Skip to content

Vencedores por modalidades do Prêmio Brasil Olímpico são anunciados

Os primeiros vencedores por modalidades do Prêmio Brasil Olímpico começaram a ser anunciados nesta quinta-feira (28) pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Nesta primeira leva de homenageados estão aqueles que brilharam em modalidades coletivas, e que receberão seus troféus no dia 11 de dezembro em uma cerimônia realizada na casas de shows Vivo Rio.

No vôlei o grande destaque, pela terceira vez seguida, é a ponteira Gabi. A jogadora ajudou a seleção feminina a conquistar o bronze nos Jogos Olímpicos de Paris (França), sendo a terceira maior pontuadora do torneio.

Já no futebol a premiada será a goleira Lorena, do Grêmio e que foi a melhor em campo nas três vitórias da seleção nos Jogos Olímpicos. Esta é a segunda vez seguida que o prêmio do futebol é entregue a uma mulher.

No basquete 5×5 o homenageado é um veterano. Aos 41 anos, Marcelinho Huertas foi escolhido após ser decisivo no Pré-Olímpico e jogar sua terceira edição de Jogos Olímpicos. Na atual temporada, o armador se tornou o maior assistente da história do Campeonato Espanhol.

Já no handebol o grande nome é Bruna de Paula, líder da seleção feminina nos Jogos disputados na capital francesa. Ela também foi peça importante na conquista da Champions League da modalidade pelo Gyori (Hungria). Outro destaque olímpico lembrado nas premiações de modalidades coletivas é a maranhense Thalia Costa do rugby sevens.

Já no hóquei sobre a grama o eleito foi Lucas Varela, da seleção sub-21, já no polo aquático o prêmio vai para Gabriel Sojo, do Sesi Ribeirão, enquanto a melhor do ano no basquete 3×3 foi Luana Batista de Souza, que jogou a LBF pelo Sampaio Basquete.

Sexismo e machismo são empecilhos para ascensão na carreira federal

Seis em cada 10 servidoras públicas em cargo de chefia acreditam que o sexismo no ambiente de trabalho e a estrutura machista são empecilhos para ascensão na carreira federal. Os dados fazem parte da pesquisa Mulheres em cargos de liderança no Executivo federal: reconhecendo desafios e identificando caminhos para igualdade.

Encomendado pelo Movimento Pessoas à Frente e coordenado pela pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Michelle Fernandez, o estudo ouviu 70 servidoras públicas em cargos de chefia na esfera federal para entender quais foram seus principais desafios para ascensão na carreira.

A pesquisa revela os principais desafios para elas enfrentaram e as estratégias para igualdade de gênero no setor. A parcela de 45,7% das entrevistadas apontou desrespeito no trato, incluindo o assédio moral, como entrave na ascensão profissional, e 71,4% declararam a dificuldade de conciliação da carreira com o trabalho de cuidado e a maternidade.

Para a diretora executiva do Movimento Pessoas à Frente, Jessika Moreira, o resultado das entrevistas mostra um cenário ainda longe do ideal na perspectiva de igualdade de gênero. “O que as pesquisas têm mostrado é que a presença de mulheres em cargos de liderança diminui na medida em que o nível hierárquico aumenta. Nesse estudo, percebemos que o desafio mais citado é o de não possuírem o direito de errar”, explicou, em nota.

“Além disso, todas as mulheres, inclusive aquelas que não são mães, reconhecem o impacto da maternidade e do trabalho do cuidado enquanto dimensões que as desqualificam diante de seus pares no poder e as colocam como impossibilitadas de ocupar cargos de chefia, funções nas quais supostamente deveriam estar integralmente disponíveis para o trabalho”, acrescentou Jessika.

Para 72,8% das entrevistadas, também pesam na ascensão da carreira, a cobrança excessiva e a expectativa de excelência de seus pares. As relações interpessoais e indicações entre homens foram apontadas por 48,5% das entrevistadas.

“As mulheres, especialmente as negras, relatam que precisam ser infinitamente melhores do que os homens para ocupar as mesmas posições. Tudo isso em um ambiente onde, como mostra a pesquisa, elas precisam conviver com desrespeito e assédio moral diariamente”, ressaltou Jessika.

Fatores para ascensão

Quanto aos fatores considerados relevantes para a ascensão na carreira, o acúmulo de conhecimento técnico e a produtividade são apontados como importantes por quase todas as entrevistadas (66). Em segundo lugar, aparece a rede de relações interpessoais, que foi citada por 60 mulheres.

