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Repatriados do Líbano são recebidos por Lula em São Paulo

Ao receber neste domingo (6) 229 repatriados do Líbano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e prometeu trazer para o país todos os brasileiros ou parentes que queiram vir. Os repatriados desembarcaram na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos.

Lula afirmou que os confrontos com o Hamas, na Palestina, e mais recentemente com o Hezbollah, no Líbano, são a maneira que Netanyahu encontrou para se manter no poder.

“Vocês sabem que tivemos uma posição muito dura contra o ato do Hamas de invadir Israel, mas temos também uma posição muito dura contra o governo de Israel, matando crianças e mulheres, sem nenhum respeito pela vida humana. Agora, [a guerra] é uma forma que o presidente Netanyahu encontrou para ficar no poder, que é se vingar dos palestinos, e agora de Beirute”.

Para Lula, “atacar Beirute (capital do Líbano) por conta de um grupo (Hezbollah) que estava querendo atacar Israel é não levar em conta a necessidade de evitar que o povo seja a vítima”. E completou: “Porque, normalmente, a vítima não é quem faz a guerra, é o povo inocente que não quer guerra; as vítimas são nossas mulheres, nossas crianças, porque a gente não perde só a vida, perde escola, hospital, uma série de coisas que trariam tranquilidade”.

A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, também fez um apelo “aos homens do mundo”: “Parem de matar nossas crianças e mulheres. Parem com essa guerra. O mundo precisa de paz, não precisa de mais mortes”.

Ao final, o presidente disse que vai fazer todo o possível para trazer ao Brasil todos os brasileiros, ou libaneses que tenham parentes brasileiros. “Enquanto tiver um companheiro, seja ele brasileiro ou parente de brasileiro lá no Líbano, vamos buscar porque não deixamos ninguém para trás. A gente vai tentar trazer todos aqueles que quiserem vir. Que Deus abençoe a todos, que possam reconstruir a vida aqui e encontrem no Brasil a felicidade que tiraram de vocês lá no Líbano”, completou.  

Lula ressaltou a importância da cultura árabe para o Brasil e o mundo: “Vocês sabem que aqui tem por volta de 8 milhões, 9 milhões de árabes. Provavelmente há mais libaneses morando no Brasil do que no próprio Líbano”. O presidente lembrou que os libaneses ajudaram a construir São Paulo e “têm muita responsabilidade por aquilo que somos”.

Lula vota em São Bernardo e diz que é hora de “corrigir erros”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva votou hoje (6) de manhã em São Bernardo (SP), na escola estadual João Firmino. Ele afirmou que a eleição é o “momento mais extraordinário do povo dizer o que quer, de quem quer e para que quer”. Disse ainda que esta é a oportunidade de o povo corrigir erros eventualmente cometidos em eleições anteriores e criticou as fake news.

“Este momento é extraordinariamente bonito porque as pessoas vão compreendendo quem é que tem programa de governo para a cidade, quem fala que vai governar a cidade com seriedade e cuidar das pessoas, quem fala em respeitar as questões de gênero”, comentou.

Lula se referiu também ao fenômeno atual das fake news nas eleições. Sem citar nomes, criticou candidatos que não têm compromisso com ninguém e que espalham mentiras na campanha. Ele ressaltou a importância de que as pessoas conheçam o currículo e o passado dos candidatos.

“É com essa fé que eu voto. Sempre na perspectiva de que enquanto existir democracia existirá o direito de o povo escolher, para o bem ou para o mal”, disse. E acrescentou: “Quando venho votar,  faço um exercício de democracia em que acredito muito, porque há algum tempo eu não acreditava que um trabalhador pudesse chegar à Presidência pelo voto, um trabalhador pudesse chegar a uma prefeitura por meio do voto e, de repente, a gente governou várias cidades, vários estados e o governo brasileiro”, completou.

Avião da FAB com brasileiros repatriados pousa em São Paulo

A aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, às 10h25 deste domingo (6) com 229 brasileiros e 3 pets a bordo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá recepcionar o grupo.

A aeronave saiu neste sábado (5), às 13h18 (horário de Brasília), do Líbano e fez uma parada em Portugal para abastecimento. Depois, voltou a decolar às 23h56 de Lisboa rumo ao Brasil.

O voo faz parte da primeira fase da Operação Raízes do Cedro, do governo federal, de repatriação de brasileiros. 

Estima-se que 20 mil brasileiros morem em território libanês. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) contabiliza cerca de 3 mil brasileiros que desejam deixar o país, em meio à escalada das operações militares das Forças Armadas de Israel.

Hoje é Dia: Dia das Crianças e 20 anos de Radioagência são destaques

A semana entre os dias 6 e 12 de outubro tem um feriado que, assim como em outros casos, será em um sábado. Em 12 de outubro, é celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil para os católicos.

A data lembra o dia em que uma imagem (que passou a ser considerada como da santa) foi encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em 1717. O dia é feriado no país desde 1980, como contou o História Hoje, da Radioagência Nacional, em 2018.

