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Tempestade deixa 660 mil casas sem luz na região metropolitana de SP

A série de chuvas que atingiu a região metropolitana de São Paulo na tarde desta sexta-feira (20) deixou 660 mil clientes da concessionária Enel sem luz. A empresa havia comunicado plantão especial ontem, quando a Defesa Civil estadual emitiu alerta para mau tempo em todo o estado para essa sexta e sábado. 

A cidade de Pirapora do Bom Jesus tem cerca de 35% das residências sem luz por volta das 18h. Mauá e Itapecerica da Serra tiveram cerca de 27% atingidos, enquanto Osasco tem 20%, ou cerca de 70 mil domicílios, sem abastecimento. 

A capital teve 425 mil clientes, de um total de 5 milhões e meio, atingidos, além de registro de trânsito recorde, com mais de 600 km de engarrafamentos.

A Enel informou que as pancadas de chuvas acompanhadas por ventos que atingiram a área de concessão impactaram o fornecimento de energia para alguns clientes das regiões Leste e Norte, principalmente. “Acionamos antecipadamente o plano de operação, com mobilização adicional das equipes em campo que seguem trabalhando para restabelecer a energia o mais brevemente possível para os clientes que tiveram o serviço afetado”, disse a empresa. 

As fortes chuvas ocasionaram diversos registros de alagamento, dos quais 9 pontos permaneciam intransitáveis no começo da noite. Oito rios, nas zonas norte e leste da capital, têm registro de extravasamento, enquanto outros três estão em estado de alerta. 

Na estação meteorológica de Santana, na zona norte da cidade, houve registro de ventos de mais de 80km/h. A Defesa Civil também chamou atenção para o impacto nas regiões de São Carlos e Campinas, sem detalhar as ocorrências. Não houve registro de desaparecidos ou mortos até o momento.

O corpo de bombeiros estadual registrou 97 chamados para quedas de árvores na região metropolitana.

O Aeroporto de Congonhas informou que três voos foram desviados para outros aeroportos por conta do mau tempo, mas que continua operando normalmente.

Litoral paulista

O litoral norte também foi afetado pelas chuvas. Segundo a Defesa Civil estadual, a frente fria deve causar mais impactos hoje. “Para as próximas horas, a frente fria continuará se deslocando pelo Estado de São Paulo e provocando pancadas de chuva forte, seguidas por raios e vento na região de São Sebastião-SP”. 

As chuvas devem ter acumulados de 65mm nas próximas 24h e com rajadas que ficarão em aproximadamente 75km/h.

De acordo com os dados da estação meteorológicas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) em São Sebastião entre 12h e 14h foram observadas rajadas de vento de 20 km/h e chuva acumulada de 18,5 mm.

A prefeitura informou que os alagamentos levaram ao fechamento de unidades de saúde nos bairros Pontal da Cruz, Boiçucanga 1 e 2, Cambury 1 e 2, Barra do Sahy e Juquehy 1 e 2. “A cidade recebeu investimentos de reconstrução após chuvas históricas em janeiro de 2023, quando 65 pessoas morreram no litoral norte após fortes tempestades”, informa a prefeitura. 

 

Região Sul tem previsão de tempestade para este final de semana

A previsão é de tempestades para a Região Sul nos próximos dias. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), novas áreas de instabilidade devem ocorrer entre esta sexta-feira (13) e domingo (15), com rajadas de vento, pancadas de chuva e condição para granizo.

A instabilidade é formada pelo calor e umidade e perturbações no escoamento do vento em altos níveis da atmosfera, associados à formação de uma ampla área de baixa pressão atmosférica. No entanto, segundo o Inmet, ainda há divergência sobre a intensificação desse sistema de baixa pressão que poderá dar origem a um ciclone extratropical próximo da costa do Rio Grande do Sul.

As áreas mais atingidas devem ser o sul e leste gaúcho, com condições para rajadas de vento acima dos 60 km/h e pancadas de chuva eventualmente fortes. Na segunda-feira (16), o sistema deve se deslocar para alto-mar.

Alertas

Em comunicado, o Inmet destacou a importância do acompanhamento das emissões dos avisos meteorológicos especiais nos próximos dias. “Fique atento aos comunicados da Defesa Civil de sua cidade”, alertou.

Na semana passada, entrou em operação nos estados do Sul e Sudeste o novo sistema de alertas de desastres de grande perigo da Defesa Civil Nacional. O Defesa Civil Alerta utiliza a rede de telefonia celular para emitir alertas gratuitos, com mensagem de texto e aviso sonoro, para a população que estiver em área de risco potencial.

