Skip to content

3893 search results for "star"

Fies: inscrições para vagas remanescentes encerram nesta segunda

As inscrições para as vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) referente ao primeiro semestre de 2024 serão encerradas nesta segunda-feira (1º) exclusivamente pela internet, por meio do sistema Fies Seleção, disponível no Portal Acesso Único do MEC.

“As vagas remanescentes do Fies referem-se às oportunidades de financiamento que não foram preenchidas durante as etapas regulares de seleção do programa. Elas são destinadas exclusivamente aos estudantes efetivamente matriculados no curso, turno e local de oferta para os quais se inscreveram”, informou o Ministério da Educação.

Segundo o MEC, os candidatos devem estar obrigatoriamente em situação de “cursando” no momento da inscrição no Fies ou devem ter cursado o referido semestre com aproveitamento em pelo menos 75% das disciplinas, caso o semestre já tenha sido encerrado.

De acordo com o Edital 19/2024, que trata do processo de oferta e ocupação de vagas remanescentes do Fies, o resultado da ordem de classificação e da pré-seleção será divulgado na próxima quinta-feira (4), constituído de chamada única e de lista de espera.

CadÚnico

Candidatos com renda familiar per capita de até meio salário-mínimo que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) terão prioridade na classificação para a ocupação das vagas remanescentes. Nesses casos, também será possível solicitar a contratação de financiamento de até 100% dos encargos educacionais cobrados pelas instituições.

Entenda

Instituído pela Lei nº 10.260, de julho de 2001, o Fies tem como proposta conceder financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos. Os cursos devem ser ofertados por instituições de educação superior privadas participantes do programa, bem como ter avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Saiba as origens culturais do Festival de Parintins; campeão sai hoje

O campeão do 57º Festival de Parintins, dividido entre o vermelho do Boi Garantido e o azul do Caprichoso – será conhecido nesta segunda-feira (1º). As apresentações no Bumbódromo começaram na sexta-feira (28) à noite e se estenderam até esse domingo.

Visitantes que chegam pela primeira vez ao Festival de Parintins buscando se aprofundar nos detalhes do evento logo se deparam com um desafio: dominar o vocabulário gerado em torno do evento. A lista de palavras e termos, parte deles de origem indígena, envolve desde os nomes dos personagens até substantivos específicos para se referir a componentes e torcedores de cada um dos bois.

Considerado patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o evento está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá. A manifestação popular gira em torno de uma lenda sobre a ressurreição do boi.

Para contar essa história, é preciso representar alguns personagens. O Amo do Boi, que representa o dono da fazenda, é o cantor e compositor que faz versos exaltando sua torcida e desafiando o adversário. Já a sua filha, a Sinhazinha, também tem destaque na encenação e acompanha a evolução do boi.

Outra personagem de referência é a cunhã-poranga, a “moça bonita” da aldeia e guardiã de seu povo, que expressa força pela beleza. No Boi Garantido, esse papel é desempenhado por Isabelle Nogueira, que participou recentemente do Big Brother Brasil, reality show produzido pela Rede Globo, e contribuiu para aumentar o interesse sobre o Festival de Parintins. No Boi Caprichoso, o posto pertence à Marciele Albuquerque.

Parintins (AM) – Apresentação do Boi Caprichoso na segunda noite do 57º Festival Folclórico – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Há ainda a vaqueirada, composta pelos guardiões do boi. Já os tuxauas representam os chefes dos povos indígenas. Nas toadas, produzidas anualmente para embalar as apresentações, notam-se muitas dessas palavras e termos, como também outros são agregados. Aquelas canções que se tornam hits contribuem para estimular a ampliação do vocabulário do evento.

Em 2015, estudo produzido na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) investigou a presença de palavras indígenas nas toadas. De acordo com a pesquisadora Dulcilândia Belém da Silva, responsável pelo trabalho, esse é um dos elementos que contribuiu para a expansão do Festival de Parintins pela comunidade amazonense.

Ela lembra que a maior valorização dos adereços e dos componentes indígenas tiveram início em 1993, revolucionando a tradição do Boi-Bumbá e fazendo com que o festival ganhasse mais espaço na mídia. “No ano 2000, as toadas com tema indígena alcançaram sua consolidação no âmbito das toadas de boi e com regularidade e incidência expressivas, principalmente devido à implantação do edital para a seleção das toadas, que estabeleceu alguns critérios que balizaram a produção criativa”, observou.

A pesquisa contabilizou 1.014 toadas no período entre 1986 e 2013, das quais 466 têm como tema o componente indígena. Entre essas, encontraram-se 2.327 palavras indígenas. O estudo mostra ainda que, em 2015, estava ocorrendo o uso mais recorrente de palavras de troncos linguísticos além do tupi.

Parintins (AM) – Apresentação do Boi Garantido na segunda noite do 57º Festival Folclórico – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Dulcilândia também lembrou que a cultura local já era receptiva ao vocabulário indígena. Antes mesmo do crescimento do festival, eram utilizados termos como curumim e cunhatã. Outras palavras, no entanto, como cunhã-poranga se popularizaram por meio das toadas.

Galeras e currais

Enquanto há um vocabulário comum para os personagens, há substantivos específicos usados para se referir às galeras de cada um, como são chamadas as torcidas. Os adeptos do Boi Garantido são os encarnados, em alusão à cor vermelha, ou perrechés, termo adotada como variante do adjetivo pejorativo ‘pé rachado’ disseminado pelos adversários no passado. Já os marujeiros manifestam sua paixão pelo Boi Caprichoso. Muitos se tornam torcedores por influência de suas famílias, o que faz do festival um evento que alimenta a tradição que se renova a cada geração.

Morador de Manaus, o perreché Raimundo Medeiros, que trabalha com transporte marítimo, encarou uma viagem de 16 horas de barco desde a capital amazonense até Parintins. Todos os anos, ele encara a mesma jornada para estar presente no festival. A embarcação em que ele estava, repleta de redes para descanso, reunia mais de 200 encarnados.

“Isso vem desde o ventre da minha mãe. A minha família toda é torcedora do Boi Garantido. A viagem é longa, mas não é cansativa, porque durante todo o tempo a gente vem brincando e se divertindo. Descansa na rede. E a gente sabe que vai chegar aqui para torcer para o Garantido. É muita emoção. Quando ele entra na arena, parece sempre que estamos vivendo aquele momento pela primeira vez”, conta.

Parintins (AM) – O designer gráfico Weucles Santos, do Movimento Garantido, dorme em rede no barco em que navegou até Parintis – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Do outro lado, a marujeira Stefany Rocha se mostra confiante no título. Estudante de publicidade, ela também saiu de Manaus. Chegou a Parintins para acompanhar o festival pela segunda vez. A paixão pelo Boi Caprichoso também foi herdada da mãe. “É uma emoção, uma felicidade. Só quem está aqui sabe o se que passa no coração e na cabeça na hora da apresentação. É muito gratificante, muito lindo ver a nossa cultura”.

As baterias também têm designações diferenciadas. No Garantido, é a batucada, e no Caprichoso, a marujada. Se em boa parte da cidade, o vermelho e o azul se misturam, há também áreas mais delimitadas onde o predomínio é claro. Isso ocorre no entorno dos currais, local onde funcionam os ensaios de cada boi. O do Boi Garantido fica na Baixa do São José e o do Boi Caprichoso está localizado no centro da cidade.

Campeão do Festival de Parintins será conhecido nesta segunda

O campeão do 57º Festival de Parintins, dividido entre o vermelho do Boi Garantido e o azul do Caprichoso – será conhecido nesta segunda-feira (1º). As apresentações no Bumbódromo começaram na sexta-feira (28) à noite e se estenderam até esse domingo.

Visitantes que chegam pela primeira vez ao Festival de Parintins buscando se aprofundar nos detalhes do evento logo se deparam com um desafio: dominar o vocabulário gerado em torno do evento. A lista de palavras e termos, parte deles de origem indígena, envolve desde os nomes dos personagens até substantivos específicos para se referir a componentes e torcedores de cada um dos bois.

Considerado patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o evento está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá. A manifestação popular gira em torno de uma lenda sobre a ressurreição do boi.

Para contar essa história, é preciso representar alguns personagens. O Amo do Boi, que representa o dono da fazenda, é o cantor e compositor que faz versos exaltando sua torcida e desafiando o adversário. Já a sua filha, a Sinhazinha, também tem destaque na encenação e acompanha a evolução do boi.

Outra personagem de referência é a cunhã-poranga, a “moça bonita” da aldeia e guardiã de seu povo, que expressa força pela beleza. No Boi Garantido, esse papel é desempenhado por Isabelle Nogueira, que participou recentemente do Big Brother Brasil, reality show produzido pela Rede Globo, e contribuiu para aumentar o interesse sobre o Festival de Parintins. No Boi Caprichoso, o posto pertence à Marciele Albuquerque.

Parintins (AM) – Apresentação do Boi Caprichoso na segunda noite do 57º Festival Folclórico – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Há ainda a vaqueirada, composta pelos guardiões do boi. Já os tuxauas representam os chefes dos povos indígenas. Nas toadas, produzidas anualmente para embalar as apresentações, notam-se muitas dessas palavras e termos, como também outros são agregados. Aquelas canções que se tornam hits contribuem para estimular a ampliação do vocabulário do evento.

Em 2015, estudo produzido na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) investigou a presença de palavras indígenas nas toadas. De acordo com a pesquisadora Dulcilândia Belém da Silva, responsável pelo trabalho, esse é um dos elementos que contribuiu para a expansão do Festival de Parintins pela comunidade amazonense.

Ela lembra que a maior valorização dos adereços e dos componentes indígenas tiveram início em 1993, revolucionando a tradição do Boi-Bumbá e fazendo com que o festival ganhasse mais espaço na mídia. “No ano 2000, as toadas com tema indígena alcançaram sua consolidação no âmbito das toadas de boi e com regularidade e incidência expressivas, principalmente devido à implantação do edital para a seleção das toadas, que estabeleceu alguns critérios que balizaram a produção criativa”, observou.

A pesquisa contabilizou 1.014 toadas no período entre 1986 e 2013, das quais 466 têm como tema o componente indígena. Entre essas, encontraram-se 2.327 palavras indígenas. O estudo mostra ainda que, em 2015, estava ocorrendo o uso mais recorrente de palavras de troncos linguísticos além do tupi.