O 12 de outubro também é o Dia Nacional da Leitura. A data, criada para promover a importância da leitura como ferramenta de educação, cultura e cidadania, foi tema de matérias da TV Brasil, como nesta edição do Repórter Brasil, em 2016:

As datas comemorativas da semana não se restringem ao 12 de outubro. Um dia antes, um veículo da EBC está de aniversário. Nesta data, a Radioagência Nacional completa nada menos do que 20 anos, em 11 de outubro. A história foi contada pela Agência Brasil no ano passado.

Além do aniversário da Radioagência Nacional, há outra data celebrada em 11 de outubro. É o Dia Internacional da Menina. Com a desigualdade de gênero latente em diversas sociedades, a data promove campanhas para garantir que as meninas tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento e crescimento que os meninos e estejam livres de discriminação e abusos. Essa matéria da Agência Brasil aborda o tema.

A semana tem, ainda, datas que celebram a música e o esporte. No dia 7 de outubro, é celebrado o Dia do Compositor Brasileiro. A data serve para homenagear os profissionais responsáveis pela criação de músicas que expressam a cultura e a diversidade do país e foi tema de programas das Rádios EBC, como Ponto do Samba, Tarde Nacional e Viva Maria.

No campo do esporte, temos o Dia do Atletismo. A data, que já nos trouxe alegrias em competições internacionais e também é ferramenta para a melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas, foi tema do Revista Rio no ano passado:

Para fechar a semana, temos uma conquista no esporte. Hoje, completam-se 50 anos do bicampeonato mundial de Fórmula 1 conquistado por Emerson Fittipaldi. O título, ganho a bordo de uma McLaren, foi contado pelo História Hoje, em 2014.

Outubro de 2024

6

Nascimento do ex-atleta de natação catarinense Fernando Scherer (50 anos)

Morte da atriz e cantora portuguesa Amália Rodrigues (25 anos) – conhecida mundialmente como a “Rainha do Fado”

Emerson Fittipaldi torna-se bicampeão mundial de Fórmula 01 (50 anos)

Assassinato de Clarisse Índio do Brasil nas ruas do Centro do Rio de Janeiro (100 anos) – personagem da elite carioca vítima da violência urbana, era famosa por sua caridade e é lembrada por pedir perdão ao seu assassino na hora da morte; em sua homenagem, existe um busto em praça pública do bairro que viveu, Botafogo

7

Morte do autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense Edgar Allan Poe (175 anos) – um dos primeiros escritores americanos de contos e é geralmente considerado o inventor do gênero ficção policial

Nascimento do arquiteto, pintor, desenhista e programador visual paulista Claudio Tozzi (80 anos)

Morte do mestre de artes marciais Carlos Gracie (30 anos) – criador do sistema de arte marcial brasileira Brazilian Gracie Jiu-Jitsu

Morte do maestro e compositor russo radicado no Brasil Georges Moran (50 anos) – suas valsas, fox, sambas, boleros e canções foram gravadas por grandes nomes da MPB entre as décadas de 1930 e 1950

Nasce a primeira bebê de proveta do Brasil (40 anos)

Ocorre a batalha da Praça da Sé, conhecida como “Revoada dos Galinhas Verdes” (90 anos) – episódio no qual forças da esquerda antifascista paulista se uniram para debelar manifestação da Ação Integralista Brasileira

Cientistas descobrem 20 luas em torno de Saturno, tornando-o o planeta com mais luas do Sistema Solar (05 anos)

Dia do Compositor Brasileiro

8

Morte do pianista, organista, saxofonista, arranjador e compositor gaúcho Manfredo Fest (25 anos)

Nascimento do poeta, jornalista, político e livreiro fluminense Evaristo da Veiga (225 anos) – autor do Hino da Independência do Brasil

Morte da comediante e atriz fluminense Zezé Macedo (25 anos) – foi radioatriz do humorístico “Balança, mas não Cai” da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, além de ter participado de váriso filmes e programas de televisão

Morte do cantor e compositor mineiro Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho (25 anos) – formou dupla caipira com seu irmão Pena Branca, recebendo o Prêmio Sharp em 1990

Nascimento do compositor cearense Waldemar Ressurreição (110 anos) – em 1962, criou o grupo vocal Anjos do Sol, com o qual fez apresentações nas Rádios Mauá, Nacional, e Guanabara, além de apresentações nas TVs Rio e Continental

Dia Nacional de Doação de Cordão Umbilical – comemoração criada pela Lei Nº 13.309 de 6 de julho de 2016, com o objetivo de estimular a doação por meio da coleta de sangue do cordão umbilical e da placenta, feita logo após o parto, com o consentimento da mãe

9

Morte do diplomata, poeta e escritor pernambucano João Cabral de Melo Neto (25 anos)

Nascimento da cantora, compositora, produtora musical e poetisa britânica PJ Harvey (55 anos)

Nascimento do músico britânico John Entwistle (80 anos) – baixista e fundador da banda The Who

Nascimento do roteirista e diretor de cinema mexicano Guilhermo del Toro (60 anos)

Morte do filósofo franco-magrebino Jacques Derrida (20 anos) – iniciou durante os anos 1960 o conceito da “Desconstrução” em filosofia

Inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro do Corcovado (140 anos) – inaugurada pelo imperador Dom Pedro II, a linha foi utilizada para transporte das peças para a montagem da estátua do Cristo Redentor, aberto à visitação em 1931

