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Circuito Brasília em Folia começa com lavagem das ruas

 

Começa neste sábado (10), o Circuito Brasília em Folia, a principal novidade do carnaval 2024 no Distrito Federal. A partir das 8 horas, os blocos de rua fazem a festa pelo trajeto que interliga o Setor Carnavalesco, no Setor Comercial Sul, a Plataforma Monumental, ao lado da Biblioteca Nacional, e a Plataforma da Diversidade, no Espaço Eixo Cultural Ibero-americano.

São quase 3 quilômetros carnavalescos, com circulação pelo Eixo Monumental e via de serviço S2, que sofrerão alteração no tráfego de automóveis para dar passagem à folia. Veja no mapa.

“Terá fluxo de trios e fanfarras, com programação simultânea nos três palcos e ao longo de todo o corredor por onde as pessoas vão caminhar. A gente até brincou que vai lançar o prêmio dos maiores maratonistas do carnaval”, explica a produtora cultural que coordena o circuito, Dayse Hansa.

Nesse primeiro dia de carnaval, cada trecho iniciará com a lavagem do circuito, que será realizada por grupos de matriz africana, com o objetivo de deixar as melhores energias por onde a festa acontecerá.

O projeto Circuito Brasília em Folia foi promovido pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), com recursos de emendas parlamentares. As regras possibilitaram a parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, que é a gestora do carnaval.

Plataforma da Diversidade

8h – Lavagem do circuito – Grupo Groove do Bem

10h – Rebu convida Bloco Sapatônica

13h – Rebu – O Bloco

Setor Carnavalesco Sul

8h – Lavagem do Circuito – Grupo Folha Seca Afropercussão

11h – Bloco Folha Seca

13h – Bloco Na Batida do Morro

Plataforma Monumental

8h – Lavagem do Circuito – Grupo Asè Dudu – Via S2 (altura da Biblioteca Nacional)

Trio elétrico (Eixo Monumental)

8h – Lavagem do Circuito – Grupo Asè Dudu

Trio Elétrico (Via S2)

15 às 19h – Bloco das Braba

Fanfarra (Via S2)

17h – Boi do Seu Teodoro

Os blocos tradicionais, que já desfilam desde o pré-carnaval, no último final de semana, continuam fazendo a festa no avião de Brasília e em várias cidades satélites. Confira a programação dos blocos que saem às ruas neste sábado.

CarnaVitrola – 16h às 22h – Eixão Norte, na altura da 211 Norte – Asa Norte

Mama Tá Difícil – 10h às 19h – Setor Comercial Sul – Asa Sul

Mvuka – 17h às 22h – Setor de Diversões Sul – Praça Central Conic – Asa Sul

Pais e Filhos – 10h às 16h – Mini Trio – Estacionamento 12 do Parque da Cidade – Asa Sul

Rebu O Bloco – 10h às 19h – Espaço Eixo Cultural Ibero-americano – Eixo Monumental

Concentra Mais Não Sai – 15h às 22h – EQN 404/405 – Asa Norte

Na Batida do Morro – 13h às 19h – Setor Comercial Sul (Quadras 4 e 5) – Asa Sul

Galinho de Brasília – 14h às 22h – SBS 3/4, estacionamento da Caixa Cultural – Asa Sul

Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) – 16h às 22h – entre o Cruzeiro Novo e o Cruzeiro Velho – Cruzeiro

Bloco Baile da Piki – 14h às 22h – Praça Estação 16 Sul, em frente ao metrô Arniqueiras – Águas Claras

Mamãe Taguá – 13h30 às 20h30 – Taguaparque – Estacionamento do Centro Cultural – Taguatinga

Araaxxta – 16h às 00h – salão comunitário – Candangolândia

Brincantes do Gama – 15h às 19h – Praça Lourival Bandeira (do Cine Itapuã) – Gama

Calango Misturado – 14h às 19h – Quadra 2, Área Especial – Varjão

Bloco Alafia – 16h às 23h – EQNP 1/5 Área Especial – Ponto de Cultura Filhos do Quilombo – Ceilândia

CarnaRock – 14h às 22h – QNN Quadra 32 Área Especial G – Ceilândia

Proliferação do mosquito transmissor da dengue aumenta com períodos de chuva e de calor intenso

10 de fevereiro de 2024

 

O aumento de casos de dengue é observado em diversas cidades do País, como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília, que lidera o número de infectados e mortes pela doença. Embora preocupante, o aumento de casos já era esperado com o fenômeno climático El Niño.

