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Torcida organizada do Palmeiras nega envolvimento em emboscada

A Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, negou por meio de uma nota oficial a participação na emboscada contra um ônibus da torcida Máfia Azul, do Cruzeiro, por volta das 5h deste domingo (27). O ataque causou a morte do cruzeirense José Victor de Miranda, de 30 anos, e deixou 20 feridos. Os mineiros foram atacados pelos paulistas na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, quando voltavam de Curitiba, onde o Cruzeiro perdeu para o Athletico Paranaense por 3 a 0 pelo Campeonato Brasileiro no sábado (26). Enquanto isso, o Palmeiras enfrentou o Fortaleza, no Allianz Parque, na capital paulista, e empatou em 2 a 2.

O documento foi divulgado pela torcida do Palmeiras nas redes sociais na manhã desta segunda-feira e nega participação da organizada. “Lamentamos profundamente mais esse triste acontecimento e manifestamos nossa solidariedade e demonstramos nosso consternamento aos familiares da vítima, repudiando com veemência tais atos de violência. Queremos desde já deixar claro que a Mancha Alvi Verde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos”, diz a nota.

“A Mancha Alvi Verde repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma seu comprometimento e compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores. Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e punição dos responsáveis por mais esse fatídico e lamentável episódio ocorrido na madrugada desse domingo”, completa o texto.

 

De acordo com vídeos que circulam nas redes sociais de torcedores do Palmeiras, a emboscada teria sido uma retaliação a um ataque feito por cruzeirenses aos alviverdes em 2022.

O corpo do torcedor cruzeirense morto, João Victor de Miranda, deve chegar a Sete Lagoas, município da região metropolitana de Belo Horizonte, nesta segunda-feira, onde será velado e sepultado. O laudo necroscópico, que apontará a real causa da morte do torcedor, ainda não foi finalizado.

Investigação

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) segue, nesta segunda-feira (28), buscando a identificação de integrantes da Mancha Alvi Verde que teriam participado do ataque ao ônibus da Máfia Azul, com torcedores do Cruzeiro. A Polícia Civil de São Paulo avalia a possibilidade de os torcedores responderem pelos crimes de homicídio, incêndio, associação criminosa e lesão corporal.

“A morte e os ataques a torcedores do Cruzeiro em SP são inadmissíveis. Estamos trabalhando com o MPSP para identificar os homicidas e puni-los. Futebol é alegria. Esses falsos torcedores são criminosos e não representam a torcida do Palmeiras, de tantas glórias”, publicou Jarbas Soares, procurador-geral de Justiça de Minas e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, em sua conta oficial no X, antigo Twitter.

A entrada do Gaeco no caso ocorreu após a determinação do procurador geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa. O magistrado considerou, em nota, que “algumas torcidas organizadas atuam como verdadeiras facções criminosas, justificando a intervenção do Gaeco”.

“O episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade. Em nome do princípio da transparência que o Ministério Público de São Paulo realça o seu firme compromisso de oferecer a resposta adequada às cenas de selvageria registradas”.

A morte e os ataques a torcedores do @Cruzeiro em SP são inadmissíveis. Estamos trabalhando c/ o @mpsp_oficial para identificar os homicidas e puni-los . Futebol é alegria . Esses falsos torcedores são criminosos e não representam a torcida do @Palmeiras , de tantas glórias.

— Jarbas Soares Junior (@jarbassoaresjr) October 28, 2024

Secretário admite falha em esquema para receber torcida do Peñarol

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, admitiu que houve falha no planejamento de recepção e monitoramento dos torcedores do Peñarol. Mais de 200 pessoas foram detidas nesta quarta-feira (23), depois de um tumulto generalizado na praia do Recreio, zona oeste da capital fluminense, que teve incêndios, furto, episódio de racismo, depredações e confrontos com a Polícia Militar.

“Segurança pública é minha responsabilidade. E o que eu tenho que fazer agora é olhar para dentro e rever todo o processo, ver onde houve falhas e tentar corrigir. Lições aprendidas. Segurança pública não é equação matemática, por mais que tenha alguma previsibilidade, às vezes foge ao controle e acontece esse tipo de coisa”, disse o secretário em coletiva de imprensa.

