Skip to content

ONU inicia vacinação contra poliomielite em crianças de Gaza

As Nações Unidas, em colaboração com as autoridades de saúde palestinas, começaram a vacinar 640.000 crianças na Faixa de Gaza neste domingo (1), com Israel e o Hamas concordando com breves pausas em sua guerra de 11 meses para permitir que a campanha prossiga.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou no mês passado que um bebê ficou parcialmente paralisado pelo vírus da poliomielite tipo 2, o primeiro caso desse tipo no território em 25 anos.

A campanha começou neste domingo em áreas do centro de Gaza e se moverá para outras áreas nos próximos dias. Os combates serão interrompidos por pelo menos oito horas em três dias consecutivos.

A OMS disse que as pausas provavelmente precisarão se estender para um quarto dia e que a primeira rodada de vacinações levará pouco menos de duas semanas.

Crianças, escoltadas por membros de suas famílias, lotaram uma clínica administrada pela ONU na cidade central de Gaza, Deir Al-Balah, onde cerca de um milhão de pessoas estavam abrigadas, de acordo com autoridades palestinas. Equipes médicas marcaram as crianças que receberam as gotas com uma caneta em seus dedos.

“Vim à clínica da UNRWA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina] hoje para vacinar minhas filhas contra a pólio e, se Deus quiser, não veremos mais nenhuma doença além das doenças que já estamos enfrentando. Espero que voltemos para nossas casas sãs e salvas”, disse Afnan Al-Muqayyad.

A poliomielite era apenas uma das muitas preocupações de Al-Muqayyad.

“Doenças de pele são comuns, não há detergentes, os detergentes são muito caros e não podemos pagar por eles. Além disso, a comida é muito cara, tudo é caro, e o peso das crianças está caindo, elas estavam bem antes, mas agora estão ficando muito magras. Espero que Deus corrija as coisas”, disse ela.

Campanha complexa

Juliette Touma, diretora de comunicações da UNRWA, disse que a campanha de vacinação foi enorme e “uma das mais complexas do mundo”.

“Hoje é o momento de teste para as partes em conflito respeitarem essas pausas de área para permitir que as equipes da UNRWA e outros profissionais médicos alcancem as crianças com essas duas gotas muito preciosas. É uma corrida contra o tempo”, disse Touma à Reuters.

Israel e o Hamas, que até agora não conseguiram fechar um acordo que encerrasse a guerra, disseram que cooperariam para permitir que a campanha tivesse sucesso.

Autoridades da OMS dizem que pelo menos 90% das crianças precisam ser vacinadas duas vezes, com quatro semanas de intervalo entre as doses, para que a campanha tenha sucesso, mas ela enfrenta enormes desafios em Gaza, que foi amplamente destruída pela guerra.

Crianças palestinas são vacinadas contra a poliomielite, em um centro de saúde das Nações Unidas em Deir Al-Balah, no centro da Faixa de Gaza. REUTERS/Ramadan Abed

“As crianças continuam expostas, ela (a doença) não conhece fronteiras, postos de controle ou linhas de combate. Toda criança deve ser vacinada em Gaza e Israel para conter os riscos de disseminação dessa doença cruel”, disse Touma.

Enquanto isso, as forças israelenses continuaram a lutar contra militantes liderados pelo Hamas em várias áreas do enclave palestino. Moradores disseram que tropas do exército israelense explodiram várias casas em Rafah, perto da fronteira com o Egito, enquanto tanques continuaram a operar no subúrbio de Zeitoun, no norte da Cidade de Gaza.

No domingo, Israel recuperou os corpos de seis reféns de um túnel no sul de Gaza, onde eles foram aparentemente mortos pouco antes de as tropas israelenses chegarem até eles, disseram os militares.

A guerra foi desencadeada depois que militantes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, segundo dados israelenses.

Desde então, pelo menos 40.691 palestinos foram mortos e 94.060 ficaram feridos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do enclave.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Dia D contra a poliomielite terá mais de 650 postos no Rio

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio Janeiro promove neste sábado (8) o dia D de vacinação contra a paralisia infantil. Serão disponibilizados mais de 650 pontos de vacinação, das 8h às 17h, entre unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) e postos extramuros montados para facilitar o acesso da população.

No município do Rio de Janeiro, a meta é vacinar 237 mil crianças de 1 a 4 anos de idade, o que corresponde a 95% da população alvo, atualmente 248 mil indivíduos.

A campanha faz parte da Estratégia Nacional de Vacinação contra Poliomielite, que teve início no dia 27 de maio e vai até o dia 14 de junho, com o objetivo de reduzir o risco da reintrodução da doença no país e aumentar a cobertura vacinal.

“Além das doses previstas no esquema regular, estamos aplicando mais uma de reforço em crianças de 1 a 4 anos. Por isso, convocamos os pais que ainda não levaram seus filhos que aproveitem essa mobilização, para garantir a proteção dos nossos pequenos cariocas. Isso é muito importante para que a poliomielite não volte a circular no país. A imunização é a forma mais eficaz de prevenção e nesse dia D queremos aumentar a nossa cobertura vacinal”, disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Conforme orientação do Ministério da Saúde, crianças de 1 a 4 anos de idade que estejam em dia com o esquema básico devem receber mais uma dose da vacina oral (VOP). A recomendação é que pais e responsáveis levem a caderneta de vacinação da criança para avaliação da situação vacinal pelas equipes de saúde.

