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Brasil é convidado de honra da Feira Internacional do Livro de Havana

O Brasil é país convidado de honra da 32ª Feira Internacional do Livro de Havana (FILH 2024) em Cuba, que teve início nesta quinta-feira (15) e se estenderá até domingo (25), no Parque Histórico Militar Morro-Cabaña. O tema desta edição é Ler é Construir Identidade, com a intenção de promover a leitura como forma de formar a consciência individual e coletiva e o pensamento crítico.

Durante a abertura do evento internacional, a ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, agradeceu a homenagem ao Brasil, exaltou repetidas vezes a democracia e citou a cantora cubana Celia Cruz e a Orquestra La Sonora Matancera como expressões culturais  de referência da ilha caribenha para o mundo. Margareth Menezes ainda recitou versos da canção Quero Ir a Cuba, do músico Caetano Veloso, como forma de marcar o histórico de relações diplomáticas e cooperação entre os dois países, sobretudo no elo cultural.

Ministra Margareth Menezes na Feira Internacional do Livro de Havana- Juliana Uepa/MinC

A ministra Margareth Menezes tratou dos desafios que o Brasil e o mundo precisam enfrentar no campo cultural e mencionou como o país tem trabalhado para implementar políticas estruturantes de cultura como ferramentas de desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda. “Ler é um ato revolucionário. Por meio da leitura dos livros e da literatura podemos ter contato com o nosso mundo e com o mundo dos outros.”

As atrações musicais apresentadas na cerimônia foram Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, tocada pelos músicos brasileiros pai e filho, Fernando César e Bento Tibúrcio, com bandolim e violão, e El Bodeguero, com a Orquestra Aragón de Cuba.

Atos

Na noite desta quinta-feira, a ministra também inaugurou o Pavilhão do Brasil na feira. O Ministério da Cultura levou ao local seis mil exemplares de livros da literatura brasileira traduzidos para o Espanhol para doação.

Os ministérios da Cultura de ambos os países, representados pela ministra Margareth Menezes e pelo ministro Alpidio Alonso Grau, assinaram, nesta quinta-feira (15) o Memorando de Entendimento (MoU) para realização de ações conjuntas de cooperação e intercâmbio cultural.

Comitiva brasileira

Com o objetivo de difundir a cultura brasileira por meio do incentivo à leitura e formação de novos leitores, o Ministério da Cultura (MinC) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) levaram ao evento internacional 15 escritores e escritoras brasileiros de diversos gêneros da literatura. São eles: o imortal da Academia Brasileira de Letras e ativista indígena, Ailton Krenak; a nova imortal da Academia Mineira de Letras, Conceição Evaristo; a ganhadora do Prêmio Jabuti de Contos 2022, Eliana Alves Cruz; além de Elisa Lucinda, Emicida, Frei Betto, Jarid Arraes, Jeferson Tenório, Marcelo D’ Salete, Márcia Kambeba, Cidinha da Silva, Graça Graúna, Otávio Júnior, Socorro Acioly e Patricia Melo.

Ainda compõem a comitiva brasileira os quadrinistas Ana Luiza de Souza Freitas, Gidalti Oliveira Moura Júnior, Alcimar Mendes Frazão, João Carlos Pires Pinheiro, Sirlene Francisco Barbosa e a curadora da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, Luciana Falcon Anselmi.

De acordo com o Minc, os brasileiros foram escolhidos por uma curadoria tripartite composta por representantes do MinC, da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e do Instituto Guimarães Rosa, do MRE. O grupo desembarcou acompanhado também do secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, e do presidente da (FBN), Marco Lucchesi.

Feira Internacional do Livro de Havana, por Juliana Uepa/MinC

Para a ministra, as feiras internacionais de livros exercem um papel fundamental na democratização de acesso, no fortalecimento de riqueza cultural e literária. Conectam, também, culturas, línguas, e simbologias diferentes em um movimento comum. “Nós, do Ministério da Cultura, temos procurado incluir a literatura negra, indígena, das favelas, dos quilombos, dos terreiros, das aldeias, das cidades, da roça: uma literatura que celebra nosso legado, aqueles e aquelas que vieram antes; mas fincada em nosso tempo, em nossa contemporaneidade”.

Feira do Livro de Havana

A 32ª Feira Internacional do Livro de Havana (FILH 2024), que tem o Brasil como convidado de honra, é dedicado a dois cubanos: a filósofa e pesquisadora, Isabel Monal, e o escritor e professor de arte, Francisco López Sacha .

Até 25 de fevereiro, o evento reunirá em Havana escritores, leitores, ilustradores, editores, designers, distribuidores, livreiros, bibliotecários, tradutores, entre outros profissionais do segmento.

Os participantes encontram no mesmo local exposição de obras, biblioteca, novidades editoriais, salas de debates. Escritores podem comercializar, promover e negociar exemplares da literatura cubana e estrangeira com diversidade temática, de gêneros e formatos, diretamente com público leitor e empresários.

Na programação, se destacam o Salão Profissional do Livro, onde ocorrerão a Oficina Nacional do Livreiro; o Encontro de Editores e Tradutores Literários; o Encontro de Historiadores e os colóquios de Ciências Sociais e de Saúde Humana e Meio Ambiente.

Além disso, estão previstos o Evento de Publicações Seriais e Mídia Digital, o Encontro de Jovens Escritores da Iberoamérica e o Encontro de Promotores de Poesia e entregas de prêmios a autores e outros destaques do ramo literário.

