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Operário-PR frustra Novorizontino e ainda sonha com acesso na Série B

O Novorizontino frustrou o torcedor que lotou o Estádio Jorge Ismael de Biasi neste sábado (9), sonhando ter a vaga inédita na primeira divisão do Campeonato Brasileiro praticamente garantida. Melhor para o Operário-PR, que venceu o Tigre do Vale por 1 a 0 em duelo pela 36ª rodada da Série B e se manteve vivo na briga pelo acesso. A partida em Novo Horizonte (SP) foi transmitida ao vivo pela TV Brasil.

A equipe paulista segue com 63 pontos, seis a frente do Ceará, 5º colocado e primeiro time fora da zona de classificação à Série A (G4). Com isso, terá de aguardar o próximo duelo pela Série B para tentar sacramentar o acesso, desta vez sem depender de outros resultados. O Tigre volta a campo no próximo sábado (16), às 17h (horário de Brasília), diante do Paysandu, novamente em casa.

O Operário, por sua vez, ganhou fôlego na briga por um lugar na Série A. O Fantasma, em 7º lugar, foi a 56 pontos, um a menos que o Ceará. O Vozão ainda joga nesta rodada: encara o Botafogo-SP na terça-feira (12), às 21h30, no Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet, em Ribeirão Preto (SP).

Além de secar os cearenses, o time paranaense torce contra o Sport, que joga no domingo (10), diante da Chapecoense, às 18h30, na Ilha do Retiro, em Recife, com transmissão da TV Brasil. O Leão tem 59 pontos e ocupa a 4ª posição, a última dentro do G4. No próximo compromisso, o Operário recebe o Mirassol no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa (PR), na sexta-feira (15), às 16h.

O Novorizontino dominou as ações durante os 90 minutos. Finalizou quase três vezes mais (21 a oito, sendo 12 na etapa final) e teve chances, principalmente com o atacante Rodolfo, mas não aproveitou. Aos 40 minutos do segundo tempo, o Operário chegou ao gol da vitória com Nathan Fogaça. O camisa 20 do Fantasma avançou pela esquerda, conduziu a bola para o meio e bateu rasteiro de fora da área, no canto do goleiro Jordi, decretando o triunfo alvinegro.

Outra equipe a renascer neste sábado na briga pelo acesso à Série A foi o Goiás. O Esmeraldino visitou o CRB no Rei Pelé, em Maceió, e ganhou por 1 a 0. O gol saiu já nos acréscimos da etapa final, com o zagueiro Lucas Ribeiro, de cabeça após cobrança de escanteio. Foi a quinta vitória seguida dos goianos, que também completaram cinco jogos sem sofrer gols.

O Verdão foi aos mesmos 57 pontos do Ceará, mas fica atrás, na 6ª posição, por ter um triunfo a menos (17 a 16). São dois pontos a menos que o Sport, quarto colocado. Já o CRB pode terminar a 36ª rodada na zona de rebaixamento caso a Ponte Preta, que abre o Z4 com 38 pontos, pontue diante do Vila Nova na segunda-feira (11), às 18h30, no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, em Goiânia.

Na próxima rodada o Goiás enfrenta o Amazonas no Estádio Carlos Zamith, em Manaus, no sábado que vem, às 19h. No outro domingo (17), às 16h, o CRB vai a Santos (SP) enfrentar os donos da casa, em duelo que pode dar o título da Série B ao Peixe.

Operário-PR complica América-MG e ainda sonha com acesso na Série B

O sonho de um inédito acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, ainda que difícil, segue vivo para o Operário-PR. Nesta quarta-feira (23), o Fantasma derrotou o América-MG por 1 a 0 no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa (Paraná), pela 33ª rodada da Série B. A partida foi transmitida ao vivo pela TV Brasil.

Os paranaenses ganharam duas posições – ultrapassando os mineiros, inclusive – e subiram para 7º lugar, com 50 pontos, seis atrás do Mirassol, último do grupo dos quatro primeiros colocados (G4), que conquistariam a promoção à primeira divisão se a competição terminasse agora. Os mineiros, com 49 pontos, estão na oitava posição. Ainda há 15 pontos em disputa nas próximas cinco rodadas.

