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Avião que transportava drogas é abatido pela FAB

Um avião de pequeno porte que transportava drogas foi interceptado e abatido pela Força Aérea Brasileira (FAB), nesta terça-feira (12), ao entrar no espaço aéreo nacional vindo da Venezuela, na Região Norte do país. A ação, realizada em conjunto com a Polícia Federal, seguiu os protocolos das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA), previstas em legislação federal.

Ao ser localizada e interceptada pela FAB, a aeronave suspeita não se identificou pelo rádio, nem modificou a rota para pousar em um aeródromo próximo.

Foram disparados tiros de advertência, também sem sucesso. Com isso, o avião foi classificado como hostil pelo governo brasileiro e foi alvejado com o chamado tiro de detenção, para impedir a continuidade do voo.

“Essa medida é utilizada como último recurso, após a aeronave interceptada descumprir todos os procedimentos estabelecidos e forçar a continuidade do voo ilícito. Com a execução do Tiro de Detenção, o avião interceptado, classificado como hostil, veio a colidir com o solo”, informou a FAB, em nota.

A localização do avião em solo ocorreu nesta quarta-feira (12), por meio de um helicóptero da FAB.

Com participação de agentes da Polícia Federal na ação, foram identificados dois homens sem vida e presença de drogas no interior da aeronave.

Barroso dá mais 30 dias para São Paulo detalhar uso de câmeras pela PM

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais 30 dias de prazo para que o governo de São Paulo apresente mais informações sobre o uso de câmeras corporais pelos policiais militares do estado.

Pela determinação, o governo de Tarcísio de Freitas deverá detalhar quais indicadores serão utilizados para avaliar a efetividade da medida. Também deve ser esclarecida a ordem de adoção prioritária das câmeras corporais nas fardas dos policiais militares de acordo com os riscos de letalidade policial.

O aumento de prazo havia sido pedido pela Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo. O órgão alegou que o Centro de Inteligência da Polícia Militar está elaborando os levantamentos, mas seria preciso mais tempo, diante da quantidade de dados que precisam ser coletados e analisados.

O tempo inicial de resposta era de 45 dias e constava na decisão de 9 de dezembro em que Barroso determinou a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pela PM paulista. Por essa decisão, os equipamentos devem ser capazes de gravação ininterrupta. Ele atendeu a pedido da Defensoria Pública de São Paulo.

Em nova decisão, de 26 de dezembro, Barroso limitou a obrigatoriedade das câmeras somente para “operações de grande envergadura”, incursões em comunidades vulneráveis e em operações deflagradas para responder a ataques contra policiais.

O ministro reconheceu a alegação do governo paulista de que não teria câmeras suficientes para todo o efetivo da PM, que supera os 80 mil agentes. Ele ordenou que os equipamentos fossem destinados a regiões com maior letalidade policial.

Histórico

O governo de São Paulo se comprometeu com o STF, em abril do ano passado, a usar câmeras corporais em operações policiais no estado e apresentou cronograma que estabelecia a implementação do sistema. O estado previa nova licitação e aquisição de novos equipamentos.

A adoção da medida, contudo, tem demorado diante de dúvidas a respeito da compra de 12 mil câmeras da empresa Motorola. A compra foi criticada, no entanto, por prever mudanças na forma de acionamento do equipamento, que não faria uma gravação ininterrupta, conforme determinado pelo Supremo.

Justiça manda soltar acusado pela morte de líder quilombola na Bahia

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) determinou a soltura de Uillian Portugal Brito, suspeito de participação no assassinato do líder quilombola Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo. O homicídio ocorreu em 2017, na comunidade remanescente do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho (BA).

A decisão foi tomada no dia 6 deste mês pela Segunda Câmara Criminal do TJBA e atendeu ao pedido de habeas corpus feito pela defesa do acusado. Os advogados alegaram excesso de prazo da prisão preventiva. A defesa também sustentou que a acusação remonta a supostos fatos criminosos que teriam ocorrido em 2017 e ainda não houve denúncia apresentada pelo Ministério Público.

O colegiado concordou com os argumentos apresentados pela defesa e substituiu a prisão por medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de frequentar bares, festas e restaurantes e de deixar a comarca sem autorização judicial.