Segundo Victor Santos, os problemas foram causados por torcedores que estavam em três ônibus “desgarrados”, termo usado para os que não tiveram viagem avisada previamente ao Consulado do Uruguai. Ele disse que ainda vai ser apurado se a “falha de comunicação” foi de responsabilidade do Peñarol, da torcida, ou do consulado para a secretaria.

“Mas isso não tira nossa responsabilidade, porque assim que eles chegaram na orla do Recreio, nós tínhamos a obrigação de saber do passado que já teve essa torcida. Uma vez em Copacabana, um torcedor do Flamengo perdeu a vida por causa dessa torcida. Diante desse histórico todo, a gente falhou no sentido de subestimar aquele efetivo que estava ali de policiais, achando que ele poderia agir e conter os três ônibus que estavam parados na orla”, reconheceu Victor Santos.

O secretário de Segurança disse que o efetivo policial está reforçado para o jogo da noite de hoje entre Botafogo e Peñarol, no Estádio Nilton Santos, zona norte do Rio, pela Copa Libertadores da América.

Os mais de duzentos torcedores foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacaré, região que abriga delegacias especializadas. Pela quantidade de pessoas, eles tiveram de ser locados em um auditório. Entre os detidos, há idosas e crianças. O cônsul do Uruguai foi ao local para ajudar na identificação das pessoas. Todas elas serão impedidas de assistir ao jogo dessa noite.

Rio de Janeiro (RJ) 23/10/2024 – Torcedores do time Peñarol, do Uruguai, envolvidos em confusão no Recreio dos Bandeirantes levados à Cidade da Polícia Civil- Fernando Frazão/Agência Brasil

Caberá ao delegado responsável pelo caso ouvir os torcedores e apurar as responsabilidades no tumulto de hoje. Também é de competência dele a tipificação individual dos crimes cometidos. Entre as possibilidades, estão crimes de dano a patrimônio, tentativa de homicídio e organização criminosa.

Até agora, apenas dois torcedores estão presos em flagrante na 16ª Delegacia de Polícia, um por furto de celular e outro por porte de arma.

Segundo o secretário, também há um possível caso de racismo. Torcedores teriam imitado um macaco para ofender um banhista negro na praia do Recreio. E moradores do Terreirão, comunidade próxima à praia, saíram em defesa do banhista. Mas a confirmação do caso depende ainda da denúncia da vítima e da identificação do criminoso. Também foram registradas depredações de motos, carros e bens de trabalhadores da orla. A orientação da secretaria é que elas façam um boletim de ocorrência e cobrem do governo do Estado a indenização.

Justiça de São Paulo quer ampliar torcida única

O Tribunal de Justiça do estado de São Paulo (TJ-SP) deve encaminhar para análise na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a proposta de ampliar a torcida única, que é aplicada em clássicos paulistas, para outros jogos realizados no país. Uma das propostas que deve ser sugerida para a CBF é que clássicos interestaduais também contem apenas a presença de torcedores do time mandante.

O tema foi debatido na manhã de hoje (18) no Fórum da Barra Funda, na capital paulista, e contou com a participação de magistrados e representantes da Federação Paulista de Futebol, das polícias Civil e Militar, da Defensoria Pública e do Ministério Público de São Paulo (MPSP). A ata do que foi discutido nessa reunião, informou o Tribunal de Justiça, deverá ser encaminhada à CBF em breve.

Em agosto, a ampliação da torcida única para outros campeonatos realizados no estado de São Paulo já havia sido objeto de discussão por esses órgãos.

Desde 2016 há limitação de torcida única em jogos que ocorrem no estado de São Paulo. Por essa regra, os clássicos ocorridos em São Paulo contam com presença única de torcedores do clube mandante do jogo. Atualmente, a regra tem sido aplicada para confrontos envolvendo os quatro grandes clubes de São Paulo – Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos – além de jogos envolvendo Ponte Preta e Guarani, tradicionais clubes de Campinas (SP).

Na reunião de hoje foi discutida a proposta de ampliar essa regra para clássicos envolvendo também times de estados diferentes, como Palmeiras e Flamengo. Falamos [na reunião de hoje] sobre a ampliação da torcida única excepcionalmente em alguns jogos que são mais sensíveis, em que há mais risco à ordem pública e à integridade dos torcedores.

