Skip to content

11 search results for "indiano"

Indianos atraídos por ofertas de emprego falsas enfrentam perigos no exército russo

9 de março de 2024

 

Quando Mohammed Asfan, 30 anos, deixou sua casa em Hyderabad em novembro passado, ele disse à sua família que iria para a Rússia trabalhar como “ajudante do exército” e ganhar muito mais do que ganhava como vendedor em uma loja de roupas no país. cidade do sul da Índia.

Atraído por um vídeo no YouTube publicado por uma agência de recrutamento com sede no Dubai que prometia um salário elevado e residência permanente na Rússia após seis meses, Asfan pensou ter encontrado uma forma de garantir o futuro da sua família. A agência de recrutamento garantiu-lhe que não seria enviado para a linha da frente da guerra contra a Ucrânia.

Mas no final de Dezembro, ele disse à sua família, por telefone, da cidade russa de Rostov-on-Don, que tinha sido forçado a submeter-se a semanas de treino militar e que estava a ser enviado para a linha da frente.

Na última quarta-feira, a família de Asfan foi notificada de que ele estava morto.

“Quando falou connosco em Dezembro, disse que o seu passaporte lhe tinha sido retirado e que ele tinha sido enviado à força para a linha da frente na Ucrânia. Desde então, durante mais de dois meses não recebemos nenhuma ligação ou notícia dele”, disse Mohammed Imran, irmão de Afsan, a repórteres em Hyderabad esta semana.

“Outro jovem indiano que se juntou ao exército russo, mas depois conseguiu escapar, informou-nos há algumas semanas que Asfan tinha sido ferido por uma bala. Então, de repente, recebemos a notícia devastadora.”

Mohammed Imran disse que seu irmão nunca teria ido para a Rússia se soubesse que seria obrigado a lutar. Baba Vlogs, a agência de recrutamento”, enganou meu irmão. É responsável pela morte do meu irmão”, disse ele.

Afsan foi o segundo cidadão indiano cuja morte foi confirmada enquanto servia no exército russo.

Hamil Mangukiya, 23 anos, do estado de Gujarat, no oeste da Índia, foi morto em 21 de fevereiro na região de Donetsk, na Ucrânia, confirmou sua família. Mangukiya viajou para a Rússia depois de receber uma oferta de emprego como guarda de segurança, mas foi levado para a linha de frente e forçado a participar da guerra, informou sua família.

Parentes apelaram ao governo da Índia nas últimas duas semanas em nome de algumas das dezenas de homens indianos que foram induzidos a lutar pelo exército russo e querem voltar para casa. As estimativas do número de índios apanhados na guerra contra a sua vontade chegam a 100.

 

Em meio às tensões na China, Índia entrega mísseis de cruzeiro supersônicos às Filipinas

23 de abril de 2024

 

A Índia começou a entregar mísseis de cruzeiro supersônicos às Filipinas, enquanto os dois países estreitam os laços estratégicos e de defesa em meio às crescentes tensões entre a nação do Leste Asiático e a China sobre disputas marítimas no Mar do Sul da China.

Os mísseis BrahMos estão sendo adquiridos pelas Filipinas sob um acordo de US$ 375 milhões assinado em 2022.

“Agora também exportamos mísseis BrahMos. O primeiro lote deste míssil vai hoje para as Filipinas”, disse o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na sexta-feira, num comício eleitoral.

A Índia e as Filipinas intensificaram a cooperação em defesa à medida que as preocupações sobre uma China cada vez mais assertiva se aprofundam em ambos os países.

As tensões entre as Filipinas e a China aumentaram ao longo do ano passado, à medida que Pequim, citando direitos históricos, pressiona as suas reivindicações sobre áreas dentro da zona económica exclusiva de Manila. Os esforços para resolver o impasse militar de quatro anos entre Nova Deli e Pequim ao longo da disputada fronteira com o Himalaia fizeram pouco progresso.

Em Nova Deli, analistas dizem que a Índia quer fazer parte de uma reação maior contra a China no Mar da China Meridional, à medida que aumentam as preocupações com as ambições territoriais de Pequim.

