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Christian Dunker, Geni Núñez e Sérgio Vaz participam da Feira do Livro

A Feira do Livro, festival literário gratuito realizado na capital paulista desde 2022, divulgou nesta sexta-feira (10) mais 11 autores convidados que participarão de eventos da programação. Entre os novos nomes, estão o psicanalista Christian Dunker; a ativista indígena e psicóloga Geni Núñez; o poeta Sérgio Vaz e a escritora Lilia Guerra, que traz à tona personagens da periferia paulistana.

Além desses, participarão da feira Adelaide Ivánova, Betina González, Michael Nieva, Mar Becker, Julia de Souza, Odorico Leal e Pablo Casella. Ao todo, já foram divulgados 35 nomes.

O diretor geral do evento, Paulo Werneck, destaca a variedade de temas e autores da programação, que abrange a riqueza do mercado editorial brasileiro. “A gente procura trazer para a Feira do Livro novidades das livrarias, os destaques, os principais escritores do Brasil e do mundo, sempre numa perspectiva de diversidade, de experiências diferentes, gêneros diferentes”. 

A feira tem poesia, literatura infantil e para adultos, história, entre outros temas.

Um dos destaques do evento é o psicanalista Christian Dunker, convidado para um dos debates. “É um dos principais psicanalistas do país, uma figura importantíssima no pensamento brasileiro, que ajudou muita gente a enfrentar a pandemia. E ele publicou um livro sobre o luto. Quando ele perdeu a mãe, superou esse luto escrevendo um livro, que é uma mescla de experiência pessoal com um manual de psicanálise”, disse Werneck.

O autor argentino Michel Nieva, autor do livro Dengue boy: A infância do mundo, também é destaque da feira. “É um livro muito curioso, que trata desse tema que está fazendo parte do nosso dia a dia, a dengue, só que visto pelo ponto de vista da literatura fantástica, tem um certo humor, mas ao mesmo tempo tem uma denúncia”, relata Werneck. Ele ressalta que tem um grupo expressivo de autores argentinos presentes esse ano. Além de Nieva, outros argentinos confirmados são Betina González, Camila Fabbri, Camila Sosa Villada e Claudia Piñeiro.

Golpe e Diretas Já

Neste ano, quando se rememora os 60 anos do golpe militar de 1964 e os 40 anos do comício das Diretas Já, a feira levará discussões sobre os temas ao público. A Praça Charles Miller, local onde acontecem as edições da Feira do Livro em São Paulo, foi palco do início das mobilizações pelas eleições diretas para presidente, conforme revelou o ex-deputado estadual de São Paulo Adriano Diogo (PT) à Agência Brasil.

Um dos responsáveis pela mobilização e por arrecadar recursos para a realização dos comícios, Diogo contou sobre o começo do movimento em 1983, com um pequeno evento na Charles Miller. “Quando acabou a eleição [para governador, em 1982], estávamos em uma situação dificílima. Então, o [ex-deputado] José Dirceu foi procurar o governador Franco Montoro, montou o comitê pelas diretas e o primeiro ato pelas eleições diretas foi esse pequeno comício”, lembra o político.

O diretor da Feira do Livro confirmou que a ditadura é um assunto que estará presente no evento. “Vai ter com certeza uma mesa sobre os 60 anos do golpe, com o grande historiador Luiz Felipe de Alencastro, que é um dos maiores historiadores brasileiros hoje. Ele está publicando um livro sobre a ditadura brasileira vista a partir de Paris, onde ele estava exilado naquela época”, adiantou Werneck.

“Ele escrevia no Le Monde, um jornal francês, crônicas que eram uma denúncia sobre a ditadura brasileira. Essa notícia de que o governo torturava, prendia e várias outras ações autoritárias ainda não eram amplamente conhecidas na Europa. Então essas crônicas dele ajudaram a espalhar a notícia”, acrescentou.

Meio ambiente

Assunto em destaque na última semana por causa da catástrofe climática no Sul do país, o meio ambiente também será assunto de debate na feira. O ensaísta e jornalista João Moreira Salles promoverá um debate a partir do bioma amazônico, que é tema de seu livro Arrabalde. “Ele lançou um livro sobre a Amazônia, que é um grande assunto internacional, uma grande preocupação do mundo é a preservação da Amazônia e da população amazônica, da população indígena, ribeirinha”, disse Werneck.

“[Salles] passou uma temporada na Amazônia, fez uma série de reportagens que saíram na revista Piauí, e depois lançou esse livro. Ele vai falar [na feira] desse livro e de como a Amazônia se transformou. Era um lugar muito periférico, se você pensar algumas décadas atrás, e hoje é um lugar que está no centro das preocupações do mundo”, disse.

