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Protestos estudantis alargam-se dos EUA até à Europa e Austrália

3 de maio de 2024

 

Uma vaga de protestos que começou há cerca de duas semanas em cerca de 40 universidades nos Estados Unidos a favor de Gaza, continua a espalhar-se pelo mundo. Nos Estados Unidos a polícia tem levado a cabo uma série de desmantelamentos e detenções de manifestantes de acampamentos pró-palestinianos — o total nacional de detenções vai já em mais de duas mil e trezentos.

A ação policial nos Estados Unidos decorre ao longo de horas. Os agentes estiveram, inicialmente, estacionados perto do local dos protestos e depois avançaram para a área antes de recuar, enquanto os manifestantes aplaudiam.

Cerca de uma hora depois, um grupo maior de policias regressou ao local e, embora inicialmente tenham sido bloqueados por centenas de manifestantes que obstruíam escadas e passarelas, avançou contra as proteções e tendas montadas.

Os manifestantes, que exigem o fim do investimento da universidade em empresas que fazem negócios com Israel, gritavam “protesto pacífico”, enquanto policias equipados com capacetes, protetores faciais e bastões tentam expulsar as pessoas da área.

O protesto da UCLA é uma das muitas manifestações pró-palestinianas em campus universitários de todo o país, que resultaram em centenas de presos.

A polícia de New Hampshire prendeu e removeu tendas na noite de quarta-feira, 1, e esta quinta-feira, 2, no Dartmouth College.

Um protesto pró-Palestina surgiu em Dartmouth na quarta-feira, quando os administradores alertaram que tal ação violaria a política escolar.

Numa carta à comunidade do campus, o reitor, David Kotz, disse que a instituição “continua profundamente comprometida com o diálogo entre as diferentes partes e aberta e disposta a conversar sobre temas difíceis”.

Dois estudantes foram presos em Dartmouth em outubro, depois de erguerem uma tenda como parte de um protesto que pedia o fim do investimento em empresas ligadas a Israel.

Mais tarde, um grupo de estudantes de Dartmouth iniciou uma greve de fome, para protestar contra as detenções, e uma manifestação de solidariedade por Gaza, no campus, na semana passada, atraiu mais de 100 pessoas.

Na Universidade do Texas, em Dallas, a polícia retirou um acampamento pró-Palestina após a prisão de pelo menos 17 pessoas.

Em Nova Iorque, a polícia deteve pelo menos 15 pessoas, na quarta-feira, na Universidade Fordham, enquanto eliminava um acampamento de protestos pró-Palestina.

Na Universidade de Minnesota, os organizadores do protesto disseram, na noite de quarta-feira, que o acampamento continuaria, depois de terem conversado no início do dia com o presidente interino da universidade, Jeff Ettinger, que descreveu as conversações como um “diálogo construtivo”.

Os administradores da Universidade de Columbia, que na terça-feira foi alvo de uma ação policial para retirar os manifestantes do interior da instituição, informaram que todas as restantes atividades académicas do semestre serão realizadas de forma virtual.

Na França a escola parisiense Sciences Po, permaneceram encerradas hoje, uma vez que a polícia francesa iniciou uma intervenção para retirar várias dezenas de ativistas pró-palestinianos que ocupavam as instalações da escola desde a véspera.

Na Alemanha no centro da capital a polícia interveio hoje para retirar manifestantes pró-palestinianos reunidos em frente à Universidade Humboldt de Berlim. Segundo a polícia local, cerca de 300 pessoas juntaram-se à manifestação, algumas dezenas das quais tentaram sentar-se no pátio da universidade.

No Canadá o movimento estudantil pró-palestiniano alastrou-se em várias cidades, incluindo Vancouver, Otava, Toronto e Montreal. Um acampamento, na Universidade McGill, em Montreal, começou a 27 de abril e foi aumentando de dimensão.