“Embora evidente a complexidade da investigação posta, o longo caminho procedimental trilhado pelo expediente originário, a gravidade do crime apurado e as peculiaridades que o circundam, não se pode esquecer que os fatos criminosos datam de 2017, sem que até a presente data tenha se encerrado a investigação e sido oferecida denúncia”, diz trecho da decisão.

A morte de Binho do Quilombo é investigada desde setembro de 2017. Ele foi assassinato a tiros dentro do carro, na comunidade remanescente de quilombo.

Em agosto de 2023, a líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, mais conhecida como Mãe Bernadete, mãe de Binho, também foi assassinada no quilombo Pitanga dos Palmares. No ano passado, a reportagem da Agência Brasil esteve na comunidade um ano após o crime.

Mulher baleada pela PRF na noite de Natal deixa hospital no Rio

Juliana Leite Rangel, baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera do último Natal, deixou o hospital nesta quinta-feira (6). Ela  ficou 45 dias internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro.

“A paciente Juliana Leite Rangel, 26 anos, vítima de lesão por arma de fogo na região do crânio, recebeu alta hospitalar, com orientação de seguimento ambulatorial na unidade”, informou a direção do hospital.

“Estou muito feliz e emocionado”, comemorou o pai da jovem, Alexandre Rangel. Juliana chegou ao hospital com o estado gravíssimo, precisou de sedação, foi submetida a traqueostomia (procedimento cirúrgico que consiste em criar uma abertura na traqueia/garganta para que o paciente possa respirar) e respiração com a ajuda de aparelhos.

Gradativamente, apresentou melhoras no quadro de saúde, respondendo a estímulos do ambiente e interação com familiares. No entanto, a progressão não foi linear e o processo de reabilitação chegou a ser interrompido por causa do agravamento de um quadro infeccioso.

Após a alta, o pai de Juliana contou à Agência Brasil que a filha está “se comunicando bem e interagindo sem sequela. Está só com aquela dificuldadezinha de andar, andando escorando na pessoa. Esses dias ela estava reclamando da visão, meio embaraçada, não está enxergando bem. O resto, glória a Deus, está tudo bem”, descreveu.

Segundo Alexandre, Juliana – que trabalhava como agente de saúde do município de Belford Roxo, também na região metropolitana do Rio – ficará na casa da irmã dela, Jéssica.

Relembre o caso

Juliana Rangel foi atingida por um tiro de fuzil na noite da véspera de Natal, dentro do carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias. Segundo o pai dela, Alexandre Rangel, que dirigia o carro, não havia nenhum motivo para a abordagem a tiros.

Ele também foi atingido na mão esquerda e recebeu alta ainda na noite do dia 24 de dezembro. O carro da família, com cinco pessoas, ficou com várias perfurações.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação apura todos os casos de excessos durante abordagens policiais feitas por seus agentes. Os dois homens e a mulher que participaram da abordagem foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.

A PRF afirma que disponibiliza auxílio logístico para os deslocamentos necessários à família, além de ofertar apoio psicológico.

Menina morta em 2023

Em 2023, outro caso de carro atingido por tiros disparados por policiais rodoviários federais no Rio de Janeiro terminou com a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de apenas três anos de idade. A abordagem foi no dia 7 de setembro, na Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, conhecida como Arco Metropolitano, na altura do município de Seropédica, no estado do Rio.

A denúncia do MPF detalha que o pai de Heloísa, Willian de Souza, dirigia o veículo da família e percebeu que era seguido por uma viatura. Ele ligou a seta e foi para o acostamento, mas os policiais atiraram contra o carro ainda em movimento.

 

Dólar cai pela 11ª vez e tem maior sequencia de quedas em 20 anos

O recuo temporário do presidente norte-americano, Donald Trump, em elevar as tarifas comerciais para os produtos mexicanos trouxe mais um dia de alívio para o mercado financeiro. O dólar caiu pela 11ª vez e acumula a maior sequencia de quedas diárias em 20 anos. A bolsa alternou altas e baixas, mas terminou o dia com pequeno recuo.

