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CCBB Rio terá 1ª Mostra de Cinema Haitiano no Brasil

O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) e o Centro de Arte e Pesquisa People’s Palace Projects (PPP), sediado em Londres, realizam a partir do próximo dia 18 a 1ª Mostra de Cinema Haitiano no Brasil. O evento é gratuito e se estenderá até o dia 26 deste mês.

O People’s Palace Projects (PPP) é um centro de arte e pesquisa que atua no Brasil com projetos sociais e culturais desde o início dos anos de 1990. Nos últimos 25 anos, a PPP tem usado arte e criatividade como ferramentas de resposta às questões de justiça social e climática, saúde mental e direitos humanos não só no Reino Unido, mas também em favelas, periferias e territórios indígenas do Brasil e pelo mundo.

O gerente de Projeto da PPP no Brasil, Jan Onoszko, informou que serão apresentadas ao público seis obras cinematográficas, sendo três longas-metragens dos diretores haitianos Géssica Généus e Richard Sénécal, dois documentários dos diretores brasileiros Gabriel Martins e Clementino Junior e um filme de animação da produtora PositivesNegatives. A data de abertura foi escolhida porque o dia 18 de maio é o Dia da Bandeira, importante para o Haiti, porque foi construída pelo povo, depois da decisão de sua independência da França, em 1803. A programação pode ser acessada no site da mostra.

Aproximação

Na avaliação de Jan Onoszko, é importante aproximar os povos brasileiro e haitiano, que têm tantas histórias e origens comuns. “Nós sabemos pela nossa pesquisa, feita ao longo de quatro anos em seis corredores de migração no mundo inteiro, que essas comunidades não se misturam no Brasil. Os haitianos ficam bastante separados do resto da população brasileira. Portanto, é importante mostrar quanto os haitianos sofrem, de certa forma, os mesmos problemas que os afrodescendentes brasileiros enfrentam em termos de racismo, de barreiras invisíveis, de acesso a emprego, saúde e educação e, ao mesmo tempo, têm uma cultura compartilhada muito rica”.

Pensando nas crenças de matriz africana aqui no Brasil, por exemplo, Onoszko afirmou que são muito parecidas com o Vodu, crença bastante comum na África Ocidental e no Haiti e que foi trazida para o Brasil pelos escravos. “Embora não seja considerada uma religião para os haitianos, é mais uma tradição, uma prática e tem entidades em comum com o Brasil, como Ogum das crenças afrobrasileiras”, destacou.

Riqueza de cinema

O gerente de Projeto da PPP disse ainda que o importante da mostra é que ela demonstra para os brasileiros que o Haiti é muito mais do que um país em crise política, mas que produziu uma riqueza de cinema para um país pequeno do Caribe, que apresenta muitas questões semelhantes às existentes no Brasil. “Para os haitianos, também é importante mostrar que eles são muito mais do que pessoas fugindo de uma nação onde a crise político-econômica e a corrupção debilitaram ou dificultaram o futuro para quem mora lá e que aparece muito nos filmes”..

Embora a migração não seja o tema principal em todos os filmes da mostra, há personagens que tem familiares ou amigos que moram fora, personagens que querem sair ou não do país e a questão sobre o futuro do Haiti é muito importante nos seis filmes.

Além da exibição dos filmes e bate-papos, o evento terá performances do Grupo Clamor! com A Batida pelos Direitos Humanos, que mistura dança, canto, percussão e artes circenses, com cerca de 20 migrantes do Haiti, países africanos e artistas afrodescendentes brasileiros. O repertório conta com canções das culturas tradicionais haitianas e africanas. As apresentações gratuitas do Grupo Clamor! serão realizadas no térreo do CCBB RJ, nos dias 18, 19 e 26 de maio, encerrando o evento. A classificação é livre.

Chuvas alertam para cuidado com a “casa comum”, diz presidente da CNBB

 Da janela da Cúria Metropolitana, sede administrativa da Arquidiocese de Porto Alegre (RS), o arcebispo dom Jaime Spengler observa a chuva voltar a cair com força sobre a capital gaúcha.

“Teremos dias ainda muito difíceis pela frente”, comentou o religioso católico na última sexta-feira (10), quando as consequências dos temporais já tinham ceifado ao menos 116 vidas e deixado 70.772 pessoas desabrigadas em todo o estado. No momento da publicação desta entrevista, os números oficiais já chegavam a 143 e 81.170, respectivamente.

A dimensão da tragédia fez com que o papa Francisco ligasse para dom Jaime, às 11h37 do último sábado. “Manifesto minha solidariedade em favor de todos que estão sofrendo esta catástrofe. Estou próximo a vocês e rezo por vocês”, afirmou Francisco ao telefone, conforme nota da CNBB.

Na condição de arcebispo metropolitano de Porto Alegre, dom Jaime está a frente de 158 paróquias distribuídas por 29 cidades gaúchas. Entre elas, algumas das mais severamente atingidas pelos efeitos adversos das chuvas que começaram no último dia 26 e se intensificaram a partir de 29 de abril, como Canoas e Eldorado do Sul.