Na Austrália na Universidade de Sydney, centenas de manifestantes pró-palestinianos e pró-israelitas estiveram hoje frente a frente. Apesar de algumas vozes altas e palavras tensas, os encontros mantiveram-se pacíficos e a polícia não interveio.

Na Cidade do México, dezenas de estudantes pró-palestinianos da Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM), fizeram um acampamento na capital na quinta-feira, entoando “Viva a Palestina livre!” e “Do rio ao mar, a Palestina vencerá!”.

Na Suíça cerca de uma centena de estudantes pró-palestinianos ocuparam ao fim da tarde de quinta-feira a entrada da Universidade de Lausanne (UNIL), exigindo um boicote académico às instituições israelitas e um cessar-fogo imediato e permanente.

 
 
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Protestos pró-palestinos continuam agitando universidades dos EUA

Os protestos pró-palestinos em universidades dos Estados Unidos não dão sinais de desacelerar à medida que os atos se espalharam de costa a costa durante o fim de semana e a repressão da polícia e as prisões continuaram por mais uma semana, com os estudantes prometendo permanecer em acampamentos até que as demandas sejam atendidas.

As exigências dos estudantes vão desde um cessar-fogo na guerra de Israel com o Hamas até apelos às universidades para que parem de investir em empresas israelenses envolvidas com as Forças Armadas do país, chegando também ao fim da assistência militar dos EUA a Israel.

Os protestos pró-palestinos se espalharam pelos campi universitários dos EUA, fomentados pela prisão em massa de mais de 100 pessoas no campus da Universidade de Columbia, há mais de uma semana.

O campus de Columbia esteve pacífico no sábado (27) e não houve relatos de prisões por distúrbios durante a noite, disse um porta-voz da escola à Reuters.

Mas as repressões continuaram em alguns campi ontem, incluindo um na Universidade do Sul da Califórnia (USC), onde houve forte presença policial. Mais de 200 pessoas foram detidas em alguns locais, incluindo 80 estudantes na noite de sábado na Universidade de Washington, em St. Louis. Entre os presos na Universidade de Washington estava a candidata à Presidência pelo Partido Verde em 2024 Jill Stein.

“Eles estão enviando a tropa de choque e basicamente criando um distúrbio a partir de uma manifestação pacífica. Portanto, isso é simplesmente vergonhoso”, afirmou Stein em comunicado.

Em comunicado, a Universidade de Washington disse que os detidos enfrentarão acusação de invasão de propriedade.

Neste domingo (28), a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, também faria manifestações, com grupos externos planejando atos a favor e contra os acampamentos pró-Palestina.

Membros do Centro Harriet Tubman para Justiça Social mostraram intenção de apoiar o direito dos estudantes de protestar.

Na oposição, no entanto, um grupo chamado Stand With Us realizará um ato “Apoio aos Estudantes Judeus” para “levantar-se contra o ódio e o antissemitismo”.

*Reportagem adicional de David Ljunggren. em Ottawa

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Dezenas de presos em universidade da Califórnia enquanto persistem protestos contra a guerra em Gaza

25 de abril de 2024

 

A polícia prendeu estudantes que protestavam na Universidade do Sul da Califórnia na quarta-feira, horas depois de a polícia de uma universidade do Texas ter detido dezenas de manifestantes, nos últimos confrontos entre autoridades policiais e manifestantes nas universidades da Universidade do Sul da Califórnia nos Estados Unidos contra a guerra em. Gaza.

Embora as tensões tenham aumentado entre a polícia e os estudantes que protestavam na Universidade do Sul da Califórnia no início do dia, os manifestantes começaram a ser detidos sem incidentes à tarde, enquanto helicópteros sobrevoavam.

Policiais cercaram o grupo cada vez menor, que se sentou desafiando um aviso anterior para se dispersar ou ser preso. Além da linha policial, centenas de curiosos observavam. A escola fechou o campus.

Embora algumas universidades que tentaram reprimir os protestos tenham rapidamente recorrido à aplicação da lei, as detenções na Califórnia contrastaram fortemente com o caos que ocorreu horas antes na Universidade do Texas, campus de Austin.