Os alertas são disparados pelas defesas civis de estados e municípios para a população em área com cobertura de rede 4G ou 5G e com risco iminente de alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terra, vendavais, chuvas de granizo e outras situações. As pessoas não precisam fazer cadastro prévio para receber as informações de autoproteção, ele será automático.

O Defesa Civil Alerta é para casos de desastres de grande perigo. Para os desastres de menor intensidade, com menor comprometimento da segurança das pessoas, os demais mecanismos, como SMS, TV por assinatura, WhatsApp e Google, permanecem vigentes.

Comércio ilegal movimenta R$ 4,5 bi na região metropolitana do Rio

O mercado ilegal movimenta, por ano, R$ 4,5 bilhões na região metropolitana do Rio, revela pesquisa divulgada nesta segunda-feira (9) pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a Fecomércio, o número supera em cerca de R$ 1 bilhão o total das compras feitas em todas as datas comemorativas, como o Natal, os dias das Mães, dos Pais, dos Namorados e das Crianças, além da Black Friday e da Páscoa.

A pesquisa, que ouviu 981 consumidores da região metropolitana nos dias 13, 14, 21 e 22 de novembro, foi apresentada na semana passada, na última reunião deste ano do Conselho de Combate ao Mercado Ilegal da Fecomércio RJ.

Conforme o estudo, 55,2% dos entrevistados relataram que já compraram produtos no mercado informal, pelo menos uma vez na vida. “O gasto médio mensal com a compra desses produtos fica em R$ 129. A estimativa de movimentação financeira por mês é de R$ 376,7 milhões”, mostrou o estudo do IFec RJ.

A pesquisa indicou ainda que 67,9% dos consumidores consideram que a compra de produtos do mercado informal impacta negativamente a economia do estado. Apesar disso, a influência desses prejuízos não se limitam ao efeito econômico direto. Para 64% dos entrevistados, a aquisição favorece o aumento da criminalidade e da violência.

Outro ponto de destaque no estudo é a conclusão dos entrevistados de que, entre as soluções para resolver o problema da pirataria, estão “o emprego, a educação, a redução da carga tributária e o combate ao roubo de cargas”.

A federação do setor no Rio destacou que recentemente, outra pesquisa do IFec RJ mostrou que 49,1% dos empresários do comércio do Centro revelaram que “o roubo de cargas impacta negativamente os seus negócios”, informou em nota, acrescentando que, em 2023, eram 42,1% que tinham essa opinião.

Fecomércio RJ

Com a intenção de incentivar o desenvolvimento dos negócios do setor no Rio, a entidade concentra 59 sindicatos patronais, líderes empresariais, especialistas e consultores.

A Fecomércio RJ representa, ao todo, mais de 286 mil estabelecimentos, que respondem por dois terços da atividade econômica do estado e 70% dos empreendimentos. Com isso, gera mais de 1,8 milhão de empregos formais, que correspondem a 61% dos postos de trabalho no estado. 

Produto da Amazônia precisa agregar valor na região, diz especialista

Fomentar tecnologias inovadoras que agreguem valor aos produtos da Amazônia na própria região é estratégia importante para gerar riqueza a partir da floresta e, com isso, garantir sua preservação. A afirmação é do engenheiro florestal Carlos Gabriel Koury, diretor de Inovação em Bioeconomia do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam).

“Noventa por cento da agregação do valor do açaí é feita fora da Amazônia, então a gente só fica com a commodity e com os problemas”, afirmou. 

Em relação à castanha-do-Pará, por exemplo, o Brasil é líder mundial em volume de produção, mas em termos de receitas, o país representa apenas 5,71% do faturamento global da economia que gira em torno dessa semente. 

“Temos que assumir o compromisso de por a ciência e tecnologia para ser o elemento de resgate do destaque que já tivemos [com esse produto]”, afirmou Koury. “A gente perdeu a economia da borracha por falta de ciência e tecnologia”.

Em seminário sobre o impacto positivo que empresas inovadoras podem ter em relação à sociedade e à sustentabilidade, durante a 34ª Conferência da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o engenheiro florestal disse que, para garantir a conservação da floresta, é preciso valorizar o conhecimento local.

São José dos Campos (SP) – Painel da 34° edição da Conferência Anprotec discute sustentabilidade nas economias latino-americana – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Para Koury, é importante que sejam fortalecidos ecossistemas em que as tecnologias abasteçam negócios de base comunitária e de base do conhecimento. “É preciso ter esse ecossistema de serviços e soluções gerando inclusão e agregação de valor na Amazônia”.