Dia do Atletismo

10

Morte do ator estadunidense Christopher Reeve (20 anos) – seu personagem mais famoso foi como SuperHomem

Morte do cantor e compositor José Gonçalves (70 anos) – da dupla “Zé e Zilda”, formada por ele e sua mulher, Zilda Gonçalves

Dia Mundial da Saúde Mental – comemoração internacional, que foi instituída pela Federação Mundial para a Saúde Mental com o apoio da Fundação de Saúde Mental e da ONU desde 1992

Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher – comemorado desde 10 de outubro de 1980 para marcar a data em que inúmeras mulheres reuniram-se nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, como parte de um movimento de caráter nacional, em protesto contra o então índice crescente de crimes contra mulheres em todo o Brasil

11

Nascimento do cantor e compositor maranhense João do Vale (90 anos)

Morte do escritor e jornalista mineiro Fernando Sabino (20 anos)

Nascimento da tenista paulistana Maria Esther Andion Bueno (85 anos) – conhecida como “A Bailarina do Tênis” e a primeira pessoa de nacionalidade brasileira a vencer um Grand Slam de tênis, no Torneio de Wimbledon

Morte da cantora fluminense Odete Amaral (40 anos)

Roberto Landell de Moura obtém patente norte-americana para o transmissor de ondas, invenção de sua autoria que juntamente com outras tornam o padre gaúcho um pioneiro na ciência da telecomunicação (120 anos)

Yom Kipur (Dia do Perdão) do Calendário Judaico – começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei (que coincide com Setembro, Outubro ou Novembro), continuando até ao seguinte pôr do sol

Dia Internacional da Menina – comemoração instituída pela ONU na Resolução Nº 314 de 19 de dezembro de 2011, com o apoio da entidade canadense, Plano Internacional que atua em mais de 60 países desde 1937, enquanto defensora dos direitos das crianças e promotora da campanha “Porque Eu Sou uma Menina”

Emancipação da cidade de Campina Grande (160 anos)

Lançamento do programa “Escolinha Mirim”, veiculado na Rádio Nacional do Rio de Janeiro (70 anos) – visava ensinar mecanismos de produção de rádio às crianças, e era transmitido nas segundas, quartas e sextas-feiras

Início da Radioagência Nacional (20 anos)

12

Nascimento do jogador de futebol paraense Paulo Henrique de Chagas Lima, conhecido como Paulo Henrique Ganso (35 anos)

Morte do escritor francês Anatole France (100 anos) – Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra

Nascimento da defensora dos direitos das mulheres e das empregadas domésticas mineira Laudelina de Campos Melo (120 anos) – fundou o primeiro sindicato de trabalhadoras domésticas do Brasil

Nascimento do ator goiano Jovane Nunes (55 anos) – membro do grupo teatral brasiliense Os Melhores do Mundo

Inauguração do primeiro Centro Cultural do Banco do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (35 anos)

Fundação do Coritiba Football Club (115 anos)

Lançamento da Missão Espacial Voskhod 1, da União Soviética (60 anos) – no contexto da Corrida Espacial durante a Guerra Fria, o voo da Missão Voskhod 1 superou as marcas do projeto estadunidense Gemini, tornando-se o primeiro de uma nave espacial soviética a transportar mais de um cosmonauta ao espaço, o primeiro sem o uso de trajes espaciais pela tripulação e o primeiro a transportar um engenheiro e um médico para fora da Terra. O voo também estabeleceu um recorde de altura para um voo tripulado, alcançando um apogeu de 336 km

Dia das Crianças

Dia da Hispanidade ou Dia de Colombo – feriado que celebra a chegada de Cristóvão Colombo à América em 12 de outubro de 1492, sendo este também o dia dedicado à Nossa Senhora do Pilar, padroeira da Hispanidad. A data é comemorada em todos os países de Língua espanhola e também nos Estados Unidos

Dia da Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil

Dia Nacional da Leitura

Aniversário da Região Administrativa do Gama – RA II

Início da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis

Segurança, moradia e transporte são principais desafios de São Paulo

A capital paulista tem o maior orçamento municipal do país, com uma receita bruta de R$ 93 bilhões. Também é o município com a maior população, com 11,4 milhões de moradores. Cerca de um em cada 17 brasileiros moram na cidade, principal centro financeiro do país e uma das principais vitrines da política nacional. Como espelho do Brasil, reflete as suas enormes desigualdades, com indicadores sociais em patamares extremamente baixos em segmentos básicos, como saúde e educação.

No entanto, apesar de índices baixos em setores fundamentais para a qualidade de vida dos moradores, tais assuntos não estão no centro das discussões da atual campanha eleitoral, segundo especialistas consultados pela Agência Brasil.

Com base em levantamentos do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC) do Instituto Cidades Sustentáveis, sob os parâmetros das metas definidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alguns pontos deveriam merecer mais atenção dos candidatos a prefeito da cidade. Caso da segurança pública, uma vez que São Paulo, embora até seja bem avaliada num aspecto geral deste quesito, ostenta uma má avaliação em pontos como mortes por agressão, mortes por armas de fogo e o homicídio juvenil masculino.