Instalada na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, a edição deste ano terá maior duração, com 9 dias de programação, de 29 de junho a 7 de julho. Realizada pela Associação Quatro Cinco Um e Maré Produções, a feira pretende reunir alguns dos destaques da cena literária brasileira e internacional para os debates.

Médicos listam recomendações para evitar doenças em meio a enchentes

A Associação Brasileira de Medicina de Emergência publicou uma série de recomendações para se evitar doenças e dar mais segurança às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A proposta é ajudar a prevenir o adoecimento da população em meio ao período de calamidade pública tendo como base a prática de especialistas que atendem em pronto-socorros e pronto-atendimentos.

A entidade alerta que tragédias de grandes proporções têm impactos significativos sobre a saúde da população e sobre a infraestrutura dos serviços de saúde. Após inundações, por exemplo, é possível que haja registro de casos de doenças como leptospirose, hepatite A e tétano acidental, além de problemas respiratórios e transtornos transmitidos por vetores.

Há ainda risco de acidentes provocados por animais, afogamentos, traumatismos e choques elétricos, comuns em cenários como o registrado ao longo dos últimos dias no Rio Grande do Sul.

Uma das principais orientações está relacionada a ações preventivas de desinfecção da água para consumo humano. De acordo com a associação, nos locais em que a rede de abastecimento estiver comprometida, é indispensável que a população consuma água de fontes seguras, como garrafas e galões lacrados.

“Na impossibilidade de consumir água mineral, é necessário realizar o procedimento de desinfecção caseira da água. Para tanto, é possível aplicar a seguinte fórmula: a cada um litro de água, utilizar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, deixando a mistura repousar depois por 30 minutos.

Outras recomendações de especialistas em medicina de emergência são:

– Em caso de chuva forte, saia de locais de risco o mais rápido possível. Além do risco imediato nas inundações, há ainda riscos tardios, relacionados à leptospirose, ao tétano e a outras infecções.

– Pessoas atingidas por enchentes estão mais suscetíveis a adoecer. Fique atento a sintomas de doenças infecciosas, como diarréia, febre, fadiga e dores no corpo. Caso verifique alguma alteração, procure atendimento médico.

– Ao enfrentar uma inundação, se possível, proteja-se com botas plásticas, roupas resistentes e luvas. Se necessário, não hesite em pedir ajuda a órgãos públicos e não se coloque em situações de risco.

– Em caso de resgate por barco, sinalize o lugar no qual você se encontra pendurando um pano vermelho ou uma lanterna no local para auxiliar a identificação por parte da equipe de resgate.

– Atendimentos em emergência serão mais intensos nesta fase. Por isso, procure os serviços com consciência.

– Caso sua caderneta de vacinação esteja desatualizada, vacine-se o mais rápido possível. A orientação vale para crianças e adultos.

– Observe, a todo tempo, as recomendações das autoridades sanitárias e da defesa civil, evitando o pânico ou iniciativas individuais.

Saiba quais são os direitos das domésticas

A ex-empregada doméstica Marinete Silva, de 43 anos de idade, trabalha hoje como estoquista de uma loja em Brasília. Ela desistiu, há dois anos, da antiga atividade porque se sentiu desvalorizada e explorada. “Eu fui contratada para cuidar de uma idosa, mas tinha que passar a semana inteira na residência da família também fazendo limpeza e alimentação o dia inteiro”. 

Ela não recebia adicional noturno nem qualquer outro direito, mesmo fazendo longas jornadas. “Eu peguei um desgosto dessa profissão e acabei saindo”. Ela demorava 2 horas para chegar ao trabalho e lamenta que não conhecia todos os direitos.  

Cartilha

Diante da precarização e violações desse tipo de profissão, o Ministério do Trabalho e Emprego criou a Coordenação Nacional de Fiscalização do Trabalho Doméstico e de Cuidados (Conadom) para fiscalizar eventuais violações de direitos. Além de fiscalização, a pasta entende que é necessário atuar para garantir informações precisas às pessoas que trabalham nessa área.

Uma cartilha explica os direitos de uma categoria em que mais de 90% das pessoas são mulheres. 