 

Abertura de rodada do Brasileirão Feminino é marcada por protestos

O Campeonato Brasileiro Feminino de futebol está de volta, após interrupção de quase duas semanas para jogos entre seleções nacionais. Duas partidas abriram a quinta rodada da competição nesta sexta-feira (12). Destaque ao clássico alvinegro, entre Santos e Corinthians, na Vila Belmiro, com vitória da equipe da capital paulista por 3 a 1.

As Brabas, como também são conhecidas as jogadoras do Corinthians, chegaram ao quinto triunfo em cinco partidas, liderando a competição com 15 pontos. As santistas, com cinco pontos, aparecem em décimo lugar, mas podem encerrar a rodada na zona de rebaixamento, conforme os demais resultados.

A partida em Santos marcou o retorno de Kleiton Lima ao comando das Sereias da Vila. Ele deixou o clube em setembro do ano passado, após denúncias, apresentadas em cartas anônimas, de que teria cometido assédio moral e sexual. Reconduzido ao cargo, o técnico negou as acusações e revelou ter pedido abertura de inquérito para investigação da autoria das cartas, alegando ser vítima de calúnia e difamação.

A coordenadora de futebol feminino santista, Thais Picarte, disse que o Peixe realizou uma apuração interna e que os argumentos contra Kleiton eram “frágeis”. Pelas redes sociais, algumas das 14 jogadoras que defenderam a equipe no ano passado e já saíram do Alvinegro negaram terem sido procuradas.

A volta de Kleiton motivou protestos. No Hino Nacional, as jogadoras do Corinthians, titulares e reservas, alinharam com uma das mãos na boca, como se estivessem sendo “silenciadas”. Entre elas, a volante Yaya, que estava nas Sereias em 2023.

Antes de a bola rolar no outro jogo desta sexta, entre Palmeiras e Avaí Kindermann, no Estádio Jayme Cintra, em Jundiaí (SP), as atletas das duas equipes se reuniram e fizeram o mesmo gesto. No elenco alviverde, a volante Brena e a atacante Tainá Maranhão defenderam o Santos no ano passado.

O jogo na Vila Belmiro começou movimentado. Aos dois minutos do primeiro tempo, a meia Carol Tavares avançou pela direita e cruzou para a atacante Vic Albuquerque, de cabeça, abrir o marcador para o Corinthians. Na comemoração, as jogadoras do Timão voltaram a colocar a mão em frente à boca, em novo protesto. Aos 14, Thaisinha lançou pelo meio a também atacante Ketlen, que invadiu a área, tirou da goleira Mary Camilo e mandou para as redes, igualando para o Santos.

No segundo tempo, o técnico das Brabas, Lucas Piccinato, mandou a campo atletas que estavam com a seleção brasileira na Copa SheBelieves, nos Estados Unidos, e foram poupadas do time titular. Elas acabaram sendo decisivas para o triunfo corintiano.

Aos 33 minutos, Vic Albuquerque cruzou pela direita, a lateral Leidi não conseguiu afastar e a bola sobrou para a lateral Tamires, que saiu do banco, concluir para o gol. Nos acréscimos, aos 47, Yaya recebeu da atacante Gabi Portilho – ambas iniciaram o jogo na reserva – e cruzou pela direita para Tamires chutar de primeira, dando números finais ao confronto.

Goleada alviverde

Na partida de Jundiaí, o Palmeiras não teve dificuldades para derrotar o Avaí Kindermann, por 4 a 0. As Palestrinas assumiram, provisoriamente, o segundo lugar, com dez pontos. As catarinenses seguem com um ponto, em penúltimo, podendo terminar a rodada na lanterna se o Atlético Mineiro pontuar diante do América de Minas Gerais neste sábado (13), às 15h (horário de Brasília), na Arena Gregorão, em Contagem (MG).