Exemplos de base comunitária que agrega valor ao produto, sem contribuir para a destruição da floresta, são as empresas irmãs Café Apuí e Amazônia Agroflorestal. Enquanto a primeira  cultiva o café por meio do processo produtivo orgânico e agroflorestal, a segunda compra a produção para beneficiar e embalar o produto, deixando-o pronto para venda ao consumidor final.

Mais de 100 famílias trabalham como parceiras no projeto do Café Apuí. “Localmente, isso gera 3.000% a mais de renda para os atores [em relação à plantação tradicional e venda do produto in natura]”.

Inovação e impacto

No mesmo seminário, a diretora de Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Sheila Pires, disse que as empresas inovadoras precisam ter um propósito que não seja apenas o sucesso do empreendimento.

São José dos Campos (SP) – A diretora de Apoio a Ecossistemas de Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, Sheila Oliveira Pires – Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Para ela, é preciso que essas empresas e os ambientes de inovação adotem a agenda de impacto socioambiental positivo. “Fico feliz de ver que muitas incubadoras e aceleradoras de empresas, inclusive parques tecnológicos, adotaram essa agenda”.

A 34ª Conferência da Anprotec começou segunda-feira (2) e termina nesta quinta (5) em São José dos Campos (SP). 

*A equipe da Agência Brasil viajou a convite da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).

 

Obras em sete aeroportos facilitarão turismo na Região Norte

A partir desta quinta-feira (28) ficará mais fácil se deslocar, via aérea, por sete aeroportos da Região Norte, localizados em Porto Velho, Manaus, Tefé (AM), Tabatinga (AM), Boa Vista, Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC). Desde o segundo semestre de 2021, foram investidos R$ 1,4 bilhão nesses aeroportos, visando à ampliação e melhoria de seus espaços.

Os investimentos foram feitos pela Vinci Airports, concessionária responsável pela gestão desses terminais aeroportuários.

Porto Velho

Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho participou nesta quinta-feira (28) de uma cerimônia de comemoração pela conclusão das obras, em Porto Velho – onde as intervenções abrangem a construção de uma nova e ampla área de embarque e a instalação de pontes de embarque, bem como reformas na área de triagem de bagagens e melhorias na pista de pousos e decolagens.

Foram também implementadas facilidades para acessibilidade, o que garantirá mais conforto e segurança aos viajantes. “São mais de R$ 1,4 bilhão em investimentos. A gente estruturou os aeroportos para, naturalmente, gerar mais atrativos para que o turista e o passageiro venham viajar”, disse o ministro.

Manaus e Boa Vista

No aeroporto de Manaus, as obras incluíram remodelagem e ajustes do layout da sala de embarque e desembarque; ajustes na subestação de energia, banheiros; intervenções na pista de pousos e decolagens; e a construção de um complexo de sustentabilidade composto por estação de tratamento de esgoto, com 100% de reúso de água e central de resíduos.

De acordo com o Ministério dos Portos e Aeroportos, o aeroporto contará também com novos sistemas de recuperação de água dos drenos do ar-condicionado e das chuvas. Essa água será reutilizada em vasos e mictórios e para a reformulação de um sistema de controle da temperatura.

Já as mudanças implementadas no Boa Vista Airport incluem a ampliação da sala de desembarque; a adequação das esteiras de bagagem; melhorias nas áreas de filas do check-in; relocação e ampliação das salas de embarque.

As obras incluem também uma nova praça de alimentação; a construção de uma central de tratamento de resíduos; e a adequação das áreas de órgãos públicos. “As obras dobraram a área do terminal de passageiros, permitindo receber voos domésticos e internacionais simultaneamente”, informou o ministério. A nova área tem 375 metros quadrados, segundo a pasta.

Tabatinga e Tefé

No aeroporto de Tabatinga, foram feitas obras de melhoria visando dar mais segurança e sustentabilidade ao terminal. Foram feitas também adequações na pista de pouso e decolagem, “com avanços nas condições de infraestrutura e um redimensionamento, necessário para a obtenção da certificação operacional, medida que ainda está em definição pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, destacou o Ministério dos Portos e Aeroportos

As obras no terminal de Tefé incluem remodelagem e ajustes do layout da sala de embarque e desembarque e, também, da esteira e da sala de restituição de bagagens e raios X. Além disso, canal de inspeção, áreas de filas do check-in e do portão de embarque tiveram seus layouts melhorados. Por fim, foram feitas obras na subestação de energia, na estação de tratamento de resíduos sólidos, no estacionamento e nos banheiros.

