sofria de depressão. 

Em postagem nas redes sociais,  o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida, declarou que a regulação das redes sociais é um “imperativo civilizatório”.

“A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável”, escreveu.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou que a morte de Jéssica foi causada pela “irresponsabilidade” de perfis que lucram com a misoginia e a disseminação de mentiras.

“É inadmissível que o conteúdo mentiroso contra Jéssica, que fez crescer uma campanha de difamação contra a jovem, não tenha sido retirado do ar nem pelo dono da página nem pela plataforma X ao longo de quase uma semana, mesmo depois dos apelos da própria Jéssica e de sua mãe”, completou a ministra.

Em nota, o perfil Choquei afirmou que não houve “qualquer irregularidade” nas informações publicadas  e que as postagens foram feitas com os “dados disponíveis no momento”.

“O perfil Choquei, por meio de sua assessoria jurídica, vem esclarecer aos seus seguidores e amigos que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil. Cumpre esclarecer que não há responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas”, declarou.

Lesão de ligamento cruzado anterior do joelho é terror para atletas

O que a ginasta Rebeca Andrade, a tenista Luísa Stefani e o jogador de futebol Neymar têm em comum, além de serem medalhistas olímpicos e astros do esporte brasileiro? Os três foram vítimas de uma das lesões mais temidas por atletas de alto rendimento, a do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho. O atacante foi a mais recente, ao se contundir em partida das Eliminatórias da Copa do Mundo diante do Uruguai, em outubro.

“O ligamento cruzado anterior é uma estrutura ligamentar que funciona como se fosse uma corda, que liga o osso da coxa, chamado de fêmur, ao principal osso da perna, que é a tíbia. Ele impede que o joelho desloque para frente, ou seja, que a tíbia vá para frente, na hora que é feito algum movimento, estabilizando a rotação”, explicou o médico Marco Demange, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O giro brusco do joelho pode causar a ruptura do ligamento. Segundo Demange, isso pode ocorrer devido a três fatores.

“O primeiro é quando o ambiente traz uma chance maior de travar o joelho. Por exemplo, no esqui. A segunda situação envolve esportes em que a energia do trauma pode ser potencialmente grande quando o indivíduo aterriza de uma maneira não ideal. Isso pode ocorrer no skate. E a terceira é quando acontecem descontroles inesperados do movimento, como nos esportes de impacto”, descreveu.

Foi assim que Natan Micael, atleta de handebol do Esporte Clube Pinheiros, entrou para a estatística. Em junho, o armador central estava em quadra pelo clube paulista na disputa de terceiro lugar do Campeonato Sul-Centro-Americano masculino, torneio que valia vaga no Mundial da modalidade, quando sofreu a lesão.

“Foi um momento no qual fui fazer uma mudança de direção muito rápida. A musculatura não respondeu e foi quando tive entorse grau três de joelho”, contou Natan.

No caso de Gizele Dias, o momento de aterrissar após um salto, durante uma partida amadora de vôlei, provocou a contusão no joelho esquerdo, que acabou indo além da ruptura do LCA. Segundo ela, também houve estiramento de ligamento posterior e colateral, edema ósseo e derrame articular.

“Eu utilizava articuladores de tornozelo, que só me permitiam fazer a flexão do pé, e não torcia o tornozelo. Mas eu era uma atleta tão amadora, e fiz Educação Física pensando na vida de atleta amadora, que não fazia fortalecimento. No salto, acabei me desequilibrando para o lado esquerdo. O articulador fez a função de não torcer o tornozelo. Fêmur para dentro, tíbia para fora, ocasionou essa lesão horrorosa”, recordou Gizele.

O caso foi tão grave que, mesmo após a cirurgia, ela não conseguiria mais praticar o esporte que tanto amava. Ao menos, a versão convencional. Apresentada ao vôlei sentado, Gizele se reencontrou. Hoje é uma das atletas mais experientes da seleção brasileira feminina, medalhista de bronze nas últimas duas Paralimpíadas e atual campeã mundial da modalidade. Mesmo assim, a levantadora precisa de cuidados para se movimentar na quadra.

“Preciso jogar com uma órtese, que deixe o joelho imobilizado. Jogo com a perna dura mesmo. Se tiro [a órtese], fico com a perna boba e posso me machucar se fizer um movimento para trás, pois não tenho essa sensibilidade na parte da frente [da perna] e o joelho é frágil”, detalhou.

De acordo com Hesogy Gley, médico-chefe do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), porém, não é comum que a lesão de LCA isolada impacte a ponto de o atleta migrar para o paradesporto.