A conscientização, por exemplo, para denunciar trabalhos em condições análogas às de escravidão no âmbito doméstico, é um ponto da cartilha. Esse tipo de situação ocorre quando o empregador faz com que a profissional more na casa onde trabalha e atue por longas jornadas no mesmo dia, sem respeito a períodos de descanso. Em abril, o ministério apontou que a fiscalização chegou a 43 casos de trabalho análogo à escravidão e que a atividade doméstica teve o maior número de casos.
Uma das informações constantes da cartilha do ministério é que o trabalho doméstico remunerado caracteriza-se como uma atuação profissional no âmbito residencial da pessoa ou da família. 

O serviço doméstico envolve diversas atividades, como as desempenhadas por caseiras, faxineiras, cozinheiras, motoristas, jardineiros, babás, cuidadores de idosos e de pessoas com deficiências. A pessoa que trabalha nessa área presta serviços de forma contínua por mais de dois dias por semana.‌‌

Direitos 

A legislação aprovada em 2015 garante uma série de direitos às pessoas que trabalham no ambiente doméstico.

Conheça as principais garantias

1 – Pessoas empregadas domésticas têm direito a registro do contrato de trabalho no eSocial a partir do primeiro dia da prestação de serviços, incluindo o período de experiência;

2 – o salário não pode ser inferior ao mínimo nacional e pago até o dia 7 de cada mês;

3 – jornada normal de 8 horas diárias e até 44 horas semanais;

4 – deve haver controle da jornada de trabalho, com registro do horário de trabalho por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico;

5 – é garantido o descanso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. Além disso, deve haver intervalo para refeição e descanso de, no mínimo, 1 hora e, no máximo, 2 horas;

6 – os trabalhadores devem ter férias, acrescidas de 1/3 do salário normal, podendo ser fracionadas em até 2 períodos;

7 – a remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% sobre o valor da hora diurna;

8 – o intervalo entre duas jornadas de trabalho deve ser, no mínimo, de 11 horas;

9- como os outros trabalhadores formais, profissionais devem ter 13º salário, vale-transporte, depósito mensal do FGTS e da indenização compensatória, aviso prévio nas demissões sem justa causa, pagamento das verbas rescisórias no prazo de dez dias após a rescisão, estabilidade para as gestantes desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Ainda este ano, o governo vai criar uma campanha para alertar sobre a importância da fiscalização ordinária do trabalho doméstico e de cuidados como medida de prevenção ao trabalho análogo ao de escravizado no âmbito doméstico.

Saiba quais são os direitos das domésticas

A ex-empregada doméstica Marinete Silva, de 43 anos de idade, trabalha hoje como estoquista de uma loja em Brasília. Ela desistiu, há dois anos, da antiga atividade porque se sentiu desvalorizada e explorada. “Eu fui contratada para cuidar de uma idosa, mas tinha que passar a semana inteira na residência da família também fazendo limpeza e alimentação o dia inteiro”. 

Ela não recebia adicional noturno nem qualquer outro direito, mesmo fazendo longas jornadas. “Eu peguei um desgosto dessa profissão e acabei saindo”. Ela demorava 2 horas para chegar ao trabalho e lamenta que não conhecia todos os direitos.  

Cartilha

Diante da precarização e violações desse tipo de profissão, o Ministério do Trabalho e Emprego criou a Coordenação Nacional de Fiscalização do Trabalho Doméstico e de Cuidados (Conadom) para fiscalizar eventuais violações de direitos. Além de fiscalização, a pasta entende que é necessário atuar para garantir informações precisas às pessoas que trabalham nessa área.

Uma cartilha explica os direitos de uma categoria em que mais de 90% das pessoas são mulheres. 

A conscientização, por exemplo, para denunciar trabalhos em condições análogas às de escravidão no âmbito doméstico, é um ponto da cartilha. Esse tipo de situação ocorre quando o empregador faz com que a profissional more na casa onde trabalha e atue por longas jornadas no mesmo dia, sem respeito a períodos de descanso. Em abril, o ministério apontou que a fiscalização chegou a 43 casos de trabalho análogo à escravidão e que a atividade doméstica teve o maior número de casos.
Uma das informações constantes da cartilha do ministério é que o trabalho doméstico remunerado caracteriza-se como uma atuação profissional no âmbito residencial da pessoa ou da família. 

O serviço doméstico envolve diversas atividades, como as desempenhadas por caseiras, faxineiras, cozinheiras, motoristas, jardineiros, babás, cuidadores de idosos e de pessoas com deficiências. A pessoa que trabalha nessa área presta serviços de forma contínua por mais de dois dias por semana.‌‌

Direitos 

A legislação aprovada em 2015 garante uma série de direitos às pessoas que trabalham no ambiente doméstico.

