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Lula cobra agilidade na liberação de recursos para o Rio Grande do Sul

Em terceira visita ao Rio Grande do Sul desde o início das enchentes que devastaram o estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (15), que os governos precisam trabalhar com agilidade para dar respostas à população. Lula participou de uma solenidade em São Leopoldo do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, para anunciar novas medidas de socorro à população, incluindo o pagamento de um benefício de R$ 5,1 mil para as famílias afetadas pelas inundações, além de um programa de reconstrução de moradias populares.

“Um apelo aos companheiros prefeitos, pelo amor de Deus, a agilidade de vocês, de apresentar as propostas e projetos, é que vai mostrar, pra gente, se a Caixa Econômica está morosa ou não, se tem burocracia ou não”, disse Lula.

“Se for a burocracia, nós temos que desmontar essa burocracia. Não é possível. Muitas vezes, o tempo de pensar de um cidadão que está com a responsabilidade de liberar um recurso, porque ele é um funcionário estatutário, não é o mesmo tempo do cara que está precisando do dinheiro”, acrescentou o presidente. Lula observou que, desde as enchentes que assolaram o Vale do Taquari, no ano passado, a reconstrução das casas não tinha começado.

A população gaúcha vive a maior catástrofe climática de sua história, desde o dia 29 de abril, com chuvas e enchentes que resultaram na morte de 149 pessoas e deixaram mais de 800 mil fora de suas casas.

Lula ainda alertou que, se a resposta do poder público não for rápida, as instituições perdem credibilidade e abrem caminho para desestabilização política.

“As coisas têm que funcionar, porque senão a gente perde credibilidade, as pessoas passam a desacreditar nas instituições, na democracia, nos governantes. E o que vai acontecer? Uma anarquia, ninguém acredita em ninguém, cada um faz o que bem entende até que o mundo se mate”, reforçou.

Durante a visita, Lula visitou um abrigo em São Leopoldo e conversou com famílias que tiverem que deixar suas casas. 

União institucional

A viagem de Lula ao Rio Grande do Sul contou com presença de diversas autoridades, incluindo o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que elogiou o esforço de unidade envolvendo os governos estadual e federal.

“Eu não sou da política, sou do direito, mas é muito importante ressaltar nesse momento a presença do presidente da República e do governador do estado. Acho que isso representa uma elevação de patamar civilizatório, que é a não politização de uma crise humanitária”, afirmou o magistrado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que acompanhariam a comitiva, acabaram ficando em Brasília para encaminhar o dia de votações no Legislativo. Ambos estiveram com Lula na visita anterior ao estado, há 10 dias.

“Nós estamos aqui para mostrar que não haverá diferenças políticas, não poderá haver diferença ideológica para superar o momento de união que deve ser atender as pessoas que mais precisam, as pessoas que precisam de casa, de abrigo, de atenção, vamos estar junto delas”, enfatizou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em seu discurso.

Leite ainda lembrou que todos os governadores de todos os estados enviaram equipamentos e equipes de resgate e destacou o fato de milhares de pessoas terem sido salvas, apesar das 149 mortes registradas até agora. 

Mais de 95% da população diz ter consciência das mudanças climáticas

A grande maioria da população brasileira (95,4%) afirma ter consciência de que as mudanças climáticas estão acontecendo, enquanto apenas 3,5% dizem não ter consciência. Um por cento não sabe opinar ou não quis responder a respeito na pesquisa de opinião sobre percepção pública da ciência e tecnologia (C&T), divulgada nesta quarta-feira (15) em Brasília pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), uma associação civil sem fins lucrativos supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A consciência quase unânime dos brasileiros nas mudanças climáticas, no entanto, não se traduz em absoluta concordância sobre as razões do fenômeno. Para 78,2% dos entrevistados, as transformações no clima do planeta Terra ocorrem em razão da ação humana – como apontam diferentes estudos científicos. Mas, para 19,6%, essas mudanças são da natureza, sem intervenção do homem.

A percepção da gravidade das mudanças climáticas é ainda mais relativa. Seis de cada dez entrevistados (60,5%) concordam que o evento representa um “grave perigo para as pessoas no Brasil”. Para 26,9%, os riscos são de porte “médio”. Quase 12% dos entrevistados (11,8%) creem que as mudanças são “um perigo pequeno” (8,2%) ou “não são um perigo” (3,6%).

Amostra

A pesquisa foi aplicada na última semana de novembro e primeira semana de dezembro do ano passado, bem antes das tempestades e enchentes que afligem o Rio Grande do Sul. No total, foram entrevistadas 1.931 pessoas com 16 anos ou mais. A composição da amostra tem representação de estratos por gênero, idade, escolaridade, renda e local de moradia em todas as regiões do país.

Essa é sexta edição da pesquisa de opinião sobre percepção pública de C&T entre os brasileiros. As edições anteriores ocorreram em 1987, 2006, 2010, 2015 e 2019. Entre os levantamentos, os pesquisadores afirmam que não foram observadas mudanças significativas de interesse pelas temáticas abordadas.

Interesse pela ciência

Na edição de 2023, o interesse por ciência e tecnologia ficou no mesmo patamar das pesquisas anteriores (60,3% dos entrevistados). O percentual alcançado pela temática indica interesse menor do que em temas associados como medicina e saúde (77,9%), e meio ambiente (76,2%); e em temas diferentes, como religião (70,5%) e economia (67,7%).