“Tratamos especialmente do jogo entre Palmeiras e Flamengo, jogo que historicamente tem tido muitos problemas. Então nós estamos encaminhando uma sugestão – que pode se tornar uma recomendação – para que isso seja adotado em eventos futuros nacionais e internacionais aqui em São Paulo. Nossa sugestão é para que isso fosse adotado também em nível nacional, mas ainda vamos falar com a CBF a respeito do assunto, uma vez que eles não participaram da reunião”, disse o juiz José Fernando Steinberg, titular do Juizado Especial Criminal (Jecrim) e do Juizado Especial de Defesa do Torcedor de São Paulo.

A proposta de ampliação de torcida única que vem sendo discutida, reforçou Steinberg, não valeria para todos os jogos de futebol. Ela funcionaria apenas para jogos em que poderia haver maior risco à segurança do torcedor e envolveria até mesmo disputas internacionais, como a Libertadores. “A torcida única é uma exceção. Ela é como um remédio amargo, não é para usar em qualquer tipo de doença. Não estamos propondo torcida única de maneira indiscriminada, não podemos ser mal interpretados. São casos específicos onde haja um efetivo risco maior ou mais elevado para a segurança pública”, disse.

Segundo o desembargador Sérgio Antônio Ribas, coordenador da Comissão do Juizado Especial do Torcedor, houve um consenso entre os participantes da reunião sobre a necessidade de haver torcidas únicas no futebol brasileiro. “Com a torcida única, há uma segurança para as famílias e os torcedores em garantir que, indo ao estádio, não serão agredidos. Temos constatado que a presença de somente uma torcida tem garantido o bem-estar para a coletividade. Houve diminuição gradativa das infrações, as violências também estão minorizadas”.  Ele acrescentou que “para que essa situação de tranquilidade ocorra, um dos temas da nossa reunião foi externar [a proposta de] torcida única para jogos interestaduais e, quiçá, internacionais. Nós não deliberamos nada, mas trocamos ideias, onde houve uma uniformidade de posicionamento. Queremos entrar em contato com a CBF e com outros estados para a realização de torcidas únicas.”

Outro tema discutido durante a reunião de hoje foi sobre o respeito à execução do Hino Nacional Brasileiro durante as partidas de futebol. Segundo Ribas, torcedores e clubes têm feito brincadeiras e entoado outras canções durante a execução do hino e eles estudam a aplicação de algum tipo de punição como perda de ponto ou de mando de campo para quando isso voltar a ocorrer. “Nós precisamos respeitar o Hino Nacional. É um dos alicerces da demonstração do patriotismo o respeito para com o Hino Nacional. E não é admissível que ele seja desrespeitado por uma ou outra torcida. Então, há um trabalho de todas as instituições para que nós resgatemos a respeitabilidade para com o Hino Nacional”, disse Ribas.

Uma nova reunião entre os órgãos para discutir o tema da torcida única nos estádios está agendada para o dia 2 de dezembro.

Jovem participa do JUBs com torcida organizada particular

Imagine disputar a sua primeira edição dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) com uma torcida organizada só para você? A jogadora de basquete Isabela Kist sabe como é. Aos 18 anos, a atleta do basquete da Universidade de Fortaleza (Unifor) nunca entra sozinha em quadra. Além das companheiras de equipe, Luciano Martins e Elizete Kist saíram da capital cearense apenas para apoiar Isabela. Eles são os pais da estudante.

Luciano e Elizete acompanham a jovem praticamente em todos os lugares. Aos 10 anos, Isabela foi descoberta pelo professor em um torneio interno do colégio. Com boa estatura para a idade, logo começou a competir e se destacar em jogos escolares. Uma mudança rápida que fez os pais adotarem precaução. Desde então, eles se tornaram os maiores torcedores da filha.

Mas aí vem a pergunta. Será que Isabela fica incomodada com o assédio do seu fã clube? “A verdade é que fico muito feliz e grata por ter meus pais aqui comigo. Eles sempre me apoiaram. Eles estão em todas as competições das quais participo. Então dá outra energia além de uma confiança vê-los na arquibancada para o meu primeiro jogo”, declara a atleta da Unifor.

Luciano e Elizete estão hospedados em Águas Claras, que fica a cerca de 25 quilômetros de Brasília. Eles não querem atrapalhar a vivência da filha, muito menos a concentração. “Nunca ficamos no mesmo hotel que ela. Estamos como torcedores mesmo, dando apoio à Bela. Temos orgulho da nossa filha e vamos para valorizar o trabalho dela e de toda equipe”, afirma Luciano.

