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Cartórios registram 13 mil trocas de nomes de pessoas trans em 5 anos

O Brasil fecha o ano de 2023 com a marca de 13 mil alterações de registro civil de transexuais e transgêneros nos últimos cinco anos. De acordo com a Arpen Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), neste ano, 3.908 pessoas se dirigiram ao cartório para solicitar a mudança de gênero ou nome até o dia 10 de dezembro.

Conforme os dados divulgados, os pedidos de alteração de nome começaram em 2018, quando o Supremo Tribunal Federa (STF) autorizou a medida. Naquele ano, houve 1.129 alterações de registro. Em 2019, foi registrado aumento para 1.848. Nos anos seguintes, os registros ficaram nos patamares de 1.283 (2020) e 1.863 (2021). As alterações passaram para 3.165 (2022) e 3.908 (2023).

Em relação aos pedidos de mudança de gênero, 2.169 foram do masculino para feminino e 1.512 do feminino para o masculino.

Em agosto de 2018, o Supremo autorizou transexuais e transgêneros a alterarem o nome no registro civil sem a necessidade de cirurgia de mudança de sexo.

Antes da decisão, transexuais somente podiam adotar o nome social em identificações não oficiais, como crachás, matrículas escolares e na inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo.

Atualmente, para realizar a alteração, os interessados devem ir ao cartório de registro civil de sua região para entrada no procedimento. São necessários alguns documentos, como certidão de nascimento ou casamento, documentos pessoais de identificação e certidões solicitadas pelo cartório.

SP: religiosos promovem café de Natal para pessoas em situação de rua

O padre Julio Lancellotti, que coordena a Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, e outras lideranças à frente de ações similares organizaram na manhã desta segunda-feira (25) um café de Natal para a população em situação de rua, no bairro da Mooca, na capital paulista. A mobilização aconteceu em frente à Igreja São Miguel Arcanjo, com a qual Lancellotti mantém vínculo.

Pedagogo, além de presbítero, Julio Lancellotti é reconhecido por atuar em favor das pessoas que vivem nas ruas de São Paulo e outras minorias sociais, como os LGBTQIA+. Ele também ganhou proeminência por combater ativamente medidas de aporofobia na capital, como a instalação de peças de concreto para evitar que pessoas em situação de rua permaneçam debaixo de marquises, em calçadas ou debaixo de viadutos. Aporofobia é um termo que significa aversão a pobres. 

Na companhia de figuras tão comprometidas com a causa como ele, a exemplo do sheik Rodrigo Jalloul, do Centro Islâmico da Penha, o líder católico diz, enquanto distribui refeições, que a ação é coletiva e completa 40 anos. Segundo ele, embora seja articulada por pessoas com diferentes credos, acaba sendo ecumênica, porque o que conta é a intenção de se aproximar, na data festiva, de uma parcela que tenderia a ficar ainda mais isolada do que em outros dias. 

“O que importa é que somos todos humanos. Apesar das denominações religiosas diferentes ou sem nenhuma denominação, o que importa é as pessoas estarem a serviço da vida”, justifica Julio Lancellotti. 

“A gente não considera um trabalho, mas uma convivência. Essa convivência tem 40 anos e vai tomando diferentes formas, de acordo com a necessidade que as pessoas têm”, pontua, em seguida, acrescentando que “faz pouco, mas de coração” e que espera que ações semelhantes sejam cada vez menos necessárias, sinalizando que há menos gente com fome.

Perguntado sobre o plano nacional que o governo federal anunciou, recentemente, para a população em situação de rua, Lancellotti diz ser importante, mas que depende também de uma reação das prefeituras municipais. O Ruas Visíveis irá dispor de R$ 1 bilhão

*Com informações do repórter Lincoln Chaves, da TV Brasil.