Parintins (AM) – Apresentação do Boi Garantido na segunda noite do 57º Festival Folclórico – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Dulcilândia também lembrou que a cultura local já era receptiva ao vocabulário indígena. Antes mesmo do crescimento do festival, eram utilizados termos como curumim e cunhatã. Outras palavras, no entanto, como cunhã-poranga se popularizaram por meio das toadas.

Galeras e currais

Enquanto há um vocabulário comum para os personagens, há substantivos específicos usados para se referir às galeras de cada um, como são chamadas as torcidas. Os adeptos do Boi Garantido são os encarnados, em alusão à cor vermelha, ou perrechés, termo adotada como variante do adjetivo pejorativo ‘pé rachado’ disseminado pelos adversários no passado. Já os marujeiros manifestam sua paixão pelo Boi Caprichoso. Muitos se tornam torcedores por influência de suas famílias, o que faz do festival um evento que alimenta a tradição que se renova a cada geração.

Morador de Manaus, o perreché Raimundo Medeiros, que trabalha com transporte marítimo, encarou uma viagem de 16 horas de barco desde a capital amazonense até Parintins. Todos os anos, ele encara a mesma jornada para estar presente no festival. A embarcação em que ele estava, repleta de redes para descanso, reunia mais de 200 encarnados.

“Isso vem desde o ventre da minha mãe. A minha família toda é torcedora do Boi Garantido. A viagem é longa, mas não é cansativa, porque durante todo o tempo a gente vem brincando e se divertindo. Descansa na rede. E a gente sabe que vai chegar aqui para torcer para o Garantido. É muita emoção. Quando ele entra na arena, parece sempre que estamos vivendo aquele momento pela primeira vez”, conta.

Parintins (AM) – O designer gráfico Weucles Santos, do Movimento Garantido, dorme em rede no barco em que navegou até Parintis – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Do outro lado, a marujeira Stefany Rocha se mostra confiante no título. Estudante de publicidade, ela também saiu de Manaus. Chegou a Parintins para acompanhar o festival pela segunda vez. A paixão pelo Boi Caprichoso também foi herdada da mãe. “É uma emoção, uma felicidade. Só quem está aqui sabe o se que passa no coração e na cabeça na hora da apresentação. É muito gratificante, muito lindo ver a nossa cultura”.

As baterias também têm designações diferenciadas. No Garantido, é a batucada, e no Caprichoso, a marujada. Se em boa parte da cidade, o vermelho e o azul se misturam, há também áreas mais delimitadas onde o predomínio é claro. Isso ocorre no entorno dos currais, local onde funcionam os ensaios de cada boi. O do Boi Garantido fica na Baixa do São José e o do Boi Caprichoso está localizado no centro da cidade.

Do artesanato à música: Festival de Parintins aquece produção cultural

No centro de Parintins, no Amazonas, a calmaria de outros períodos do ano dá lugar a uma intensa movimentação. Vendedores locais e também provenientes de outras cidades, alguns com estruturas fixas e trabalhando como ambulantes, fazem dali um agitado centro comercial. É possível comprar desde diferentes tipos comidas e bebidas até dispositivos eletrônicos. Mas o que salta aos olhos é a criativa produção cultural local que envolve artesanato, telas, adereços e roupas.

O artesão Mateus Pereira relata que, nessa época, o Festival de Parintins é fundamental para impulsionar todo esse trabalho. Ele destaca a importância de inovar todos os anos para agradar aos torcedores de cada um dos dois protagonistas: o Boi Caprichoso e o Boi Garantido. “Não pode repetir porque o cliente que vem, volta no ano seguinte. E ele não vai comprar uma peça que viu no ano anterior”, diz.

Observando técnicas que já eram empregadas por sua mãe, Mateus trilhou um caminho de artesão autodidata a partir dos seus 12 anos de idade. Embora nascido em Manaus, mudou-se ainda criança para Parintins e ali desenvolveu um trabalho que ganhou visibilidade, com destaque para peças em madeira. Ele, no entanto, tem uma vasta produção que envolve telas, esculturas e arte com material reciclável.

“Tudo que eu tenho na minha vida eu consegui através da arte. Eu procuro fazer aquilo que mais vende em cada temporada. Mas busco sempre oferecer uma produção diferenciada, dando uma perfeição às minhas peças, finalizando com um bom acabamento e usando boa matéria-prima. Tudo isso agrega valor e a gente ganha mais respaldo com os clientes. Com isso, tenho obras que foram vendidas para fora do país. Tem obra na Alemanha, Polônia, Itália, França,  Espanha, Canadá, Estados Unidos, México, Argentina e na Colômbia”.

O impulso que o festival dá ao artesanato local é inegável. Mateus conta que há muitos produtores que trabalham apenas na época do evento. Mas, mesmo aqueles que produzem o ano inteiro, como ele, conseguem efetuar um maior volume de vendas quando o Boi Garantido e o Boi Caprichoso atraem milhares de turistas para a cidade.

“Eu trabalho 365 dias por ano. Eu não tenho outro meio para me sustentar. Então, depois do festival, eu mudo a temática e faço peças mais voltadas para o religioso devido à festa de Nossa Senhora do Carmo. Depois chegam os navios de cruzeiro. E eles trazem visitantes que não estão interessados em boi. Se você tentar vender boi, você passa fome porque eles querem arara, tucano, onça, todo tipo de animal da fauna e da flora amazônica. Mas o festival é sempre a época que mais vende. Eu fiz uns bois que movimentam a cabeça e todos foram vendidos rapidamente”, conta.

O artesão Mateus Pereira, fã do Boi Caprichoso, trabalha com comércio de peças regionais e de artesanato alusivo ao Festival Folclórico de Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Cidade dividida

O Festival de Parintins, em sua 57ª edição, divide a cidade entre o vermelho do Boi Garantido e o azul do Boi Caprichoso. Considerado patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ele está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá, na qual é narrada uma lenda onde ocorre a ressurreição do boi. As apresentações no Bumbódromo começaram na noite de sexta-feira (28) e terminaram no domingo (30). Ao longo dos três dias, 10 jurados avaliaram 21 quesitos. O anúncio do campeão ocorrerá nesta segunda-feira (1º).

Revelando-se torcedor do Boi Caprichoso, Mateus enaltece a importância da disputa sadia e mostra sua produção que atende a todos os gostos. Ele cita um projeto que desenvolveu em 2022 com recursos da Lei Aldir Blanc, criada para apoiar o setor cultural em meio à pandemia de covid-19. “Eu fiz personagens e itens do festival. Tinha uma sinhazinha e uma cunhã-poranga de cada boi. Fiz uma exposição aqui. E com a visibilidade e a repercussão, um museólogo de São Paulo entrou em contato comigo e comprou todas as peças”, lembra.

Para Mateus, o impulso dado pelo festival fomenta uma grande cadeia de produção. “A gente estrutura uma rede de colaboradores muito grande. Tem o rapaz que tira a matéria-prima lá no interior: a raiz, os galhos, as frutas, as sementes. Há pessoas que fazem o transporta desse material de lá para cá”, detalha.

O artesanato está espalhado por Parintins, mas há alguns pontos de maior concentração. A Central de Artesanato Soarte é um deles. Ali, uma grande variedade de produções com a temática do festival chama a atenção. Se algumas peças são assinadas pelos próprios artesões que administram suas barracas, outras chegam prontas para os vendedores.  É o caso de muitos bois de pano e de pelúcia e de adereços de cabeça, com penas e detalhes vermelhos ou azuis. As múltiplas origens dos produtos indicam como o festival fomenta uma complexa cadeia de produção.

Parintins (AM), 29/06/2024 – Comércio de artesanato no Festival Folclórico de Parintins.. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A expectativa do governo amazonense é de que o evento movimente R$ 160 milhões. A prefeitura de Parintins estima 120 mil visitantes, mais do que o número de habitantes da cidade. Segundo o Censo Demográfico 2022, a população local é de 96,3 mil pessoas.

Os benefícios econômicos no estado vão além da cidade de Parintins, beneficiando setores como o de transporte, tendo em vista que boa dos turistas são de Manaus e de outras cidades do próprio Amazonas. Na capital, o impulso dado pelo festival também beneficia profissionais envolvidos com a arte e a cultura.

É o caso do designer gráfico Weucles Santos. Natural de Itacoatiara (AM) e morador de Manaus, ele integra o Movimento Amigos do Garantido (MAG) e é responsável por produzir materiais artísticos de divulgação. Sem ter tido nenhuma influência da família, que não acompanha o festival, ele se apaixonou pelo boi vermelho e branco. Para estar presente no evento, encarou uma viagem de 16 horas de barco saindo da capital.

Weucles manifesta a satisfação de trabalhar com algo que desperta sua paixão. “Nós somos a vitrine em Manaus. Fazemos os eventos e lançamos a campanha para o festival. É muito legal participar do processo, se envolver e saber o que vai acontecer é muito legal”,  opina.

O designer gráfico Weucles Santos, do Movimento Garantido, dorme em rede no barco em que navegou até Parintis para torcer pelo Boi Garantido no 57º Festival Folclórico de Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Características próprias

Os figurinos e os demais elementos cênicos das apresentações também envolvem amplo conjunto de profissionais, alguns dos quais trabalham no carnaval carioca. Não é por acaso que os dois eventos populares foram evoluindo ao longo do tempo e adotando alegorias cada vez mais grandiosas. Agostinho Rodrigues, coordenador de figurinos do Boi Garantido, destaca, porém, que há diferenças e que o Festival de Parintins tem suas características próprias.

“A gente nunca trouxe o carnaval para cá. Mas fomos lá estudar sobre materiais melhores que a gente pode aproveitar. Hoje, a parte de figurino do nosso boi foi toda construída dentro do próprio galpão. Até nossas penas foram feitas aqui dentro. A gente importava, comprava muito material de fora, do eixo Rio-São Paulo”, pondera.

Ele conta que, alinhado com mensagem transmitida pelo festival, a sustentabilidade é uma diretriz da produção. “Se você observar as penas, parece que é de verdade, das aves. Mas é tudo plotado, feito na cidade. Nós queremos um festival que não agrida a natureza. E a natureza nos dá muito material sem que seja necessário agredi-la. A gente trabalha por exemplo com palha seca e com folha de castanheira seca”.

Agostinho Rodrigues conta que os envolvidos no trabalho são, assim como o artesão Mateus Pereira, autodidatas. “Tudo começou como uma brincadeira lá atrás. A gente saía na rua com o Boi Garantido, mas nunca imaginava que ia ganhar essa evolução toda. E hoje a gente já tem 35 anos nessa estrada trabalhando com o Boi Garantido. Desde lá no início quando ainda não era o fenômeno atual. O nosso boi evoluiu através da nossa cultura. Os nossos artistas já vêm de berço. Aqui não tem ninguém que fez faculdade de arte. A gente aprendeu a fazer arte sem fazer faculdade”, observa.

