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Pela 3ª vez seguida, Brasil avança a qualifier da Billie Jean King Cup

O fim de semana foi de classificação do tênis brasileiro ao qualifier da Billie Jean King Cup (BJKC), principal competição feminina entre nações. A equipe amarelinha saiu atrás nos playoffs (fase preliminar) e virou o placar duas vezes contra a Argentina, até selar a vitória por 3 a 2 no último sábado (16), com apoio da torcida que lotou o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. A definição da vaga para o Brasil saiu na quinta e derradeira partida da série, em embate de duplas. As paulistas Beatriz Haddad e Carol Meligeni derrotaram as argentinas Jazmin Ortenzi e Julia Riera por 2 sets a 0 (parciais de 6/3 e 6/2).

Voa, voar… subir, subir 🪽

As tenistas do Time Brasil BRB voaram rumo aos qualifiers da BJKC pic.twitter.com/ikHnFtnxzY

— CBT (@cbtenis) November 18, 2024

A decisão do técnico Luiz Peniza de optar, de última hora,  pela dupla Bia e Carol no jogo de desempate fez toda a diferença para o Brasil avançar pelo terceiro ano seguido à fase eliminatória da BJKC.

“Preparamos o jogo de duplas com a Ingrid [Martins] e a Bia durante a semana, mas ao longo dos dias deixamos todas as jogadoras preparadas para uma possível entrada. A Ingrid sentiu um desconforto nas costas, e a Carol construiu uma semana muito positiva de trabalho, além de já ter jogado ao lado da Bia em um [campeonato] zonal contra a Argentina. A Carol nessas competições sobe muito o nível. Sabíamos que seria um confronto difícil e perigoso, mas o time mostrou que estava preparado”, elogiou Peniza, em depoimento à Confederação Brasileira de Tênis (CBT).

Na abertura da série de jogos dos playoffs na sexta (15), Laura Pigossi perdeu de virada a estreia contra Solana Sierra, por 2 sets a 1 (6/3, 1/6 e 2/6). Na sequência, Bia Haddad ganhou a primeira do Brasil, ao vencer de virada Jazmin Ortenzi, por 2 sets a 1 (3/6, 7/5 e 6/2), empatando o placar em 1 a 1.

Embalada, Bia emplacou novo triunfo, também de virada, no primeiro duelo de sábado (16), desta vez contra Solana (parciais de 1/6, 6/4 e 6/1). O Brasil passava à frente do placar, mas na partida seguinte, Jazmin superou Laura Pigossi (parciais de 2/6 e 1/6), empatando a série. Coube à Bia voltar à quadra, em parceria com Carol Meligeni para cravar a terceira vitória do Brasil, que valeu a classificação.

“Foi um ano muito positivo e de muito aprendizado. Terminar o ano com a classificação do Brasil para os qualifiers era o meu objetivo. Depois que saí da quadra em Tóquio [WTA 500 no final do mês passado], eu só pensei em me preparar da melhor forma para chegar aqui e ajudar o time. Estou muito feliz, é uma conquista de todas nós”, comemorou Bia, que encerrou a temporada 2024 com os playoffs da BJKC.

“Trabalhamos muito durante a semana e o capitão deixou muito claro que todas nós tínhamos que estar preparadas para todas as situações que pudessem se apresentar, e a dupla foi uma delas. Foi um privilégio jogar com a Bia esse ponto e conseguir essa vitória para o Brasil. Foi muito bom”, disse Carol Meligeni, ainda no Ginásio do Ibirapuera.

Em abril de 2055 o Brasil disputará o qualifier ((fase eliminatória que antecede a final com nações de todos continentes) em busca da classificação inédita para as finais da BJKC. O adversário ainda será definido por sorteio. Nas últimas duas edições do qualifier a equipe nacional foi superada pela Alemanha.