O primeiro tempo foi de total domínio americano, que só não se concretizou em gol por causa de Rafael Santos, que salvou o Operário em pelo menos quatro situações. Aos 15 minutos, o goleiro espalmou um chute do atacante Rodriguinho, que avançou pelo lado esquerdo da área e bateu com curva. Aos 32, o camisa 1 parou o zagueiro Lucão, que finalizou de primeira, quase da marca do pênalti, na sobra de um escanteio.

Seis minutos depois, foi a vez de Rafael Santos impedir que o meia Daniel Júnior abrisse o placar em chute rasteiro da entrada da área. O arqueiro ainda brilhou aos 42, ao evitar a finalização de Brenner, que apareceu pela direita, com liberdade. O atacante tinha até balançado as redes aos 26, após uma cobrança de falta, mas o gol foi anulado por impedimento.

O goleiro do Fantasma voltou a aparecer no segundo tempo. Primeiro, ao defender com a ponta dos dedos, o chute de Daniel Júnior, da entrada da área, aos dois minutos. Depois, aos dez, ele salvou a pele do zagueiro Borech, que falhou dentro da área e deixou a bola com Rodriguinho, que parou no arqueiro.

Até os 25 minutos da etapa final o Operário não tinha conseguido dar um chute sequer na direção da meta americana. Quando enfim conseguiu balançou as redes. O atacante Ronald recebeu pela direita, próximo à entrada da área, levou para a perna esquerda e bateu colocado, sem chances para o goleiro Elias, marcando um golaço. O América até se lançou ao ataque em busca do empate, mas de forma confusa, sem alterar o placar.

Papão atrasa Coxa

Outros três jogos movimentaram a Série B nesta quarta. Em confronto envolvendo times com pretensões diferentes na tabela, o Paysandu derrotou o Coritiba por 2 a 1, de virada, na Curuzu, em Belém. O Coxa se complicou na briga pelo acesso, estagnando nos 47 pontos, na 9ª posição, a nove pontos do Mirassol. O Papão subiu para o 13º lugar, com 40 pontos, abrindo quatro para a zona de rebaixamento (Z4).

Os paranaenses abriram o placar aos 24 minutos do primeiro tempo com o atacante Júnior Brumado, após grande jogada individual do meia Lucas Ronier. Na etapa final, o Bicolor teve Matheus Trindade expulso aos 9 minutos, mas conseguiu o empate aos 30, em pênalti cobrado pelo também volante João Vieira. No fim, aos 44 minutos, mesmo com um homem a menos, o Paysandu chegou ao gol da vitória, com o atacante Jean Dias.

Ponte afunda Brusque

As outras duas partidas do dia foram confrontos diretos contra o descenso. A Ponte Preta recebeu o Brusque no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP), e ganhou por 2 a 0, deixando a zona de rebaixamento. A Macaca foi a 38 pontos, na 14ª posição. O Marreco, por sua vez, caiu para a penúltima colocação, com 33 pontos, a três do CRB, a primeira equipe fora do Z4.

Os dois gols do Alvinegro saíram na etapa final, com participação decisiva de Élvis. Aos dez minutos, o meia lançou Gabriel Novaes, que completou de cabeça para as redes. O também atacante Renato fechou o placar aos 38, aproveitando mais uma assistência do camisa 10 da Ponte.

Ituano complica Pantera

O triunfo da Macaca colocou o Botafogo-SP na zona de rebaixamento. Mesmo atuando no Estádio Santa Cruz, o Pantera foi superado pelo Ituano por 1 a 0. A equipe de Ribeirão Preto (SP), com 36 pontos, caiu para o 17º lugar, abrindo o Z4. O Galo Rubro-Negro vem logo atrás, com dois pontos a menos, ainda ameaçado pelo descenso.