“A entrega de mísseis BrahMos às Filipinas não é, por si só, uma mudança de jogo. Mas a ideia é que façamos parte de uma coligação mais ampla de países, incluindo os EUA, que tentam desenvolver a força e reforçar a segurança de países mais pequenos como as Filipinas. É o que chamamos de estratégia de trabalho em rede”, segundo Sreeram Chaulia, reitor da Escola Jindal de Assuntos Internacionais.

As tensões entre as Filipinas e Pequim aumentaram após os recentes confrontos entre as guardas costeiras e outras embarcações dos dois países.

A China, que reivindica quase todo o Mar da China Meridional, destaca navios da guarda costeira para patrulhar o que considera serem as suas águas – além das Filipinas, Pequim também tem disputas marítimas com países como o Vietname, a Indonésia e a Malásia.

Os mísseis fornecidos pela Índia são produzidos em joint venture com a Rússia. Eles são um sistema anti-navio baseado em terra com um alcance de 290 quilômetros. Segundo o acordo, a Índia fornecerá três versões do sistema de mísseis, de acordo com relatos da mídia nacional em Nova Delhi.

O diretor-geral assistente do Conselho de Segurança Nacional das Filipinas, Jonathan Malaya, disse a repórteres em Manila que os mísseis serão implantados pelos fuzileiros navais filipinos.

“Isso acrescenta uma camada importante e prática de dissuasão para as Filipinas em meio aos seus recursos militares limitados em relação à China”, disse à VOA Don McLain Gill, analista geopolítico e professor do Departamento de Estudos Internacionais da Universidade De La Salle, Manila. em comentários enviados por e-mail. Ele disse que os mísseis irão “reforçar a sua defesa costeira para exercer mais eficazmente a sua soberania e direitos soberanos no Mar das Filipinas Ocidental, num momento em que a China tem perseguido incansavelmente as suas ambições expansionistas contra o direito internacional”.

Analistas dizem que a construção da cooperação em defesa com as Filipinas também sinaliza que Nova Deli está agora a ultrapassar o Oceano Índico para contribuir para a manutenção da estabilidade na região Indo-Pacífico.

Durante uma visita a Manila no mês passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, reiterou “o apoio da Índia às Filipinas na defesa da sua soberania nacional”.

Fonte
 

Judô paralímpico: Brasil abre GP na Turquia com 2 pratas e 1 bronze

O Brasil assegurou duas medalhas de prata e um bronze  nesta segunda-feira (1), primeiro dia do Grand Prix de judô paralímpico de Antalya (Turquia), penúltimo torneio qualificatório aos Jogos de Paris. Rosi Andrade faturou uma das pratas nos 48 quilos e Elielton Oliveira ficou com a outra nos 60 kg – ambos disputam na classe J1 (cegos totais). Já Thiego Marques levou bronze nos 60 kg na classe J2 (baixa visão).  Nesta terça (2), outros oito brasileiros estreiam no GP de Antalya, que tem transmissão ao vivo online (on streaming) no site da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, da sigla em inglês).

Atual número um do mundo, Rosi Andrade foi superada na final pela turca Ecem Tasin (4ª no ranking dos 48 kg/J1). Foi a primeira competição da judoca potiguar na temporada. Antes de se classificar à final nesta segunda (, Rosi somou duas vitórias. Na estreia bateu a indonésia Larassati Novia (9ª) e depois superou a alemã Anna Tabea Muler (7ª).

“Mais um degrau, mais uma etapa. Não é o objetivo final, até porque estamos rumo a Paris, e é lá que vou buscar o ouro”, projetou Rosi, de 26 anos, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Nascido em Manaus, Elielton Oliveira faturou a segunda prata no ano – a primeira foi em fevereiro, no GP de Heidelberg (Alemanha). Número 3 no ranking, o paraense perdeu a final para o indiano Kapil Parmar, melhor do mundo nos 60 kg. Antes da disputa do ouro, Elielton enfileirou três triunfos seguidos: bateu o cazaque Murat Madinov (24º no ranking), o indonésio Junaedi (8º) e o argelino Abdelkader Bouamer (14º).

O terceiro pódio do dia foi do paraense Thiego Marques. Após triunfar na estreia contra o Azerbaijão Vugar Shirinli (11º no ranking dos 60 kg/J2), Thiego perdeu a luta seguinte para o ucraniano Davyd Khorav, número 3 do mundo, e caiu para repescagem. Aí o brasileiro levou a melhor sobre  Alikhan Dzhumagulov (Quiguistão) e também sobre o georgiano Zurab Zurabiani, garantindo o bornze.