Rio Branco e Cruzeiro do Sul

No aeroporto de Rio Branco, foram feitas obras de remodelação da entrada do canal de inspeção; adequações para acessibilidade; melhorias no sistema de climatização; e reformas na pista de pousos e de decolagens, agora com novas áreas de segurança, terraplanagem na pista e melhorias no sistema de drenagem. A expectativa é que as interferências aumentem a capacidade operacional do aeroporto.

Já as intervenções no aeroporto de Cruzeiro do Sul abrangem adequações para acessibilidade, reformulação do sistema de climatização e melhorias no canal de inspeção e adequações de banheiros. Além disso, a pista de pousos e decolagens foi reformada, recebendo serviços de terraplanagem da faixa de pista e melhorias no sistema de drenagem.

Internacionalizar e regionalizar

Silvio Costa disse que a ideia é, com o passar do tempo, internacionalizar alguns dos aeroportos. “E vamos, agora é no mês de janeiro, [lançar] um programa que vai ter um olhar estratégico para aviação regional da Amazônia legal e da Região Norte do país. Vamos anunciar mais de 30 aeroportos regionais. Isso significa quase 45 aeroportos [a serem beneficiados] na região”, antecipou o ministro.

De acordo com o secretário nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, a primeira etapa prevista para a Amazônia Legal abrangerá 34 aeroportos, e um total de R$ 7 bilhões em investimentos.

“O resultado de todos esse feitos será o de fornecer uma infraestrutura portuária renovada e modernizada, que tem eficiência em sua operação e que contribuiu para o aumento número de passageiros no país, contribuindo para a conectividade do nosso país e para a união dos nossos povos”, acrescentou o secretário.

Seca: governo paga auxílio para pescadores da Região Norte

O governo federal paga hoje (4) o Auxílio Extraordinário para aproximadamente 148 mil pescadores e pescadoras da Região Norte afetados pela seca histórica deste ano. O benefício, no valor de R$ 2.824, será depositado na Caixa Econômica Federal para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia

Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura, a parcela única será paga diretamente na conta que o beneficiário tem na Caixa – ou em conta poupança social digital aberta automaticamente pelo banco. No total, serão pagos mais de R$ 418 milhões.

Tem direito ao auxílio, os pescadores e pescadoras que receberam o seguro-desemprego do pescador artesanal e que moram em municípios da Região Norte em situação de emergência, reconhecida pelo governo federal e cadastrados pelo município até o dia 8 de outubro.

O Amazonas é o estado com maior número de beneficiários, quase 79 mil pessoas, em 49 municípios. Já no Acre e em Rondônia, essa espécie de seguro da seca vai beneficiar pescadores de 22 municípios cada. No Pará, além da capital Belém e de Muaná, na Ilha de Marajó, trabalhadores de outras 19 cidades poderão sacar o montante.

O auxílio foi instituído pelo governo federal por meio da Medida Provisória (MP) 1.263/2024 para atender as famílias de pescadores artesanais afetadas pela seca extrema e prolongada que está afetando a Região Norte, desde o início em junho deste ano. A lista com os municípios atendidos e a quantidade de beneficiários pode ser acessada na página do ministério.

Espanha envia 7.500 soldados para região inundada

A Espanha está enviando 7.500 soldados para a região leste atingida por enchentes devastadoras, informou o governo nesta segunda-feira (4), diante do crescente descontentamento com a resposta à catástrofe que matou pelo menos 217 pessoas.

O Exército enviou cerca de 5 mil soldados no fim de semana para ajudar a distribuir alimentos e água, limpar as ruas e proteger lojas e propriedades de saqueadores. Outros 2.500 se juntarão a eles, disse a ministra da Defesa, Margarita Robles, à rádio estatal RNE.

Um navio de guerra transportando 104 soldados da infantaria da Marinha, bem como caminhões com alimentos e água, se aproxima do porto de Valência, mesmo com uma forte tempestade de granizo atingindo Barcelona a cerca de 300 quilômetros (km) ao norte.

As equipes de resgate ainda procuram corpos em garagens subterrâneas, incluindo um estacionamento para 5 mil carros no shopping Bonaire, próximo ao aeroporto de Valência, e na foz de rios onde as correntes podem ter depositado corpos.

O número de mortes nas piores enchentes da história moderna da Espanha subiu para 217 no domingo – quase todas na região de Valência e mais de 60 no subúrbio de Paiporta.

A insatisfação dos moradores locais se concentrou nos alertas tardios das autoridades sobre os perigos das enchentes e na percepção de que os serviços de emergência demoraram a responder.