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (3) vendido a R$ 5,815, com queda de R$ 0,022 (-0,38%). A cotação iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,90 por volta das 12h, mas inverteu o movimento após Trump e a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, anunciarem negociações para a elevação das tarifas comerciais entre os dois países.

A moeda norte-americana está na menor cotação desde 26 de novembro. Em 2025, a divisa acumula queda de 5,88%. Como, desde 17 de janeiro, o dólar não fecha em alta, a sequência de quedas diárias é a maior desde o fim de março e a metade de abril de 2005.

No mercado de ações, o dia foi menos otimista. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.970, com queda de 0,13%. O indicador chegou a subir 0,25% por volta das 13h, mas perdeu força e encerrou próximo da estabilidade.

Pela manhã, a bolsa começou em queda e o dólar em alta, ainda sob reflexo do anúncio de Trump de que elevaria em 25% os produtos mexicanos e canadenses e em 10% os produtos chineses. A suspensão da medida para o México por 30 dias fez o dólar cair perante as moedas dos principais países emergentes.

Nesta segunda, o euro comercial fechou abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde 4 de outubro. A cotação encerrou esta segunda em R$ 5,981, com queda de R$ 0,047 (-1,22%). A moeda está no menor valor desde 16 de julho do ano passado, quando estava em R$ 5,91.

* com informações da Reuters

Brasil é superado por 4 a 0 pela França no Qualifiers da Copa Davis

O Brasil foi superado por 4 partidas a 0 pela França na disputa da primeira rodada dos Qualifiers da Copa Davis. Após as quedas de João Fonseca e de Thiago Wild no último sábado (1) em Orléans (França), neste domino (2) Rafael Matos e Marcelo Melo caíram nas duplas e Matheus Pucinelli perdeu o confronto final.

No primeiro jogo deste domingo, Rafael Matos (número 38 do mundo) e Marcelo Melo (39 do mundo) perderam para Pierre-Hugues Herbert (número 277) e Benjamin Bonzi (número 287) por 2 sets a 1 (parciais de 4/6, 6/3 e 6/4). Depois, em confronto realizado apenas para cumprir tabela, Matheus Pucinelli perdeu de duplo 6/4 para o francês Giovanni Perricard.

Com o resultado do confronto, os brasileiros jogam agora no Grupo Mundial I, disputado em setembro, com adversário a ser definido em sorteio. Já os franceses avançam para a segunda rodada dos Qualifiers e enfrentam a Croácia.

Mesmo com o revés no confronto, o capitão da equipe brasileira, Jaime Oncins, fez questão de elogiar a atitude do Brasil em quadra: “É claro que não foi o resultado que esperávamos, mas enfrentamos uma das equipes mais fortes do mundo hoje, em uma superfície escolhida por eles. Saímos daqui de cabeça erguida, pois foi o confronto que esperávamos em termos de dificuldade. Cada um deu o seu melhor, e o que posso dizer sobre essa equipe é que todos lutaram até o fim, mas os franceses foram melhores e mereceram a vitória”.

Derrotas no sábado

O confronto entre Brasil e França teve início no sábado. O primeiro revés foi de 2 sets a 0 (parciais de 7/5 e 6/3), de João Fonseca, número 2 do Brasil e 99 do mundo, para Ugo Humbert, número 1 dos franceses e 15 do mundo. Depois o paranaense Thiago Wild, número 1 do Brasil e 76° do mundo, caiu diante de Arthur Fils, número 2 da França e 19° do mundo, pelo placar de 2 sets a 0 (parciais de 6/1 e 6/4).

Ano Novo Chinês é comemorado em São Paulo pela vigésima vez

O bairro da Liberdade, na região central da capital paulista, é palco neste domingo (2) do segundo dia das festividades do Ano Novo Chinês. Os chineses celebram, em 2025, no calendário ocidental, ou 4723, no calendário Chinês, a chegada do Ano da Serpente.

Em São Paulo, comemora-se também o 20º aniversário das festividades, realizadas no bairro da Liberdade, tradicional local de eventos da cultura oriental.

Uma das principais atrações das festividades neste domingo é o desfile da Dança do Leão e do Dragão. A programação, que vai até as 18h, inclui ainda apresentações musicais, de kung fu e tai chi chuan, além de comidas típicas.

