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Semana começa com queda de temperaturas e ventos fortes no Sul

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, emitiu, nesta segunda-feira (3), dois alertas meteorológicos de nível amarelo indicando perigo potencial para Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O primeiro deles está relacionado à queda de temperaturas, entre 3ºC e 5ºC, em todo o Rio Grande do Sul, com destaque para a região metropolitana de Porto Alegre (RS); além do oeste, sul e norte catarinense, com destaque para os municípios de Santa Catarina de São Joaquim, Urubici e Urupema, na região da serra do estado; e os da grande Florianópolis (SC). O aviso é válido desde 0h01 desta segunda-feira até as 18h da terça-feira (4).

Inmet publica aviso amarelo para risco à saúde por queda de temperaturas entre 3ºC e 5ºC Mapa Inmet/Divulgação

Ventos

O segundo aviso amarelo do Inmet está relacionado ao aumento dos ventos vindos do litoral em direção à região costeira. As rajadas de vento podem chegar a 60 km/h. O aviso meteorológico teve início ao meio-dia desta segunda-feira e segue até o fim da tarde (18h) do mesmo dia.

A área de alerta do Inmet abrange as áreas do norte e sul catarinense, o Vale do Itajaí e a grande Florianópolis, a região metropolitana de Porto Alegre (RS) e dois municípios do litoral – Arroio do Sal e Torres, de acordo com o Inmet.

Em caso de emergência, os cidadãos devem procurar a Defesa Civil do município pelo telefone 199.

Rio Grande do Sul tem 616 mil pessoas fora de casa pela calamidade

Mais de 616,6 mil pessoas ainda estão impossibilitadas de voltar para suas casas no Rio Grande do Sul, devido à calamidade pública provocada pelas fortes chuvas que caíram no estado entre o fim de abril e maio. Entre elas, 37.154 estão abrigadas temporariamente em um dos 857 abrigos provisórios disponibilizados pelo estado. De acordo com o balanço das enchentes atualizado pela Defesa Civil no estado, nesta segunda-feira (3), 579.457 pessoas ainda estão desalojadas, morando temporariamente em casas de parentes, amigos ou à beira de estradas, enquanto não podem retornar às suas residências.

A tragédia provocou 172 mortes, conforme divulgado pela Defesa Civil neste domingo. E 42 pessoas ainda seguem desaparecidas. Desde o início das fortes chuvas, 77,8 mil pessoas foram resgatadas e também 12,5 mil animais silvestres, domésticos e de produção foram resgatados das enchentes, como cachorros, gatos, cavalos, porcos, bois e galinhas.

No período de pouco mais de um mês da ocorrência dos eventos climáticos 2.390.556 pessoas foram afetadas direta ou indiretamente por eles, o que equivale a 21,97% da população total do estado (10,88 milhões de habitantes, residentes em 475 municípios impactados pelas chuvas e cheias.

Nível de rios e lagos

O nível do Guaíba, que banha a região metropolitana de Porto Alegre, voltou a subir no domingo e alagou algumas ruas de Porto Alegre (RS) na manhã desta segunda-feira (3).

Às 10h, o lago área da Usina do Gasômetro chegou a 3,80 metros (m), 20 centímetros acima da nova cota de inundação, de 3,60 m no centro da cidade, com tendência de queda, desde o início desta manhã.

O boletim do governo do Rio Grande do Sul sobre os serviços de infraestrutura do estado, atualizado às 9h, desta segunda-feira, aponta que a Lagoa dos Patos, no bairro do Laranjal, está com o nível de 2,21m, quase um metro acima da cota de inundação fixada em 1,30m.

O Rio Gravataí, na medição no balneário de Passo das Canoas, está com 4,81m, enquanto a cota de inundação dele é 4,75m.

Já os rios que voltaram a ficar abaixo de seus respectivos níveis de inundação são os Rios dos Sinos, no município de São Leopoldo: 4,33m (cota de inundação: 4,50m), Taquari, na cidade de Muçum, atualmente com 3,49m (cota de inundação: 18m), Caí, medido em Feliz, com nível de 2,16m (cota de inundação: 9m); Uruguai, em Uruguaiana, medindo 7,32m (cota de inundação: 8,50m).

Cartão facilita acesso de pessoas com deficiência a transportes no Rio

O Jaé, plataforma de bilhetagem eletrônica do sistema de transporte urbano da cidade do Rio de Janeiro, conta, a partir de agora, com uma ferramenta em seu site que tem o objetivo de promover a inclusão de pessoas com deficiência, permitindo acesso a todos os conteúdos e serviços do setor. As funcionalidades em libras, voz e +acessibilidade são de fácil compreensão e têm uma série de opções, entre as quais, guia de leitura, legenda para imagens, pausar animações, contraste invertido e solução para que pessoas com dislexia naveguem prontamente pelo ambiente virtual.