Conheça as principais garantias

1 – Pessoas empregadas domésticas têm direito a registro do contrato de trabalho no eSocial a partir do primeiro dia da prestação de serviços, incluindo o período de experiência;

2 – o salário não pode ser inferior ao mínimo nacional e pago até o dia 7 de cada mês;

3 – jornada normal de 8 horas diárias e até 44 horas semanais;

4 – deve haver controle da jornada de trabalho, com registro do horário de trabalho por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico;

5 – é garantido o descanso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. Além disso, deve haver intervalo para refeição e descanso de, no mínimo, 1 hora e, no máximo, 2 horas;

6 – os trabalhadores devem ter férias, acrescidas de 1/3 do salário normal, podendo ser fracionadas em até 2 períodos;

7 – a remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% sobre o valor da hora diurna;

8 – o intervalo entre duas jornadas de trabalho deve ser, no mínimo, de 11 horas;

9- como os outros trabalhadores formais, profissionais devem ter 13º salário, vale-transporte, depósito mensal do FGTS e da indenização compensatória, aviso prévio nas demissões sem justa causa, pagamento das verbas rescisórias no prazo de dez dias após a rescisão, estabilidade para as gestantes desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Ainda este ano, o governo vai criar uma campanha para alertar sobre a importância da fiscalização ordinária do trabalho doméstico e de cuidados como medida de prevenção ao trabalho análogo ao de escravizado no âmbito doméstico.

Operação marcada por intenso tiroteio termina sem prisões no Rio

As polícias Civil e Militar realizaram nesta sexta-feira (26), no início da manhã, uma grande operação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade. Ao todo, 350 policiais das duas corporações atuaram no cerco aos dois complexos de comunidades.

As equipes do Comando de Operações Especiais (COE) da PM, em conjunto com a Polícia Civil, buscavam cumprir mandados de prisão de foragidos da Justiça de outros estados, reprimir a movimentação criminosa e evitar a expansão de disputas territoriais, entre outros crimes. Apesar do tamanho da operação, não houve prisões e há suspeitas de que a ação foi vazada no dia anterior.

Os traficantes se prepararam e armaram barricadas, fechando ruas com colchões, pneus e muito lixo. Quando as tropas das polícias Civil e Militar chegaram ao local, começou um intenso tiroteio. Criminosos também atearam fogo nas barricadas, o que provocou nuvens de fumaça negra sobre as favelas.

Vídeos e relatos postados nas redes sociais mostram que o forte tiroteio assustou moradores no momento em que precisavam se deslocar para trabalhar ou estudar. O fundador do jornal Voz das Comunidades, Rene Silva, informou em seu perfil no X que o confronto começou cedo e compartilhou a angústia dos moradores com o risco de serem baleados. “Nada de bom dia por aqui. Alemão e Penha amanhecem com intenso tiroteio desde as 6h da manhã, com grande operação da polícia, informação vazada desde ontem por volta de oito da noite, quando começaram a circular nos grupos”.

Sobre o possível vazamento, o governador Cláudio Castro falou em entrevista à TV Globo. “O que a gente tem que fazer é achar essas pessoas, prendê-las e expulsá-las do serviço público. Infelizmente, agentes públicos que deveriam estar do nosso lado, estão fazendo jogo duplo. É lamentável. A gente trabalha muito para punir essas pessoas e para retirá-las, de uma vez por todas, do serviço público”.

A Polícia Militar atualizou durante a tarde os números das apreensões realizadas nas duas comunidades. A corporação informou que foram encontrados um fuzil automático, uma pistola Colt americana, grande quantidade de entorpecentes, três simulacros de pistola, muita munição, oito granadas de fabricação caseira, além de carregadores de fuzil.

Impacto na comunidade

Na rede municipal de ensino não houve impacto, porque devido ao calendário escolar, hoje não houve aulas nas escolas, por causa da semana das atividades de planejamento previstas no calendário escolar. Já na rede estadual, uma escola no Complexo do Alemão não teve aulas.

Na área da saúde, a Clínica da Família da Penha, Aloysio Augusto Novis suspendeu as visitas domiciliares. Na região do Complexo do Alemão, a Clínica da Família Rodrigo Y Aguilar Roig fechou as portas.

No transporte público, de acordo com o sindicato das empresas de ônibus, treze linhas de ônibus urbanos tiveram de alterar o itinerário, por causa da operação, sem necessidade de paralisar o serviço.

Surto de dengue na Argentina causa escassez de elemento essencial: repelente de mosquitos

Aedes aegypti

10 de abril de 2024

 

As prateleiras estão vazias, as pessoas procuram em vão e recorrem a alternativas caseiras. E os preços de revenda cada vez mais elevados são escandalosos, mesmo para os argentinos, habituados a uma inflação de três dígitos. A última crise do país: falta de repelente contra mosquitos.