De acordo com a cultura chinesa, o Ano da Serpente faz referência à transformação, sabedoria e introspecção, já que o animal é considerado sábio e inteligente. A serpente também troca de pele, o que  simboliza transformação e renovação.

O Ano Novo Chinês, também chamado de Festival da Primavera, teve início na última quarta-feira (29) e se estende por oito dias, segundo a tradição chinesa. Em São Paulo, as comemorações começaram ontem.

A festividade é baseada no calendário lunar e, no fim do ano passado, foi inscrita, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Dólar cai pela 10ª vez seguida e fecha em R$ 5,83

Na contramão do mercado internacional, o mercado financeiro teve um dia de alívio nesta sexta-feira (31). O dólar caiu pela 10ª vez seguida e fechou no menor valor em mais de dois meses. A bolsa de valores recuou após a forte alta de quinta-feira (30), mas teve a primeira alta mensal desde agosto.

O dólar comercial encerrou esta sexta vendido a R$ 5,837, com queda de R$ 0,015 (-0,25%). A cotação iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,87 na primeira hora de negociação, mas passou a cair após a abertura do mercado norte-americano. Na mínima do dia, por volta das 11h, a moeda norte-americana atingiu R$ 5,81.

A divisa está no menor nível desde 26 de novembro do ano passado. Com queda de 1,37% na semana, o dólar fechou janeiro com uma queda de 5,54%. Esse foi o maior recuo mensal desde junho de 2023, quando caiu 5,60%.

O mercado de ações teve um dia de realização de lucros. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 126.135 pontos, com queda de 0,61%. O indicador foi influenciado por ações de mineradoras e de bancos, com investidores vendendo papéis para embolsarem os ganhos da quinta-feira. Apesar do recuo nesta sexta, a bolsa de valores subiu 3,1% na semana e 4,95% em janeiro.

O dólar caiu apesar da confirmação pelo novo presidente norte-americano, Donald Trump, de que imporá tarifas de 25% aos produtos do México e do Canadá e de 10% aos produtos da China a partir deste sábado (1º). Embora a moeda norte-americana tenha ensaiado uma subida durante a tarde, a cotação voltou a cair na hora final de negociação e terminou em baixa.

* Com informações da Reuters

Polícia Federal prende taiwanês procurado pela Interpol no Rio

A Polícia Federal prendeu um homem foragido da Justiça francesa pelo crime de tráfico de drogas nesta sexta-feira (31). A ação ocorreu em Ipanema, bairro na zona sul do Rio de Janeiro.

Foragido há mais de quatro anos, o preso, de 52 anos de idade e natural de Taiwan, estava na lista da Difusão Vermelha da Interpol. Segundo as autoridades francesas, o homem foi condenado há cerca de três anos de prisão, mas fugiu após cumprir parte da pena.

A ação cumpriu o mandado de prisão preventiva expedido para fins de extradição pelo Supremo Tribunal Federal. Após as formalidades, o preso será encaminhado ao sistema prisional do estado, onde permanecerá até a extradição definitiva para a França.

A Polícia Federal participou do caso por meio do Núcleo de Cooperação Internacional da PF no Rio de Janeiro (NCI/Interpol), em ação conjunta com integrantes do Núcleo de Operações da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/RJ).

Rio: ativistas trans vão desfilar na Sapucaí pela Paraíso do Tuiuti

Xica Manicongo, considerada a primeira travesti não-indígena do país, foi uma mulher trans escravizada que viveu em Salvador, no século 16. Para contar sua história, que terminou igual a de muitas pessoas trans e travestis no Brasil, assassinada por LGBTfobia, a escola de samba carioca Paraíso do Tuiuti levará Manicongo à Marquês de Sapucaí.

O enredo da escola Quem tem medo de Xica Manicongo será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos e contará com lideranças e ativistas trans desfilando na avenida, anunciados nesta Semana Nacional da Visibilidade Trans. Entre as convidadas, estão as parlamentares trans Érika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), deputadas federais; a vereadora Amanda Paschoal (PSOL-SP) e a deputada estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ), além de ativistas dos direitos humanos.

