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Embratur prevê verão com recordes no turismo internacional

A Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) prevê que a temporada de verão de 2025 tenha recordes de turismo internacional no Brasil e no Rio de Janeiro. Entre janeiro e março do ano que vem, haverá uma oferta de 4,5 milhões de assentos em voos internacionais com destino ao Brasil, o maior número da história, segundo a agência.

Os países que se destacam nesse cenário são da América do Sul, já que há expectativa de 106 mil vagas a mais em voos da Argentina, 83 mil a mais do Chile, e 21 mil a mais em aeronaves vindas do Uruguai.

A cidade do Rio de Janeiro também pode bater recorde de turistas estrangeiros, com a expectativa de 991 mil passageiros internacionais desembarcando entre janeiro e março do ano que vem, segundo a Embratur. Esse número representa um crescimento de 26% em relação ao período pré-pandemia, com um acréscimo de 204 mil pessoas.

Neste verão, a agência espera que a cidade tenha 68 voos semanais a mais vindos da América do Sul, além de nove adicionais dos Estados Unidos, oito da Europa e um da Ásia.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, comemorou os números ao participar nesta segunda-feira (16), no Aeroporto do Galeão, da inauguração do primeiro voo direto entre o Rio e Montevidéu, oferecido pela companhia aérea estrangeira Sky Airline.

“Vamos bater todos os recordes e chegar a US$ 7 bilhões com turismo internacional, o que significa mais emprego e renda aqui na nossa cidade, no nosso estado e no nosso país”, disse Freixo.

A conexão entre o Rio e a capital uruguaia contará com quatro voos semanais, e a expectativa é de que cerca de mais 5 mil pessoas desembarquem na capital fluminense a cada mês.

Turismo de base comunitária transforma terras indígenas

Diante da emergência climática, o debate sobre formas de promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia ganha força nos diversos setores econômicos, dentre os quais o turismo. Nas terras indígenas,  um modelo de gestão tem se mostrado uma alternativa para os povos que querem receber visitantes e, ao mesmo tempo, manter a floresta em pé: o turismo de base comunitária.

O cacique Tekavainy Shanenawa, diz que o turismo chegou a sua aldeia há três anos – Alyton Sotero/Instituto Samaúma

No município de Feijó, no Acre, o povo da Aldeia Shanenawa vive a experiência de receber visitantes interessados na imersão junto aos povos originários e no aprendizado sobre a convivência harmônica com a floresta. “No passado, a gente já vinha fazendo a nossa festividade, quando os nossos parentes vinham de outras regiões, outras etnias vinham, e nós tínhamos a nossa festa cultural, mas a gente ainda não tinha essa experiência com o turismo. O turismo chegou mesmo na aldeia há três anos”, relembra o cacique Tekavainy Shanenawa.

Segundo o líder indígena, além da festividade, visitantes brasileiros e estrangeiros começaram a chegar à Terra Indígena (TI) Katukina Kaxinawa em busca do conhecimento ancestral da medicina da floresta, com o uso da ayahuasca, que permaneceu guardado por 30 anos durante um período em que a prática era proibida. “Os antigos guardaram a sabedoria da medicina durante todo esse tempo. A gente pôde voltar a consagrar quando eu já estava adulto e com filhos, a praticar o que meu avô me ensinou”, conta.

Antes da chegada do turismo, os Shanenawa tinham como base econômica a agricultura de subsistência, cultivando principalmente banana e mandioca, a caça e a pesca e a produção de artesanato.Antes da chegada do turismo, os Shanenawa tinham como base econômica a agricultura de subsistência, cultivando principalmente banana e mandioca, a caça e a pesca e a produção de artesanato.ta o feijão, o milho e a mandioca”.

De acordo com o cacique, o comércio desses produtos passou a financiar a compra de proteína animal e de outros bens necessários adquiridos na cidade. A chegada do turismo foi bem-aceita pelos integrantes da aldeia, que perceberam a possibilidade de agregar valor à produção e também de fortalecer a cultura e os ensinamentos para as próximas gerações.

“Quando consagramos a medicina, ela nos fortalece cada vez mais, principalmente a juventude, que está nesse aprendizado. Quando o visitante vem, a gente tem o prazer de mostrar como vive e como é consagrada a medicina. E, cada vez que nós consagramos, mais vamos nos aperfeiçoando”, diz Maya Shanenawa, filha mais velha do cacique.

Tradição

 

Maya Shanenawa, vice-cacique da Aldeia Shanenawa, fala sobre aprendizado dos turistas – Alyton Sotero/ Instituto Samaúma

No povo Shanenawa, quem nasce primeiro dá continuidade ao cacicado, independentemente de ser filho homem ou mulher. A e a vocação também prevalece. Além de Maya, que aos 29 anos já é reconhecida como vice cacique, a segunda filha, Maspã Shanenawa teve a vocação reconhecida pela comunidade e já comanda o ritual de consagração da medicina.

Para os Shanenawa, toda essa tradição se fortalece com o turismo: os jovens escolhem ficar na floresta e dar continuidade à cultura, e os indígenas conduzem as próprias narrativas.

“Eu falo que o povo sempre via no livro, que contava a história mal contada. E hoje eu tenho essa oportunidade de cada pessoa que vem na vivência do turismo aqui na minha aldeia, tem oportunidade de levar essa história contada mesmo pela a gente, a história que eu ouvi do meu avô”, diz o cacique Teka.