Esses fatores tornam-se aliados fundamentais para a ascensão de mulheres a cargos de liderança, ainda que desafios como sobrecarga, exigências, estrutura machista e ambientes hostis não tenham sido superados, disse a coordenadora da pesquisa, Michelle Fernandez, professora do Instituto de Ciência Política da UnB.

A pesquisa analisou ainda a percepção das mulheres sobre possíveis estratégias nesse contexto. Para 51,4% das entrevistadas, deveria haver políticas afirmativas para mulheres em cargos de liderança, com reserva de metade dos cargos para elas. A oferta de capacitação e treinamento voltado para lideranças e mentorias entre mulheres foi citada por 42,8% e a institucionalização de políticas de cuidado para inclusão de mães e gestantes, por 28,5%.

O Movimento Pessoas à Frente ressalta que o Brasil ocupa o último lugar (15º) no ranking de participação feminina em cargos de liderança na América Latina, segundo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de 2022. Nota técnica do movimento, com base em dados do Observatório de Pessoal do Governo Federal (2023), mostrou que, apesar de serem maioria na população, as mulheres ocupam 42% dos cargos de chefia no Executivo federal.

Nas funções de natureza especial, como secretarias executivas e subchefias, elas são 27%, contra 73% de homens. Considerando a questão de raça, o cenário é ainda mais excludente,  já que somente 8% de tais cargos são ocupados por mulheres negras. “Precisamos de um funcionalismo que espelhe verdadeiramente as características de nossa população, para que as decisões sejam tomadas de acordo com as reais necessidades dos cidadãos e cidadãs”, avaliou Jessika.

Proposições

Para elaborar recomendações que melhorem o acesso, ascensão e permanência de mulheres na administração pública, o Movimento Pessoas à Frente organizou o Grupo de Trabalho Mulheres no Serviço Público, que reuniu mais de 90 pessoas. Dez encontros ocorreram entre maio e novembro e culminaram no documento Mulheres no Serviço Público – recomendações para acesso, ascensão e permanência”, disponível neste link.

O documento foi lançado nesta quarta-feira (27) durante o Congresso Internacional do Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD), promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, em Brasília.

Começa nesta quinta-feira, em São Paulo, a Virada Sustentável

Maior festival de sustentabilidade da América Latina, a Virada Sustentável começa nesta quinta-feira (28) na capital paulista, chegando à sua 14ª edição. O evento, que conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), propõe ao público que reflita sobre temas como mudanças climáticas, consumo consciente, justiça climática e biodiversidade.

São mais de 800 atividades para todas as faixas etárias até o dia 1º de dezembro. Ao todo, são três blocos de atividades envolvendo cultura, ação e conhecimento, que vão de apresentações culturais a oficinas e seminários.

Este ano, o festival realizará dois piqueniques coletivos, no sábado (30), no Parque do Bixiga, com participação do bloco de samba da Vai-Vai, e no Parque Augusta, com música ao vivo.

O evento também democratiza o acesso a um dos espaços artísticos que muitas pessoas não frequentam por causa do valor das sessões: o cinema. Nesta edição, estão programadas exibições ao ar livre, em locais como o Elevado João Goulart, mais conhecido como Minhocão; no Parque Ecológico Tietê e na Casa das Rosas, que também abrirá as portas para o Slam das Minas SP, com sete poetas finalistas e três rodadas eliminatórias, sendo a primeira inspirada na temática da sustentabilidade.

Para aqueles que preferem manifestações de arte urbana, que alimenta o grande museu a céu aberto que é a capital, há, na programação, instalações dos artistas Mundano e Eduardo Baum, além de projeções de obras de Pedro Vinicio, jovem que faz sucesso nas redes sociais com mensagens irônicas e desenhos despojados quanto à técnica. 

Entre os espaços culturais que compõem a rede de parceiros desta edição do festival e que garantem a capilaridade do evento por toda a cidade estão as unidades do Sesc SP, Senac, as fábricas de Cultura, parques municipais e estaduais, centros educacionais unificados (CEU) e unidades básicas de Saúde (UBS).

A programação completa pode ser conferida no site oficial do evento.

Polícia de São Paulo prende seis suspeitos de praticar o Golpe do Amor

A Polícia Civil de São Paulo prendeu seis pessoas nesta quarta-feira (27), suspeitas de participar do chamado Golpe do Amor, que teria causado prejuízos de cerca de R$ 2 milhões às vítimas.