O gol da vitória do Ituano saiu aos 35 minutos do segundo tempo, com o zagueiro Guilherme Mariano completando, na área, o desvio de cabeça do atacante João Carlos. Foi o primeiro jogo do time rubro-negro desde a demissão do técnico Alberto Valentim.

Futuro pai, Cícero Nobre sonha ter esposa junto na Paralimpíada 2028

O ano de 2024 seria especial para Cícero Nobre mesmo se não tivesse uma Paralimpíada pela frente. Ele e Nathália Almeida aguardam o nascimento do primeiro filho do casal. E o pequeno Levi, ainda está na barriga da mãe, já tem um presente reservado: a medalha de bronze que o pai conquistou nos Jogos de Paris, na prova do lançamento do dardo da classe F53 (atletas que competem sentados).

“Agora não existem mais o Cícero ou a Nathalia, mas sim o pai e a mãe do Levi [risos]”, brincou o paraibano, em entrevista à EBC na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen, na região metropolitana da capital francesa.

 Cícero Nobre exibe o bronze, conquistado na prova do lançamento do dardo da classe F53 (atletas que competem sentados) – Silvio Avila/CPB/Direitos Reservados

Mesmo sem ainda ter nascido, Levi teve participação importante na conquista de Cícero, alcançada na noite do último sábado (31). Antes e durante a prova, realizada no Stade de France, em Saint-Denis, cidade vizinha a Paris.

“No Dia dos Pais, recebi da minha esposa aquele chaveirinho [com a foto do ultrassom do filho]. No dia da prova, quando acordei, dei um beijo na foto. E quando minha esposa acordou de manhã no Brasil, disse que, de madrugada, ele não parava [de se mexer], que nunca tinha acontecido aquilo. E na hora da prova, um companheiro de Cabo Verde falou, no quarto lançamento [o do bronze], que aquele seria para meu filho. Fico até arrepiado”, contou Cícero.

“De dois anos para cá e com a vinda do Levi, mudei bastante a forma de pensar e agir. Talvez, se fosse há três, quatro anos, eu não teria a cabeça que tive na minha prova. Creio que ele já está vindo para ensinar isso, a saber dosar as coisas”, completou o atleta, que tem má-formação congênita bilateral nos pés.

Cícero, agora, prepara-se para se adaptar à rotina de atleta e pai rumo à Paralimpíada de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 2028. E não quer estar sozinho lá. Nathalia, sua esposa, também é atleta paralímpica e compete no arremesso do peso e no lançamento de dardo. Em 2014, ela teve uma das pernas imprensadas em um acidente automobilístico e teve que amputar a perna esquerda.

“A gente está se programando para, quando ele [Levi] estiver com seis meses, ela [Nathalia] já viajar para São Paulo e a gente competir. Ela tem o sonho de chegar à seleção de atletismo, pegar uma competição importante, como os Jogos Parapan-Americanos, o Mundial, uma Paralimpíada. E a gente vai trabalhar para isso. O Levi estará presente e não vai atrapalhar nada. Creio que ele só vem somar”, afirmou.

 

 

No lançamento do dardo paralímpico, os atletas que competem sentados utilizam uma cadeira individual e não podem se erguer dela, sob pena de terem o lance invalidada. Cícero teve apenas duas de suas seis tentativas consideradas válidas na prova de sábado. A primeira garantiu o bronze. A segunda o deixou próximo da prata.

“O que eu fiquei um pouco indignado é que participei do Mundial aqui na França [2023, em Paris], participei do Mundial de Kobe [Japão], onde eu fui campeão, lançando da mesma forma e me prendendo da mesma forma na cadeira e nunca tive problema com queima. Mas o resultado foi esse, então a gente ficar com a sensação de que foi prejudicado não vai mudar em nada. É a gente virar a chave, que agora tem mais um ciclo de quatro anos, virar a chave e treinar pesado, como a gente sempre treina, para chegar igual eu cheguei aqui ou até mais preparado para qualquer adversidade dentro da prova”, descreveu o paraibano.