Corte no orçamento não vai impactar Bolsa Família, diz ministro

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, afirmou nesta segunda-feira (18), que os beneficiários do programa Bolsa Família não serão impactados pelos cortes orçamentários prometidos pelo Governo Federal. Em coletiva de imprensa durante a reunião de cúpula do G20, no Rio de Janeiro, o ministro disse também que a pasta irá contribuir em 2025 economizando R$ 2 bilhões com medidas de “eficiência no combate à fraude e eficiência na redução da pobreza”.

Segundo o ministro, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que, em relação aos benefícios sociais, não será dado “nenhum passo para trás”.

“Deixando claro que não haverá corte de quem tem direito. Quem tem o Bolsa Família vai continuar. Se recebe porque cumpriu a regra legal, vai continuar recebendo. A mesma coisa com o BPC, Benefício de Prestação Continuada, e outros programas sociais”, garantiu Dias.

De acordo com Dias, mesmo com a manutenção dos benefícios, será possível economizar R$ 2 bilhões no próximo ano, graças ao combate a fraudes e à redução da pobreza no país.

O ministro explica que aqueles que conseguem melhorar a renda, que conseguem empregos que permitem melhorar de vida, são desligados do programa. Isso além de provar a eficiência do programa, que permite que as pessoas melhorem a renda, também leva à uma economia nos gastos públicos.

“A pessoa que sai do Bolsa Família só sai quando sai da pobreza. Por exemplo, uma família de cinco pessoas, para poder sair do Bolsa Família, ela precisa agora alcançar uma renda acima de cinco vezes meio salário mínimo, acima de R$ 3.530. No Brasil, depois que entra no Cadastro Único, só sai para cima. Se lá na frente perdeu o emprego, se lá na frente caiu a renda, ela volta, sem entrar em fila, pro Bolsa Família”, ressaltou.

Segundo Dias, em 2023, dos R$ 175 bilhões previstos, foram gastos R$ 168 bilhões, uma economia com famílias que não precisavam mais do benefício. Em 2024, ele estima uma economia de R$ 1,6 bilhão.

O programa não deixou de incluir novos beneficiários. Segundo o ministro, em outubro deste ano, foram incluídas na folha de pagamento do Bolsa Família mais cerca de 400 mil famílias que estavam em situação de insegurança alimentar, ou seja, não tinham acesso a alimentos de qualidade e nem em quantidade suficiente para a sobreviver.

O ministro ressaltou a importância do programa, que além de promover melhoras sociais, permite melhoras na economia, fazendo com que mais pessoas possam se integrar no mercado consumidor. 

Dias também reconheceu a necessidade dos cortes, que, de acordo com ele, poderão melhorar também as condições econômicas para os mais pobres. “O equilíbrio fiscal é importante para os pobres, porque ajuda no controle da inflação, ajuda a ter juro baixo, ajuda a ter maior capacidade de investimento”, afirmou.

Caminhos da reportagem reprisa programa sobre a fome no Brasil

Líderes mundiais estão reunidos, no Rio de Janeiro, para o encontro do G20. Um dos principais temas em debate é o combate à fome – pauta que também é tema do programa Caminhos da Reportagem, que a TV Brasil reprisa nesta segunda-feira (18), às 21h.

Exibido inicialmente um ano atrás, o programa exibiu entrevistas feitas pela equipe do Caminhos da Reportagem no interior do Maranhão, estado com a maior taxa de pobreza do Brasil, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Era meio quilo de arroz para oito pessoas. E às vezes nem isso tinha”, conta a dona de casa Maria Sueli de Oliveira.

A pescadora Elisângela Rodrigues lembra que “nem todo dia tinha comida. A gente almoçava e, às vezes, não jantava. Ou jantava, mas não almoçava no dia seguinte”.

Os relatos fortes marcaram o programa sobre os 20 anos do Bolsa Família. Além de percorrer cidades do Maranhão, a reportagem conversou com especialistas em transferência de renda. Estudiosos que avaliaram elogios, críticas e desafios do benefício.

“A pobreza caiu cerca de 75% em um período de 20 anos. Eu diria que, sem o Bolsa Família, a pobreza estaria 50% mais alta do que é hoje”, enfatiza o diretor do FGV Social, Marcelo Neri.