Ele destaca a importância da renovação. “Lá atrás, eu aprendi muita coisa. Então, tudo é uma questão de adquirir conhecimento e passar para as pessoas. Chega um momento que é preciso ter um grupo preparado para assumir no nosso lugar e preservar a cultura. E é vivenciando a produção que os jovens adquirem um conhecimento diferenciado”.

O processo de produção envolve diversas etapas. A comissão de arte do Boi Garantido começa a pensar a apresentação em setembro do ano anterior, fornecendo os subsídios para a criação dos figurinos.

“Na entrada do ano, a gente já está com todo o projeto pronto para tirar do papel. São 22 artistas só no setor tribal. Na alegoria, há mais 15 artistas. A gente termina com umas 120 pessoas. Inclui as costureiras e o pessoal que prepara as penas. Inclui também os soldadores que são muito importantes. Eles fazem o trabalho inicial, a estrutura. E, em cima dela, a gente vai dando forma”, afirma Agostinho.

Ele se vangloria de tudo ser feito de forma artesanal, sem recursos eletrônicos ou hidráulicos. “É tudo manual com corda e cabo de aço. São as mãos das pessoas que movimentam as alegorias. Às vezes há 50 pessoas movimentando uma única alegoria. É o que eu sempre digo: esse festival é uma vitrine. Ele está vendendo a nossa imagem, mostrando o conhecimento do artista parintinense. E esse artista é muito bem valorizado. Há pessoas que hoje estão fazendo muito trabalho fora daqui. E é por conta do festival”.

O coordenador de Fantasias do Boi Garantido, Agostinho Rodrigues, no Curral, em Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Produção musical

Os organizadores estimam que 10 mil pessoas sejam envolvidas de alguma forma na realização das apresentações. Cada boi escolhe anualmente um tema para conduzir a apresentação. Serve também de norte para a produção das fantasias e alegorias. Neste ano, a encenação do Caprichoso se dá sob o mote “Cultura – O Triunfo do Povo”. Já a apresentação do Garantido aborda os “Segredos do Coração”.

É também com base nesses temas que são lançados álbuns com cerca de 20 novas toadas usadas para guiar o espetáculo. Os bois também podem executar músicas dos anos anteriores. As composições ficam também disponíveis nas plataformas digitais. As duas mais reproduzidas registradas pelo Spotify até esse domingo (30) eram Málúù Dúdú, do Caprichoso, com 609 mil reproduções e Perreché da Puraca, do Garantido, com 528 mil.

Esses trabalhos muitas vezes estruturam toda uma carreira artística. É o caso do compositor Tadeu Garcia que, em um vídeo divulgado pelo festival, lembrou sua dedicação de décadas ao Boi Garantido e fala sobre o desafio de escrever uma letra que intensifique as emoções durante as apresentações. “O Garantido desperta em cada um de nós uma hipersensibilidade, que vai muito além de algo que possa ser explicado. A gente faz a toada para que cada um dos torcedores sinta como se a toada fosse sua”, observa.

Além de fomentar a produção de toadas dos álbuns oficiais de cada boi, o festival busca estimular outros gêneros da cena musical local. Na quinta-feira (27), ocorreu a Festa dos Visitantes, momento em que artistas da cidade se uniram a nomes nacionais como Belo e Thiaguinho numa espécie de boas-vindas aos turistas.

Ao ser anunciada como uma das atrações do evento, a cantora Márcia Novo celebrou a realização de um sonho. “Todo o ano que vinha curtir a festa, pensava: um dia vou cantar aí! E agora que esse dia chegou. Te prepara que vou espucar a malhadeira! Esse ano estou comemorando 20 anos de carreira e preparei um grande baile de beirada de rio recheado de Beiradão, Brega, Boi Bumbá”, escreveu ela em suas redes sociais.

Comércio de artesanato no Festival Folclórico de Parintins.. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Festival de Parintins, no Amazonas, aquece produção cultural

No centro de Parintins, no Amazonas, a calmaria de outros períodos do ano dá lugar a uma intensa movimentação. Vendedores locais e também provenientes de outras cidades, alguns com estruturas fixas e trabalhando como ambulantes, fazem dali um agitado centro comercial. É possível comprar desde diferentes tipos comidas e bebidas até dispositivos eletrônicos. Mas o que salta aos olhos é a criativa produção cultural local que envolve artesanato, telas, adereços e roupas.

O artesão Mateus Pereira relata que, nessa época, o Festival de Parintins é fundamental para impulsionar todo esse trabalho. Ele destaca a importância de inovar todos os anos para agradar aos torcedores de cada um dos dois protagonistas: o Boi Caprichoso e o Boi Garantido. “Não pode repetir porque o cliente que vem, volta no ano seguinte. E ele não vai comprar uma peça que viu no ano anterior”, diz.

Observando técnicas que já eram empregadas por sua mãe, Mateus trilhou um caminho de artesão autodidata a partir dos seus 12 anos de idade. Embora nascido em Manaus, mudou-se ainda criança para Parintins e ali desenvolveu um trabalho que ganhou visibilidade, com destaque para peças em madeira. Ele, no entanto, tem uma vasta produção que envolve telas, esculturas e arte com material reciclável.

“Tudo que eu tenho na minha vida eu consegui através da arte. Eu procuro fazer aquilo que mais vende em cada temporada. Mas busco sempre oferecer uma produção diferenciada, dando uma perfeição às minhas peças, finalizando com um bom acabamento e usando boa matéria-prima. Tudo isso agrega valor e a gente ganha mais respaldo com os clientes. Com isso, tenho obras que foram vendidas para fora do país. Tem obra na Alemanha, Polônia, Itália, França,  Espanha, Canadá, Estados Unidos, México, Argentina e na Colômbia”.

O impulso que o festival dá ao artesanato local é inegável. Mateus conta que há muitos produtores que trabalham apenas na época do evento. Mas, mesmo aqueles que produzem o ano inteiro, como ele, conseguem efetuar um maior volume de vendas quando o Boi Garantido e o Boi Caprichoso atraem milhares de turistas para a cidade.

Apresentação do Boi Garantido na segunda noite do 57º Festival Folclórico de Parintins, no Bumbódromo. foto – Fernando Frazão/Agência Brasil

“Eu trabalho 365 dias por ano. Eu não tenho outro meio para me sustentar. Então, depois do festival, eu mudo a temática e faço peças mais voltadas para o religioso devido à festa de Nossa Senhora do Carmo. Depois chegam os navios de cruzeiro. E eles trazem visitantes que não estão interessados em boi. Se você tentar vender boi, você passa fome porque eles querem arara, tucano, onça, todo tipo de animal da fauna e da flora amazônica. Mas o festival é sempre a época que mais vende. Eu fiz uns bois que movimentam a cabeça e todos foram vendidos rapidamente”, conta.

Cidade dividida

O Festival de Parintins, em sua 57ª edição, divide a cidade entre o vermelho do Boi Garantido e o azul do Boi Caprichoso. Considerado patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ele está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá, na qual é narrada uma lenda onde ocorre a ressurreição do boi. As apresentações no Bumbódromo começaram na noite de sexta-feira (28) e terminaram no domingo (30). Ao longo dos três dias, 10 jurados avaliaram 21 quesitos. O anúncio do campeão ocorrerá nesta segunda-feira (1º).

Revelando-se torcedor do Boi Caprichoso, Mateus enaltece a importância da disputa sadia e mostra sua produção que atende a todos os gostos. Ele cita um projeto que desenvolveu em 2022 com recursos da Lei Aldir Blanc, criada para apoiar o setor cultural em meio à pandemia de covid-19. “Eu fiz personagens e itens do festival. Tinha uma sinhazinha e uma cunhã-poranga de cada boi. Fiz uma exposição aqui. E com a visibilidade e a repercussão, um museólogo de São Paulo entrou em contato comigo e comprou todas as peças”, lembra.

Para Mateus, o impulso dado pelo festival fomenta uma grande cadeia de produção. “A gente estrutura uma rede de colaboradores muito grande. Tem o rapaz que tira a matéria-prima lá no interior: a raiz, os galhos, as frutas, as sementes. Há pessoas que fazem o transporta desse material de lá para cá”, detalha.

O artesanato está espalhado por Parintins, mas há alguns pontos de maior concentração. A Central de Artesanato Soarte é um deles. Ali, uma grande variedade de produções com a temática do festival chama a atenção. Se algumas peças são assinadas pelos próprios artesões que administram suas barracas, outras chegam prontas para os vendedores.  É o caso de muitos bois de pano e de pelúcia e de adereços de cabeça, com penas e detalhes vermelhos ou azuis. As múltiplas origens dos produtos indicam como o festival fomenta uma complexa cadeia de produção.

A expectativa do governo amazonense é de que o evento movimente R$ 160 milhões. A prefeitura de Parintins estima 120 mil visitantes, mais do que o número de habitantes da cidade. Segundo o Censo Demográfico 2022, a população local é de 96,3 mil pessoas.

Os benefícios econômicos no estado vão além da cidade de Parintins, beneficiando setores como o de transporte, tendo em vista que boa dos turistas são de Manaus e de outras cidades do próprio Amazonas. Na capital, o impulso dado pelo festival também beneficia profissionais envolvidos com a arte e a cultura.

É o caso do designer gráfico Weucles Santos. Natural de Itacoatiara (AM) e morador de Manaus, ele integra o Movimento Amigos do Garantido (MAG) e é responsável por produzir materiais artísticos de divulgação. Sem ter tido nenhuma influência da família, que não acompanha o festival, ele se apaixonou pelo boi vermelho e branco. Para estar presente no evento, encarou uma viagem de 16 horas de barco saindo da capital.

Weucles manifesta a satisfação de trabalhar com algo que desperta sua paixão. “Nós somos a vitrine em Manaus. Fazemos os eventos e lançamos a campanha para o festival. É muito legal participar do processo, se envolver e saber o que vai acontecer é muito legal”,  opina.

Características próprias

Os figurinos e os demais elementos cênicos das apresentações também envolvem amplo conjunto de profissionais, alguns dos quais trabalham no carnaval carioca. Não é por acaso que os dois eventos populares foram evoluindo ao longo do tempo e adotando alegorias cada vez mais grandiosas. Agostinho Rodrigues, coordenador de figurinos do Boi Garantido, destaca, porém, que há diferenças e que o Festival de Parintins tem suas características próprias.