Segundo o  diretor executivo da empresa, Zeca Vianna, o site do Jaé tem agora 100% de adesão às normas de acessibilidade digital. “Esse avanço mostra o compromisso com a criação de um sistema de mobilidade totalmente acessível e inclusivo”, disse Vianna. Ele lembrou que o Jaé inspira outras empresas a seguir o mesmo caminho, por ser referência em inovação e inclusão. “Estamos quebrando paradigmas e mostrando ser possível integrar plenamente tecnologia e acessibilidade na rotina urbana do Rio de Janeiro.”

No Brasil, a acessibilidade digital não é conhecida pela maioria das empresas. Estudos recentes revelam que menos de 1% dos sites no país oferecem esse serviço para pessoas com deficiência. A pesquisa é do Panorama da Acessibilidade Digital da startup Hand Talk, que ajuda a traduzir textos para a língua brasileira de sinais.

Bilhetagem de ônibus

O novo sistema de bilhetagem dos ônibus urbanos do município do Rio e de outros modais, como o BRT e o VLT, está em fase final de implantação. O Jaé pode ser adquirido nas máquinas de autoatendimento nas estações do BRT e VLT. A primeira via do cartão é gratuita e haverá caução de R$ 4,30, valor que é restituído em forma de crédito para o usuário assim que realizar o cadastro no aplicativo (App) do Jaé associando a conta do cliente.

O aplicativo é usado também para pagara passagem no transporte, após gerar QR Code pelo celular. Além disso, pode-se consultar saldo e fazer recarga por meio de cartão de crédito, boleto ou PIX. O Jaé permite ainda que o usuário do VLT pague a passagem de mais de uma pessoa, eliminando a necessidade de um cartão para cada indivíduo e facilitando o uso por famílias e turistas.

A recarga do cartão pode ser feita ainda por estabelecimentos credenciados, App, site e máquinas de autoatendimento. Os créditos ficam liberados automaticamente tão logo saia a autorização bancária. Os créditos não expiram, mas o cartão precisa ser associado ao aplicativo Jaé.

O App está em plena operação no VLT e BRT e com 100% dos validadores instalados nos ônibus municipais. Os validadores estão sendo ligados em linhas específicas de algumas empresas do sistema e gradualmente avançarão para cobrir 100% da frota operacional. Vans e cabritinhos (sistema de transporte público comunitário)já estão com 55% dos validadores instalados.

A integração entre todos os modais do município do Rio de Janeiro ocorrerá gradualmente, à medida que todos os validadores forem ligados. O prazo para substituição do Riocard pelo Jaé depende da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro. Com o avanço da operação em todos os modais, o sistema de vale-transporte será disponibilizado para que as empresas possam fazer a migração do sistema atual para o Jaé de forma gradual e tranquila, de modo a evitar contratempos para os usuários do transporte público durante o processo de transição.

Rio de Janeiro recebe Mostra de Cinema Ecofalante pela primeira vez

O Rio de Janeiro receberá, na próxima quarta-feira (5), a primeira edição carioca da Mostra Ecofalante de Cinema. O evento começa no Dia Mundial do Meio Ambiente e vai até o dia 12, apresentando gratuitamente para o público 24 filmes de temática socioambiental.

Francisco Cesar Filho, um dos curadores do evento, disse à Agência Brasil que a ideia é que a edição carioca da mostra retorne anualmente às salas de cinema locais. A temática é sempre socioambiental.

Cesar Filho informou que parte dos filmes que serão exibidos é inédita no Brasil e só será vista em São Paulo no mês de agosto próximo, quando acontecerá a 13ª Mostra Ecofalante de Cinema. Na primeira edição da mostra carioca, a curadoria privilegiou mais filmes internacionais que brasileiros.

“[Filmes nacionais] têm mais chance de circular no estado de outras maneiras”, disse. Já a grande maioria dos filmes estrangeiros dificilmente serão exibidos em outros festivais no Brasil, afirmou o curador. “A organização social Ecofalante mapeia durante o ano, no circuito internacional, quais os filmes de maior repercussão e maior qualidade que têm temáticas que dialoguem com as questões socioambientais. É uma seleção do que circulou de melhor na safra recente internacional”, acrescentou.

Mostra Ecofalante de Cinema no Rio trará filmes com atores consagrados como Rosario Dawson e Jason Momoa. Foto: 1ª Mostra Ecofalante de Cinema Rio/Divulgação

A sessão de abertura acontece no dia 5, às 19h, no Estação Net Rio, com a exibição de “Food, Inc. 2”, continuação de “Food, Inc.” que, em 2008, causou furor ao alertar que as refeições diárias da humanidade têm profundas consequências éticas e ambientais. O filme conquistou o Emmy e foi indicado ao Oscar. Agora, “Food, Inc. 2”, de Robert Kenner e Melissa Robledo, revela que as corporações multinacionais aumentaram ainda mais sua influência, se especializaram no mercado de alimentos ultraprocessados e estão promovendo uma crise internacional de saúde.