“Já tenho a conquista mundial, tenho a conquista no Parapan, só me falta uma medalha de ouro paralímpica. Já tenho duas de bronze [a anterior foi em 2021, em Tóquio, no Japão], mas quero ouro, então você pode ter certeza que, em 2028, estando na Paralimpíada, vou brigar por essa medalha como nunca briguei”, concluiu.

Após 20 dias no Grizzlies, Mãozinha sonha com espaço definitivo na NBA

O ala brasileiro João Marcello ‘Mãozinha’ Pereira, postou uma mensagem na terça-feira (9) em sua conta no Instagram agradecendo pela oportunidade de defender o Memphis Grizzlies, time da NBA, a principal liga de basquete dos Estados Unidos). O jogador revelou ter vivido um sonho, durante os 20 dias em que atuou na equipe. Ao concluir o texto, escrito em inglês, Mãozinha disse esperar que a despedida não seja um adeus, mas sim “um até logo”.

Em sete jogos pela franquia do estado do Tennessee, na reta final da temporada regular, ele teve médias de 17.4 minutos em quadra, 6.9 pontos e 5.3 rebotes por partida e chamou a atenção pela capacidade atlética para voar para enterradas. Encerrando a temporada sem um vínculo fixo com nenhum time, Mãozinha agora aguarda por possíveis novas propostas. Na semana passada, ele conversou com exclusividade com a Agência Brasil.

Mãozinha – que tem esse apelido em alusão ao pai, o Mãozão, pivô que jogou na virada do século – conseguiu uma oportunidade na maior liga de basquete do mundo na base de muito esforço.  Aos 23 anos, o jogador do Memphis, nascido no Rio de Janeiro  atuou por três equipes no Novo Basquete Brasil (NBB): Pinheiros, Fortaleza e Corinthians. No ano passado, ele assinou com o Mexico City Capitanes, da G-League, a liga de desenvolvimento associada à NBA. Rapidamente, começou a se destacar, não apenas pelas enterradas, mas também pela produção em quadra: 10.8 pontos e 8.8 rebotes por jogo em pouco menos de 24 minutos em quadra.

Na mira dos scouts (olheiro) dos times da NBA, ele ganhou a chance que tanto sonhava no último dia 20 de março. O Memphis Grizzlies, que inicialmente era cotado como um dos favoritos ao título, sofreu com lesões no time e, já sem maiores pretensões para o resto da temporada, resolveu dar uma oportunidade de 10 dias para testar Mãozinha em uma equipe repleta de jovens na mesma situação que ele. Ele foi bem e recebeu um novo contrato de 10 dias, prova de que estava sendo bem avaliado.

A chegada à NBA, um sonho para qualquer menino que começa a jogar basquete, fascinou o jogador até nos mínimos detalhes.

“O que mais me impressionou foi a estrutura extra-quadra. Tem três pessoas ali no banco de reservas só para te ajudar caso você precise de alguma coisa. Uma pomada, uma água, uma toalha, qualquer coisa. Quando chegamos, eles pegam a nossa mala e colocam no nosso quarto. Ao sair, a mesma coisa. Até mesmo para ver ingressos para a minha esposa, nem sou eu que preciso resolver. Tudo isso faz com que a gente se preocupe apenas em treinar. Não é à toa que é a maior liga do mundo”, expõe o jogador.

YOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO pic.twitter.com/tfrvSWlo7o

— Memphis Grizzlies (@memgrizz) April 6, 2024

O técnico do Grizzlies, Taylor Jenkins, destacou várias qualidades do brasileiro após uma vitória com boa atuação dele. Elogiou a versatilidade do jogador em quadra, além do espírito e da personalidade fora dela. Mãozinha revelou que tinha planos de incorporar o apelido ao seu nome oficial, para que pudesse colocá-lo na camisa, assim como fez o pivô Nenê, que atuou na liga entre 2002 e 2019. No entanto, não foi rápido o suficiente e acabou tendo que usar o sobrenome, Pereira, às costas.