Cinco pessoas morrem em queda de avião no interior de São Paulo 

Quatro adultos e uma criança morreram na queda de um monomotor de quatro lugares, em Jaboticabal, no interior de São Paulo, na manhã deste sábado (23). Segundo o Corpo de Bombeiros, chovia forte no momento em que a aeronave se aproximava do seu destino, o aeródromo de Monte Alto (SP), a cerca de 20 quilômetros do local onde caiu.

O avião, modelo RV-10 e prefixo PT-ZVL, está registrado em nome do empresário Delcides Menezes Tiago. Segundo os bombeiros, Tiago estava voltando de Fernandópolis, a cerca de 230 quilômetros de Monte Alto, onde havia ido buscar um casal de amigos com quem passaria o fim de ano. Ao se chocar contra o solo, o avião pegou fogo e explodiu.

Os nomes das outras quatro vítimas – duas mulheres, um homem e a criança – não foram divulgados.

Sócio-proprietário de vários empreendimentos, Tiago é conhecido na região como Thiago da Ótica, devido à rede de lojas que levam seu nome. O empresário presidiu a Associação Comercial de Monte Alto por quatro vezes entre os anos de 1995 e 2004. A entidade lamentou a morte de Tiago nas redes sociais e sugeriu que, ao fim do velório, na Basílica do Senhor Bom Jesus, os estabelecimentos comerciais da região central da cidade baixem suas portas.

As causas do acidente ainda vão ser apuradas. Acionados, investigadores do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), do Cenipa, já estão coletando as primeiras informações necessárias à investigação aeronáutica, que visa a identificar os fatores contribuintes e prevenir acidentes semelhantes.

Coral formado por pessoas em situação de rua se apresenta em São Paulo

Um alongamento do corpo, um aquecimento na voz e uma apresentação pessoal. E então a sala é inundada com uma voz conjunta. “Êô Êô Abalô Capoeira Abalô”.

É assim que tem início o ensaio do coral formado por pessoas em situação de rua, na Estação Cidadania, na região central da capital paulista, ao lado da Praça da Sé. Sentados em círculo em uma das salas do centro, os cantores recebem folhas de papel sulfite onde estão escritas as letras das canções que eles vão ensaiar numa tarde de quinta-feira. De repente, as vozes se unem e, aos poucos, começam a subir o tom e encher o espaço. Eles então começam a cantar os versos de outra canção: “Sonho meu, sonho meu, vá buscar quem mora longe, sonho meu”.

O som dessas vozes é acompanhado por alguns instrumentos musicais, entre eles, um pandeiro, que é tocado por Lucas Henrique da Silva, 35 anos de idade. Ele, que estudou música por 6 anos antes de ir morar nas ruas de São Paulo, agora faz parte do coral e de um novo projeto desenvolvido no local, um grupo de samba, chamado Acústica da Rua, também formado por pessoas que moram nas ruas. 

Ensaio do coral formado por pessoas em situação de vulnerabilidade social, na Estação da Cidadania – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

“Hoje, esses projetos são nosso meio de escape e de sair daquilo que nos fazia mal”, explica Henrique, que reforçou ser um “apaixonado pela música”.

“Tudo o que envolve música eu estou dentro”, ressalta. “Às vezes vamos nos lugares e a preocupação é dar banho e comida. Mas às vezes queremos uma atenção, queremos fazer o que nos faz bem, queremos conversar e nos abraçar. E aqui, nesse espaço, temos isso”, disse.

Lucas vivia em Osasco, na Grande São Paulo, até que problemas familiares o fizeram ir viver na rua. E, então, o entorno da Praça da Sé, no centro da capital paulista, virou seu novo endereço, lugar onde morou por 2 anos. “Foi um período de muita tristeza. Fui levado também por uma depressão, já que minha mãe morreu nesse período. E fui me afundando mais ainda. Mas tive ajuda do projeto [social] com assistente social e psicólogo e, a cada dia, estou melhor”, conta.

