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Protestos na Georgia repetem roteiro da crise entre Ucrânia e Rússia

A Georgia enfrentou nesse domingo (1º) a quarta noite seguida de intensos protestos contra a decisão do governo de adiar as negociações para o país ingressar na União Europeia (UE). Segundo especialista em geopolítica, a crise no pequeno país da Europa Oriental com cerca de 3,7 milhões de habitantes, e que faz fronteira com a Rússia, repete os acontecimentos que levaram aos atritos entre Ucrânia e Moscou.

“Na Georgia está se repetindo o que aconteceu na Ucrânia, em 2014, com os protestos da Praça Maidan, que resultaram na deposição do governo pró-Moscou. Na Georgia é também uma queda de braço entre esses dois polos de poder para ver quem dá as cartas na Geórgia. De um lado as forças aliadas de Moscou e, do outro lado, as forças aliadas de Bruxelas, da União Europeia”, avaliou Ronaldo Carmona, pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Carmona argumenta que a sociedade georgiana é dividida, tendo setores pró-Moscou e outros pró-UE. “Todo o entorno geográfico das grandes potências, como é o caso da Georgia que faz fronteira com a Rússia, são ativamente disputados por outras potências. Esse papel que a Rússia joga na geopolítica global hoje faz com que todos os países ali em torno dela sejam ativamente disputados. Então, é assim que funciona o mundo”, acrescentou.

Com o recrudescimento dos protestos nesse fim de semana, o Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA) publicou um comunicado suspendendo a parceria estratégica firmada entre os dois países e condenando o governo georgiano por supostamente reprimir as manifestações.

“Ao suspender o processo de adesão da Geórgia à UE, o governo georgiano rejeitou a oportunidade de laços mais estreitos com a Europa e tornou a Geórgia mais vulnerável ao Kremlin. O povo georgiano apoia esmagadoramente a integração com a Europa. Os Estados Unidos condenam o uso excessivo da força pela polícia contra georgianos que buscam exercer seus direitos de reunião e expressão, incluindo sua liberdade de protestar pacificamente”, afirmou o ministério dos EUA responsável pela política externa.

Georgia e Ucrânia

A crise política da Georgia se agravou depois da eleição de 26 de outubro deste ano, que deu a vitória ao partido governista Sonho Georgiano, tido como próximo da Rússia. A oposição diz que houve fraude eleitoral, mas o governo do primeiro-ministro Irakli Kobakhidze tem rejeitado a demanda por novas eleições.

Em 2014, uma série de protestos na Ucrânia levaram à deposição do governo considerado pró-Moscou e que havia desistido de assinar acordo com a União Europeia. A deposição, considerada um golpe de Estado por Moscou, levou à anexação da Crimeia pela Rússia e à guerra civil entre Kiev e as províncias de Denetsk e Lugansk, que declararam independência. 

Nesse contexto, a tentativa do governo ucraniano de Vladimir Zalewski de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança militar hostil à Rússia, foi uma das justificativas do Kremlin para invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022.

Rússia: ataque com míssil hipersônico na Ucrânia foi aviso ao Ocidente

O Kremlin afirmou, nesta sexta-feira (21), que o ataque à Ucrânia usando um míssil balístico hipersônico, desenvolvido recentemente, foi projetado como mensagem para o Ocidente de que Moscou responderá às decisões e ações “imprudentes” em apoio à Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou um dia depois que o presidente Vladimir Putin disse que Moscou havia disparado o novo míssil – Oreshnik ou Hazel Tree – contra instalação militar ucraniana.

“A principal mensagem é que as decisões e ações imprudentes dos países ocidentais que produzem mísseis, fornecendo-os à Ucrânia e, posteriormente, participando de ataques ao território russo, não podem ficar sem uma reação”, disse Peskov aos repórteres.

“O lado russo demonstrou claramente sua capacidade, e os contornos de outras ações de retaliação, caso nossas preocupações não sejam levadas em conta, foram claramente delineados.”

Peskov afirmou que a Rússia não era obrigada a avisar os Estados Unidos sobre o ataque, mas informou ao país 30 minutos antes do lançamento.

O presidente Vladimir Putin permanece aberto ao diálogo, disse Peskov, acrescentando que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, “prefere continuar no caminho da escalada”.