“Esta é só a primeira de muitas”, projetou o judoca, oitavo colocado na lista classificatória a Paris – apenas  os sete primeiros irão a Paris 2024.

A delegação brasileira conta com 13 judocas (sete mulheres e seis homens) no GP de Antalya. A modalidade é umas das que mais somam pódios para o país na história da Paralimpíada. Das 25 conquistadas foram cinco ouros, nove pratas e 11 bronzes.

Polícia indiana prende oito envolvidos em estupro de brasileira

Todos os envolvidos no estupro coletivo de uma turista brasileira de 28 anos foram presos na Índia. Segundo informou a Polícia Nacional do país, oito homens com idades entre 18 e 25 anos participaram da ação criminosa. Eles serão denunciados em uma ação judicial.

“Faremos todos os esforços para que eles recebam a punição mais severa”, afirmou nesta terça-feira (5) o superintendente da Polícia Nacional da Índia, Pitamber Singh Kherwar. Ele assegurou que há provas suficientes para a condenação.

Segundo o código penal do país, o estupro coletivo é punido com no mínimo 20 anos de prisão e a pena pode chegar à prisão perpétua. Nos casos em que a vítima é menor de 16 anos, a lei é mais severa e os criminosos são, em alguns casos, condenados à morte.

A notícia da captura dos envolvidos também foi compartilhada pela brasileira, por meio das redes sociais. “Prenderam todos os criminosos. Eram oito no total. Tudo foi muito rápido e a polícia tem agido com tremenda eficácia. Só tenho que agradecer a todos que nos ajudaram e nos apoiaram. Peço justiça para todas as mulheres que também passam por isso. Todas merecemos o mesmo”, escreveu.

A brasileira, que também tem cidadania espanhola, havia inicialmente relatado nas redes sociais que o crime tinha sido praticado por sete homens. As investigações, no entanto, revelaram que houve mais um envolvido. A vítima e seu marido, que é espanhol, também foram espancados e tiveram alguns pertences roubados. Ao realizar as prisões, a polícia recuperou alguns objetos, entre eles um relógio.

O episódio ocorreu na noite de sexta-feira (1º) em Dumka, no estado de Jharkand, no nordeste do país. O casal tem uma página nas redes sociais com milhares de seguidores onde compartilham imagens viajando de moto em diferentes locais do mundo. Eles já estiveram em mais de 60 países e, desde julho do ano passado, vinham percorrendo a Índia. O crime ocorreu quando eles estavam acampados e foram surpreendidos com a invasão de sua barraca.

Após o episódio, as vítimas buscaram a polícia e foram encaminhadas para receberem atendimento médico no país. Eles apareceram com diversos hematomas em imagens que compartilharam para relatar a situação. “Minha boca está destruída”, contou o homem espanhol em vídeo gravado no hospital. Com base na legislação local, o governo indiano pagou a eles uma indenização de 1 milhão de rupias, o que equivale a aproximadamente R$ 60 mil.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que a embaixada do Brasil na Índia continua prestando assistência à brasileira. “Seguiremos acompanhando todos os desdobramentos do caso, em estreita coordenação com as autoridades da Espanha e da Índia”.

No domingo (3), a embaixada da Espanha na Índia compartilhou em suas redes sociais uma mensagem sobre o episódio. “Devemos estar unidos em nosso compromisso pela eliminação da violência contra a mulher em todo o mundo”.

Dengue: fabricante firma parceria para ampliar produção da vacina

O laboratório Takeda, fabricante da vacina Qdenga, vai ampliar a produção das doses contra a dengue por meio de uma parceria firmada com o laboratório indiano Biological E.

Em nota, a Takeda informou que a Biological E. vai passar a produzir 50 milhões de doses da Qdenga por ano, permitindo alcançar a meta de entregar 100 milhões de doses até 2030.

De acordo com o comunicado, a parceria atende à necessidade específica de fornecer doses para programas nacionais de vacinação no intuito de ajudar a proteger populações mais vulneráveis.

“Essas doses serão, ao final, disponibilizadas para aquisição por governos de países endêmicos até 2030, no mais tardar, para apoiar programas nacionais de imunização”, destacou o laboratório Takeda.

