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Liminar proíbe construtora de continuar obras na Sena Madureira, em SP

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) obteve da Justiça liminar que impede o prosseguimento das obras de construção de túneis do projeto do Complexo Viário da Rua Sena Madureira, uma das principais vias da zona sul da capital. O magistrado Márcio Luigi Teixeira Pinto a concedeu na última terça-feira (10), levando em conta os argumentos do órgão, que havia ajuizado uma ação civil pública contra a construtora Queiroz Galvão, que recentemente adotou o nome Álya.

O despacho que anuncia a concessão da liminar menciona que o MP-SP pediu a interrupção por entender que a obra provoca danos ambientais e urbanísticos e configura atos de improbidade administrativa. Uma das críticas feitas por moradores da região foi a de destruição do corredor verde lá localizado. Em matéria anterior, a Agência Brasil destacou a confirmação da prefeitura de que 172 árvores seriam derrubadas

Além disso, circularam pelas redes sociais diversos vídeos de algumas espécimes cortadas, inclusive sem o devido cuidado com espécies de aves que fizeram ninhos em seus galhos. A comunidade rebateu as mensagens da construtora que diziam que novas árvores seriam plantadas, ressaltando que a suposta compensação não era adequada, tendo em vista que muitas das anteriores eram antigas, com décadas de existência. 

O coletivo Salvem a Sena Madureira e outros ativistas foram às ruas, em protestos organizados e mantidos por diversos dias, denunciando, ainda, que a obra expulsaria mais de 200 famílias de baixa renda que vivem no local, provenientes das comunidades de Souza Ramos e Luiz Alves. A área que habitam é classificada pela própria gestão municipal como Zona Especial de Interesse Social, ou seja, local destinado especificamente a pessoas com esse perfil. As comunidades têm o direito de permanecer no endereço desde 1945.

Na seção dedicada a mostrar o portfolio, em seu site, a construtora Álya escreve que os dois túneis, que somam 1,6 km, “facilitam os deslocamentos entre as regiões da Vila Mariana, Ipiranga, Itaim Bibi e Morumbi”.  “Quando concluído, o túnel vai melhorar a fluidez do trânsito com a redução dos congestionamentos e dos tempos de deslocamento. Além da melhora na qualidade de vida de aproximadamente 818 mil pessoas, o novo túnel vai gerar a redução da emissão de poluentes”, acrescenta a Álya. 

Os quatro bairros citados pela construtora são de classes média e alta e também sublinhados, por seu potencial econômico, em um levantamento recente do Data Lello, da empresa Lello, uma das maiores do mercado imobiliário. Isso reforça a percepção de que no contexto da construção dos túneis está a especulação imobiliária, algo já assinalado anteriormente por moradores contrários a obra. 

A verticalização, ou seja, a edificação de prédios na capital tem aumentado de modo expressivo e acelerado em alguns pontos da capital paulista, que, este ano, deve atingir número recorde, com 818 empreendimentos e cerca de 150 mil apartamentos, de acordo com a Lello. 

A Agência Brasil procurou a construtora Álya para obter posicionamento sobre a liminar, e aguarda retorno.

Lançada nova etapa de obras no Aeroporto de Congonhas

Foi lançada nesta quarta-feira (11) a pedra fundamental dos trabalhos de ampliação e modernização do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Os investimentos estão na ordem de R$ 2,4 bilhões, recursos que objetivam colocar o aeroporto no padrão internacional.

Segundo a Aena, administradora de Congonhas, o novo terminal terá o dobro de tamanho e novas pontes de embarque. As obras não vão paralisar as operações do dia a dia.

Conforme o projeto, o aeroporto também terá 20 mil m² para novas áreas comerciais, pontos de parada para aeronaves de maior capacidade, como o Airbus A321neo e o Boeing 737 Max 10.

A construtora responsável pelas obras será a HTB, sendo que a previsão de entrega é em junho de 2028. As intervenções vão começar pela demolição de estruturas antigas, instalação dos canteiros de obras, intervenções nos pátios de aeronaves e melhorias nas pistas de taxiamento.