As prisões ocorreram na capital, em Santo André, Osasco e Itaquaquecetuba. Outros sete suspeitos de participarem do golpe estão sendo procurados.

Segundo a Polícia Civil, os suspeitos aplicavam os golpes pela internet, abordando as vítimas nas redes sociais. Os idosos eram os alvos preferenciais da quadrilha.

Por meio de perfis falsos, os suspeitos prometiam enviar presentes valiosos desde que a vítima depositasse valores que seriam referentes a impostos de encomendas internacionais e taxas de alfândega.

Um homem de 71 anos, morador de Jari, no Rio Grande do Sul, que pensou estar em um relacionamento amoroso com uma mulher que se apresentava como investidora dos Estados Unidos, sofreu um prejuízo de R$ 2 milhões nos últimos dois anos.

Além dos presos, a polícia apreendeu celulares, notebooks e cartões bancários. Os bens e contas bancárias dos envolvidos foram bloqueadas.

A ação contou com a participação de policiais civis da Divisão de Capturas do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e das Delegacias Seccionais de Mogi das Cruzes, Santo André e Barretos. Também atuou a delegacia de Tupanciretã (RS).

MS: indígenas são feridos após ação da PM em protesto em rodovia

Indígenas Terena e Guarani Kaiowá da Reserva de Dourados, no Mato Grosso do Sul, foram feridos na manhã desta quarta-feira (27) durante ação da polícia para desobstrução da Rodovia MS-156. No local, integrantes das comunidades Jaguapiru e Bororó faziam um protesto em razão da falta de fornecimento de água. 

Vídeos registrados pelos indígenas mostram pessoas feridas na perna e na orelha. As imagens mostram munições letais não deflagradas encontradas pelos manifestantes. De acordo com lideranças indígenas locais, os feridos foram levados para o Hospital da Vida, em Dourados. 

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ao menos 15 indígenas foram feridos, sendo que três deles são duas mulheres e uma criança, e que precisaram de internação hospitalar. De acordo com a entidade, dois indígenas foram presos.

“Os policiais invadiram a Aldeia Jaguapiru e atacaram moradias, idosos, crianças e uma escola”, destacou em nota, o Cimi.

Pela manhã, a Tropa de Choque avançou em direção aos indígenas na rodovia e os empurrou para a reserva em Dourados até chegarem a Aldeia Jaguapiru, de acordo com o Cimi. “Os policiais invadiram as ruas da comunidade levando terror aos moradores, arremessando bombas, inclusive nas casas, e atirando em tudo o que se movia”, ressaltou a entidade.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) denunciou a ação da polícia em sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul na manhã desta quarta-feira. “Temos que repudiar aqui a ação truculenta do governo do estado por meio da Polícia Militar. A polícia não pode entrar na área indígena, como está fazendo nesse momento. Se morrer um indígena hoje em Dourados, a responsabilidade vai ser do secretário de Segurança Pública e do comando da polícia”, disse.

Em nota, o governo do Mato Grosso do Sul afirmou que a Polícia Militar, após “esgotadas todas as vias de negociação, e para garantir os direitos constitucionais”, agiu para desobstruir rodovias estaduais que estavam bloqueadas. 

“[Os policiais militares] removeram entulhos e apagaram focos de incêndio nas pistas. As forças de segurança manterão efetivo para garantir a paz em todo território sul-mato-grossense. O governo estadual reforça seu compromisso com a transparência, refutando iniciativas político-eleitoreiras, e age em prol de um caminho de justiça e respeito”. 

O governo estadual disse ainda que manteve contínuo diálogo com os indígenas, em busca “de uma solução pacífica, e lamenta episódios de agressões e enfrentamentos”.

Falta de água

Às 16h35, a rodovia ainda estava interditada e a polícia havia recuado em razão do aumento do número de indígenas que se dirigiram para a região. “Tem crianças, idosos, todos aqui. A gente quer apenas água. Água para viver, para tomar banho, para cozinhar, para comer, para dar remédio para nossos patrícios”, disse a indígena Luzinete Reginaldo.

De acordo com lideranças indígenas locais, a falta de água ocorre há aproximadamente cinco anos por causa do aumento da população nas aldeias Jaguapiru e Bororó. São três poços para atender cerca de 18 mil indígenas. De acordo com o Cimi, a responsabilidade do fornecimento de água é do governo federal em parceria com o estados e prefeituras.