Há cerca de 1 mês, Lucas conseguiu um emprego por meio do Estação Cidadania. “Já consegui sair da rua. Estou pagando aluguel em uma pensão”, disse à reportagem da Agência Brasil. “É um recomeço”, acrescentou.

Apresentação

Ensaio do coral formado por pessoas em situação de vulnerabilidade socia, na Estação da Cidadania – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

No meio do ensaio do coral começa a chegar mais gente na sala. O grupo ainda é pequeno, com 18 integrantes, e mutante, porque ainda não foi possível formar um grupo fixo. Mesmo assim, esse coral vai se apresentar na manhã deste domingo (24) no Natal Solidário da População de Rua, evento marcado para ter início às 9h, na Quadra do Sindicato dos Bancários.

Além de capoeira, o repertório que será apresentado pelo coral neste evento natalino inclui também xote, uma ciranda pernambucana e músicas de Gilberto Gil ou que foram cantadas por Tim Maia. O regente é Mauro Rodrigues Aulicino, funcionário da pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (USP) e um dos regentes do CORALUSP.

O grupo de samba Acústica da Rua, que também foi formado na Estação Cidadania e do qual Lucas faz parte, se apresentará no mesmo local, neste domingo.

Projeto

O projeto de criar um coral formado por pessoas em situação de rua começou em 2017, quando a Secretaria Municipal de Direitos Humanos procurou o CORALUSP para fazer uma parceria. O local escolhido para iniciar esse trabalho, disse Aulicino, foi o restaurante comunitário Penaforte Mendes, gerido pela Rede Rua. Mas então veio a pandemia do novo coronavírus e o projeto não prosseguiu. 

“Mas neste ano de 2023 surgiu a Estação Cidadania, esse equipamento público que é gerido também pela Rede Rua. E aí retomamos esse contato e começamos a fazer essa atividade [o coral] em setembro”, disse Aulicino.

“A Rede Rua oferece esse espaço de acolhimento [a Estação Cidadania], que é mais humanizado. Não oferecemos somente a marmita, o banho ou a lavagem de roupa, mas o estar junto com as pessoas em situação de rua”, explicou a irmã Débora Geovana Bezerra de Souza, uma educadora pernambucana que foi para São Paulo para trabalhar ao lado de pessoas em situação de rua.

Além do coral, a Estação Cidadania é também um espaço de convivência, onde as pessoas em situação de rua podem, por exemplo, assistir a filmes, jogar e fazer artesanato. Outra atividade desenvolvida é um projeto de trabalho, no qual as pessoas podem receber um salário-mínimo. Por dia, o local costuma atender uma média de 1.000 pessoas. A maior parte deles jovens e homens.

O espaço também funciona como uma espécie de sindicato. “Nós temos aqui também o Sindicato da Rua, que é onde eles colocam suas necessidades”, explicou a irmã Débora.

Desafios

Para o regente, o coral com a população em situação de rua envolve um imenso desafio que é conseguir ter ensaios regulares. “É um desafio enorme porque, para fazer ensaios regulares, todas as semanas, a pessoa precisa ter uma estrutura para que todos os dias, naquele mesmo horário, ela possa estar lá. O desafio maior é começar a formar um núcleo de alguns poucos, que consigam esse grande desafio de estar aqui no mesmo horário, toda semana. Isso é muito difícil. Nós ainda não temos um grupo, é uma semente que estamos jogando e que estamos torcendo para conseguir”.

Mesmo assim, os ensaios prosseguem acontecendo uma vez por semana: sempre nas tardes de quinta-feira, na Estação Cidadania, ao lado da Praça da Sé.

Ensaio do coral formado por pessoas em situação de vulnerabilidade social, regido por Mauro Rodrigues Aulicino, na Estação da Cidadania – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A jovem Yasmin Hadson Nunes Oliveira, 19 anos de idade, uma mulher trans, é uma das integrantes desse coral. “Está sendo muito bom para mim. Como tenho bastante ansiedade, a música me faz aliviar, colocar tudo para fora e esquecer dos problemas. A música é importante porque fala sobre sentimento, carinho e amor, coisas que mexem muito com nós [pessoas que viveram em situação rua], coisas que não temos muito”.