Ciência e tecnologia ficam à frente do interesse por esporte (54,3%); arte e cultura (53,8%); e política (32,6%). Mesmo que minoritário, o interesse por política foi o único sobre o qual se notou crescimento significativo nas duas últimas edições da pesquisa: mais de nove pontos percentuais. Em 2019, apenas 23,2% dos entrevistados se declararam interessados por esse assunto.

Apesar do interesse declarado sobre C&T, apenas 17,9% disseram conhecer alguma instituição de pesquisa científica e 9,6% lembraram o nome de algum(a) cientista brasileiro importante. Também é minoritária a proporção de brasileiros que visitam espaços ou participam de atividades relacionadas ao conhecimento científico e/ou educação. “Declarar interesse significa a importância que os brasileiros atribuem para o tema (não significa necessariamente ler, participar ou se informar, mesmo que a correlação exista)”, explica o relatório da pesquisa.

Tendo como referência os 12 meses que antecederam o levantamento, menos de 20% dos entrevistados (19,4%) disseram ter ido a uma biblioteca; 18,9% participaram de feira ou olimpíada da ciência; 13,4% visitaram museu de arte; 11,5% estiveram em museu de C&T; e 6,6% acompanharam a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – que na edição anterior à pesquisa foi realizada em Brasília, com o tema: Bicentenário da Independência: 200 Anos de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil. Até mesmo visita a zoológico foi minoritária entre os entrevistados (32,7%).

Cidadania científica

Conforme o relatório da pesquisa, o levantamento indica desigualdade no acesso ao conhecimento. “O interesse em C&T tende a se modificar em função da região de moradia, da idade, da renda e do tipo de participação política dos entrevistados. Isto é, seu valor é maior nas regiões Norte e Sul; cai fortemente com a maior idade; ao crescer a renda, o interesse tende a crescer; e seu valor aumenta de acordo com aqueles que dizem participar de greves, manifestações, abaixo-assinados ou outras formas de manifestação política.”

Para Yurij Castelfranchi, professor associado do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os dados da pesquisa indicam que há no Brasil “pessoas excluídas da ciência” ou “exilados da cidadania científica.”

Apesar da apartação social, o acadêmico assinala que a maior parte dos entrevistados “acha a ciência relevante.” A larga maioria dos brasileiros entrevistados sugere aumentar ou manter investimentos em ciência “mesmo em anos de crise”. Em 2023, “apenas 2,6% dos entrevistados acreditam que o investimento em pesquisa científica deva ser diminuído”, contabiliza o relatório da pesquisa.

Desinformação

A exclusão social também não afetou a percepção dos perigos da desinformação e da propagação de falsas notícias. Cinco de cada dez entrevistados disseram “se deparar frequentemente com notícias que parecem falsas”, descreve o relatório. A maior parte dos entrevistados (61,8%) assegura nunca compartilhar informações caso não tenha certeza da veracidade. No entanto, 36,5% admitem já ter compartilhado informações falsas.

Ainda de acordo com o relatório, 45,6% dos entrevistados “suspeitam da veracidade das informações provenientes de pessoas ou instituições das quais discordam”. Para 42,2%, as informações são verdadeiras “quando são provenientes de pessoas ou instituições que admiram.”

Pelo menos 40% das pessoas entrevistadas afirmaram que “só acreditam em uma informação se ela for corroborada por outras fontes.” Na avaliação de Yurij Castelfranchi, a atitude declarada de checagem é positiva: “Isso é um princípio básico do letramento midiático.”

Além de colher as opiniões dos brasileiros, a pesquisa do CGEE ainda fez análise de conteúdo das reportagens sobre ciência em dois dos mais importantes jornais brasileiros (Folha de S.Paulo e O Globo) e também avaliou postagens sobre a temática nas redes sociais (Instagram e YouTube).

Os resultados dessa análise, descritos no relatório A Ciência em Diferentes Arenas, estão disponíveis na página da pesquisa na internet.

Rodovias do RS têm 144 trechos com bloqueios total ou parcial

O painel interativo sobre bloqueios em estradas do Rio Grande do Sul indica, nesta quarta-feira (15), 144 trechos de rodovias federais e estaduais com fluxos bloqueados parcialmente ou com interdição completa por apresentarem riscos aos motoristas, conforme dados divulgados no período da tarde.

Os dados do boletim diário apontam que as rodovias estaduais gaúchas, entre públicas e concedidas à iniciativa privada, tinham 91 trechos com bloqueios total e parcial, em 49 rodovias. Soma-se a estes trechos, outros 53 pontos de rodovias federais, conforme levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Diariamente, a PRF divulga os trechos interditados no site da superintendência estadual e na rede social X, antigo Twitter. Queda de pontes, pistas inundadas, deslizamento de encostas e rolamento de pedras são algumas das situações que impedem o fluxo de veículos.

Para ajudar os condutores que precisam se locomover dentro do estado, o Comando Rodoviário da Brigada Militar gaúcho disponibiliza um site com rotas alternativas, com a publicação de diversos trajetos possíveis entre os municípios gaúchos.

A PRF alerta, no entanto, para situações que podem aumentar o risco de acidentes, como novas chuvas e a própria acomodação de terrenos encharcados.