O arcebispo de 63 anos de idade também preside a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam). No último dia 6, com o Rio Grande do Sul já em estado de calamidade pública, a organização que reúne bispos da América Latina e Caribe divulgou uma nota na qual presta solidariedade à população. E convoca as pessoas a, em meio à “dramática situação”, transformar a solidariedade “em ações de sensibilização para ouvir os gritos da Terra que se exprimem nestes fenômenos climáticos”.

“Há tempos os cientistas vêm nos alertando para a necessidade de uma especial atenção ao planeta, à nossa casa comum”, comentou dom Jaime ao explicar o chamamento. Entrevistado pela Agência Brasil, o arcebispo lembrou que muitas das cidades ora afetadas já tinham sido atingidas em ao menos um dos episódios de chuvas extremas registrados ao longo do último ano no estado – só em setembro de 2023, quando um ciclone extratropical atingiu parte do território gaúcho, 54 pessoas perderam a vida.

“Estamos assistindo com frequência cada vez maior à ocorrência desse tipo de fenômeno [climático adverso]. Certamente, o que está acontecendo aqui no Rio Grande do Sul, as proporções disso, alertam para a necessidade de ações urgentes para contermos as mudanças climáticas. Infelizmente, ainda há quem negue o aquecimento global e a urgência da questão”, lamentou o arcebispo cujo brasão arquiepiscopal remete a dois importantes corpos hídricos da região sul: o Guaíba, cujas águas transbordaram, inundando parte da região metropolitana de Porto Alegre, e o rio Itajaí-Açu, que corta a cidade natal de dom Jaime, Gaspar (SC), e que também apresenta um histórico de recorrentes cheias, causadoras de mortes e prejuízos materiais.

Exploração

Nas últimas décadas, a Igreja Católica vem, frequentemente, chamando a atenção de seus fieis para a crise climática. Em uma carta apostólica (a Octogesima Adveniens) de 1971, o Papa Paulo VI exortou os cristãos a assumirem a responsabilidade de fazer frente às ameaças ao meio ambiente resultantes da “atividade humana e da exploração inconsiderada da natureza”.

Em 2015, o papa Francisco escreveu a primeira carta encíclica (a Laudato Si´)  integralmente dedicada ao assunto. Nela, Francisco sustenta que a Terra “clama contra o mal que provocamos ao planeta, à flora e à fauna  por causa do uso irresponsável e do abuso” dos bens naturais.

“É para este aspecto que estávamos chamando a atenção na nota da Celam”, admitiu Dom Jaime sobre o comunicado que o conselho divulgou há poucos dias. “Precisamos conscientizar toda a sociedade de que, se cada um de nós lança na rua um papel de bala ou uma bituca de cigarro, o que parece insignificante acaba tendo um grande impacto, mas mais que isso, necessitamos conscientizar amplos setores do mundo econômico, empresarial e político, que precisam se convencer da necessidade de investimentos pesados para proporcionarmos um futuro e um mundo melhor para as próximas gerações.”

A preocupação papal com os alertas de especialistas que afirmam que a ação humana já produziu mudanças significativas no clima global, como a elevação da temperatura média global ecoa no Brasil, onde tem inspirado iniciativas como a Campanha da Fraternidade, que a CNBB promove anualmente para, entre outras coisas, “despertar o espírito comunitário e comprometer os cristãos na busca do bem comum”.

No próximo ano, o tema da campanha terá relação com a ideia de fraternidade e ecologia integral, conceito caro ao Papa Francisco, que o menciona várias vezes na carta encíclica de 2015. Em 2017, o tema foi Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida. Em 2016, Casa Comum, nossa responsabilidade. Em 2011, com o tema Fraternidade e vida no planeta, a CNBB incentivou a uma mudança de mentalidades e de atitudes a fim de proteger a Terra.

“As campanhas sempre procuram trazer à tona uma temática atual e desafiadora. São uma forma de disseminar essas questões que merecem a atenção de toda a sociedade e exigem que todos nós, de alguma forma, assumamos nossa responsabilidade de zelar pelo futuro de nossa casa comum”, afirmou Dom Jaime, destacando a Campanha da Fraternidade como uma importante ferramenta de mobilização social e de conscientização sobre temas socioambientais.

“É uma iniciativa que atinge às comunidades, chegando às bases da sociedade, das comunidades, das paróquias”, acrescentou o arcebispo, frisando o poder de mobilização da igreja.

“Agora mesmo, temos aqui, no Rio Grande do Sul, paróquias, capelas, seminários e colégios servindo de espaço de acolhimento para parte dos desabrigados pelas chuvas. Incluindo duas experiências muito dolorosas: um espaço nosso que está recebendo crianças e em torno de 20 mulheres que sofreram abusos sexuais, e outro que está recebendo autistas, sobretudo crianças, que precisam de atenção especial”, comentou o arcebispo,  acrescentando que ao menos dois hospitais de campanha funcionarão em propriedades da igreja.

“Ou seja, também a igreja está fazendo o que pode, do jeito que podemos, e com uma disponibilidade imensa. Como disse, o trabalho de reconstrução será muito duro, será muito difícil. Precisamos de solidariedade, e isso não tem faltado. Precisamos esperançar nosso povo e, ao mesmo tempo mantê-lo atento às necessidades que continuarão a exigir muito de todos nós”, concluiu Dom Jaime.