Ela, que chegou a viver nas ruas de São Paulo após ser expulsa de casa na cidade piauiense de Floriano, quando tinha 14 anos de idade, agora conseguiu um emprego no projeto que é desenvolvido na Estação Cidadania. E passou a planejar seu novo futuro. Seu sonho agora é se tornar assistente social.

Para o regente do coral, atividades como essa são muito importantes para as pessoas em situação de rua. “Acho que faz uma diferença gigantesca. O canto coral é aquele local para uma atividade musical que é totalmente coletivo. É um lugar da coletividade, em que não se faz nada sozinho. E retoma algum sentido do fazer musical onde a pessoa não precisa ter uma preparação técnica para isso. Ela não precisa ter especialização. Ela simplesmente canta. É um fazer coletivo. E, quando essa população vai se inserindo nisso, se tornando um cantor desse grupo, ela se sente pertencente. Ela se sente uma pessoa”.

CMN libera R$ 800 milhões para microcrédito a pessoas com deficiência

Pessoas com deficiência terão R$ 800 milhões a mais de microcrédito para a compra de bens e de serviços de tecnologia assistida, que melhoram a qualidade de vida e a mobilidade. O Conselho Monetário Nacional aumentou o sublimite para cumprimento do percentual mínimo de depósitos à vista que devem ser destinados ao microcrédito.

Atualmente, os bancos devem destinar 2% dos depósitos à vista para operações de microcrédito produtivo orientado. Desse total, 20% devem ser cumpridos por meio de microcrédito para tecnologia assistida. O CMN aumentou para 30% esse sublimite.

Com a decisão, o total de depósitos à vista destinados a pessoas com deficiência subiu de 0,4% para 0,6%. Com base nos dados mais recentes, de setembro deste ano, essa medida ampliaria de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,4 bilhões o microcrédito disponível para tecnologia assistida.

Em nota, o Banco Central informou que a medida permite ampliar o crédito às pessoas com deficiência sem descaracterizar o foco nas operações de microcrédito, nem mudar as regras atuais de direcionamento.

Entidades de investimento

O CMN também regulamentou a definição de entidades de investimentos, que terão direito ao pagamento de Imposto de Renda apenas no resgate da aplicação, sem a tributação a cada seis meses conhecida como come-cotas.

O benefício abrange Fundos de Investimento em Participações (FIP), Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundo de Investimento em Índice de Mercado (ETF) classificados como entidades de investimentos.

Sancionada no último dia 12, a Lei 14.754, que trata da tributação de fundos de investimento exclusivos e das offshores (empresas de investimento no exterior), define entidade de investimento como o fundo com gestão profissional discricionária. Nessa modalidade, os gestores gerenciam livremente os recursos dos clientes, com o propósito de obter o maior retorno possível. Cabia ao CMN regulamentar as situações práticas que definem a gestão profissional discricionária.

O Conselho Monetário Nacional autorizou a possibilidade de o gestor deter participação minoritária no fundo para alinhamento de interesses com os investidores. Em contrapartida, fundos em que cotistas majoritários interferem na gestão não poderão ser classificados como entidades de investimento. No caso do FIDC, o fundo também precisa aplicar pelo menos 67% da carteira em direitos creditórios para pagar Imposto de Renda apenas no resgate da aplicação.

Os fundos que não cumprirem esses critérios pagarão Imposto de Renda sobre os rendimentos acumulados da mesma forma que as offshores e os fundos exclusivos: 8% se antecipar o pagamento até 29 de dezembro ou 15% se começar a pagar em maio de 2024.