Ontem, alguns moradores de Paiporta jogaram lama no primeiro-ministro Pedro Sánchez, no rei Felipe e em sua esposa, a rainha Letizia, gritando: “Assassinos, assassinos!”

O ministro dos Transportes, Oscar Puente, disse que o número de mortos se estabilizou porque todas as vítimas na superfície haviam sido identificadas.

As chuvas torrenciais de terça e quarta-feira passada fizeram com que rios transbordassem, engolindo ruas e andares térreos de edifícios e arrastando carros e pedaços de alvenaria em marés de lama.

Foi o pior desastre relacionado a enchentes na Europa em cinco décadas.

Embora as chuvas tenham continuado durante o resto da semana, não houve mais grandes inundações na área. Nesta manhã, a agência meteorológica emitiu um alerta para Barcelona, conforme granizo e chuvas fortes atingiam a segunda maior cidade da Espanha.

(Reportagem adicional de Inti Landauro)

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Bombeiros encerram trabalhos três dias após incêndio na região do Brás

Três dias de um incêndio de grandes proporções atingir um shopping no Brás, o Corpo de Bombeiros anunciou na manhã deste sábado (2) ter encerrado, com sucesso, os trabalhos de rescaldo. Segundo comunicado da corporação, o local agora está seguro e sob a responsabilidade do proprietário.

O Shopping 25 Brás, localizado na Rua Barão de Ladário, na região central da capital paulista, pegou fogo na manhã da última quarta-feira (30). Ao menos 24 viaturas e 76 agentes trabalharam no combate às chamas.

A Defesa Civil estimou que ao menos 200 pequenas lojas do shopping foram atingidas, e o telhado do edifício colapsou. A estimativa dos comerciantes é de que os prejuízos cheguem a mais de R$ 25 milhões.

Após ter feito uma vistoria no local ontem (1°), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou que vai disponibilizar R$ 100 milhões em crédito emergencial para auxiliar os lojistas na recuperação dos prejuízos.

Segundo o governo paulista, os lojistas poderão solicitar acesso ao crédito a partir da semana que vem.

A região do Brás é muito conhecida por seu comércio popular. De acordo com o governo estadual, a região reúne cerca de 6 mil lojas de comércio popular.

Capitais da Região Norte têm desafios comuns a serem enfrentados

Semelhanças geográficas e humanas da Região Norte tornam comuns alguns dos desafios a serem encarados pelos futuros prefeitos das quatro capitais que terão segundo turno nas eleições deste domingo (27). Belém, Manaus, Porto Velho e Palmas vivem sérios problemas habitacionais e fundiários. Há também muito por fazer com relação aos índices de violência e a serviços públicos falhos, principalmente na área de saneamento, com impactos significativos na área de saúde.

Professor do Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Brasília (UnB), Fernando Luiz Araújo Sobrinho é autor de pesquisas sobre cidades da Amazônia. Ele desenvolveu diversos estudos relacionados a planejamento urbano e regional. Alguns deles, voltados a serviços e aspectos econômicos desta e de outras regiões.

Com relação às quatro capitais que elegerão seus prefeitos para os próximos quatro anos, ele elenca um conjunto de cinco problemas estruturais a serem enfrentados: a regularização fundiária, a promoção da habitação social, o saneamento básico, os serviços públicos e o combate à violência

Políticas públicas, saneamento

O professor do Departamento de Geografia da UnB acrescenta que alguns destes problemas não são resolvidos em curto prazo, motivo pelo qual é fundamental que os políticos e gestores locais tenham consciência da importância de se dar continuidade às políticas públicas de bom resultado adotadas por seus antecessores, e que, depois, seja dada continuidade por seus sucessores.

“Infelizmente não vamos resolver tudo isso de um dia para outro. É um processo que vai demorar alguns anos e algumas gestões municipais, além de serem necessárias articulações com os governos federal e estaduais. É o caso, por exemplo, do saneamento, uma questão bastante importante na Amazônia brasileira. Trata-se de um indicador que está em situação muito mais vulnerável do que em outras regiões brasileiras”, disse à Agência Brasil o pesquisador.

Fernando Sobrinho explica que a questão do saneamento não está restrita a redes de água e esgotos, abrangendo também coleta do lixo e extinção das áreas de descarte chamadas lixões. “Se você tem uma cidade que 80% da área urbana não é servida de saneamento básico, nenhum prefeito, por mais que haja um cenário positivo, irá solucionar esse problema em um ou dois mandatos”.

Violência, regulação fundiária

A violência é também um sério problema a ser enfrentado. Com o agravante de a região fazer fronteira com países produtores de drogas, tornando-se rota para o tráfico de cocaína e, também, de armas. O cenário acaba facilitando o aliciamento de jovens dessas cidades para o crime.