Enquanto o país sul-americano luta contra o pior surto de dengue de que há memória, o repelente de mosquitos tornou-se o item mais procurado desta temporada. Tão procurado que está esgotado em praticamente todas as lojas de Buenos Aires e é vendido online a preços exorbitantes, em alguns casos até 10 vezes o seu valor de varejo.

“Procuramos mais de 30 farmácias por toda a cidade e não sobrou nada”, disse Ana Infante enquanto espantava os mosquitos das suas duas filhas pequenas, cujos braços estavam visivelmente marcados com picadas avermelhadas. Infante, 42 anos, juntou-se à corrida frenética por repelente quando seu colega de trabalho em uma loja de empanadas ficou gravemente doente com dengue na semana passada.

“Só temos isto”, disse ele, levantando a mão e espantando os mosquitos.

A acumulação flagrante e o aumento dos preços alimentaram o desespero. Em um vídeo amplamente compartilhado de um mercado na cidade de El Talar na quinta-feira, nos arredores da capital, clientes são vistos atacando um funcionário que abre novas caixas de repelente, arrebatando os itens antes que ele pudesse colocar uma única garrafa. a prateleira.

“Eu me senti impotente, porque você sabe que não pode fazer nada”, disse Marta Velarde, 65 anos, dona de uma loja em Buenos Aires, lembrando como um cliente desesperado recentemente tentou dar um soco na cara dela quando ela lhe disse que estava fora do alcance. repelente. . “Não dá para dar nenhuma explicação porque as pessoas são muito agressivas.”

O vírus da dengue se espalhou de forma explosiva por toda a América Latina nas últimas semanas do verão úmido no hemisfério sul.

A doença transmitida por mosquitos é endémica há muito tempo em países como o Brasil e a Colômbia, mas os especialistas alertam que o agravamento do surto na Argentina significa que o mosquito Aedes aegypti expandiu o seu alcance. Os casos de dengue na Argentina aumentaram para mais de 180.500 casos nesta temporada, segundo as autoridades de saúde, e houve 129 mortes. Este número é seis vezes superior ao da época passada, que já foi a pior de sempre.

Especialistas em saúde atribuem o aumento de casos de dengue a vários factores, incluindo o efeito do aquecimento dos oceanos devido ao fenómeno El Niño e às alterações climáticas. As fortes chuvas que recentemente inundaram Buenos Aires criaram condições ideais para a reprodução dos mosquitos.

“A transmissão nunca parou na temporada passada, porque os invernos menos frios são favoráveis ​​aos mosquitos adultos”, disse Susana Lloveras, especialista do Hospital de Doenças Infecciosas Francisco Javier Muñiz, em Buenos Aires. “A magnitude é realmente preocupante, porque impõe uma enorme demanda ao nosso sistema de saúde.”

O problema da dengue foi agravado pela escassez de repelentes em todo o país. Os opositores políticos do Presidente Libertário Javier Milei usaram a crise repulsiva para criticar a pressão do governo para desregulamentar a economia e eliminar os controlos de preços.

Fonte
 

Oito adolescentes fogem do sistema socioeducativo em Pernambuco

Cinco dos oito adolescentes que fugiram nesta segunda-feira (25) de uma unidade de atendimento socioeducativo em Garanhuns, no agreste pernambucano, foram encontrados. Segundo a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) de Pernambuco, a fuga aconteceu na noite de ontem, após um tumulto na unidade. 

Os adolescentes queimaram cadeiras e colchões, o que provocou muita fumaça no Centro de Atendimento Socioeducativo e Centro de Internação Provisória (Case/Cenip), que atende adolescentes que cumprem medidas socioeducativas.

Segundo a Funase, as buscas pelos três adolescentes continua a conta com o apoio da Polícia Militar. O órgão disse ainda que a unidade encontra-se normalizada.

“Na ocasião, nenhum adolescente se lesionou e um agente socioeducativo se feriu, mas foi prontamente atendido e passa bem”, informou a assessoria da Funase.

Atualmente o Case/Cenip de Garanhuns atende 47 socioeducandos. Entre as atividades realizadas, segundo a Funase, estão aulas pela manhã e tarde, oficinas profissionalizantes, atividades recreativas, atendimento técnico, entre outras ações.

O órgão afirmou ainda que o governo de Pernambuco autorizou a seleção simplificada para 271 vagas de agentes socioeducativos na Funase, que terá edital lançado em breve.