Atirador mata ao menos 15 pessoas em ataque em universidade de Praga

Um homem armado matou ao menos 15 pessoas e feriu pelo menos outras 24 em uma universidade de Praga nesta quinta-feira antes de ser “eliminado”, informaram a polícia e os serviços de emergência da capital da República Tcheca.

A polícia tcheca informou pouco depois das 15h (horário local) que estava respondendo a um tiroteio no prédio da faculdade de artes da Universidade Charles, na Praça Jan Palach. A polícia disse que o pai do atirador, um aluno da faculdade, foi encontrado morto mais cedo nesta quinta.

“Sempre pensávamos que isso era uma coisa que não nos dizia respeito. Agora acontece isso, infelizmente, nosso mundo também está mudando e o problema de atiradores individuais está surgindo aqui também”, disse o prefeito de Praga, Bohuslav Svoboda, à TV tcheca.

Petr Nedoma, diretor da Galeria Rudolfinum, em uma sala de concertos na Praça Palach, disse à TV tcheca que viu o atirador.

“Vi na galeria um jovem que tinha uma arma na mão, tipo uma arma automática, e atirava em direção à ponte Manes. Repetidamente, com algumas interrupções, depois vi como ele atirou, levantou as mãos e a jogou na rua, ali na faixa de pedestres”, disse ele.

A polícia isolou a praça e a área adjacente ao edifício da universidade, que está localizada em uma zona movimentada da cidade que tem uma rua popular que leva os turistas à Praça da Cidade Velha.

A transmissão na TV tcheca mostrou várias ambulâncias e viaturas com luzes piscando alinhadas ao longo do prédio, acompanhadas pelo som de sirenes.

Um e-mail enviado a funcionários e estudantes da faculdade dizia que um atirador estava em um de seus prédios.

“Não vá a lugar nenhum, se estiver nos escritórios, tranque-os e coloque móveis na frente da porta, apague as luzes”, dizia o e-mail.

Um usuário do X postou a foto de um grupo de estudantes, escondidos agachados num parapeito do prédio.

O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, cancelou sua viagem ao leste do país e estava a caminho de Praga, disse ele no X.

Os crimes com armas de fogo são relativamente raros na República Tcheca. Em dezembro de 2019, um homem armado de 42 anos matou seis pessoas na sala de espera de um hospital na cidade de Ostrava, no leste do país, antes de fugir e se matar com um tiro, disse a polícia.

Terremoto mata mais de 100 pessoas na China e casas desabam

 Um terremoto de magnitude 6,2 atingiu uma das regiões mais pobres da China pouco antes da meia-noite dessa segunda-feira (18), matando pelo menos 126 pessoas, ferindo centenas e derrubando casas de barro em vilarejos remotos.

A mídia estatal chinesa que chegou ao vilarejo de Dahe, uma das áreas mais atingidas na província de Gansu, no noroeste da China, informou que muitas casas corriam o risco de desabar ou já haviam desmoronado, especialmente aquelas construídas com terra e argila.

“Vivo há mais de 80 anos e nunca tinha visto um terremoto tão grande”, disse um idoso que estava sendo carregado para fora de sua casa danificada.

Mais de 155 mil casas em Gansu foram danificadas ou destruídas.

Às 23h59 (12h59 em Brasília) de ontem, o terremoto sacudiu o condado de Jishishan, em Gansu, a uma profundidade de 10 quilômetros (km). O epicentro foi a 5 km da fronteira provincial entre Gansu e Qinghai, onde também foram sentidos fortes tremores.

Autoridades mobilizaram serviços de emergência depois que o terremoto destruiu estradas e infraestruturas, provocou deslizamentos de terra e soterrou metade de um vilarejo com lodo. O trabalho de resgate tem se mostrado, no entanto, desafiador em temperaturas abaixo de zero, depois que uma forte onda de frio varreu o país.