A Mostra Ecofalante de Cinema Rio estará na Estação Net Rio, situada em Botafogo, zona sul da capital do estado, e no Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, região metropolitana do Rio. A programação pode ser conferida aqui.

Vitrine sul-americana

Criada em 2012, a Mostra Ecofalante de Cinema é reconhecida como a mais importante vitrine sul-americana para a produção audiovisual ligada às temáticas socioambientais. Além das exibições gratuitas dos filmes selecionados, o público poderá assistir também, na mostra do Rio, debates com especialistas. Um deles acontecerá após a apresentação do filme “TikTok Boom” (EUA, 2022, de Shalini Kantayya), que aborda a questão das redes sociais, reunindo a pró-reitora de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivana Bentes, e a pesquisadora Helena Strecker. O filme foi exibido nos festivais de Sundance, São Francisco, SXSW, CPH:DOX (Dinamarca) e de Zuriqueutro.

Outro debate será sobre restauração e regeneração de ecossistemas e acontecerá após a apresentação do filme Solo Comum, longa-metragem que mostra como se pode ainda salvar a natureza já tão combalida no mundo. O longa foi premiado no Festival de Tribeca (EUA) e explora como a agricultura regenerativa pode ajudar a curar o solo, a nossa saúde e o planeta. A sessão está prevista para o dia 11, às 18h30, no Estação Net Rio, seguida do debate “Restauração e Regeneração dos Ecossistemas: O Que Está Sendo Feito no Brasil”. Participarão Luiz Fernando Duarte de Moraes, pesquisador do Embrapa; Renato Crouzeilles, diretor científico da MOMBAK; e Jerônimo Boelsums, professor do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Sessões especiais

Haverá também sessões especiais de filmes clássicos e de filmes brasileiros. Entre os nacionais, serão apresentados o média-metragem “Vida Sobre as Águas”, de Danielle Khoury Gregorio e Marcio Isensee e Sá, que celebra a arquitetura única das comunidades ribeirinhas da Amazônia, revelando desde as casas sobre palafitas às moradias flutuantes. Ao final da sessão prevista para sábado (8), às 16h, no Estação Net Rio, haverá bate-papo com a equipe do filme. Já as mulheres indígenas do rio Negro contam sua história no média “Rionegrinas”, dirigido por Fernanda Ligabue e Juliana Radler, destacando a trajetória de lutas e as conquistas dessas mulheres, além da criação do Departamento das Mulheres Indígenas da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN-FOIRN).

Outro destaque entre os filmes nacionais é o longa “Não Existe Almoço Grátis”, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel. O filme acompanha a saga de Socorro, Jurailde e Bizza, moradoras da favela Sol Nascente, de Ceilânia (DF), encarregadas de preparar a alimentação das centenas de pessoas que chegaram a Brasília para assistir à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. As três lideram uma das Cozinhas Solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Na sessão especial de clássicos, o público terá oportunidade de assistir a série “Tesouros do Lixo”, coprodução entre Senegal e a França de 1989, que reúne cinco filmes curtos do importante documentarista senegalês Samba Félix Ndiaye (1945-2009), chamado de “pai do documentário africano”. Os filmes foram restaurados em 2021.

Da América Latina, será exibido o filme “Amor, Mulheres e Flores”, de 1988, sobre as características sociais dos trabalhadores da plantação de flores. Os realizadores colombianos Jorge Silva (1941-1987) e Marta Rodríguez são referência no documentarismo latino-americano. Sua produção engajada teve início nos anos 1960 e conquistou reconhecimento internacional, tendo acumulado premiações em eventos importantes, como o Festival de Berlim. Na primeira Mostra Ecofalante de Cinema no Rio será exibida a versão restaurada em 4k desse filme clássico.

Educação

Há 13 anos, a organização social Ecofalante desenvolve várias atividades no campo do audiovisual voltadas para a área socioambiental. Uma delas é a plataforma Ecofalante Play de ‘streaming’ (distribuição de conteúdo multimídia através da internet) gratuita que reúne filmes brasileiros e internacionais que tratam de questões socioambientais e é voltada para educadores. “Porque a Ecofalante tem um pé muito forte na questão da educação”, disse Francisco Cesar Filho. A organização promove também o Circuito Ecofalante Universidades, programa de extensão educacional que engloba, atualmente, mais de 100 universidades do Brasil, promovendo projeções e debates sobre temas socioambientais.

JUBs Atléticas: cheerleading supera preconceitos e conquista espaços

Tradicional nas universidades norte americanas, o cheerleading cresce a cada ano no Brasil. Presente desde a primeira edição do Jogos Universitários Brasileiros-Atléticas (JUBs Atléticas), o esporte chama atenção pela música, os movimentos, a animação e até os gritos de de incentivo. 