Recomendações

A PRF orienta a população a evitar deslocamentos desnecessários pelas rodovias do estado. Para aqueles que precisam dirigir e se deslocar, a corporação faz algumas recomendações:

reduza a velocidade com pista molhada, em trechos em obras ou com trânsito em meia pista;
dê passagem aos veículos de emergência, viaturas sinalizadas ou veículos com batedores;
priorize viagens durante o dia;
pesquise o trajeto antes de pegar a estrada e somente viaje se a rota estiver liberada;
tenha paciência – a PRF tem registrado congestionamentos nas poucas rotas disponíveis;
mantenha a atenção no trânsito;
respeite a sinalização das vias;
em situações de emergência (riscos iminentes, acidentes graves, crimes em andamento e denúncias), permaneça em local seguro.

Em casos de emergência em rodovias federais, equipes policiais da PRF poderão ser acionadas pelo telefone 191. Nas estradas estaduais, a orientação da Brigada Militar é ligar para o 190.

As ligações em busca de rotas ou outras informações devem ser evitadas, pois inviabilizam o atendimento rápido às pessoas que precisam de socorro.

Nesse momento, a PRF tem priorizado os trabalhos que garantam a circulação de veículos de emergência, de segurança pública e caminhões com alimentos e doações.

Nesta terça-feira (14), doze caminhões partiram da Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP), com 200 toneladas de doações para vítimas das chuvas e passarão pelas estradas gaúchas.

Unicef lista orientações para crianças afetadas por enchentes no RS

Desastres ambientais como as enchentes registradas desde o fim de abril no Rio Grande do Sul podem provocar o chamado estresse tóxico – inclusive, entre crianças e adolescentes, deixando-os expostos a medos e traumas. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta que é preciso adotar medidas para diminuir esses impactos – sobretudo entre crianças, em especial as mais novas, que ainda não têm repertório para lidar com essas emoções.

Diante desse cenário, a entidade preparou orientações para apoiar mães, pais e cuidadores no acolhimento e no cuidado de crianças e adolescentes afetados pelas chuvas em municípios gaúchos. A proposta é que os adultos possam oferecer o suporte necessário para o desenvolvimento saudável e pleno desses menores – por meio do cuidado responsivo, da escuta atenta e do acolhimento na conversa e em brincadeiras.

Confira as principais recomendações:

– Quando conversar com a criança, procure manter a calma e respirar. As crianças sentirão o mesmo que veem em você. 

– Em caso de evacuação, explique brevemente o que vai acontecer. Se as condições permitirem, deixe que fiquem com um objeto especial, como um brinquedo. 

– Pergunte o que a criança sabe sobre o que está acontecendo e ouça com atenção o que ela tem a dizer. É provável que a criança repita muitas vezes o que pensa. Diga que aquelas perguntas e comentários são importantes. 

– Se a criança não quiser conversar, não pressione. Se a criança chorar, não peça para parar ou reprimir suas emoções. O choro é considerado uma forma saudável de descarga emocional.

– Explique, de forma real e simples, o que está ocorrendo. Evite mentir ou dizer que aquela situação não vai acontecer de novo.

– Se estiver em abrigos, veja se é possível reservar um espaço em que as crianças possam brincar em segurança. 

– Na medida do possível, tente retomar uma rotina e procure proporcionar espaços de brincadeira com outras crianças. Estimule que a criança desenhe, pinte, ouça música e brinque. 

– Lembre-se de que você também está sob estresse emocional. Cuide-se para poder dar o apoio necessário às crianças. Compartilhe o que você sente com outras pessoas.

– Crie oportunidades para que todos se sintam parte das soluções, inclusive crianças e adolescentes com deficiência. Encontrar maneiras seguras de contribuir é um caminho valioso de fortalecimento.

– Ajude crianças a identificarem apoios em suas vidas, como amigos ou familiares. Incentive a reflexão sobre como conseguiram lidar com situações de dificuldade do passado, afirmando a habilidade que têm de lidar com a situação atual.

– Sempre forneça informações corretas sobre uma situação de crise. Se não souber responder, proponha descobrirem juntos.

Mapeamento de crianças e adolescentes

De acordo com o Unicef, neste momento, mais de 80 mil pessoas estão em abrigos no Rio Grande do Sul, incluindo milhares de crianças e adolescentes.

“Diante desse cenário, o Unicef intensificou seus esforços, colaborando com o governo para proteger especialmente meninas e meninos desacompanhados ou vulneráveis”. O trabalho inclui o mapeamento de menores abrigados, identificando quantos são, suas idades e necessidades específicas em meio à emergência.

A entidade disponibilizou ainda, nos próprios abrigos, kits recreativos e educativos. A proposta é apoiar a criação de espaços seguros para que as crianças possam brincar e se sentir acolhidas, apesar das adversidades. Ao longo dos próximos dias, o Unicef deve distribuir também kits de saúde menstrual, de higiene e de cuidados com bebês.

Como ajudar

Para apoiar a resposta do Unicef às chuvas no Rio Grande do Sul, pessoas físicas podem fazer doações de qualquer valor através do PIX para o e-mail pix@unicef.org. Em caso de dúvida, a orientação é ligar para o número 0800 605 2020. Empresas, fundações e filantropos interessados em apoiar a causa podem entrar em contato através do e-mail parcerias@unicef.org.

SpikeVax: DF começa a aplicar nova dose contra a covid-19

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal começa a aplicar, nesta quarta-feira (15), a vacina contra a covid-19 SpikeVax, da farmacêutica Moderna. Os imunizantes se destinam a crianças de até 4 anos, conforme calendário de rotina, e como dose de reforço para os seguintes grupos prioritários:

pessoas com 60 anos ou mais;
pessoas que vivem em instituições de longa permanência;
pessoas imunocomprometidas;
gestantes e puérperas;
trabalhadores da saúde;
pessoas com deficiência permanente;
pessoas com comorbidades;
pessoas privadas de liberdade;
adolescentes cumprindo medidas socioeducativas;
funcionários do sistema de privação de liberdade;
ribeirinhos;
quilombolas;
indígenas.