“Muitas vezes, a gente verifica, por parte dos órgãos centrais, uma deficiência no acompanhamento. Há uma certa negligência na questão do controle”, reclama o professor César Bergo, da Universidade de Brasília.

“Programas de transferência de renda são a principal estratégia de política social para atender a realidade de pobreza e de extrema pobreza”, lembra a professora Maria Ozanira da Silva e Silva, da Universidade Federal do Maranhão.

Em todo país, 21 milhões de famílias recebem o benefício, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. E a transferência média, por família, é de R$ 680,61.

O Bolsa Família nasceu em 2003, no primeiro mandato do presidente Lula. Tem direito ao benefício toda família com renda mensal de até R$ 218, por pessoa.  

Discussões como porta de saída do programa, incentivo a quebrar ciclos de violência doméstica e circulação de dinheiro, principalmente, em cidades pequenas também fazem parte do episódio. Além disso, a repórter Ana Graziela Aguiar elencou sonhos e mostrou exemplos de crianças beneficiárias do Bolsa Família que hoje são adultos com carreiras bem sucedidas.

Ficha técnica

Reportagem: Ana Graziela Aguiar
Reportagem cinematográfica: André Rodrigo Pacheco
Apoio à reportagem cinematográfica: Gilvan Alves
Auxílio técnico: Rafael Calado
Produção: Claiton Freitas
Edição de texto: Paulo Leite
Edição de imagem e finalização: Márcio Stuckert
Arte: Caroline Ramos

Presidente da Colômbia diz que G20 teme que IA cause hecatombe social

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse nesta segunda-feira (18) que os países do G20 demonstraram preocupação com os impactos da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho global. Petro participa como convidado da Cúpula das maiores economias do mundo, no Rio de Janeiro, e revelou alguns dos temas tratados a portas fechadas entre os países participantes.

“Falamos das expectativas sobre questões gravíssimas que precisamos resolver no mundo. Então, discutimos como olhar a inteligência artificial e a fome. Como a inteligência artificial sem regulação pública pode aumentar a questão da fome a partir das demissões ao redor do mundo dos trabalhadores ordinários que vão ser afetados por esse tipo de tecnologia. É uma questão mundial, porque vai afetar a todos os países. E como prevenir essa hecatombe social”, disse Petro.

Segundo o presidente colombiano, também foi discutida a possibilidade de reforma da governança global, principalmente em relação ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

“Há a necessidade de reformar a governança global para acabar com o poder de veto no Conselho de Segurança sobre as COPS climáticas, para que se tomem decisões com bases em representações majoritárias. Essa mudança de governança é fundamental para construção de uma democracia global, sobretudo para eliminar guerras, para eliminar o crescimento da fome”, disse Petro.

Ao ser perguntado sobre os debates em torno da guerra da Ucrânia, o presidente foi sucinto. “O que falamos sobre a guerra da Ucrânia é basicamente que a paz começa por uma conversa direta entre a Rússia e a Ucrânia, sem intermediários. Eles têm uma história comum, uma cultura comum, é fundamental que dialoguem”.

Petro também adiantou que há conversas em andamento com representantes dos países africanos para estreitar os laços de cooperação.

“Conversei com a União Africana. E a relação entre a África e a América do Sul é fundamental para potencializar economia, progresso e transformação industrial. Assim como a questão da fome e o problema mais grave do mundo, que é a crise climática. Somos regiões complementares, temos interesses comuns e problemas complementares”, ressaltou o presidente.

Papa pede aos líderes do G20 ações imediatas contra a fome e a pobreza

O papa Francisco enviou uma mensagem aos líderes do G20, reunidos no Rio de Janeiro, em que defende a urgência de ações concretas no combate à fome e à pobreza no mundo. No documento, endereçado ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o papa Francisco faz um apelo por solidariedade global e coordenação entre as nações para enfrentar injustiças sociais e econômicas e sublinha que ações imediatas e conjuntas são indispensáveis para erradicar a fome e a pobreza, com foco na dignidade humana, no acesso aos bens essenciais e na redistribuição justa de recursos.