“Como [a lesão de ligamento cruzado anterior] é recuperável, ela não deixa grandes sequelas. O que vemos são [atletas entrarem no esporte paralímpico por] lesões mais graves, com vários ligamentos rompidos, o que eventualmente leva a uma lesão neurológica”, explicou Gley.

Longa recuperação

A recuperação de uma lesão de LCA varia de nove meses a um ano. Após a cirurgia, o processo envolve fisioterapia e o retorno gradual às atividades esportivas.

“O primeiro pilar [do tratamento] é o tempo do ligamento se formar e ficar com resistência equivalente ao antigo. O segundo é o da força muscular. A hora na qual a pessoa faz uma cirurgia de joelho, a musculatura enfraquece temporariamente e é preciso recuperá-la em nível igual ou melhor a de antes da cirurgia. O terceiro pilar é o condicionamento aeróbico. Por fim, existe o trabalho de propriocepção, a capacidade de o corpo voltar a entender aquele joelho, a mecânica dele, para executar o movimento correto”, enumerou Demange.

“Dividimos [a recuperação depois da cirurgia] em algumas etapas, tanto na cicatrização do enxerto, como a evolução física do atleta. Cada caso é um caso”, afirmou Laís Coelho, fisioterapeuta da equipe de handebol do Pinheiros e que acompanha o tratamento de Natan.

O jogador, inclusive, já integra novamente parte da rotina da equipe, ainda que fora de quadra. Técnico do time de handebol masculino do Pinheiros, e ex-comandante da seleção brasileira da modalidade, Washington Nunes é cauteloso quanto ao retorno do armador central, não somente por conta do joelho contundido.

“Antigamente dizia-se que em seis meses o atleta poderia voltar ao campo ou à quadra. Hoje não é bem assim, porque não existe apenas a recuperação do órgão lesionado, mas a composição geral do corpo para a prática do jogo. Muitas vezes, ele começa a treinar, aí dói o tornozelo, o braço, o ombro, que não eram as articulações que ele estava envolvendo com tanto estresse e repetição [nos meses anteriores]”, justificou o treinador.

“O primeiro mês foi o mais difícil, porque é um momento muito doloroso, com inchaço, dor. Agora está chegando o momento bom, de começar a fazer atividade física de membro inferior. Estou começando a correr, então é um momento que anima. Você passa a entender melhor a musculatura, [vê-la] respondendo bem à evolução no processo”, contou Natan.

Medicina hiperbárica

O tratamento de lesões de LCA evoluiu nos últimos anos. A ciência pesquisa, agora, como acelerar a reconstrução do ligamento e encurtar o tempo de recuperação. Segundo Demange, um dos estudos, realizado no Hospital das Clínicas, é a tese de doutorado – da qual é orientador – do médico ortopedista Chilan Leite sobre o uso da medicina hiperbárica.

O uso de câmaras hiperbáricas para recuperação física tem crescido no meio esportivo de altíssimo rendimento. De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica (SBMH), a pessoa fechada no equipamento é submetida a uma pressão duas a três vezes maior que a atmosférica, enquanto respira oxigênio puro por meio de uma máscara. O processo aumenta a oxigenação do sangue e auxilia no combate a infecções e na cicatrização de feridas.

“Quando a gente faz a reconstrução do ligamento cruzado anterior, o enxerto é retirado de um tendão e músculo. Acelerar a cicatrização desse enxerto já é um benefício. Por fim, estudamos isso dentro de um estudo experimental com coelhos, que mostrou ter acelerado a forma como o ligamento prende no osso. Ele prendeu mais rápido e fechou mais rápido. A resistência desse ligamento acelerou em uma ordem de grandeza de duas semanas, mais que o triplo do ligamento reconstruído sem a medicina hiperbárica”, descreveu Demange.

“Não posso afirmar que vai acontecer com as pessoas, mas, de todos os estudos até agora, com aspiradas de medula óssea, plasma rico em plaquetas, manutenção do restante do ligamento, várias outras técnicas, a medicina hiperbárica se mostrou mais eficaz”, completou o médico.

Para além dos estudos, a evolução na recuperação depende também do próprio atleta entender a necessidade de um maior cuidado com a saúde do corpo.

“Após o retorno ao esporte, mantemos um trabalho preventivo, que devia ser algo do atleta, mas se torna ainda mais importante na prevenção de [novas] lesões, tanto de LCA, como outras que o atleta tem o risco. É um trabalho para a vida do atleta”, explicou Laís.

“Acho que a confiança [para volta às quadras] não será um problema, mas me adaptar. Querendo, ou não, não é o mesmo joelho. Precisarei de um cuidado maior para o resto da vida. Pré-treino, recuperativo, uma atenção maior do que antes”, concluiu Natan.