“Tem sido muito presente na realidade das cidades da Amazônia brasileira a questão da violência das facções, e dos conflitos por disputa de área de interesse, como o mercado e o tráfico de drogas, armas e, também, de pessoas. Preocupação especial deve se ter em relação ao aliciamento dessas facções criminosas em cima dos mais jovens”, detalhou Sobrinho.

Segundo o professor, uma das questões centrais que também afeta as cidades na Amazônia é a da regularização fundiária, algo que, até pelas características da região, tem relação com a questão habitacional, uma vez que é grande o número de pessoas que se deslocam para a localidade, na busca por uma vida melhor.

“Temos uma série de legislações, tanto federais e estaduais como municipais, que travam os processos de regularização. Há quase uma institucionalização da informalidade urbana, porque as cidades crescem sem planejamento e sem uma legislação que ampare esse crescimento urbano. O resultado é a expansão para áreas irregulares”, disse o professor ao lembrar que habitações regularizadas são ponto de partida para acesso a políticas públicas.

“Até mesmo Palmas, cidade planejada que é a capital mais nova do Brasil, nasceu sob a égide deste problema antigo, que é a falta de regularização fundiária”, acrescentou.

Mudanças climáticas
 

Manaus (AM), 22/11/2023, Embarcações e Flutuantes encalhados na comunidade de Nossa Senhora de Fátima, devido ao nível baixo do rio Igarapé Tarumã-açu, na maior seca em 121 anos que Manaus vem sofrendo. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Uma outra questão a ser encarada, não apenas pelos prefeitos dessas cidades, mas de todos os municípios da Amazônia Legal, é a dos efeitos das mudanças climáticas na região.

A Amazônia tem passado por sucessivos anos de secas extremas. E seus rios têm papel fundamental para a conectividade e para a comunicação entre as populações da área rural; entre as cidades; e entre a região Amazônica e outras regiões do mundo.

“Isso, de certa forma, afeta a vida nesses municípios, tanto no sentido da conectividade como para a manutenção da vida, uma vez que a população ribeirinha e a população urbana dependem da água desses rios. A mudança nos padrões climáticos verificada nos últimos anos mostra que precisamos pensar em como essas cidades enfrentarão desafios globais como as mudanças climáticas em curso”, argumentou.

Pretos, pardos e indígenas

A fim de qualificar o debate eleitoral e apontar prioridades para as futuras gestões municipais do país, o Instituto Cidades Sustentáveis preparou um levantamento sobre os grandes desafios das capitais brasileiras. Ele comprova que, nas quatro capitais onde haverá segundo turno, a violência atinge, de forma bem mais frequente, grupos de jovens pretos, pardos e indígenas.

De acordo com o coordenador geral do Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, “a questão da violência, tendo como recorte os jovens, mostra que estamos perdendo nossa juventude, que é o futuro do país. Isso deve ser encarado com muito cuidado nessas cidades de uma forma geral”.

Ele explica que, quando se fala especificamente da Região Norte, o grande desafio está bastante relacionado às questões das desigualdades sociais. “E, aí, tem uma série de recortes que podem ser abordados. Mas o enfrentamento de questões relativas à saúde, educação e geração de oportunidades de emprego são sempre são levantadas ente as preocupações dos eleitores”.

Ele cita alguns dados do levantamento, mostrando quais devem ser as prioridades dos futuros prefeitos, segundo os eleitores. Saúde foi citado por 60% das pessoas; educação, por 40%. Na sequência, são citadas geração de oportunidades de trabalho e renda, seguido de segurança.

“Quando a gente pega a questão do homicídio juvenil masculino, a gente percebe que há uma discrepância muito grande nessas quatro cidades. Manaus, por exemplo, é uma cidade em que morre nove vezes mais jovens negros do que jovens brancos. Esse número é ainda maior em Belém. Em Palmas e Porto Velho, ele é um pouco menor, em torno de seis vezes, mas ainda são muito elevados”, detalhou o coordenador do Cidades Sustentáveis.

Um indicador que reforça a necessidade do enfrentamento à desigualdade nessas cidades é o da idade média ao morrer. “Esse é um indicador importante porque integra muitos outros indicadores”, explica Jorge Abrahão.

Segundo ele, nota-se que baixas idades médias ao morrer ocorrem nas localidades onde o homicídio de jovens é mais frequente, ou em lugares onde os serviços de saúde ou educação são precários.