O professor Pedro Luiz Côrtes, titular da Escola de Comunicação e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo, conversa sobre a ligação entre o El Niño e o mosquito da dengue, e o que esperar do próximo fenômeno, La Niña.

Conforme explica o professor, a dengue é uma arbovirose, ou seja, doença transmitida por artrópodes como mosquitos e carrapatos. A proliferação desses agentes aumenta com o nível de chuva e calor, dois efeitos provocados pelo El Niño nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

“O que aconteceu, não só com El Niño como La Niña, é que os efeitos têm sido potencializados pelas mudanças climáticas. Então, os oceanos muito aquecidos acabam colocando mais energia nesse sistema oceano-atmosfera e os fenômenos acontecem com maior intensidade. Até se discutiu sobre a possibilidade de que a gente teria um ‘super El Niño’ no início do verão do ano passado”, relata o professor.

Com o fim do verão no final de março, o El Niño dará lugar a outro fenômeno climático, o La Niña, que deve começar em julho, segundo o pesquisador. Com a inversão, deve ocorrer um “efeito gangorra”: o Sul e o Sudeste ficarão mais frios, enquanto o Norte e Nordeste devem registrar aumento de chuvas, que promoverá a proliferação de mosquitos.

“O Norte e Nordeste são regiões notadamente quentes, há uma tendência de maior proliferação desses casos nessas regiões. O que a gente vai ter é uma sobreposição de casos nas regiões atualmente afetadas e também um aumento dos casos no Norte e Nordeste”, afirma Côrtes.

Para o professor, o aumento de casos de dengue tem relação também com a falta de medidas preventivas por parte dos governos, que poderiam fazer uso de novas tecnologias para identificar criadouros do mosquito.

“Faltaram medidas preventivas por parte das Prefeituras no sentido de identificar criadouros. Nós temos imóveis que não estão ocupados e dentro desses imóveis podem existir criadouros. Então, uma inspeção com drones, por exemplo, seria possível para identificar uma casa que tem uma piscina desativada e que pode ser um grande proliferador do Aedes aegypti“, explica Côrtes.

 

Forte chuva no DF causa alagamentos e queda de energia

Uma forte chuva caiu no Distrito Federal, na noite desta sexta-feira (9), e causou grandes alagamentos em diversos pontos. Na Asa Norte, localizada na região central de Brasília pistas ficaram totalmente submersas, interrompendo o trânsito. Os viadutos de acesso às quadras 209/210 e 109/110, por exemplo, foram totalmente cobertos pela água. Vídeos dos transtornos causados pela chuva foram compartilhados nas redes sociais.

Em avenidas importantes da cidade, como a W3, o alagamento do asfalto interrompeu a circulação de veículos e o trânsito precisou ser desviado. Uma enchente também atingiu São Sebastião, região administrativa do DF. Moradores da capital também relataram queda de energia. Procurada, a distribuidora Neoenergia informou que houve “interrupção pontual” de energia no DF e que equipes da empresa já trabalhavam para restabelecer plenamente o serviço.

Outro local castigado pela chuva foi o campus principal da Universidade de Brasília (UnB). Um vídeo postado pelo deputado distrital Max Maciel (PSOL-DF) mostra uma verdadeira correnteza arrancando portas e arrastando móveis e equipamentos pelos corredores. O local se tornou um rio. A reitoria da UnB informou, por meio de sua assessoria, que o Instituto de Física, especialmente no corredor do subsolo, foi a área mais atingida. A instituição ainda calcula os prejuízos. A reitora Márcia Abrahão foi pessoalmente verificar a situação no local.

UNB!

Vários pontos da Asa Norte estão alagados e a universidade também.
Triste demais essa cena.

Além de la, chegou informes que no Morro da Cruz- São Sebas e Ceilândia,
estão tendo vários pontos de inundações. pic.twitter.com/oRQATfWqaM

— Max Maciel 🧢 (@maxmacieldf) February 9, 2024

 

A chuva começou por volta das 18h e foi bastante intensa por mais de uma hora. Pela manhã, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já havia publicado um alerta de tempestade para o DF, com ventos intensos (60 a 100 Km/h) e chuvas que poderia chegar 100 milímetros, com risco de corte de energia, queda de árvores, alagamentos e descargas elétricas.