Em nota, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Mato Grosso do Sul, afirmou que mantém um contrato para a distribuição de mais de 70 mil litros de água potável por semana via caminhões-pipa e articula com a prefeitura de Itaporã o fornecimento de 100 mil litros de água por dia, sendo 50 mil destinados a Jaguapiru e 50 mil a Bororó. 

“Além disso, estão em andamento a perfuração de dois novos poços, um em cada aldeia, em parceria com a Prefeitura Municipal de Dourados e a Secretaria de Estado e Cidadania, com previsão de conclusão em até 40 dias”, diz o texto.

O ministério disse ainda que a Sesai também negocia uma solução conjunta com a Secretaria de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, com o governo estadual e a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul). “A proposta inclui a extensão da rede de abastecimento que atende a região urbana de Dourados e a formalização de convênios para operação e manutenção do sistema, visando soluções estruturais e de longo prazo”.

De acordo com o ministério, as comunidades já contam com 14 sistemas simplificados de abastecimento de água, e que eles “não atendem plenamente à demanda local devido a altos índices de desperdício e uso inadequado da água tratada”. 

Paralimpíadas Escolares iniciam em São Paulo com recorde de atletas

As disputas do evento esportivo para crianças e jovens com deficiência considerado o maior do mundo no gênero começaram nesta quarta-feira (27), em São Paulo. Realizadas desde 2006 pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), as Paralimpíadas Escolares de 2024 reúnem 2.013 atletas-alunos (um recorde) representando os 26 estados do país e o Distrito Federal. Eles disputam medalhas em 13 modalidades até a próxima sexta-feira (29), no Centro de Treinamento Paralímpico.

O atletismo é a modalidade com mais competidores (1.010). Entre eles, o único estrangeiro do evento. Nascido em San Félix, cidade venezuelana a mais de 600 quilômetros da capital Caracas, Jorge Tortoledo teve meningite na infância, que atingiu sua locomoção. Ele e a família vieram ao Brasil em 2019, como refugiados, em busca de uma cirurgia para tratar as sequelas da doença. Três anos depois, quando ainda vivia em um abrigo em Boa Vista, foi apresentado ao esporte paralímpico, o que, segundo ele, foi decisivo para permanecer no país.

“Comecei no basquete, por poder usar a cadeira [de rodas] e correr. Um dia, o professor Vinícius [Denardin, coordenador do Centro de Referência Paralímpico de Roraima] me chamou, disse que poderia funcionar melhor no atletismo, pois eu era veloz. Aí fui para o atletismo, treinei só um mês e já me convocaram para viajar [para as Paralimpíadas Escolares de 2022, também em São Paulo]. Fiquei assustado, nunca tinha viajado de avião, mas logo no primeiro campeonato ganhei dois ouros. Graças a Deus conheci aqui [no Brasil] o esporte. Na Venezuela, não tinha nada disso”, contou Jorge, de 17 anos e que compete nas classes F34 (arremesso de peso para atletas que competem sentados) e T34 (provas de pista para cadeirantes).

A delegação do estado conta ainda com Carlos Elielson da Silva, indígena do povo Wapichana, que se concentra principalmente em Roraima e na Guiana. Segundo o Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi), cerca de 11 mil indivíduos da etnia vivem no território brasileiro. O jovem, de também 17 anos, mora na comunidade Tabalascada, em Cantá (RR), a 30 quilômetros de Boa Vista. Ele foi acometido, ao nascimento, por uma paralisia cerebral, que afetou o lado esquerdo do seu corpo.

“Na comunidade do Carlos, os professores de Educação Física souberam que teríamos uma competição em Boa Vista e o levaram com outros alunos para participarem e conhecerem o movimento paralímpico. O Carlos logo teve resultados no atletismo e conseguiu classificação para as Paralimpíadas Escolares. É a primeira competição nacional dele, está um pouco nervoso, mas na hora da prática, com certeza, vai desempenhar”, projetou Vinícius, que também é chefe da equipe de Roraima no evento.

“É minha primeira vez saindo do estado. É um pouco estranho, acho que porque a cidade [São Paulo] é grande. Se for ao pódio, trouxe a bandeira da minha escola [Estadual Indígena Professor Ednilson Lima Cavalcante]. Meu sonho é seguir em frente e viajar por muitos lugares”, declarou Carlos, que está nas classe F37 (arremesso de peso) e T37 (provas de pista), ambas para atletas com paralisia cerebral.