Putin afirmou, na quinta-feira (20), que a Rússia havia disparado o novo míssil depois que a Ucrânia, com a aprovação do governo Biden, atacou a Rússia com seis mísseis ATACMS, fabricados nos EUA, e com mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow e HIMARS

Para ele, isso significava que a guerra na Ucrânia havia agora “adquirido elementos de caráter global”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que o uso do novo míssil pela Rússia representou “uma escalada clara e severa” na guerra e pediu forte condenação mundial.

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Carta final do G20 condena guerras em Gaza e na Ucrânia

O documento final da Cúpula de Líderes do G20 foi divulgado na tarde desta segunda-feira (18), primeiro de dia de reuniões de chefes de Estado e de governo no Rio de Janeiro, e traz críticas diretas às guerras em andamento de Israel na Faixa de Gaza, território palestino, e no Líbano, além do conflito na Ucrânia, que sofre uma invasão militar pela Rússia.

“Ao expressar nossa profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e a escalada no Líbano, enfatizamos a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção de civis e exigir a remoção de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em escala. Destacamos o sofrimento humano e os impactos negativos da guerra. Afirmando o direito palestino à autodeterminação, reiteramos nosso compromisso inabalável com a visão da solução de dois Estados, onde Israel e um Estado palestino vivem lado a lado, em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com o direito internacional e resoluções relevantes da ONU [Organização das Nações Unidas]”, diz o documento.

Os líderes dos 19 países mais ricos do planeta também pedem um “cessar-fogo abrangente em Gaza” e também no Líbano, citando resolução do Conselho de Segurança da ONU. Sobre a situação na Ucrânia, a carta menciona o sofrimento humano em curso e os impactos que esta guerra causa à segurança alimentar e energética global, cadeias de suprimentos, estabilidade macrfinanceira, infalão e crescimento. O texto também cita esforços para buscar uma soclução negociada para o fim da guerra. 

“Saudamos todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura, mantendo todos os Propósitos e Princípios da Carta da ONU para a promoção de relações pacíficas, amigáveis e de boa vizinhança entre as nações”, aponta o trecho.

A carta dos líderes do G20 ainda fala em “avançar a meta de um mundo livre de armas nucleares” e maior segurança global.

Considerado o principal fórum de cooperação econômica internacional, composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais (União Africana e a União Europeia), o G20 foi presidido este ano pelo governo brasileiro, que vai repassar o comando temporário do grupo para a África do Sul. A cúpula de chefes de Estado e de governo, que começou nesta segunda, prossegue até amanhã (19) no Rio de Janeiro. 

Ucrânia não será tema dos Brics, diz chanceler brasileiro

Ao chegar à Rússia na manhã desta segunda-feira (21), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Mauro Vieira, foi questionado por jornalistas se a Ucrânia seria tema de discussão na 16ª cúpula do Brics, que ocorre entre esta terça (22) e quinta-feira (24).

“Aqui nos Brics o tema é a cooperação dos Brics”, respondeu o chanceler brasileiro. De acordo com Vieira, a agenda é voltada para fortalecer a parceria entre os países membros, o que inclui a Rússia que, desde fevereiro de 2022, está em guerra contra a Ucrânia.

Vieira acrescentou que a cúpula deve se concentrar na discussão sobre a modalidade de membro associado do bloco. Até então, cerca de 30 países manifestaram interesse em ingressar no grupo. 

“O Brics, com a expansão, é um processo em formação e os chefes de Estado vão discutir todos os temas que estão na agenda, que são os novos parceiros e as modalidades [de participação no bloco]”, explicou o chefe da delegação brasileira.

Questionado por jornalistas sobre se a Venezuela teria chances de ingressar no grupo como membro associado, Mauro Vieira respondeu que “todos os países candidatos têm [chance]”.

Segundo a diplomacia brasileira, um dos destaques da cúpula deste ano é a definição dos critérios para que novos membros ingressem no bloco, não como membros permanentes, mas como membros associados. Após definidos os critérios, a expectativa é que os novos membros associados sejam anunciados. 

O ministro Mauro Vieira foi designado para representar o país depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente doméstico no sábado (19) e os médicos recomendaram que ele evitasse viagens longas. 

Este será o primeiro encontro do Brics com os novos membros que ingressaram no bloco neste ano. Formado até então por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics agora conta também com Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia como membros plenos.

Cúpula Brics

O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 23 representados por líderes de Estado.

Os membros do bloco também devem discutir medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países, além de ações para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais. 