Em seguida devem ser feitas as transferências para novos hangares e depois deverão ser instaladas as pontes de embarque no novo píer e o sistema de controle e processamento de bagagens. No término das obras constam a conclusão do terminal de passageiros e sistemas de bagagem.

Patrimônio Histórico

Pelo projeto, espaços tomados pelo patrimônio histórico serão preservados, revitalizados e integrados ao novo terminal. As novas edificações serão destinadas ao embarque de passageiros e o terminal atual para desembarque.

Há ainda a previsão de Congonhas contar com uma nova subestação de eletricidade e implantação de uma nova central de resíduos sólidos.

A solenidade contou com a participação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, do secretário nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, do vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth, e do presidente da Aena, Maurici Lucena, entre outras autoridades do setor.

O aeroporto de Congonhas é um hub aeroportuário, de onde chegam e partem vários voos no país. Há pouco mais de uma semana, um forte temporal gerou uma situação de caos no aeroporto, com o cancelamento de 115 voos, prejudicando milhares de passageiros.

BNDES anuncia crédito de R$ 10,65 bi para obras de mobilidade em SP

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmou, nesta sexta-feira (29), com o estado de São Paulo e com a prefeitura da capital paulista quatro contratos de financiamento para obras de infraestrutura e mobilidade, no total de R$ 10,65 bilhões. As ações integram o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e envolvem a expansão do metrô, compra de ônibus elétricos, execução de trecho do Rodoanel e as obras para o novo trem intercidades que vai conectar São Paulo a Campinas.

De acordo com o presidente do BNDES, Aloysio Mercadante, nos últimos 10 anos, o banco financiou apenas R$ 23 bilhões para São Paulo. “É um esforço muito grande [a assinatura dos atuais contratos]. É praticamente metade do que tivemos em 10 anos recentes”, disse em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Isso só é possível porque o senhor [presidente Lula], além de ser uma grande democrata, e demonstrou isso ao longo de toda a sua vida, tem um profundo compromisso com o pacto republicano. Não é fácil um presidente e um vice-presidente, que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado e tudo que nós assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso e respeito ao voto popular, com quem é eleito, um PAC que trata com todos os prefeitos e governadores do Brasil. É assim que a gente vai melhorar esse país”, acrescentou Mercadante, em referência à parceria com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e com o prefeito Ricardo Nunes, que são de grupo político de oposição ao governo federal.

Brasília (DF), 29/11/2024 – Presidente Lula e governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em cerimônia para assinatura de contratos de financiamento do BNDES para infraestrutura e mobilidade urbana de São Paulo – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com a Prefeitura de São Paulo, o BNDES assinou contrato de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1,3 mil ônibus elétricos de fabricação nacional. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, destacou a importância da medida para as metas de combate às mudanças climáticas no país e os recursos da prefeitura que estarão disponíveis para investimentos em outras ações, já que a parceria com o BNDES prevê crédito com juros mais baixos.

“Um dado importante: 64% de emissão do dióxido de carbono que é emitido na cidade de São Paulo é proveniente dos veículos que circulam em São Paulo: 7 milhões de carros e 1,3 milhão de motos. Mas metade de toda essa emissão de dióxido de carbono são provenientes basicamente dos ônibus, uma cidade com 12 mil ônibus, obviamente, o trabalho de se substituir essa frota de ônibus a diesel para ônibus não poluente. Então, a gente cuida da melhor qualidade do transporte, da questão do meio ambiente, de fazer a prevenção das doenças respiratórias e de cuidar do nosso planeta”, disse Nunes.

Brasília (DF), 29/11/2024 – O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes em assinatura de contrato de mobilidade urbana Marcelo Camargo/Agência Brasil

Novas vias

Com o estado de São Paulo, o BNDES assinou contrato para extensão da Linha 2 Verde do Metrô, que atualmente liga a Vila Madalena à Vila Prudente e será prolongada por 8,2 quilômetros. A linha ganhará oito novas estações até o bairro da Penha, onde haverá integrações com a Linha 3 (Vermelha) e a Linha 11 (Coral). A extensão vai exigir a necessidade de 44 novos trens.

