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Rivaldo Barbosa é demitido de universidade onde lecionava Direito

A Universidade Estácio de Sá desligou de seu quadro o delegado Rivaldo Barbosa, que era professor de direito desde 2003 e coordenador adjunto do curso desde 2022, segundo seu perfil na rede social LinkedIn.

O ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro foi preso neste domingo por suspeita de envolvimento no planejamento do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

“A instituição informa que o professor não faz mais parte de seus quadros, e que já foram tomadas todas as medidas necessárias para sua substituição e para a continuidade das aulas. Reforçamos que nossa atuação é sempre pautada por princípios de ética, correção e não-violência e que a direção da unidade está sempre à disposição dos alunos para qualquer necessidade”, disse a universidade por meio de nota.

Rivaldo Barbosa foi nomeado chefe da Polícia Civil pela Intervenção Militar na Segurança Pública do Rio de Janeiro, em 2018, e assumiu o posto na véspera do crime de que é acusado de envolvimento.

Em entrevista à imprensa um dia após o assassinato, Barbosa disse diante da família de Marielle Franco que a polícia adotaria todas as medidas “possíveis e impossíveis” para dar uma resposta ao assassinato.

“Estamos diante de um caso extremamente grave e que atenta contra a dignidade da pessoa humana e contra a democracia”, chegou a afirmar ele, que foi preso com os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, que são acusados de encomendar o crime.

 

Calouros 60+ estreiam na Universidade de Brasília em 18 de março

Dia 18 de março, uma segunda-feira, será um dia especial para a Universidade de Brasília. A partir da data, 136 calouros com 60 anos ou mais, os 60+, iniciam ou recomeçam suas vidas acadêmicas. Eles são os estudantes aprovados no fim de fevereiro no vestibular que a UnB realizou especialmente para esse público.

Os novos alunos têm de 60 a 78 anos. Seis de cada dez estudantes são mulheres e quatro são homens e vão estudar em 37 cursos presenciais, diurnos e noturnos, nos quatro campi da UnB – Asa Norte, Ceilândia, Gama e Planaltina.

Os calouros venceram uma corrida bem afunilada. Mais de 3 mil pessoas se inscreveram, 1.979 realizaram a prova de redação em língua portuguesa no dia 28 de janeiro. Desses, menos de 7% estão entrando na universidade. A graduação com maior número de inscritos foi o curso de psicologia, com 566 candidatos para apenas duas vagas.

A grande procura não foi prevista pela UnB. “Foi uma surpresa muito grande. A gente não esperava realmente essa quantidade”, disse Thaís Lamounier, diretora de Inovação para o Ensino de Graduação, do Decanato de Ensino de Graduação.

Para ela, o convívio diminuirá preconceitos contra idosos e haverá “troca” entre os alunos idosos e os jovens alunos de graduação. “Os mais velhos vão ensinar bastante com a sua experiência. Os mais jovens vão ensinar sobre questões institucionais e ajudar na adaptação do público mais velho à universidade.”

A diretora avalia que a UnB, pioneira na política de ingresso por cotas raciais, vai ficar “ainda mais colorida” com as pessoas idosas de cabelos brancos. “Esses cabelos brancos vão começar a escrever uma nova história da instituição, pode ter certeza.”

Nova história

Brasília(DF) – Valdina Ferreira, caloura de biologia, e sua filha Patricia. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Reescrever a história para qual estava predestinada foi o que sempre fez Valdina Ferreira Paiva, ou apenas Dina, caloura de licenciatura de biologia (período noturno). Ela tem 60 anos, é mãe solo de três filhas e já trabalhou como empregada doméstica e diarista.

Por ter morado em zona rural onde não havia escola, ela parou de estudar. Depois de adulta, recuperou o tempo perdido fazendo supletivo para concluir o ensino fundamental e em seguida cursando a Educação de Jovens e Adultos (EJA) para formar no ensino médio.

A oportunidade de estudar apareceu após passar em um concurso público aos 28 anos para trabalhar no Jardim Botânico de Brasília, onde ainda se dedica ao herbário com mais de 40 mil espécies. Foi no trabalho também que passou a se interessar por biologia e por isso nutre expectativa positiva para a vida universitária. “Acredito que vai ser muito bom. Vou desbravar conhecimentos e reafirmar o que eu já aprendi na prática.”