“A gente nunca trouxe o carnaval para cá. Mas fomos lá estudar sobre materiais melhores que a gente pode aproveitar. Hoje, a parte de figurino do nosso boi foi toda construída dentro do próprio galpão. Até nossas penas foram feitas aqui dentro. A gente importava, comprava muito material de fora, do eixo Rio-São Paulo”, pondera.

Ele conta que, alinhado com mensagem transmitida pelo festival, a sustentabilidade é uma diretriz da produção. “Se você observar as penas, parece que é de verdade, das aves. Mas é tudo plotado, feito na cidade. Nós queremos um festival que não agrida a natureza. E a natureza nos dá muito material sem que seja necessário agredi-la. A gente trabalha por exemplo com palha seca e com folha de castanheira seca”.

Agostinho Rodrigues conta que os envolvidos no trabalho são, assim como o artesão Mateus Pereira, autodidatas. “Tudo começou como uma brincadeira lá atrás. A gente saía na rua com o Boi Garantido, mas nunca imaginava que ia ganhar essa evolução toda. E hoje a gente já tem 35 anos nessa estrada trabalhando com o Boi Garantido. Desde lá no início quando ainda não era o fenômeno atual. O nosso boi evoluiu através da nossa cultura. Os nossos artistas já vêm de berço. Aqui não tem ninguém que fez faculdade de arte. A gente aprendeu a fazer arte sem fazer faculdade”, observa.

Ele destaca a importância da renovação. “Lá atrás, eu aprendi muita coisa. Então, tudo é uma questão de adquirir conhecimento e passar para as pessoas. Chega um momento que é preciso ter um grupo preparado para assumir no nosso lugar e preservar a cultura. E é vivenciando a produção que os jovens adquirem um conhecimento diferenciado”.

O processo de produção envolve diversas etapas. A comissão de arte do Boi Garantido começa a pensar a apresentação em setembro do ano anterior, fornecendo os subsídios para a criação dos figurinos.

“Na entrada do ano, a gente já está com todo o projeto pronto para tirar do papel. São 22 artistas só no setor tribal. Na alegoria, há mais 15 artistas. A gente termina com umas 120 pessoas. Inclui as costureiras e o pessoal que prepara as penas. Inclui também os soldadores que são muito importantes. Eles fazem o trabalho inicial, a estrutura. E, em cima dela, a gente vai dando forma”, afirma Agostinho.

Curral do Boi Caprichoso, a sede onde são produzidas as fantasias e os ensaios, em Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Ele se vangloria de tudo ser feito de forma artesanal, sem recursos eletrônicos ou hidráulicos. “É tudo manual com corda e cabo de aço. São as mãos das pessoas que movimentam as alegorias. Às vezes há 50 pessoas movimentando uma única alegoria. É o que eu sempre digo: esse festival é uma vitrine. Ele está vendendo a nossa imagem, mostrando o conhecimento do artista parintinense. E esse artista é muito bem valorizado. Há pessoas que hoje estão fazendo muito trabalho fora daqui. E é por conta do festival”.

Produção musical

Os organizadores estimam que 10 mil pessoas sejam envolvidas de alguma forma na realização das apresentações. Cada boi escolhe anualmente um tema para conduzir a apresentação. Serve também de norte para a produção das fantasias e alegorias. Neste ano, a encenação do Caprichoso se dá sob o mote “Cultura – O Triunfo do Povo”. Já a apresentação do Garantido aborda os “Segredos do Coração”.

É também com base nesses temas que são lançados álbuns com cerca de 20 novas toadas usadas para guiar o espetáculo. Os bois também podem executar músicas dos anos anteriores. As composições ficam também disponíveis nas plataformas digitais. As duas mais reproduzidas registradas pelo Spotify até esse domingo (30) eram Málúù Dúdú, do Caprichoso, com 609 mil reproduções e Perreché da Puraca, do Garantido, com 528 mil.

Esses trabalhos muitas vezes estruturam toda uma carreira artística. É o caso do compositor Tadeu Garcia que, em um vídeo divulgado pelo festival, lembrou sua dedicação de décadas ao Boi Garantido e fala sobre o desafio de escrever uma letra que intensifique as emoções durante as apresentações. “O Garantido desperta em cada um de nós uma hipersensibilidade, que vai muito além de algo que possa ser explicado. A gente faz a toada para que cada um dos torcedores sinta como se a toada fosse sua”, observa.

Além de fomentar a produção de toadas dos álbuns oficiais de cada boi, o festival busca estimular outros gêneros da cena musical local. Na quinta-feira (27), ocorreu a Festa dos Visitantes, momento em que artistas da cidade se uniram a nomes nacionais como Belo e Thiaguinho numa espécie de boas-vindas aos turistas.

Ao ser anunciada como uma das atrações do evento, a cantora Márcia Novo celebrou a realização de um sonho. “Todo o ano que vinha curtir a festa, pensava: um dia vou cantar aí! E agora que esse dia chegou. Te prepara que vou espucar a malhadeira! Esse ano estou comemorando 20 anos de carreira e preparei um grande baile de beirada de rio recheado de Beiradão, Brega, Boi Bumbá”, escreveu ela em suas redes sociais.

Do artesanato à música: Festival de Parintins aquece produção cultural

No centro de Parintins, no Amazonas, a calmaria de outros períodos do ano dá lugar a uma intensa movimentação. Vendedores locais e também provenientes de outras cidades, alguns com estruturas fixas e trabalhando como ambulantes, fazem dali um agitado centro comercial. É possível comprar desde diferentes tipos comidas e bebidas até dispositivos eletrônicos. Mas o que salta aos olhos é a criativa produção cultural local que envolve artesanato, telas, adereços e roupas.

O artesão Mateus Pereira relata que, nessa época, o Festival de Parintins é fundamental para impulsionar todo esse trabalho. Ele destaca a importância de inovar todos os anos para agradar aos torcedores de cada um dos dois protagonistas: o Boi Caprichoso e o Boi Garantido. “Não pode repetir porque o cliente que vem, volta no ano seguinte. E ele não vai comprar uma peça que viu no ano anterior”, diz.

Observando técnicas que já eram empregadas por sua mãe, Mateus trilhou um caminho de artesão autodidata a partir dos seus 12 anos de idade. Embora nascido em Manaus, mudou-se ainda criança para Parintins e ali desenvolveu um trabalho que ganhou visibilidade, com destaque para peças em madeira. Ele, no entanto, tem uma vasta produção que envolve telas, esculturas e arte com material reciclável.

“Tudo que eu tenho na minha vida eu consegui através da arte. Eu procuro fazer aquilo que mais vende em cada temporada. Mas busco sempre oferecer uma produção diferenciada, dando uma perfeição às minhas peças, finalizando com um bom acabamento e usando boa matéria-prima. Tudo isso agrega valor e a gente ganha mais respaldo com os clientes. Com isso, tenho obras que foram vendidas para fora do país. Tem obra na Alemanha, Polônia, Itália, França,  Espanha, Canadá, Estados Unidos, México, Argentina e na Colômbia”.

O impulso que o festival dá ao artesanato local é inegável. Mateus conta que há muitos produtores que trabalham apenas na época do evento. Mas, mesmo aqueles que produzem o ano inteiro, como ele, conseguem efetuar um maior volume de vendas quando o Boi Garantido e o Boi Caprichoso atraem milhares de turistas para a cidade.

“Eu trabalho 365 dias por ano. Eu não tenho outro meio para me sustentar. Então, depois do festival, eu mudo a temática e faço peças mais voltadas para o religioso devido à festa de Nossa Senhora do Carmo. Depois chegam os navios de cruzeiro. E eles trazem visitantes que não estão interessados em boi. Se você tentar vender boi, você passa fome porque eles querem arara, tucano, onça, todo tipo de animal da fauna e da flora amazônica. Mas o festival é sempre a época que mais vende. Eu fiz uns bois que movimentam a cabeça e todos foram vendidos rapidamente”, conta.

O artesão Mateus Pereira, fã do Boi Caprichoso, trabalha com comércio de peças regionais e de artesanato alusivo ao Festival Folclórico de Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Cidade dividida

O Festival de Parintins, em sua 57ª edição, divide a cidade entre o vermelho do Boi Garantido e o azul do Boi Caprichoso. Considerado patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ele está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá, na qual é narrada uma lenda onde ocorre a ressurreição do boi. As apresentações no Bumbódromo começaram na noite de sexta-feira (28) e terminaram no domingo (30). Ao longo dos três dias, 10 jurados avaliaram 21 quesitos. O anúncio do campeão ocorrerá nesta segunda-feira (1º).

Revelando-se torcedor do Boi Caprichoso, Mateus enaltece a importância da disputa sadia e mostra sua produção que atende a todos os gostos. Ele cita um projeto que desenvolveu em 2022 com recursos da Lei Aldir Blanc, criada para apoiar o setor cultural em meio à pandemia de covid-19. “Eu fiz personagens e itens do festival. Tinha uma sinhazinha e uma cunhã-poranga de cada boi. Fiz uma exposição aqui. E com a visibilidade e a repercussão, um museólogo de São Paulo entrou em contato comigo e comprou todas as peças”, lembra.

Para Mateus, o impulso dado pelo festival fomenta uma grande cadeia de produção. “A gente estrutura uma rede de colaboradores muito grande. Tem o rapaz que tira a matéria-prima lá no interior: a raiz, os galhos, as frutas, as sementes. Há pessoas que fazem o transporta desse material de lá para cá”, detalha.

O artesanato está espalhado por Parintins, mas há alguns pontos de maior concentração. A Central de Artesanato Soarte é um deles. Ali, uma grande variedade de produções com a temática do festival chama a atenção. Se algumas peças são assinadas pelos próprios artesões que administram suas barracas, outras chegam prontas para os vendedores.  É o caso de muitos bois de pano e de pelúcia e de adereços de cabeça, com penas e detalhes vermelhos ou azuis. As múltiplas origens dos produtos indicam como o festival fomenta uma complexa cadeia de produção.

Parintins (AM), 29/06/2024 – Comércio de artesanato no Festival Folclórico de Parintins.. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A expectativa do governo amazonense é de que o evento movimente R$ 160 milhões. A prefeitura de Parintins estima 120 mil visitantes, mais do que o número de habitantes da cidade. Segundo o Censo Demográfico 2022, a população local é de 96,3 mil pessoas.