“Quando eu cheguei no Capitanes, falei que ia fazer isso se eu chegasse à NBA, acabou que consegui chegar antes de fazer isso. Aqui todo mundo me chama de ‘Mao’, porque não conseguem falar o ‘ão’, então talvez eu mude, sim. É mais único”, disse o atleta, aos risos. 

“Eu quero ser o melhor que eu puder. Se isso significar 20 dias na NBA, vou correr atrás ao máximo. Se for para ficar mais tempo e depois jogar na Euroliga, vou trabalhar para ser o melhor que eu posso ser”, afirmou Mãozinha – Mike Watters-USA TODAY Sports/Reuters/Direitos Reservados

Durante todo o tempo em que esteve na NBA, Mãozinha estava consciente de que nada era garantido. Como o contrato com o Grizzlies se encerrou a poucos dias do fim da temporada, a hipótese da não-continuação era algo compreensível. Ainda jovem, o brasileiro viu uma porta importante se abrir. Mesmo que agora ela esteja entreaberta, ele tenta pensar em como tirar o melhor proveito da situação.

“Eu quero ser o melhor que eu puder. Se isso significar 20 dias na NBA, vou correr atrás ao máximo. Se for para ficar mais tempo e depois jogar na Euroliga [principal liga de basquete da Europa e segunda do mundo] vou trabalhar para ser o melhor que eu posso ser. O sonho é jogar nessas ligas, as melhores do mundo, claro. Sei que se eu me esforçar o máximo que eu puder, não vou me arrepender no futuro”.

Embora tenha alcançado o status de jogador de NBA, Mãozinha segue lutando para ter um lugar garantido na liga. Para isso, talvez seja necessário participar de um dos eventos mais importantes no calendário do basquete para quem busca uma chance de assegurar um contrato. Trata-se da Summer League (Liga de Verão, em português) que reúne novatos e outros jogadores em desenvolvimento. Durante a competição, eles são observados pelos dirigentes mais influentes do basquete dos Estados Unidos. Neste ano, o evento acontecerá entre 12 e 22 de julho, em Las Vegas. Pouco antes, no período de 2 a 7 de julho, a seleção brasileira buscará na Letônia uma vaga na Olimpíada de Paris. 

Mãozinha prefere não pensar na possibilidade de os eventos decisivos entrarem em conflito na agenda dele. São muitos fatores a se pesar na hora de optar por um deles.

“Não existe honra maior para mim do que representar o Brasil. Por outro lado, a seleção é só durante uma parte do ano, eu tenho todo o resto, que é o que paga o meu salário. E ainda preciso saber se terei que fazer essa escolha mesmo. Se eu só tiver a Summer League, jogarei lá. Se só tiver a seleção, também estou certo. É bem difícil porque são duas coisas muito boas. Mas ainda falta muito tempo. Não sei onde vou estar daqui a cinco dias, que dirá daqui a três meses? [risos]”, conclui o jogador.

Após bronze inédito, Zion sonha com Jogos de Inverno de 2026 na Itália

O catarinense Zion Bethônico, de 18 anos, pode dizer que conseguiu, ainda muito jovem, algo que nenhum brasileiro havia alcançado ainda. No dia 20 de janeiro – quando ele ainda tinha 17, já que fez aniversário no último domingo (28) – ele conquistou o bronze no snowboard cross nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, em Gangwon (Coreia do Sul), se tornando o primeiro atleta do país a subir ao pódio em uma Olimpíada de Inverno – seja entre jovens ou adultos – na história. De volta ao Brasil, ele visitou as instalações do Centro de Treinamento do COB, no Rio de Janeiro, nesta terça (30) e contou que foi pego de surpresa ao saber do ineditismo do feito.

“Contaram para mim na linha de chegada. Ainda estava decepcionado que não havia conseguido o ouro. Ao final da descida, o pessoal do time Brasil me recebeu com tantos gritos que fiquei impressionado. Pensei comigo: ‘realmente fiz algo de se honrar”, disse o catarinense à Agência Brasil.

Em família 😍

Zion e seu diferencial, o irmão Noah.