Além disso, a população paulistana ainda convive com altos índices de crimes considerados de menor potencial ofensivo, como o furto de celulares. São Paulo tem a terceira maior taxa de roubo de aparelhos do país, com 1.781 unidades subtraídas para cada 100 mil habitantes, ficando atrás apenas das capitais Manaus e Teresina.

Para o sociólogo Benedito Mariano, ex-secretário de segurança da capital e das cidades de São Bernardo, Diadema e Osasco, na região metropolitana de São Paulo, a segurança deve ser voltada para a prevenção e valorização dos aspectos transversais, como a mediação de conflitos. Também defende a integração das polícias civil e militar e o uso de estratégias de inteligência, direcionando mais esforços ostensivos da Guarda Civil Metropolitana.

Sem entrar no mérito das propostas dos candidatos, em geral mais centradas em aumento de contingentes da guarda e investimentos em mais efetivos em equipamentos, Mariano defende o chamado policiamento de proximidade, quando “os policiais ficam mais perto da população, presentes no dia a dia da cidade em seus horários de pico, que circundam pontos de ônibus, além dos entornos de escolas, grandes comércios das áreas periféricas e na própria região central”. 

O ex-secretário sinaliza ainda para o uso de monitoramento, com câmeras de segurança, recurso cada vez mais presente no cotidiano da metrópole. Neste caso, ele afirma que tais equipamentos criam a “sensação” de segurança aos moradores, além de contribuírem, de fato, para inibir a prática de crimes e fornecerem subsídios importantes para a investigação daqueles já realizados.

Mas para uma ação mais efetiva no combate ao crime na capital, assim como em outras localidades com altos índices de criminalidade, Mariano aponta que São Paulo precisaria investir no chamado policiamento preventivo e comunitário. Algo que não fere as atribuições das Guardas Municipais, impedidas por lei de realizar policiamento ostensivo repressivo.

“A guarda municipal, além de cuidar de próprios públicos pode, em atribuição vinda de lei, fazer exclusivamente policiamento preventivo e comunitário.  O que cabe ao município é (o que chamamos) segurança municipal cidadã articulando a segurança com esporte, cultura, educação e outras secretarias sociais. Os municípios são os mais preparados, os mais vocacionados para introduzir a política de prevenção e. portanto, contribuir para oxigenar o sistema”, explica Mariano.

Moradia e transporte derrubam a qualidade de vida na cidade

Vista geral da cidade de São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Outros indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) no qual a cidade tem um longo caminho a percorrer para melhorar seus indicadores estão na qualidade da moradia dos mais pobres e no tempo de transporte gasto diariamente nos deslocamentos do dia a dia.

Para o engenheiro e mestre em Transportes pela Escola Politécnica da USP, Sergio Ejzenberg, as soluções para esse problema passam pelo investimento em transporte de massa de alta capacidade, com apoio aos investimentos estaduais em transporte sobre trilhos e aumento e integração dos corredores de ônibus.

“Nossa rede de metrô é muito acanhada. Temos 100km de linha, mas precisamos de no mínimo 400 km para ter um serviço adequado. Cheio ou vazio é um modal com velocidade constante, pois para ele não há congestionamento. O tempo de viagem é curto e isso faz o tempo de deslocamento ser aceitável. O de hoje é inaceitável, cruel e desumano, e arrebenta com a estabilidade psíquica e física das pessoas. Essa é a prioridade”, explica o engenheiro.

“É uma questão de ampliar a cobertura espacial da rede – que já realiza 15 milhões de viagens diárias na cidade de São Paulo e mais de 20 milhões se considerarmos toda a região metropolitana -, aumentando sua capilaridade e dando mais opções de trajeto para os moradores”, completou Ejzenberg.

Uma outra falha no transporte municipal apontada pelo pesquisador está no formato da participação que define seus investimentos. Para ele, há uma lógica de participação ineficaz, centrada em audiências públicas pouco transparentes.

“Uma boa audiência pública pode melhorar um bom projeto ou enterrar um mau projeto”, mas o modelo atual facilita processos nos quais falta equilíbrio e a audiências se limitam muitas vezes a um jogo de cena no qual se esvazia a participação da população, em favor de outros interesses”, criticou ele.

Aliás, a participação popular, não apenas no tema do transporte público, como nas demais áreas da administração municipal, é uma diretriz muito pouco presente nos programas dos candidatos a prefeito, quando não completamente inexistente.

Outro parâmetro desafiador ao próximo governante da cidade de São Paulo, apontado no estudo do Cidades Sustentáveis, está no quesito habitação popular e o acesso às moradias. Para o professor Paulo Silvino, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), “a questão não pode ser discutida sem deixar de lado que a existência da pobreza na cidade, que é relacionada à sua dinâmica econômica, pois onde há muita riqueza há muita pobreza”.

Conforme o professor, “a riqueza, no modo capitalista de produção, se constrói a partir dela (a pobreza). Na urbanização de São Paulo temos a materialização desse modelo de crescimento, com a riqueza em seu centro e com a pobreza em suas periferias. Administrar São Paulo é administrar sua pobreza. Não é possível impedir ela, mas é possível criar políticas para uma vida digna.”, explicou Silvino.