A reportagem procurou a Defesa Civil e o Governo do Distrito Federal (GDF) para obter um balanço da situação, mas ainda não obteve retorno.

Aneel multa Enel em R$ 165,8 mi por apagão em novembro

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aplicou uma multa de R$ 165,8 milhões à Enel pelo apagão que atingiu a Região Metropolitana de São Paulo em novembro do ano passado. Na ocasião, cerca de 2,1 milhões de pessoas ficaram sem luz, com o fornecimento levando uma semana para ser normalizado.

Segundo o auto de infração, que se tornou público nesta sexta-feira (9), a Enel São Paulo não prestou serviços de forma adequada. A companhia só acionou significativamente as equipes de manutenção – próprias e terceirizadas – em 6 de novembro, três dias após o temporal que derrubou árvores e comprometeu o abastecimento de energia em diversas áreas da capital paulista e dos arredores.

De acordo com a Aneel, a concessionária de energia descumpriu uma resolução normativa que permite a penalização de companhias por “implantar, operar ou manter instalações de energia elétrica e os respectivos equipamentos de forma inadequada”. A agência reguladora também informou que a Enel descumpriu o contrato ao não garantir o fornecimento de energia à população afetada pela tempestade.

O documento da Aneel apontou ainda que a energia só foi restabelecida em todos os imóveis afetados apenas em 10 de novembro, uma semana após o temporal. Segundo o auto de infração, mesmo que tenha ocorrido um evento climático severo, a distribuidora deve adotar procedimentos de operação e de manutenção que levem à normalização “célere” do sistema.

Segundo a agência reguladora, embora a Enel São Paulo obedeça aos limites regulatórios de duração e de frequência de interrupções no fornecimento de energia, os indicadores pioraram nos últimos anos, principalmente em ocorrências emergenciais.

A Enel ainda pode recorrer da multa. Um eventual recurso será primeiramente analisado pela área técnica da Aneel. Em seguida, será encaminhado para a diretoria da agência, que decidirá se acolhe os argumentos da distribuidora.

Setor de serviços avança 2,3% em 2023, revela o IBGE

Os serviços cresceram 2,3% em 2023 no terceiro ano seguido de expansão do setor. Em dezembro passado, o volume de serviços no Brasil avançou 0,3%, sendo o segundo resultado positivo consecutivo. O acumulado nos dois últimos meses do ano representou avanço de 1,2%, o que permitiu a recuperação de parte da perda de 2,1% anotada entre agosto e outubro.

Em relação a dezembro de 2022 os serviços apresentaram recuo de 2,0%, que é o mais intenso desde janeiro de 2021, quando houve queda de 5,0%. No acumulado dos últimos 12 meses, os serviços diminuíram o ritmo. Eles apresentaram recuo na magnitude de crescimento de 3,1% em novembro para 2,3% em dezembro de 2023. Os números fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (9), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A série histórica mostrou que, com a alta de 0,3% de dezembro, o setor de serviços ficou 11,7% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 1,7% abaixo do ponto mais alto da série em dezembro de 2022.

Para o IBGE, a última vez que o setor de serviços registrou crescimento por três anos consecutivos foi entre 2012 e 2014. Naquele momento, houve ganho de 11,3%. No triênio atual – de 2021 a 2023 – a evolução foi ainda mais expressiva: avanço de 22,9%. O IBGE informou, também, que o crescimento de 2,3% registrado em 2023 foi o menos intenso da sequência. Em 2021, a alta ficou em 10,9% e em 8,3% em 2022.

Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, em 2021 e 2022 houve a construção de uma base de comparação elevada, que pode ser explicada tanto pela retomada do setor após o período de isolamento da pandemia de covid-19, como, sobretudo, por conta dos ganhos extraordinários dos segmentos de serviços de tecnologia da informação e o do transporte de cargas.

“Dessa forma, apresentar expansão sobre dois anos que cresceram substancialmente é algo relevante”, informou o IBGE.

Atividades

Quatro das cinco atividades da Pesquisa Mensal de Serviços tiveram taxas positivas em 2023. A pesquisa apontou ainda que 55,4% dos 166 tipos de serviços analisados tiveram crescimento. Os destaques ficaram por conta dos serviços de informação e comunicação (3,4%) e de profissionais, administrativos e complementares (3,7%).