Em nota, a Secretaria de Saúde destacou que, independentemente do número de doses prévias contra a covid-19, todos que pertencem aos grupos prioritários devem tomar uma dose ao ano da SpikeVax. No caso de pessoas com mais de 60 anos, imunocomprometidos e gestantes ou puérperas, a orientação é receber uma dose a cada seis meses.

“Quem estiver nessas três condições e tiver tomado a vacina Pfizer Bivalente em 2024 deve retornar três meses após a dose aplicada”, ressaltou o órgão.

Para receber a dose, é necessário apresentar documento com foto e a caderneta de vacinação. Pessoas dos grupos prioritários devem apresentar ainda laudos médicos que apontem as comorbidades listadas ou comprovantes das atividades profissionais previstas, conforme o caso.

São classificados como indivíduos imunocomprometidos ou em condição de imunossupressão:

pessoas transplantadas de órgão sólido ou medula óssea;
pessoas vivendo com HIV;
pessoas com doenças inflamatórias imunomediadas em atividade e em uso de corticoide em doses iguais ou maiores que 20 miligramas (mg) ao dia de prednisona, ou equivalente, por 14 dias ou mais;
crianças de até 10 quilos que receberam 2 mg ou mais de prednisona por dia, por mais de 14 dias;
pessoas em uso de imunossupressores e/ou imunibiológicos que levem à imunossupressão;
pessoas com erros inatos de imunidade (imunodeficiências primárias);
pessoas com doença renal crônica em hemodiálise;
pacientes oncológicos que realizam ou realizaram tratamento;
quimioterápico ou radioterápico que estão em acompanhamento;
pessoas com neoplasias hematológicas.

Já as comorbidades incluídas como prioritárias para a vacinação com a SpikeVax são:

diabetes mellitus;
pneumopatias crônicas graves;
hipertensão arterial resistente (HAR);
hipertensão arterial estágio 3;
hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo;
insuficiência cardíaca;
cor pulmonale e hipertensão pulmonar;
cardiopatia hipertensiva;
síndromes coronarianas;
valvopatias;
miocardiopatias e pericardiopatias;
doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas;
arritmias cardíacas;
cardiopatias congênitas em adultos;
próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados;
doenças neurológicas crônicas e distrofias musculares;
doença renal crônica;
hemoglobinopatias e disfunções esplênicas graves;
obesidade mórbida (índice de massa corporal maior ou igual a 40);
síndrome de Down e outras trissomias;
doença hepática crônica.
Entenda

A aquisição da nova vacina tem como proposta atualizar a proteção contra a covid-19, já que a SpikeVax protege contra variantes do vírus que surgiram mais recentemente, além de suas sublinhagens, como a VOI JN.1 e a VOI XBB 1.5.

Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, a dose produzida pela Moderna pode ser administrada juntamente com outras vacinas, exceto a da dengue. “Na prática, é possível atualizar diversos esquemas vacinais simultaneamente, incluindo, por exemplo, a vacina contra a gripe (influenza), tétano, febre amarela, sempre de acordo com o calendário vacinal”.

A lista dos locais de vacinação no Distrito Federal pode ser acessada aqui.

Equipe de natação para os Jogos de Paris contará com 18 atletas

A equipe de natação do Brasil para a próxima edição dos Jogos Olímpicos, que serão disputados em Paris (França), foi definida no último final de semana com o final da disputa da Seletiva Olímpica – Troféu Brasil de Natação na piscina da Comissão de Desportos da Aeronáutica, no Rio de Janeiro.

Com o encerramento da competição, ficou definido que o Brasil será representado nos Jogos de Paris por 18 atletas: Guilherme Costa, Maria Fernanda Costa, Gabrielle Roncatto, Beatriz Dizotti, Guilherme Caribé, Kayky Mota, Nicolas Albiero, Stephanie Balduccini, Maria Paula Heitmann, Marcelo Chierighini, Gabriel Santos, Breno Correia, Murilo Sartori, Fernando Scheffer, Eduardo Moraes, Ana Carolina Vieira, Giovana Reis e Guilherme Basseto.

Dos 18 atletas classificados para Paris, 11 estiveram nos Jogos de Tóquio. Além disso, a equipe brasileira contará com sete novatos: Maria Fernanda Costa, Guilherme Caribé, Kayky Mota, Nicolas Albiero, Maria Paula Heitmann, Eduardo Moraes e Giovana Reis.

Unisanta campeã

A competição também definiu o campeão do Troféu Brasil. Pela primeira vez na história a conquista foi alcançada pela Unisanta, que somou 1.385 pontos durante a competição. Maior campeão da história do evento, o Pinheiros terminou na segunda colocação com 1,176,50 pontos. Já o Minas Tênis Clube completou o pódio com 969 pontos.

Lula deve anunciar auxílio financeiro às pessoas atingidas no RS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que deve ir ao Rio Grande do Sul novamente na próxima quarta-feira (15) e prometeu o anúncio de medidas de apoio financeiro direto às pessoas para a recuperação de parte dos bens perdidos durante as enchentes que varreram diversas regiões do estado e deixaram centenas de milhares de famílias desabrigadas e desalojadas.