Parcerias

Participação ativa da aldeia e repartição justa dos benefícios são princípios básicos para que o turismo de base comunitária aconteça nas terras indígenas, mas nem sempre ocorre dessa forma. Um diagnóstico traçado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostrou que, em muitos casos, a parceria ofertada aos povos indígenas desfavorece a comunidade.

O Povo Shanenawa está atento a essa questão e busca parcerias que fortaleçam o turismo na TI. Uma das empresas que atuam diretamente com os indígenas escolheu representantes da própria comunidade.

Tuwe Shanenawa, um dos que trabalham diretamente com os viajantes, diz que sente orgulho em mostrar a floresta e conduzir quem chega de fora pelos saberes ancestrais. “Eu sempre falo que ninguém chega aqui por acaso e, em especial, eu cito os viajantes. De alguma forma, é um chamado para a sua vida. Ou da medicina, ou só para o dia a dia mesmo da convivência. Mas ninguém chega aqui por acaso, não. Claro que vem com esse objetivo de turismo, de conhecer, mas vai muito além do que às vezes as pessoas estão esperando, por causa da conexão espiritual.”

Além de Tuwe, todos os que trabalham com o turismo na aldeia se esforçam para melhorar a experiência de quem chega, seja na alimentação natural colhida e cuidada ali na floresta, seja no passeio para conhecer as belezas da Amazônia e a majestosa samaúma, árvore que pode chegar até a 70 metros de altura e a 120 anos de vida, ou nos banhos de ervas e argila que preparam o espírito para a consagração da medicina.

Desafios

Pedro Gayotto, cofundador da empresa de turismo social Vivalá – Alyton Sotero/Instituto Samaúma

Na avaliação de Pedro Gayotto, cofundador da empresa de turismo social que desenvolve as atividades com o povo Shanenawa, ainda há uma demanda reprimida de turistas que buscam o etnoturismo, mas não sabem como chegar até ele.

“A grande maioria dos viajantes que fazem roteiros em terras indígenas com a gente, sempre chega com: ‘Eu estava procurando há muito tempo fazer uma viagem indígena e não sabia como, eu não sabia por onde começar, e achei vocês por indicação de alguém, achei vocês no Google’, enfim. Então assim, isso já demonstra que existe a procura e [que] as pessoas não estão sabendo como chegar lá”, destaca Pedro Gayotto.

Além do desafio de levar os viajantes a seus destinos, há muitos outros obstáculos a serem vencidos. As realidades de cada terra indígena são distintas, porém, existem questões coletivas que alcançam a maioria das aldeias. Um exemplo é o próprio resíduo gerado pela atividade turística. “A gente entende que queimar o lixo não é o melhor caminho e também não quer levar para outro lugar. Então, precisamos de ajuda para encontrar uma solução”, alerta Tuwe.

Força-tarefa

Carolina Fávero, do Ministério do Turismo, aponta necessidade de cursos e capacitações – Alyton Sotero/Instituto Samaúma.

A questão foi um dos desafios apresentados durante o lançamento do diagnóstico encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e desenvolvido pelo Instituto Samauma, que ocorreu na Aldeia Shanenawa sob os olhares de representantes dos ministérios da Cultura e do Turismo, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Durante a força-tarefa de quase cinco dias, entre os dias 2 e 6 de dezembro, os Shanenawa puderam apresentar suas demandas e dar encaminhamento junto às instituições de processos para regularização da atividade de turismo de base comunitária.

Orientado pela Instrução Normativa 3/2015, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, o turismo em TIs ainda é pouco documentado pelos órgãos federais. Apenas 39 roteiros são regularizados em todo o território nacional e, desse total, 14 com foco em pesca esportiva.

De acordo com a condenadora geral de Turismo Sustentável e Responsável no Ministério do Turismo, Carolina Fávero, essa deficiência de informação já foi identificada pelo órgão, que atualmente trabalha em um mapeamento dessas iniciativas. Com o trabalho ainda em andamento, mas de 150 aldeias com atividades turísticas já se cadastraram, destaca Carolina.

“A gente criou um projeto em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que é o Brasil Turismo Responsável, focado nas comunidades indígenas. E aí vai trabalhar exatamente na capacitação em turismo responsável, em turismo de base comunitária, apoiar nas comunidades o desenvolvimento do Plano de Visitação e, além disso, fazer cursos, capacitações, produzir materiais e o mapeamento, que já está em andamento”, conclui.

*A repórter viajou a convite do Instituto Samaúma e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

Acordo gera oportunidades para comércio de bens, serviços e turismo

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) celebrou a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), avaliando que ele levará ao fortalecimento das relações comerciais e gerar novas “oportunidades econômicas e a consolidação de laços históricos e culturais entre os blocos”. 

O acordo, firmado nesta sexta-feira (6), estabelece uma das maiores áreas de integração econômica do mundo, abrangendo um mercado de mais de 750 milhões de consumidores, com participação de 17% da economia global e 30% das exportações mundiais de bens.

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, disse que a entidade apoia iniciativas que promovam a competitividade do setor produtivo brasileiro, fomentando a sustentabilidade e a inovação. Segundo Tadros, a CNC teve participação ativa nas tratativas, defendendo os interesses do setor de comércio de bens, serviços e turismo brasileiro.