“A mortalidade infantil mais elevada também reduz essa média, assim como a questão do saneamento, que gera doenças que efetivamente podem levar a óbito. Tudo isso é uma síntese de uma questão [maior], envolvendo o problema da desigualdade [social]”, acrescentou o coordenador do instituto.

De acordo com o levantamento, as quatro capitais apresentam indicadores mostrando que as populações de pretos, mestiços e indígenas morrem em idade mais baixa do que brancos e amarelos.

“Existe, de novo, uma diferença grande aí. Em Belém, a idade média ao morrer dos brancos é de 73,4 anos. Na população negra, é de 64,7 anos. Temos aqui uma diferença de 8,7 anos. É um problema que denota uma questão muito forte em relação a uma população vulnerável que deve ser efetivamente atendida”, argumentou.

Na capital do Pará, o índice de homicídio juvenil masculino de brancos e amarelos é de 1,6 por 100 mil habitantes. Tendo como recorte pretos, pardos e indígenas, este índice sobe para 27,2.

Em Manaus, a situação é parecida. A cada 100 mil habitantes, há um total de 52,4 homicídios de jovens pretos, pardos ou indígenas. No caso de brancos ou amarelos, este número cai para 5,9 mortes. Já a idade média ao morrer de brancos e amarelos é 64,2 anos, enquanto a de pretos, pardos e indígenas é de 58,1 anos.

Belém

Belém (PA), 22/10/2024 – Orla de Santarém. Foto: Roni Moreira/Ag Pará – Roni Moreira/Ag Pará

Fernando Sobrinho explica que, no caso específico de Belém – a maior metrópole da Amazônia brasileira, sede da COP-30 ano que vem – a cidade é agora um canteiro de obras, com várias intervenções no sistema viário, no saneamento básico, na mobilidade urbana e nas áreas degradadas dentro da cidade.

“Essas ações devem ter continuidade para além da COP-30, nos próximos anos. Não se pode pensar a cidade para um evento apenas. Belém tem de ser pensada para a vida dos seus moradores. Sua região metropolitana tem sido desprovida de políticas mais fortes e concisas. Há muitos aspectos a serem melhorados, em especial na área central da cidade, uma vez que Belém possui um patrimônio histórico extremamente importante”, explica o professor da UnB.

Os indicadores da capital paraense, segundo ele, são muito ruins em termos de habitação social, serviços públicos, saneamento, saúde pública e saneamento. “A mobilidade urbana também é um problema muito sentido na cidade. Projetos como o do BRT ainda não saíram efetivamente do papel. Com isso, continuam os problemas de trânsito, prejudicando o deslocamento da população na área urbana”, acrescentou.

Manaus

Manaus (AM), 22/10/2024 – Centro de Manaus. Foto: Michael Dantas/Gov AM – Michael Dantas/Gov AM

 

Apresentando um dos índices de crescimento urbano mais elevados do Brasil, devido à expansão das fronteiras agrícolas e oportunidades de emprego em sua zona franca, Manaus apresenta problemas muito sérios ligados a saneamento básico, a regularização fundiária e, principalmente, à questão das mudanças climáticas, segundo Fernando Sobrinho.

“Manaus segue uma tendência de concentração da população do estado. É uma cidade grande, com 2 milhões de habitantes. A segunda maior cidade do estado tem apenas 100 mil habitantes. Há, portanto, muitos desafios porque trata-se de uma cidade que ainda está crescendo, não tendo chegado a uma fase de estabilização do seu crescimento demográfico”, explicou o pesquisador da UnB.

Segundo ele, esse crescimento demográfico é reforçado por a capital amazonense receber também migrantes de outros países, principalmente fronteiriços, o que torna ainda mais necessário dotar a cidade de infraestrutura para esse crescimento urbano.

Aluno de mestrado da Universidade Federal do Oeste do Pará, João Neto Sousa Rodrigues desenvolve pesquisas sobre os processos de territorialização, voltados principalmente a terras quilombolas. Ele conhece bem três das quatro capitais em questão: Belém, Manaus e Porto Velho.

“No que se refere à política habitacional de Manaus, os problemas são cada vez maiores, com uma especulação imobiliária impulsionada pela verticalização, gerando o sufocamento de pessoas economicamente menos favorecidas nas periferias, gerando um crescimento desordenado, sem planejamento, tendo o estado um tempo muito lento de respostas aos problemas que decorrem desta situação”, disse ele à Agência Brasil.

Ele acrescenta que a saúde pública “continua a ser um tormento, sobretudo para a população pobre que depende deste serviço e tem que se desdobrar em longas filas de espera por atendimento especializado em hospitais lotados”.