Os benefícios econômicos no estado vão além da cidade de Parintins, beneficiando setores como o de transporte, tendo em vista que boa dos turistas são de Manaus e de outras cidades do próprio Amazonas. Na capital, o impulso dado pelo festival também beneficia profissionais envolvidos com a arte e a cultura.

É o caso do designer gráfico Weucles Santos. Natural de Itacoatiara (AM) e morador de Manaus, ele integra o Movimento Amigos do Garantido (MAG) e é responsável por produzir materiais artísticos de divulgação. Sem ter tido nenhuma influência da família, que não acompanha o festival, ele se apaixonou pelo boi vermelho e branco. Para estar presente no evento, encarou uma viagem de 16 horas de barco saindo da capital.

Weucles manifesta a satisfação de trabalhar com algo que desperta sua paixão. “Nós somos a vitrine em Manaus. Fazemos os eventos e lançamos a campanha para o festival. É muito legal participar do processo, se envolver e saber o que vai acontecer é muito legal”,  opina.

O designer gráfico Weucles Santos, do Movimento Garantido, dorme em rede no barco em que navegou até Parintis para torcer pelo Boi Garantido no 57º Festival Folclórico de Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Características próprias

Os figurinos e os demais elementos cênicos das apresentações também envolvem amplo conjunto de profissionais, alguns dos quais trabalham no carnaval carioca. Não é por acaso que os dois eventos populares foram evoluindo ao longo do tempo e adotando alegorias cada vez mais grandiosas. Agostinho Rodrigues, coordenador de figurinos do Boi Garantido, destaca, porém, que há diferenças e que o Festival de Parintins tem suas características próprias.

“A gente nunca trouxe o carnaval para cá. Mas fomos lá estudar sobre materiais melhores que a gente pode aproveitar. Hoje, a parte de figurino do nosso boi foi toda construída dentro do próprio galpão. Até nossas penas foram feitas aqui dentro. A gente importava, comprava muito material de fora, do eixo Rio-São Paulo”, pondera.

Ele conta que, alinhado com mensagem transmitida pelo festival, a sustentabilidade é uma diretriz da produção. “Se você observar as penas, parece que é de verdade, das aves. Mas é tudo plotado, feito na cidade. Nós queremos um festival que não agrida a natureza. E a natureza nos dá muito material sem que seja necessário agredi-la. A gente trabalha por exemplo com palha seca e com folha de castanheira seca”.

Agostinho Rodrigues conta que os envolvidos no trabalho são, assim como o artesão Mateus Pereira, autodidatas. “Tudo começou como uma brincadeira lá atrás. A gente saía na rua com o Boi Garantido, mas nunca imaginava que ia ganhar essa evolução toda. E hoje a gente já tem 35 anos nessa estrada trabalhando com o Boi Garantido. Desde lá no início quando ainda não era o fenômeno atual. O nosso boi evoluiu através da nossa cultura. Os nossos artistas já vêm de berço. Aqui não tem ninguém que fez faculdade de arte. A gente aprendeu a fazer arte sem fazer faculdade”, observa.

Ele destaca a importância da renovação. “Lá atrás, eu aprendi muita coisa. Então, tudo é uma questão de adquirir conhecimento e passar para as pessoas. Chega um momento que é preciso ter um grupo preparado para assumir no nosso lugar e preservar a cultura. E é vivenciando a produção que os jovens adquirem um conhecimento diferenciado”.

O processo de produção envolve diversas etapas. A comissão de arte do Boi Garantido começa a pensar a apresentação em setembro do ano anterior, fornecendo os subsídios para a criação dos figurinos.

“Na entrada do ano, a gente já está com todo o projeto pronto para tirar do papel. São 22 artistas só no setor tribal. Na alegoria, há mais 15 artistas. A gente termina com umas 120 pessoas. Inclui as costureiras e o pessoal que prepara as penas. Inclui também os soldadores que são muito importantes. Eles fazem o trabalho inicial, a estrutura. E, em cima dela, a gente vai dando forma”, afirma Agostinho.

Ele se vangloria de tudo ser feito de forma artesanal, sem recursos eletrônicos ou hidráulicos. “É tudo manual com corda e cabo de aço. São as mãos das pessoas que movimentam as alegorias. Às vezes há 50 pessoas movimentando uma única alegoria. É o que eu sempre digo: esse festival é uma vitrine. Ele está vendendo a nossa imagem, mostrando o conhecimento do artista parintinense. E esse artista é muito bem valorizado. Há pessoas que hoje estão fazendo muito trabalho fora daqui. E é por conta do festival”.

O coordenador de Fantasias do Boi Garantido, Agostinho Rodrigues, no Curral, em Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Produção musical

Os organizadores estimam que 10 mil pessoas sejam envolvidas de alguma forma na realização das apresentações. Cada boi escolhe anualmente um tema para conduzir a apresentação. Serve também de norte para a produção das fantasias e alegorias. Neste ano, a encenação do Caprichoso se dá sob o mote “Cultura – O Triunfo do Povo”. Já a apresentação do Garantido aborda os “Segredos do Coração”.

É também com base nesses temas que são lançados álbuns com cerca de 20 novas toadas usadas para guiar o espetáculo. Os bois também podem executar músicas dos anos anteriores. As composições ficam também disponíveis nas plataformas digitais. As duas mais reproduzidas registradas pelo Spotify até esse domingo (30) eram Málúù Dúdú, do Caprichoso, com 609 mil reproduções e Perreché da Puraca, do Garantido, com 528 mil.

Esses trabalhos muitas vezes estruturam toda uma carreira artística. É o caso do compositor Tadeu Garcia que, em um vídeo divulgado pelo festival, lembrou sua dedicação de décadas ao Boi Garantido e fala sobre o desafio de escrever uma letra que intensifique as emoções durante as apresentações. “O Garantido desperta em cada um de nós uma hipersensibilidade, que vai muito além de algo que possa ser explicado. A gente faz a toada para que cada um dos torcedores sinta como se a toada fosse sua”, observa.

Além de fomentar a produção de toadas dos álbuns oficiais de cada boi, o festival busca estimular outros gêneros da cena musical local. Na quinta-feira (27), ocorreu a Festa dos Visitantes, momento em que artistas da cidade se uniram a nomes nacionais como Belo e Thiaguinho numa espécie de boas-vindas aos turistas.

Ao ser anunciada como uma das atrações do evento, a cantora Márcia Novo celebrou a realização de um sonho. “Todo o ano que vinha curtir a festa, pensava: um dia vou cantar aí! E agora que esse dia chegou. Te prepara que vou espucar a malhadeira! Esse ano estou comemorando 20 anos de carreira e preparei um grande baile de beirada de rio recheado de Beiradão, Brega, Boi Bumbá”, escreveu ela em suas redes sociais.

Comércio de artesanato no Festival Folclórico de Parintins.. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Portabilidade do saldo devedor do cartão de crédito começa hoje

A partir desta segunda-feira (1º), os donos de cartão de crédito poderão transferir o saldo devedor da fatura para uma instituição financeira que oferecer melhores condições de renegociação. É que entra em vigor uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) – aprovada em dezembro do ano passado – que busca diminuir o endividamento e melhorar a capacidade de o consumidor se planejar.

A resolução é a mesma que, desde janeiro, limitou os juros do rotativo do cartão de crédito a 100% da dívida. Não estava prevista na lei do programa Desenrola a portabilidade do saldo devedor da fatura que foi aprovada na última reunião do CMN do ano passado.

Operação de crédito

A medida também vale para os demais instrumentos de pagamento pós-pagos, modalidades nas quais os recursos são depositados para pagamento de débitos já assumidos. A proposta da instituição financeira deve ser realizada por meio de uma operação de crédito consolidada (que reestruture a dívida acumulada). Além disso, a portabilidade terá de ser feita de forma gratuita.

Caso a instituição credora original faça uma contraproposta ao devedor, a operação de crédito consolidada deverá ter o mesmo prazo do refinanciamento da instituição proponente. Segundo o Banco Central (BC), a igualdade de prazos permitirá a comparação dos custos.

Transparência

O CMN também aumentou a transparência nas faturas do cartão de crédito. Também a partir de hoje, as faturas deverão trazer uma área de destaque, com as informações essenciais, como valor total da fatura, data de vencimento da fatura do período vigente e limite total de crédito.

As faturas também deverão ter uma área em que sejam oferecidas opções de pagamento. Nessa área deverão estar especificadas apenas as seguintes informações: valor do pagamento mínimo obrigatório; valor dos encargos a serem cobrados no período seguinte no caso de pagamento mínimo; opções de financiamento do saldo devedor da fatura, apresentadas na ordem do menor para o maior valor total a pagar; taxas efetivas de juros mensal e anual; e Custo Efetivo Total (CET) das operações de crédito.

O CMN também obrigou as instituições financeiras a enviar ao titular do cartão a data de vencimento da fatura por e-mail ou mensagem em algum canal de atendimento. O aviso terá de ser remetido com pelo menos dois dias de antecedência.

Por fim, as faturas terão uma área com informações complementares. Nesse campo, devem estar informações como lançamentos na conta de pagamento; identificação das operações de crédito contratadas; juros e encargos cobrados no período vigente; valor total de juros e encargos financeiros cobrados referentes às operações de crédito contratadas; identificação das tarifas cobradas; e limites individuais para cada tipo de operação, entre outros dados.

Principais restrições do calendário eleitoral começam em julho

A partir deste mês, começam a valer as principais restrições previstas no calendário eleitoral para impedir o uso da máquina pública a favor de candidatos às eleições municipais de outubro. As vedações estão previstas na Lei das Eleições (Lei 9.504/1997).

No dia 6 de julho, três meses antes do pleito, começam as restrições para contratação e demissão de servidores públicos. A partir do dia 20, os partidos podem realizar suas convenções internas para a escolha dos candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores.

O primeiro turno das eleições será no dia 6 de outubro. O segundo turno da disputa poderá ser realizado em 27 de outubro nos municípios com mais de 200 mil eleitores, nos quais nenhum dos candidatos à prefeitura atingiu mais da metade dos votos válidos, excluídos os brancos e nulos, no primeiro turno. 

Confira as principais restrições

6 de julho 

Nomeação de servidores – a partir do próximo sábado (6), três meses antes do pleito, os agentes públicos não podem nomear, contratar e demitir por justa causa servidores públicos. A lei abre exceção para nomeação e exoneração de pessoas que exercem função comissionada e a contratação de natureza emergencial para garantir o funcionamento de serviços públicos essenciais.