A declaração foi dada após reunião virtual com o governador do Rio Grande do Sul, na tarde desta segunda-feira (13), em que o governo federal oficializou o envio ao Congresso Nacional de projeto de lei com a suspensão da dívida do estado com a União por três anos, com renúncia total dos juros sobre a débito durante o período, o que permitirá um aporte de R$ 11 bilhões em recuperação da infraestrutura.

“Amanhã [14], eu quero anunciar uma série de medidas para as pessoas físicas, ou seja, o recurso para que as pessoas que perderam suas coisas, que precisam comprar alguma coisa, recebam recursos da União para que possam começar a repor parte daquilo que perderam”, disse o presidente.

Uma das medidas em discussão é a criação de uma espécie de auxílio emergencial, similar ao adotado durante a pandemia de covid-19, para socorrer especialmente as pessoas que perderam suas atividades remuneradas e estão desempregadas.

Lula também convocou para esta segunda uma reunião ministerial extraordinária com todos os ministros para debater medidas de apoio às vítimas das enchentes e citou principalmente as famílias que estão em abrigos, que somam quase 80 mil pessoas. Há mais de 538 mil pessoas desalojadas de suas casas e que estão em casas de amigos ou parentes.

“Hoje, eu estou convocando uma reunião extraordinária do governo, com todos os ministros, para que a gente discuta a atuação do governo para resolver os problemas mais graves que estamos vendo, pela imprensa, pela televisão, pelas conversas, que é a questão dos abrigos, de milhares de pessoas que estão fora de casa e precisam de acolhimento”, afirmou.

“Não vamos descansar enquanto o Rio Grande do Sul não estiver 100% de pé, vendendo e emprestando o orgulho do povo gaúcho”, completou o presidente.

Entenda a relação entre pleno emprego, inflação e juros do BC

Uma das preocupações manifestadas pelo Banco Central (BC) para manter a inflação sob controle tem relação com o nível de emprego e salários no Brasil. Em comunicado publicado nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC citou as “pressões nos mercados de trabalho” mundiais como um fator considerado para diminuir a velocidade da redução dos juros básicos da economia. O comitê acrescentou que, no Brasil, o mercado de trabalho está apresentando “maior dinamismo que o esperado”.

Para entender a relação entre pleno emprego, inflação e juros do Banco Central, a Agência Brasil entrevistou quatro professores de economia de diferentes escolas de pensamento, desde aqueles vinculados a uma corrente mais liberal, até os mais heterodoxos. Isso porque a relação entre empregos, salários e inflação vem influenciando o debate sobre a taxa de juros no Brasil. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que, apesar de o pleno emprego ser desejado, existe a preocupação de a elevação dos salários gerar inflação.

“A preocupação vem quando as empresas não conseguem contratar, e você tem que começar a subir o salário. Se você sobe o salário para o mesmo nível de produção, isso significa que você está iniciando um processo inflacionário. Então, a preocupação vem daí”, destacou em entrevista exclusiva à CNN Brasil. A manifestação gerou críticas de políticos e analistas.

Nesta semana, o Banco Central BC reduziu a velocidade do corte da taxa básica de juros. Após seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual, os diretores votaram, por 5 votos a 4, para reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto, para 10,5% ao ano. A decisão, apesar de esperada pelo mercado financeiro, gerou críticas de políticos ligados ao governo e de setores do comércio e da indústria, que avaliaram que a queda podia ser maior. O Brasil tem hoje a segunda maior taxa real de juros do mundo, atrás apenas da Rússia, de acordo com o site MoneYou.

A taxa básica de juros, definida pelo BC, influencia as demais taxas de juros, como a dos bancos, impactando também o nível de atividade econômica do país. Quanto maiores os juros, menor o incentivo para se investir na produção, que gera emprego e renda.

 César Bergo, professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB) – Joédson Alves/Agência Brasil

Curva de Phillips

O professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo afirmou que a relação entre pleno emprego e inflação vem da teoria econômica da curva de Phillips, criada há mais de 60 anos, que diz que, quando o desemprego diminui, a inflação cresce, e vice-versa.

Segundo Bergo, quando o desemprego chega a níveis historicamente baixos, “você acaba tendo algumas pressões inflacionárias em função, primeiro, da melhoria de toda a renda e também acaba havendo um aumento de salário porque a oferta de emprego está praticamente esgotada e não tem mais pessoas para assumir postos de trabalho e aí você aumenta o salário”.

O professor da UnB acrescentou que essa teoria monetária afirma que o consumo pode gerar inflação porque aumenta a procura, e a oferta fica constante, levando ao aumento de preços. “É por isso que tem essa relação entre pleno emprego e inflação. A preocupação do BC é olhar se esse pleno emprego é sozinho capaz de explicar o aumento de preços”, disse.

Bergo destacou ainda que há outras variáveis que são levadas em conta pelo BC para antecipar pressões inflacionárias, como o valor do dólar em relação ao real, o preço das matérias-primas no mercado global e os juros do Banco Central dos Estados Unidos.

Professora de economia da UnB Maria Lourdes Mollo – UnB/Divulgação

Visão dominante

Para professora de economia da UnB Maria Lourdes Mollo, o Brasil não está nem perto do pleno emprego e essa visão expressa pelo BC e por Campos Neto é conservadora e equivocada. “Ainda que seja uma visão dominante, não é a única visão”, disse.