Dina não vai se afastar do trabalho e pretende ir além. “Pra quem não gosta de ficar parado, eu vou ter muita coisa pra fazer ao longo dessa minha vida. Posso entrar na área de pesquisa”, prevê.

De exatas para humanas

Brasília(DF) – João Aloisio, calouro de história. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

No caso de João Aloísio Vieira, 63 anos, a universidade será a ocupação principal após se aposentar em setembro, como analista de infraestrutura do Ministério das Comunicações. Engenheiro elétrico em sua primeira graduação há 40 anos, João vai cruzar a fronteira entre as ciências exatas e as ciências humanas. Ele é calouro de história (período diurno).

“Talvez eu possa me interessar pela história da matemática, porque está relacionada com as exatas”, especula o novo aluno da UnB. A mudança de território de conhecimento e a expectativa de se relacionar com pessoas bem mais jovem não assusta ao novo estudante. “Olha, eu tenho uma expectativa muito boa, eu sou assim fácil de lidar. Tenho facilidade de conversar com as pessoas, me dou bem com jovens, inclusive. Então, acho que vai ser muito bom,” afirmou.

Brasília(DF) – Augusto Ferraz, calouro de física.  Foto Wilson Dias/Agência Brasil

Já aposentado, Augusto Gonçalves Ferraz, de 63 anos, também está sereno com sua estreia na UnB e o convívio com a mocidade colega. “Talvez seja diferente no começo, mas acredito que é só ali no começo, né? Creio que com o tempo, poucos dias, a coisa vai ficar tão normal, tão natural que ninguém vai mais reparar.”

Universidade gaúcha cassa títulos concedidos a Médici e Passarinho

Os títulos de doutor honoris causa concedidos pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) ao ex-presidente da República Emilio Garrastazu Médici (1969-1974) e ao ex-ministro da Educação Jarbas Passarinho durante o período da ditadura militar foram cassados por unanimidade pelo conselho universitário da instituição de ensino.

Médici recebeu o título em 1970 e Passarinho, em 1972.

A proposta de revogação dos dois títulos foi feita pela Comissão para Implementação de Medidas de Memórias, Verdade e Justiça na UFPel. A comissão foi criada depois de o Ministério Público Federal (MPF) ter solicitado à UFPel esclarecimentos sobre ações voltadas à memória do período da ditadura e questionado se a instituição concedeu honrarias ou títulos honoríficos a pessoas vinculadas ao regime militar.

Desde 2015, várias universidades públicas brasileiras revogaram títulos de doutor honoris causa concedidos a autoridades dos governos militares (1964-1985).

Em dezembro de 2015, o conselho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revogou o título concedido a Médici. Em setembro de 2021, o Consu da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também cassou o título dado ao coronel Jarbas Passarinho, que foi ministro da Educação, do Trabalho, da Justiça e da Previdência Social em um amplo período da repressão e depois, entre 1967 e 1992.

Em 2022, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revogou os títulos de honoris causa concedidos aos ex-presidentes Arthur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici (1970).

No início do ano, o MPF recomendou que a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) revogue os títulos dados aos ex-presidentes Arthur da Costa e Silva (1967-1969) e Humberto de Alencar Castello Branco (1964-1967).

Os ex-presidentes e o ministro de Estado que tiveram as honrarias revogadas participaram do período considerado o auge da repressão durante a ditadura no Brasil, quando se registraram episódios de extrema violência, controle de atividades políticas, censura, prisões arbitrárias, torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos políticos, conforme constatado e documentado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).

Pelo menos 14 mortos em tiroteio na Universidade de Praga

22 de dezembro de 2023

 

Um estudante tcheco atirou e matou na quinta-feira seu pai, depois atirou e matou pelo menos outras 14 pessoas e feriu pelo menos outras 25 em uma universidade de Praga, segundo a polícia, marcando o tiroteio em massa mais mortal do país.

O chefe da polícia, Martin Vondrasek, e o ministro do Interior tcheco, Vit Rakusan, se reuniram com repórteres na noite de quinta-feira perto do local do crime, no campus da Universidade Charles de Praga, na Praça Jan Palach. Fica ao lado da Ponte Carlos, uma atração turística popular.