A programação completa pode ser conferida no site oficial do evento.

Médicos alertam sobre riscos para a saúde ocular durante o carnaval

 

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) recomenda aos foliões cuidados e atenção especiais aos olhos durante o carnaval para evitar prejuízos à visão, protegendo os olhos contra queimaduras químicas, por exemplo, além de traumas e infecções.

Segundo a médica Elisabeth Guimarães, que faz parte da Comissão Científica do CBO, durante as festas carnavalescas, muitas pessoas excedem no consumo de drogas e álcool, acabam perdendo um pouco a consciência e se expondo a riscos que vão desde traumas oculares até o envolvimento em brigas que podem resultar em traumas faciais e evoluir para danos oculares. Todo cuidado é pouco, disse a especialista, em entrevista à Agência Brasil.

Nos blocos carnavalescos, as pessoas se expõem muito ao sol forte do verão, destacou a médica, aconselhando o uso de viseiras, bonés e chapéus para proteger os olhos. “Todos são muito bem-vindos. Hoje em dia, a indústria os fabrica com tecidos que já vêm com proteção UV”. Além disso, os óculos escuros são indispensáveis. “Mesmo que não combinem com a fantasia, a pessoa deve usar”, para ter proteção garantida dos olhos.

Outra questão importante são os filtros solares que as pessoas passam no corpo e no rosto. Deve-se dar preferência àqueles produtos que são formulados para quem pratica esportes, porque a pessoa sua, mas o produto não vai escorrer, nem entrar no olho. Pode ser usado também o protetor facial em bastão que não derrete no olho.

Maquiagem

Elisabeth recomendou que os foliões evitem contato principalmente com sprays de espuma, que podem ser extremamente irritantes para os olhos. Se houver contato desse produto com o olho, a orientação dos oftalmologistas é que a pessoa lave abundamente o local com água potável ou água mineral. Se a pessoa tiver condições e houver uma farmácia disponível, compre soro fisiológico novo, porque o soro fisiológico aberto se contamina com muita facilidade devido ao calor ambiente.”

Deve-se lavar o olho até tirar todo o resíduo. Se a dor persistir e o olho continuar vermelho, a pessoa deve procurar imediatamente um pronto-socorro, de preferência oftalmológico, para que haja um exame adequado, disse a especialista.

Quanto à maquiagem, que no carnaval costuma ser mais elaborada, com uso de muita sombra, cílios postiços e glitter, a recomendação é que ter cuidado com a cola que, em quantidade errada, pode escorrer para os olhos e queimar a córnea. Também não se pode esquecer de remover completa e adequadamente a maquiagem.

A atenção deve ser redobrada com os cílios que estão na moda, que são feitos de LED e grudam na pálpebra. “Aquilo tem alguns inconvenientes. Por ser um negócio que fica piscando, as pessoas têm curiosidade de por o dedo e isso pode levar micro-organismos para o olho, principalmente no meio de uma folia. Há risco de disseminação der conjuntivite, porque é muita gente junta, é multidão, é mão suja”, ressaltou a médica. Deve-se evitar levar a mão à face, principalmente nos olhos, para não pegar vírus e bactérias gratuitamente. Elisabeth Guimarães destacou que muitos desses cílios são importados, alguns têm procedência duvidosa e podem trazer problemas.

Como o carnaval é época de brilho, a maioria dos foliões gosta de caprichar no uso do glitter. Quando ele tem partículas grandes, se cai no olho, é de mais fácil identificação. Segundo a médica, o problema é o glitter pequeno, semelhante à areia. “Aquilo se desloca mais facilmente para dentro do olho. Se isso acontecer, a orientação é a mesma da espuma: lavar abundantemente. Se perceber que tem ainda coisa grudada no olho, não tente remover porque, às vezes, a tentativa e a emoção podem causar uma lesão na córnea, e isso é caso de pronto-socorro”.

A pessoa pode usar colírios lubrificantes oculares para tentar que a própria quantidade da lágrima seja capaz de expulsar aquele resíduo. “Mas nem sempre isso é possível”, alertou.

Lentes de contato

Sobre as lentes de contato, se forem gelatinosas, podem grudar no olho e desidratar, se o uso for excessivo, disse a médica. “Não se deve dormir com essas lentes, porque o risco de infecção aumenta. E se juntou lente de contato mais maquiagem, essa é uma combinação explosiva na hora de dormir.” Elisabeth aconselha àqueles que usam lentes de contato gelatinosas, a trocá-las pelas descartáveis, de uso diário, durante o carnaval. Tira-se da embalagem para usar e, do olho, vai para o lixo. “É mais saudável para o olho. Isso evita que se reutilize lentes contaminadas ou sujas de resíduos de maquiagem que não saíram com produtos de limpeza.”

Outra dica é pôr as lentes antes de fazer a maquiagem e tirá-las antes de removê-la. Isso evita a contaminação das lentes. “O problema é que algum tipo de resíduo de maquiagem pode ficar na lente e gerar problemas tanto alérgicos quanto infecciosos e irritativos para o olho.” Elisabeth chamou a atenção para outro cuidado: lentes de contato jamais podem ser compartilhadas.

De acordo com a especialista, a lente de contato está em contato íntimo com a córnea, com a lágrima da pessoa, e se torna um dispositivo médico que se contamina a partir do momento em que entra em contato com a lágrima. Sobre as lentes de contato coloridas, que são compartilhadas entre jovens como acessório de fantasia, ela advertiu: “esse tipo de comportamento pode trazer problemas muito sérios, se as lentes forem usadas indevidamente. O mesmo acontece com a maquiagem. Cada um deve ter a sua”, afirmou a especialista.