O pesquisador e diretor executivo do Instituto Polis, Rodrigo Iacovini, complementa a posição ao ressaltar que “a perpetuação da pobreza tem sua origem na manutenção das desigualdades colocadas a partir da exploração da mão de obra e da exploração do trabalho da população de baixa renda, tendo relação bastante intensa com elementos de raça e gênero”.

Mas o que é que pode ser melhorado a partir da atuação das gestões municipais? Iacovini explicou que há políticas que fomentam dinâmicas mais justas de produção, com incentivos à economia popular, à geração de emprego e renda, e a partir de negócios comunitários e a do pequeno produtor rural, além de incentivos que também garantam a subsistência do pequeno comércio, que muitas vezes é tocado por uma única família ou por uma única pessoa.

Essas questões tem aparecido pouco na campanha, segundo o docente da FESPSP, para quem não se tem discutido as propostas em um debate que está sendo sequestrado por cadeiradas e xingamentos entre os candidatos.

Os planos de governo têm alguma proposição, genérica, mas isso nem chega ao público, que não busca esses planos através de uma leitura crítica. Essa falta de procura, porém, não quer dizer que o povo não saiba votar, destaca o pesquisador, para quem “a gente tem de tomar cuidado quando se critica a consciência política da população. Ela pode não ter clareza, do ponto de vista ideológico, mas as pessoas possuem posições e sabem o que querem”.

Queimadas aumentam em São Paulo e atingem 10 municípios

Os incêndios em áreas de mata no estado de São Paulo aumentaram nesta quarta-feira (2). De acordo com a Defesa Civil, dez municípios paulistas estão com focos de incêndio ativos na área rural. Nesta terça-feira (1º), os municípios atingidos eram três.

Estão enfrentando incêndios os municípios de Pirapora do Bom Jesus, na região de Osasco; São Luiz do Paraitinga e São José dos Campos, no Vale do Paraíba; Luiz Antônio, na região de Ribeirão Preto; Guararapes, próximo a Araçatuba; Bebedouro, na região de Barretos; Nazaré Paulista, Piracaia e Serra Negra, na região de Campinas; e Salmourão, na região de Presidente Prudente. 

Segundo o governo do estado, além das equipes em terra, os focos de fogo estão sendo combatidos com a utilização de sete aeronaves, cinco aviões e dois helicópteros.

A Defesa Civil mantém ativo o alerta de Risco Elevado para incêndios florestais nas regiões de Campinas, São Paulo e Itapetinga. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de perigo devido a baixa umidade para a região norte do estado, na região de Ribeirão Preto, Franca e São José do Rio Preto. 

A propagação de uma fraca frente fria ao largo do litoral paulista deverá mudar o tempo nesta quinta-feira (3) na faixa leste do estado. O dia terá muitas nuvens e condições para chuva fraca de baixo volume acumulado na região.

Na sexta-feira (4), o sistema frontal se afasta para o litoral fluminense. No entanto, os ventos que sopram do mar ainda favorecerão o ingresso de umidade e a formação de muita nebulosidade na faixa leste paulista.

“São pessoas explodindo”, diz brasileira à espera de resgate no Líbano

A brasileira e dona de casa Lindaura Lianes Hijazi, de 51 anos, está vivendo em um abrigo lotado de desabrigados na capital do Líbano, em Beirute, com o marido e dois filhos pequenos. Ela deixou a própria casa depois que o bairro em que vive, ao sul da cidade, foi devastado pelos bombardeiros de Israel. A família de Lindaura aguarda o avião enviado pelo governo brasileiro para poder deixar o país.

“Esses mísseis derrubaram mais de sete edifícios pertinhos da minha casa. O lugar em que eu morava está todo devastado. Uma bomba dessas explode um edifício inteiro. Na última vez em que estava em casa, eles jogaram mais de dez bombas. e sem avisar ninguém. Treme tudo igual terremoto. Eu achei que ia morrer na hora”, relatou a brasileira natural de Assis Chateaubriand, no interior do Paraná.

Lindaura vive no Líbano desde 1991 e presenciou outras duas guerras. Ao todo, ela têm seis filhos, sendo dois menores de idade. A dona de casa relatou o horror que foi o ataque de Israel por meio dos pagers, quando centenas de rádios portáteis de comunicação explodiram em diversos pontos do Líbano visando lideranças do Hezbollah. Ao todo, morreram ao menos doze pessoas e 3 mil ficaram feridas. 

 Fumaça e fogo de bombardeio visto da varanda da casa da brasileira, em Beirute. Foto – Lindaura Lianes Hijazi/Arquivo Pessoal

“Você andava na rua e via as pessoas explodindo para todo lado. Era no shopping, era em todos os lugares. Perto da minha casa explodiram dois. Os rins do cara caíram no chão. Estourou um apartamento inteiro só por um aparelho desses”, relatou a brasileira.

Lindaura decidiu abandonar a residência depois do quinto bombardeio em seu bairro e que toda essa região da cidade hoje está vazia. Ele lamentou ainda que o banco dela não permite realizar saques maiores que US$ 300 dólares por mês e que, por isso, não consegue comprar passagens aéreas para deixar o Líbano.  

“Agora a gente está esperando, se Deus quiser, o presidente Lula para a gente pegar o avião para nos resgatar. Se não fossem meus dois filhos pequenos, eu ficava aqui”, destacou a brasileira.