Segundo ela, essa visão supõe que, ao injetar dinheiro na economia, por meio de salários ou crédito, não haverá aumento da capacidade de produção. Porém, a economista destaca que o aumento da produção compensa as pressões inflacionárias causadas pelo crescimento da demanda.

“Em um primeiro momento, você aumenta a demanda devido ao aumento dos salários. E, num segundo momento, você vai afetando também a capacidade produtiva que vai aumentando. Então, a médio prazo, o impacto disso é aumentar a produção e reter o crescimento dos preços”, argumentou.

Maria Lourdes Mollo acrescentou que essa visão conservadora permite manter a taxa de juros alta para evitar o crescimento da economia. “Como se todo crescimento fosse crescimento inflacionário, o que é discutível”, completou.

Mercado mundial

Visão semelhante tem a professora de economia política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Maria Mello de Malta. Para ela, o menor desemprego e maiores salários não geram necessariamente mais inflação. “Esse tipo de inflação, que é a inflação de demanda, no capitalismo, ele não dura muito tempo porque o capitalista quer ganhar dinheiro. Mesmo que houvesse esse plano de emprego, que não há, o que capitalista ia fazer? Ele ia produzir mais para atender à demanda, ele quer ganhar esse dinheiro.”

 Professora de economia política da UFRJ Maria Mello de Malta – Maria Mello de Malta/Arquivo Pessoal

Maria Mello de Malta acrescentou ainda que o Brasil não é uma economia fechada, estando ligada ao mercado mundial. Com isso, ainda que a produção interna não pudesse compensar a pressão inflacionária de um aumento do emprego e salários, a produção mundial poderia.

“O país que tem a maior produção mundial, que é a China, está com a capacidade ociosa alta, e a China está louca para atender à demanda mundial. A relação entre inflação e desemprego, ela só é do jeito que está querendo a cabeça do presidente do Banco Central se todo mundo estiver empregado, todo capital estiver empregado e todas as terras estiverem empregadas produzindo coisas. Nesse caso, sim, quando você tem o aumento do emprego, você poderia ter um resultado por um período de aumento de preços”, argumentou.

Taxa estrutural de desemprego

O professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mauro Sayar explicou que a preocupação com o aquecimento do mercado de trabalho existe em todos os bancos centrais do mundo. Segundo o especialista, o problema ocorre quando o salário cresce acima da produtividade do trabalho.

A produtividade é a relação entre os bens produzidos e os meios usados (trabalho, matérias primas, etc.) para produzir determinado bem. Ou seja, a produtividade aumenta quando uma empresa, ou uma economia, consegue expandir a produção com a mesma quantidade de mão de obra, por exemplo.

“Quando o salário cresce na mesma velocidade da produtividade, ou seja, da capacidade de gerar produtos, aquele crescimento de salário é sustentável, ele não gera pressão inflacionária”, destacou.

Professor de economia da UFMG Mauro Sayar – Mauro Sayar/Arquivo pessoal

Sayar explicou que as economias têm taxas estruturais de desemprego que, quando diminui abaixo desse nível estrutural, há risco de pressões inflacionárias. O especialista sustenta que essa taxa estrutural – que tem relação com o nível de escolaridade da população e com a legislação trabalhista, entre outros fatores – não é exata no Brasil devido à descontinuidade da série histórica da taxa de desemprego.

Porém, Sayar diz que a maioria dos economistas avalia que a taxa estrutural do desemprego gira em torno dos 8% no Brasil.  “Quando ela está abaixo de 8%, isso acende uma luz amarela”, comentou. A taxa de desemprego no Brasil fechou o primeiro trimestre do ano em 7,9%, tendo chegado a 7,4% no final de 2023.

O economista da UFMG defendeu que a atuação do BC tem sido prudente porque o risco de a inflação sair do controle existe e pode prejudicar toda a economia de forma estrutural. “E, se o Banco Central vacilar, acontece aquilo que a gente já passou. A inflação sobe e perde controle. Depois o custo é muito mais elevado. E aquele ganho de salário não vai ficar com a sociedade. Ele vai subir preços de forma geral e preços que nunca mais caem”, completou.

Abril bate recorde de calor no mundo pelo 11º mês consecutivo

11 de maio de 2024

 

A temperatura global do ar da superfície no passado mês foi o mais quente do que qualquer outro abril no registo de reanálise de dados do ERA5, com dados desde 1940. Abril de 2024 foi o décimo primeiro mês consecutivo a bater recordes de calor para o respetivo mês. É incomum, mas uma série semelhante de registos mensais de temperatura global já aconteceu em 2015 e 2016. O mês foi 1,58ºC mais quente do que uma estimativa da média de abril para o período de referência pré-industrial (1850-1900), afirmaram cientistas da Copernicus.

De acordo com o serviço de monitorização do clima da UE, a temperatura média global foi de 15,03ºC, 0,67 ºC acima da média de 1991 a 2020 para o mês e 0,14 ºC superior ao anterior máximo registado no mês de abril de 2016.

Na Europa, as temperaturas médias em abril foram 1,49°C superiores à média de 1991 a 2020. Este é o segundo mês de abril mais quente de que há registo no continente, depois de abril de 2018. As temperaturas nas regiões da Europa de Leste, em particular, registaram temperaturas mais acima da média, enquanto outras, como a Islândia, a Finlândia, a Noruega e a Suécia, registaram temperaturas abaixo da média. Na Europa Ocidental, a temperatura média disfarça o contraste entre temperaturas mais quentes e mais frias durante o mês.