Centro de São Paulo tem quinto dia de apagões em série

Os bairros do centro da capital paulista tiveram, nesta sexta-feira (22), o quinto dia consecutivo de queda da energia elétrica fornecida pela concessionária Enel. Desde segunda-feira (18), Os bairros mais atingidos são Consolação, Bela Vista, Vila Buarque, Santa Cecília, Higienópolis e Campos Elíseos.

Hoje, a região da República também enfrentou o apagão. O edifício Copan, onde vivem cerca de 5 mil pessoas, ficou sem luz e teve algumas áreas abastecidas por geradores. A falta de energia na capital já afetou a região da Rua 25 de Março, no São Bento, e o Aeroporto de Congonhas, que, há uma semana, precisou suspender pousos e decolagens por mais de uma hora.

Também ficaram sem energia a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e o Hospital Santa Isabel, da Rede D’Or, escolas, faculdades, residências e o comércio local. “Não tem previsão de volta da energia hoje. A gente está perdendo de R$ 1mil a R$ 2 mil por dia. Em média, nós fazemos serviço em dois ou três celulares por dia”, reclamou o empresário Ruan Cardoso, que tem uma loja de conserto desses aparelhos na região da Rua Sete de Abril.

O comerciante Luiz Alberto, que vende produtos perecíveis, queixou-se da falta de previsão da concessionária para a volta da energia e disse que seu prejuízo está entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. “Tivemos que realocar nossos produtos em outras lojas, entre lojistas de muita boa vontade aqui dos arredores. Não recebemos nenhuma satisfação da Enel, a não ser pela própria imprensa.”

“Ontem, às 18h, já faltou luz, dispensei o meu quadro de funcionários. E hoje, desde que chegamos, não estamos trabalhando. Ninguém aqui nos arredores está trabalhando”, acrescentou Luiz Alberto.

A comerciante Gabriela Bonilha, proprietária de uma cafeteria na Vila Buarque, precisou fechar o estabelecimento na segunda e na terça-feira por causa dos recorrentes apagões. A energia voltou na quarta-feira (20), mas parcialmente, o que impossibilitava o funcionamento dos equipamentos 220 volts. “Todo o nosso maquinário é 220 volts. Então, as geladeiras não funcionavam. Fomos  distribuindo por geladeiras e freezers vizinhos que estavam funcionando. Aí, ficamos um pouco desesperados, porque são muitas contas fixas, nossos funcionários são fixos”, afirmou Gabriela.

A solução foi passar a trabalhar, mesmo que precariamente, para tentar evitar que os prejuízos aumentassem. “Começamos a operar com uma air fryer caseira [que funciona em 110 volts] e uma garrafa térmica. Ficamos vendendo pãozinho de queijo feito na air fryer, café coado na térmica e pacotinho de café em grão.”

Segundo a comerciante, a concessionária Enel não deu informações sobre quando voltaria a energia, e as tentativas de contato foram frustradas. “A gente tenta ligar, só gravação, ninguém atende. Uma gravação diz que tem problemas na região, mas não dá explicação”. Gabriela informou que o fornecimento de energia voltou ao normal apenas no início da noite da quinta-feira.

Para compensar o prejuízo gerado no período, que ela estima em cerca de R$ 5 mil, a cafeteria passará a fazer eventos aos domingos, juntamente com outras lojas que também foram afetadas pelos apagões. “Está todo mundo meio que se unindo, assim, para tentar não sofrer tanto com tudo isso que rolou.”

Concessionária

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informou que restabeleceu, às 16h de hoje, o serviço para 97% dos clientes afetados. “No momento, cerca de 600 clientes estão sem energia após as ocorrências que afetaram a rede subterrânea nesta semana. A companhia está mobilizando geradores para atendê-los.”

A concessionária lamentou os transtornos causados pelos apagões e explicou que os problemas começaram com danos em diferentes circuitos subterrâneos, “cuja reparação é complexa e demorada, dadas as dificuldades e especificidades desse tipo de rede (galerias subterrâneas)”.

Hoje, o Ministério Público de Contas pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a apuração sobre a ineficiência na prestação de serviço da concessionária Enel. Caso sejam encontradas falhas, o MP pedirá a extinção da concessão. 

“Encontradas irregularidades na atuação da concessionária, determinar a extinção da concessão, sem prejuízo de aplicação de outras sanções cabíveis”, diz o texto do pedido, assinado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado. 