“No primeiro, os principais impactos foram do aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de telecomunicações; desenvolvimento e licenciamento de softwares; desenvolvimento de programas de computador sob encomenda; tratamentos de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet; e portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet”, detalhou o IBGE.

A expansão de locação de automóveis; de serviços de engenharia; de cobranças e informações cadastrais; de atividades de intermediação de negócios em geral; e de agências de viagens favoreceu o resultado dos serviços profissionais, administrativos e complementares.

“Atividades que se fortaleceram no contexto do pós-pandemia colocaram o setor de serviços em patamares elevados. Houve, por exemplo, aumentos consideráveis nos serviços voltados às empresas, notadamente os serviços de TI [tecnologia da informação]”, observou o gerente.

Neste contexto, ele ressaltou o transporte rodoviário de carga, que influenciou o avanço de 1,5% nas atividades de serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e Correios. “É um segmento que cresceu, num primeiro momento na esteira do aumento do comércio eletrônico e que ganhou novos impulsos com a expansão da produção agrícola, na medida em que se cria a necessidade de transporte de insumos, como adubos e fertilizantes, além de operar o próprio escoamento da colheita”, explicou.

Famílias

Os serviços prestados às famílias registraram alta de 4,7% e fecharam as atividades em expansão. Único a ter resultado negativo, o setor de outros serviços apresentou retração de 1,8%. O motivo foi a menor receita vinda de serviços financeiros auxiliares; administração de fundos por contrato ou comissão; corretoras de títulos e valores mobiliários; e administração de bolsas e mercados de balcão.

Para o pesquisador, o resultado de 2023 seguiu a tendência observada em 2022. “Com a retomada pós-isolamento da pandemia, há uma redistribuição da renda disponível das famílias, com redução das aplicações financeiras e aumento do consumo de bens e serviços, que estavam mais represados nos períodos de maior incerteza”, disse.

Estados

Das 27 unidades da federação, 25 tiveram elevação na receita real de serviços, sendo os resultados positivos em Minas Gerais (7,7%), Paraná (11,2%), Rio de Janeiro (3,3%), Mato Grosso (16,4%), Santa Catarina (8,0%) e Rio Grande do Sul (4,4%). As quedas foram anotadas em São Paulo (-1,8%) e Amapá (-2,2%).

Pela primeira vez, o setor de serviços prestados à família ultrapassou o patamar pré-pandemia em dezembro de 2023. Essa era a única atividade da pesquisa que ainda não havia conseguido esse desempenho. Em dezembro, houve alta de 3,5% e, com isso, os serviços prestados às famílias passaram a ficar no maior nível desde fevereiro de 2016.

“É um setor que veio, pouco a pouco, eliminando as perdas da pandemia. Houve uma mudança na configuração das atividades. Os serviços de aplicativos de entrega, por exemplo, acabaram se apropriando de uma parte das receitas dos restaurantes, havendo, assim, uma transferência de receita entre dois setores do setor de serviços”, exemplifica Lobo.

Apesar da retomada em bom ritmo da atividade turística, que auxilia a melhora do setor de alojamento e alimentação, fundamental para a atividade de serviços prestados às famílias, o retorno ainda gradativo ao trabalho presencial ou híbrido também explica o ritmo mais lento de retomada.

“Ainda há um grande contingente de pessoas trabalhando de maneira remota, o que ajuda a transferir receita dos serviços (restaurantes) para o comércio (supermercado), por exemplo”, relatou Lobo.

Alta nos transportes

Os setores de transportes também foram destaque com a alta de 1,3%. O resultado interrompe uma sequência de campos negativos seguidos, que resultou em perda acumulada de 5,4%. Em movimento contrário, com variação de 0,2%, a atividade de serviços de informação e comunicação teve a terceira taxa positiva seguida. O ganho acumulado ficou em 1,8%. As quedas foram notadas em serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,7%) e os outros serviços (-1,2%).

Também em dezembro, 18 das 27 unidades da federação acusaram crescimento. “A alta mais importante veio de São Paulo (0,6%), seguido por Distrito Federal (2,8%), Santa Catarina (1,8%) e Paraná (0,8%). Em contrapartida, Rio de Janeiro (-2,6%), seguido por Minas Gerais (-1,4%), Mato Grosso (-2,6%) e Mato Grosso do Sul (-4,1%) foram as principais quedas”, informou o IBGE.