Estima-se que o Brics concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o Brics concentra cerca de 42% da população mundial.

 

Ucrânia não será tema do Brics, diz chanceler brasileiro

Ao chegar à Rússia na manhã desta segunda-feira (21), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Mauro Vieira, foi questionado por jornalistas se a Ucrânia seria tema de discussão na 16ª cúpula do Brics, que ocorre entre esta terça (22) e quinta-feira (24).

“Aqui nos Brics o tema é a cooperação dos Brics”, respondeu o chanceler brasileiro. De acordo com Vieira, a agenda é voltada para fortalecer a parceria entre os países membros, o que inclui a Rússia que, desde fevereiro de 2022, está em guerra contra a Ucrânia.

Vieira acrescentou que a cúpula deve se concentrar na discussão sobre a modalidade de membro associado do bloco. Até então, cerca de 30 países manifestaram interesse em ingressar no grupo. 

“O Brics, com a expansão, é um processo em formação e os chefes de Estado vão discutir todos os temas que estão na agenda, que são os novos parceiros e as modalidades [de participação no bloco]”, explicou o chefe da delegação brasileira.

Questionado por jornalistas sobre se a Venezuela teria chances de ingressar no grupo como membro associado, Mauro Vieira respondeu que “todos os países candidatos têm [chance]”.

Segundo a diplomacia brasileira, um dos destaques da cúpula deste ano é a definição dos critérios para que novos membros ingressem no bloco, não como membros permanentes, mas como membros associados. Após definidos os critérios, a expectativa é que os novos membros associados sejam anunciados. 

O ministro Mauro Vieira foi designado para representar o país depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente doméstico no sábado (19) e os médicos recomendaram que ele evitasse viagens longas. 

Este será o primeiro encontro do Brics com os novos membros que ingressaram no bloco neste ano. Formado até então por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics agora conta também com Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia como membros plenos.

Cúpula Brics

O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 23 representados por líderes de Estado.

Os membros do bloco também devem discutir medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países, além de ações para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais. 

Estima-se que o Brics concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o Brics concentra cerca de 42% da população mundial.

 

Tropas norte-coreanas na Rússia se preparam para guerra na Ucrânia

Um comunicado do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS) informou, nesta sexta-feira (18), que a Coreia do Norte enviou 1,5 mil soldados das forças especiais para o extremo leste da Rússia para treinamento e aclimatação em bases militares locais e provavelmente serão enviados para combate na guerra na Ucrânia.

De acordo com o comunicado, o NIS está trabalhando com o serviço de inteligência ucraniano e usou a tecnologia de inteligência artificial de reconhecimento facial para identificar oficiais norte-coreanos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, apoiando as forças russas que disparam mísseis norte-coreanos.

Desde agosto do ano passado, a Coreia do Norte enviou, em mais de 13 mil contêineres, projéteis de artilharia, mísseis balísticos e foguetes antitanque para a Rússia, disse a agência, com base nos restos de armas recuperados da frente de batalha na Ucrânia.

No total, mais de oito milhões de projéteis de artilharia e foguetes foram enviados para a Rússia, segundo o NIS.

“A cooperação militar direta entre a Rússia e a Coreia do Norte que foi relatada pela mídia estrangeira foi agora oficialmente confirmada”, informou a agência de espionagem em comunicado.

Mais cedo, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, convocou uma reunião de segurança não programada com as principais autoridades de inteligência, militares e de segurança nacional para discutir o envolvimento das tropas norte-coreanas na guerra da Rússia contra a Ucrânia, informou o gabinete de Yoon.

“Os participantes (…) compartilharam a opinião de que a situação atual, em que os laços mais estreitos entre a Rússia e a Coreia do Norte foram além do movimento de suprimentos militares para o envio real de tropas, é uma grave ameaça à segurança não apenas para o nosso país, mas para a comunidade internacional”, disse.

O gabinete de Yoon informou que a Coreia do Sul, juntamente com seus aliados, tem acompanhado de perto o envio de tropas da Coreia do Norte para a Rússia desde os estágios iniciais.

A Coreia do Sul responderá às atividades do Norte com todos os meios disponíveis, acrescentou, sem detalhar as ações que poderá tomar.

A Coreia do Sul, que emergiu como um grande exportador global de armas, vendendo caças, obuseiros mecanizados e mísseis, tem sido pressionada por alguns aliados ocidentais, incluindo Washington, para ajudar a armar a Ucrânia com armas letais, mas não tem feito isso abertamente.