“O acordo reflete o compromisso com o desenvolvimento sustentável, promovendo práticas que conciliam crescimento econômico e preservação ambiental, essenciais para garantir um futuro promissor às próximas gerações”, disse. “Esse acordo abre novos horizontes para nossas empresas, promovendo maior competitividade, acesso a mercados globais e oportunidades de negócios para os setores de bens, serviços e turismo”, concluiu.

ApexBrasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) também avalia que, com a liberalização do comércio entre Mercosul e a UE, os mercados europeus podem recuperar sua importância na pauta exportadora brasileira.

Apesar de a UE ser o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com um comércio de mais de R$ 90 bilhões em 2023. Dados da inteligência de mercado da ApexBrasil, entre 2003 e 2023, mostram que a participação do bloco nas exportações do país caiu de 23% para 13,6%. Conforme a agência, isso é resultado do aumento do comércio com o Leste Asiático, destacadamente com a China, principal parceiro comercial no país.

 O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo o presidente da Apex, Jorge Viana, o acordo retoma a importância desse comércio bilateral e é uma oportunidade para diversificação e agregação de valor aos produtos brasileiros exportados.

“O acordo entre o Mercosul e a União Europeia envolve 25% da economia global e 780 milhões de pessoas. É um acordo estratégico, para o qual o presidente Lula contribuiu decisivamente, desde o lançamento das negociações em seu primeiro governo até sua diplomacia presidencial ativa nesse mandato, tendo visitado líderes do Mercosul e da União Europeia. Graças a esse esforço, o Brasil poderá aproveitar as mais de 1.800 oportunidades de curto prazo para o bloco que a ApexBrasil mapeou, com destaque para uma ampla gama de produtos, como café, milho, suco de laranja, mel natural, aviões, calçados, móveis de madeira, entre muitos outros”, afirmou Viana.

CNI

A indústria também se manifestou a respeito do acordo. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a iniciativa é benéfica para a diversificação das exportações da indústria brasileira, fortalecendo a competitividade do Brasil em nível global, com a ampliação da base de parceiros comerciais.

Nesta sexta-feira, os chefes de Estado do Mercosul e a representante da UE, Ursula von der Leyen, anunciaram a que foi firmado o acordo de livre comércio para redução das tarifas de exportação entre os países que compõe esses mercados. As negociações se arrastavam há 25 anos.

O acordo foi anunciado em entrevista à imprensa em Montevidéu, no Uruguai, onde ocorre a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.

Apesar das negociações terem sido encerradas, ainda é necessário que o acordo seja assinado. Os textos negociados passarão por revisão jurídica e serão traduzidos para os idiomas oficiais dos países. Em seguida, o acordo precisa ser aprovado internamente em cada uma das nações. Não há prazo para a finalização desse processo.

Obras em sete aeroportos facilitarão turismo na Região Norte

A partir desta quinta-feira (28) ficará mais fácil se deslocar, via aérea, por sete aeroportos da Região Norte, localizados em Porto Velho, Manaus, Tefé (AM), Tabatinga (AM), Boa Vista, Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC). Desde o segundo semestre de 2021, foram investidos R$ 1,4 bilhão nesses aeroportos, visando à ampliação e melhoria de seus espaços.

Os investimentos foram feitos pela Vinci Airports, concessionária responsável pela gestão desses terminais aeroportuários.

Porto Velho

Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho participou nesta quinta-feira (28) de uma cerimônia de comemoração pela conclusão das obras, em Porto Velho – onde as intervenções abrangem a construção de uma nova e ampla área de embarque e a instalação de pontes de embarque, bem como reformas na área de triagem de bagagens e melhorias na pista de pousos e decolagens.

Foram também implementadas facilidades para acessibilidade, o que garantirá mais conforto e segurança aos viajantes. “São mais de R$ 1,4 bilhão em investimentos. A gente estruturou os aeroportos para, naturalmente, gerar mais atrativos para que o turista e o passageiro venham viajar”, disse o ministro.

Manaus e Boa Vista

No aeroporto de Manaus, as obras incluíram remodelagem e ajustes do layout da sala de embarque e desembarque; ajustes na subestação de energia, banheiros; intervenções na pista de pousos e decolagens; e a construção de um complexo de sustentabilidade composto por estação de tratamento de esgoto, com 100% de reúso de água e central de resíduos.

De acordo com o Ministério dos Portos e Aeroportos, o aeroporto contará também com novos sistemas de recuperação de água dos drenos do ar-condicionado e das chuvas. Essa água será reutilizada em vasos e mictórios e para a reformulação de um sistema de controle da temperatura.

Já as mudanças implementadas no Boa Vista Airport incluem a ampliação da sala de desembarque; a adequação das esteiras de bagagem; melhorias nas áreas de filas do check-in; relocação e ampliação das salas de embarque.

As obras incluem também uma nova praça de alimentação; a construção de uma central de tratamento de resíduos; e a adequação das áreas de órgãos públicos. “As obras dobraram a área do terminal de passageiros, permitindo receber voos domésticos e internacionais simultaneamente”, informou o ministério. A nova área tem 375 metros quadrados, segundo a pasta.