Outros cuidados

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, é preciso evitam abrir os olhos ao mergulhar no mar, em rios ou em piscinas clorificadas e, de preferência, não usar lentes de contato ao cair na água, porque há risco de contaminação por Acanthamoeba, uma infecção ocular rara, mas que pode ser grave e causar danos permanentes à visão. Elisabeth Guimarães disse que este é um bicho difícil de diagnosticar e de tratar e que, às vezes, o prognóstico nem sempre é feliz. “Se não se puder evitar estar em um ambiente desses, a opção deve ser por lentes de descarte diário. Olhos não foram feitos para ter contato com água.”

Quanto a pomadas modeladoras de cabelo, a orientação é dar preferência às autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois muitas são mais baratos e fáceis de encontrar, mas podem conter substâncias causadoras de irritação e até de queimadura química nos olhos.

O CBO destaca ainda a importância da hidratação e de uma alimentação saudável para a saúde ocular. Manter-se bem hidratado é essencial para garantir o adequado funcionamento do sistema lacrimal e prevenir sintomas de olho seco.

Segundo a instituição, se o desconforto ocular permanecer mesmo após a adoção de medidas como lavagem dos olhos, três sinais podem alertar para a presença de problemas: vermelhidão, dor intensa ou visão embaçada. Em qualquer desses casos, o melhor é procurar assistência médica para que o problema não se agrave. A vermelhidão persistente pode indicar irritações ou infecções, e a dor intensa ser sintoma de lesões ou condições graves. Alterações repentinas, como visão embaçada ou perda visual, demandam atenção imediata, alertou o CBO.

Educação é o caminho para transformação da favela, diz líder do Alemão

Acompanhado de ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu, terça e quarta-feira (6 e 7), uma série de agendas na área de educação no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. Entre os principais anúncios feitos pelo presidente estão a construção de três campi do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). Os institutos são promessa do presidente e demanda antiga das comunidades, que apostam no investimento em educação para capacitar os jovens e contribuir para o crescimento local.

A expectativa é que as obras, que receberão, cada uma, R$ 15 milhões do governo federal, estejam concluídas até 2025.  

Os campi serão em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, que ganhará uma nova sede para substituir a atual estrutura provisória; o campus Parque Olímpico/Cidade de Deus do Instituto Federal do Rio de Janeiro, que funcionará no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, onde as arenas esportivas serão transformadas em unidades de ensino, e o campus Complexo do Alemão, localizado em um dos maiores conjuntos de favelas da zona norte da capital.

As obras fazem parte da promessa de Lula de inaugurar mais 100 campi dos institutos federais até o final do mandato, em 2026. Os institutos são também demanda que vem pelo menos desde 2018, lembra a educadora Elisabete Aparecida, que administra o Centro Cultural Oca dos Curumins, também conhecida como Escolinha da Tia Bete, que há quase 50 anos atua na educação no Complexo do Alemão.

“O que precisamos é que aumente o número de escolas, de professores. Precisamos fazer com que os alunos sintam prazer de ir para a escola, a escola tem que ser atrativa para eles”, diz Aparecida, que participou da cerimônia no Complexo do Alemão. “Só com educação é que se consegue transformação tanto da favela quanto do bairro e do Brasil”, acrescenta.

A demanda por educação de qualidade está no Plano de Ação Popular do CPX (complexo), elaborado coletivamente por moradores e organizações que atuam no local. Lúcia Cabral, da organização não governamental (ONG) comunitária Espaço Democrático de União, Convivência, Aprendizagem e Prevenção (Educap), que atua no Complexo do Alemão e fez parte da construção do plano.

Lúcia ressalta a importância dos institutos para tornar o ensino médio mais atrativo e oferecer formação técnica aos estudantes. “O ensino médio está muito fragilizado. São poucas escolas. Às vezes, faltam vagas; às vezes, as escolas são distantes. O ensino médio é a base para o jovem ingressar na universidade. Então, nada mais justo do que ter esse espaço aqui”, diz Lúcia, que acrescenta: “Precisamos desse espaço para o Alemão, que dr respeite a população que está aqui no Complexo do Alemão, na Penha e adjacências.”

Em Belford Roxo, as aulas são dadas em uma espécie de contêineres provisórios. A construção de uma sede é uma demanda local e vai permitir que se amplie a atuação do instituto. “Não é apenas a construção de uma sede, é o reconhecimento que o IF [instituto federal] é da Baixada Fluminense, é da população que mais precisa”, disse em discurso na cidade o reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Rafael Almada. “Os institutos emancipam a nossa população”, ressaltou.

Especialização

Os institutos federais são instituições especializadas na educação profissional e tecnológica, oferecendo também educação básica e superior. Os cursos são gratuitos. Os IFs constituem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, criada em 2008. Esses institutos têm como obrigatoriedade legal garantir um mínimo de 50% de vagas para a oferta de cursos técnicos de nível médio, prioritariamente na forma integrada, ou seja, junto ao ensino médio. Atualmente, existem 682 institutos federais, com mais de 1,5 milhão de matrículas.

Um dos estudantes matriculados é Victo Hugo Antunes da Silva, de 18 anos, que cursa biotecnologia no campus localizado no bairro do Maracanã, zona norte do Rio. “Os institutos federais são de uma importância enorme. Depois que comecei a estudar no IF, tenho conseguido me desenvolver e aprender melhor, não só pelos estudos, mas pelos projetos coletivos”, diz Victo, que também assistiu ao anúncio do novo campus no Complexo do Alemão.