Clube de Leitura do CCBB RJ debate Contos Completos de Lima Barreto

Lima Barreto estará em debate no Clube de Leitura do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ), na próxima quarta-feira (8), às 17h30. A obra Contos Completos de Lima Barreto será analisada por duas grandes estudiosas do escritor: a historiadora e ensaísta Lilia Schwarcz, cuja posse na Academia Brasileira de Letras (ABL) está marcada para junho próximo; e a crítica literária, ensaísta e professora titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Beatriz Resende.

O livro reúne todos os contos publicados em vida pelo escritor, resgatados através de pesquisa em edições originais, jornais e revistas da época, e mais dezenas de inéditos, retirados de seus manuscritos. A curadora do Clube, Suzana Vargas, destacou a importância das duas debatedoras. “As duas são as grandes especialistas do Lima Barreto hoje. A Lilia fez um trabalho brilhante porque foi ela que reuniu os Contos Completos e fez um prefácio que é uma verdadeira aula”, disse Suzana à Agência Brasil.

Oralidade

 Historiadora e ensaísta Lilia Schwarcz. Foto: CCBB RJ/Divulgação

Uma particularidade de Lilia Schwarcz é o fato dela ser historiadora e, também grande leitora, destacou a curadora. “Ela consegue reunir de modo harmônico e avaliar a importância literária dele [Lima Barreto], trabalhando os dados biográficos. Porque o Lima foi um fenômeno que aconteceu no final do século 19 para o século 20, porque ele tem uma linguagem muito adiante do seu tempo. Ele utiliza nos seus contos, romances, crônicas, em tudo que fez, uma coisa que na época não era comum, que é a linguagem oral. A oralidade que só no modernismo veio com força, com Mário de Andrade, Oswald de Andrade, o próprio Carlos Drummond de Andrade, que vão utilizar com muita força na poesia, e o Lima utilizou na prosa”, salientou Suzana Vargas.

A curadora lembrou que a condição racial do escritor interferiu bastante na sua relação com o mundo literário e acadêmico. Ele tentou algumas vezes entrar na ABL e nunca conseguiu. Para Suzana, Lima Barreto foi um cronista fantástico da vida social e cotidiana do Brasil.

Beatriz Resende veio também contextualizando a prosa do autor, em especial os romances. “E faz uma leitura interessante e perspicaz do Lima, trabalhando os elementos culturais da obra e mostrando para nós um Lima que não sabia só javanês, como eu brinco no título do encontro”. Beatriz esteve com os originais do Lima Barreto, que estão na Biblioteca Nacional (BN) e foram escritos em papel de pão e guardanapos, quando esteve internado no hospício. Suzana Vargas também teve esses escritos de Lima Barreto em mãos, quando trabalhou na BN, e afirmou que o escritor enfrentou muitas dificuldades e problemas neurológicos que o levaram a ser hospitalizado.

. Ensaísta e crítica literária Beatriz Rezende. Foto:  CCBB RJ/Divulgação

Aula imperdível

Apontou que o Clube de Leitura vai ser “uma aula imperdível”. Além disso, será uma oportunidade de o público assistir também a comédia satírica musical Os bruzundangas, texto de Lima Barreto, com adaptação de Renato Carrera, atualmente em cartaz no Teatro 2 do CCBB RJ, de quinta-feira a sábado, às 19h, e aos domingos, às 18h.

Lima Barreto, nascido em 13 de maio de 1881 e falecido em 1º de novembro de 1922. Descendente de escravos, Barreto sentiu na pele a exclusão social, inclusive nos meios acadêmicos, devido à sua origem e à sua cor. Além do alcoolismo, enfrentou diversos problemas de saúde em sua vida e foi internado em hospício mais de uma vez.

Evento gratuito

O encontro sobre a obra de Lima Barreto, com Lilia Schwarcz e Beatriz Resende, começará às 17h30, na Biblioteca Banco do Brasil, 5º andar, do CCBB RJ, com entrada gratuita. O Clube de Leitura CCBB 2024 conta com o patrocínio do Banco do Brasil. Os vídeos dos encontros ficam disponíveis, na íntegra, no YouTube do BB. O projeto vai até dezembro de 2024. Os dois primeiros encontros deste ano tiveram a participação de Viviane Mosé, Eliana Alves Cruz e Marilene Felinto, em março; e de Eliane Potiguara, Eliane Brum e Anapuaka Tupinambá, em abril. Seus vídeos já estão disponíveis. Em 2023, 1.243 pessoas participaram presencialmente do Clube, que teve milhares de acesso online.

Clarice Lispector

Suzana Vargas adiantou que o quarto encontro ocorrerá no dia 5 de junho e será sobre o livro de Clarice Lispector A Paixão Segundo GH, abordando a presença da autora no cinema. Os convidados são o cineasta Luiz Fernando Carvalho, diretor do filme sobre o livro que está estreando nos cinemas, a atriz Maria Fernanda Cândido, que lerá trechos do livro, além de Nádia Battela Gotib, primeira biógrafa da autora, e com participação especial de Melina Dalboni, que foi a roteirista do filme.