Lindaura falou também sobre a pressão psicológica que ela, os filhos e a família têm sofrido. “Minhas crianças são fortes igual eu, mas elas gritam e se desesperam quando caem as bombas. Minha cunhada, que é libanesa, fica desesperada ao ouvir os sons das bombas. Ela começa a bater na própria cabeça e a ficar branca. Ela não consegue ficar em pé”, disse.

Entenda

Desde o último dia 23 de setembro, Israel tem realizado bombardeios massivos contra cidades libaneses. Estima-se que, em pouco mais de uma semana, mais de 1 mil pessoas morreram e 1 milhão precisaram abandonar suas casas, segundo agências das Nações Unidas (ONU).

Israel alega que os ataques contra o Líbano visam destruir a infraestrutura e as lideranças do Hezbollah, grupo político e militar que tem realizado ataques contra o norte de Israel em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza. O grupo promete manter os ataques enquanto continuar a ocupação de Gaza pelas forças israelenses. 

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decorou do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (02/10) com destino a Beirute. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), cerca de 3 mil brasileiros desejam deixar o Líbano.

Este é o número de pessoas que procuraram a Embaixada do Brasil em Beirute com pedido de repatriação. A maior comunidade de brasileiros no Oriente Médio atualmente está justamente no Líbano. Ao todo, 21 mil brasileiros vivem no país.

Programas educacionais são estratégicos para autoestima de estudantes

“Você que está com dificuldade de estudar, peça ajuda a alguém, que alguém pode te ajudar. Se tiver estudo, você tem tudo”. A frase é de Ygor, 15 anos de idade. Ele é de Aracaju e estuda na Escola Estadual Poeta Garcia Rosa, onde faz parte do Programa Sergipe na Idade Certa (Prosic).

O programa é voltado para corrigir a distorção idade-série em um estado que chegou a ocupar a primeira posição nacional na porcentagem de estudantes que estão fora da idade considerada correta para os estudos. Ygor é um desses estudantes. E foi no programa que ele superou uma grande defasagem: não sabia ler.

“Quando eu entrei aqui eu não sabia de nada, eu não tinha amigos, as professoras começaram a me ensinar a ler. Agora eu estou conseguindo ler e escrever, que eu não sabia direito”, conta em vídeo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), parceiro no programa.

Garantir que os estudantes sigam o fluxo escolar, não reprovem e aprendam o que é esperado para cada etapa de ensino é uma das formas de garantir que todos concluam os estudos, que como afirmou Yago, são tão necessários para a inserção na sociedade.

No Brasil, a educação é obrigatória dos 4 aos 17 anos de idade. Os anos finais do ensino fundamental, etapa que vai do 6º ao 9º ano, são considerados cruciais. E é cursada, idealmente, entre 11 e 14 anos. Estudos mostram que é uma etapa na qual os estudantes enfrentam grandes mudanças na própria vida, com a entrada na adolescência. Também, geralmente, mudam-se para escolas maiores e lidam com aprendizagens mais complexas. Trata-se de um período considerado determinante para que as pessoas concluam os estudos, até o final do ensino médio.

O abandono dos estudos e a evasão escolar dificultam inclusive a inserção no mercado de trabalho. No Brasil, em 2023, entre os jovens de 15 a 29 anos de idade, cerca de 10 milhões, o equivalente a 22%, não estudavam e não trabalhavam. Cerca de 4 milhões de jovens não estudavam, não trabalhavam e não haviam concluído a educação básica – etapa que vai da educação infantil ao ensino médio. Os dados foram compilados pela plataforma QEdu Juventudes e Trabalho, a partir de pesquisas oficiais.

Formação intensiva

Em Sergipe, o Prosic acelera os estudos, para que os estudantes não fiquem tão atrasados. No fluxo regular, demoraria 4 anos para concluir os anos finais do ensino fundamental. Pelo Prosic, isso é feito de forma intensiva, por 2 anos. Yago está agora no chamado fluxo 4, cursando juntos o 8º e o 9º anos.

“Nosso estado tinha uma das maiores quantidade de meninos em idade incorreta na sala de aula. Esse número geral era de 39,4%. E para você ter ideia, o ano mais crítico, que é o 6º, a gente estava com 48,8% de distorção, e isso acionou um alerta”, explica o professor Everton Pessan, que trabalha com a formação em língua portuguesa dos professores que irão atuar no Prosic.

“O programa surgiu para tentar mudar esses indicadores. Desde 2019, já passaram por nós cerca de 42 mil estudantes, e a nossa distorção geral caiu de 39,4% para 22,5%”, disse o professor.

A grande vantagem do Prosic para os alunos, explica Pessan, é acabar os estudos em menos tempo. “Acaba mais cedo, né? Ele adianta os estudos e o que ele quiser fazer lá na frente. O incentivo é justamente adiantar os seus estudos”, ressalta.

As aulas são intensivas e não são como as do ensino regular. Os estudantes recebem uma atenção especial, de acordo com a professora de língua portuguesa Elaysa Lima, da Escola Estadual Poeta Garcia Rosa. “O estudante já se sente excluído ali daquele grupo, já tem aquele aquele receio de participar das atividades. Muitos sentem que não conseguem, que são incapazes. E aí, essas turmas são importantes. A gente faz o trabalho também de autoestima desses alunos, para que eles saibam que podem, que são capazes. O professor, em uma turma regular, não tem como dar atenção a todos os alunos que estão em um nível de aprendizagem diferente. A turma do Prosic ainda tem a vantagem de ter um número menor de alunos, o que também facilita”, explica Elaysa.  