Nos discursos feitos nos dois dias, ao ressaltar a importância da educação, o presidente Lula chegou a convocar as famílias para não deixarem os jovens desistirem da escola: “Não permita que o filho de vocês deixe de estudar; a consagração dele está em ele estudar”, afirmou, ao discursar em Belford Roxo. O presidente compartilhou a própria história e disse que também teve formação técnica, o que fez diferença na própria trajetória profissional.

O presidente também aproveitou para divulgar o programa Pé-de-Meia, que entra em vigor em março. O Pé-de-Meia oferece recursos a estudantes de baixa renda para incentivá-los a concluir o ensino médio. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, que acompanhou o presidente nos compromissos no Rio de Janeiro, mais de 400 mil estudantes deixam o ensino médio todos os anos no Brasil.

“Tem muita gente que fala para mim: ‘Lula, você está gastando dinheiro com essa molecada. Eu falo: ‘Não. Gastar dinheiro, eu vou estar gastando quando eu tiver que fazer cadeia para colocar esse moleque. Eu tenho é que fazer escola. Quando eu estiver colocando ele na escola, eu estou garantindo que ele não vá para o narcotráfico, que ele não vá para o crime organizado, que ele não pratique delitos. Estou garantindo que ele vai ser o orgulho do pai, da mãe e dos irmãos dentro de casa’”, disse o presidente em Belford Roxo.  

Escolha de pomadas modeladoras de cabelos deve seguir lista da Anvisa

Membro da Comissão Científica do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a médica Elisabeth Guimarães alertou nesta segunda-feira (5) que a escolha de pomadas modeladoras de cabelo deve ser feita com cuidado. Esses produtos tiveram uma procura recorde no ano passado, em especial no Rio de Janeiro, nas festas de fim de ano. No período, muitos acabaram no pronto-socorro após o produto derreter com o calor e escorrer para o olho, causando lesões oculares. O mesmo problema já havia acontecido em várias cidades do país, no início de 2023, o que motivou a retirada de vários tipos de pomadas do mercado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

”Tudo que está ali próximo do olho pode escorrer e entrar no olho. É preciso atenção na hora de usar, de remover, na hora do banho, para que não tenha surpresas desagradáveis depois”, orientou.

A lista de pomadas autorizadas pode ser acessada no site da Anvisa..

Norma

A nova norma da Anvisa (RDC 814/2023), publicada em setembro de 2023, determinou o cancelamento dos processos de produtos cosméticos destinados a fixar ou modelar os cabelos, sem enxágue, constantes dos grupos “Produto para fixar e/ou modelar os cabelos – grau 1” ou “Fixador de cabelos infantil para crianças a partir de 3 anos” do sistema SGAS (sistema de notificação simplificada da Anvisa para regularização de produtos). O cancelamento abrangeu produtos que tivessem a forma física declarada como “pomada”; que contivesse o termo “pomada”, mesmo que em outros idiomas, no nome declarado ou na arte de rotulagem apresentada; e a formulação contivesse concentração igual ou superior a 20% de álcoois etoxilados, incluindo a substância Ceteareth-20 (CAS nº 68439-49-6).

A Anvisa esclareceu à Agência Brasil que antes da RDC 814/2023, as pomadas para cabelo podiam ser regularizadas por meio desse procedimento simplificado de notificação (sistema SGAS). Com a nova RDC 814 /2023, esses produtos passaram a ter de ser regularizados obrigatoriamente por registro sanitário, de forma que novos produtos para cabelo com essa finalidade que venham a ser lançados só poderão ser regularizados por meio de registro sanitário e não mais pelo sistema SGAS.

A área técnica da Anvisa esclareceu ainda que no próprio artigo 8 consta observação de que estão isentos da necessidade de cancelamento os processos de produtos de forma física declarada como pomada ou que contenham o termo “pomada” na rotulagem de produtos que já estavam autorizados na data em que a nova RDC 814/2023 foi publicada, desde que eles constem da lista de produtos autorizados divulgada no site da Agência. 

Blocos de saúde mental espalham alegria pelas ruas do Rio

O Coletivo Carnavalesco Tá Pirando, Pirado, Pirou! abre alas para a loucura nesse domingo (4), antecedendo o carnaval oficial do Rio de Janeiro 2024. A concentração está marcada para as 14h, na Avenida Pasteur, na Urca, zona sul da cidade, próximo à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), onde faz uma espécie de baile com marchas-rancho. Depois, já com apoio da bateria da Portela, começa a andar, com caminhão de som, por volta das 16h, em direção à Praia Vermelha. Quatorze sambas concorreram à escolha do samba enredo deste ano do bloco. Ganhou o samba de Flávia Cris e Diogo Tapler, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Torquato Neto, de Del Castilho, zona norte do Rio.

Os componentes do coletivo Tá Pirando, Pirado Pirou são pacientes da rede pública de saúde mental do Rio de Janeiro, profissionais do setor, familiares e simpatizantes da causa antimanicomial. Embora atraia milhares de foliões, o desfile é construído por cerca de 100 pessoas, incluindo oficinas de artes, percussão, composição musical, registro fonográfico, escolha coletiva do enredo e concurso de sambas realizado no Rio Scenarium, tradicional casa de samba da Lapa.