O investimento total é de R$ 6 bilhões, com R$ 3,6 bilhões para os trens e R$ 2,4 bilhões na obra civil. O financiamento do BNDES ao governo paulista refere-se aos trens e garante que sejam produzidos pela indústria nacional. O projeto tem previsão de conclusão até dezembro de 2028 e vai atender 1,2 milhão de pessoas diariamente.

Para o governador Tarcísio de Freitas, a condicionante de que os trens sejam fabricados no Brasil é fundamental para a geração de emprego e indução da indústria do país. “Uma nova era está se abrindo no transporte ferroviário, no transporte metroferroviário, com a expansão do metrô, com expansão dos trens, ou seja, está se criando a demanda para que a gente possa ter aqui a indústria de material rodando sendo revigorada”, disse.

Intercidades

O contrato com o estado prevê, ainda, o trem intercidades, que vai conectar São Paulo a Campinas, numa intervenção que deve beneficiar 11 municípios e 15 milhões de pessoas. O investimento total é de R$ 14,5 bilhões, com R$ 6,4 bilhões de financiamento do BNDES para apoiar o aporte do governo de São Paulo no Eixo Norte da obra. O financiamento foi dividido em duas etapas, sendo a etapa atual, assinada hoje, no valor de R$ 3,2 bilhões. A segunda etapa, de mesmo valor, será assinada em 2025.

O trem de média velocidade atinge até 140 quilômetros por hora. O serviço expresso entre as duas cidades terá 101 quilômetros de extensão, com serviços paradores entre Francisco Morato e Jundiaí e conexões com os trens intermetropolitanos e a linha 7-Rubi do metrô de São Paulo.

“O tão sonhado trem intercidades Campinas-São Paulo […], com certeza, vai mudar muito aquele eixo de desenvolvimento. A gente vai poder fazer esse deslocamento em 64 minutos quando o trem estiver pronto”, disse o governador Tarcísio, contando que a previsão é que, em 2029, o serviço com os trens intermetropolitanos comece a operar. O serviço expresso deve funcionar em 2031.

Já o Rodoanel Mário Covas interliga as 12 rodovias que cortam a Região Metropolitana de São Paulo, facilitando o tráfego, especialmente de caminhões, e melhorando o acesso ao porto de Santos. Em março de 2023 foi realizado o leilão da parceria público-privada do trecho norte do Rodoanel, que deverá desviar o tráfego de cerca de 30 mil caminhões e 54 mil automóveis da Marginal Tietê por dia. O investimento total é de R$ 3,4 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões destinados à finalização. O financiamento do BNDES é de R$ 1,35 bilhão.

Obras em sete aeroportos facilitarão turismo na Região Norte

A partir desta quinta-feira (28) ficará mais fácil se deslocar, via aérea, por sete aeroportos da Região Norte, localizados em Porto Velho, Manaus, Tefé (AM), Tabatinga (AM), Boa Vista, Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC). Desde o segundo semestre de 2021, foram investidos R$ 1,4 bilhão nesses aeroportos, visando à ampliação e melhoria de seus espaços.

Os investimentos foram feitos pela Vinci Airports, concessionária responsável pela gestão desses terminais aeroportuários.

Porto Velho

Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho participou nesta quinta-feira (28) de uma cerimônia de comemoração pela conclusão das obras, em Porto Velho – onde as intervenções abrangem a construção de uma nova e ampla área de embarque e a instalação de pontes de embarque, bem como reformas na área de triagem de bagagens e melhorias na pista de pousos e decolagens.

Foram também implementadas facilidades para acessibilidade, o que garantirá mais conforto e segurança aos viajantes. “São mais de R$ 1,4 bilhão em investimentos. A gente estruturou os aeroportos para, naturalmente, gerar mais atrativos para que o turista e o passageiro venham viajar”, disse o ministro.