Luciano Martins e Elizete Kist torcendo pela filha Isabela Kist no JUBs – Célio Júnior/CBDU/Direitos Reservados

Isabela cursa medicina veterinária e, desde os tempos de colégio, divide as atenções do estudo com o basquete. Mas isso atrapalhou? “Pelo contrário. O basquete sempre foi um aliado para ela. A Bela sempre estudou muito e o esporte é uma válvula de escape. Mesmo antes de entrar para a faculdade, ela já treinava com a equipe da universidade”, disse o pai.

Luciano é de Brasília, Elizete do Rio Grande do Sul. Eles moravam em São Paulo quando decidiram se mudar para Fortaleza em busca de uma vida mais tranquila, com mais tempo para se dedicarem aos filhos, o que fez toda a diferença.

“Nós dois trabalhávamos muito, então éramos limitados. Agora, tenho tempo integral para as minhas filhas. Como a Isabela passou a se destacar e vi que o esporte agregou muito à vida dela, entendemos que deveríamos ajudá-la a não perder o entusiasmo. Eu mesma não entendia muito bem de basquete quando a Bela começou, então transformou totalmente a minha vida também. Hoje sou apaixonada pelo basquete, assisto a todos os jogos da NBA [Liga Profissional de Basquete dos Estados Unidos] e nas partidas dela não podia ser diferente”, afirma Elizete.

Confiantes, os pais de Isabela cravaram que a Unifor levará o título do basquete feminino no JUBs e arriscaram uma diferença de pontos na estreia: Luciano disse que seria de 11 pontos, enquanto Elizete apostou em nove pontos. Porém, a equipe de Fortaleza mostrou muita força para bater a UniRV-GO por 90 a 31.

Justiça de SP avalia ampliar torcida única em jogos de futebol

Diante dos recentes confrontos entre torcedores de times de futebol, o Tribunal de Justiça do estado de São Paulo (TJ-SP) estuda a possibilidade de ampliar a restrição para a presença de torcidas únicas nos jogos de futebol no estado. 

O tema foi debatido, na última semana, entre magistrados e representantes da Federação Paulista de Futebol, das polícias Civil e Militar, da Defensoria Pública e do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Nas últimas semanas, foram registradas brigas entre torcedores do Palmeiras e do Flamengo, em partida pelo Campeonato Brasileiro, e do Nacional do Uruguai e o São Paulo, que se enfrentaram na semana passada, pela Libertadores da América, quando  torcedores e policiais ficaram feridos.

A ideia é que a medida vigore para competições nacionais e internacionais realizadas no estado.

“Mesmo sendo impopular, a medida ainda é necessária, pois leva à uma redução drástica do registro de casos de violência”, disse o juiz José Fernando Steinberg, que participou da reunião, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o Juizado Especial do Torcedor, 432 torcedores foram processados por envolvimento em casos de desacato, agressão e semelhantes entre 2021 e 2024. Não há um levantamento específico sobre o alcance desse tipo de medida ou quanto ela contribui, isoladamente, para prevenir ações violentas por parte de torcedores.

A limitação para acesso por torcida única passou a ser adotada após brigas entre torcedores, dentro e fora do estádio, em 2016, durante partida entre Corinthians e Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. Nos dias seguintes, o promotor público Paulo Castilho propôs a solução de torcida única em clássicos envolvendo os quatro maiores clubes de São Paulo. Na época, a Federação Paulista de Futebol atendeu à recomendação e nos anos seguintes.

Este ano, a medida foi aplicada a todas as partidas disputadas entre Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Ponte Preta e Guarani, e também em clássicos de outros estados, como Bahia, Rio Grande do Norte e Minas Gerais.

Procurada pela reportagem, a Federação Paulista informou que a política de torcida é adotada no “Estado de São Paulo mediante recomendações do Ministério Público e órgãos de segurança pública”, sendo que não existe, atualmente, acordo ou procedimento para a adoção da medida com federações de outros estados ou com a Conmebol. 

Já o Ministério Público disse que “a implementação da torcida única tem sido um sucesso. Demais medidas suplementares ainda estão em análise”. A Secretaria de Segurança estadual não se manifestou sobre o tema.