Quilombo no Rio integra o Programa de Aquisição de Alimentos

São 5h da manhã quando os moradores do Quilombo Dona Bilina começam a colheita. Por volta das 8h, frutas, verduras e hortaliças são amarradas, organizadas em caixas e preparadas para serem recolhidas. Por causa do calor, os alimentos são lavados para que cheguem frescos. O destino final das bananas, folhas de taioba, salsinhas, cebolinhas, mamão, coentro, entre outros produtos, todos de qualidade e livres de agrotóxicos e venenos, são mulheres em situação de vulnerabilidade e suas famílias.  

A remessa do quilombo é a primeira feita pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, que compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e os destina gratuitamente para pessoas que não têm acesso à alimentação adequada e saudável e àquelas atendidas pela rede da assistência social, por meio de equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional, como as cozinhas comunitárias e os restaurantes populares, pela rede pública e filantrópica de ensino e pelas redes públicas de saúde e justiça. 

“A importância para essa população aqui do Quilombo Dona Bilina é, de fato, a geração de renda e novas perspectivas. Estamos buscando assistência técnica, porque não temos ainda, mas temos certeza que vai chegar”, disse a presidente da Associação de Remanescentes do Quilombo, Leonídia Insfran de Oliveira Carvalho. 

Agricultores do Quilombo Dona Bilina, em Campo Grande (RJ), preparam a produção para entrega ao Programa de Aquisição de Alimentos – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

“É tudo completamente sem agrotóxico. Outra parte importante desse projeto é entender que é importante a gente levar uma comida sem veneno para a mesa dessas pessoas que estão em situação de vulnerabilidade alimentar”, comemora Leonídia Carvalho. 

Ao todo, serão atendidas as famílias de 100 mulheres da zona oeste do Rio de Janeiro, onde o quilombo está localizado.

Na terça-feira (19), quando a Agência Brasil visitou o local, os moradores comemoravam não apenas a vitória de terem reunido os alimentos, apesar de todas as dificuldades logísticas e do calor extremo na cidade nos últimos dias, mas também o aniversário de Leonídia Carvalho. As mulheres puxavam canções e, entre música e um café da manhã compartilhado, os alimentos eram separados.  

“É sempre assim, é canto, é sorriso, é alegria. Quem chega aqui se sente bem, a gente passa essa alegria, essa energia boa para as pessoas. E os alimentos vão chegar assim. Estamos preparando, jogamos água nas plantas para elas não murcharem porque o sol castiga. Tem que jogar uma aguinha para elas chegarem lá vivas, bonitas igual estão saindo daqui”, disse a agricultora Sueli de Oliveira.  

Agricultores do Quilombo Dona Bilina, em Campo Grande (RJ), preparam a produção para entrega ao Programa de Aquisição de Alimentos – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Para quem recebe os alimentos, a ajuda é urgente. “As famílias estão esperando, elas estão aguardando. São pessoas que têm necessidade, que estão desempregadas, com fome. Mas, me dá felicidade estar aqui ajudando a colher, nos unindo para estarmos articulando muito mais coisas. A gente está aguardando isso há 1 ano e quem tem fome tem pressa”, diz Penha da Silva, uma das coordenadoras do Coletiva Todas Unidas. A coletiva será uma das beneficiadas com os alimentos do PAA.  

Pandemia

Agricultora Sueli de Oliveira, do Quilombo Dona Bilina, durante colheita para o Programa de Aquisição de Alimentos – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Entrar para o PAA é um passo importante para a comunidade, um passo dado depois de anos de trabalho e de articulação. Mas ainda assim, é um primeiro passo de muitos que ainda são necessários para garantir a qualidade de vida e a segurança alimentar tanto da população do quilombo quanto dos arredores.  

As articulações que viabilizaram o projeto, aprovado no PAA, e que agora sai do papel, começaram na pandemia, quando surgiu a Teia de Solidariedade da Zona Oeste. Diante da pobreza e fome que aumentaram ainda mais na pandemia, organizações quilombolas de mulheres e outros locais se organizaram para garantir ao menos cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade.  

“A gente começa a perceber que quem pedia dinheiro, pedia para comprar uma salsicha, um macarrão. Ninguém dizia ‘Não tem uma verdura para me arrumar?’ Então começamos a distribuir cestas agroecológicas e fizemos isso captando recursos”, conta a pesquisadora e articuladora da Teia Silvia Baptista. 