Concursos  – A nomeação de servidores só pode ocorrer se o resultado do concurso foi homologado até 6 de julho.

Verbas  – Os agentes públicos também estão proibidos de fazer transferência voluntária de recursos do governo federal aos estados e municípios. O dinheiro só pode ser enviado para obras que já estão em andamento ou para atender situações de calamidade pública.

Publicidade estatal – A autorização para realização de publicidade institucional de programas de governo também está proibida. Pronunciamentos oficiais em cadeia de rádio e televisão e a divulgação de nomes de candidatos em sites oficiais também estão vedados e só podem ocorrer com autorização da Justiça Eleitoral. 

Inauguração de obras – Também fica proibida a participação de candidatos em inaugurações de obras públicas.

20 de julho 

Convenções – A partir do dia 20 de julho, os partidos políticos e as federações poderão escolher seus candidatos para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. O prazo para realização das convenções termina em 5 de agosto.

Gastos de campanha – Na mesma data, o TSE divulgará o limite de gastos de campanha para os cargos que estarão em disputa. 

Direito de resposta – Também começa a valer a possiblidade de candidatos e partidos pedirem direito de resposta contra reportagens, comentários e postagens que considerarem ofensivas na imprensa e nas redes sociais.

Hoje é Dia: Mês de julho celebra mulheres negras e a luta antirracista

O mês  de julho conta com celebrações antirracistas e lembranças da professora e antropóloga mineira Lélia Gonzalez  e Nelson Mandela que dedicaram a vida a luta contra o preconceito e a desigualdade social. O Mês também marca as datas de morte de  Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum (30 anos); do jornalista paulista Júlio de Mesquita Filho (55 anos);  da pintora e ativista mexicana Frida Kahlo (70 anos). E ainda lembra os 120 anos de nascimento do poeta chileno Pablo Neruda.

Falecida há 30 anos, no dia 11 de julho, Lélia Gonzalez desenvolveu conceitos como “Améfrica” e “pretuguês”, que definem o papel estrutural das culturas africanas nas sociedades que se desenvolveram deste lado do Oceano Atlântico. O programa Viva Maria, da Rádio Nacional, relembrou o legado da pesquisadora e militante antirracista.

Já no dia 03 de julho é celebrado o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial e remete a data da aprovação da primeira lei brasileira contra o preconceito, trata-se da Lei n° 1.390 de 1951, conhecida como Lei Afonso Arinos, que na época estabeleceu que racismo era uma contravenção, atualmente a Lei prevê penas de reclusão de um a cinco anos e multa para os condenados por práticas racistas. Além disso, ela estabelece que o crime de racismo é inafiançável e imprescritível, ou seja, não pode ser objeto de fiança nem perde a validade com o passar do tempo.

Os veículos públicos da EBC tratam deste tema frequentemente, no ano passado a Rádio Nacional fez uma entrevista sobre o assunto com Ângela Santos, Delegada do Distrito Federal,  Titular da Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial , Religiosa, Orientação Sexual, Pessoa Idosa ou com Deficiência.

O jornal Repórter Brasil, da TV Brasil também lembrou do Dia Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial e da Lei Afonso Arinos. 

No dia 05  é o Dia mundial da Capoeira, um legado de resistência da cultura afro-brasileira, que envolve os praticantes por meio do canto, dos instrumentos típicos como o berimbau e o atabaque, em uma roda, onde os golpes se confundem com a dança. Uma prática que é, ao mesmo tempo, jogo e brincadeira. Reconhecida há dez anos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, como conta a reportagem de 2014 da Agência Brasil. A presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na época, Jurema Machado, explicou que as políticas de patrimônio imaterial não existem apenas para conferir títulos, mas para que os governos assumam compromissos de preservação de seus bens culturais, materiais e imateriais.

O Dia Internacional de Nelson Mandela, 18 de julho, é um chamado a paz, a luta por direitos humanos e contra as desigualdades sociais. A data também celebra os 106 anos do nascimento do líder africano. Mandela foi o primeiro presidente negro da África do Sul, que teve papel determinante no fim do sistema de segregação racial conhecido como “apartheid”.  A data foi escolhida, em 2009, pelas Nações Unidas para celebrar a proteção dos direitos humanos e a igualdade étnica. Poucos anos depois, em 2013, Mandela morreu aos 95 anos.

Também conhecido como Madiba, ele passou 27 anos preso, condenado por seu engajamento na luta contra o racismo. Quando completou 100 anos de nascimento a Agência Brasil fez uma série de matérias especiais sobre o assunto. Uma entrevista do Programa Revista Brasil da Rádio Nacional também lembrou Madiba e sua luta por igualdade. 

A TV Brasil também lembrou da data, que a ONU propõe que cada pessoa dedique 67 minutos ao serviço comunitário e defesa dos direitos humanos lembrando os 67 anos que Mandela trabalhou como político e ativista.

Já no dia 25 a festa é feminina e feminista, com o Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana, Afro-Caribenha e da Diáspora. Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992, a data tem como objetivo lembrar a luta e a resistência das mulheres contra racismo, o machismo, a violência, a discriminação e o preconceito dos quais ainda são vítimas.

O dia 25 de julho também celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela, viveu no século 18 e foi casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho, até ser assassinado por soldados. Também conhecido como Quilombo do Quariterê, o quilombo ficava na atual fronteira entre o estado de Mato Grosso e a Bolívia. Com a morte de José Piolho, Tereza se tornou a líder do quilombo, que era o maior do estado, e, sob sua liderança, resistiu à escravidão por duas décadas.

A data é celebrada durante todo o mês de julho pelo Festival Latinidades, considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina. A idealizadora e diretora do festival, Jaqueline Fernandes, explica que se trata de um espaço de articulação política e cultural que no ano passado propôs a discussão: no lugar do lucro e do desenvolvimento desigual, o cuidado com as pessoas e o planeta. A Empresa Brasil de Comunicação – EBC apoiou a iniciativa e a Agência Brasil fez uma série de matérias sobre o tema e o festival. Confira aqui!

Julho de 2024

1

Nascimento do ator, roteirista, diretor e produtor cinematográfico britânico Charles Laughton (125 anos) – primeiro ator a interpretar o detetive Hercule Poirot no teatro, em 1928, e o primeiro ator britânico a ganhar o Oscar de melhor ator pelo filme britânico “Os Amores de Henrique VIII”

Nascimento da poetisa e escritora de crônicas paranaense Júlia da Costa (180 anos)

Nascimento do diretor de filmes, ator, roteirista e produtor francês Claude Berri (90 anos)

Nascimento do autor e diretor de teatro estadunidense, e radicado no Brasil, Gerald Thomas (70 anos)

Morte do ator estadunidense Marlon Brando (20 anos)

Morte do político e militar argentino Juan Domingo Perón (50 anos) – presidente da Argentina em três mandatos, entre os anos 1940 e 1970

Início da Conferência de Bretton Woods, encontro que criou o Bird e o FMI (80 anos)

A argentina María Estela Martínez de Peron, conhecida como Isabelita Perón, se torna a primeira mulher a ocupar cargo de presidente na América Latina (50 anos)

Início da circulação do Real, nova moeda brasileira (30 anos)

Lançamento do aparelho Walkman da fabricante Sony, modelo TPS-L2, primeiro modelo colocado à venda no Japão (40 anos)

Dia do Bairro Imperial de São Cristóvão

O então presidente Ernesto Geisel sanciona a Lei Complementar nº 20, que determina a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro (50 anos)

Estreia do programa “Sem Censura” na TVE Brasil, atual TV Brasil (39 anos)

2

Nascimento do tenista e empresário francês Jean René Lacoste (120 anos) – criador da marca de roupas Lacoste

Nascimento do físico, matemático, político e crítico de arte pernambucano Mário Schenberg (110 anos) – considerado o maior físico teórico do Brasil

Nascimento da política filipina Imelda Marcos (95 anos) – conhecida mundialmente pelo escândalo de possuir 3.000 pares de sapatos, supostamente adquiridos com dinheiro público

Partida do 1º Contingente da Força Expedicionária Brasileira, dando início à participação brasileira na 2ª Guerra Mundial (80 anos)

Eclode em Pernambuco a Confederação do Equador (200 anos) – movimento revolucionário de caráter separatista e republicano que se alastrou pelas demais províncias do nordeste do Brasil, representando a principal reação contra a tendência monarquista e a política centralizadora do governo de Dom Pedro I

3

Morte do músico inglês Brian Jones (55 anos) – membro fundador da banda Rolling Stones

Morte do cantor e compositor fluminense Alfredo Albuquerque (90 anos)

Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial – celebra a aprovação da Lei n° 1.390, a Lei Afonso Arinos, de 1951

Circula, em São Luís, o primeiro número do periódico Eco do Norte, do escritor e político maranhense João Lisboa (190 anos)

4

Morte do poeta e jurista mineiro Cláudio Manuel da Costa (235 anos) – participou do movimento conhecido como Conjuração Mineira, tendo morrido em circunstâncias suspeitas

Morte da cientista polonesa Marie Curie (85 anos) – primeira mulher a receber um prêmio Nobel e primeira pessoa a recebê-lo duas vezes, cujas conquistas envolvem o desenvolvimento da radioatividade e a descoberta de elementos químicos

Nascimento do cantor, compositor e instrumentista fluminense Anescarzinho do Salgueiro (95 anos)

A tenista paulista Maria Esther Andion Bueno se torna a primeira pessoa de nacionalidade brasileira a vencer um Grand Slam de tênis, no Torneio de Wimbledon (65 anos)

5

Nascimento do tenista e político estadunidense Dwight D. Davis (145 anos) – fundador da Copa Davis

Morte do artista plástico sergipano Arthur Bispo do Rosário (35 anos)

Nascimento do escritor e cineasta francês Jean Cocteau (135 anos)

Morte da atriz paulista Consuelo Leandro (25 anos) – atuou no humorístico “Balança mas não cai”, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro

O aviador paulista Eduardo Chaves, pioneiro da aviação brasileira, realiza a primeira rota entre São Paulo e Rio de Janeiro (110 anos)

Fundação da empresa transnacional de comércio eletrônico Amazon.com, por Jeff Bezos (30 anos)

Dia Mundial da Capoeira – comemoração internacional, prevista no Artigo 10 da Convenção Internacional de Capoeira

6

Dia Internacional das Cooperativas – data reconhecida pela ONU

Nascimento do compositor, pianista, organista e regente cearense Alberto Nepomuceno (160 anos)