Na comparação de dezembro de 2023 com dezembro de 2022, a pesquisa mostrou evolução de 1,4%, sendo a 33ª taxa positiva seguida.

Indicadores

Para o IBGE, a Pesquisa Mensal de Serviços produz indicadores para o Brasil, o que permite acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no país.

Nas análises, os pesquisadores investigam “a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação”. A próxima divulgação do estudo – referente a janeiro de 2024 – será feita no dia15 de março próximo.

Anielle chama de “aterrorizante” vídeo de morador baleado na Maré

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, usou as redes sociais para condenar o policial militar que atirou à queima-roupa contra um homem no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação foi gravada em vídeo e compartilhada na internet.

Nas imagens, o policial agride o homem negro com um fuzil e é ouvido um disparo. O homem atingido parece estar desarmado. Logo em seguida, ele cai ferido, é socorrido por uma mulher e perde muito sangue. Também é possível ouvir gritos das pessoas ao redor.

Anielle chamou o vídeo de “aterrorizante” e disse que vai acompanhar as investigações.

“A lei deve ser cumprida por todos, independente do local, raça ou renda. A imagem mostra uma ação no mínimo desproporcional. Liguei para o Ministro Lewandowski e acompanharemos as investigações. Manifesto solidariedade à família da vítima e a toda a população da Maré, aterrorizada com esse tipo de operações”. A ministra acrescenta que não se pode aceitar esse tipo de violência “numa comunidade que é formada por trabalhadores, em sua maioria pessoas negras”.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) e a deputada estadual Renata Souza (PSOL) confirmaram a morte do homem baleado e o identificaram como “Jefferson”. Elas entraram com uma representação no Ministério Público estadual para “cobrar controle externo da operação de hoje na Maré”.

A Anistia Internacional também se manifestou sobre o ocorrido nas redes sociais.

“Inadmissíveis as cenas de horror registradas hoje, na Maré, com um morador sendo executado sumariamente à queima roupa por tiro de fuzil. Exigimos investigações imparciais e responsabilização de todos os envolvidos nesse crime, incluindo a cadeia de comando da força policial”.

Mais cedo, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar disse, em nota, que já identificou o agente envolvido na ocorrência e que “instaurou um procedimento para averiguar as circunstâncias do fato”. O policial usava uma câmera operacional portátil e as imagens vão ser disponibilizadas para investigadores.

A Polícia Civil disse que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e que vai fazer uma perícia no local. Também garantiu que “outras diligências estão em andamento para apurar e esclarecer todos os fatos”.

Operação policial

O disparo contra o homem aconteceu em meio a uma operação policial para recuperar uma carga de veículos de luxo roubada. Participaram policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque).

Os agentes recuperaram 11 veículos, um carro de luxo e quatro motocicletas na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. Os carros estavam em um caminhão-cegonha roubado durante a madrugada, na Avenida Brasil. O motorista também chegou a ser mantido como refém pelos criminosos.

Governo revoga decretos e tira unidades de conservação do PND

O governo federal revogou quatro decretos presidenciais publicados entre os anos de 2019 e 2022, excluindo 19 parques nacionais do Programa Nacional de Desestatização (PND). A medida, contudo, mantém a qualificação de 11 dessas unidades de conservação para o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, o Decreto nº 11.912 foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (7).

A medida revoga os decretos nº 10.147, de dezembro de 2019; nº 10.447, de agosto de 2020; nº 10.673, de abril de 2021 e nº 10.958, de fevereiro de 2022.

Os parques nacionais dos Lençóis Maranhenses (MA); de São Joaquim (SC); da Serra da Capivara (PI); da Serra da Bocaina (SP/RJ); de Ubajara (CE); da Restinga de Jurubatiba (RJ); da Serra da Canastra (MG) e da Serra do Cipó (MG) foram excluídos do PND e tiveram suas qualificações no PPI revogadas.

Já os parques nacionais da Chapada dos Guimarães (MT); de Jericoacoara (CE); de Brasília; da Serra dos Órgãos (RJ); de Anavilhanas (AM); do Jaú (AM); de Caparaó (MG/ES); da Bodoquena (MS) e do Iguaçu (PR) e as florestas nacionais de Brasília e de Ipanema (SP) foram excluídos do PND, mas mantidos no PPI para fins de concessão da prestação do serviço público de apoio à visitação.