Tabatinga e Tefé

No aeroporto de Tabatinga, foram feitas obras de melhoria visando dar mais segurança e sustentabilidade ao terminal. Foram feitas também adequações na pista de pouso e decolagem, “com avanços nas condições de infraestrutura e um redimensionamento, necessário para a obtenção da certificação operacional, medida que ainda está em definição pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, destacou o Ministério dos Portos e Aeroportos

As obras no terminal de Tefé incluem remodelagem e ajustes do layout da sala de embarque e desembarque e, também, da esteira e da sala de restituição de bagagens e raios X. Além disso, canal de inspeção, áreas de filas do check-in e do portão de embarque tiveram seus layouts melhorados. Por fim, foram feitas obras na subestação de energia, na estação de tratamento de resíduos sólidos, no estacionamento e nos banheiros.

Rio Branco e Cruzeiro do Sul

No aeroporto de Rio Branco, foram feitas obras de remodelação da entrada do canal de inspeção; adequações para acessibilidade; melhorias no sistema de climatização; e reformas na pista de pousos e de decolagens, agora com novas áreas de segurança, terraplanagem na pista e melhorias no sistema de drenagem. A expectativa é que as interferências aumentem a capacidade operacional do aeroporto.

Já as intervenções no aeroporto de Cruzeiro do Sul abrangem adequações para acessibilidade, reformulação do sistema de climatização e melhorias no canal de inspeção e adequações de banheiros. Além disso, a pista de pousos e decolagens foi reformada, recebendo serviços de terraplanagem da faixa de pista e melhorias no sistema de drenagem.

Internacionalizar e regionalizar

Silvio Costa disse que a ideia é, com o passar do tempo, internacionalizar alguns dos aeroportos. “E vamos, agora é no mês de janeiro, [lançar] um programa que vai ter um olhar estratégico para aviação regional da Amazônia legal e da Região Norte do país. Vamos anunciar mais de 30 aeroportos regionais. Isso significa quase 45 aeroportos [a serem beneficiados] na região”, antecipou o ministro.

De acordo com o secretário nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, a primeira etapa prevista para a Amazônia Legal abrangerá 34 aeroportos, e um total de R$ 7 bilhões em investimentos.

“O resultado de todos esse feitos será o de fornecer uma infraestrutura portuária renovada e modernizada, que tem eficiência em sua operação e que contribuiu para o aumento número de passageiros no país, contribuindo para a conectividade do nosso país e para a união dos nossos povos”, acrescentou o secretário.

Celso Sabino é eleito presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo

O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi eleito para comandar o Conselho Executivo da ONU Turismo. Ele é o primeiro brasileiro a ocupar um alto cargo de representatividade na agência da Organização das Nações Unidas para o turismo desde sua criação, em 1975. A eleição que escolheu o nome de Sabino aconteceu em Cartagena, na Colômbia, durante a 122ª reunião do conselho.

É um dia muito importante para o Brasil, para o turismo na América do Sul, na África no Caribe, para toda essa região do planeta, disse Celso Sabino, ao comentar sua eleição para o posto mais alto do Conselho Executivo da ONU Turismo. Com isso, afirmou o ministro, é possível enfatizar a necessidade de todos reconhecerem que é preciso “virar a chave”.

“Precisamos prestigiar, valorizar, reconhecer a necessidade de criar oportunidades de produzir desenvolvimento sustentável para povos como os da América do Sul, da África, da Ásia, de diversas partes do mundo que hoje ainda estão na margem do desenvolvimento. No nosso entendimento, que foi o vencedor, a melhor forma de garantir o desenvolvimento sustentável na economia, na sociedade, para que todas as pessoas no mundo tenham oportunidade, é através da exploração do turismo sustentável. Seja o ecoturismo, seja o turismo de aventura, seja o turismo convencional, seja o de experiência.”

Por fim, Celso Sabino parabenizou a delegação brasileira, a América do Sul, a África, a Ásia e a Europa, todos os que apoiaram sua eleição. “O desafio agora é dobrado, mas tenho certeza de que, com parceria, cooperação e colaboração, vamos conseguir vencer.”

Em nota, o Ministério do Turismo destacou que, em 2025, o Brasil ocupará o posto mais alto do setor, em um ano no qual o país será palco de dois grandes eventos mundiais: a presidência rotativa do Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30).

De acordo com a pasta, durante o mandato, que tem duração de um ano, Celso Sabino vai liderar a agência da ONU em meio a decisões estratégicas para o setor, incluindo atração de investimentos, qualificação profissional, sustentabilidade, relação com as mudanças climáticas e digitalização.

Formado em direito e em administração, Celso Sabino é natural de Belém. Auditor fiscal concursado pela Secretaria Estadual da Fazenda, iniciou a vida pública como deputado estadual em 2011 e 2012 e, posteriormente, entre 2015 e 2018. Atuou ainda como secretário estadual de Trabalho, Emprego e Renda e como presidente do Instituto de Metrologia do Estado do Pará.

Foi eleito deputado federal em 2018 e em 2022. Na Câmara dos Deputados, foi relator da reforma do Imposto de Renda em 2021 e, em 2022, foi presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Escritório no Brasil

Ainda segundo o ministério, a cidade do Rio de Janeiro, “principal porta de entrada dos turistas estrangeiros no país”, foi escolhida para sediar o primeiro escritório da ONU Turismo nas Américas. A previsão é que a unidade atenda a região da América Latina e do Caribe e conte com consultores brasileiros e estrangeiros.