A deputada Erika Hilton disse que é uma honra participar do evento, que considerou uma oportunidade de contar a história de Manicongo. “Nós sempre estivemos no carnaval, pessoas trans e travestis, comunidade LGBTQIA+, mas faltava ter nossos heróis e heroínas’, disse. “Vai ser grandioso fazer o povo conhecer essa história e cantar ‘eu travesti’,” completou, em referência a trecho do samba-enredo.

“Eu espero que o maior recado seja dado: basta de preconceito, intolerância e ódio. Outras Xicas não podem mais ir para fogueira”, ressaltou Erika Hilton.

Ativismo

Entre as ativistas, está Indianarae Siqueira, fundadora da CasaNem, um centro de cidadania e acolhimento para pessoas LGBTQIA+. Ela disse que o convite da Tuiuti reconhece uma trajetória de lutas e destaca a responsabilidade da comunidade, no Brasil, em defender políticas públicas, como um farol para o mundo, em meio aos ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra transgêneros. 

Indianara Siqueira Arquivo/ Fernando Frazão/Agência Brasil

Nos últimos dias, o mandatário tomou medidas para restringir direitos de pessoas trans, como o banimento delas das Forças Armadas e a proibição de mulheres trans cumprirem pena em prisões femininas, apesar de dados do próprio governo mostrarem que essas mulheres têm mais chances de sofrer crimes sexuais na cadeia. 

“Quando o presidente dos Estados Unidos faz ataques à nossa comunidade, ele declara ao mundo que reconhece a nossa existência, porque você só ataca o que existe”, declarou. Indianarae lembrou a importância de organizações como Minha Criança Trans, a RedTransBrasil e a própria Casa Nem, que faz atendimento noturno às LGBTQIA+ em situação de rua ou qualquer outra forma de vulnerabilidade.

Ao lado de Indianarae desfilarão Keila Simpson, ativista e 1ª travesti doutora honoris causa do país pela UERJ; Gilmara Cunha, ativista LGBTQIA+; Megg Rayara, 1ª travesti negra a alcançar o título de doutorado no país, pesquisadora, professora da UFPR e Symmy Larrat, 1ª travesti secretaria nacional LGBTQIA+ do governo federal.

Homenagem

Ao homenagear Xica Manicongo, a Paraíso do Tuiuti populariza a história da escravizada trans que trabalhou como sapateira em Salvador. Os relatos históricos indicam que ela não aceitava o nome masculino, tampouco, os trajes masculinos e se vestia de acordo com sua identidade de gênero, como mulher, com um pano amarrado ao corpo.

Xica foi violentamente reprimida pela época, acusada de sodomia e condenada à morte pelo Tribunal do Santo Ofício, queimada viva em praça pública, o que mostra as raízes coloniais da violência contra essa população e que se perpetua até os dias de hoje.

O Brasil permanece na lista dos países que mais mata pessoas trans. Ao todo, 122 indivíduos desse grupo foram assassinados no país, em 2024, sendo cinco defensores de direitos humanos, segundo a mais recente edição do dossiê da Associação Nacional de Trans e Travestis (Antra). O levantamento foi divulgado na última segunda-feira (27). O número difere pouco de levantamento dos anos anteriores, quando a média de assassinatos de pessoas trans foi de 125, entre 2008 e 2024, segundo a Antra. 

Assim, o enfrentamento à violência é um ponto central das reivindicações de políticas públicas contra a transfobia. Em entrevista recente à Agência Brasil, a presidenta da Antra, Bruna Benevides, disse ser evidente que a desigualdade social e a restrição às políticas públicas “são fatores de risco” de morte para a comunidade de pessoas travestis e transexuais. “Quanto menos políticas públicas, mais retrocesso”.

Bruna Benevides Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil

Fabián Algarth, coordenador nacional do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT) e representante do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ lembrou que o direito à vida  consta da Constituição Federal.

Em respostas aos ativistas, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, assinalou que “o Estado não é um bloco só” e que é necessário a atuação de parlamentares comprometidos com direitos humanos para “transformar a cultura política tão autoritária”. Ela reforçou que esta agenda deve ser de toda a sociedade.