“É um esporte bem popular nos Estados Unidos, que aparece nos filmes, apesar de ser um pouquinho diferente do esporte que a gente prática. Além disso, é um esporte muito inclusivo. Nas equipes não tem apenas um biotipo de pessoa. Esse conjunto forma uma equipe muito boa. É mais acolhedor”

A explicação é de Evalter Tallyz, da Atlética Olímpia, do curso de Educação Física da Univesidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) , presente nesta segunda edição do JUBS Atléticas, em Natal. Ele pratica cheerleading desde 2022. Era atleta de volei, mas dentro da universidade encontrou uma família.

“A união dos atletas é o diferencial. A gente se sente uma família mesmo. Eu sou do interior do Rio Grande do Norte e, quando eu vim morar em Natal, eu senti que passei a ter uma família na capital”.

Criada nos EUA no fim do século XIX, a modalidade chegou ao Brasil no início dos anos 2000, e foi reconhecida como esporte pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2016. – Célio Júnior/CBDU/Direitos Reservados

Inclusivo, o chee, como é chamado o esporte, tem espaço para todo mundo, mas ainda sofre preconceito, de principalmente em relação aos homens.

“O esporte é conhecido, digamos, por ser sexualizado, quando na verdade o chee é um esporte reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional. Creio que seja mais falta de informação o preconceito. Se a gente for pegar a historia, o cheerleading inicialmente era praticado só por homens. Aqui muita gente ainda não conhece o chee, então toda semana alguém me pergunta o que eu faço, preciso ficar uns 15 minutos explicando o que é o esporte, que tem homem, mulher, e que não é apenas um grupo de pessoas ao lado de um campo de futebol balançando um pompom. Tem toda uma preparação física, de uma temporada inteira para as competições”, detalha o atleta potiguar.

O esporte requer muita força e habilidade, já que os árbitros utilizam critérios para avaliação como coreografia, sincronia de movimentos, formação de pirâmides e saltos.

“São dois minutos e meio para você mostrar toda a habilidade. A gente precisa trabalhar o ano inteiro para apresentar uma série de movimentos que reúnem força, concentração, equilíbrio, técnica e vigor físico. A gente só respira quando acaba tudo, que é quando ficamos aliviados”.

Criada nos Estados Unidos no fim do século. XIX, a modalidade chegou ao Brasil no início dos anos 2000, e foi reconhecida como esporte pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2016. Agora atletas, como a Vitória Caroline, sonham que, em breve, ela esteja presente nos jogos olímpicos.

“O cheerleading ainda não tem tanta visibilidade quanto outros esportes. Precisamos de identidade esportiva, espaço. O foco do chee é mais no Sudeste e precisamos de mais força territorial”.

Para isso, quanto mais competições, melhor. Como o JUBs Atléticas, por exemplo.

“O principal ponto de a competição ser aqui no no Nordeste é para os outros estados verem que tem time de chee aqui é que os times são bons, podem competir. Basicamente todas as competições que a gente tem são no Centro-Sul. 

Voando alto, com base forte, o cheerleading quer conquistar os jovens do Brasil.

* O repórter Mauricio Costa viajou a convite da CBDU.

PEC das drogas será pauta da Câmara nesta semana

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2023 que criminaliza a posse ou o porte de qualquer quantidade de droga será analisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (4). A proposta foi aprovada no Senado no dia 16 de abril como uma reação do Congresso ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que prevê a descriminalização do porte de maconha.

A PEC acrescenta um inciso ao art. 5º da Constituição para considerar crime a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas sem autorização ou em desacordo com a lei. Segundo a proposta que vem do Senado, deve ser observada a distinção entre o traficante e o usuário pelas circunstâncias fáticas do caso concreto, aplicando aos usuários penas alternativas à prisão, além de tratamento contra a dependência.

Na CCJ da Câmara, o relator é o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP). A expectativa é que o parlamentar apresente seu parecer sobre o tema na terça. Em seguida, é possível que qualquer deputado peça vista, o que deve adiar a votação do tema por, no mínimo, duas sessões do plenário da Câmara. Se aprovada na CCJ, a PEC segue para análise do plenário.

O Deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro de Bolsonaro, é o relator da proposta que pode mudar a Constituição. Foto – Lula Marques/ Agência Brasil

O autor da PEC é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que apresentou a proposta em setembro de 2023, quando o placar a favor da descriminalização do porte de maconha estava 5 a 1 no STF. No plenário do Senado, a medida foi aprovada por 53 votos favoráveis e apenas nove contrários.

O relator no Senado, Efraim Filho (União-PB), defendeu que a descriminalização da maconha poderia agravar os problemas do país. “A simples descriminalização das drogas, sem uma estrutura de políticas públicas já implementada e preparada para acolher o usuário e mitigar a dependência, fatalmente agravaria nossos já insustentáveis problemas de saúde pública, de segurança e de proteção à infância e juventude”, disse.