“Caberá ao escritório dar continuidade às atividades da ONU em âmbito regional; desenvolver ações relacionadas à promoção do turismo responsável, sustentável e universalmente acessível; bem como promover a integração do turismo na agenda global; melhorar a competitividade do turismo; construir parcerias para fortalecer a atividade, entre outras”, concluiu a pasta.

Turismo deve faturar R$ 157,74 bilhões na alta temporada de verão

Festas de fim de ano, confraternizações e férias escolares chegando. O período de alta temporada de verão no Brasil bate à porta e o Ministério do Turismo está otimista em relação ao aumento de viagens e número de turistas e, ainda, com faturamento e contratação de pessoal para o setor.

Entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, as atividades ligadas ao turismo brasileiro devem faturar R$ 157,74 bilhões, o que representará a maior receita dos últimos dez anos, de acordo com análise do Ministério do Turismo, baseada em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Se comparada à temporada anterior, o verão 2024/2025 deve registrar o crescimento de 1,7% no faturamento de empreendimentos ligados à atividade turística. Os quatro meses representam cerca de 44% da receita anual dos produtos e serviços turísticos.

O levantamento aponta que na alta temporada turística os maiores ganhos devem ocorrer nos estados de São Paulo (R$ 51,4 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 19,0 bilhões) e Minas Gerais (R$ 17,2 bilhões) que acumulam 55,5% do faturamento estimado.

A CNC prevê que os turistas destinem boa parte de seus gastos a bares e restaurantes (R$ 70,67 bilhões) e transporte rodoviário (R$ 37,55 bilhões). O transporte aéreo e a hospedagem têm boas perspectivas, alavancadas sobretudo pela queda de 14,7% nos preços das passagens aéreas, em setembro, verificada pela  Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Contratações

 A CNC projeta que a alta temporada do turismo demandará as contratações temporárias de 76,5 mil trabalhadores, entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, em empreendimentos ligados ao turismo no território nacional. Se confirmado, este deverá ser o melhor resultado para o período, desde 2015.

O salário médio de admissão dos trabalhadores temporários deverá alcançar R$ 1.842.

A cadeia do turismo envolve 57 segmentos diretos da economia. Entre os que devem ser impactados pela alta temporária devem ser os segmentos de alimentação, com 54,2 mil vagas, seguido por transportes, com 10,6 mil contratações e hospedagem, com 8,4 mil empregos.

Atualmente, o turismo emprega 3,51 milhões de trabalhadores formais, um crescimento de 7,9% em comparação ao período pré-pandemia de covid-19 (2020).

De outubro de 2023 a setembro de 2024, 10,39% do total de empregos gerados nos diversos segmentos do país, são no setor do turismo, responsável por contratar com carteira assinada 200.386 pessoas, das 1.839.418 vagas criadas no período.

Ao todo, de acordo com Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), 450 mil vagas temporárias devem ser criadas no país no último trimestre de 2024. Ao menos 35% destas vagas estarão dentro do setor de serviços – do qual o turismo faz parte.

Para qualificar os profissionais da cadeia produtiva do turismo que atenderão os viajantes nacionais e estrangeiros, sobretudo, na alta temporada de fim de ano, o Ministério do Turismo oferta cursos de qualificação no setor.

As capacitações com inscrições abertas estão disponíveis no site da pasta.

Cidade do Rio vacina trabalhadores do turismo contra sarampo

O município do Rio de Janeiro iniciou, nesta terça-feira (5), uma mobilização para atualizar a vacinação de trabalhadores do setor de turismo contra o sarampo. Além dos postos de saúde e super centros de vacinação, o imunizante estará disponível em locais de concentração desses profissionais.

O Aeroporto Santos Dumont será um dos primeiros locais a receber a campanha. O Rio de Janeiro é um dos principais turísticos do país e sediará a reunião de cúpula do G20, além de eventos paralelos ao fórum de líderes, como o G20 Social, nas próximas semanas.

Em 2016, o Brasil recebeu certificação de eliminação do vírus do sarampo e não registrou nenhum caso da doença em 2016 e 2017. Em 2018, devido à baixa cobertura vacinal e grande fluxo migratório, o país voltou a registrar casos.

Em 2019, foram registrados mais de 21 mil casos da doença e o Brasil perdeu a certificação. No ano seguinte, foram 8 mil, enquanto em 2021, houve 670 registros. Em 2022, os casos despencaram para 41. Em 2023, o país não registrou nenhum caso. Por isso, o governo brasileiro passou a ter a expectativa de receber a certificação de volta.

Neste ano, no entanto, foram registrados dois casos, um no Rio Grande do Sul e outro em Minas Gerais.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o sarampo é uma doença febril aguda altamente transmissível, com contágio por meio do contato direto entre as pessoas e gotículas de secreções (expelidas ao falar, tossir ou espirrar). A transmissão pode ocorrer pelo ar, em ambientes fechados.

A vacina usada para prevenir o sarampo em adultos é a tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola. “O esquema vacinal para a população adulta não vacinada é composto por duas doses com intervalos de 30 dias para pessoas de até 29 anos e dose única para a faixa etária de 30 a 59 anos. Se houver indicação de bloqueio vacinal, pessoas com 60 anos também devem tomar uma dose”, informa a Secretaria de Saúde

Mangue conservado transforma pescadores em guias de turismo

A Baía de Guanabara, na região metropolitana do Rio de Janeiro, representa um paradoxo no imaginário popular. De um lado, é associada à poluição. De outro, um cartão postal do Rio, banhando o Pão de Açúcar, a ilha de Paquetá e com vista para o Corcovado, onde fica a estátua do Cristo Redentor, e para o Dedo de Deus, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Na região conhecida como fundo da baía, longe dos olhos de quem atravessa os 13 quilômetros da Ponte Rio-Niterói, ficam extensões de manguezais – um ecossistema tido como lamacento que faz a transição entre os ambientes marinho e terrestre.