Do ponto de vista dos efeitos das mudanças climáticas, Fernando Sobrinho reitera que “é grande a dependência que Manaus tem do transporte hidroviário”, e que, com essas secas cada vez mais presentes na Bacia do Rio Amazonas afetando a cidade, este é um problema muito grande para a sua população.

Porto Velho
 

– Leandro Morais/Prefeitura Porto Velho

 

Capital de Rondônia, Porto Velho integra redes na Amazônia tanto na questão da Bacia do Rio Madeira para a geração de energia, como também para transporte hidroviário. Sobrinho explica que a ligação entre Manaus e Porto Velho se transforma, hoje, em um porto estratégico para o agronegócio brasileiro – o que representa potencial logístico e oportunidades de emprego e renda.

Ele explica que há ali um dos portos da Amazônia brasileira que escoam a produção do Mato Grosso, além da produção agropecuária do próprio estado – o Porto Organizado de Porto Velho. “Nesse cenário de expansão do agronegócio e do comércio internacional do Brasil com o mundo, Porto Velho desempenha uma questão estratégica importante que pode melhorar as condições de vida na cidade”.

Por outro lado, por Rondônia estar próxima a fronteiras internacionais com Bolívia e Peru, acaba ficando vulnerável em termos de segurança, uma vez que há, na região, facções criminosas e milícias. “Isso precisará ser considerado pela futura gestão municipal”, diz o pesquisador.

Segundo José Neto, há na cidade sérios problemas decorrentes dos garimpos e da expansão do agronegócio, gerando muita poluição ambiental sobre a cidade e a região. Isso foi constatado também pelo levantamento do Instituto Cidades Sustentáveis. “Em relação a Porto Velho, chama atenção a questão das emissões de gases de efeito estufa (dióxido de carbono) per capita, que é elevadíssimo”, disse o coordenador Jorge Abrahão.

“Porto Velho é a cidade com maior emissão de gases de efeito estufa, com 62 toneladas emitidas por habitante a cada ano. É mais de 60 vezes o que é a meta para 2030. Temos aí um problema gravíssimo que está fortemente ligado à questão agropecuária. Uma ação intensa [dos futuros prefeitos] nesse ponto é fundamental”, acrescentou.

Palmas
 

Palmas (TO), 22/10/2024 – Avenida JK. Foto: Antônio Gonçalves/Prefeitura de Palmas – Antônio Gonçalves/Prefeitura de Palmas

Sendo a capital mais jovem do Brasil, Palmas tem a vantagem de ser uma cidade planejada. Sua área central tem uma excelente dotação de infraestrutura, pelo próprio planejamento original da cidade.

Na avaliação do professor Fernando Sobrinho, o desafio do futuro prefeito está para além do centro urbano de Palmas, abrangendo a região metropolitana que se configura numa cidade média. “São os chamados consórcios intermunicipais, de forma a pensar formas mais integradas para a região que começa a ter um processo de crescimento muito grande, afetando principalmente a periferia da capital e os municípios de seu entorno”, disse.

“Há ali uma expansão da população migrante mais pobre, que vem à capital do Tocantins em busca de melhores condições de vida, principalmente nas cidades do entorno metropolitano, o que acaba resultando em uma expansão para fora do município de Palmas”, complementou.

 

Governo concede auxílio a pescadores afetados por seca na Região Norte

Cerca de 100 mil pescadores prejudicados pela seca na Região Norte do país vão contar com um auxílio de R$ 2.824. O valor será destinado em parcela única, assim que for regularizado nas próximas semanas o crédito extraordinário concedido pelo governo federal. A decisão foi publicada nessa segunda-feira (7) no Diário Oficial da União.

Os pescadores beneficiados somam, aproximadamente, 100 mil, espalhados pela cidades que decretaram calamidade pública ou de emergência por causa da estiagem.

A Medida Provisória nº 1.263 dessa segunda-feira “institui o auxílio extraordinário destinado a pescadoras e pescadores profissionais artesanais beneficiários do Seguro-Desemprego do Pescador Artesanal – Seguro-Defeso cadastrados em municípios da Região Norte”.

Agora, no prazo de cinco dias, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional vai encaminhar a lista dos municípios atingidos pela seca e que abrigam os beneficiários. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por sua vez, deve elaborar a relação dos beneficiários e a data para recebimento dos recursos.

No mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a região com uma comitiva de ministros. Na ocasião, anunciou o “compromisso” de ajudar a população local, em entrevista à Rádio Norte FM: “Voltei de lá com o compromisso que cuidar daquele povo, também é minha responsabilidade. Eu fui lá para enxergar mulheres, homens e crianças”.