A Cúpula de Líderes do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana) começou nesta segunda-feira (18) e vai até terça (19). 

“É evidente que devem ser tomadas ações imediatas e decisivas para erradicar o flagelo da fome e da pobreza. Tais ações devem ser realizadas de forma conjunta e colaborativa, com o envolvimento de toda a comunidade internacional. A implementação de medidas eficazes requer um compromisso concreto dos governos, das organizações internacionais e da sociedade como um todo. A centralidade da dignidade humana, dada por Deus, de cada indivíduo, o acesso aos bens essenciais e a justa distribuição de recursos devem ser priorizados em todas as agendas políticas e sociais.”

Proposta do Vaticano

Um dos pilares do texto é a abordagem de Francisco sobre a proposta de criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O papa também alertou contra iniciativas que ignoram as reais necessidades dos mais pobres e enfatizou que a fome resulta de desigualdades estruturais na distribuição de recursos, não da escassez de alimentos.

“A aliança poderia começar implementando a proposta de longa data da Santa Sé, que propõe redirecionar fundos atualmente alocados para armas e outros gastos militares para um fundo global destinado a combater a fome e promover o desenvolvimento nos países mais empobrecidos. Essa abordagem ajudaria a evitar que os cidadãos desses países tivessem que recorrer a soluções violentas ou ilusórias, ou a deixar seus países em busca de uma vida mais digna”, avaliou a Santa Sé.

Luta permanente contra a fome

A mensagem destaca a importância de uma solidariedade internacional baseada na fraternidade. O papa pediu ao G20 que mantenha a luta contra a fome como prioridade permanente, não apenas em momentos de crise. Ao encerrar, Francisco instou os líderes a tomarem decisões ousadas e concretas.

“A Santa Sé continuará promovendo a dignidade humana e fazendo sua contribuição específica para o bem comum, oferecendo a experiência e o engajamento das instituições católicas ao redor do mundo, para que em nosso mundo nenhum ser humano, como pessoa amada por Deus, seja privado de seu pão diário. Que o Deus Todo Poderoso abençoe abundantemente seus trabalhos e esforços para o verdadeiro progresso de toda a família humana.”

Lula: taxação de super-ricos requer reforma de instituições globais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (18) que a tributação dos super-ricos, principal proposta da presidência brasileira no G20, também depende da reformulação das instituições globais.

“É urgente rever regras e políticas financeiras que afetam desproporcionalmente os países em desenvolvimento. O serviço da dívida externa de países africanos é maior que os recursos de que eles dispõem para financiar sua infraestrutura, saúde e educação”, declarou ao abrir a segunda sessão da Cúpula de Líderes do G20, que discute a reforma da governança global.

Lula citou estimativas do Ministério da Fazenda, segundo as quais uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar US$ 250 bilhões por ano para serem investidos no combate à desigualdade e ao financiamento da transição ecológica.

O presidente brasileiro lembrou que a história do G20 está ligada às crises econômicas globais das últimas décadas. Lula criticou a gestão da crise de 2008, que, nas palavras dele, ajudou o setor privado e foi insuficiente para corrigir os excessos de desregulação dos mercados e a apologia ao Estado mínimo. Para o presidente, a não resolução das desigualdades globais contribui para o fortalecimento do ódio político no planeta.

“Em um momento, escolheu-se ajudar bancos em vez de ajudar pessoas. Optou-se por socorrer o setor privado em vez de fortalecer o Estado. Decidiu-se priorizar economias centrais em vez de ajudar países em desenvolvimento. O mundo voltou a crescer, mas a riqueza gerada não chegou aos mais necessitados. Não é surpresa que a desigualdade fomente o ódio, extremismo e violência, nem que a democracia esteja sob ameaça”, avaliou o presidente.