Quer saber mais sobre a dupla de snowboarders? 🏂

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— Time Brasil (@timebrasil) January 20, 2024

Já ciente da repercussão de sua conquista, o menino, que retornou ao país no último dia 25, tem passado os últimos dias descansando e contando sua história, alvo de curiosidade para um público pouco acostumado a acompanhar esportes disputados abaixo de zero grau. Zion revelou como se prepara ao longo do ano para competir.

“No Brasil, eu só faço a parte da preparação física. Eu passo mais da metade do ano fora e em competições na América do Sul, América do Norte, Estados Unidos, Canadá. E de outubro até dezembro eu passo na Europa. Eu fico indo de competição em competição e tentando ganhar o máximo de experiência em corrida. Já me acostumei. Estou há muitos anos fazendo isso e é uma rotina que eu gosto. Eu prefiro o frio ao calor, talvez (risos)”, dispara.

A preferência fica ainda mais clara quando ele revela que Snowmass Village, cidade no estado norte-americano do Colorado, é o lugar preferido dele no mundo inteiro. Zion pôde estudar e treinar no local por dois anos quando era menor.

No ambiente familiar, ele encontrou a maior inspiração: o irmão Noah, que também participou dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude no snowboard cross, mas na edição de 2020, em Lausanne, na Suíça.

“Estamos juntos desde pequenos e ele sempre esteve um passo à frente. Então estou sempre correndo atrás dele e ele dando o máximo para não deixar eu alcançá-lo. A gente se puxa para frente, com certeza”, opina Zion.

Agora atleta adulto, Zion tem desafios pela frente

Durante a visita ao CT do COB, Zion conversou brevemente com o presidente da entidade, Paulo Wanderley Teixeira, que considerou o resultado na Coreia do Sul o primeiro passo para uma evolução do Brasil nos esportes de inverno.

“Ainda é preciso muita paciência e perseverança, principalmente. Mas o caminho está aberto. O comitê vem dando suporte às duas confederações, tanto a de neve quanto a de gelo. E elas têm aproveitado esses projetos específicos de apoio às modalidades de inverno”, disse o dirigente.

Na foto estão Carlos Eduardo Barros (vice-presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve- CBDN), Camila da Cunha Pereira ao lado do filho Zion, e Paulo Wanderley Teixeira (presidente do COB) – Zion em visita ao COB em 30/01/2024 – Rafael Bello/COB/Direitos Reservados

Como ultrapassou o recorte de idade para participar de competições como atleta da juventude, Zion agora terá que encarar a categoria adulta. Ir aos Jogos Olímpicos de Inverno em 2026, nas cidades italianas de Milão e Cortina D’Ampezzo, passou a ser o seu grande objetivo. Curiosamente, enquanto realizava o passeio organizado pelo COB, o jovem encontrou outra atleta brasileira de carreira destacada nos esportes na neve.

Jaqueline Mourão, de 48 anos, fez história como a primeira brasileira a participar de Olimpíadas de verão como de inverno. Em 2022, ela se tornou a atleta do país com mais edições olímpicas no currículo: oito, sendo cinco de inverno (onde compete no esqui cross country) e três de verão (no ciclismo mountain bike). Ela estava participando de um curso no local e falou sobre a alegria pela conquista de Zion, compartilhada com outros atletas brasileiros.

Durante visita ao CT do COB, Jaqueline Mourão não poupou elogios a Zion. “”Foi um resultado incrível para todos os amantes dos esportes da neve no Brasil”, afirmou a veterana, que soma oito participações em Olímpiadas- Rafael Bello/COB/Direitos Reservados

“Foi um resultado incrível para todos os amantes dos esportes da neve no Brasil. Falei para ele: você realizou o meu sonho. O sonho de todos os apaixonados de ver o Brasil realmente participando do esporte e conseguindo a sua excelência. Ele tem que continuar a carreira dele, tem ainda várias etapas para desenvolver e que essa medalha não seja um peso na carreira dele. Que seja só um empurrãozinho ali para que ele conquiste os sonhos dele”, disse Jaqueline.