O professor Pessan ressalta que esse cuidado com a autoestima é bastante trabalhado na formação dos professores. “Uma coisa que eu falo aos professores é que nem todo mundo que está reprovando ou já reprovou, necessariamente tem problemas de aprendizagem. Eu era um menino muito tranquilo em relação aos estudos, mas foi o ano que meus pais se separaram, a gente mudou de cidade, e acabei reprovando. Aí ficou um caos na minha cabeça. A gente sabe que dentro da bolha social onde eles [estudantes] vivem, de fato acontecem muitas coisas. Então, o que a gente fala para esses professores é não olhar esse menino com repúdio, como se fosse fracassar. Se não for a escola, quem que vai abrir as portas para ele? A gente tem que pensar dessa maneira”.

Escola das adolescências

Em julho deste ano, o governo federal lançou o Programa de Fortalecimento para os Anos Finais do Ensino Fundamental – Programa Escola das Adolescências, que tem como objetivo construir uma proposta para a etapa que se conecte com as diversas formas de viver a adolescência no Brasil, promova um espaço acolhedor e impulsione a qualidade social da educação, melhorando o acesso, o progresso e o desenvolvimento integral dos estudantes.

O programa reúne esforços da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e prevê apoio técnico-pedagógico e financeiro, produção e divulgação de guias temáticos sobre os anos finais e incentivos financeiros a escolas priorizadas segundo critérios socioeconômicos e étnico-raciais.

Em setembro foi realizado o Seminário Internacional Construindo uma Escola para as Adolescências, para discutir como o Brasil e outros países estão lidando com a garantia de uma educação de qualidade e quais as principais estratégias para combater a reprovação e o abandono escolar. O Prosic estava entre as iniciativas apresentadas.

Escuta

Outra ação realizada no âmbito do programa foi a Semana da Escuta das Adolescências nas Escolas realizada em maio, quando os estudantes responderam a questionários sobre o que pensam sobre a escola, as aulas, os funcionários e os colegas. Ao todo, 2,2 milhões de estudantes de 20 mil escolas participaram. Uma das escolas participantes foi, no Rio de Janeiro, a Escola Municipal Nilo Peçanha.

A escola tem um diferencial. Foi transformada em um dos Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da prefeitura da cidade. Trata-se de um modelo de ensino que usa a tecnologia para estimular a participação dos alunos e o desenvolvimento de habilidades em diversas áreas. A intenção é justamente tornar a escola um ambiente mais atrativo e mais conectado à vida dos estudantes.

O professor articulador de projetos do GET Antonio Miranda explica que tanto a escola quanto os alunos ainda estão se adaptando, mas que os resultados têm sido bons. Um deles é justamente uma maior proximidade e escuta constante dos alunos. “Tudo é chato para eles, chatão como eles falam”, brinca. Então,  uma das estratégias é permitir um maior protagonismo deles ou, como o professor prefere denominar, uma autoria.

“Um exemplo. A gente tem agora em outubro na nossa feira de ciências. Um grupo do 7º ano vai trabalhar com fungos. Um aluno me trouxe uma matéria que eu desconhecia completamente, que são fungos que se alimentam de radiação. Foi uma pesquisa feita por ele, no laboratório. Ele foi associando as ideias e buscando por conta própria”, explicou, acrescentando que é esse tipo de aprendizagem que o modelo de ensino tenta estimular.

Para Marcelle Muniz, 13 anos de idade, estudante do 8º ano, essa é justamente uma das diferenças da Escola Municipal Nilo Peçanha em relação à antiga escola. 

“Às vezes, o importante é você aprender. Então, às vezes, o professor tem que  se adaptar a esse aluno, que tem mais dificuldade. E como é que vai saber a dificuldade que o aluno tem se não conversar? Por isso é importante ter essa troca. Na minha antiga escola, os professores e os alunos não tinham muito essa troca, a maioria dos alunos tinha medo. Inclusive quando eu cheguei aqui nessa escola, eu realmente fiquei com medo”, disse a estudante Marcelle.

Aos poucos, ela foi perdendo o medo. “Até mesmo antes dessa Escuta dos Adolescentes eu percebi que os professores realmente conversam, tem uma troca boa, e isso fez eu me sentir muito mais confortável até mesmo para perguntar, porque eu acho que é importante na aprendizagem você perguntar, que aí sim, você aprende”.  

Os colegas de Marcelle concordam. “Ter essa acolhida dos alunos eu acho importante, porque quando não se sente ouvido ou com direito de interagir com o professor, isso pode acabar desmotivando o aluno a estudar”, disse o estudante do 9º ano, Isaac Filipe, 15 anos de idade.

“A escuta é importante porque a gente pode conversar com os professores, com a diretoria, para falar o que a gente tá sentindo da escola”, disse o estudante do 8º ano, Pedro Araújo, 13 anos de idade. “Tem gente que aprende de um jeito. Tem gente que aprende de outro. É bom escutar por causa disso”, complementa a estudante do 9º ano, Jéssica Maysa Sousa, 15 anos de idade. 