Inteligência artificial

O presidente encerrou o discurso pedindo que a reforma das instituições globais reduza os riscos da inteligência artificial e citou um trecho de um poema de Carlos Drummond de Andrade. “Em 1940, o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema chamado Congresso Internacional do Medo, que traduzia o sentimento prevalente em meio à 2ª Guerra Mundial. Para evitar que o título desse poema volte a descrever a governança global, não podemos deixar que o medo de dialogar triunfe”, concluiu Lula.

Prevista para começar às 14h30, a sessão que discutiu a reforma da governança global iniciou-se por volta das 16h10. Apenas o discurso de Lula foi transmitido. Neste momento, os presidentes e primeiros-ministros do G20 e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, que substitui o presidente Vladimir Putin, discutem a proposta da presidência brasileira no grupo.

Brasil e Argentina fazem acordo sobre exportação de gás natural

O Ministério de Minas e Energia (MME) assinou nesta segunda-feira (18) Memorando de Entendimento com a Argentina para viabilizar a exportação de gás natural argentino ao Brasil. O acordo foi feito durante o G20, cúpula de líderes mundiais das 19 maiores economias mais União Europeia e União Africana. O ato cria um grupo de trabalho bilateral para identificar as medidas necessárias para viabilizar a oferta do produto argentino, com destaque para o Gás de Vaca Muerta, no norte da Patagônia.

Dentre as medidas, se destacam o estudo da viabilidade econômica das rotas logísticas, considerando a possível expansão da infraestrutura existente dos dois países, por meio da qual estima-se uma viabilidade de movimentação de 2 milhões de metros cúbicos por dia no curto prazo, aumentando nos próximos 3 anos para 10 milhões, até atingir 30 milhões em 2030.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância da concretização do ato. “Essa é uma importante entrega do programa Gás Para Empregar, que criamos com o objetivo de aumentar a oferta de gás natural e promover a reindustrialização do país. Ao concretizar a importação do gás de Vaca Muerta, estamos fortalecendo o desenvolvimento das indústrias de fertilizantes, vidro, cerâmica, petroquímicos e tantas outras que trazem desenvolvimento econômico ao Brasil. Teremos mais gás, e junto com ele mais emprego, renda e riqueza para brasileiras e brasileiros”, afirmou.

O documento indica que o grupo deve buscar o uso da infraestrutura já existente nos dois países, permitindo a exportação do gás argentino no menor tempo e com o menor custo possível. Para isso, o grupo formado deverá identificar meios para viabilizar o projeto e a construção de infraestruturas necessárias para interconectar os gasodutos existentes de cada país.

Na agenda de trabalho dos estudos, estão elencadas prioridades como infraestrutura, transporte e interconexão entre os países e tipos de operações. O memorando tem validade de 18 meses, prorrogáveis. Ao final desse período, será apresentado relatório das atividades.

“Hoje estabelecemos um protocolo com o ministro da Economia argentino o que demonstra que estamos empenhados em construir política de Estado e não de governo para poder dar mais um passo fundamental no programa Gás Para Empregar que visa ampliar a competitividade nacional. Sabemos da importância do gás para reindustrializar o Brasil. A indústria química do Brasil tem hoje 30% de ociosidade porque não tem competitividade na aquisição do gás. O gás no Brasil só vamos diminuir o preço quando aumentarmos a oferta”, disse o ministro em coletiva de imprensa.

G20: Foto oficial reúne líderes mundiais sem Biden, Meloni e Trudeau

A presidência brasileira do G20 voltou a promover uma fotografia oficial com os líderes do grupo para promover a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Entre as cerca de 50 pessoas presentes no tablado montado com o Pão de Açúcar ao fundo, chamou a atenção a ausência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e dos primeiros-ministros do Canadá e da Itália, Justin Trudeau e Giorgia Meloni, respectivamente.

Imagens mostraram que eles chegaram atrasados, quando a foto, que celebra o lançamento da aliança, já havia sido feita. O Itamaraty ainda não divulgou o motivo dos atrasos.