Biometria facial e bebidas alcoólicas 

O encontro discutiu ainda a adequação das arenas para o acesso dos torcedores por meio de biometria facial conforme exigido pela Lei Geral do Esporte. Estádios com capacidade para mais de 20 mil pessoas são obrigados a usar o reconhecimento facial, a exemplo do que já foi feito no Allianz Parque.

A medida tem gerado controvérsias, pois a biometria levou à prisão de pessoas por erro.

Para o desembargador Sérgio Antonio Ribas, os eventuais erros de identificação pelo sistema não devem impedir a aplicação da medida e disse à Agência Brasil que “a efetivação de detenções só irá ocorrer após checagem completa e exaustiva das identidades pelas autoridades policiais, o que impedirá prisões equivocadas e constrangimento além da abordagem, e se justifica pelo ganho de agilidade que traz para o cumprimento das ordens de prisão”.

Outro tema em discussão pelo grupo é a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, medida prevista em projetos de lei em tramitação no Legislativo estadual, ainda sem previsão de votação. As propostas avançaram principalmente após a morte da torcedora palmeirense Gabriela Anelli. Ela morreu após ter sido atingida por uma garrafa arremessada por um torcedor do Flamengo durante uma briga entre as torcidas dos dois times, em julho de 2023. 

CPB lança campanha para fomentar torcida por atletas paralímpicos

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) lançou nesta quinta-feira (8) a campanha de marketing “Mais que vencedores: brasileiros”, cujo objetivo é motivar a população a acompanhar os atletas brasileiros durante a realização da próxima edição dos Jogos Paralímpicos, que serão realizados em Paris (França) entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro.

Somos garra, força e determinação. Somos o Brasil Paralímpico! 💚💛💙

Acompanhe a gente nos Jogos Paralímpicos de #Paris2024. 🇫🇷#BrasilParalimpico #JogosParalimpicos pic.twitter.com/IDrMMCrESK

— Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) August 8, 2024

Uma das peças da campanha é um vídeo, disponível na internet e que é estrelado pelo nadador mineiro Gabriel Araújo, pela halterofilista paulista Mariana D’Andrea, pelo velocista paranaense Vinícius Rodrigues e pela lançadora baiana Raíssa Machado.

“Os Jogos Paralímpicos chegaram e nosso intuito é engrossar o coro da torcida brasileira não somente pelos atletas que estarão lá em Paris competindo com nossas cores, mas também aumentar a consciência da população em relação à inclusão por intermédio do esporte”, declarou o presidente do CPB, Mizael Conrado.

Torcida diz que futebol feminino precisa melhorar para chegar ao ouro

A vitória da seleção feminina de futebol por 1 a 0 sobre a Nigéria, na estreia da Olimpíada de Paris, foi muito celebrada nesta quinta-feira(25) na Fanfest do Parque Villa-Lobos, na capital paulista. Apesar disso, os torcedores que acompanharam a partida afirmaram que será preciso melhorar alguns fundamentos para que, finalmente, o Brasil conquiste a medalha de ouro olímpica.

“Foi uma vitória no sufoco, por 1 a 0. Foi importante a vitória porque os próximos jogos são contra o Japão e a Espanha, que são seleções fortíssimas. Creio em uma medalha, mas vai ter que melhorar muito ainda”, disse Eduardo da Silva, de 43 anos, que foi à fanfest acompanhado da esposa e do filho. “Pelo elenco, o Brasil poderia ter produzido mais, mas tem o lance do nervosismo de estreia.”

Para Eduardo, o grande destaque da seleção brasileira nesta tarde foi Marta. “A Marta é nosso ícone. Tomara que ainda surjam outras Martas [no Brasil] e que não fiquemos só nessa”, afirmou.

Quem também acha que a seleção ainda pode melhorar é a torcedora Fernanda Zaguis, de 37 anos. “Vim aqui hoje torcer pelo Brasil. O jogo foi bom, mas temos uns pontos para melhorar, como o entrosamento da defesa. Tivemos boas oportunidades, e a Marta brilhou, como sempre, fazendo lances incríveis. Acho que, com o passar da competição, o entrosamento da equipe ainda vai melhorar.”

Para Fernanda, a expectativa é que Marta possa encerrar seu ciclo na seleção com “chave de ouro, conquistando a inédita medalha de ouro”.