Os terremotos são comuns em províncias como Gansu, situada na fronteira nordeste do planalto tectonicamente ativo de Qinghai-Tibetan. O terremoto mais mortal da China nas últimas décadas foi em 2008, quando um de magnitude 8 atingiu Sichuan, matando quase 70 mil pessoas.

Em Gansu, 113 pessoas morreram até as 13h de hoje (2h de Brasília) e 536 ficaram feridas, segundo as autoridades.

O número de mortos em Qinghai subiu para pelo menos 13, com 182 feridos.

Oficialmente, 20 pessoas continuam desaparecidas.

Cerca de 2.200 funcionários do Corpo de Bombeiros da província de Gansu e 900 da brigada florestal, além de 260 profissionais de resgate de emergência, foram enviados para a área do desastre, informou a agência de notícias Xinhua, acrescentando que centenas de militares e policiais também foram enviados.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Pessoas protestam contra o anti-semitismo em Londres

26 de novembro de 2023

 

Milhares de pessoas participaram de uma marcha contra o anti-semitismo em Londres no domingo, protestando contra o aumento dos crimes de ódio contra judeus desde o início do conflito entre Israel e Hamas.

O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson esteve entre os estimados 60.000 manifestantes na primeira marcha deste tipo desde o início da guerra e na maior reunião contra o anti-semitismo em Londres em décadas, segundo os organizadores. Johnson marchou ao lado do rabino-chefe do Reino Unido, Ephraim Mirvis, e de outros altos funcionários do governo.

Algumas pessoas cantaram em hebraico, enquanto outras gritavam “Traga-os para casa” em referência aos reféns.

A Polícia Metropolitana de Londres recebeu relatos de 554 crimes anti-semitas entre 1 de outubro e 1 de novembro, contra 44 no ano anterior, um aumento de mais de 10 vezes. Os relatos de crimes islamofóbicos quase triplicaram, para 220, durante o mesmo período.

A polícia prendeu um ativista de extrema-direita, Tommy Robinson, no início da marcha de domingo, depois deste ter se recusado a deixar a área a pedido dos agentes.

A marcha de domingo ocorreu um dia depois de uma última manifestação na capital britânica de manifestantes pró-Palestina pedindo um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.

 

Cuidados com a pele de pessoas com diabetes precisam se intensificar no inverno

Especialistas explicam os perigos do ressecamento cutâneo para quem tem diabetes e dão dicas para manter a hidratação

A onda de frio já chegou ao País no início de maio e pegou muita gente de surpresa. Na cidade de São Paulo, por exemplo, houve registro de 1,1°C de temperatura mínima absoluta no extremo da Zona Sul da cidade. Quando as temperaturas caem, os cuidados com a hidratação da pele precisam ser redobrados e isso é especialmente importante para quem tem diabetes. 

“Com o clima mais frio e seco e a aproximação do inverno, o organismo fica submetido a um ambiente diferente daquele observado nos meses mais quentes, e a pele fica mais sensível e sujeita a ressecamentos”, explica a Dra. Maria Frantzezo, Dermatologista consultora do Minuto Saudável. 

Sinais de alerta

“Pessoas com diabetes precisam ter atenção constante para quaisquer machucados e também ressecamentos mais proeminentes que possam levar a descamação e sangramentos. Os principais sinais de que a pele está seca é que ela fica mais opaca e descamativa. Quando vermelha e irritada, podem surgir fissuras, que são possíveis portas de entrada para fungos e bactérias, causando infecções de pele, desde as camadas superficiais até as mais profundas. Em todos os casos, os diabéticos precisam buscar tratamento assim que notarem qualquer alteração na saúde de sua pele, não só para fins de tratamento, mas para prevenção também”, alerta a médica. 