Aos 22 minutos do primeiro tempo, a lateral Bruna Calderan levantou na área pela direita e atacante Amanda Gutierrez, de cabeça, abriu o placar. Sete minutos depois, a lateral Juliete cruzou pela esquerda, a goleira Maike não afastou e a bola sobrou nos pés da meia Bianca Gomes, que mandou para o gol vazio.

Quase na sequência, aos 32 minutos, a atacante Letícia Moreno aproveitou cruzamento da zagueira Poliana pela direita e completou para as redes, fazendo o terceiro da equipe alviverde. Na etapa final, logo aos quatro minutos, o Palmeiras chegou ao quarto gol, novamente com Letícia Moreno, completando cruzamento à meia altura de Bruna Calderan, pela direita.

Cuba enfrenta mais protestos à medida que a escassez de alimentos e cortes de energia continuam

Protestos em Cuba no 2021

21 de março de 2024

 

“Abaixo o comunismo, abaixo Díaz-Canel”, canta uma mulher cubana desafiadoramente.

A mulher não identificada aparece num vídeo da última vaga de protestos em Cuba esta semana contra o governo comunista da ilha e o seu presidente, Miguel Díaz-Canel.

É um dos vários postados no Facebook e repassados ​​à VOA quando as manifestações eclodiram em pelo menos cinco locais em todo o país.

Os protestos, provocados por apagões prolongados e escassez de alimentos e medicamentos, foram os maiores desde Outubro de 2022, após um corte de energia que durou quase uma semana na sequência do furacão Ian.

Analistas dizem que este é o pior colapso nas condições de vida desde o colapso da União Soviética na década de 1990.

Depois de temperaturas quentes recordes este mês, eles alertam que mais cortes de energia neste verão podem cortar o ar-condicionado e causar o apodrecimento dos alimentos, mandando as pessoas para as ruas novamente.

“Neste contexto, as pessoas estão fartas. São pessoas que [não] têm mais nada a perder”, disse à VOA Michel Suárez, cofundador do Diario de Cuba, um site independente de notícias online com sede em Madrid.

Quinze pessoas foram detidas pela polícia cubana durante os últimos distúrbios, segundo a Prisoners Defenders International, um grupo de direitos humanos com sede em Madrid.

Neste contexto de turbulência e repressão, os números económicos de Cuba sinalizam mais problemas pela frente. Autoridades do governo cubano dizem que a inflação anual em 2023 foi de 30%. Prevê-se que o défice orçamental atinja 18% do PIB em 2024.
O turismo, que em 2019 representou 11% do PIB, não recuperou totalmente da pandemia da COVID-19. Em 2023, apenas 2 milhões de pessoas visitaram a ilha, em comparação com 3,6 milhões em 2019.

A Venezuela, enfrentando as suas próprias pressões, cortou os envios de petróleo bruto para a ilha no ano passado.

O embargo comercial dos EUA, que impede as empresas ou cidadãos dos EUA de realizarem comércio com os interesses cubanos, teve um efeito duradouro na economia de Cuba.

Sem perspectivas de eleições democráticas que possam mudar o governo ou as suas políticas económicas, os analistas dizem que Cuba também está a sofrer uma fuga de cérebros, uma vez que muitos jovens continuam a fugir do país.

O Escritório de Washington para a América Latina, um grupo de defesa, relata que entre 2022 e 2023, cerca de 425 mil cubanos foram para os EUA e 36 mil solicitaram asilo no México. Outros foram para a Europa Ocidental e a Rússia.

O número de pessoas que saem equivale a cerca de 4% da população de Cuba.

Escassez de alimentos, apagões

William LeoGrande, especialista em Cuba da Universidade Americana em Washington, disse que mais protestos poderão surgir no final do ano devido à contínua escassez de alimentos e aos apagões.

“A causa destes protestos é a escassez generalizada de alimentos e medicamentos e, além disso, a rede eléctrica está em colapso. As pessoas sofrem até 18 horas por dia sem eletricidade. Há uma profunda frustração com a incapacidade do governo de fornecer serviços básicos”, disse à VOA.