A proposta sofre resistência de parte dos parlamentares, de especialistas e movimentos sociais. Para a organização Human Rights Watch (HRW), a medida é um retrocesso na política de drogas do país.

“Em vez de cimentar uma política fracassada na Constituição, os parlamentares deveriam seguir o exemplo de muitos outros países, descriminalizando a posse de drogas para uso pessoal e desenvolvendo estratégias de saúde eficazes para prevenir e responder ao uso problemático de entorpecentes”, disse a pesquisadora da HRW, Andrea Carvalho.

Entenda

A chamada PEC das drogas foi uma reação do Congresso Nacional ao julgamento que ocorre no STF desde 2015.

O Supremo analisa a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei das Drogas (Lei 11.343/2006), que cria a figura do usuário, diferenciado do traficante, que é alvo de penas mais brandas. Para diferenciar usuários e traficantes, a norma prevê penas alternativas de prestação de serviços à comunidade, advertência sobre os efeitos das drogas e comparecimento obrigatório a curso educativo para quem adquirir, transportar ou portar drogas para consumo pessoal.

A lei deixou de prever a pena de prisão, mas manteve a criminalização. Dessa forma, usuários de drogas ainda são alvos de inquérito policial e processos judiciais que buscam o cumprimento das penas alternativas.

No caso concreto que motivou o julgamento, a defesa de um condenado pede que o porte de maconha para uso próprio deixe de ser considerado crime. O acusado foi detido com três gramas de maconha.

Renovada, seleção feminina goleia Jamaica na Arena Pernambuco

A renovada seleção brasileira feminina de futebol goleou a Jamaica por 4 a 0 e virou a página da eliminação precoce na primeira fase da Copa do Mundo no ano passado. A chuva de gols na Arena Pernambuco, em Recife, começou com um golaço da lateral Adriana, depois teve gol contra da zagueira Swaby e coube à atacante Marta levar os mais de 30 mil torcedores à loucura ao marcar duas vezes na etapa final, selando o triunfo brasileiro com gosto de revanche. Em 2023,  a seleção deu adeus ao Mundial após 0 a 0 com as jamaicanas, na última rodada da fase inicial.

FIM DE JOGO COM VITÓRIA DO BRASIL!

Que dia espetacular! Casa cheia e um grande jogo da nossa Seleção! Valeu, meninas! 💚💛 pic.twitter.com/gRIj2pANnG

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) June 1, 2024

A seleção, comandada pelo técnico Arthur Elias volta a campo contra as jamaicas na próxima terça-feira (4), às 20h (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova, em Salvador. O duelo será o último antes da definição da lista de convocadas à Olimpíada de Paris. Assim como neste sábado (1º) a partida também terá terá transmissão ao vivo da TV Brasil. 

Após o “chocolate” em campo, Marta comemorou o resultado e apoio da torcida pernambucana. A atacante revelou que segue brigando para estar na lista final de Athur Elias para Paris 2024.

“Acho que isso é primordial. Se não tiver esse sentimento, essa emoção em cada partida, principalmente vestindo a camisa amarelinha, é melhor não jogar, é melhor parar. Eu sinto tudo isso, principalmente aqui no Nordeste onde as pessoas são muito calorosas. Desde o primeiro dia sentimos isso e graças a Deus deu tudo certo, o time se impôs do começo ao fim e essa é a mentalidade e a postura que vamos amadurecer. Só tenho a agradecer essa noite fantástica”, disse Marta. “Estou num grupo muito especial de meninas super inteligentes e talentosas e isso faz que a gente tenha essa mentalidade de dar nosso melhor a cada dia. E a gente está fazendo isso para estar preparada para Paris”.

1° TEMPO – 25 min: GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL DO BRASIL!

QUE GOLAÇO DA ADRIANA! A NOSSA CAMISA 9 ACERTA UM LINDO CHUTE E ABRE O PLACAR!

🇧🇷 1×0 🇯🇲 | #GuerreirasDoBrasil #BRAxJAM pic.twitter.com/11embBikfG

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) June 1, 2024

O Brasil controlou o jogo no primeiro tempo, com 70% de domínio da posse de bola. Bem entrosadas, as brasileiras marcaram as adversárias na saída de bola e foram mais criativas. A primeira a balançar a rede foi a lateral-direita Adriana. Aos 25 minutos, após passe de Yayá, ela se livrou da marcação e desferiu um chute certeiro no ângulo, sem chance para a goleira Spencer. Depois, ao 38 minutos, em ataque de Ludmila dentro da pequena área, a bola rebateu na zagueira Chantelle Swaby, que marcou contra.