O enredo deste ano é Loucas, Divinas e Maravilhosas: Mulheres que Mudaram o Mundo, homenageando mulheres importantes dos cenários brasileiro e internacional, como a psiquiatra Nise da Silveira; a rainha do rock, Rita Lee; a escritora e caricaturista Pagu; a pintora Djanira; a escultora francesa Camille Claudel; as Mães de Maio, da ditadura argentina, que eram chamadas As Loucas da Praça; a escritora Conceição Evaristo, entre outros nomes.

A camiseta traduz a homenagem por meio de uma flor, imaginada pelo ilustrador oficial do bloco, Samy das Chagas, que se trata no CAPS Franco Baságlia, em Botafogo, que ligou todos esses nomes como se fossem uma trama. A passista do bloco vai para a rua este ano fantasiada de Maria Felipa de Oliveira, escravizada liberta que defendeu a Ilha de Itaparica, na Bahia, da invasão dos portugueses.

Desfile acústico

As informações foram dadas à Agência Brasil pelo psicólogo psicanalista e especialista em saúde mental Alexandre Ribeiro Wanderley, cofundador e coordenador do bloco. “Quando o caminhão chegar em frente ao Pão de Açúcar, haverá a tradicional revoada de balões de gás, seguindo-se show em um palco montado no local. Em seguida, dando prosseguimento ao desfile, agora acústico, e de acordo com a tradição, se apresentarão blocos convidados, simpatizantes da causa de uma sociedade sem manicômio. Por causa do enredo de 2024, entre 18h e 19h, se apresentará nas areias da Praia Vermelha um bloco só de mulheres, o Mulheres Rendadas e, entre 19h e 20h, o bloco Vem Cá, Minha Flor”.

No carnaval do ano passado, o bloco criou um carro alegórico batizado A Barca dos Encantados, homenageando quatro fundadores da agremiação que morreram durante a pandemia da covid-19, com referências de várias tradições religiosas, trazendo, na frente, a figura de Iemanjá. “E a gente achou tão bonito que ele acabou incorporado ao desfile deste ano. Do ano passado para cá, a gente entendeu que surgiu uma nova tradição no bloco. Quando o desfile chega na praia, a gente joga as flores no mar e presta homenagem à Iemanjá”.

Carnaval 2024 – Bloco Tá Pirando Pirado Pirou – Pamela Perez/Divulgação

Hospício

O bloco foi fundado em dezembro de 2004, pegando carona no movimento cultural de revitalização do carnaval de rua do Rio. Nessa época, havia duas instituições psiquiátricas vinculadas, o hospital psiquiátrico Instituto Philippe Pinel e o Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ipub/UFRJ). Hoje, se transformou em um bloco da rede pública de saúde mental, porque reúne CAPs de várias regiões do Rio. O primeiro desfile saiu no carnaval de 2005, ainda na Rua Laura Müller, em Botafogo, cuja associação era uma das fundadoras.

A mudança para a Avenida Pasteur se deu por uma questão de espaço e, também, por uma questão simbólica, em função de o lugar ter abrigado o primeiro hospício da América Latina, fundado pelo Imperador D. Pedro II, em 1852. “Ele tem essa dimensão político libertária. Um lugar, que já foi um espaço de confinamento, agora é o desfile que acaba nessa imagem de liberdade que é o mar. Muita coisa aconteceu nesses 20 anos”, disse Alexandre Ribeiro Wanderley.

A porta-bandeira do Tá Pirando Pirado Pirou é paciente do Ipub/UFRJ e o mestre-sala se trata no CAPS Franco Baságlia, em Botafogo. O intérprete do samba enredo é paciente do CAPS de Bangu. “E a gente mistura também com músicos e cantores profissionais. O bloco todo é feito nessa costura dentro e fora do setor de saúde mental, dando sempre esse destaque para os nossos usuários, com uma nova identidade que não aquela do psiquiatrizado”, explica Wanderley.

Império Colonial

Carnaval 2024 – Bloco Império Colonial desfila dia 6 de fevereiro- Império Colonial/Divulgação

Criado em 2009 por pacientes da saúde mental da antiga Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, o bloco Império Colonial traz como enredo em 2024 100 Anos de Transformação, 1 Ano de Folia. O desfile acontece na terça-feira (6), com concentração a partir das 14h e saída do cortejo a partir das 15h. A apresentação será feita no território da ex-colônia, que é considerado um sub-bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.

À época da criação do bloco, havia uma roda de samba, atividade desenvolvida pela Rede de Saúde do território. “Ela foi se tornando um bloco, muito pelo próprio movimento dos participantes”, disse à Agência Brasil o articulador do Centro de Convivência do Museu Bispo do Rosário, Artur Torres, que está à frente do bloco. Atualmente, o bloco tem 12 integrantes fixos, entre trabalhadores, comunidade e usuários da rede de saúde mental. Mas nas apresentações no território, chega a ter 20 ritmistas. Alguns só podem vir em apresentações específicas. “Mas o bloco é sempre aberto”, garantiu Torres.

Durante o ano, são realizadas oficinas carnavalescas, sempre estimulando a comunidade vizinha a participar através das letras. “Porque a gente tem um encontro de compositores e as letras vão trazendo a própria história da comunidade, do território da Colônia”. Este ano, o bloco terá a primeira ala infantil, resultado de parceria do Centro de Convivência em Saúde Mental com o Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi).