O pesquisador Ramon Pacheco Pardo, do King’s College de Londres, disse que, apesar da gravidade do desenvolvimento, ele pode não ser pesado o suficiente para mudar a posição de Seul.

“No que diz respeito à Coreia do Sul, acho que sua linha vermelha é a Rússia fornecendo apoio à Coreia do Norte, o que permite que Pyongyang melhore substancialmente seu programa nuclear e de mísseis, e não o apoio da Coreia do Norte à Rússia.”

Laços

Desde a cúpula de seus líderes no extremo Leste da Rússia no ano passado, Coreia do Norte e Rússia melhoraram drasticamente seus laços militares e se reuniram novamente em junho para assinar uma parceria estratégica abrangente que inclui um pacto de defesa mútua.

A Rússia e a Coreia do Norte negam que tenham se envolvido em transferências de armas. O Kremlin também rejeitou as afirmações sul-coreanas de que a Coreia do Norte pode ter enviado alguns militares para ajudar a Rússia contra a Ucrânia.

A Coreia do Norte tem 1,28 milhão de soldados na ativa, de acordo com os dados mais recentes da Coreia do Sul, e intensificou o desenvolvimento de uma série de mísseis balísticos e de um arsenal nuclear, alimentando a tensão regional e atraindo sanções internacionais.

O envio de tropas para a Rússia, se confirmado, seria o primeiro grande envolvimento da Coreia do Norte em uma guerra desde a Guerra da Coreia de 1950-53.

Ucrânia lança ataque em massa com drones contra a Rússia

Kiev lançou um dos maiores ataques de drones contra a Rússia desde o início da guerra em larga escala, tendo como alvo usinas de energia e uma refinaria de petróleo durante a noite, enquanto as forças de Moscou fizeram novos avanços em direção a uma cidade importante no leste da Ucrânia, disseram autoridades neste domingo (1).

A Ucrânia também relatou bombardeios russos em áreas próximas à fronteira compartilhada. Um ataque com mísseis a um comboio de grãos matou um motorista de caminhão, enquanto outro, na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, no nordeste, feriu pelo menos 28, disse.

Os combates acontecem em um momento crítico no conflito de dois anos e meio, com a Rússia pressionando uma ofensiva no leste da Ucrânia enquanto tenta expulsar as forças ucranianas que atravessaram sua fronteira ocidental em uma incursão surpresa em 6 de agosto.

Na semana passada, a Rússia atacou a Ucrânia com seus ataques aéreos mais pesados da guerra, atingindo instalações de energia, parte de uma campanha de bombardeios de drones e mísseis que mataram milhares de civis e soldados desde o início do conflito em fevereiro de 2022.

A Ucrânia, com uma indústria nacional de drones em rápida expansão, intensificou seus próprios ataques à infraestrutura energética, militar e de transporte da Rússia.

O país também está pressionando os Estados Unidos e outros aliados por permissão para usar armas mais poderosas fornecidas pelo Ocidente para infligir maiores danos dentro da Rússia e prejudicar a capacidade de Moscou de atacar a Ucrânia.

Autoridades russas disseram que unidades de defesa aérea destruíram 158 drones lançados pela Ucrânia durante a noite, e que destroços causaram incêndios na Refinaria de Petróleo de Moscou e na Usina Elétrica de Konakovo, na região vizinha de Tver.

As restrições temporárias impostas aos aeroportos de Vnukovo, Domodedovo e Zhukovsky, em Moscou, durante a noite foram suspensas na manhã deste domingo, de acordo com o órgão regulador da aviação Rosaviatsia.

A Reuters não conseguiu verificar de forma independente os relatos de ataques de drones contra a Rússia ou do campo de batalha na Ucrânia, e Kiev ainda não comentou. A Rússia raramente divulga a extensão total dos danos infligidos pelos ataques aéreos da Ucrânia.

RÚSSIA AVANÇA EM DONETSK

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que somente na semana passada a Rússia usou 160 mísseis, 780 bombas aéreas guiadas e 400 drones de ataque contra cidades e tropas em toda a Ucrânia, e ele novamente pediu permissão para usar armas fornecidas pelo Ocidente para atacar profundamente a Rússia.