Magé (RJ) – O pescador Nilo Ferreira Filho exerceu a profissão por décadas. Hoje, além da pesca, ele guia turistas no mangue – Fernando Frazão/Agência Brasil

A conservação dessa vegetação, essencial para mitigar as mudanças climáticas, é uma atividade ambiental sustentável que mudou a rotina de pescadores e dos tradicionais catadores de caranguejos que se desenvolvem nesse ecossistema.

Nilo Ferreira Filho tem 72 anos. A vida toda foi pescador na região de Magé, cidade da região metropolitana do Rio que fica “no fundo” da Baia de Guanabara.

Depois de décadas acostumado a chegar em terra com centenas de quilos de peixe no barco, ele exercia outra atividade em uma manhã de outubro: conduzia turistas ecológicos para uma imersão em manguezais próximos à Praia de Piedade.

“Preservar o manguezal é bom para criar os peixes. Tem que preservar. É onde conseguimos o sustento. É muito bonito”, diz ele, que entende a associação entre o mangue conservado e a produção de peixes.

Cerca de 80% das espécies de peixes, crustáceos e moluscos dependem desse ambiente em alguma fase de vida, segundo a oceanógrafa Liziane Alberti, especialista em conservação da biodiversidade na Fundação Grupo Boticário – instituição sem fins lucrativos do Grupo Boticário dedicada à proteção da natureza.

Carlos Eduardo Antônio de Paula, de 46 anos, é outro pescador nascido e criado em Magé. Ele também participou da expedição aos manguezais, transportando turistas em um barco a remo. Para ele, levar visitantes à região, além de fonte de renda, é uma forma de mostrar a realidade pouco conhecida do manguezal:

“Manguezal é uma parte da minha vida. Quem fala mal do manguezal, não sabe o que está falando. A lama do mangue não é contaminada, não. Se não, a gente não comeria crustáceos, caranguejo, siri e peixe. Enquanto eu viver, quero viver aqui”, disse à Agência Brasil.

“Esse negócio de passeio turístico é uma novidade, mais uma forma de sustento”, completa.
 

Magé (RJ) – Grupo de colhereiros (Platalea ajaja) em manguezal na Piedade banhado pelo Rio Majé – Fernando Frazão/Agência Brasil

É comum entre os barqueiros pescadores se referir ao solo dos mangues como substrato, em vez de lama, para diminuir o estigma existente.

A pescadora artesanal Lucimar Machado, fundadora dos Projetos Luthando pela Vida e Remando o Manguezal compartilha da visão de que o turismo ambiental é uma forma de mostrar a real beleza dos manguezais.

“A gente preserva e quer que as pessoas venham aqui e nos ajudem a divulgar e a preservar esse ambiente, porque a gente vive desse ambiente”, explica à Agência Brasil.

Turismo de base comunitária

Guapimirim (RJ) – Biólogo Pedro Belga na Estação Ecológica da Guanabara – Fernando Frazão/Agência Brasil

De acordo com Pedro Belga, fundador e presidente da organização não governamental (ONG) Guardiões do Mar, 650 famílias são cadastradas na Baia de Guanabara como catadoras de caranguejo, animal que vive nos mangues. As que vivem da pesca são 5 mil, com rendimento médio pouco superior a R$ 2 mil mensais.

Lucimar descreve a atividade dos pescadores como “turismo de base comunitária”. “A gente faz passeios de caiaque, levando as pessoas para ver a retirada de peixes dos currais (armadilha feita com bambu), para ver botos”.

“Às vezes eu vou em alguns eventos, e as pessoas falam ‘o fundo da baía é podre, tudo sujo’. Então eu falo ‘você acabou de ganhar um passeio de caiaque para conhecer’. As pessoas vêm querendo provar que está tudo sujo e quando chega aqui, se apaixonam pela beleza do local”, conta ela, que também vende artesanato, como brincos feitos de escamas de peixe.

Um dado que mostra o potencial de crescimento desse turismo ecológico é que 83% dos brasileiros sabem o que são manguezais. No entanto, 58% nunca os visitaram.
 

Magé (RJ) – Ecoturismo no manguezal da Piedade – Fernando Frazão/Agência Brasil

A informação faz parte da publicação Oceano sem Mistérios: carbono azul dos manguezais, divulgada nesta quinta-feira (24) pelo projeto Cazul, ligado à Guardiões do Mar.

O levantamento foi lançado durante a 16ª Conferência de Biodiversidade da Organização das Nações Unidas (COP 16), que acontece até o dia 1º de novembro em Cali, na Colômbia. O trabalho científico e ambiental é apoiado pela Fundação Grupo Boticário.

Restauração

Guapimirim (RJ) – O pescador Alaildo Malafaia, presidente da Cooperativa Manguezal Fluminense, na Área de Proteção Ambiental de Guapi-Mirim – Fernando Frazão/Agência Brasil

Alaildo Malafaia tem 62 anos. Há mais de 40 anos trabalha com a pesca na Baía de Guanabara. Há 16 anos, passou a atuar na Cooperativa Manguezal Fluminense, que ele preside. A instituição é parceira da Guardiões do Mar e atua na conservação e recuperação dos manguezais.