A vacina está disponível em todas as 238 clínicas da família e centros municipais de saúde espalhados por toda a cidade, além do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e do Super Centro Carioca de Vacinação unidade Campo Grande, no ParkShopping Campo Grande, que também funciona todos os dias, de acordo com o horário do centro comercial.

O Brasil não registra casos de pólio desde 1989. Em 1994, o país recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. No ano passado, entretanto, o Brasil foi classificado pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas como território de alto risco para reintrodução do poliovírus.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poliomielite afeta principalmente crianças com menos de 5 anos de idade, sendo que uma em cada 200 infecções leva à paralisia irreversível, geralmente das pernas. Entre os acometidos, 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios.

Campanha de vacinação contra poliomielite começa nesta segunda

A partir desta segunda-feira (27), todas as crianças menores de 5 anos devem comparecer aos postos de saúde para ser imunizadas contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 95% de um total de 13 milhões de crianças na faixa etária definida.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite vai até 14 de junho. A expectativa é reduzir o número de crianças não imunizadas e o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil.  Em nota, a pasta destacou que a vacinação é a única forma de prevenção contra a doença.

O ministério reforça que a campanha deste ano, em particular, é importante para o enfrentamento à pólio, já que o Brasil está em fase de transição para substituir as duas doses da vacina oral poliomielite (VOP) para apenas um reforço com a vacina inativada poliomielite (VIP), no formato injetável.

Com a mudança, o esquema vacinal e a dose de reforço contra a doença, a partir do segundo semestre deste ano, serão feitos exclusivamente com a VIP. “Todos os estados e municípios receberão as normas e diretrizes dessa alteração”, destacou a pasta.

Casos

O Brasil não registra casos de pólio desde 1989. Em 1994, o país recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. No ano passado, entretanto, o Brasil foi classificado pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas como território de alto risco para reintrodução do poliovírus.

“Essa categorização se deu a partir do desempenho das coberturas vacinais, dos indicadores de vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA) e do status de contenção laboratorial dos poliovírus, por exemplo”, detalhou o ministério.

O ministério recomenda que estados e municípios realizem, no dia 8 de junho, um sábado, o chamado Dia D da campanha contra a pólio, no intuito de ampliar a divulgação e a mobilização em todo o país. “Estados e municípios têm autonomia para definir a realização em outras datas, de acordo com as especificidades locais.”

Dados da pasta mostram que, em 2022, 77% das crianças com menos de 1 ano receberam a dose da VIP. Em 2023, o número aumentou para 84,63%, conforme dados preliminares. Neste ano, o índice de doses da VIP aplicadas, neste momento, está em 85,42%.

No ano passado, os três estados com os melhores índices de vacinação foram Ceará, com 93%; Piauí, com 92%; e Santa Catarina, com 90%.

A doença

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poliomielite afeta principalmente crianças com menos de 5 anos de idade, sendo que uma em cada 200 infecções leva à paralisia irreversível, geralmente das pernas. Entre os acometidos, 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios.

Os casos da doença diminuíram mais de 99% ao longo dos últimos anos, passando de 350 mil casos estimados em 1988 para seis casos reportados em 2021.

“Enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite. Se a doença não for erradicada, podem ocorrer até 200 mil novos casos no mundo, a cada ano, dentro do período de uma década”, estima a OMS.

Emergência global

Após a alteração do status da covid-19 e da mpox ou varíola dos macacos, a poliomielite figura atualmente como a única emergência em saúde pública de importância internacional mantida pela OMS.

O mesmo comitê que declarou o fim da emergência para a covid-19 e para a mpox decidiu, em maio do ano passado, por unanimidade, manter o mais alto status de emergência sanitária concedido pela entidade para a pólio.

“O comitê unanimemente concordou que o risco de disseminação internacional do poliovírus permanece como emergência em saúde pública de importância internacional e orientou para a extensão das recomendações temporárias por mais três meses”, destacou relatório da OMS.

Rio inicia campanha contra poliomielite para crianças de 1 a 4 anos

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio inicia nesta segunda-feira (27) a campanha de vacinação contra a poliomielite para crianças de um a quatro anos que estejam em dia com o esquema básico, conforme orientação do Ministério da Saúde. Ao utilizar a vacina oral contra a paralisia infantil, a finalidade é reduzir o risco da reintrodução dessa doença no país e aumentar a cobertura vacinal.

A meta é vacinar 236 mil crianças, o que corresponde a 95% da população alvo de 248 mil indivíduos. A vacina está disponível em todas as 238 clínicas da família e centros municipais de saúde espalhados por toda a cidade, além do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, na zona sul, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e do Super Centro Carioca de Vacinação, unidade instalada no Park Shopping Campo Grande, que também abre todos os dias, de acordo com o horário de funcionamento do centro comercial.

Comprovante de vacinação

A campanha de vacinação contra a poliomielite vai até o dia 14 de junho. Ao se dirigir aos postos com a criança, os responsáveis devem levar a caderneta ou comprovante de vacinação para avaliação da situação vacinal, mesmo em casos de apresentação das imunizações de rotina em dia. Apenas pacientes imunodeprimidos, dentro da faixa etária determinada, e menores de um ano de idade não estão indicados para vacina oral contra poliomielite, mas poderão ter indicação para a aplicação da vacina inativada contra a doença.  

Erradicada no Brasil desde 1994, a poliomielite ainda ocorre em locais como Paquistão e Afeganistão. Caracterizada por um quadro de paralisia decorrente do poliovírus selvagem tipo 1, 2 ou 3, a doença acomete os membros inferiores e, para garantir a proteção das crianças, a imunização é a forma mais eficaz de prevenção.