Criado em 1990 e reformulado em 1997, por meio da Lei nº 9.491, o PND busca, entre outras medidas, “reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente explorados pelo setor público” e “permitir a retomada de investimentos nas empresas e atividades que vierem a ser transferidas à iniciativa privada”. 

Segundo o texto legal, poderão ser desestatizadas empresas direta ou indiretamente controladas pela União; serviços públicos objeto de concessão, permissão ou autorização; instituições financeiras públicas estaduais e bens móveis e imóveis da União.

Já o PPI foi instituído pela Lei nº 13.334, de 2016, com o objetivo de “ampliar as oportunidades de investimento e emprego e estimular o desenvolvimento tecnológico e industrial, em harmonia com as metas de desenvolvimento social e econômico do País”, possibilitando “a expansão com qualidade da infraestrutura pública, com tarifas adequadas”. 

Podem ser incluídos no programa empreendimentos públicos de infraestrutura em execução ou a serem executados por meio de contratos de parceria celebrados pela administração pública direta e indireta da União; dos estados; do Distrito Federal ou dos municípios; bem como as obras e os serviços de engenharia de interesse estratégico e iniciativas incluídas no PND.

Vendas do comércio varejista sobem 1,7% em 2023

As vendas do comércio varejista no país tiveram alta de 1,7% em 2023, percentual  superior ao registrado no ano anterior, quando fechou em alta de 1%. O resultado do ano foi positivo apesar da queda de 1,3% em dezembro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quarta-feira (7) a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), dezembro foi o “segundo resultado efetivamente negativo para 2023”. Ficou ainda fora da faixa de variação entre menos 0,1% e menos 0,5%, e foi o de maior amplitude, após a queda de 0,8% em maio, explica o IBGE.

O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, observou que o resultado maior que em 2022 manteve a tendência de 6 anos consecutivos de crescimento. “Também setorialmente, falando em varejo ampliado, observamos uma disseminação de resultados positivos, com apenas quatro das 11 categorias no campo negativo”, disse em texto divulgado pelo IBGE.

Entre as 11 atividades pesquisadas no âmbito do varejo ampliado, sete fecharam o ano em elevação. Veículos e motos, partes e peças subiram 8,1%; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, 4,7%; combustíveis e lubrificantes, 3,9%; hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 3,7%; equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, 2%; móveis e eletrodomésticos, 1%, e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, 1%.

Cristiano Santos avalia que o crescimento em veículos e motos, partes e peças significa uma retomada do setor, que passou um período de poucas receitas, especialmente depois da pandemia. “O setor observou uma queda muito grande e uma recuperação muito lenta após vários fechamentos nos anos anteriores. O resultado de 2023 representa uma retomada a uma certa normalidade”.

Em sentido oposto, a atividade outros artigos de uso pessoal e doméstico registrou recuo de 10,9%; tecidos, vestuário e calçados, 4,6%; livros, jornais, revistas e papelaria, 4,5%, e material de construção, queda de 1,9%.

“Analisando as categorias que caíram mais, elas apresentam justificativas bem específicas. A queda de 10,9% em outros artigos de uso pessoal e doméstico está muito ligada à questão da crise contábil de grandes marcas do setor de lojas de departamento. Já em tecidos, vestuário e calçados, é uma tendência que se inicia depois da pandemia, e já é o segundo ano seguido de quedas, o que também tem a ver com a mudança de comportamento de consumo”, analisou o gerente.

Cristiano Santos acrescentou que na categoria livros, jornais e papelaria, 2023 seguiu a tendência histórica de migração dos produtos físicos para os meios digitais, que já vinha sendo notada.

Unidades da federação

Se comparado a novembro, as vendas do comércio varejista em dezembro caíram em 13 das 27 unidades da federação. O destaque ficou com Espírito Santo (14,3%), Rio Grande do Sul (2,9%) e Paraná (1,8%). No campo positivo dos outros 14 estados, os destaques foram Alagoas (3,5%), Amapá (3,1%) e Goiás (3%).

No varejo ampliado, 20 das 27 unidades da federação apresentaram resultados negativos, especialmente Espírito Santos (6,9%), Paraná (5%) e Tocantins (4,7%). Já no lado positivo ficaram sete estados, com destaque para Alagoas (2,3%), Amapá (1,8%) e Distrito Federal (1,6%).