Brasil

A Qdenga foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro do ano passado e começou a ser distribuída este mês a 521 municípios selecionados pelo Ministério da Saúde para a imunização de crianças e adolescentes.

A seleção de municípios, de acordo com a pasta, foi necessária em razão da quantidade limitada de doses disponibilizada pelo fabricante. Com o anúncio da Takeda, a expectativa é que mais cidades brasileiras possam ser contempladas e que outros grupos possam ser imunizados contra a dengue.

Brasil encerra Mundial de badminton paralímpico com dois bronzes

A seleção brasileira de badminton paralímpico encerrou, no último domingo (25), a participação no Mundial da modalidade realizado em Pattaya (Tailândia) com a conquista de duas medalhas de bronze. O responsável pelas conquistas foi o paranaense Vitor Tavares, quarto colocado do ranking mundial na classe SH6 (baixa estatura).

Brasil encerra Mundial de badminton paralímpico com dois bronzes 🥉 de Vitor Tavares. 🏸

Confira os resultados: https://t.co/SAjsrNvAKx#LoteriasCaixa pic.twitter.com/D21wXgSqsc

— Comitê Paralímpico Brasileiro (@cpboficial) February 25, 2024

As medalhas de Vitor Tavares foram conquistadas na chave de simples, após o brasileiro ser derrotado nas semifinais pelo indiano Nagar Krishna por 2 sets a 0 (parciais de 21/16 e 21/17), e nas duplas ao lado do norte-americano Miles Krajewski, também nas semifinais, após queda diante dos chineses Qingtao Zeng e Lin Naili por 2 sets a 0 (parciais de 21/9 e 21/12). As medalhas foram garantidas porque não há disputa pelo terceiro lugar na competição.

“Infelizmente não deu para chegar às finais, mas volto com duas medalhas para o Brasil. Gostaria de agradecer a todos que fizeram parte disso e torceram para mim”, declarou o paranaense, único atleta brasileiro do badminton presente na última edição dos Jogos Paralímpicos, disputados em Tóquio (Japão).

G20 quer usar o debate diplomático para ampliar uso de biocombustíveis

O Grupo dos 20 (G20), formado pelas maiores economias do mundo, é uma oportunidade para o Brasil atuar como uma ponte entre países ricos e o chamado Sul Global – nações ainda em desenvolvimento, das quais fazemos parte – para estimular a produção e o consumo de biocombustíveis, tidos como fundamentais para a realização da transição energética e combater mudanças climáticas.

A utilização de canais diplomáticos do G20 para mitigar o aquecimento global foi tema do seminário Os Países do G20 e a Diplomacia dos Biocombustíveis, realizado nesta sexta-feira (23), no Palácio da Cidade, sede da prefeitura do Rio de Janeiro. O evento é uma parceria entre a prefeitura e o Columbia Global Centers – Centro de Política Energética Global da Universidade de Columbia, de Nova York. O seminário aconteceu na esteira do encontro de ministros de Relações Exteriores do G20, que terminou na quinta-feira (22), no Rio de Janeiro.

Pesquisadores e autoridades destacaram no evento o potencial e o conhecimento técnico do Brasil para conduzir o impulso pelo uso de biocombustíveis globalmente. O país é o segundo maior produtor desse tipo de fonte de energia, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, André Corrêa do Lago – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O embaixador André Corrêa do Lago, secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), disse que o mundo pode esperar uma presidência do G20 ocupada pelo Brasil ambiciosa em temas como preservação do meio ambiente. Acrescentou que o perfil do país é moldado para fazer pontes, por exemplo, entre nações com perfis socioeconômicos distintos, como Índia e EUA.

“O Brasil tem essa característica única de conhecer os desafios tanto da riqueza quanto da pobreza. O Brasil é uma ponte porque todas as realidades estão aqui dentro. Então o Brasil tem a ambição de chamar atenção para alguns temas os quais um país em desenvolvimento como o Brasil tem a resposta. Biocombustível é um exemplo”, considera.

Corrêa do Lago acrescentou que enxerga o Sul Global não como uma oposição aos países ricos, mas sim como uma forma de despontar no debate mundial. “O Sul Global tem que contar para o mundo algumas das soluções que ele tem encontrado e que o mundo ainda não percebeu”, disse.