A maior parte do noroeste, centro e nordeste da Europa também registou um mês de abril invulgarmente húmido. Grandes partes do leste de Espanha, Itália, Balcãs Ocidentais, Turquia, Ucrânia e sul da Rússia, bem como a Islândia, estiveram mais secas do que a média durante o mês de abril.

O degelo e a precipitação levaram os rios Ural e Ishim a rebentarem as suas margens, levando a graves inundações na Rússia e no Cazaquistão.

O Golfo Pérsico viu acontecimentos excepcionais de curta duração e, ocasionalmente, registaram eventos de precipitação, com os Emirados Árabes Unidos e Omã a sofrerem inundações repentinas e danos generalizados.

A anomalia da extensão do gelo marinho do Árctico foi relativamente pequena (2% abaixo da média) em comparação com as anomalias observadas em abril na última década. As concentrações de gelo marinho permaneceram acima da média no mar da Gronelândia, seguindo um padrão persistente desde outubro. As concentrações de gelo marinho situaram-se abaixo da média no norte do mar de Barents e no norte do mar de Bering. A extensão do gelo marinho Antártico foi a décima mais baixa em abril, com 9% abaixo da média de abril. A região tem experimentado um padrão de grandes anomalias negativas desde 2017, com exceções em 2020 e 2021, afirmaram cientistas da Copernicus.

Temperaturas acima da média devem-se ao El Niño?

Apesar do enfraquecimento do El Niño para condições neutras no Pacífico equatorial Oriental, a temperatura média global da superfície do mar (SST) fora das regiões polares foi mais uma vez a mais quente para o respetivo mês do ano, continuando uma série de 13 registos mensais consecutivos.

Os dados da Copernicus C3S mostram que, embora o recente evento El Niño tenha desempenhado um papel importante no registo SST global observado durante os últimos meses, outras regiões do oceano global também têm sido muito mais quentes do que a média, com áreas do Atlântico, do Oceano Índico, do Oceano Antártico e do Oceano Pacífico extra-tropical a registarem valores recorde de SSTs para abril.

No entanto, enquanto as variações de temperatura associadas a ciclos naturais como o El Niño vão e vêm, a energia adicional retida no oceano e na atmosfera pelo aumento das concentrações de gases com efeito de estufa continuará a empurrar a temperatura global para novos recordes.

Carlo Buontempo
Diretor do Serviço de Alterações Climáticas do Copernicus

“O El Niño atingiu o seu pico no início do ano e as temperaturas da superfície do mar no Pacífico tropical oriental estão agora a regressar a condições neutras”, afirma Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Alterações Climáticas do Copernicus (C3S).

“No entanto, enquanto as variações de temperatura associadas a ciclos naturais como o El Niño vão e vêm, a energia adicional retida no oceano e na atmosfera pelo aumento das concentrações de gases com efeito de estufa continuará a empurrar a temperatura global para novos recordes.”

 
 

Entidades médicas recomendam vacinação de vítimas e socorristas no RS

A Sociedade Brasileira de Imunizações, a Sociedade Brasileira de Infectologia e a Sociedade Gaúcha de Infectologia divulgaram neste sábado (11) uma nota técnica recomendando a vacinação de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul e das equipes que trabalham nas operações de busca e salvamento em todo o estado.

“Devido à exposição à água de enchentes, a população exposta e os socorristas estão em risco aumentado de doenças infecciosas de transmissão hídrica ou ambiental, além de mordedura de animais, traumatismos diversos, contaminação de feridas por lama ou água contaminada, e doenças de transmissão respiratória por aglomeração de pessoas. Várias dessas doenças podem ser evitadas ou prevenidas por meio da vacinação.”

Confira as principais recomendações listadas pelas entidades:

Carteira de vacinação

Crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e pacientes com comorbidades ou imunossupressos que tenham a carteira de vacinação disponível somente devem completar doses não realizadas para a faixa etária ou conforme a situação clínica.

Já crianças, adolescentes e adultos que não tenham a carteira vacinal disponível e, portanto, sem registro formal de vacinação, devem ser considerados não vacinados para as doses recomendadas.

Vacinas de rotina

Para vacinação de rotina em períodos de enchentes, crianças e adolescentes sem registro de vacinação devem ser tratados como se estivessem em dia com as vacinas e receber somente as doses indicadas para a idade atual.

As famílias devem ser informadas sobre a necessidade de comparecer posteriormente a uma unidade de saúde para avaliação da carteira e da necessidade ou não de atualizar sua vacinação.

Gestantes

Mulheres grávidas devem receber vacinas inativadas especialmente indicadas para pessoas deslocadas por desastres e enchentes, desde que não contraindicadas para esse grupo.

Contraindicações

Gestantes, pessoas imunocomprometidas ou em uso de drogas imunossupressoras não devem receber vacinas virais vivas atenuadas como a dose contra a varicela, a tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba), a tetra viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela), a dose contra a febre amarela e a contra a dengue.

Crianças em condições de imunossupressão também não devem receber as doses contra o rotavírus e a poliomielite oral. A triagem, segundo as entidades, deve ser realizada por autorrelato.

Soros

Soros e imunoglobulinas devem ser usados em casos de necessidade de proteção imediata contra a raiva e o tétano, ou seja, quando não é possível esperar o tempo necessário para que o indivíduo responda às doses produzindo anticorpos. Também são indicados para gestantes e indivíduos imunocomprometidos no caso de contraindicação às vacinas vivas atenuadas.