Morte do cantor, compositor e violonista baiano João Gilberto (05 anos)

Morte do compositor, pianista e violonista virtuoso espanhol Joaquín Rodrigo (25 anos)

Estreia do primeiro filme dos Beatles, “A Hardy Days Night” (60 anos) – conhecido no Brasil como os “Reis do Iê, Iê, Iê”

7

Morte do treinador e ex-jogador de futebol argentino-espanhol Alfredo Di Stéfano (10 anos)

Dia Estadual das Paneleiras de Goiabeiras (Espírito Santo) – a panela de barro capixaba foi o primeiro bem imaterial registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 21 de novembro de 2002. O ofício das Paneleiras de Goiabeiras passou a ser inscrito no livro de registro dos Saberes e declarado Patrimônio Cultural do Brasil

Morte do payador e poeta gaúcho Jaime Caetano Braun (25 anos) – considerado o patrono do Movimento Pajadoril no Brasil. A pajada, ou payada em castelhano, consiste em uma forma de se fazer versos, geralmente no improviso

Primeira transmissão do programa “Som Infinito”, na MEC FM (39 anos)

Estreia da faixa infantil da TV Brasil Animada (07 anos)

8

Morte do advogado, intelectual e político paulista Plínio de Arruda Sampaio (10 anos)

Dia Nacional da Ciência e Dia Nacional do Pesquisador

9

Nascimento do matemático alagoano Elon Lages Lima (95 anos)

Nascimento da cantora, compositora e atriz estadunidense Courtney Love (60 anos)

Revolução Constitucionalista de 1932 – feriado estadual

Fundação de Boa Vista-RR (134 anos)

10

Nascimento da professora e política paulista Eunice Michiles (95 anos) – a primeira mulher a ocupar vaga de senadora no Brasil, após a Princesa Isabel

Morte do jornalista e escritor fluminense Paulo Henrique Amorim (05 anos)

Dia Mundial da Saúde Ocular

Dia Nacional da Pizza

Dia Estadual do Frescobol

O poema “Hino dos Bandeirantes” é instituído como letra oficial do Hino do estado de São Paulo (50 anos)

11

Morte da intelectual, política, professora e antropóloga mineira Lélia Gonzalez (30 anos) – referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe no Brasil, na América Latina e no mundo, e considerada uma das principais autoras do feminismo negro no país

Nascimento do produtor de cinema estadunidense Walter Wanger (130 anos) – produziu clássicos do cinema mundial e foi presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela criação das categorias do Oscar: Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Documentário

Nascimento do treinador e ex-jogador de futebol paulista Emerson Leão (75 anos)

Morte do ex-baterista punk húngaro Tommy Ramone (10 anos) – integrante da formação original da banda Ramones, foi o último a falecer

Morte do advogado, jornalista, crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor paulista Guilherme de Almeida (55 anos) – primeiro modernista da Academia Brasileira de Letras

Morte da professora e pintora baiana Lucília Fraga (45 anos)

Morte do ator, produtor e diretor cinematográfico britânico Laurence Olivier (35 anos) – vencedor de quatro Oscars, três Globos de Ouro, três BAFTAs, três prêmios NBR e cinco Emmys, é considerado por muitos como o maior ator de todos os tempos, tanto no cinema quanto no teatro

Nascimento do físico paranaense César Lattes (100 anos) – codescobridor do méson pi e homenageado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com a Plataforma Lattes

Nascimento do estilista italiano Giorgio Armani (90 anos)

Dia Mundial da População – comemoração sugerida pelo Conselho de Governadores do UNDP (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) da ONU após o “Dia dos 5 Bilhões” de 11 de julho de 1987, quando o planeta teria alcançado a então quantidade recorde de 5 bilhões de pessoas

O Prefeito Pedro Ernesto assina o decreto de criação do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro (90 anos)

12

Nascimento do poeta chileno Pablo Neruda (120 anos)

Nascimento do comediante estadunidense Joe DeRita (115 anos) – membro do grupo humorístico Os Três Patetas

Nascimento do cantor e compositor paulista Chauki Maddi, o Tito Madi (95 anos)

Nascimento do artista plástico e escultor italiano Amadeo Modigliani (140 anos)

Morte do jornalista paulista Júlio de Mesquita Filho (55 anos) – com a criação da UNESP, em 1976, é homenageado como patrono da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Dia de Malala – a ONU declara o Dia de Malala, em homenagem à ativista paquistanesa Malala Yousurfzai

13

Nascimento do jornalista, escritor, folclorista, empresário e ativista cultural paulista Cornélio Pires (140 anos)

Morte da pintora e ativista mexicana Frida Kahlo (70 anos)

Nascimento do escritor nigeriano Wole Soyinka (90 anos) – ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1986

Sanção da Lei n° 9.807, criando o Programa Federal de Proteção a Testemunhas e Vítimas Ameaçadas (25 anos)

Final da Copa do Mundo FIFA no Brasil (10 anos)

Dia Mundial do Rock

14

Morte do pintor e ilustrador checo Alfons Maria Mucha (85 anos) – um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau

Nascimento do ex-árbitro, radialista e apresentador paulista Silvio Luiz (90 anos)

Nascimento do farmacêutico britânico James Black (100 anos) – considerado o criador dos beta-bloqueadores, importantes fármacos usados no tratado de doenças cardiovasculares

Morte do escritor espanhol Jacinto Benavente (70 anos) – ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1922

Morte da cantora, compositora, escritora e ativista paulista Vange Leonel (10 anos)

Tomada da Bastilha, durante a Revolução Francesa (235 anos)

Inauguração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (115 anos)

A República do Acre é proclamada pela primeira vez, pelo espanhol Luiz Galvez (125 anos)

15

Morte do médico, escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov (120 anos) – autor de “Tio Vânia” e “Jardim das Cerejeiras”, dentre outras peças

Morte da atriz e política mineira Conceição da Costa Neves (35 anos) – também conhecida pelo nome artístico de Regina Maura, foi a primeira mulher a presidir um parlamento estadual no Brasil

Acontece, no Equador, a Primeira Conferência Sobre a Mulher Negra nas Américas (40 anos)

Dia Mundial das Habilidades dos Jovens – data reconhecida pela ONU

16

Morte do dramaturgo, ator e diretor de teatro e televisão paulista Oduvaldo Vianna Filho (50 anos)

Morte do compositor mineiro Hervé Cordovil (45 anos) – estreou em 1931 na Rádio Sociedade como pianista e compositor da Orquestra de Romeu Silva

Morte do jurista e político paulista Franco Montoro (25 anos)

Morte do maestro austríaco Herbert Von Karajan (35 anos) – um dos maestros de maior destaque do período pós-guerra. Ele passou 27 anos de sua vida à frente da Orquestra Filarmônica de Berlim

Nascimento da escultora, artista plástica e multimídia contemporânea paulista Denise Milan (70 anos)

Morte do guitarrista e cantor de blues estadunidense Johnny Winter (10 anos)

Lançamento da missão espacial estadunidense Apollo 11 no Complexo de Lançamento 39, do Centro Espacial Kennedy (55 anos) – primeira missão tripulada a chegar à Lua

A Assembléia Constituinte promulga a constituição e elege Getúlio Vargas Presidente da República do Brasil em 1934 (90 anos)

O político iraquiano Saddam Hussein assume a Presidência do Iraque (45 anos)

O artigo 4º da Constituição de 1934 prevê a transferência da Capital da União para um ponto central do Brasil (90 anos)

17

Nascimento do compositor de samba baiano Décio Antônio Carlos, o Mano Décio da Viola (115 anos)

Morte da cantora e compositora estadunidense Eleanora Fagan Gough, a Billie Holiday (65 anos)

Nascimento do jogador de futebol, comentarista e treinador fluminense Carlos Alberto Torres (80 anos) – campeão mundial em 1970

Nascimento da cantora paulista Wilma Bentivegna (95 anos) – a primeira cantora a se apresentar na extinta TV Tupi

Nascimento do músico estadunidense Geezer Butler (75 anos) – baixista da banda de Heavy Metal Black Sabbath

Nascimento do cantor e apresentador de TV fluminense Ronnie Von (80 anos)

Nascimento da física, política alemã e atual chanceler alemã Angela Dorothea Merkel (70 anos)

Nascimentdo do padre católico, astrônomo, cosmólogo e físico belga Georges Lemaître (130 anos) – propôs o que ficou conhecido como teoria da origem do universo do Big Bang

Morte do Bàbálórìsà angolano radicado no Brasil Agenor Miranda, o Pai Agenor (20 anos)

Nascimento da historiadora fluminense Eulália Maria Lahmeyer Lobo (100 anos) – pioneira na historiografia brasileira, foi a primeira mulher a doutorar-se em História no Brasil

Brasil torna-se tetracampeão na Copa do Mundo FIFA, sediada nos Estados Unidos (30 anos)

Dia de Proteção às Florestas no Brasil

18

Morte do escritor, jornalista, cronista, roteirista e professor brasileiro baiano João Ubaldo Ribeiro (10 anos)

Dia Internacional Nelson Mandela – instituído pela Assembleia Geral da ONU em apoio à data comemorativa iniciada em 2009, pela Fundação Nelson Mandela, para incentivar as pessoas a dedicarem 67 minutos de seu tempo na ajuda ao próximo. Nelson Mandela dedicou 67 anos de sua vida a serviço da humanidade

19

Nascimento do pintor, gravurista, escultor e fotógrafo francês Edgar Degas (190 anos)

Morte do psicanalista, educador, teólogo, escritor mineiro Rubem Azevedo Alves, o Rubem Alves (10 anos)

Nascimento do engenheiro estadunidense Percy Spencer (130 anos) – inventor do forno de micro-ondas

O cantor estadunidense Elvis Presley grava seu primeiro single com a música “That’s all Right” (70 anos)

20

Nascimento do ministro do Superior Tribunal de Justiça, advogado, poeta e jornalista maranhense Edson Vidigal (80 anos)

Nascimento do músico estadunidense Chris Cornell (60 anos) – considerado um dos fundadores do movimento grunge e conhecido como vocalista das bandas Soundgarden, Temple of the Dog e Audioslave

Morte do líder religioso cearense Cícero Romão Batista, o Padim Ciço ou Padre Cícero (90 anos)

Morte do bailarino espanhol Antonio Gades (20 anos) – um dos principais responsáveis pela evolução moderna da dança flamenca

Morte do ator fluminense Lauro Corona (35 anos)

O astronauta estadunidente Neil Armstrong é o primeiro homem a pisar na Lua (55 anos)

Dia do Amigo – é uma data proposta para celebrar a amizade entre as pessoas. No Brasil, Uruguai, Argentina e Moçambique a data mais difundida para esta celebração é 20 de julho, aniversário da chegada do homem à lua.