*Colaboraram Vicente Figueira e Carolina Pavanelli, da TV Brasil

Bremer é convocado para seleção, após corte de Gabriel Magalhaes

O zagueiro Bremer, da Juventus (Itália), é o mais novo reforço da seleção brasileira masculina de futebol. Ele foi convocado pelo técnico Dorival Júnior nesta segunda-feira (18) para a vaga de Gabriel Magalhaes, do Arsenal (Inglaterra), cortado da equipe após diagnóstico de inflamação no tendão de Aquiles. A seleção enfrenta a Inglaterra no sábado (23), às 16h (horário de Brasília), em Londres, no primeiro de dois amistosos preparatórios para a Copa América, programada para junho, nos Estados Unidos. .

“Já havia comunicado anteriormente que nós trabalhamos com uma lista um pouco mais extensa. Uma pré-convocação, podemos assim colocar, e novamente, no dia de hoje, tivemos mais uma baixa. Infelizmente, Gabriel Magalhães está desconvocado. Para o seu lugar, nós estamos chamando Bremer, da Juventus de Turim, da Itália”, disse o técnico, que aguarda a apresentação de Bremer na manhã de terça (19).

Desde a convocação feita por Dorival no último dia 1º, chega a cinco o total aletas cortados devido a lesões. Além de Gabriel Magalhaes, Dorival desconvocou o goleiro Ederson, o zagueiro Marquinhos, o atacante Martinelli e o volantes Casemiro. Para o lugar deles, Dorival foram chamados, respectivamente, Léo Jardim (Vasco), Fabrício Bruno (Flamengo), Galeno (Porto) e Pepê (Porto).

Primeiro treino

Dorival comandou nesta tarde o primeiro treino com os convocados – parte deles, como Vinicius Júnior, do Real Madrid (Espanha), e Richarlison, do Tottenham (Inglaterra), se apresentaram pela manhã. A atividade ocorreu o Centro de Treinamento (CT) do Arsenal, nos arredores de Londres. O treinador optou por dividir o grupo: foram a campo os jogadores que atuaram no sábado, ou folgaram no último fim de semana. Os demais atletas fizeram atividades na academia. Foi o caso de Rafael, Pablo Maia, Lucas Paquetá, Douglas Luiz, Beraldo, Raphinha e Danilo.

“Vamos ter que ter equilíbrio para que nesses três primeiros períodos que teremos de treinamento, consigamos acelerar de alguma forma essa preparação inicial. Sabemos que não é o ideal, porém, pela capacidade de jogadores, acredito que possamos chegar a um consenso em relação a termos uma equipe já equilibrada a partir da primeira apresentação”, projetou.

O jogo contra a Inglaterra no sábado (23) marcará a estreia de Dorival à frente da seleção, após vários tropeços no ano passado, quando foi comandada interinamente pelo técnico Fernando Diniz. Em seis jogos disputados, foram apenas duas vitórias, um empate e três derrotas. O Brasil terminou 2023 em sexto lugar (sete pontos) das Eliminatórias Sul-Americanas, última posição classificatória para a Copa do Mundo de 2026   das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, no Canadá, México e Estados Unidos.

Três dias após a partida contra a Inglaterra, a seleção fará mais um amistoso: enfrentará a Espanha, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madri.

“Vai ser uma emoção muito grande poder jogar no Bernabéu, onde é minha casa, junto com a maioria da torcida do Real Madrid e com a camisa da seleção, que é sempre o mais importante”, projetou Vini Jr, na chegada à Londres.

Amistosos da seleção

Sábado (23)
Brasil x Inglaterra, em Wembley, às 16h

Terça (26)

Brasil x Espanha, no Estádio Santiago Bernabéu, às 17h30

Pesquisadores apontam desgaste na imagem de militares após ações da PF

Quase 60 anos depois do golpe militar de 1964, militares das Forças Armadas do Brasil se veem na condição de investigados por uma tentativa de golpe de Estado. A corporação está diante de um desgaste de imagem provocado por investigações inéditas e prisões de militares de altas patentes, na avaliação de três pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil.

Para esses especialistas, que estudam temas relacionados ao papel das Forças Armadas, a investigação conduzida pela Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado e também as prisões autorizadas pelo Judiciário ficarão marcadas na história e passam “recados” para a sociedade no que se refere ao respeito à democracia. 

Nesta semana, veículos de imprensa destacaram os depoimentos à Polícia Federal de ex-comandantes das três Forças que prestaram esclarecimentos como testemunhas da investigação sobre a tentativa de golpe. A PF não comenta investigações em andamento. Outros militares são investigados por eventuais participações nesse episódio e em outros supostos crimes. 