São Paulo usa 7 aeronaves no combate a incêndio em estação ecológica

A Defesa Civil do estado de São Paulo chegou a usar sete aeronaves na tarde desta terça-feira (1º) para combater o incêndio na mata da Estação Ecológica de Jataí, a maior reserva paulista de Cerrado, no município de Luiz Antônio, na região de Ribeirão Preto. 

O incêndio, que começou há quatro dias, ainda não foi extinto. O combate ao fogo está sendo feito com dois helicópteros e cinco aviões que despejam na área produto retardante de chamas.

A Defesa Civil ainda não divulgou a extensão da mata atingida pelo fogo na estação ecológica. A Estação Ecológica de Jataí abrange uma área superior a 9 mil hectares. 

Além do incêndio na Estação de Jataí, há registro de fogo em mata, no estado de São Paulo, nos municípios de Guararapes, na região de Araçatuba, e em Tabapuã, na região de São José do Rio Preto.

Em Pirapora do Bom Jesus, um incêndio em vegetação foi controlado na Fazenda Jaboticabal, próximo à Serra do Japi. Estima-se que a área atingida foi de 48 hectares. No momento, equipes da Defesa Civil permanecem monitorando focos isolados de fogo, sem risco de propagação.

Animais

Desde o fim da semana passada, animais resgatados dos incêndios florestais que vêm atingindo o interior paulista desde agosto começaram a retornar à natureza. Na última sexta-feira (27), um tamanduá-mirim foi solto na região de Ribeirão Preto. Um furão reabilitado em um centro de atendimento em São Roque também já voltou à vida livre.

De acordo com o governo do estado de São Paulo, 94 animais foram resgatados e levados a um dos centros de recuperação da rede de atendimento do estado: 53 morreram, dois foram reabilitados e devolvidos ao seu habitat e o restante continua em tratamento.

Saúde e Cidades são pastas mais afetadas por contenção de R$ 13,3 bi

Mesmo com a liberação de R$ 1,6 bilhão do Orçamento Geral da União, os Ministérios da Saúde e das Cidades continuam a ser as pastas mais atingidas pelo congelamento de R$ 13,3 bilhões. A distribuição das verbas foi detalhada em decreto publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União no fim da noite desta segunda-feira (30).

No último dia 20, o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento, reverteu o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões anunciado em julho, mas elevou as despesas bloqueadas de R$ 11,2 bilhões para R$ 13,3 bilhões.

Segundo o relatório, o volume de despesas bloqueadas subiu R$ 2,1 bilhões, passando de R$ 11,2 bilhões para R$ 13,2 bilhões, mas o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões anunciado em julho foi revertido, liberando o total de R$ 1,6 bilhão em gastos. O bloqueio adicional teve de ser redistribuído entre os ministérios, o que, pela legislação, é definido dez dias depois da publicação do relatório.

Tanto o contingenciamento como o bloqueio representam cortes temporários de gastos. O novo arcabouço fiscal, no entanto, estabeleceu motivações diferentes. O bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem mais que o limite de 70% do crescimento da receita acima da inflação. O contingenciamento ocorre quando há falta de receitas que comprometem o cumprimento da meta de resultado primário (resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública).

Pelo decreto publicado na segunda à noite, o Ministério da Saúde teve R$ 4,5 bilhões bloqueados, R$ 100 milhões a mais que o valor retido no relatório anterior, em julho. As demais pastas tiveram alívio orçamentário, por causa da reversão do contingenciamento de R$ 3,8 bilhões.

Mesmo com a redução na verba congelada, o Ministério das Cidades ficou em segundo lugar, com R$ 1,8 bilhão, com o Ministério da Educação em terceiro, com R$ 1,4 bilhão.

O governo também cortou as emendas parlamentares em R$ 974,9 milhões. Apesar de quase todas as emendas serem impositivas, a legislação estabelece que, em caso de contingenciamentos ou bloqueios, elas sofrem um corte linear (mesmo percentual para todas as emendas) na mesma proporção do corte das despesas discricionárias (não obrigatórias).

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teve redução de R$ 3,7 bilhões. Tanto o bloqueio quanto o contingenciamento de despesas é feito em gastos discricionários. A contenção pode atingir tanto gastos de custeio (manutenção da máquina pública, como energia, internet, água, diárias, passagens e material de escritório) como investimentos (obras públicas e compra de equipamentos).

A contenção de despesas é feita na verba não obrigatória dos ministérios. Portanto, o ajuste é feito em investimentos e gastos de custeio, como energia elétrica e água, diárias e passagens e serviços de comunicações.

Déficit primário

Para este ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê meta de déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,75 bilhões para mais ou para menos, o equivalente a 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB). A última versão do relatório reduziu a previsão de déficit para R$ 28,3 bilhões, dentro da margem de tolerância.

A estimativa foi reduzida porque o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas incorporou um aumento de arrecadação de R$ 30,1 bilhões em recursos não administrados pela Receita Federal. A maior parte desse total, R$ 18,3 bilhões, vem da aprovação da lei que compensará a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027.