Manaus e Boa Vista

No aeroporto de Manaus, as obras incluíram remodelagem e ajustes do layout da sala de embarque e desembarque; ajustes na subestação de energia, banheiros; intervenções na pista de pousos e decolagens; e a construção de um complexo de sustentabilidade composto por estação de tratamento de esgoto, com 100% de reúso de água e central de resíduos.

De acordo com o Ministério dos Portos e Aeroportos, o aeroporto contará também com novos sistemas de recuperação de água dos drenos do ar-condicionado e das chuvas. Essa água será reutilizada em vasos e mictórios e para a reformulação de um sistema de controle da temperatura.

Já as mudanças implementadas no Boa Vista Airport incluem a ampliação da sala de desembarque; a adequação das esteiras de bagagem; melhorias nas áreas de filas do check-in; relocação e ampliação das salas de embarque.

As obras incluem também uma nova praça de alimentação; a construção de uma central de tratamento de resíduos; e a adequação das áreas de órgãos públicos. “As obras dobraram a área do terminal de passageiros, permitindo receber voos domésticos e internacionais simultaneamente”, informou o ministério. A nova área tem 375 metros quadrados, segundo a pasta.

Tabatinga e Tefé

No aeroporto de Tabatinga, foram feitas obras de melhoria visando dar mais segurança e sustentabilidade ao terminal. Foram feitas também adequações na pista de pouso e decolagem, “com avanços nas condições de infraestrutura e um redimensionamento, necessário para a obtenção da certificação operacional, medida que ainda está em definição pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, destacou o Ministério dos Portos e Aeroportos

As obras no terminal de Tefé incluem remodelagem e ajustes do layout da sala de embarque e desembarque e, também, da esteira e da sala de restituição de bagagens e raios X. Além disso, canal de inspeção, áreas de filas do check-in e do portão de embarque tiveram seus layouts melhorados. Por fim, foram feitas obras na subestação de energia, na estação de tratamento de resíduos sólidos, no estacionamento e nos banheiros.

Rio Branco e Cruzeiro do Sul

No aeroporto de Rio Branco, foram feitas obras de remodelação da entrada do canal de inspeção; adequações para acessibilidade; melhorias no sistema de climatização; e reformas na pista de pousos e de decolagens, agora com novas áreas de segurança, terraplanagem na pista e melhorias no sistema de drenagem. A expectativa é que as interferências aumentem a capacidade operacional do aeroporto.

Já as intervenções no aeroporto de Cruzeiro do Sul abrangem adequações para acessibilidade, reformulação do sistema de climatização e melhorias no canal de inspeção e adequações de banheiros. Além disso, a pista de pousos e decolagens foi reformada, recebendo serviços de terraplanagem da faixa de pista e melhorias no sistema de drenagem.

Internacionalizar e regionalizar

Silvio Costa disse que a ideia é, com o passar do tempo, internacionalizar alguns dos aeroportos. “E vamos, agora é no mês de janeiro, [lançar] um programa que vai ter um olhar estratégico para aviação regional da Amazônia legal e da Região Norte do país. Vamos anunciar mais de 30 aeroportos regionais. Isso significa quase 45 aeroportos [a serem beneficiados] na região”, antecipou o ministro.

De acordo com o secretário nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, a primeira etapa prevista para a Amazônia Legal abrangerá 34 aeroportos, e um total de R$ 7 bilhões em investimentos.

“O resultado de todos esse feitos será o de fornecer uma infraestrutura portuária renovada e modernizada, que tem eficiência em sua operação e que contribuiu para o aumento número de passageiros no país, contribuindo para a conectividade do nosso país e para a união dos nossos povos”, acrescentou o secretário.

Obras de ampliação do Inca no Rio serão retomadas

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou com o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) contrato para a reforma da atual sede do Inca, no centro do Rio de Janeiro, e a construção de três prédios, no terreno vizinho. O projeto será feito por meio de uma parceria público-privada (PPP), com investimento previsto de R$ 1,1 bilhão.