Programação de julho

Em julho, o Clube de Leitura do CCBB RJ terá como tema As sete cores da palavra e literatura em diversidade. Os convidados serão a drag queen Rita Von Hunty e o poeta trans Tom Grito.

Burkina Fasoː BBC e Voz da América suspensas por duas semanas

27 de abril de 2024

 

As estações de rádio britânica e norte-americana são as últimas organizações de comunicação social internacionais a serem alvo desde que o capitão Ibrahim Traore tomou o poder no país da África Ocidental num golpe de estado em setembro de 2022.

A Voz da América disse na sexta-feira que havia solicitado reações ao relatório da HRW “de vários funcionários burquinenses”, mas não recebeu resposta e pretendia “continuar a cobrir de forma completa e justa as atividades no país”.

“Os programas destas duas redes de rádio internacionais que transmitem a partir de Ouagadougou foram suspensos por um período de duas semanas”, anunciou a autoridade de comunicações (CSC) na noite de quinta-feira.

O CSC afirmou que a decisão foi tomada porque a BBC África e a VOA transmitiram e também publicaram um relatório nas suas plataformas digitais “acusando o exército do Burkina de abusos contra a população civil”.

A autoridade de comunicações disse que o relatório continha “declarações precipitadas e tendenciosas, sem provas tangíveis contra o exército burquinense”.

A ONG internacional Human Rights Watch (HRW) disse na quinta-feira que soldados no norte do Burkina Faso, atingido pelos jihadistas, mataram pelo menos 223 aldeões, incluindo 56 crianças, em dois ataques de vingança em 25 de fevereiro.

As autoridades burquinenses, contactadas pela AFP, não comentaram as acusações.

O país tem lutado contra ataques de grupos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico desde que uma insurgência jihadista chegou do vizinho Mali em 2015.

Desde então, cerca de 20 mil pessoas foram mortas no Burkina Faso e cerca de dois milhões foram deslocadas.

A VOA disse na sexta-feira que havia solicitado reações ao relatório da HRW “de vários funcionários burquinenses”, mas não recebeu resposta e pretendia “continuar a cobrir de forma completa e justa as atividades no país”.

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CNBB pede a parlamentares que mantenham veto à lei da saidinha

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota na qual pede ao Congresso Nacional que mantenha o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que acaba com as saídas temporárias de presos em feriados e datas comemorativas.

O veto presidencial vale apenas para detentos que já estão em regime semiaberto, mantendo proibida a saidinha para condenados por crimes hediondos e violentos, como estupro, homicídio e tráfico de drogas.

A legislação atual permite aos presos no semiaberto, que já cumpriram um sexto do total da pena e que têm bom comportamento, que deixem o presídio por 5 dias para visitar a família em feriados, estudar fora ou participar de atividades de ressocialização.

“A CNBB manifesta ao Congresso Nacional, em consonância com sua tradição explicitada na doutrina social da Igreja e com os objetivos do sistema penal brasileiro, que o veto parcial submetido aos parlamentares para avaliação seja mantido”, diz a nota divulgada na terça-feira (23) pela confederação.

Premissas da Igreja

A CNBB lembra que “a Doutrina Social da Igreja reconhece a legitimidade do Estado para infligir as penas proporcionais à gravidade dos delitos. Ao lado dessa dimensão, o sistema estatal deve favorecer a reinserção das pessoas condenadas e promover uma justiça reconciliadora”.

“A legislação brasileira tem as mesmas premissas de reinserção gradual de nossas irmãs e irmãos na sociedade. As saídas temporárias no decorrer do cumprimento da pena respondem a essas premissas”, diz a nota.

A mensagem da CNBB finaliza com uma citação do Papa Francisco: “Nunca sufoquem a pequena chama de esperança. Reavivar esta pequena chama é dever de todos. Cabe a toda a sociedade alimentá-lo, fazer de forma que a penalidade não comprometa o direito à esperança, que sejam garantidas perspectivas de reconciliação e de reintegração. Enquanto os erros do passado são remediados, não se pode cancelar a esperança no futuro”.

Antes de ser sancionado pelo presidente da República, o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. A parte da lei que foi vetada será reavaliada pelo Congresso, que poderá derrubar o veto do presidente.

Mostra no CCBB-Rio exibe 24 filmes do ator norte-americano Al Pacino

Começa nesta quarta-feira (3), no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB-RJ), a mostra inédita Pacino, que leva ao público 24 filmes mais marcantes da carreira do ator Al Pacino, que completará 84 anos no próximo dia 25.

Os ingressos para as sessões regulares no cinema do CCBB-RJ custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada) e podem ser adquiridos a partir das 9h do dia da sessão, na bilheteria física ou pela internet. A mostra ficará em cartaz até 6 de maio, e a programação pode ser conferida aqui.

Além dos filmes, haverá um debate no dia 11 de abril (às 18h) com o curador da mostra Paulo Santos Lima, com a atriz Karine Teles e com o professor e diretor de cinema Pedro Henrique Ferreira.

Al Pacino interpreta Sonny Wortzik em Um dia de cão, de 1975 – Divulgação CCBB-RJ

No dia seguinte (12), terá início um curso de três aulas que se estenderá até o domingo (14), das 12h às 14h, com Paulo Santos Lima. O curso abordará a história da atuação no cinema e, em especial, o método moderno de atuação nos Estados Unidos, onde se formou Al Pacino. As inscrições para o curso devem ser feitas pelo e-mail cursopacinorj@fumacafilmes.com.br.