“Para dar total defesa e proteger nossas cidades dessa agressão, mais apoio é necessário para uma resposta ucraniana justa”, disse ele no Telegram neste domingo.

Zelenskiy pediu “uma decisão sobre ataques de longo alcance em locais de lançamento de mísseis da Rússia, destruição da logística militar russa, abate conjunto de mísseis e drones”.

Altos funcionários ucranianos estiveram em Washington na semana passada para levar adiante sua demanda. Os aliados de Kiev estão cautelosos sobre como o presidente russo, Vladimir Putin, responderia caso suas armas fossem usadas contra alvos bem dentro do território russo.

Os apelos ocorrem no momento em que a Rússia acelera seus avanços em direção à cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, que é um centro militar vital e uma ligação de transporte para cidades mais ao norte.

A Ucrânia esperava que sua incursão surpresa na região russa de Kursk, lançada no mês passado, forçaria a Rússia a redistribuir tropas e aliviar a pressão sobre as forças sitiadas no leste, mas até agora isso não parece ter surtido o efeito desejado.

O ministério da defesa da Rússia disse neste domingo que suas forças capturaram mais dois assentamentos na região de Donetsk, incluindo Ptyche, a apenas 21 km a sudeste de Pokrovsk, e estavam “continuando a avançar profundamente nas defesas inimigas”. As forças russas também capturaram o assentamento de Vyimka, disse.

O principal comandante da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, disse que a situação era “difícil” em torno da principal linha de ataque da Rússia no leste da Ucrânia, mas que todas as decisões necessárias estavam sendo tomadas.

Em Kharkiv, o prefeito Ihor Terekhov disse que 28 pessoas ficaram feridas em um ataque aéreo russo. O governador regional Oleh Syniehubov disse que entre elas estavam uma criança de seis anos e dois médicos.

(Reportagem adicional de Lucy Papachristou e Mark Trevelyan)

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

G20 deve discutir guerras em Gaza e Ucrânia antes da cúpula de líderes

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (22), a presidência brasileira do G20 comprometeu-se a conduzir a discussão sobre as guerras em Gaza e entre Rússia e Ucrânia nos próximos meses, em preparação para a Cúpula de Líderes do Rio de Janeiro, que ocorrerá em novembro.

Na declaração, a presidência do grupo, formado pelas 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana, admite que há divergência entre os membros e participantes em relação a essas questões. “Alguns membros e outros participantes consideraram que essas questões têm impacto na economia global e devem ser tratadas no G20, enquanto outros não acreditam que o G20 seja fórum para discuti-las.”

Diante dessa situação, a presidência brasileira afirma que conduzirá “a discussão sobre essas questões entre os sherpas, nos próximos meses, em preparação para a Cúpula de Líderes do Rio de Janeiro”. Sherpas são representantes pessoais de um chefe de Estado ou de Governo que prepara uma cúpula internacional.

O comunicado acrescenta ainda que, ao recordar a Declaração de Líderes de Nova Délhi, a presidência brasileira “instou os membros a reforçarem o seu compromisso com o fortalecimento do G20 como uma plataforma eficaz de cooperação, baseada no consenso como sua ferramenta mais importante”.

Em Nova Délhi, na Índia, em 2023, os líderes dos países que compõem o G20, expressaram preocupação com a guerra na Ucrânia. Na declaração, os líderes manifestaram “profunda preocupação com o imenso sofrimento humano e o impacto adverso das guerras e conflitos em todo o mundo”.

Os líderes ainda concordaram em assinar que “todos os Estados devem abster-se da ameaça do uso da força ou procurar a aquisição territorial contra a integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado. O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”.

De lá para cá, aumentou a intensidade do conflito no Oriente Médio. O Brasil definiu como genocídio o conflito que deixou destruição e milhares de mortos, sendo também milhares deles, crianças.

O G20 é composto por Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia.

Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos por um país) global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial.

Desde 2008, os países revezam-se na presidência. Esta é a primeira vez que o Brasil preside o G20 no atual formato.

Lula conversa com Putin e defende negociação de paz com a Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta segunda-feira (10) com o líder russo Vladimir Putin. Na conversa telefônica, de acordo com nota do Palácio do Planalto, Putin expressou solidariedade com as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Lula aproveitou a ligação para reiterar a defesa de negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, para pôr fim ao conflito que começou em fevereiro de 2022. Neste assunto, o presidente brasileiro fez referência a uma proposta conjunta do Brasil e da China, divulgada no mês passado, para uma resolução política pacífica da guerra.