Na etapa final, o ritmo da seleção foi ainda mais intenso. Já aos oito minutos, a torcida comemorou gol de cabeça de Yaya, que seria o terceiro, mas logo em seguida ele foi anulado, devido à fata de Ludmila na zagueira Swab. A seleção foi enfileirando chances reais de gol. Ao 15 minutos, Adriana disparou pela esquerda e rolou para Marta que deperdiçou. Na sequência, aos 17, Ludemila mandou uma bomba, mas a goleira Spencer defendeu com o pé. A blitz brasileira continuou. Aos 18 minutos, Adriana rolou para Marta chutar de canhota e acetar o fundo da rede, para delírio da torcida. Antes do fim, a Rainha mandou um torpedo de fora da área e fechou a goleada, para festa nas arquibancadas.

 

Silvio Almeida critica operações policias na Baixada Santista

O ministro de Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida criticou a atuação da Polícia Militar do estado de São Paulo na Baixada Santista, durante as operações Escudo e Verão. “Quem aposta nesse modelo de polícia, em que o policial mata indiscriminadamente, mas ele também morre, é tudo menos moderado. É um radical, um extremista, que não tem nenhum tipo de apego ao que determinam as leis, a Constituição e as normas dos direitos humanos”, disse durante agenda na tarde de hoje, na capital paulista, após ser questionado em coletiva de imprensa.

“O que me parece, portanto, é que se instaurou no estado de São Paulo uma espécie de licença para que os policiais possam agir da maneira que quiserem, sem nenhum tipo de controle. E nós sabemos já, uma polícia que não tem controle não é polícia. Porque os controles da polícia são os controles da legalidade. Uma polícia que se perde o controle deixa de ser polícia e vira uma milícia”, ressaltou.

Segundo ele, quem defende que segurança pública é simplesmente licença para matar não entende da questão. O ministro acrescentou que isso é um jogo que vai enganando a população, enquanto se vê o crescimento dos índices de violência. “Quem está se sentindo mais seguro com a polícia sem controle? Ninguém se sente seguro.”

Almeida afirmou que o ministério tem agido, apesar das limitações que a pasta enfrenta. “Nós temos acompanhado essas violações in loco, por meio da Ouvidoria Nacional de Direito Humanos, temos instado as autoridades de controle, tanto do Judiciário, como também do Ministério Público, para que ajam de acordo com a lei e tomem providência em relação a isso. E temos proposto também um diálogo com as polícias, para que nós possamos observar que isso que nós estamos fazendo não está nos levando a lugar nenhum”, respondeu.

Como providência do ministério, ele citou também a questão das câmaras de segurança. “É muito importante a regulamentação, ou seja, a ideia de que só haverá dinheiro do Fundo de Segurança Pública para a obtenção de câmeras se houver, de fato, uma observância na regulamentação que foi estabelecida. Nós estamos tentando fazer isso diante do pacto federativo, que nos impõe uma série de limitações também.”

Ele avalia que outras autoridades de controle precisam agir também em relação à violação de diretos do estado. “É urgente que o Ministério Público tome algum tipo de providência em relação a isso. É preciso urgentemente que haja um debate nacional sobre a relação dos direitos humanos e da segurança pública.”

“Se nós olharmos as normas de direitos humanos, as regulamentações, e o plano internacional, vamos ver que existe até mesmo a regulação para o uso da força, da força letal, por parte das polícias em situações que são justificáveis. Defender direitos humanos não é defender a leniência, não é defender a paralisia diante da criminalidade, não, pelo contrário. Nós sabemos que as milícias e as facções criminosas ameaçam os direitos humanos das populações que moram nas periferias, nos lugares mais longínquos do país. Então, é necessário, para que haja uma política de direitos humanos efetiva, que haja um enfrentamento da criminalidade organizada”, pontuou Almeida.

Ele acrescentou que tirar as formas de controle das polícias é fazer justamente o jogo do crime organizado, além de colocar em risco os próprios policiais. “Uma polícia descontrolada é tudo o que querem as milícias e as facções em termos de recrutamento de uma mão de obra que sabe matar. É importante dizer, essa falta de controle faz com que, não só os policiais matem, mas que eles morram. Quem defende essa falta de controle das polícias também está jogando contra a vida dos policiais, que são trabalhadores. Esses policiais todos estão também sofrendo com a saúde mental.”

A Baixada Santista foi alvo das Operações Escudo, no ano passado, e Verão, no início deste ano, realizadas pela PM. Com a justificativa de combate ao crime organizado, o governo do estado deflagrou essas grandes operações após policiais militares serem mortos na região.

A Operação Escudo, deflagrada após a morte do policial militar Patrick Bastos Reis, que foi baleado e morto em Guarujá, no dia 27 de julho de 2023, matou 28 pessoas no período de 40 dias, na Baixada Santista. Uma segunda Operação Escudo foi decretada em São Vicente em 8 de setembro, resultando em mais oito mortes, segundo divulgação do Instituto Sou da Paz.