Ginasta apresenta-se na Fanfest paulistana – Rovena Rosa/Agência Brasil

Esporte e superação

A corredora Ana Luiza dos Anjos Garcez, mais conhecida como Ana Animal, também esteve na fanfest do Parque Villa-Lobos para torcer pelo Brasil na tarde de hoje. Conhecida pelo público paulistano por sempre estar presente nas principais competições esportivas torcendo pelo Brasil, ela chegou à fanfest com uma produção especial: portava uma corneta e estava com os cabelos trançados nas cores da bandeira nacional. “Para fazer esse cabelo aqui dói. Mas eu não posso ficar sem meu look do Brasil”, brincou.

“Vim correndo para cá. Nem almocei. Foi um desespero para chegar aqui, mas deu tempo de assistir [ao jogo]. Eu gostei do Brasil. As meninas são raçudas, mas precisam ter mais força para chutar. Precisam chegar mais perto para meter bica. Pode melhorar mais um pouco. Hoje eu estava aqui gritando, nervosa, arrancando meus cabelos”, enfatizou.

Ana Animal, que já viveu nas ruas de São Paulo, especialmente na região da Cracolândia, reconhece a importância do esporte. Foi nele que ela encontrou força e superação. “Sou ex-moradora de rua. Morei 23 anos na rua. Um ex-secretário de Esportes me viu na televisão e me perguntou se eu queria sair da rua. Ele me tirou de lá e me arranjou um lugar para ficar. Comecei a correr e larguei tudo. Graças ao esporte, eu estou aqui hoje, viva! Se não fosse pelo esporte, eu poderia estar morta ou na cadeia. Eu amo o esporte”, afirmou.

Espaço do torcedor

Parede de escalada é atração na Fanfest – Rovena Rosa/Agência Brasil

Pela primeira na história dos Jogos Olímpicos, uma fanfest oficial ocorre fora da cidade-sede. Chamada de Festival Olímpico Parque Time Brasil, a fanfest que foi criada no Parque Villa-Lobos está acompanhando, ao vivo, o desempenho dos atletas brasileiros em Paris em sete telões instalados no local. A programação também conta com interação com atletas e ex-atletas, megashows e uma área gastronômica.

Na tarde ensolarada desta quinta-feira, por exemplo, muitos pais levaram os filhos para acompanhar o jogo da seleção feminina de futebol. E, no intervalo das partidas, as crianças ainda puderam curtir as atrações promovidas por patrocinadores, como a piscina de surf, a parede de escalada e até uma apresentação de duas atletas da ginástica rítmica.

O festival é uma iniciativa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em parceria com o DC Set Group e a Agência Deponto e será realizado até o dia 11 de agosto, quando terminam os Jogos de Paris. A expectativa dos organizadores do evento é que mais de 200 mil pessoas frequentem o espaço nesse período.

Torcida reúne-se em fanfest para acompanhar brasileiros na Olimpíada

Os Jogos Olímpicos de Paris serão abertos oficialmente nesta sexta-feira (26), mas, em algumas modalidades, como futebol e handebol, a competição já começou. Os atletas brasileiros entraram hoje de manhã na disputa, com a vitória da seleção feminina de handebol sobre a da Espanha e a apresentação dos atiradores de tiro com arco.

Agora à tarde, o Brasil volta a entrar em cena com o futebol fenminino. Liderada pela Rainha Marta, a seleção feminina enfrenta a Nigéria. Para acompanhar o jogo, muitos torcedores se juntaram na Fanfest, um espaço que foi montado no Parque Villa-Lobos, na capital paulista. Inaugurada no último sábado, esta é a primeira fanfest fora de uma cidade-sede dos Jogos.

Chamada de Festival Olímpico Parque Time Brasil, a fanfest mostrará ao vivo a participação da delegação brasileira em Paris em telões instalados no parque. A programação também contará com interação com atletas e ex-atletas, megashows e uma área gastronômica.

Uma das pessoas que decidiram vir torcer pela seleção brasileira nesta tarde ensolarada de São Paulo foi Herica Martto, de 47 anos. Acompanhada dos filhos, da irmã e dos sobrinhos, ela veio até o Parque Villa-Lobos para aumentar a torcida pela seleção. 