Dia Nacional do Tatuador – instituída pelo SETAP-SP (Sindicato das Empresas de Tatuagem e Body Piercing de São Paulo), para marcar a data em que o tatuador dinamarquês, Knud Harald Lykke Gregersen, chegou em São Paulo dando início à tatuagem artística profissional feita com máquina elétrica no Brasil

21

Nascimento do escritor estadunidense Ernest Hemingway (125 anos)

Morte do compositor estadunidense Jerry Goldsmith (20 anos) – renomado compositor de trilhas sonoras para cinema e televisão, ficou mundialmente famoso ao compor a trilha dos episódios de Star Trek. Recebeu o Oscar por “The Omen” em 1976

Nascimento do historiador francês Philippe Ariès (110 anos)

A seleção brasileira de futebol joga pela primeira vez contra o “Exeter City”, da Inglaterra, no campo das Laranjeiras (110 anos)

22

Nascimento do cineasta britânico radicado nos Estados Unidos James Whale (135 anos) – conhecido pelo seu trabalho em filmes de horror bastante populares, principalmente “Frankenstein” (1931), “A noiva de Frankenstein” (1935) e “O homem invisível” (1933)

Dia do Cantor Lírico

Primeira transmissão da Hora do Brasil, hoje “A Voz do Brasil” (89 anos) – programa de rádio mais antigo do país e do hemisfério sul ainda em transmissão

23

Nascimento do cantor e compositor mineiro Flávio Venturini (75 anos)

Morte do dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor paraibano Ariano Vilar Suassuna (10 anos)

Nascimento do ator inglês Daniel Radcliffe (35 anos) – ator mundialmente conhecido pelo personagem Harry Potter

Nascimento do ator sueco Emil Jannings (140 anos) – primeiro vencedor do Oscar de melhor ator, em 1928

Deflagação da operação Spoofing, com o objetivo de investigar as invasões às contas de Telegram de autoridades brasileiras e de pessoas relacionadas à operação Lava Jato (05 anos)

24

Nascimento do compositor e violonista fluminense Cândido das Neves (125 anos)

Morte do escritor fluminense José Mauro de Vasconcelos (40 anos) – autor do clássico “Meu Pé de Laranja Lima”

Morte do físico inglês James Chadwick (50 anos) – ganhador do prêmio Nobel de Física, em 1935, pela prova da existência do nêutron

Giuseppe Garibaldi proclama a República Juliana, durante a Revolução Farroupilha (185 anos)

A baiana Martha Rocha, a primeira miss Brasil, fica em 2º lugar no concurso de Miss Universo (70 anos)

Criação da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a LIESA (40 anos)

25

Nascimento do compositor, cantor, pesquisador da música popular brasileira, artista plástico, ator e escritor fluminense Nelson Mattos, o Nelson Sargento (100 anos)

Nascimento do ator paulista Ney Latorraca (80 anos)

Morte do ator, comediante e musico baiano Rony Cócegas (25 anos)

Nascimento da cantora e compositora fluminense Marília Medaglia, a Marília Medalha (80 anos)

Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana, Afro-Caribenha e da Diáspora / Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra

Dia Nacional do Escritor – data instituída em 25 de julho de 1960, quando houve a realização do I Festival do Escritor Brasileiro, iniciativa da União Brasileira de Escritores (UBE). À época, a UBE era presidida por Jorge Amado e João Peregrino Júnior, que propuseram a oficialização anual da data como celebração desses profissionais

26

Morte do ator paulista Sérgio Luiz Viotti (15 anos) – foi um dos fundadores da TV Cultura, quando ela tornou-se televisão educativa. Na década de 1970, foi para a Rádio MEC do Rio de Janeiro, como diretor artístico e onde produziu a série ‘Teatro Sérgio Viotti’

Morte do jurista, jornalista e crítico cearense Clóvis Beviláqua (80 anos) – membro fundador e ex-ocupante da Cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras

Nascimento do escritor inglês Aldous Huxley (130 anos) – autor de “Admirável Mundo Novo”

Morte do bailarino e coreógrafo estadunidense Merce Cunningham (15 anos) – conhecido por seu estilo experimental e vanguardista na dança moderna

Nascimento do músico inglês Roger Meddows-Taylor (75 anos) – mundialmente conhecido como baterista e compositor da banda inglesa Queen

Dia do Jongo – data estadual oficializada no Rio de Janeiro. A manifestação é considerada, desde 2005 pelo IPHAN, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Trata-se da herança cultural dos grupos bantos da África Meridional presente em diversos estados brasileiros.

Dia dos Avós – dia festivo em louvor a Santa Ana e São Joaquim, venerados como pais de Santa Maria e avós do Menino Jesus.

Início dos Jogos Olímpicos de 2024, oficialmente denominados Jogos da XXXIII Olimpíada – comumente conhecidos como Paris 2024

27

Nascimento do escritor francês Alexandre Dumas (filho) (200 anos) – autor do romance “A Dama das Camélias”

Nascimento do sociólogo e filósofo francês Jean Baudrillard (95 anos)

Nascimento do humorista, compositor e ator fluminense Paulo Silvino (85 anos)

Inauguração do primeiro cinema de Recife, o Pathé (115 anos)

28

Nascimento do compositor e bandolinista pernambucano Luperce Miranda (120 anos) – em 1945, transferiu-se para a Rádio Nacional

Nascimento do ex-radialista e locutor esportivo paulista Osmar Santos (75 anos)

Invasão Austro-húngara da Sérvia dá início à Primeira Guerra Mundial (110 anos)

Posse do político paraibano Epitácio Pessoa na Presidência da República brasileira (105 anos) – sua eleição representou uma primeira derrota da política café-com-leite

Dia Mundial de Combate à Hepatite – data instituída pela Organização Mundial de Saúde. O mês de julho é o Julho Amarelo

Dia do Agricultor – a data foi criada em 1966 – em razão do centenário da fundação do Ministério da Agricultura – pelo então presidente da República, Juscelino Kubitschek

Dia da adesão do estado do Maranhão à Independência do Brasil – Feriado estadual

Fundação da Sociedade Manumissora Maranhense Vinte e Oito de julho (155 anos) – entidade que estimulou, como prática de benevolência social entre membros da colônia, o pagamento de alforria, especialmente de meninas menores de idade, contribuindo para o movimento abolicionista no país

29

Morte do comediante fluminense Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum (30 anos)

Morte do sociólogo e filósofo alemão Herbert Marcuse (45 anos)

30

Morte do humorista fluminense Fausto Fanti (10 anos)

Dia Internacional da Amizade – em 27 de abril de 2011, a Assembleia Geral das Nações Unidas resolveu convidar todos os países membros a celebrarem o Dia Internacional da Amizade.

Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de pessoas – instituído pela ONU

31

Morte do filósofo e escritor francês Denis Diderot (240 anos) – notável durante o Iluminismo, é conhecido por ter sido o co-fundador, editor chefe e contribuidor da “Encyclopédie”, junto com Jean le Rond d’Alembert

Nascimento do escritor italiano Primo Levi (105 anos)

Morte do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry (80 anos) – autor do livro “O Pequeno Príncipe”

Nascimento do compositor e baterista capixaba Mirabeau Pinheiro (100 anos)

Inauguração do Farol da Ilha Rasa, no Rio de Janeiro (195 anos) – o aparelho, cuja construção foi determinada por Dom João VI, foi o primeiro do seu gênero a ser instalado no Brasil. Encomendado na França, de onde veio ainda um mecânico, especialmente designado para acompanhar os serviços de montagem

CNJ investigará desembargador que negou prioridade a advogada gestante

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu neste domingo (30) uma reclamação disciplinar contra o desembargador Luiz Alberto de Vargas, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, sediado em Porto Alegre.

A medida foi tomada pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, após o surgimento do caso envolvendo a advogada Marianne Bernardi, que está grávida de oito meses, e teve pedido de prioridade de sustentação oral negado durante uma sessão virtual realizada em 27 de junho.

A reclamação é um procedimento prévio que antecede a eventual abertura de processo disciplinar contra magistrados. Para o ministro, o procedimento é necessário para averiguar a conduta do desembargador.

“Tais questões exigem do Judiciário um olhar atento e que abomine todas as formas de discriminação ou violência, o que inclui tratamento adequado e paritário dispensado àqueles que exercem os serviços no Poder Judiciário, além daqueles que, de qualquer forma, se utilizam das suas dependências ou são usuários dos serviços prestados”, afirmou Salomão.

A seccional da Ordem do Advogados do Brasil (OAB) no Rio Grande do Sul (OAB) também acompanha o caso e deve apresentar uma denúncia contra o magistrado ao CNJ e à corregedoria da Justiça do Trabalho.

De acordo com a OAB, o Estatuto da Advocacia garante à advogada gestante o direito de ser ouvida antes de outros advogados durante as sessões de julgamentos nos tribunais de todo o Brasil.

Audiência

Marianne afirmou que ficou das 9h às 16h30 aguardando o processo ser chamado para julgamento.

Durante a sessão, ao negar o direito de preferência, o desembargador Luiz Alberto de Vargas alegou que a preferência não vale para sessões virtuais, somente para presenciais.

“É minha posição, não vou mudar. O problema está sendo criado pela doutora Marianne, não por mim. A doutora teve uma hora para conseguir outro advogado para substituí-la, já que está passando mal. Não posso fazer mais do que isso. Esse assunto já tomou muito tempo da sessão”, afirmou o magistrado.

Em seguida, a advogada argumentou que seu direito estava sendo desrespeitado pelo magistrado. Ela foi defendida por outros desembargadores, advogadas e pelo procurador do Trabalho que estavam na sessão. “Doutor, eu não estou criando nenhum problema aqui na sessão. É um direito legal sendo desrespeitado pelo senhor”, disse.

Em meio ao impasse, o magistrado chegou a dizer que não sabia se a profissional estaria realmente grávida ou não. Ao ouvir o questionamento, ela se levantou da cadeira e mostrou a barriga de gestante para a câmera.

Outro lado

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do tribunal e perguntou se o gabinete do desembargador Luiz Alberto de Vargas pretende se manifestar sobre o episódio. A reportagem aguarda retorno.