Neste ano, quando as ações passaram a ser nomeadas de Operação Verão, 56 pessoas foram mortas por policiais militares na região, segundo nota da Secretaria de Segurança Pública (SSP). As mortes ocorreram em supostos confrontos com a polícia desde o dia 2 de fevereiro, quando o policial militar Samuel Wesley Cosmo foi morto em Santos, durante patrulhamento. Na ocasião, a SSP informou que as polícias civil e militar se mobilizaram para localizar e prender os envolvidos no crime contra Cosmo.

Resultados

Levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz, a partir da análise de dados da SSP, mostrou que as operações deflagradas pela Polícia Militar na Baixada Santista, no ano passado, não resultaram em avanços na redução da criminalidade violenta, colocaram a vida de policiais em risco, além de violar direitos das populações periféricas da região.

Com base nos indicadores criminais na região nos meses de agosto e setembro de 2023, os dados demonstraram que as operações foram marcadas pela baixa eficiência, alta letalidade policial, crescimento de infrações ligadas ao crime organizado, como roubo de cargas, e a incapacidade do policiamento nas ruas para evitar crimes como furtos, roubos e agressões.

Em meio a competições, JUBs Atléticas amplia horizontes profissionais

O clima nos Jogos Universitários Brasileiros-Atléticas (JUBs Atléticas) em Natal, claro, é de competição. Afinal, todo mundo quer vencer e levantar o troféu. Contudo, reunir mais de mil estudantes universitários em um mesmo evento pede um espaço específico para a socialização. O diretor de marketing da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Pedro Pontes, explica qual foi a solução encontrada nesta edição.

“Colocamos os locais de competição o mais próximo possível uns dos outros, para facilitar o deslocamento dos atletas, até porque, no JUBs Atléticas, muitos estudantes participam de diversas modalidades. Também montamos o Boulevard dos Atletas, um ambiente onde eles podem relaxar, curtir um som, conversar e aguardar as próximas disputas”, detalhou Pontes.

São seis locais de competição. A maior concentração de arenas é no Aeroclube do Rio Grande do Norte. É dentro do aeroclube que também fica o Boulevard dos Atletas. Com 1.200 metros quadrados, o espaço tem DJ, distribuição de energético, photo point, maquina de brindes e até um bugre, que faz sucesso nas lentes dos smartphones dos universitários.

““Eu participei da criação da Atlética na minha faculdade, no Ibmec. Isso me trouxe oportunidades de conhecer muita gente na minha área, participar de projetos”, revelou Pontes, diretor de marketing da CBDU- Guilherme Taboada/CBDU/Direitos Reservados

Só que o clima totalmente tranquilo, às vezes, “dá um tempo”. Em competição  não tem como escapar de rivalidades. A Atlética Fortuna de Economia, da Universidade Regional do Cariri ficou na terceira posição geral ano passado, em Maceió. Em Natal, levou a melhor no futevôlei feminino sobre a Akademus, da Universidade Federal de Alagoas. Mas tinha perdido antes no handebol feminino. E durante a comemoração do futevôlei, veio a troca de provocações.

Tudo normal, como se diz no esporte: segue o jogo. O importante é que depois  a galera fica “de bem”, como lembra a vice-presidente da Atlética Fortuna, Fernanda Santos.

“A gente vem aqui para vencer, para melhorar nossa posição em relação a 2023. Essas provocações são normais, somos atletas e torcedores ao mesmo tempo. Depois a gente passa a borracha nisso e fica junto. Eu mesmo conheço muita gente de lá, sem problema”.

Pontes explica como funciona esse clima  do JUBs Atléticas.

“Diferente do que possam pensar, no JUBs Atléticas as equipes vêm para vencer. É competitivo mesmo. Só que quando acabam as partidas, claro que fica o clima amistoso, a troca de conhecimentos até para outras competições e para o crescimento das Atléticas como um todo”.

O dirigente é um exemplo para os universitários do JUBs. Pontes fez parte de uma Atlética no curso de graduação.

“Eu participei da criação da Atlética na minha faculdade, no Ibmec. Isso me trouxe oportunidades de conhecer muita gente na minha área, participar de projetos. Fui crescendo profissionalmente e hoje trabalho justamente dentro da CBDU”

* O repórter Maurício Costa viajou à Natal a convite da CBDU.

Suspenso por 4 anos, programa Natureza Viva volta ao ar neste domingo

O programa Natureza Viva, da Rádio Nacional da Amazônia, um dos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), volta ao ar às 9h deste domingo (1) após quatro anos suspenso. Em 2020, o programa comandado pela jornalista Mara Régia foi tirado do ar com o início da pandemia.

O Natureza Viva foi criado em 29 de maio de 1993 com o objetivo de traduzir para os povos da região amazônica o debate travado na chamada Eco 1992, que discutiu, no Rio de Janeiro, os efeitos das mudanças climáticas e o imperativo de construir nova economia que preservasse o meio ambiente. Era o início das conferências sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), as COPs.