Biocombustíveis

A presidência brasileira no G20 teve início em dezembro do ano passado e durará 1 ano, quando haverá uma reunião de cúpula com chefes de Estado e de governos no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro.

O país recebeu o comando do G20 da Índia, que já tinha realçado o tema biocombustíveis durante o encontro de cúpula em Nova Delhi, em setembro de 2023.

O embaixador indiano Abhay Thakur, um dos representantes do país mais populoso do mundo no G20, lembrou que os integrantes do grupo se comprometeram em triplicar a capacidade de energia renovável em todo o mundo até 2030.

O diretor do Columbia Global Centers Rio, Thomas Trebat, reforçou o entendimento de que o Brasil à frente do G20 é uma oportunidade para fazer os biocombustíveis ganharem espaço globalmente.

“A tecnologia brasileira em torno do etanol não é muito falada nem conhecida lá fora. É uma tecnologia super importante para uso e estimular a produção ao redor do mundo e até criar uma demanda com maior consumo de biocombustíveis. O Brasil pode atuar muito nessa frente”, avaliou.

Diretor do Columbia Global Centers Rio de Janeiro, Thomas Trebat  – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Resistências

A chefe da Divisão de Energia Renovável do MRE, Laís Garcia, reconheceu que é preciso mais esforços diplomáticos para a ampliação do uso de biocombustíveis de forma global. E citou resistências da União Europeia.

“A União Europeia já tem regras restritivas aos biocombustíveis, dependendo da matéria-prima que é usada. O Brasil lamenta porque a gente acha que é possível fazer combustíveis sustentáveis com diversas matérias-primas que, não necessariamente, são aceitas no mercado europeu”, disse.

Laís garantiu que esse debate acontece no G20 sob presidência brasileira. “O Brasil é muito a favor de discutir os critérios de sustentabilidade e de avançar nisso porque a gente sabe da qualidade e da seriedade da nossa produção”.

Transição energética

Diretor de Transição Energética da Petrobras, Mauricio Tolmasquim – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O diretor de Transição Energética da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, detalhou no seminário que a estatal espera alocar, nos próximos 5 anos, US$ 11,5 bilhões (equivalente a cerca de R$ 58 milhões) em investimentos em biocombustíveis, incluindo produção de energia limpa, biorefino, pesquisa e mitigação de emissão de CO2 na operação da empresa.

Entre as fontes de energia desenvolvidas pela empresa, está o Diesel R, obtido pelo coprocessamento do diesel tradicional com conteúdo renovável, como o óleo vegetal ou a gordura animal. Outro citado é o bioquerosene de aviação (BioQAV), produzido com as mesmas matérias-primas usadas na produção do Diesel R.

Tolmasquim disse que a Petrobras está em um processo de passar de empresa de petróleo para empresa de energia, à medida que estão sendo incluídos no portfólio produtos de fontes renováveis.

“Como a eólica onshore [em terra], solar onshore, biocombustíveis. No futuro a gente espera o hidrogênio verde, serviço de captura de CO². Todas essas ações estão colocando a Petrobras na trilha da transição energética”, afirmou.

Financiamento

A superintendente de Transição Energética e Clima do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carla Primavera, defendeu o papel do banco público no financiamento da produção de energia limpa, com empréstimos subsidiados. “A gente tem um novo funding [conjunto de recursos financeiros] de inovação bastante relevante, e os biocombustíveis ocupam um lugar muito relevante na alocação desse funding, o BNDES Inovação”.

Carla citou também o RenovaBio, destinado para financiar empresas produtoras de biocombustíveis. Mas a representante do BNDES reconhece que há ainda a necessidade de mais fontes de financiamento para energias limpas.

“Vão requerer aporte não só do BNDES, mas do setor bancário privado e também dos [bancos] multilaterais”.

Exemplo

O presidente do Comitê Rio G20, Lucas Padilha, coordenador executivo de Relações Internacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro, defendeu que o fórum de países seja uma forma de enviar recados do Sul Global para as grandes potências.

“Problema é solução e solução não pode ser um problema. Este é um recado para o Norte Global”, defendeu.

Lucas apresentou uma iniciativa em que a prefeitura faz leilão para adquirir energia elétrica mais barata e de fonte limpa para abastecer prédios públicos. O programa será expandido para hospitais e escolas, e a prefeitura estima uma economia de R$ 115 milhões em 5 anos.