O sector privado não foi autorizado a expandir-se o suficiente e, de facto, agravou a desigualdade social, disse LeoGrande.

Existem cerca de 10.000 pequenas empresas, que respondem por 14% do PIB, segundo o governo cubano.

As empresas privadas “não vão resolver o problema no curto prazo. A expansão do setor privado agravou o descontentamento social”, disse LeoGrande.

Anna Ayuso, especialista em América Latina do Centro de Assuntos Internacionais de Barcelona, ​​disse que Cuba estava falida e incapaz de pagar as importações das quais depende para alimentos e outros bens essenciais.

“Há escassez de medicamentos, alimentos, atrasos na entrega da ajuda do Programa Mundial de Saúde. Tudo está desmoronando porque Cuba não tem divisas para comprar essas coisas e não produz quase nada”, disse à VOA.

O fracasso de Cuba em modernizar a sua economia como a China ou o Vietname fizeram está na raiz do problema, disse Rogelio Nuñez, professor de estudos latino-americanos no Instituto Real Elcano, um think tank de Madrid.

“Existem diferentes alas dentro do regime que lutam pelo poder e têm interesses adquiridos. Estes são os políticos e as forças armadas”, disse Nuñez.

Fonte
 
 
 

Presidente da Hungria renuncia após protestos

10 de fevereiro de 2024

 

A presidente da Hungria, Katalin Novák, anunciou sua renúncia após protestos contra um perdão presidencial concedido para um homem condenado de encobertar abusos sexuais de crianças em um orfanato.

O diretor do orfanato, que realizou os abusos, foi condenado há oito anos de prisão, com o vice-diretor recebendo uma pena de três anos por omissão.

Após absorver o homem, a ministra da Justiça do país, Judit Varga, anunciou que deixaria o cargo e milhares de pessoas protestaram nas ruas contra a decisão de Novák.

“Eu cometi um erro. Hoje é o último dia em que me dirijo a vocês como presidente”, disse a agora ex-presidente em uma transmissão na televisão estatal.

“Tomei a decisão de conceder um indulto em abril passado, acreditando que o condenado não havia abusado da vulnerabilidade das crianças que ele havia supervisionado. Cometi um erro, pois o perdão e a falta de fundamentação foram adequados para provocar dúvidas sobre a tolerância zero que se aplica à pedofilia”, concluiu ela.

 

Protestos de agricultores na França se espalham por toda a Europa

3 de fevereiro de 2024

 

Os protestos de agricultores em grande escala que duram há mais de duas semanas em França estão a alastrar a países vizinhos como a Bélgica.

Os agricultores franceses, que há duas semanas tomam medidas coletivas em protesto contra as regulamentações do governo e o influxo de produtos agrícolas estrangeiros baratos, bloquearam rodovias que levam aos principais portos, usando tratores e fardos de feno.

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que discutiria a questão com a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, destacando o acordo entre o bloco econômico e o Mercosul.

A Comissão Europeia, juntamente com os estados membros e o Parlamento Europeu, define a maior parte das leis agrícolas, subsídios e regras de importação da UE.

Entretanto, os agricultores belgas também anunciaram planos para bloquear a principal estrada de acesso ao porto de Zeebrugge, o segundo maior porto da Bélgica, e impor uma proibição de acesso por 36 horas.

Os agricultores espanhóis também disseram que estavam planejando protestos no próximo mês, informou a Reuters.

 

Protestos de agricultores se espalham pela Europa

Agricultores jogaram ovos e pedras no Parlamento Europeu em Bruxelas, nesta quinta-feira, fizeram fogo perto do prédio e soltaram fogos de artifício ao exigirem que os líderes da União Europeia façam mais para ajudá-los com impostos e custos crescentes.