A mostra terá também uma sessão com recursos de acessibilidade (legendagem descritiva, audiodescrição e LIBRAS) do filme Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet, no dia 19 de abril, às 15h30. O debate, o curso e a sessão inclusiva são gratuitos.

Continuidade

Falando à Agência Brasil, o curador Paulo Santos Lima explicou que, de certo modo, a mostra Pacino é uma continuação da mostra De Niro, realizada em 2019. “Daí, como se fosse uma continuação, a ideia de trazer Al Pacino que assim também é uma forma de voltar aos filmes, à história do cinema e, também, a essa referência enorme que é o Al Pacino”.

Serão exibidos filmes protagonizados pelo ator entre 1971 e 2019. “pegando um arco longo que também dá para a gente ver as mudanças que Al Pacino, ao longo da carreira dele, foi tendo, como atuação”.

Pacino interpreta Frank Serpico, no filme Serpico (1973) – Divulgação CCBB-RJ

Segundo Santos Lima, a trilogia O Poderoso Chefão, que está na mostra, foi responsável por inserir o ator em um certo imaginário coletivo. “Em qualquer lugar do mundo, alguém olha a imagem de Michael Corleone e remete a Al Pacino ou Al Pacino a Michael Corleone e ao Poderoso Chefão. Em Scarface isso também é bem marcante”, destacou o curador.

Paulo Santos Lima também destacou o período que considera ser o mais rico de Pacino, os anos da década de 1970, com Um Dia de Cão e Serpico, por exemplo, e 1990, com Perfume de Mulher, que deu a Pacino seu único Oscar.

O filme Advogado do Diabo também compõe a mostra Al Pacino – Divulgação CCBB-RJ

O curador observou que enquanto Robert de Niro se caracteriza por transformações extremas do corpo, Al Pacino é marcado pelo semblante, gestual e por uma atuação que mescla contenção e explosão.

Na avaliação de Santos Lima, a característica mais marcante de Al Pacino é no seu modo de atuar, influenciado pelo método do Actors Studio, como quase todos os de sua geração, a chamada Nova Hollywood, que tem um registro mais realista na atuação.

“Acho que Al Pacino é o grande ator a trazer no corpo, na expressão, uma certa condição de mundo. Ele, às vezes, parece extremamente abatido. Tem vários papéis dramáticos e, quando é comédia, é mais leve. Está ali Al Pacino sempre com uma respiração, uma lida com o estado das coisas. Isso é muito marcante no olhar e no trabalho dele, no geral”.

Homenagem

Essa é a maior mostra já realizada em homenagem a Al Pacino, com obras que vão desde o início de sua carreira no cinema, como Os Viciados (1971), seu primeiro trabalho como protagonista, passando pela trilogia de O Poderoso Chefão (1972, 1974, 1990), até filmes mais recentes como Era uma Vez em… Hollywood (2019).

Al Pacino é Don Corleone na trilogia Poderoso Chefão – Divulgação CCBB-RJ

O estilo de Al Pacino apresenta modulações desde o início da sua carreira, indo do naturalismo do cinema mais realista dos anos 1970 – em filmes como Serpico (1973), pelo qual ganhou seu primeiro prêmio Globo de Ouro e indicação ao Oscar de Melhor Ator, e Um Dia de Cão (1975), ambos de Sidney Lumet –; a algo mais expressivo nos anos 1980, como Scarface, de Brian De Palma, e, a partir dos anos 1990, a marca Al Pacino, que ia de uma atuação quase exagerada em Perfume de Mulher (1992), de Martin Brest, premiado com o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Ator, e Advogado do Diabo (1997), de Taylor Hackford, à precisão de obras-primas como O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma, e Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann.

A mostra Al Pacino tem patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Do Rio de Janeiro, ela seguirá para o CCBB Brasília, de 2 de julho a 4 de agosto e, simultaneamente, no CCBB São Paulo, de 6 de julho a 18 de agosto.

Feira das Yabás volta neste sábado ao CCBB RJ

O sucesso foi tamanho nas edições anteriores, realizadas em junho e setembro de 2023, que o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) promove novamente neste sábado (16), na Praça da Pira, a Feira das Yabás, com patrocínio da prefeitura da cidade. Será um dia de samba e de gastronomia afrocarioca, segundo o CCBB RJ. O tema dessa edição é Reconstruindo territórios e pertencimentos. O evento é gratuito e aberto ao público. 

A Feira das Yabás será marcada pela tradicional roda de samba do seu criador, o sambista Marquinhos de Oswaldo Cruz, e pelas comidas que representam a gastronomia dos quintais suburbanos. Pratos como feijoada, angu à baiana, frango com quiabo, tripa lombeira, macarrão com carne assada farão parte do cardápio do dia.

Preservação

Marquinhos de Oswaldo Cruz criou a Feira das Yabás em 2008, com o intuito de preservar a influência africana na cultura brasileira. O evento ocorre no segundo domingo de cada mês, em Oswaldo Cruz, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. A ideia é mostrar às pessoas como se comportava a vida suburbana que deu origem ao samba. 