Em relação ao enredo, Artur Torres esclareceu que o bloco não está comemorando a Colônia Juliano Moreira nem o manicômio em si. “A gente está comemorando o quanto esse território, com essa história que perpassa ali pelo manicômio, se transformou. O quanto a gente conseguiu modificar e transformar essa história em um ano de folia porque é o ano inteiro de centenário. E a gente vai fazer um ano inteiro de festa, de movimento, de novas transformações. Viva dona Nise da Silveira!”.

Diferente da maioria dos blocos de rua, o Império Colonial não escolhe um samba enredo a cada ano. Além do samba principal Alegria Geral, criado por todo o coletivo de compositores da agremiação e cantado a cada ano, o Império Colonial toca um repertório de sambas durante o percurso.

Iniciativas

O atual diretor do Museu Bispo do Rosário, Alexandre Trino, disse à Agência Brasil que o bloco mobiliza iniciativas relacionadas à arte e cultura na comunidade que se efetivam no carnaval, mas também com as atividades que, de alguma forma, no decorrer do processo de preparo para o carnaval, mobilizam a própria equipe do museu e do centro de convivência. “Tudo isso, de alguma forma, mobiliza os nossos participantes e efetivos do museu, que atuam em outras atividades ligadas à arte e à cultura e produzem uma identidade de ações relacionadas ao bloco em si”.

Trino explicou que o número de participantes cresce à medida que o desfile se aproxima e são realizados os preparativos para o cortejo. A agremiação se articula com outros blocos parceiros relacionados à luta antimanicomial no Rio de Janeiro, como o Loucura Suburbana.

Na avaliação de Alexandre Trino, o Império Colonial só traz benefícios aos ex-assistidos da Colônia Juliano Moreira e à vizinhança. “Acaba sendo uma estratégia de arte e cultura que produz inserção social desses ex-internos da colônia que hoje têm autonomia de vida e que, de alguma forma, interagem culturalmente com a proposta que o bloco oferece, não somente no desfile, mas em toda a montagem estrutural, que vai desde a escolha do samba, até a elaboração de adereços, alegorias, fantasias e tudo o mais.

Loucura Suburbana

A questão do tempo vai nortear o desfile do carnaval 2024 do bloco Loucura Suburbana, que concentra no dia 8, às 16h, no Instituto Nise da Silveira, com saída pelas ruas do bairro do Engenho de Dentro, zona norte do Rio, às 17h. A bateria Ensandecida acompanha os foliões, convocando a população para a “liberdade da loucura de amar”, adianta o coordenador técnico do Ponto de Cultura Loucura Suburbana, Richard Ruszynski. “Desta vez, ficou muito presente a questão do tempo para a gente: do passado, do presente e do futuro. Isso muito relacionado com a história do Loucura e do bairro”.

Bloco Loucura Suburbana desfila no dia 08 de fevereiro – PH Noronha/ Divulgação

O enredo se baseia na frase: “O samba da gente é nosso presente, passado e futuro”. Ruszynski acrescenta que “isso relaciona toda a história do Loucura com o bairro, que tem histórico de samba, de bloco de carnaval, com a saúde mental, com o Instituto Nise da Silveira. Daí surgiu a ideia de abordar isso este ano”.

O samba enredo foi escolhido no último dia 25 de janeiro. Concorreram 36 sambas, de autoria de usuários, trabalhadores e foliões de todos os gêneros e raças, mas o compositor Adilson Nogueira do Amaral, usuário do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Manoel de Barros, foi o vencedor com a música “Te amei, Te amo, Te amarei”. Adilson é tricampeão do carnaval do bloco, com sambas vencedores nos carnavais de 2014, 2015 e, agora, em 2024.

O bloco reúne profissionais de saúde, antigos assistidos do Instituto Nise da Silveira, familiares, pacientes atuais, pessoal das residências terapêuticas (RTs), pessoas que já não têm mais internação. “É muito bacana por isso. Acaba virando um ato também de solidariedade e de apoio à reforma psiquiátrica”, disse Richard Ruszynski. A porta-bandeira continua sendo Elisama Arnaud, que tem como mestre-sala Sidimar Marinho, ambos ex-assistidos pelo instituto. Mais de 2 mil pessoas, em média, participam do desfile.

Dia Mundial do Câncer alerta para importância da prevenção

O dia 4 de fevereiro foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para ser o Dia Mundial de Combate ao Câncer e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) aproveita a data para fazer um alerta sobre o diagnóstico precoce para o enfrentamento da doença. Segundo levantamento feito pela entidade, 31% dos mais de 760 oncologistas clínicos entrevistados para um censo consideram o diagnóstico tardio como um dos principais problemas para o controle do câncer no Brasil.

Entre os oncologistas, 19% apontam falhas no acesso e qualidade dos exames de detecção e controle do câncer e 5% se queixam da falta de campanhas ou programas eficientes de conscientização e prevenção, além da baixa adesão da população aos programas de prevenção e tratamento já existentes. O maior problema apontado pela pesquisa realizada no ano passado foi a dificuldade de acesso a novos tratamentos.

Segundo a Presidente da SBOC, Anelisa Coutinho, o censo permitiu que a entidade conhecesse os desafios apresentados pelos profissionais. “A partir dessas informações, a SBOC tem buscado ampliar parcerias para auxiliar o governo e demais tomadores de decisão em diferentes ações voltadas ao acesso a novas terapias. Em nossos eventos e canais de comunicação com a sociedade, também temos promovido diferentes ações de conscientização e prevenção do câncer.”