Pé diabético

Segundo Tatiane Coradassi Esmanhotto, Enfermeira do Centro de Diabetes de Curitiba (PR) e consultora do Minuto Saudável, aqueles que têm diabetes apresentam excesso de glicose no organismo e tendem a eliminar o excesso de açúcar através da urina, levando o corpo a maior perda de água. “Esta situação, associada ao clima seco, provoca uma textura áspera na pele, descamações e até mesmo rachaduras. As alterações cutâneas mais frequentes são aquelas localizadas nos pés, porque são naturalmente mais secos e as pessoas se esquecem de que é preciso hidratá-los”, explica a enfermeira, que é especialista em feridas de pé diabético.

Segundo ela, a desidratação (falta de água no corpo), glicemia alta e má irrigação do sangue podem levar a complicações, como exemplo a neuropatia diabética, responsável por causar ressecamento severo, demandando uma atenção ainda maior para os pés.

A enfermeira ressalta que óleos corporais não são recomendados, pois além de não hidratarem, dificultam a renovação da pele, fazendo com que a pele descame, facilitando a entrada de infecções.

Hábitos

“Para se precaver, o indivíduo com diabetes deve controlar sua condição com visitas regulares ao médico endocrinologista. Ele deve seguir as recomendações médicas, desde as medicamentosas até sobre os hábitos de dieta e exercícios”, aconselha a Dra. Maria Frantzezo. Com relação à pele, ela precisa sempre de atenção especial. É o maior órgão do corpo humano e tem funções importantíssimas, entre elas, a proteção de todo o corpo contra agressões externas.

Ritual de limpeza e hidratação 

No cuidado diário com a pele seca, quem tem diabetes deve seguir tratamento específico. “É preciso primeiro higienizar, utilizando água morna e sabonetes de limpeza pouco agressivos (syndets), compatíveis com o pH da pele e não alcalinos. Quanto menos espuma o sabonete fizer melhor, pois será menos nocivo para a proteção natural da pele”, comenta a Dra. Maria. 

“Em seguida, é importante dar preferência para cremes hidratantes potentes ao invés de loções hidratantes (os cremes têm uma capacidade de hidratação maior), sem cor e com menos perfume. Protetores solares específicos também podem ser prescritos. No geral, é importante que a pessoa com diabetes utilize dermatológicos ou cosméticos recomendados especialmente para ele”, reforça.

“Os cremes hidratantes são mais eficazes quando aplicados logo após o banho, quando os poros ainda estão dilatados. Desta forma, eles conseguem penetrar com muito mais eficiência, criando uma camada de proteção na pele que evita, inclusive, a perda de umidade que acontece naturalmente após o banho”, ensina a Dra. Maria.

“No inverno, deve-se evitar banhos quentes e demorados ou o uso de esponjas ou buchas que aumentam o atrito e destroem a camada superficial da pele. Além disso, o uso excessivo de sabão remove uma barreira protetora da pele composta por água e gordura. Apesar de não existir “cura” para a pele com tendência a ressecamento, os cuidados diários garantem maciez e resistência, impedindo o surgimento de problemas”, conclui a dermatologista. 

Sobre o Minuto Saudável – Presente na internet desde 2017, traz informações claras e confiáveis sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e mais, para uma vida mais saudável e equilibrada. O site é do Grupo Consulta Remédios, marketplace que através de suas soluções, facilita a vida de milhões de pessoas, com informações que vão desde bulas até informações sobre medicamentos e produtos de beleza e bem-estar, oferecendo comparação de preços e proporcionando economia em centenas de farmácias de todo o Brasil.

Sobre a Dra. Maria Frantzezo – Formada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1998), é especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Médica responsável pela Clínica MK Derma de Curitiba (PR), é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Academia Europeia de Dermatologia.

Sobre a Enfermeira Tatiane Coradassi Esmanhotto – Graduada em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2009), é enfermeira coordenadora do Ambulatório de Prevenção e Tratamento de Feridas do Centro de Diabetes de Curitiba. Especialista em feridas de pé diabético, tem ampla experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Podiatria Clínica.