“Quando eu era pescador, eu vivia do recurso natural. Hoje eu trabalho para perpetuar a existência do recurso natural.”

“Quando a gente planta mangue, a gente está gerando bioeconomia. Quando a gente faz o turismo de base comunitária, está gerando bioeconomia. O artesanato, nós estamos gerando bionomia”, comenta.

A oceanógrafa Liziane Alberti também enaltece a iniciativa de desenvolvimento sustentável. “Os manguezais também são valiosos para a economia, por exemplo: a pesca artesanal e o turismo são apenas algumas das atividades que se beneficiam da saúde desses ecossistemas”.

“O turismo sustentável tem esse potencial de fazer com que a gente preze cada vez mais pela conservação desses ambientes. A comunidade também percebe valor nesse turismo e, com isso, vira um aliado para conservação”, completa Liziane.

Conhecimento tradicional

Magé (RJ) – A ocenógrafa Liziane Alberti é especialista em conservação da biodiversidade – Fernando Frazão/Agência Brasil

Além de pescadores como os da cooperativa serem um braço no trabalho de restauração, a oceanógrafa acrescenta a importância dos saberes tradicionais dessas comunidades.

“As comunidades tradicionais têm um potencial de conhecimento. Carregam um conhecimento tradicional muito rico que é muito importante. Afinal, elas que sabem certinho como funciona a maré e os períodos em que os animais se reproduzem. Elas estão no dia a dia nesse ambiente, conhecem melhor que a gente. Então, é muito importante associar todo o conhecimento científico com o conhecimento tradicional”, disse à Agência Brasil durante expedição em manguezais próximos à Praia de Piedade.

Lucimar, com experiência de anos em pesca artesanal, conta como o conhecimento tradicional pode contribuir para a restauração dos mangues:

“Às vezes, quando a gente consegue investimento para poder cuidar de manguezal, fazer um replantio, uma limpeza, a maioria das empresas já traz essas pessoas de fora, e elas não conhecem aqui. Ficam perdidas ou fazem coisas que não é para fazer. Tem que chamar as pessoas locais, porque somos nós que vivemos dentro do mangue. A gente sabe como é que cuida disso”.

Como prova, Malafaia, da cooperativa, cita uma técnica criada pelos restauradores locais que se mostrou eficaz no esforço de conservação.

“A outra ONG com quem tínhamos parceria produzia mudas no viveiro. Quando levávamos para o campo, perdia-se mais de 50% dessas mudas. Na nossa expertise como pescadores, começamos a pegar os plânctons debaixo da planta mãe, tirar da sombra e levar para a luz, eles não morriam”, descreve.

“O conhecimento empírico é fundamental na regeneração natural do manguezal”, diz ele, que é convidado para dar palestras sobre restauração de manguezais.

“Não sabia que o meu conhecimento da pesca tinha valor monetário.”

Valor da comunidade

Magé – Pesca artesanal da tainha na praia do Sossego, na Baía de Guanabara – Fernando Frazão/Agência Brasil

O estudo inédito do projeto Cazul aponta que os manguezais brasileiros têm potencial de ao menos R$ 49 bilhões no mercado de crédito de carbono.

Pedro Belga, da Guardiões do Mar, defende que o saber tradicional sobre conservação e restauração seja levado em conta quando houver divisão de recursos arrecadados pelos mecanismos de compensação ambiental, como o mercado de carbono.

“O saber desses povos orienta. Você junta conhecimento científico e conhecimento popular”, justifica. “Eles têm direito a uma fatia desse mercado também. Daí a conseguir, é uma caminhada”, avalia.

“Quando esse mercado chegar nessa ponta, quando essas pessoas conseguirem se beneficiar desse valor que é pago por hectare de mangue preservado ou conservado ou de floresta conservada, esse mercado poderá aplicar dinheiro em projetos socioambientais dentro dessas comunidades. Essa é a forma desse dinheiro chegar”, completa.

“Ainda é um sonho, mas se virar a realidade, vai ser tudo de bom para todos, todo mundo sai ganhando”, acredita Malafaia.

Pedro Belga conversou com a reportagem da Agência Brasil logo após uma visita à Área de Preservação Ambiental de Guapimirim, outro município banhado pelo fundo da baía.
 

A área de proteção existe há 40 anos e é considera uma interrupção de um cinturão de desenvolvimento que “sufocava” a Baía de Guanabara.

“O fato de existir a APA [Área de Proteção Ambiental] impede esse abraço mortal, porque se não, toda essa área onde é a APA de Guapimirim também seria urbanizada, impermeabilizada com asfalto, com ladrilho, com lajota e tudo mais”, diz.

Guapimirim (RJ) – A analista ambiental do ICMBio Natália Ribeiro fala sobre o manguezal da Estação Ecológica da Guanabara – Fernando Frazão/Agência Brasil

A área recebe projetos de recuperação de manguezais. Apesar de todos os esforços de conservação, os gestores da unidade reforçam um apelo para todos os moradores dos 17 municípios que formam a região hidrográfica da Baía de Guanabara:

“O lixo é um grande problema aqui porque nós temos muitas cidades próximas, estamos em uma região metropolitana. Então, o problema do lixo é enorme. Jogar lixo nos rios, no chão, isso vai tudo sendo carregado pela água da chuva e sendo levado para os rios para, no final, chegar aqui na Baía de Guanabara”, relata a analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Natália Ribeiro, uma das gestoras.