Inspiração ao lado

As Paralimpíadas Escolares são a porta de entrada de jovens atletas com deficiência ao mundo do alto rendimento. Pela competição, passaram muitos que não apenas foram a uma Paralimpíada, mas conquistaram medalhas no megaevento. Casos do paraibano Petrúcio Ferreira, velocista tricampeão paralímpico dos 100 metros da classe T47 (amputados de braço), do brasiliense Leomon Moreno, ouro em Tóquio (Japão) no goalball (esporte desenvolvido para deficientes visuais), e do mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, nadador da classe S2 (para atletas com comprometimento físico-motor severo) que já acumula cinco douradas nos Jogos, três delas obtidas este ano em Paris.

Inclusive, na edição deste ano da competição escolar está justamente um dos medalhistas brasileiros na capital francesa. Bronze no revezamento 4×100 metros livre da classe S14 (deficiência intelectual), o mineiro Arthur Xavier, de 17 anos, participa do evento em São Paulo pela terceira vez.

“É superlegal ver o público que me acompanhou, que torceu por mim, rever amigos de outros estados e competir, claro. Acho que sou mais visado [pelos adversários] por ter essa Paralimpíada na carreira, bate uma pressãozinha, mas tem que acostumar né? É importante [participar] pelos jovens atletas que estão começando agora. Servir de inspiração, para que nunca desistam dos sonhos”, declarou Arthur.

O pernambucano Wagner Leonardo da Silva teve a experiência de competir na raia vizinha a de Arthur, na prova dos 100 metros costas, que reuniu atletas com diferentes deficiências. Atleta da classe S9 (limitação físico-motora menos severa), ele participa das Paralimpíadas Escolares pela quarta vez. Devido a uma osteomielite (infecção óssea), o nadador tinha uma perna menor que a outra. Este ano passou por uma cirurgia para amputar o membro inferior acometido pela doença.

“O cara [Arthur] é uma lenda, uma máquina. Tentei acompanhar, mas não deu certo não [risos]”, brincou Wagner.

Revelação de talentos

A delegação de São Paulo é a maior desta edição das Paralimpíadas Escolares, com 305 representantes. O estado é tanto o atual campeão por equipes como o maior vencedor (11 títulos) do evento. Minas Gerais (176), Santa Catarina (159), Espírito Santo (115) e Mato Grosso do Sul (101) completam o top-5 dos times com mais atletas. Na outra ponta, a Bahia veio com apenas nove competidores à capital paulista.

Além de atletismo e natação, outras 11 modalidades estão em disputa no Centro de Treinamento Paralímpico: basquete em cadeira de rodas (realizado no formato 3×3 ao invés do tradicional 5×5), badminton, bocha, futebol de cegos, futebol de paralisados cerebrais (PC), goalball, halterofilismo, judô, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.

“Nas Paralimpíadas Escolares, conseguimos detectar diferentes talentos de diferentes regiões. Falamos de uma comunidade indígena no extremo Norte do país, mas também temos alunos do Sul, do Nordeste, Centro-Oeste… Alguns vêm com a perspectiva da iniciação, outros para descobrirem o esporte, mas, depois que saem com a medalha no peito, voltam para seus estados para trabalharem, treinarem, quem sabe ingressarem em uma seleção de jovens, depois de adultos e darem orgulho ao país. É inevitável que tenhamos cada vez mais sucesso no movimento paralímpico”, concluiu Vinícius, de Roraima.

Falha elétrica causa transtornos em linha do Metrô de São Paulo

Uma falha iniciada às 6h40 desta terça-feira (26) na estação Tatuapé da linha 3-vermelha do Metrô de São Paulo impactou toda a extensão da linha, provocando a paralisação das composições e deixando as estações lotadas. O problema foi causado por um equipamento elétrico danificado e ocasionou a desenergizacão no trecho, no sentido Corinthians-Itaquera. Às 8h10, após intervenção de uma equipe de manutenção, as vias foram reenergizadas. O processo de normalização começou às 9h58, segundo informações do Metrô. As outras linhas não foram afetadas.

O Metrô informou ainda que, em seguida, já próximo da normalização, passageiros acionaram o botão de emergência em um trem entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Marechal Deodoro, descendo a passarela de emergência da via. Segundo o Metrô, a circulação foi interrompida no trecho para orientação e retirada dos passageiros. “Assim que as vias neste trecho foram liberadas, a circulação dos trens passou a ser feita de forma regular”, informou o Metrô.