Vondrasek disse que o atirador era um estudante de 24 anos da escola. Ele disse que a polícia iniciou uma busca pelo homem antes do início do tiroteio, depois que seu pai foi encontrado morto em um vilarejo a oeste de Praga. Vondrasek disse que o atirador morreu no local do tiroteio na universidade.

Rakusan disse que não havia ligação entre o tiroteio e o “terrorismo internacional”.

A polícia também disse que estava investigando a possibilidade de haver uma bomba no prédio filosófico.

O chefe de polícia disse que a polícia foi ao prédio de filosofia da universidade, onde sabia que o suspeito estava programado para dar uma palestra, e evacuou o prédio. A praça e as ruas ao redor também foram evacuadas.

Um vídeo postado nas redes sociais mostrou pessoas fugindo da praça quando veículos de emergência chegaram ao local. Alguns alunos foram fotografados do lado de fora, agachados no parapeito de um prédio do campus.

Uma testemunha presente no local disse à televisão checa que viu um jovem numa varanda brandindo o que a testemunha pensava ser uma arma automática e disparando em direcção à Ponte Carlos. A polícia não confirmou que o agressor usou uma arma automática.

A polícia encontrou o corpo do atirador no local. Sua morte provavelmente foi suicídio, disse Vondrasek, mas as autoridades também estão investigando se ele pode ter sido morto pela polícia que respondeu ao fogo.

O atirador também é suspeito do assassinato de outro homem e de sua filha de 2 meses, que foram encontrados mortos a tiros na floresta de um vilarejo nos arredores de Praga na semana passada, acrescentou Vondrasek.

O governo checo anunciou um dia de luto em todo o país para sábado em homenagem às vítimas.

Em sua conta na plataforma de mídia social X, antigo Twitter, o presidente da República Tcheca, Petr Pavel, escreveu: “Estou chocado com os acontecimentos na Faculdade de Letras da Universidade Charles. Gostaria de expressar meu profundo pesar e sinceras condolências às famílias. e parentes das vítimas reivindicadas pelo tiroteio.”

 

Polícia tcheca revê para 14 total de mortes em ataque em universidade

Um estudante tcheco de 24 anos matou seu pai a tiros e depois matou 14 pessoas e feriu 25 em sua universidade de Praga nesta quinta-feira (21), antes de possivelmente se matar, disse a polícia, marcando o pior atentado a tiros da história do país.

Anteriormente, a polícia havia informado que o homem armado matou ao menos 15 pessoas

O atirador também é suspeito dos assassinatos de outro homem e de sua filha de 2 meses, encontrados mortos a tiros na semana passada em uma floresta em um vilarejo nos arredores de Praga, disse o chefe de polícia da cidade, Martin Vondrasek.

As autoridades – que descobriram um grande arsenal de armas em um edifício da Universidade Charles, na região central de Praga – foram informadas no início do dia de que o homem provavelmente se dirigia para Praga vindo da sua cidade, na região de Kladno, nos arredores da capital, com intenções de tirar a própria vida.

Pouco depois, o pai do atirador foi encontrado morto.

A polícia desocupou o prédio da Faculdade de Artes onde o atirador deveria assistir a uma aula, mas foi chamada ao prédio principal da faculdade, chegando poucos minutos após relatos de tiros, disse Vondrasek.

“Temos informações muito recentes e não confirmadas de uma conta em uma rede social de que ele foi supostamente inspirado por um ataque terrorista na Rússia no outono deste ano”, disse Vondrasek a jornalistas, acrescentando que o atirador era detentor legal de várias armas de fogo.

“Foi um ato horrível premeditado que começou na região de Kladno e infelizmente terminou aqui.”

A morte do atirador foi provavelmente suicídio, mas as autoridades também estão investigando se ele pode ter sido morto pela polícia que respondeu aos tiros, acrescentou Vondrasek. A polícia disse que ele era um estudante de alto desempenho, sem antecedentes criminais, e que agiu sozinho.

A polícia pediu para não revelar a identidade do homem, mas seu nome, divulgado por alguns meios de comunicação tchecos, correspondia a um relatório de busca policial.

As autoridades isolaram a praça e a área adjacente ao edifício da faculdade, que fica em um movimentado bairro histórico, descendo a colina do Castelo de Praga, em uma rua popular que leva à Praça da Cidade Velha.