Com a raiva contra as regulamentações verdes e as importações baratas compartilhada entre os agricultores de toda a Europa, manifestantes da Itália, Espanha e outros países europeus participaram do ato em Bruxelas, que coincidiu com uma cúpula da UE nas proximidades, além de realizarem protestos em seus países.

Embora as queixas locais também variem, a crescente agitação, também observada em Portugal, Grécia ou Alemanha, expõe as tensões sobre o esforço da UE para combater as mudanças climáticas.

“Queremos acabar com essas leis malucas que chegam todos os dias da Comissão Europeia”, disse em Bruxelas José Maria Castilla, um agricultor que representa o sindicato espanhol de agricultores Asaja.

Os protestos em toda a Europa ocorrem em um momento em que a extrema-direita, para a qual os agricultores representam um eleitorado crescente, é vista obtendo ganhos nas eleições de junho para o Parlamento Europeu. Os líderes estão tentando acalmar a agitação.

“Em toda a Europa, surge a mesma pergunta: como podemos continuar a produzir mais e melhor? Como podemos continuar a enfrentar as mudanças climáticas? Como podemos evitar a concorrência desleal de países estrangeiros?”, disse o primeiro-ministro francês Gabriel Attal, ao anunciar novas medidas em Paris.

Attal prometeu facilitar a vida dos agricultores e protegê-los melhor em nível francês e da UE, inclusive proibindo importações baratas de produtos que usam um pesticida proibido na Europa e garantindo que os rótulos dos alimentos indiquem claramente se o produto é importado. Mais ajuda para os agricultores também está a caminho, segundo ele.

Mais ajuda

Os agricultores já garantiram várias medidas, incluindo as propostas da Comissão Executiva do bloco para limitar as importações de produtos agrícolas da Ucrânia e afrouxar algumas regulamentações ambientais sobre terras em pousio, as quais vários líderes da UE saudaram ao chegarem à cúpula.

Mas eles afirmam que isso não é suficiente e que estão sufocados por impostos e regras verdes e enfrentam a concorrência desleal do exterior.

“As eleições europeias estão chegando e os políticos estão muito nervosos, assim como a Comissão Europeia. Acho que este é o melhor momento para que, juntos, todos os agricultores europeus saiam às ruas”, acrescentou o agricultor espanhol Castilla.

Embora a crise dos agricultores não esteja oficialmente na agenda da cúpula da UE, que até agora se concentrou na ajuda à Ucrânia, um diplomata da UE disse que a situação dos agricultores seria discutida.

“Está acontecendo em toda a Europa, então vocês devem ter esperança”, disse Kevin Bertens, um agricultor dos arredores de Bruxelas, nos protestos na capital belga. “Vocês precisam de nós. Ajudem-nos!”

Pequenos grupos tentaram derrubar as barreiras erguidas em frente ao Parlamento – a poucos quarteirões de onde a cúpula estava ocorrendo – mas a polícia disparou gás lacrimogêneo e borrifou água nos agricultores com mangueiras para fazê-los recuar.

Enquanto isso, o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, repetiu a oposição do presidente francês, Emmanuel Macron, à assinatura de um acordo comercial com o Mercosul em sua forma atual – outra demanda importante para os agricultores.

Atos públicos e protestos marcam os cinco anos do crime socioambiental de Brumadinho

26 de janeiro de 2023

 

Atos públicos e protestos ontem (25) marcaram os cinco anos do desastre de Brumadinho (MG), ocorrido em 25 de janeiro de 2019, quando o rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, deixou 272 mortos e um rastro de lama de rejeitos de minério de ferro ao longo do rio Paraopeba, em Minas Gerais.

Protestos promovidos por organizações da sociedade civil ocorreram em nível nacional, com pedidos de punição para todos os responsáveis por esse crime socioambiental e reparação para as famílias das vítimas e para a região atingida. O Movimento dos Atingidos por Barragens promoveu um “Tuitaço por Reparação e Justiça”. Também houve atos públicos em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital paulista.