Além da reforma e construção, a PPP envolverá a prestação, pelo futuro concessionário, de serviços não assistenciais desse complexo, chamado de novo campus do Inca, que será um centro de desenvolvimento científico e tecnológico, abrangendo áreas de alta complexidade no tratamento, pesquisa, ensino, prevenção e gestão na área do câncer. As 18 unidades do instituto passarão a ficar concentradas no complexo.

A assistência médica continuará sob responsabilidade dos servidores públicos do Inca, sendo oferecido de forma gratuita através do Sistema Único de Saúde (SUS), mas os serviços não assistenciais (reforma, construção, equipagem, instalação, operação, segurança, limpeza, conservação, hotelaria, lavanderia, brigada de incêndio e informática) ficarão com a empresa privada.

Novos prédios

O terreno do novo complexo foi doado à União pelo governo do estado. No local funcionava um hospital para servidores do estado, o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), que foi desocupado em 2012 e posteriormente demolido. Mas as obras estavam interrompidas desde 2015, segundo o BNDES.

“Com a parceria, o Inca terá uma infraestrutura hospitalar de maior qualidade e com melhores condições de trabalho para os profissionais da saúde e de atendimento à população, com aumento na oferta de leitos de internação. Além disso, resultará em benefícios para o sistema de saúde, como a otimização de recursos, a redução de custos, a unificação de múltiplos contratos, a modernização das instalações e a criação de sinergias operacionais”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, por meio de nota divulgada à imprensa.

Porto em Manacapuru, no Amazonas, desaba em meio a obras

Um desastre de grandes proporções aconteceu na tarde desta segunda-feira (7) no Porto da Terra Preta, em Manacapuru, no Amazonas. A terra que sustentava uma parte do porto deslizou. O local estava em obras, mas seguia funcionando como ponto estratégico para o transporte de mercadorias e passageiros.

Ainda não informações sobre as condições e o número de vítimas, mas o local conta com uma grande quantidade de pessoas que trabalham ali em atividades de carga e descarga de mercadorias. Também há pontos de táxis e mototáxis.

Comentários de testemunhas pelas redes sociais dão conta de que, pelo menos, 200 pessoas podem estar soterradas pela areia. Conforme relatos, uma família inteira em um flutuante teria sido soterrada.

No rio, há destroços de flutuantes, canos, casas e carros. Flutuantes são casas e hotéis que ficam sobre as águas do rio e são usados, em geral, para moradia e lazer. É possível ver pedaços desses flutuantes, canoas e destroços de casas e até carros.

Terras caídas

O Porto da Terra Preta é administrado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e abriga o Terminal Hidroviário e a Secretaria Municipal de Pesca (Sempa). O local é estratégico e conecta Manacapuru a diversas outras localidades da região.

O desastre pode ser resultado do fenômeno conhecido na região com “terras caídas”, às margens do Rio Solimões, que sofre a pior vazante da história.

Trata-se do termo como a população local descreve o processo de erosão fluvial, com escorregamentos, deslizamentos, desmoronamentos e desabamentos, que podem ter várias dimensões. Inclusive a que aconteceu agora.

A Prefeitura de Manacapuru divulgou nota em que lamenta o acidente ocorrido e informou que as equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) estão trabalhando no local.

Exposição bienal apresenta 130 obras no museu de arte da USP

A capital paulista recebe, a partir deste sábado (5), o 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus, exposição bienal realizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

Esta edição terá mais de 130 obras, sendo 79 inéditas, de 34 artistas e coletivos de 16 estados brasileiros. Por conta da reforma na marquise do Parque Ibirapuera, neste ano a mostra será exibida no Museu de Arte Contemporânea da USP, com entrada gratuita.

A mostra aborda questões ecológicas, históricas, sociopolíticas, tecnológicas e espirituais, e utilizam tanto tecnologia avançada quanto materiais orgânicos, como o barro. Segundo a curadoria, o título Mil graus evoca a ideia de um calor-limite, em que tudo derrete, desmancha e se transforma, fazendo referência às condições climáticas e metafísicas de processos de transmutação.