Para contribuir e fortalecer o tratamento do câncer no Sistema Único de Saúde (SUS), a SBOC vai oferecer, por meio de uma dessas parcerias, um treinamento virtual sobre oncologia clínica direcionado para os agentes comunitários de saúde. O conteúdo será disponibilizado pelo aplicativo Con.te, que é uma plataforma voltada a esses profissionais e mantida pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Grupo Laços. “A atuação da SBOC neste projeto será de curadoria e produção de conteúdos técnicos sobre oncologia com foco nos agentes de saúde”, explicou a SBOC.

Câncer de mama

Após Dia Mundial do Câncer, o dia 5 de fevereiro foi definido como o Dia Mundial da Mamografia, mais uma oportunidade para reforçar a necessidade da prevenção. O câncer de mama é o subtipo mais comum da doença entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o Brasil tenha cerca de 700 mil novos casos de câncer por ano entre 2023 e 2025.

O câncer é a segunda doença que mais mata no mudo, com cerca de 9,6 milhões de mortes anuais. O câncer de mama é o primeiro mais incidente, atingindo 10,5% da população, seguido do câncer de próstata, com 10,2%.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), entre 30% e 50% dos cânceres podem ser evitados por meio da implementação de estratégias baseadas na prevenção. Por isso, as entidades médicas aproveitam essas datas para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

Exames

Uma pesquisa encomendada por um laboratório farmacêutico revelou que a disseminação da prevenção ao câncer de mama ainda é baixa no Brasil. Segundo o estudo, apenas dois terços das 1.007 entrevistadas realizam autoexame, exames clínicos e mamografias, quando estimuladas e orientadas por seus médicos. Os dados mostram que 64% das brasileiras acreditam que o câncer de mama se desenvolve exclusivamente de forma hereditária.

Os números também indicam que 42% das mulheres nunca realizaram a mamografia, porque algumas se consideram jovens demais e outras alegam falta de pedido médico. Foram entrevistadas mulheres entre 25 e 65 anos. A pesquisa O que as mulheres brasileiras sabem sobre o câncer de mama, atitudes e percepções sobre a doença mostrou que sete em cada dez mulheres consultaram ginecologistas no último ano, com variações notáveis entre as classes sociais. Entre as classes mais altas e com maior escolaridade a taxa é de 80, enquanto 2% das entrevistadas afirmam nunca terem consultado ginecologista.

Com relação à realização do exame de mamografia, 49% das mulheres afirmam que fazem regularmente. Pelo menos 60% são das classes A/B, enquanto 37% são das classes D/E. Duas em cada dez mencionaram que o exame foi realizado porque o médico solicitou (20%), enquanto 16% afirmaram que o fizeram devido à sensação de um caroço ou nódulo.

A recomendação do Ministério da Saúde é que a mamografia de rastreamento, aquela que é feita quando não há sinais nem sintomas, seja realizadas em mulheres com idade entre 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas.

A diretora de oncologia do laboratório responsável pela pesquisa, Flávia Andreghetto, ressaltou que é preciso ter um diálogo aberto e claro com as mulheres devido à importância da conscientização sobre os problemas que podem afetar a saúde feminina. “Ao considerar que muitas mulheres já compreendem que a detecção precoce da doença pode significar uma perspectiva de vida melhor, tornando-se crucial quando se aborda os diferentes subtipos, diagnosticar a doença nos estágios iniciais pode culminar em tratamentos mais eficazes, oferecendo, conforme o subtipo, opções mais vantajosas para as pacientes”, disse.

Gabriel Attal se torna o primeiro-ministro mais jovem da França

10 de janeiro de 2024

 

Na terça-feira, o presidente francês Emmanuel Macron designou Gabriel Attal, de 34 anos e atual ministro da Educação, como o novo chefe de governo. Com a mudança, Attal se torna o primeiro-ministro mais jovem da história do país e também o primeiro a revelar publicamente que é gay.

Essa decisão faz parte dos esforços de Macron para ajudar seu partido antes das próximas eleições para o Parlamento Europeu. O governo realizou reformas controversas nas aposentadorias.

As pesquisas de opinião indicam que o partido de Macron está perdendo para o partido de extrema direita de Marine Le Pen por uma margem de oito a dez pontos percentuais.

Attal, que se tornou uma figura conhecida como porta-voz do governo durante a pandemia de COVID, assumirá o cargo da primeira-ministra Elisabeth Borne.

 

Aos 34 anos, Gabriel Attal é o mais jovem primeiro-ministro da França

Emmanuel Macron nomeou o ministro da Educação, Gabriel Attal, de 34 anos, como seu novo primeiro-ministro, nesta terça-feira (9). A nomeação ocorre no momento em que o presidente francês busca dar novo fôlego ao seu segundo mandato antes das eleições para o Parlamento Europeu.

A medida não levará necessariamente a qualquer mudança política importante, mas sinaliza o desejo de Macron de tentar ir além das impopulares reformas da previdência e de imigração do ano passado e melhorar as chances de seu partido de centro na votação da União Europeia em junho.

As pesquisas de opinião mostram que a ala de Macron está atrás do partido da líder de extrema-direita Marine Le Pen por cerca de oito a dez pontos percentuais.

Attal, um aliado próximo de Macron que se tornou um nome conhecido como porta-voz do governo durante a pandemia da covid-19, substituirá a primeira-ministra Elisabeth Borne.

Um dos políticos mais populares do país em pesquisas de opinião recentes, Attal se mostrou um ministro atuante, à vontade em programas de rádio e no Parlamento.