“Ao fazer isso, você está economizando o recurso público, diminuindo as emissões, e com esse recurso pode financiar adaptação [às mudanças climáticas]”, explicou Padilha.

“Se a gente conseguir mitigar para adaptar, ganha um peso moral no debate diplomático”.

Países

O G20 é composto por 19 países – África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia – e dois órgãos regionais, a União Africana e a União Europeia.

Os integrantes do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial.

EUA realizam novos ataques com mísseis aos houthis no Iêmen

18 de janeiro de 2024

 

As forças dos EUA realizaram ataques aéreos na noite de quarta-feira contra 14 mísseis dos houthis no oeste do Iêmen, disse o Comando Central dos EUA.

“As ações dos terroristas Houthi apoiados pelo Irã continuam a colocar em perigo os marinheiros internacionais e a perturbar as rotas comerciais no sul do Mar Vermelho e nas vias navegáveis ​​adjacentes”, disse o general Michael Erik Kurilla.

“Continuaremos a tomar medidas para proteger as vidas de marinheiros inocentes e sempre protegeremos o nosso povo”, disse ele.

Os ataques dos EUA são a quarta ação direta, incluindo uma com as forças britânicas, contra rebeldes houthis no Iêmen, em resposta a ataques e ameaças a navios no Mar Vermelho.

Os ataques ocorreram horas depois que um drone lançado da parte do Iêmen controlada pelos houthis atingir um navio de bandeira das Ilhas Marshall. O operador do navio não relatou feridos no ataque e disse que o navio sofreu danos limitados.

Um porta-voz da Marinha da Índia disse na quinta-feira que um contratorpedeiro indiano respondeu a um pedido de socorro do M/V Genco Picardy e prestou assistência à tripulação de 22 pessoas, que incluía nove indianos. Um especialista inspecionou a área danificada e tornou segura a viagem do navio até o porto.

Os houthis dizem que estão agindo em solidariedade com os palestinos em meio à guerra de Israel.

As principais companhias marítimas responderam redirecionando os navios na rota mais longa e mais cara em torno da África. A rota do Mar Vermelho é uma ligação marítima vital entre a Europa e a Ásia, transportando cerca de 15% do tráfego marítimo mundial.

 

Brasil, Estados Unidos, Índia e vários países terão votações em 2024

Urna eletrônica

10 de janeiro de 2024

 

O ano de 2024 representará um grande teste ao regime democrático, uma vez que bilhões de pessoas em mais de 50 nações — quase metade da população mundial — irão votar.

Bangladesh começou 2024 com a primeira grande eleição do ano, com Sheikh Hasina conquistando o quarto mandato consecutivo como primeira-ministra no domingo. Os partidos da oposição boicotaram a votação devido a queixas de que não era livre nem justa.

Em fevereiro, a Indonésia deverá escolher um novo presidente para governar a nação de 277 milhões de habitantes. O Paquistão realizará eleições parlamentares no mesmo mês; o líder da oposição e ex-primeiro-ministro Imran Khan continua preso sob a acusação de vazar segredos de Estado, o que ele nega.

Os russos votarão nas eleições presidenciais de março – embora os críticos prevejam que o atual Vladimir Putin vencerá. “Putin não terá quaisquer oponentes genuínos”, disse Ian Bond, do Centro para a Reforma Europeia. “Ele tem o controle de todo o mecanismo administrativo necessário para garantir que um voto esmagador a seu favor seja entregue e que tenhamos mais seis anos de Putin, pelo menos até 2030.”

A Índia – a maior democracia do mundo – realizará eleições parlamentares em abril e maio, com o Partido Bharatiya Janata, ou BJP, liderado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, à frente nas sondagens.

O veterano jornalista político indiano Pushp Saraf acredita que a oposição terá dificuldades para avançar. “Tudo depende de quão unidos eles estão”, disse Saraf. “Caso contrário, se permanecerem desunidos, como muitas vezes parecem estar, terão poucas chances de sucesso contra o BJP, que é organizacionalmente muito forte, e com Narendra Modi, que está no topo da onda de popularidade”.