“Os quintais, onde se misturavam o profano e o sagrado, onde tinham as rodas de samba e era sempre o matriarcado, sempre as grandes mães, que tomavam conta, às vezes, as tias, como a gente chamava nos subúrbios”, disse Marquinhos à Agência Brasil.

“É a junção desses quintais em uma praça. São as famílias mais tradicionais daquela região da Grande Madureira que estão nessas barracas”,. acrescenta. 

Entre os quintais, citou o das netas da cantora Clementina de Jesus, o da filha de Mestre Candeia, o da família do compositor e instrumentista Manacéia, o da família do Chico Santana, da família Oliveira que deu origem ao Império Serrano. “São essas casas que dão significado à feira”, afirmou.

Segundo Marquinhos de Oswaldo Cruz, o Rio de Janeiro é uma cidade segregada, que mais negros escravizados recebeu em todo o mundo e que povoavam a parte central da cidade. Em função das reformas urbanas, essas pessoas, em sua maioria, foram morar nos subúrbios ou nos morros. “E a região da Grande Madureira foi a que recebeu a maior parte dessa população”, disse. 

Para Marquinhos, fazer a Feira das Yabás, na Praça da Pira, em parceria com o CCBB RJ, significa “reocupar um território sagrado dessa população com a cultura dos removidos”. 

“É levar toda a magia, essa coisa carioca”, acrescentou. 

Para ele, o resumo do Rio de Janeiro são dois bairros, Copacabana e Madureira, sendo que Copacabana é “Madureira com praia. Tem todo mundo”.

Programa

O evento começa às 12h com o DJ Café. Em seguida, haverá roda de conversa com a presença da atriz Isabel Fillardis e da jornalista Bia Aparecida, que abordarão o tema Meio Ambiente e Reciclagem Urbana. A temática faz referência também à exposição Hiromi Nagakura até à Amazônia com Ailton Krenak, em cartaz no CCBB RJ, ao refletir sobre como nos relacionamos com o território mas, dessa vez, dentro do perímetro urbano da cidade.
As atrações musicais são puxadas por Marquinhos de Oswaldo Cruz e sua banda, formada por 11 pessoas, entre cantores e músicos. “Um timaço. Só cobra criada mesmo”, conforme definiu o sambista. A banda se revezará nas apresentações com o grupo de samba Galocantô e os músicos Pedro Miranda e Kiko Horta. 

Edição especial

Em maio próximo, a Feira das Yabás vai comemorar 16 anos com uma edição especial, levando convidados de vários bairros do Rio de Janeiro. Marquinhos de Oswaldo Cruz contou uma história que mostra bem que a ideia da Feira das Yabás é de união entre as pessoas, de mostrar que todos são iguais. 

“A família de um amigo do sambista era judia e morava no subúrbio, ao lado de um terreiro de umbanda. A gente comia muito doce nos terreiros dos subúrbios. Mas os garotos da família judia não podiam ir. Então, a mãe de santo, quando acabava a festa no terreiro, ia pelo muro e dava aqueles doces todos para as crianças, que se acabavam de comer doce”. 

De acordo com Marquinhos de Oswaldo Cruz, no subúrbio sempre se teve o respeito às diferenças e se convivia com as diferenças.

A ideia da Feira das Yabás é o respeito. “Não há espaço para determinados grupos étnicos, como ocorre na cidade. É um único grupo. Eu sou do ponto de vista que tudo que é de bom tem que ser dividido, como o samba, o chorinho, a macumba, a culinária. Eu não quero um mundo segmentado. A Feira das Yabás quer um mundo totalizante, que todos possam ser iguais. Um jornalista falou que o trem das Yabás é o único lugar onde a cidade se encontra. E é verdade. Isso é acolhimento a todos. Todo mundo convive, todo mundo é igual de fato”. 

Ancestralidade

Segundo a gerente de Programação da CCBB RJ, Caroena Neves, essa edição da Feira das Yabás, trazendo trocas com a exposição Hiromi Nagakura Até a Amazônia com Ailton Krenak, saúda os caboclos, os donos da terra, muitas vezes representados pela figura do indígena.

Caroena lembra que o Centro Cultural Banco do Brasil apoia projetos que promovem a diversidade, a ancestralidade e a democratização do acesso à cultura. “A parceria com a Feira das Yabás iniciou em junho de 2023 e tem sido um sucesso de público, fazendo com que mais de 10 mil pessoas comparecessem ao evento, diariamente, nas três edições já realizadas aqui”.

Ela considera emblemática a realização da Feira das Yabás no CCBB neste mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, “já que um dos pontos de sucesso da feira é a oportunidade de degustar a culinária das tias”.

CCBB RJ abre a mostra Perequeté: Cinema Queer Nordestino

Com classificação para 18 anos e ingressos gratuitos, o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) recebe a partir desta quinta-feira (14) a Mostra Perequeté: Cinema Queer Nordestino. Os filmes poderão ser vistos até o dia 31, no Cinema 1. 

Queer é um adjetivo relativo à pessoa cuja identidade de gênero ou orientação sexual não corresponde a ideias estabelecidas sobre sexualidade e gênero, especialmente a normas heterossexuais.