Entre os pontos da proposta de Brasil e China, estão a não expansão do campo de batalha, redução da escalada dos combates e “não inflamação da situação” por nenhuma das partes. O texto também prevê participação da comunidade internacional e estabelece que diálogo e negociação são a única solução viável para o fim da crise, e que os atores envolvidos devem criar condições para a retomada da conversa direta até que se alcance um cessar-fogo abrangente.

Durante a conversa, segundo o governo brasileiro, o presidente Lula reforçou a necessidade de uma ampla reforma do sistema de governança global, a ser debatido no âmbito do G20, “que reflita os novos arranjos geopolíticos mundiais e reforcem o papel das Nações Unidas como espaço de concertação para a prevenção de conflitos”.

Os presidentes também discutiram a recém-concluída viagem do vice-presidente Geraldo Alckmin à China para participar da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação e também a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Banco dos Brics, ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na Rússia, realizado na semana passada.

EUA anunciarão mais US$ 275 milhões em artilharia e munições para a Ucrânia

Um HIMARS ucraniano no Oblast de Zaporizhzhia, julho de 2022

24 de maio de 2024

 

Os Estados Unidos devem anunciar um adicional de 275 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia na sexta-feira, enquanto Kiev luta para desacelerar o avanço das tropas russas na região de Kharkiv, disseram duas autoridades norte-americanas.

Esta será a quarta entrega de ajuda militar à Ucrânia desde que o Congresso aprovou um projeto de lei de ajuda externa, há muito adiado, no final do mês passado, e ocorre no momento em que a administração Biden se comprometeu a manter o fluxo regular de armas e levá-las para a linha de frente ou com a mesma rapidez. que possível.

O pacote inclui sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade, ou HIMARS, bem como cartuchos de artilharia de alta demanda de 155 mm e 105 mm, de acordo com as duas autoridades norte-americanas. Eles falaram sob condição de anonimato para fornecer detalhes do pacote de ajuda antes do anúncio público.

A assistência adicional será anunciada após uma reunião mensal na segunda-feira com cerca de 50 líderes de defesa da Europa e de outros lugares para coordenar a chegada de mais ajuda militar à Ucrânia. Nesta última reunião, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, disse que a Ucrânia estava num “momento desafiador” devido ao novo ataque da Rússia a Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. Ele prometeu manter as armas em movimento “semana após semana”.

No mês desde que o presidente Joe Biden assinou o pacote de ajuda externa de 95 mil milhões de dólares, que incluía cerca de 61 mil milhões de dólares para a Ucrânia, os Estados Unidos anunciaram e começaram a enviar quase 1,7 mil milhões de dólares em armas extraídas dos arsenais do Pentágono.

Também anunciou 6 mil milhões de dólares em financiamento através da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia. Isso paga contratos de longo prazo com a indústria de defesa e significa que as armas podem levar muitos meses ou anos para chegar.

A Rússia tem procurado tirar partido da escassez de mão-de-obra e de armas na Ucrânia, enquanto o país devastado pela guerra aguarda a chegada de mais ajuda americana, que foi adiada durante meses no Congresso. As forças ucranianas foram forçadas a recuar em alguns locais, enquanto a Rússia atacou a sua rede eléctrica e áreas civis.

Numa publicação nas redes sociais, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, destacou os parceiros internacionais da Ucrânia por não fornecerem sistemas de defesa aérea suficientes ou por permitirem que a Ucrânia utilizasse armas fornecidas pelo Ocidente para atacar lançadores de mísseis dentro da Rússia.

“Essa fraqueza não é a nossa fraqueza, mas a do mundo, que pelo terceiro ano não ousou mais tratar os terroristas exatamente como eles merecem”, publicou no X.

As batalhas mais intensas na Ucrânia estão agora a ser travadas no leste, onde as forças russas pressionam as frentes de Pokrovsk e Kurakhove na região de Donetsk e em Kupiansk, no leste da região de Kharkiv, informou o comandante ucraniano na quinta-feira.

Oleksandr Syrskyi disse no Facebook que as tropas de Moscou também estavam envolvidas em combates de rua na cidade de Vovchansk e na defensiva perto de Lyptsi, dois campos de batalha importantes na região norte de Kharkiv, onde a Rússia abriu uma nova frente este mês.

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