Para a professora Juliana Bigatão, coordenadora do Observatório Brasileiro de Defesa e Forças Armadas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as investigações devem gerar impactos na visão dos brasileiros sobre a corporação.  

“É necessário considerar que se trata de um fato inédito esse tipo de investigação, inclusive as prisões preventivas de membros das Forças Armadas. O Brasil não tem uma tradição de investigar e punir os militares por crimes contra a democracia”, afirma.

Na avaliação do professor João Roberto Martins Filho, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o ineditismo do julgamento de militares pela Justiça civil se diferencia de outro momento histórico, logo depois do golpe militar de 1964, quando houve prisões e demissões de mais de 6 mil militares. 

“Naquele episódio, esses militares, que tiveram posição contrária ao golpe, foram investigados e julgados pelos próprios militares, via IPM (Inquérito Policial Militar)”.

Ele destaca que a investigação de generais do Exército (a mais alta patente da Força) coloca o atual episódio em outro patamar.

Justiça

Integrante do Grupo de Estudos em Defesa e Segurança Internacional (Gedes), a professora Ana Amélia Penido destaca que são muito raros os casos em que oficiais com a patentes de general são condenados, mesmo na justiça militar. “Em geral, a justiça ‘funciona’ para as baixas patentes”, considera a professora da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Ela entende que a investigação passa uma “mensagem” para a sociedade de que supostos crimes cometidos por militares devem ser objetos de investigação, assim como acontece com civis. 

Para Juliana, da Unifesp, é muito importante que as investigações tenham ampla divulgação e é ainda mais fundamental a existência de “desfechos” dos processos para que não exista sensação de impunidade. Os especialistas recordam que, por conta da Lei de Anistia (1979), nenhum membro das Forças Armadas respondeu por crimes no período da ditadura. 

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Para os pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil, ainda é cedo para se ter uma exata dimensão do impacto desses episódios na imagem das Forças Armadas.

“Historicamente, os militares são bem quistos pela população. Não pelas atribuições militares que eles têm, mas pelas atividades civis que eles acabam desempenhando”, afirma Ana Amélia. 

Ela recorda que os militares brasileiros ficaram bastante conhecidos por atividades como transportes de cesta básica e por outros serviços como garantir água para áreas de difícil acesso. Ela entende, porém, que os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 têm feito com que a opinião favorável venha caindo. 

O professor João Roberto Martins Filho entende que as Forças passam por uma crise de imagem e os atuais comandantes têm demonstrado intenção de que os últimos episódios sejam superados. “Houve os oficiais generais legalistas que ajudaram a evitar um golpe”. 

Com a deflagração da Operação Tempus Veritatis, no dia 8 de fevereiro, o Exército informou que estava acompanhando a Polícia Federal e que prestaria todas as informações necessárias para a investigação.

“Esse posicionamento foi adequado dentro de uma democracia”, afirmou Juliana Bigatão. Ela lembra que o Exército exonerou de cargos de comando militares que foram alvos da operação da Polícia Federal. “Os representantes dos altos escalões das Forças Armadas estão colaborando ou adotando uma posição de que se investigue o que foi feito. É uma sinalização muito importante e é a atitude esperada dentro de um regime democrático”, considerou.

Para Ana Amélia, os militares que resistiram ao dia 8 de janeiro e à suposta tentativa de um golpe de Estado tiveram postura institucional. “Eu acho que a gente precisa encontrar medidas para arejar a caserna. Para tornar o quartel mais parecido com o que acontece com a sociedade.”

Riscos da politização

A raiz do problema, na avaliação de Juliana, esteve na politização das Forças Armadas durante o governo de Jair Bolsonaro. “Tinham mais militares em postos governamentais do que na época do próprio regime militar”, recorda.  

Já Ana Penido defende a necessidade de mudança no cenário de isolamento dos militares nos quartéis. Para ela, é necessária integração dos mundos civil e militar tanto na formação militar quanto no setor de inteligência, da justiça e também do orçamento. Ela explica que a politização não foi um episódio especificamente brasileiro. 

“Em outros países também costuma acontecer esse grau de politização em operações, em tropas mais vinculadas a operações especiais. Não é uma novidade”. 

Para o professor João Roberto Martins Filho, um exemplo importante é o da Alemanha que não admite vinculação das Forças Armadas a partidos políticos, como ocorreu em período nazista. “Hoje, lá, as Forças são mais abertas culturalmente e democráticas”.

Consultado pela reportagem, o Ministério da Defesa não respondeu aos pedidos de comentários sobre as avaliações dos pesquisadores a respeito do momento de desgaste de imagem das Forças Armadas.