No dia 2 de junho, o México deverá realizar as suas eleições presidenciais, o que poderá representar um novo marco para o país, “devido à possibilidade de, pela primeira vez, uma mulher governar o México”, segundo o pesquisador mexicano Patricio Morelos. O partido no poder do México selecionou Claudia Sheinbaum, ex-prefeita da Cidade do México, como sua candidata.

A União Europeia, que representa mais de meio bilhão de pessoas, deverá realizar eleições parlamentares em junho. As sondagens sugerem um ressurgimento do apoio aos partidos populistas de direita em muitos países, incluindo França, Alemanha e Itália.

“Há uma possibilidade real, penso eu, de que a extrema direita tenha um bom desempenho nas eleições europeias. Não ao ponto de dirigir o Parlamento Europeu, mas possivelmente ao ponto em que qualquer pessoa que queira dirigir o Parlamento Europeu tenha de ter em conta o que diz e faz”, afirma Anand Menon, professor de política internacional no Kings College London.

O Reino Unido deverá realizar eleições antes do final do ano, com as pesquisas sugerindo que o líder da oposição do Partido Trabalhista, Keir Starmer, está a caminho de pôr fim aos 14 anos de governo conservador, com cinco primeiros-ministros diferentes.

“Tivemos as guerras do Brexit que dominaram tudo, depois tivemos a COVID-19, agora temos a crise do custo de vida. Tivemos instabilidade governamental… a própria instabilidade tornou-se uma questão política”, disse Menon.

O Brasil, maior país da América do Sul, realizará eleições municipais em outubro, escolhendo mais de cinco mil prefeitos. Em 5 de novembro, os Estados Unidos deverão realizar uma eleição presidencial, enquanto os estadunidenses decidem se dão ao democrata Joe Biden um segundo mandato como presidente dos EUA ou escolhem uma alternativa republicana, com Donald Trump aparentemente o seu adversário mais provável.

 

Miliei anuncia que Argentina não participará do Brics

O Governo da Argentina informou, nesta sexta-feira (29), que enviou carta aos países integrantes do Brics para manifestar que “não considera oportuno” participar do grupo de nações emergentes. O Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O documento foi assinado pelo presidente Javier Milei, que assumiu a Casa Rosada em 10 de dezembro. 

A adesão da Argentina ao Brics tinha sido acordada durante encontro de cúpula do bloco em agosto, em Johanesburgo, África do Sul. À época, o país vizinho era presidido por Alberto Fernández. Caso não houvesse a desistência de Milei, a Argentina passaria a fazer parte do Brics a partir de 1º de janeiro de 2024. 

Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a carta de Milei foi enviada para os presidentes Cyril Ramaphosa, da África do Sul; Xi Jinping, da China; Vladimir Putin, da Rússia; e para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. 

Visão política 

Ao justificar a recusa de entrar no grupo, Milei afirma que “muitos eixos da política exterior atual diferem da administração anterior”.  

No entanto, a carta enviada ao Brasil, maior parceiro comercial dos argentinos, reitera o “compromisso do governo nacional com a intensificação dos laços bilaterais, em particular com o aumento dos fluxos de comércio e de investimento”. 

No encontro de Johanesburgo, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos também foram aceitos para ingressar no Brics a partir de 2024. 

Na ocasião, o então presidente Fernández afirmou que a Argentina se propunha fazer parte do Brics porque o difícil contexto internacional conferia ao bloco uma relevância singular e o constituía como uma importante referência geopolítica e financeira. 

Sem surpresa 

A formalização de Milei não é uma surpresa. Em 30 de novembro, dez dias antes de o presidente eleito tomar posse, a então futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, publicou no X (antigo Twitter) “Não nos juntaremos ao Brics”. 

Números 

Fundado em 2006, o Brics tem uma população de cerca de 3,2 bilhões de pessoas. Em conjunto, os países do Brics têm um Produto Interno Bruto (PIB – conjunto de bens e serviços produzidos) de US$ 24,7 trilhões.  

Segundo estimativas do Banco Mundial, o PIB da China chegou a US$ 17,7 trilhões em 2022, o segundo maior do mundo. A Índia ficou em sexto, com US$ 3,17 trilhões, seguida pela Rússia em 11º (US$ 1,7 trilhão), pelo Brasil em 12º (US$ 1,6 trilhão) e pela África do Sul em 32º (US$ 419 bilhões). 

*Com informações da Telam, agência nacional de notícias da Argentina