Imagens da imprensa mostraram estudantes desocupando o prédio com as mãos para cima, e outros empoleirados em um parapeito perto do telhado tentando se esconder do agressor enquanto estudantes barricavam as salas de aula com carteiras e cadeiras.

“Sempre pensávamos que isso era uma coisa que não nos dizia respeito. Agora acontece isso, infelizmente, nosso mundo também está mudando e o problema de atiradores individuais está surgindo aqui também”, disse o prefeito de Praga, Bohuslav Svoboda, à TV tcheca.

A Casa Branca condenou o atentado e disse que os Estados Unidos estavam prontos para oferecer assistência. Líderes de toda a Europa, incluindo o francês Emmanuel Macron, ofereceram apoio.

A testemunha Ivo Havranek, de 43 anos, disse à Reuters via Zoom que inicialmente pensou que os “estrondos” que ouviu poderiam ter vindo de turistas barulhentos ou de um set de filmagem próximo.

“Então, de repente, havia estudantes e professores correndo para fora do prédio. Atravessei a multidão sem perceber o que realmente estava acontecendo. Não estava pronto para admitir que algo assim pudesse acontecer em Praga”, disse ele. Somente quando viu policiais com rifles automáticos é que soube que era sério, disse ele.

“Eles gritaram para que eu corresse.”

O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, cancelou uma viagem ao Leste do país, e o governo realizou uma reunião de emergência com a presença do presidente, Petr Pavel, e do chefe do serviço de contraespionagem do país.

Os crimes com armas de fogo são relativamente raros na República Tcheca. Em dezembro de 2019, um homem armado de 42 anos matou seis pessoas na sala de espera de um hospital na cidade de Ostrava, no Leste do país, antes de fugir e se matar com um tiro, segundo a polícia.

(Reportagem adicional de Anna Lubowicka)

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Atirador mata ao menos 15 pessoas em ataque em universidade de Praga

Um homem armado matou ao menos 15 pessoas e feriu pelo menos outras 24 em uma universidade de Praga nesta quinta-feira antes de ser “eliminado”, informaram a polícia e os serviços de emergência da capital da República Tcheca.

A polícia tcheca informou pouco depois das 15h (horário local) que estava respondendo a um tiroteio no prédio da faculdade de artes da Universidade Charles, na Praça Jan Palach. A polícia disse que o pai do atirador, um aluno da faculdade, foi encontrado morto mais cedo nesta quinta.

“Sempre pensávamos que isso era uma coisa que não nos dizia respeito. Agora acontece isso, infelizmente, nosso mundo também está mudando e o problema de atiradores individuais está surgindo aqui também”, disse o prefeito de Praga, Bohuslav Svoboda, à TV tcheca.

Petr Nedoma, diretor da Galeria Rudolfinum, em uma sala de concertos na Praça Palach, disse à TV tcheca que viu o atirador.

“Vi na galeria um jovem que tinha uma arma na mão, tipo uma arma automática, e atirava em direção à ponte Manes. Repetidamente, com algumas interrupções, depois vi como ele atirou, levantou as mãos e a jogou na rua, ali na faixa de pedestres”, disse ele.

A polícia isolou a praça e a área adjacente ao edifício da universidade, que está localizada em uma zona movimentada da cidade que tem uma rua popular que leva os turistas à Praça da Cidade Velha.

A transmissão na TV tcheca mostrou várias ambulâncias e viaturas com luzes piscando alinhadas ao longo do prédio, acompanhadas pelo som de sirenes.

Um e-mail enviado a funcionários e estudantes da faculdade dizia que um atirador estava em um de seus prédios.

“Não vá a lugar nenhum, se estiver nos escritórios, tranque-os e coloque móveis na frente da porta, apague as luzes”, dizia o e-mail.

Um usuário do X postou a foto de um grupo de estudantes, escondidos agachados num parapeito do prédio.

O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, cancelou sua viagem ao leste do país e estava a caminho de Praga, disse ele no X.

Os crimes com armas de fogo são relativamente raros na República Tcheca. Em dezembro de 2019, um homem armado de 42 anos matou seis pessoas na sala de espera de um hospital na cidade de Ostrava, no leste do país, antes de fugir e se matar com um tiro, disse a polícia.