Os trens da linha 3 operaram com restrição de velocidade e maior tempo de parada nas plataformas durante toda a ocorrência. O Metrô liberou a transferência gratuita para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) nas estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera e acionou a operação Paese com ônibus no trecho entre as estações Penha e Barra Funda.

“Por questões de segurança, foi adotada estratégia de controle de fluxo de embarque nas estações da Linha 3-Vermelha. As demais linhas não foram afetadas”, disse o Metrô por meio de nota.

ONU: 140 mulheres são vítimas de feminicídio por dia no mundo

Em 2023, 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em todo o mundo, sendo que 60% desses homicídios foram cometidos por um parceiro íntimo ou outro membro da família. O índice equivale a 140 mulheres e meninas mortas todos os dias ou uma a cada dez minutos.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (25), Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, pela ONU Mulheres e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).

De acordo com o relatório Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiro Íntimo ou Membro da Família, o continente africano registrou as maiores taxas de feminicídios relacionados a parceiros íntimos e familiares, seguido pelas Américas e pela Oceania.

Na Europa e nas Américas, a maioria das mulheres assassinadas em ambiente doméstico (64% e 58%, respectivamente) foram vítimas de parceiros íntimos, enquanto, em outras regiões, os principais agressores foram membros da família.

“Mulheres e meninas em todo o mundo continuam a ser afetadas por essa forma extrema de violência baseada no gênero e nenhuma região está excluída”, destacou o relatório.

“Além do assassinato de mulheres e meninas por parceiros íntimos ou outros membros da família, existem outras formas de feminicídio”, alertou a publicação, ao citar que essas demais formas representaram mais 5% de todos os homicídios cometidos contra mulheres em 2023.

“Apesar dos esforços feitos por diversos países para prevenir os feminicídios, eles continuam a registar níveis alarmantemente elevados. São, frequentemente, o culminar de episódios repetidos de violência baseada no gênero, o que significa que são evitáveis por meio de intervenções oportunas e eficazes”, concluiu o documento.

Cabo de aço pode ter causado incêndio em trem em São Paulo

O incêndio que atingiu um trem da Linha 9-Esmeralda da ViaMobilidade na estação Santo Amaro na manhã deste domingo (24), em São Paulo, pode ter sido causado por um cabo de aço que não pertence ao sistema de energia ou ao trem da concessionária.

De com as avaliações da equipe técnica da ViaMobilidade que esteve no local, o cabo de aço foi encontrado próximo à rede aérea onde ocorreu o problema. “A empresa já iniciou apuração interna por meio do seu Comitê Permanente de Segurança (Copese) e registrará um boletim de ocorrência após a conclusão do relatório”, diz a empresa em nota.

A falha elétrica obrigou a concessionária a operar com maiores intervalos entre os trens. “A intercorrência gerou princípio de incêndio em uma das composições, sendo rapidamente apagado. Não houve feridos”, disse a ViaMobilidade.

Em seguida, segundo a empresa, técnicos estiveram no local para o restabelecimento da operação. Os agentes de atendimento e segurança da concessionária atuaram na orientação e no apoio aos usuários.

Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) foi acionado para atender o trecho entre João Dias e Socorro. Às 14h20, as operações foram restabelecidas com os intervalos programados para o período, informou a ViaMobilidade. 

Mais de 1 km de cabos de linha de trem são furtados no Rio de Janeiro

Criminosos furtaram cerca de 1,2 quilômetros de cabos da rede aérea da via ferroviária metropolitana do Rio de Janeiro, na madrugada deste domingo. Segundo a concessionária SuperVia, que administra o sistema ferroviário de passageiros fluminense, o furto ocorreu nas proximidades da estação Barros Filho, na zona norte da capital.

Além do prejuízo estimado de R$ 300 mil, a SuperVia informou que o furto causou transtornos aos passageiros. De acordo com a concessionária, os passageiros do ramal Belford Roxo precisam esperar por mais tempo na estação, além de trocar de composição em Madureira para chegar ao centro da cidade.

“A SuperVia lamenta o transtorno, mas a medida é necessária para que a equipe técnica da concessionária tente realizar os reparos necessários com o objetivo de restabelecer plenamente a operação. Ainda não há previsão para normalização do serviço por causa da falta de segurança na região da ocorrência.  A empresa reforça que a segurança é um valor inegociável e adota todas as medidas possíveis para garantir a integridade de seus clientes e colaboradores”, informou a empresa, por nota, ressaltando que pelo menos 1.500 pessoas (ou cerca de um terço do volume normal do ramal) deixaram de usar os trens.