 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (c), o primeiro ministro do Canada, Justin Trudeau, e a ministra da Italia, Giorgia Meloni (ambos ao fundo), chegam atrasados e nao participam da fotografia oficial Aliança global contra a fome e a pobreza G20 Brasil. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A foto dos líderes estava prevista na programação, e o momento foi transmitido pelo canal oficial do G20 Brasil na plataforma Youtube. Ela foi tirada nos jardins do Museu de Arte Moderna (MAM), tendo como plano de fundo a Baía de Guanabara e o Morro do Pão de Açúcar.

Além dos chefes de Estado, estão na foto líderes de organismos multilaterais e instituições financeiras, como o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Atual presidente do G20, o Brasil, com Luiz Inácio Lula da Silva, está no centro da imagem, de mãos dadas com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que presidiu o G20 no ciclo anterior, e com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que sediará a próxima edição do encontro.  

Fotografia oficial Aliança global contra a fome e a pobreza G20 Brasil Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A realização de uma foto oficial voltou a integrar a programação da cúpula dos líderes após dois anos. Antes disso, a última havia sido tirada em 2021, em Roma, na Itália. A tradição não se repetiu nas edições de 2022 e de 2023, que ocorreram respectivamente em Bali (Indonésia) e em Nova Déli (Índia). O momento foi suspenso em decorrência do conflito armado entre Rússia e Ucrânia. Havia desconforto de alguns chefes de Estado em aparecer na mesma imagem que o representante do governo russo.

O Brasil preside o G20 pela primeira vez desde 2008, quando foi implantado o atual formato do grupo, composto pelas 19 maiores economias do mundo, bem como a União Europeia e mais recentemente a União Africana. 

A cúpula dos líderes, que ocorre no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (18) e nesta terça-feira (19) encerra o mandato brasileiro. A África do Sul sucederá o Brasil na presidência do grupo.

Relembre quem foi Josué de Castro, citado por Lula na Cúpula do G20

Ao discursar nesta segunda-feira (18) durante o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza na abertura da Cúpula de líderes do G20, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou o médico e filósofo Josué de Castro.

A fome, como dizia o cientista e geógrafo brasileiro Josué de Castro, “a fome é a expressão biológica dos males sociais”, recordou Lula.

O presidente apresentou dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que apontam que 733 milhões de pessoas enfrentaram a fome em 2023.

Josué de Castro nasceu em Pernambuco, em 1908. Formado em medicina e filosofia, é um dos grandes nomes do país no combate à fome.   

O coordenador da graduação em relações internacionais do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fernando Roberto de Freitas Almeida, destaca que ao levar Josué de Castro para o G20, Lula reproduziu uma frase do pernambucano, “a fome é a expressão biológica dos males sociais”.  
 

Rio de Janeiro (RJ), 18/11/2024 – O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva durante lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, no G20, na zona central da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Josué de Castro tem obras literárias como O problema da alimentação no Brasil, Geografia da Fome e Geopolítica da Fome.  

Entre 1939 e 1945, implementou o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), ministrou cursos sobre alimentação e nutrição no Departamento Nacional de Saúde Pública e na Faculdade de Medicina do Brasil. Em 1946, fundou o Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, o instituto leva o nome Josué de Castro.  

O acadêmico foi eleito também presidente da FAO por dois mandatos seguidos, em 1951 e 1955. Ele foi ainda deputado federal por dois mandatos, de 1955 a 1962, período em que apresentou projetos sobre reforma agrária e regulamentação da atuação profissional dos nutricionistas.   

Em 1957 presidiu a Associação Mundial de Luta Contra a Fome. Com a ditadura militar no Brasil, precisou se exiliar em 1964.  

“Ele foi o primeiro pesquisador que fez um mapa da fome da nossa população”, aponta a pesquisadora da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), Rosana Salles-Costa.

*Colaborou Lucas Pordeus León

RJ: protesto pede taxação de super-ricos para financiar combate à fome

Organizações da sociedade civil da rede Observatório do Clima instalaram, na manhã desta segunda-feira (18), uma moeda de 3 metros de altura, em frente ao Posto 12, na Praia do Leblon, no Rio de Janeiro. O objetivo da ação é pressionar os países do G20 para taxar os super-ricos e redirecionar os recursos obtidos para financiar ações de combate à crise climática. O protesto ocorre paralelamente aos debates na Cúpula de chefes de Estado do G20, nesta segunda e terça-feira (19), sob a presidência rotativa do Brasil.