“Caro Gabriel Attal, sei que posso contar com a sua energia e o seu empenho para implementar o projeto de revitalização que anunciei”, disse Macron, que no final do ano passado afirmou que iria anunciar novas iniciativas políticas.

Attal será o primeiro-ministro mais jovem da França e o primeiro abertamente gay.

“Gabriel Attal é um pouco como o Macron de 2017”, disse o deputado Patrick Vignal, referindo-se ao momento em que o presidente assumiu o cargo pela primeira vez como o líder mais jovem da história moderna da França, na época uma figura popular entre os eleitores.

Vignal, que pertence ao partido Renascimento de Macron e conhece Attal há mais de dez anos, acrescentou que o ministro da Educação “é claro, tem autoridade”.

Macron tem tido dificuldade para lidar com um Parlamento mais turbulento desde que perdeu a maioria absoluta logo após ser reeleito em 2022.

“A dupla Macron-Attal pode trazer um novo sopro de vida (ao governo)”, disse Jean-Daniel Levy, pesquisador da Harris Interactive.

Mas os líderes da oposição foram rápidos em dizer que não esperam muito da mudança de primeiro-ministro, com o próprio Macron assumindo grande parte da tomada de decisões.

“Elisabeth Borne, Gabriel Attal ou outra pessoa, não me importa, serão apenas as mesmas políticas”, disse o líder do Partido Socialista, Olivier Faure, à rádio France Inter.

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Prefeitura de SP e MP assinam termo de cooperação contra o racismo

O Ministério Público e a prefeitura de São Paulo assinaram nesta terça-feira (19) um termo de cooperação técnica para reforçar as ações de enfrentamento ao racismo e outras formas de discriminação. O acordo foi assinado na sede do Ministério Público, no centro da capital paulista.

O acordo prevê quatro formas de implementação: o compartilhamento de informação entre os dois órgãos; o estabelecimento de fluxos de encaminhamento de termos de acordo homologado judicialmente feitos com autores de crimes de ódio; a colaboração na formulação de propostas; e a adoção de medidas necessárias para construir uma proposta de criação de um fundo público para apoiar políticas que promovam a igualdade e combatam a discriminação.

Além disso, o acordo inclui o compromisso de oferecer medidas alternativas à prisão como a reparação de danos, a prestação de serviços à comunidade e o pagamento de valores a entidades antidiscriminação ou a fundos públicos.

Para o procurador-geral de Justiça do Estado, Mário Luiz Sarrubo, o termo trará capilaridade para muitos dos acordos de combate ao racismo. “Trata-se de um termo fundamental que trará capilaridade para muitos dos acordos que são feitos dentro da questão de intolerância e racismo. Por exemplo, cursos que deverão ser ministrados a infratores”, disse ele. “Queremos fazer com que essas ações antirracistas e que combatem a intolerância possam se transformar em mudança de cultura e aprendizado”, acrescentou.

Pelo termo de cooperação técnica, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos ficará responsável pelo acompanhamento e pela fiscalização do cumprimento do acordo. “Existem as ações que o Ministério Público desenvolve e então haverá o apoio da prefeitura para a conclusão e para o acompanhamento desses acordos”, destacou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

Para a secretária executiva de Igualdade Racial, Elisa Lucas Rodrigues, a assinatura do acordo demonstra que as políticas públicas de São Paulo estão pautadas em instrumentos de combate ao racismo. “Hoje é um momento especial para todos nós, mas especialmente para a comunidade negra. Assinar este termo de cooperação com o Ministério Público é uma medida afirmativa, uma ação essencialmente antirracista que colabora e vai colaborar e muito com os nossos trabalhos”, disse.

Conferência cobra investimentos em Sistema de Segurança Alimentar

O manifesto final da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional foi aprovado nesta quinta-feira (14), em Brasília, e cobra a retomada da implementação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). 

“Convocamos os poderes públicos, em parceria com organizações da sociedade civil, a fortalecer a democracia e retomar com vigor a implementação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan)”, diz o texto. 

Ele acentua ter havido um aumento da pobreza, fome e má nutrição entre 2016 e 2022 no Brasil. No período, “forças privatizantes, liberalizantes e antidemocráticas, assim como políticas equivocadas, desmontaram as instituições, resultando no expressivo aumento da insegurança alimentar e nutricional”.

Direito humano

A carta final da conferência acrescenta ser “urgente que as três esferas de governo garantam políticas públicas com mecanismos efetivos de prevenção, mitigação e gestão de conflitos de interesse e que assegurem o direito humano à alimentação adequada”. 

Em quatro páginas, o manifesto defende também a redistribuição de terras para as reformas agrária e urbana, a demarcação de terras indígenas e a titulação de territórios de povos e comunidades tradicionais. 

O documento culmina um processo iniciado com conferências municipais e estaduais e foi aprovado por 2.400 delegados, que se reuniram durante quatro dias em Brasília para debater políticas de combate à fome. 

No encerramento do evento, o manifesto foi entregue  ao ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. Na ocasião, a presidente da Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elisabetta Recine, cobrou a implementação de políticas reais. 

O ministro Wellington Dias discursou na Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – foto – José Cruz/Agência Brasil

“Hoje a gente encerra uma etapa e começa outra. Não terminamos nada na conferência. Na verdade, estamos recomeçando e passando para outra camada dessa espiral e processo”, disse ela.

A íntegra do manifesto final da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional pode ser conferida aqui.