A pesquisa curatorial partiu de cinco eixos temáticos: ecologia geral, territórios originários, chumbo tropical, corpo-aparelhagem e transes e travessias.

Em ecologia geral são destacadas noções ecológicas e práticas ambientais ampliadas. Já em territórios originários, estão narrativas e vivências de povos originários, quilombolas e outros modos de vida fora da matriz uniformizante do capital, que refletem visões alternativas sobre a atual conjuntura do país.

Chumbo tropical traz leituras críticas que subvertem imaginários e representações do Brasil e coloca em xeque aspectos centrais da identidade nacional. De acordo com a curadoria, corpo-aparelhagem é a linha que busca evidenciar intervenções experimentais e reflexões sobre a contínua transmutação corpórea dos seres e das coisas, enquanto transes e travessias aborda conhecimentos transcendentais, práticas espirituais e experiências que canalizam os mistérios vitais.

Um dos curadores desta edição, Germano Dushá, contou à Agência Brasil que o título Mil graus e a ideia de um calor limite, de um quente absoluto, é uma ficção usada como uma chave conceitual.

“Para que a gente possa abordar situações limites, condições extremas, processos dinâmicos ligados à transformação radical, à transmutação como um destino imediato e incontornável, como aquela coisa que tem que acontecer, tem que mudar. Quando a gente fala de uma temperatura máxima, a gente está falando do calor, do fogo, e isso aparece na exposição, mas não é só sobre isso”, disse. Além dele, o evento contou com a curadoria de Thiago de Paula Souza e Ariana Nuala.

Para Dushá, essa transmutação pode aparecer de diferentes modos. “Pode estar na matéria, pode estar no social, no político e também no intangível, no espiritual, no campo da alma. A gente está muito mais preocupado com a energia, é uma energia que a gente aqui está chamando de mil graus, essa energia transformadora e de transmutação”, disse Dushá.

O curador ressalta que mil graus é uma expressão muito popular em contextos urbanos do Brasil. “Tanto pode ser algo ótimo, algo incrível, algo muito bom, você fala assim: nossa, isso é mil graus, isso é muito bom. Como também uma situação tensa, uma situação intensa: cara, vamos nessa porque tá mil graus. Essa ambiguidade interessa muito a gente.”

Dushá afirma que a exposição traz uma série de pontos críticos e linhas de pensamento, nesses cinco eixos. “O primeiro está relacionado com questões ecológicas, o segundo com questões de identidade política, discussões políticas e momentos de tensão e densidade política no Brasil. O terceiro está relacionado com territórios originários, com o que a gente pode entender desse lugar, antes de a gente dar um nome para ele, que se convencionou chamar Brasil. Tem ainda um sobre questões corpóreas, sobre questões de transformação do corpo, na época que a gente está vivendo, e isso também vai abarcar hibridismo, questões interespécies, pós humanas, trans humanas e por fim questões espirituais”, disse.

Artistas e obras

São Paulo-04/10/2024 Vistas da exposição 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAC USP. Fotos: Estúdio em Obra – BRUNO LEAO

Entre os artistas desta edição, estão Maria Lira Marques – que leva uma série com mais de dez desenhos sobre pedras – e Marlene Almeida, que apresenta duas obras: Derrame (2024), uma instalação inédita feita com recortes de algodão cru tingidos com pigmentos originados do basalto e rocha vulcânica, e Tempo voraz II (2012), uma reflexão sobre questões existenciais diante da fugacidade da vida.

O povo Akroá Gamella, em colaboração com Gê Viana e Thiago Martins de Melo, participa como coletivo Rop Cateh – Alma pintada em Terra de Encantaria dos Akroá Gamella, exibindo um grande painel multimídia que expressa a identidade e espiritualidade articuladas pela comunidade.

O artista Paulo Nimer Pjota apresenta uma obra inédita, em cinco telas, em que cria um mar de chamas atravessado por raios de sol difusos, onde animais e seres fantásticos se misturam a lendas e elementos da natureza-morta de diferentes culturas.