BCG

A vacina BCG, que previne contra as formas graves da tuberculose, não deve ser administrada fora da unidade de saúde, já que necessita de profissional capacitado para a aplicação, evitando eventos adversos graves. Idealmente, deve ser feita após o nascimento, ainda no ambiente hospitalar.

Aplicação concomitante de vacinas

A aplicação concomitante de vacinas pode ser feita desde que em locais distintos do corpo. É preciso, entretanto, se atentar a especificações de intervalo, dependendo da combinação de doses.

A vacina contra a dengue, viva atenuada, por exemplo, não deve ser aplicada no mesmo dia que qualquer outra vacina. A orientação é respeitar 24 horas de intervalo para doses inativadas e 30 dias para as vivas atenuadas.

Gripe e covid-19

Todas as pessoas com 6 meses ou mais vítimas de enchentes ou que trabalham em operações de busca e salvamento devem receber a vacina contra a gripe e contra a covid-19 – exceto aquelas com contraindicações.

De acordo com o documento, as doses são importantes para evitar surtos em abrigos. “No entanto, ambas passam a ter sua eficácia cerca de duas semanas após sua aplicação e, portanto, outros cuidados, para mitigar a transmissão desses vírus respiratórios devem ser adotadas.”

Tríplice viral

A vacina contra o sarampo, a rubéola e a caxumba deve ser aplicada em todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos de idade vítimas de enchentes ou que trabalham nas operações de busca e salvamento, exceto aquelas com contraindicações para a dose ou que tenham o registro documentado na carteira de vacinação.

As doses também são consideradas importantes para evitar surtos em abrigos e são recomendadas para todos que não estejam vacinados com pelo menos com uma dose.

Hepatite A

Desde 2014, a vacina contra a hepatite A é recomendada idealmente para todas as crianças aos 12 meses de vida ou até os 5 anos, se ainda não vacinadas. A dose também é disponibilizada para pacientes imunodeprimidos e pessoas com doenças crônicas especificas.

No caso do Rio Grande do Sul, a indicação se deve ao risco de surtos durante e após períodos de enchentes, quando há “alto risco de exposição ao vírus”.

Tétano

No Rio Grande do Sul, adolescentes, adultos e idosos devem receber uma dose de reforço antitetânico se não tiverem sido vacinados contra o tétano nos últimos cinco anos ou se não tiverem a carteira de vacinação disponível.

As vacinas dT (tétano/difteria) ou dTpa (tétano/difteria/coqueluche acelular) podem ser usadas de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunizações – dTpa para grávidas a partir de 20 semanas de gestação e dT para adolescentes, adultos e idosos. Na falta de dT, a dTpa pode ser usada.

Crianças sem a carteira de vacinação contendo o componente tetânico (penta, DTP, DTPa ou DT) devem ser vacinadas com DTP ou DTPa.

“Em situações de inundação, o contato com água e objetos contaminados pode aumentar o risco de feridas e cortes, aumentando o risco de tétano. Por isso, é importante assegurar que todos estejam com a vacinação antitetânica atualizada, especialmente se estiverem envolvidos em trabalhos de resgate, limpeza ou reconstrução.”

Raiva

A vacina antirrábica só deve ser usada para profilaxia pós-exposição em caso de acidente de risco para a raiva – por exemplo, após mordida de animal mamífero, inclusive cavalos e gado, ou após exposição a morcego.

O esquema pode incluir uma série de doses da vacina e também o uso de soro antirrábico e deve ser administrado o mais brevemente possível. “Em caso de desastres ambientais, resgates e a convivência com animais domésticos ou não, o risco de acidentes de risco para a raiva tem maior chance de ocorrer”.

“O uso de imunizante contra a raiva não deve ser feito de rotina, nem mesmo para aqueles envolvidos nos regastes. Seu uso deve ser restrito para casos de acidentes de risco para a raiva, conforme protocolo usual para essa situação médica. Recomendar que pessoas nessas situações de risco procurem imediatamente um serviço de saúde para avaliação.”

Hepatite B

Todos os envolvidos em resgates, profissionais da saúde, socorristas e voluntários devem receber a vacina. A indicação de doses depende da situação vacinal – pessoas sem registro na carteira de vacinação de doses aplicadas ou não vacinadas devem receber uma dose e retornar à unidade de saúde para continuidade, se for o caso.

Pessoas com registro na carteira de vacinação de esquema incompleto devem dar continuidade, respeitando os intervalos mínimos entre as doses (0-2-6 meses), até a última dose.

Pessoas imunocompetentes adequadamente vacinadas com três doses não deve ser vacinadas.

Pessoas imunossuprimidas, como as que que vivem com HIV, independente do CD4; portadoras de doença hepática crônica; renais crônicas; com câncer; transplantadas de órgãos ou células hematopoiéticas; com doenças inflamatórias imunomediadas tratadas com imunossupressores potentes, entre outras devem receber uma dose de reforço da vacina.

“A imunização contra a hepatite B está recomendada para os respondedores, uma vez que estarão potencialmente expostos ao cuidado com pacientes e situações de contato com fluidos corporais. A maior parte dos profissionais já deve ter recebido essa vacina, uma vez que é exigida para profissionais de saúde, bombeiros, militares, etc. O esquema de vacinação é de três doses da vacina (0, 2 e 6 meses).”

Febre tifoide

A vacinação contra febre tifoide é recomendada para socorristas, se disponível, e deve ser aplicada uma dose.