Pesquisa

De acordo com o IBGE, os indicadores produzidos pela Pesquisa Mensal do Comércio “permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista”.

A PMC começou a ser elaborada em 1995 com a intenção de apresentar “resultados mensais da variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e comércio varejista ampliado (automóveis e materiais de construção) para o Brasil e Unidades da Federação”. 

A próxima divulgação da PMC, com os resultados para janeiro de 2024, será em 14 de março.

Parlamento do Senegal vota para adiar eleições presidenciais até 15 de dezembro

6 de fevereiro de 2024

 

O parlamento do Senegal votou na segunda-feira para adiar as eleições presidenciais do país até 15 de dezembro, num processo de votação caótico que ocorreu depois que as forças de segurança desmantelaram uma tentativa da oposição de bloquear a votação – e removeram à força esses legisladores do edifício legislativo.

Também na segunda-feira, dois candidatos da oposição apresentaram contestações legais contra a decisão do presidente Macky Sall de adiar as eleições de 25 de fevereiro.

Uma das disposições do projeto de lei sobre o adiamento das eleições, adotado pela Assembleia Nacional, significa que o mandato de Sall – que termina em 2 de abril – será prolongado até à realização de novas eleições.

Sall anunciou em julho que não iria concorrer a um terceiro mandato.

A União Africana instou o governo do Senegal a organizar as eleições “o mais rapidamente possível” e instou os candidatos da oposição “a resolverem qualquer disputa política através de consulta, compreensão e diálogo civilizado”.

Os protestos eclodiram em frente ao edifício parlamentar no domingo. As forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo enquanto os manifestantes queimavam pneus, bloqueavam estradas e gritavam “ditador Macky Sall”. Várias pessoas foram detidas, juntamente com dois candidatos da oposição, incluindo a ex-primeira-ministra Aminata Touré, que foi posteriormente libertada.

Esta é a primeira vez na história do Senegal que uma eleição presidencial é adiada.

Na segunda-feira, o governo do Senegal também restringiu o acesso à internet móvel. E a rede de televisão privada Walf, cujo sinal foi cortado durante uma transmissão dos protestos de domingo, os gestores disseram que a sua licença de transmissão foi revogada.

“O encerramento abrupto do acesso à internet através de dados móveis e da transmissão da Walf TV por parte do governo constitui um ataque flagrante ao direito à liberdade de expressão e aos direitos de imprensa protegidos pela Constituição do Senegal”, afirmou o escritório regional da Amnistia Internacional para a África Ocidental e Central num comunicado.

O Ministério das Comunicações, Telecomunicações e Economia Digital defendeu a decisão e afirmou que os serviços de internet móvel foram cortados segunda-feira “devido à divulgação de diversas mensagens de ódio e subversivas veiculadas nas redes sociais no contexto de ameaças e perturbações à ordem pública”.

 

Baixada Fluminense terá hospital oncológico com 100 leitos

Com investimentos federais de R$ 55 milhões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta terça-feira (6), em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, as obras de um Hospital Oncológico e de um novo campus do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), ambos na cidade da região metropolitana da capital. A unidade de saúde vai custar R$ 40 milhões e chegará a 100 leitos adultos e infantis, contará com unidades de tratamento intensivo, centro cirúrgico, laboratórios, consultórios, tratamentos de quimioterapia e endoscopia. A expectativa é atender não apenas a população do município, mas de todos os 13 municípios da Baixada, que têm uma população total de cerca de 3,5 milhões de pessoas.

“Nós vamos inaugurar ainda enquanto eu for presidente da República esse hospital, para que as pessoas sejam tratadas com decência e respeito. Não é possível que quem tem dinheiro pode ir a qualquer lugar do mundo se tratar, e quem é pobre morre sem conseguir uma consulta nesse país”, afirmou Lula em discurso no evento de lançamento das obras. O Ministério da Saúde não informou quando o hospital será concluído.

“[O hospital] não atende só Belford Roxo, mas toda a região metropolitana. Essa escola técnica federal da IFRJ vai estar aqui, mas atenderá toda a nossa região metropolitana, dando oportunidade às pessoas de terem acesso a um ensino de qualidade a nível federal”, destacou o prefeito Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho.