“Justo no ano em que a gente está pensando em ser referência para o mundo, à luz da chegada da COP30 ao Brasil, em Belém, é impossível que a programação das rádios se ausentasse dessa pauta de uma forma educativa. É diferente quando você dá uma notícia de meio ambiente porque você não comenta, não aprofunda, você não desdobra o assunto”, destacou Mara Régia.

Em sua reestreia, Mara entrevista o climatologista Carlos Nobre, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), exonerado no governo Bolsonaro. Ele foi escolhido nesta semana para integrar o grupo Guardiões Planetários (Planetary Guardians). É o primeiro brasileiro a participar do seleto grupo que trabalha com proteção ambiental e populações vulneráveis.

A atração ainda entrevista a cantora e compositora Keilah Diniz – que aborda os biomas Cerrado e Amazônia em suas canções; e o poeta do Cerrado Nicolas Behr.

O programa também conta com uma mensagem da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Para a ministra, o Natureza Viva criou uma linguagem de rádio que fala sobre meio ambiente para as populações locais e tradicionais do Brasil.

“A linguagem simples, a capacidade de acessibilidade nos temas por parte dos mais diferentes segmentos, se constitui uma referência muito positiva na Amazônia. Já tive a oportunidade de participar muitas vezes do programa Natureza Viva, e acho que agora, de volta à Rádio Nacional da Amazônia, dá de novo o status que ele merece, que é o de poder alcançar as várias populações de seringueiros, índios, ribeirinhos, pescadores, quebradeiras de coco, dentre outros”, destacou Marina.

Impacto popular

Os ouvintes fiéis do programa se emocionaram ao saber do retorno do Natureza Viva. A trabalhadora rural e poeta Kennya Silva, de 46 anos, lembrou que foi por meio das ondas do programa que ela descobriu os poderes da Moringa oleífera, planta com propriedades medicinais e nutricionais. Em 2003, Mara mandou sementes da Moringa para Kennya, que vive em Xinguará, no Pará.

A trabalhadora rural e poeta Kennya Silva é ouvintes fiel do programa Natureza Viva – Foto Drica

“Mara me deu a árvore da vida. A Moringa é a planta mais completa do mundo. As pessoas não davam o devido valor e a importância da Moringa. Mas, graças ao seu trabalho valoroso no rádio, as pessoas foram ficando curiosas sobre essa planta, foram pesquisando e foram descobrindo a riqueza. E, graças a isso, hoje a gente reconhece que a gente tem ouro em casa plantado, é o ouro verde que é a Moringa”, relatou ao programa Natureza Viva.

Rica em proteínas, vitaminas e minerais, a Moringa é recomendada aos países pobres pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), devido a sua capacidade de combate à desnutrição.

Outro ouvinte fiel é o Cláudio Paixão, jornalista e pesquisador, que vive em Estreito (MA) e cresceu ouvindo a Rádio Nacional da Amazônia.

“A florestania está em festa com a volta do Natureza Viva. Meu coração recebeu com muita alegria a notícia do retorno do programa”, comentou. Para ele, as notícias sobre o meio ambiente precisam de um espaço de reflexão.

“Mais uma vez o planeta chama atenção para urgência da mudança nas atividades do ser humano para frear o aquecimento global. Muitas das notícias sobre o meio ambiente são dadas, mas não tiveram o espaço de reflexão que apenas o programa Natureza Viva proporciona”, destacou Cláudio Paixão, ao lembrar-se do desastre climático no Rio Grande do Sul.

Pauta incômoda

O programa Natureza Viva foi suspenso em março de 2020, logo após a decreto que determinou o isolamento social em Brasília, onde o programa era produzido. Mara Régia disse que foi comunicada da suspensão do programa por telefone e que ele foi tirado do ar sem aviso prévio aos ouvintes.

Mara lembrou que outros programas continuaram no ar, sendo feitos de casa pelos apresentadores. Para a jornalista da EBC, o motivo da suspensão foi político.

“Eles já estavam muito atravessados comigo. Proibiram que eu veiculasse qualquer coisa sobre agrotóxico nos meus programas. Era nítido o desinteresse por essa pauta, até porque a boiada estava passando, como bem disse o [então] ministro do [Meio Ambiente] Ricardo Salles. Então, durante toda a gestão do governo passado, eu não fui absolutamente lembrada”, afirmou.

Como ouvir

O programa Natureza Viva pode ser ouvido pelo aplicativo das Rádios EBC; pelo site da Rádio Nacional da Amazônia ou sintonizando diretamente nas ondas dos rádios, nas frequências 11.780 KHz e 6.180 KHz das ondas curtas (OC). O Natureza Viva vai ao ar todo domingo, das 9h às 10h.