“Eu acho esse um evento muito importante para fortalecer o esporte nacional, porque o esporte precisa de patrocínio, precisa de incentivo e apoio, principalmente o futebol feminino”, disse Herica à Agência Brasil. “As mulheres do nosso futebol feminino ganham menos, se esforçam mais, não têm os patrocínios e os salários milionários, mas estão na Olimpíada. Elas merecem nosso apoio.”

Para Herica, torcer junto com outras pessoas fortalece a participação dos atletas brasileiros em Paris. “É importante as pessoas virem para prestigiar mesmo. Muitas vezes as pessoas não conhecem as modalidades esportivas. Então, é importante conhecer, apoiar e, aqui do Brasil, mandar essa energia”, afirmou. 

Quem também foi à fanfest para torcer pelo Brasil foi a jornalista esportiva Suleima Sena, 41 anos. Junto com as amigas, uma das quais é referência na arbitragem feminina no Brasil, Ana Paula Oliveira, a jornalista disse que estava lá para assistir à estreia da seleção feminina de futebol na Olimpíada de Paris. 

“Já que nós não estamos em Paris, Paris vem até a gente. Então eu acho que é simbólico estar aqui”, afirmou Suleima. “O Brasil está em busca do primeiro ouro. Já chegou tão perto das outras vezes, com duas pratas. E a gente tinha que estar aqui prestigiando. A gente está bem confiante nesta seleção, que é muito interessante e mescla experiência com novos talentos promissores”, acrescentou. 

A expectativa de Suleima para a participação da seleção brasileira em Paris é positiva.  “Temos uma equipe realmente muito preparada. Temos o melhor técnico do Brasil hoje. Um técnico vitorioso, que realmente entende de futebol feminino, de estratégia. E jogadoras que atuam nas principais ligas do futebol do mundo. O Brasil tem todos os ingredientes. É claro que a gente olha para lá, especialmente para o grupo do Brasil, que é um grupo difícil.”

Sobre a partida desta tarde, contra a Nigéria, a jornalista disse que seria difícil. “A gente não pode se enganar com a Nigéria, que é uma equipe muito forte fisicamente, que fez uma excelente Copa do Mundo. Mas eu confio muito, eu confio muito nessa equipe do Brasil”, afirmou, confiante.

STJD pune Sport a 8 jogos sem torcida por ataque a ônibus do Fortaleza

O Sport Club de Recife foi punido nesta terça-feira (12), em primeira instância, a jogar oito partidas com portões fechados em decorrência do ataque de torcedores rubro-negros ao ônibus com a delegação do time masculino do Fortaleza, no último dia 22, que deixou seis jogadores atletas do clube hospitalizados. Por decisão unânime após julgamento hoje, a Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também determinou da carga de ingressos a que o Sport tem direito como visitante – até cumprir os oito jogos sem público – e estabeleceu o pagamento de multa de R$ 80 mil, como prevê o artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O Sport ainda poderá recorrer ao Pleno (todos os juízes) do STJD.

“É necessário que o STJD atue de forma preventiva. É necessário que o clube seja condenado nas penas do artigo 213. Com relação a dosimetria da pena, levo em consideração a extrema gravidade da infração, a enorme extensão do fato, os meios empregados com pedras e bombas, os motivos determinantes da agressão com violência gratuita e os antecedentes do infrator”, disse o relator do processo, o auditor Diogo Maia, que julgou procedente a denúncia feita pela Procuradoria da Justiça Esportiva no dia 23 de fevereiro, dois dias após o atentado.

O relator também considerou na decisão proferida nesta terça o retrospecto de condenações recebidas pelo Sport: o clube já fora punido 11 vezes no STJD, no artigo 213 do CBJD [deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir].

O ônibus com a delegação do Fortaleza foi apedrejado no início da madrugada do último dia 22, após a saída da Arena Pernambuco, onde o time empatara em 1 a 1 com o Sport, pela Copa do Nordeste. Na ocasião, o CEO (diretor-executivo) do Fortaleza Marcelo Paz publicou imagens nas redes sociais em que jogadores aparecem feridos. Um dos hospitalizados, o jogador Gonzalo Escobar, teve traumatismo craniano, com perda transitória de consciência.

No último dia 24, o presidente STJD José Perdiz já determinara em decisão liminar, a pedido da Procuradoria,  que o Sport jogasse com portões fechados e sem torcida como visitante em partidas de competições nacionais, até o julgamento da denúncia, realizado nesta terça (12).