Em Brasília, 272 cruzes foram colocadas sobre o gramado em frente ao Congresso Nacional, em uma iniciativa do deputado Pedro Aihara (Patriota-MG), bombeiro que atuou diretamente nos resgates às vítimas.

“Das 272 vítimas fatais, 269 foram localizadas, identificadas e entregues para suas famílias. Existem três ‘jóias’, que é como a gente carinhosamente apelida as vítimas ainda não encontradas. O trabalho do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais continua”, ressaltou o deputado.

Também por iniciativa de Aihara, o prédio do Congresso Nacional recebe nesta quinta-feira projeção de vídeo em homenagem às vítimas do crime socioambiental.

Falando diretamente de Brumadinho, o deputado atualizou a situação das indenizações. “Parte das indenizações já foi paga e existem demandas que estão judicializadas. Mas, de fato, existem muitas pessoas que perderam parentes ou entes queridos e que tiveram suas atividades econômicas afetadas que ainda não foram indenizadas”, explicou.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) também foi a Brumadinho participar dos “atos de memória” e criticou o fato de a mineradora Vale permanecer impune e, segundo ele, “fazendo de tudo para não indenizar devidamente os atingidos”.

Correia destacou respostas legislativas ao crime de Brumadinho, como a lei batizada de “Mar de lama, nunca mais”, aprovada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e que prevê maior rigor no licenciamento ambiental. Do Congresso Nacional, o deputado citou a nova Lei de Segurança de Barragens (Lei 14.066/20), em vigor desde 2020, e a recente legislação de proteção aos atingidos por barragens (Lei 14.755/23), sancionada em dezembro.

“Nós já temos a Política Nacional dos Atingidos por Barragens e agora vamos saber quem são os atingidos, quais os seus direitos, como eles são reconhecidos e aquilo que é preciso que estados, municípios e a própria empresa deem de garantia a esses que sofreram o crime por parte de barragens”, disse Correia.

 

Protestos em São Paulo chamam a atenção para impunidade por Brumadinho

Cinco anos após o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, a capital paulista recebe exposição de arte e realiza ato na Avenida Paulista com objetivo de chamar a atenção para a impunidade dos responsáveis pela tragédia. Em 25 de janeiro de 2019, a ruptura de uma barragem da mineradora Vale deixou 270 mortos e provocou degradação ambiental em diversos municípios mineiros.

Até 25 de fevereiro, a exposição Paisagens Mineradas estará aberta ao público na Matilha Cultural, localizada no centro da cidade. No espaço, os visitantes têm acesso a obras produzidas por dez mulheres artistas visuais, que tratam do tema da mineração e seus impactos na sociedade e no meio ambiente. 

São fotografias, gravuras, esculturas, vídeos e instalações artísticas que buscam reflexão sobre o histórico da mineração no Brasil e seu caráter inerentemente danoso à natureza e às pessoas. As participantes da mostra são Beá Meira, Julia Pontés, o coletivo Kujỹ Ete Marytykwa’awa, Isadora Canela, Isis Medeiros, Lis Haddad, Luana Vitra, Mari de Sá, Shirley Krenak e Silvia Noronha. 

Já o Ato Memória e Justiça, pelas vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho será realizado quinta-feira (25), das 11h às 16h, na Avenida Paulista, esquina com a Rua Pamplona. Os eventos têm organização do Instituto Camila e Luiz Taliberti, fundado em homenagem a duas das vítimas da tragédia, e da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos (Avabrum). 

Pela programação do ato, às 12h28, horário em que a barragem se rompeu, uma sirene soará na hora do discurso da porta-voz do instituto. Depois, às 13h28 e às 14h28, novos toques da sirene serão acompanhados por discursos em homenagem às vítimas da tragédia em Brumadinho. 

Além da exposição e do ato, o instituto relança o Manifesto Basta de Impunidade. Justiça por Brumadinho, exigindo celeridade no andamento dos processos, e pede que todas as pessoas consideradas responsáveis sejam processadas e julgadas pelos crimes identificados nas investigações.