O chamado Grupo dos 20 reúne os países com as maiores economias do mundo, além da União Europeia e, mais recentemente, da União Africana.

A campanha do Observatório do Clima propõe a taxação anual em 2% da riqueza de 3 mil bilionários para financiar grande parte da adaptação climática necessária às populações mais vulneráveis do planeta, como as de países pobres, povos da floresta, ribeirinhos, moradores de favelas e zonas rurais, que sofrem com inundações, secas e temperaturas extremas.

Sociedade civil

Segundo o Observatório do Clima, os países do G20 são responsáveis por cerca de 80% das emissões dos gases de efeito estufa (GEE), causadoras do aquecimento global, e concentram 80% da economia global. Por isso, a rede brasileira de entidades ambientalistas apoia a ampliação de financiamentos de ações climáticas por parte dos maiores poluidores.

De acordo com essas organizações, nenhum dos membros do G20 pode alegar falta de recursos se não taxar seus bilionários progressivamente e, na sequência, destinar os valores para promoção de uma transição energética justa.

O Instituto Climainfo alega que os países do G20 devem sinalizar de forma mais enfática o compromisso real para manter viva a agenda climática global. Tica Minami, do Instituto Climainfo, explica que as nações mais ricas do mundo precisam assumir sua responsabilidade de financiar soluções climáticas. “A falta de acordo que implodiu a COP da Biodiversidade, em Cali, Colômbia, mostrou que o nível de compromisso dos países ainda é baixo, colocando em risco a agenda multilateral de clima,” relembrou Tica Minami.

Marcel Aminato, coordenador de Alianças Estratégicas da 350.org., entidade que defende o fim do uso de combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo, e a promoção de energias renováveis (hídrica, solar, eólica e biomassa), argumenta que a taxação de bilionários é uma medida justa e necessária para financiar soluções climáticas urgentes. “Enquanto os super-ricos aumentam sua fortuna e recolhem cada vez menos impostos, o planeta superaquece e milhões de pessoas pagam alto por isso.”

Já a representante do Colegiado de Gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Nathalie Beghin, destaca que além da taxar os super-ricos, a cooperação entre países e empresas transnacionais deve combater movimentações financeiras ilícitas e paraísos fiscais. “É preciso cooperar internacionalmente para mobilizar recursos públicos novos, adicionais e livres de endividamento para o financiamento climático, em especial, para os países do Sul Global.”

Lucas Louback, membro da organização Nossas, defensora da justiça climática, racial e de gênero, alega que não é possível avançar no combate à crise climática sem enfrentar a desigualdade e a falta de justiça tributária que aumentaria a cobrança de impostos sobre grandes fortunas. “Enquanto poucos acumulam fortunas e escapam da taxação justa, bilhões enfrentam os impactos devastadores das mudanças climáticas. É inaceitável que países e populações que menos contribuíram para a crise sofram as piores consequências”.

Brasil

A presidência brasileira no G20 também sugere o imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários do mundo, que arrecadaria entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões por ano, para ser fonte de financiamento para o combate à desigualdade e o enfrentamento das mudanças climáticas.

A taxação de super-ricos para transformar metas climáticas em soluções concretas, debatida durante a presidência brasileira do grupo, é considerada a principal proposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para constar na declaração final da cúpula a ser divulgada nesta terça-feira (19).

Taxação

O ato do Observatório do Clima integra a campanha TaxaOsBi para preenchimento de formulário enviado aos e-mails dos líderes globais com a proposta de taxação em 2% da riqueza de 3 mil bilionários para financiar as ações de mitigação das mudanças climáticas.

Outra iniciativa similar é o dossiê Taxando os Bilionários, que destaca oito bilionários estrangeiros e nacionais como exemplos de que a tributação da super-riqueza poderia gerar recursos para enfrentar as consequências do aquecimento global.