À Agência Brasil, a gerente de Programação do CCBB RJ, Caroena Neves, disse que a mostra lança um olhar sobre a diversidade, exibindo filmes regionais que discutem uma variedade de identidades de gênero e orientações que se afastam dos padrões heteronormativos e cisnormativos. 

“A mostra apresenta um panorama de obras separadas temporalmente, mas que se aproximam diretamente por sua natureza territorial, motivações sociais e discursivas, modos de produção e condições de existência”, explica.

O evento conecta dois tempos distintos. No primeiro, visita a Paraíba dos anos 1980, apresentando um ciclo de cinco filmes em super-8 que desafiaram tabus e levantaram-se, de forma ousada e irreverente, contra os preconceitos e a opressão que imperavam na época. O segundo e mais extenso bloco da mostra, apresenta filmes da última década em uma retrospectiva da carreira de seis autores contemporâneos do Nordeste: Alexandre Figueirôa e Léo Tabosa (Pernambuco), Breno Baptista e Noá Bonoba (Ceará), R.B. Lima (Paraíba) e o coletivo Surto & Deslumbramento.

Importância

O projeto surgiu, segundo Caroena, do desejo de trazer ao Rio de Janeiro, de forma inédita, o programa A onda de filmes Queer em Super-8 na Paraíba, que reuniu obras resgatadas e digitalizadas pelo projeto Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros (IDFB), promovida pela organização Cinelimite. 

“A partir desses preciosos cinco filmes, reunidos em nossa sessão de abertura, desdobramos uma curadoria original, visitando núcleos autorais do cinema queer no Nordeste contemporâneo”, disse.

Na avaliação da gerente de Programação do CCBB RJ, a preservação e a divulgação de filmes nordestinos, nunca exibidos no Rio de Janeiro, “promovem a circulação da produção cultural brasileira, dão visibilidade a cineastas de fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo e mostram também que, apesar de reunidas em uma região geográfica, as produções do cinema contemporâneo do Nordeste são tão múltiplas quanto seu próprio povo, apresentando vertentes estéticas, discursivas e artísticas originais, diversas e carregadas de potência artística”.

Objetivos

Para a realização da mostra, o CCBB RJ conta com o apoio do Núcleo de Documentação Cinematográfica da Universidade Federal da Paraíba (Nudoc UFPB), que cedeu os direitos de alguns dos filmes; da Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros (IDFB), do Cinelimite; e da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), “que tornaram novamente disponíveis ao público esses preciosos filmes superoitistas dos anos 80”, salientou Caroena Neves.

A programação do CCBB RJ objetiva promover a conexão dos brasileiros com a cultura, fundamentada em um eixo curatorial que enfatiza, entre outros aspectos, a ancestralidade e a pluralidade. 

Caroena ressalta que o CCBB RJ reitera seu compromisso como uma janela de exibição de obras que, mesmo celebradas em festivais e mostras nacionais e internacionais, estão fora do circuito de exibição comercial. “Existe outro cinema brasileiro, e é importante e necessário exibi-lo”, defendeu. 

A programação está disponível no site do CCBB RJ, onde os ingressos poderão também ser retirados.

No Rio, Clube do CCBB debate literatura feminina negra

O Clube de Leitura do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) inicia suas atividades anuais, no próximo dia 13, no Salão de Leitura da Biblioteca, a partir das 17h30, tendo como tema de estreia, em alusão ao mês da mulher, a literatura negra feminina no Brasil.

“Na verdade, nos reunimos em torno de uma pergunta: Literatura tem gênero e cor?”, disse à Agência Brasil a curadora do clube, Suzana Vargas, poeta, ensaísta, escritora, professora e mestre em teoria literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

As rodas de conversa ficarão gravadas e serão disponibilizadas no canal do Banco do Brasil no YouTube, na semana seguinte ao evento.

Para o encontro de abertura, foram convidadas duas escritoras negras: Marilene Felinto, autora da obra As Mulheres de Tijucopapo, escrita na década de 1980 e que foi definida como uma bandeira do feminismo, e a escritora contemporânea Eliana Alves Cruz, com o livro O Crime do Cais do Valongo, que aborda a questão da negritude, tendo como pano de fundo a história do Brasil escravocrata.

O debate conta com participação especial da poeta e filósofa Viviane Mosé. Nele serão levantadas, entre outras questões, se uma mulher pode escrever como homem ou um homem pode escrever como mulher; e quais são as marcas de que uma literatura é feminina ou negra, informou Suzana Vargas.

Os dois livros que serão discutidos foram escolhidos por votação popular entre os participantes do Clube no X (antigo Twitter), logo depois do carnaval. Foram sugeridos ao público dois livros de cada autora convidada.

Autoras

Marilene Felinto é pernambucana, jornalista e escritora, graduada em letras. É também tradutora, romancista e cronista. Seu primeiro livro, As mulheres de Tijucopapo, ganhou o Prêmio da União Brasileira dos Escritores (1981) e o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em 1982.