“A gente precisa dessa conscientização da sociedade para não jogar lixo nas ruas”, finaliza.

*Repórter e fotógrafo da Agência Brasil viajaram a convite da Fundação Grupo Boticário
 

Feira de turismo na Argentina homenageia Brasil

A 28ª edição da Feira Internacional de Turismo da América Latina (FIT), em Buenos Aires, na Argentina, tem o Brasil como país homenageado. O evento começou neste sábado (28) e vai até a próxima terça-feira (1°/10).

No estande brasileiro, os visitantes terão a oportunidade de contato com as várias experiências do Brasil. São 380 metros quadrados (m²) e 36 expositores, que mostrarão novos destinos e experiências ricas em natureza, cultura e gastronomia.

Em parceria com o Sebrae, a Embratur quer mostrar aos profissionais de turismo argentinos e à população do país vizinho as possibilidades de promoção de destinos brasileiros e as oportunidades turísticas dos nossos estados e municípios e de suas operadoras de turismo.

Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, a feira é uma oportunidade de apresentar novos destinos ao maior mercado emissor de turistas para o Brasil.

“É uma honra receber essa homenagem que valida a nossa estratégia focada em mostrar a diversidade de atrativos do país, mas também um ambiente interno cada vez mais estável e promissor.”

A expectativa de Sabino é que o Brasil receba cerca de 7 milhões de turistas em 2024. “Temos registrado números positivos que nos levarão a alcançar, neste ano, a marca histórica de 7 milhões de pessoas vindas de outros países aos diversos destinos brasileiros”, disse.

Segundo o Portal de Dados da Embratur, a Argentina é o país que mais envia turistas ao Brasil. Neste ano, já desembarcaram em diversos destinos brasileiros cerca de 1,1 milhão de argentinos.

Segundo o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a homenagem ao Brasil na feira ressalta que as estratégias de promoção dos destinos brasileiros estão no caminho certo.

“A presença constante de argentinos no Brasil e de brasileiros na Argentina renova, a cada ano, nossos laços de irmandade. Nenhum outro povo conhece tão bem nossos destinos turísticos. Mostraremos um Brasil além do óbvio.”

Voos

A Argentina tem atualmente 12 companhias aéreas com voos diretos para o Brasil. Os destinos são Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.

“Há previsão de 2,5 milhões de vagas até 2024, aumento de 22% em relação ao ano passado. Entre as novidades em relação ao verão passado estão os novos voos de Buenos Aires para Porto Seguro e Curitiba; Córdoba em direção a Florianópolis e Salvador na Bahia; e Rosário em direção a Florianópolis e Rio de Janeiro”, informou a pasta.

Chef brasileiro é escolhido 1º Embaixador Gastronômico da ONU Turismo

O chef brasileiro Saulo Jennings é o 1º Embaixador Gastronômico da ONU Turismo no mundo. O anúncio foi feito hoje (20) pelo secretário-geral do organismo internacional Zurab Pololikashvili durante encontro do G20 Turismo, em Belém, no Pará.

A ONU Turismo inaugurou escritório regional no Rio de Janeiro em dezembro de 2023 para impulsionar o setor em todo o continente americano.

O chef de cozinha é um dos principais expoentes da culinária amazônica. Nascido em Santarém, ele representará o Brasil como referência de valorização da comida inspirada na cultura alimentar da região do Tapajós.

Saulo Jennings destacou que o título é resultado não apenas do trabalho dele, mas também do esforço coletivo de sua comunidade. “Esse prêmio é um reconhecimento de um trabalho de longo prazo, não só meu, mas de todos que cuidam da nossa comida e da produção dos nossos peixes, sempre respeitando a floresta. Também é uma vitória para a comida regional, que antes era vista como simples, mas agora mostra que pode ocupar um espaço de destaque na alta gastronomia”, ressaltou ao ser agraciado com o título.

Ele lembra que a gastronomia movimenta não só o turismo, mas diversos elos produtivos da economia, beneficiando  cerca de 300 famílias. “São desde os pescadores até os cozinheiros que preparam os pratos, ciclo que gera emprego e renda para população local. E é assim que conseguimos promover desenvolvimento sustentável nessa importante região do país”, explicou.

Dados do Ministério do Turismo apontam que mais de 95% dos visitantes internacionais avaliam positivamente a culinária local, reforçando o papel da gastronomia como um dos principais atrativos turísticos e contribuindo para o fortalecimento da economia e do turismo nacional.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, comemorou o título que dará visibilidade internacional à gastronomia brasileira e, principalmente, da Região Norte. “O chef Saulo está revolucionando a Amazônia e, agora, vai levar toda essa potencialidade gastronômica para o mundo. Nossa culinária é riquíssima e com alto poder de atrair turistas”, enfatizou o ministro.

O chef Saulo participou do painel “Cozinha Global e Turismo Gastronômico” nesta sexta-feira (20) durante o  G20 Turismo. Moderado pela jornalista Daniela Filomeno, o encontro fomentou discussões relevantes sobre o impacto desse segmento no cenário mundial.