Escola técnica

Já o novo campus do IFRJ na cidade, com investimentos de R$ 15 milhões, vai substituir uma estrutura precária e provisória, em que as aulas ocorrem em contêiners. De acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana, a nova sede, que deve ser inaugurada até o fim de 2025, vai permitir passar de menos de 200 matrículas para mais de 1,4 mil.

Em discurso, Santana também falou sobre o Programa Pé de Meia, lançado recentemente, que cria uma poupança e uma ajuda mensal para que estudantes pobres do ensino médio não abandonem a escola. Atualmente, segundo dados oficiais, cerca 480 mil jovens abandonam a escola todos os anos no Brasil.

“Muitas vezes, não é uma opção, o jovem abandona a escola por necessidade, para ajudar o pai, a mãe e a família”, afirmou o ministro.

O programa, que começará no mês que vem, vai pagar, a cada ano do ensino médio, 10 parcelas anuais de R$ 200 a cada estudante beneficiado. O pagamento, que poderá ser sacado, vai depender da frequência de 80% nas aulas.

Em caso de aprovação, o aluno vai ter direito a mais R$ 1 mil por cada série, que serão depositados numa poupança. Esse dinheiro só poderá ser sacado quando for entregue o certificado de conclusão do ensino médio. Ainda está previsto um incentivo para que o estudante realize o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no terceiro ano, com o depósito de mais R$ 200.

“Tem muita gente que fala assim para mim: ‘Lula, você está gastando dinheiro com essa molecada’. Eu falo ‘não, gastar dinheiro eu to gastando quando tiver que fazer cadeia pra esse moleque’. Eu tenho é que fazer escola e gastar dinheiro na escola. Quando eu estiver colocando ele na escola, eu estou garantindo que ele não vá para o narcotráfico, não vá para o crime organizado, não pratique delito e seja orgulho do pai, da mãe e do irmão dentro de casa”, discursou o presidente ao falar sobre o programa.

Homenagem

Lula cumpre agenda no estado do Rio de Janeiro nesta terça-feira. Mais cedo, ele já havia participado da cerimônia de entrega de moradias para 1,3 mil famílias na cidade de Magé.

O presidente também compareceu à inauguração de uma creche municipal em Belford Roxo que recebeu o nome de seu neto, Arthur Lula da Silva, que morreu em 2019, aos 7 anos. A criança morreu de uma infecção generalizada causada por uma bactéria. Na época, o presidente estava preso na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, por causa da Operação Lava-Jato, antes de ter a condenação anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STJ) após o então juiz Sergio Moro ter sido declarado suspeito.

“O meu neto, vocês sabem, ele morreu quando eu estava na Polícia Federal, e ele morreu de forma muito rápida. Ele chegou em casa com dor de cabeça, deitou e de manhã, quando foi para o hospital, já morreu. Foi uma coisa impensada, foi um choque muito grande”, disse.

A Escola Municipal Arthur Araújo Lula da Silva vai atender estudantes até o quinto ano do Ensino Fundamental em nove salas climatizadas com ar-condicionado e telas interativas. A unidade também conta com laboratório de informática, coordenação, direção, secretaria, refeitório, banheiros, cozinha, quadra poliesportiva coberta e rampa de acessibilidade.

Clima

A visita do presidente à Baixada Fluminse mobilizou centenas de pessoas.

Na entrada da cidade, outdoors davam as boas vindas ao presidente. Filas de ônibus lotaram as ruas de acesso ao local do evento, em frente à prefeitura. Pessoas se aglomeravam para acessar as proximidades do palco. Duas horas antes do início do pronunciamento de Lula, o local já estava lotado, apesar do calor de 33 graus Celsius e sensação térmica de 37 graus.

Na multidão que acompanhou a cerimônia, cartazes defendendo a educação: “Educação não é gasto, é investimento” e “Eu sou formada graças ao ProUni”. Uma faixa chamava atenção do presidente para as tragédias causadas no município pelas chuvas que alagaram casas e deixaram centenas de desabrigados e desalojados: “Lula olhe por nós, ficamos embaixo d’água. SOS Baixada Fluminense”.

Do lado de fora do evento, um pequeno grupo de pessoas vestidas de verde e amarelo portavam cartazes de Fora Lula.

*Colaborou Mariana Tokarnia.