“É sempre surpreendente que o romance As Mulheres de Tijucopapo, publicado 42 anos atrás, escrito quando eu tinha 22 anos, desperte a atenção de gerações mais jovens, como acontece hoje”, destacou Marilene. Eliana Alves Cruz é escritora, roteirista, jornalista e apresentadora. Ganhou o Prêmio Jabuti de contos, em 2022.

A obra As Mulheres de Tijucopapo narra a viagem de retorno da narradora Rísia a Tijucopapo, local fictício de nascimento de sua mãe, evocando a história real do local, em Pernambuco.

No século 17, a cidade foi palco de uma batalha entre mulheres da região e holandeses interessados em saquear o estado. Nas entrelinhas, As Mulheres de Tijucopapo revelam as contradições inerentes à sociedade e à cultura multirracial brasileira.

Já O crime do Cais do Valongo é um romance histórico policial que começa em Moçambique e se estende até o Cais do Valongo, que foi porta de entrada de cerca de um milhão de escravizados entre 1811 e 1831 no Rio de Janeiro e reconhecido como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2017.

Tema contemporâneo

Na avaliação de Suzana Vargas, a literatura feminina negra é um tema muito contemporâneo, que precisa de reflexão. “Tanto para quem faz literatura, como para quem é leitor. Porque o Brasil está vivendo um momento em que as questões da negritude, as questões da mulher, a diversidade, estão muito presentes hoje na produção literária contemporânea. Assim como a literatura indígena”.

Por isso, a curadora acredita que o Clube de Leitura vem trazendo um modo de formar e informar os seus leitores sobre as questões principais da literatura produzida no Brasil atual. “Acho que, de fato, é uma discussão urgente e importante nesse dia, com as duas autoras e personagens que a gente vai poder brindar o público, e com a literatura que elas produzem”. Este será o quarto ano do Clube de Leitura do CCBB RJ.

Calendário

O Clube de Leitura do CCBB RJ terá dez encontros este ano, cada um com duração de uma hora e meia. Até o próximo mês de julho, já estão definidos os temas e convidados que participarão das atividades. A retirada dos ingressos é feita a partir das 9h do dia do evento na bilheteria física ou no site.

Em abril, o clube terá como tema caminhos e descaminhos indígenas. Participarão a autora Eliane Potiguara e a jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum. O convidado especial será Anapuaka Tupinambá, comunicador e entusiasta da cultura digital indígena. É fundador e presidente-executivo (CEO) da Rádio Yandê, primeira rádio indígena do Brasil.

Em maio, o clube vai tratar do escritor clássico brasileiro Lima Barreto. Quem falará sobre ele é Lilia Schwarcz, historiadora e antropóloga brasileira, e Beatriz Resende, pesquisadora e professora titular de letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Suzana Vargas será a mediadora.

Em junho, o tema de debate será a escritora Clarice Lispector e seu livro A Paixão Segundo G.H. O cineasta Luiz Fernando Carvalho, que está lançando um filme sobre essa obra, conversará com o público, além da biógrafa da escritora, Nádia Gotlib, e a roteirista Melina Dalboni. Haverá participação especial da atriz Maria Fernanda Cândido, por vídeo conferência, que fez o papel de Clarice Lispector no filme.

Para o encontro de julho, o tema escolhido é As 7 Cores da Palavra, Literatura e Diversidade. Já estão confirmadas as presenças de Guilherme Terreri Lima Pereira, mais conhecido pelo nome artístico Rita von Hunty, que é professor, ator, youtber, comediante, palestrante e drag queen brasileiro, e Tom Grito, artista trans que defende a tradição da poesia falada. A programação do segundo semestre ainda está sendo elaborada.

No ano passado, 1.243 pessoas participaram presencialmente do Clube, que recebeu os escritores Paula Tavares; Milton Hatoum; Gonçalo Tavares; Gregório Duvivier; Cida Pedrosa; Eliakin Rufino; José Eduardo Agualusa; Luiz Fernando Carvalho e Ítalo Moriconi; Conceição Evaristo; Mia Couto; e Antonio Torres. 

Tesouro Nacional e BB lançam ação para educação financeira de mulheres

O Tesouro Nacional e o Banco do Brasil (BB) lançaram a ação Educa+ Mulher. A meta é promover educação financeira e proteção às mulheres, sobretudo, mães solo, com destaque para a construção de uma reserva financeira para subsidiar, no futuro, os estudos de filhos, netos e sobrinhos. 

Em nota, o Ministério da Fazenda informou que a iniciativa é pioneira no mercado e busca incentivar que as mulheres façam seu primeiro investimento, com foco no título de renda fixa Tesouro Educa+, lançado em agosto do ano passado em parceria com a B3 – Bolsa de Valores.  

Apólice

“Fazendo qualquer investimento a partir de R$ 35, elas [as mulheres] são automaticamente incluídas em apólice do BB Seguro de Vida Mais Mulher, válido por um ano. O seguro busca proteger os beneficiários caso ocorra uma perda inesperada da responsável financeira, o que pode comprometer o objetivo de dar sequência nos estudos”, acrescenta a nota. 

Segundo o ministério, como forma de complementar as ações, as mulheres investidoras receberão, gratuitamente, conteúdos de educação financeira com dicas, análises e sugestões, além de cursos e uma assessoria humana e digital, por meio do WhatsApp.