Agricultores do Quilombo Dona Bilina, em Campo Grande (RJ), preparam produção para entrega ao Programa de Aquisição de Alimentos – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

“Que fome é essa? É uma situação de insegurança que tinha uma marca da luta de classes e uma questão racial também, na medida que maioria das famílias negras estava em insegurança alimentar. A maioria das pessoas negras e famílias chefiadas por mulheres”, disse Silvia Batista.  

Em 2022, as associações, coletivas comunitárias, casas de Axé, terreiros, Ilês, quilombos e demais organizações como a Mulheres Negras da Zona Oeste do Rio entregaram uma carta aberta ao governo federal pedindo a retomada do PAA, “reivindicando que os orçamentos públicos federal, estadual e municipal de 2023 deem urgência às compras de alimentos agroecológicos seguidos de doação às mulheres organizadas em situação de grave insegurança alimentar”.  

O programa, então, ganha força em 2023, quando recebe do governo federal um orçamento de mais de R$ 900 milhões. Em outubro, foram assinados os contratos com as organizações da agricultura familiar selecionadas na primeira fase de execução do programa, com os recursos de R$ 250 milhões. Nessa fase, foram priorizados projetos com maior participação de mulheres, indígenas e povos e comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária. Ao todo, a aquisição nessa fase foi de mais de 45 mil toneladas de alimentos, diversificadas em 350 tipos de produtos.  

“Nós fomos o único quilombo do Rio de Janeiro a acessar o PAA, e eu me pergunto por quê? Acredito que o por quê esteja muito relacionado com a questão dessa burocracia toda. Nós tivemos alguma assistência, a Teia nos ajudou a acessar. A gente conseguiu, através da Teia também, um contador que pudesse acompanhar a emissão de muitos documentos. Mas imagina aquele quilombo que hoje a liderança não tem parcerias ou não tem instrução suficiente, como ele acessou? Ele não acessou porque é burocracia demais”, questiona Leonídia Carvalho.  

Logística  

O Quilombo Dona Bilina foi certificado como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares, em 2017. “A certificação vem mediante o reconhecimento da tradicionalidade dos saberes e fazeres dessa comunidade, da ligação que essa comunidade tem com a terra, com o conhecimento de ervas medicinais, com o conhecimento de rezas. É importante a gente destacar que esse é o conhecimento que favorece que a comunidade permaneça e continue com sua tradição nesse lugar”, explica Leonídia Carvalho.   

A comunidade é formada por agricultores, que mantêm a tradição do cultivo sem agrotóxicos, a chamada agroecologia, ou, como define Leonídia Carvalho, agricultura quilombola ou simplesmente roça, “aquilo que sempre fizemos, que muitas vezes não é reconhecida e é invisibilizada”.

O quilombo é um dos cinco que estão no Parque Estadual da Pedra Branca, unidade de conservação criada em 1974, que ocupa diversos bairros da zona oeste do Rio de Janeiro e é considerada a maior floresta urbana do país.  

Quilombo Dona Bilina, em Campo Grande (RJ) – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

“O que a gente precisa é fortalecer essa agricultura, fortalecer esses agricultores para que eles continuem trabalhando da forma adequada com relação ao plano de manejo do parque. Conhecer novas tecnologias para esses agricultores também é importante, para melhorar a descida dos produtos. Tem agricultores que levam de 4 a 5 horas descendo esses produtos [uma vez que se trata de uma região montanhosa]. É difícil para caramba. A gente precisa melhorar esses acessos, dar condições para que eles consigam continuar trabalhando na roça, que é o trabalho que eles sempre fizeram durante muitos anos. E valorizar esse trabalho”, defende Leonidia Carvalho.  

A agricultora Cinara da Silva Gomes é uma das produtoras da parte alta do Maciço. “Normalmente, a gente leva umas 3, 4 horas colhendo banana, depende também do horário que a gente chega lá em cima. São 4 horas a pé, só subido. O que a gente ganha aqui já vai ajudar para as outras plantas lá em cima. Vai comprar mais semente, ajudar a comprar o milho dos animais, porque eles comem milho, que dá força para descer [com as mercadorias]”. 

Ela está participando do PAA e contribuiu, nessa leva, com as bananas.  

Respeitar a natureza é regra diária. Como se trata de uma reserva, Cinara Gomes explica que para cortar qualquer árvore é preciso ter autorização. “Tem muita árvore lá que é centenária”. 

O sítio da família de Cinara Gomes fica no caminho da trilha feita pelos visitantes. Ela diz que sempre explica a eles a importância daquele lugar. “Eu falo para  não jogar plástico, não jogar sacola, no meio do caminho, para não matarem a natureza. Se não fosse a natureza, a gente não estava aqui. A gente veio da terra e para a terra voltará”.