Também inédito, um registro documental do centro espiritual e das obras de Dona Romana, líder espiritual da Serra de Natividade, uma das cidades mais antigas do Tocantins, será exibido em larga escala no campo expositivo.

Gabriel Massan apresenta um novo desdobramento de sua obra Baile do terror (2022-2024), na qual traça um paralelo entre a escalada de tensões e violências em âmbito global e os traumas da chamada guerra às drogas no eixo Rio-São Paulo.

Esses são alguns dos artistas e das obras que o público encontrará nesta edição do Panorama da Arte Brasileira, que ficará em cartaz até 26 janeiro de 2025.

A 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus ficará em cartaz no térreo e no terceiro andar do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. O endereço é Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301, e o horário de funcionamento é de terça a domingo, das 10h às 21h.

Festival NaLata leva obras gigantes para o bairro de Pinheiros, em SP

A 5ª edição do festival internacional de arte NaLata começa neste sábado (5), ocupando ruas do bairro de Pinheiros, na capital paulista, e a Casa NaLata, com entrada gratuita. O festival vai até 2 de novembro.

Em parceria com o STRAAT, museu de arte de rua e grafite de Amsterdã, o evento terá obras gigantes de artistas nacionais e internacionais ligados à cultura urbana.

Quarenta artistas terão suas obras expostas no espaço, além de outras que serão feitas em empenas (laterais de edifícios sem janelas) e murais. A programação também inclui exibições de vídeo mapping.

Entre os artistas desta edição, estão Tinho, Enivo, Simone Siss, Dolores, Gugie, Bicicleta sem Freio, Tito Ferrara, Alexia Ferreira, GG Learte, Mundano, Rio Sora, Pri Barbosa, Felipe Risada, Vitche e Jana Joana, Luna Buschinelli, Zezao e Gamex Crew.

“Desde a sua estreia, o festival tem reinventado a paisagem de São Paulo, utilizando a arte como uma potente ferramenta de expressão e transformação do espaço público. Nesta edição, em parceria inédita com o STRAAT, ampliamos nossa programação para fortalecer a democratização da cultura e impulsionar o cenário das artes no país”, disse, em nota, Luan Cardoso, curador e idealizador do NaLata Festival.

O duo de artistas holandeses Telmo Miel, formado por Telmo Pieper e Miel, fará um mural no bairro de Pinheiros. O artista brasileiro Tinho SP, o artista visual português Nuno Viegas, e a artista visual, muralista, ilustradora e tatuadora portuguesa, Tamara Alves, pintarão empenas no bairro.

Assinado acordo para retomada das obras da estação do metrô da Gávea

O governo do estado do Rio de Janeiro assinou acordo para retomada das obras da estação do metrô da Gávea, na zona sul da capital. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para o reinício das obras ocorreu nesta quarta-feira (2), no Palácio Guanabara, sede do executivo estadual. As obras estavam paralisadas há quase uma década.

O documento, que já recebeu o aval do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), será submetido à homologação do Tribunal de Justiça (TJ-RJ). Após essa etapa, haverá a assinatura do Termo Aditivo do contrato firmado entre a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade (Setram), a RioTrilhos, o MetrôRio e as empresas construtoras. A estimativa do governo do estado é de que o início das obras ocorra em 60 dias.

O governador Cláudio Castro destacou que o TAC traz inovações na forma como foi construído, com a busca de soluções jurídicas viáveis para um problema complexo, participação efetiva e aval dos órgãos de controle. 

O acordo define as obrigações e direitos dos envolvidos na continuidade da obra. O atual concessionário desiste de explorar o trecho da Linha 4 e repassa a operação para o MetrôRio – que se comprometeu a investir R$ 600 milhões na obra, além de desistir de pedidos de reequilíbrio do contrato junto à Agência Reguladora de Transportes (Agetransp) e também de algumas cobranças judiciais. Em troca, a concessionária terá o contrato de exploração da linha estendido por mais 10 anos, finalizando em 2048.

O governo do Rio ainda deverá investir R$ 97 milhões para complementar a obra. O governador Cláudio Castro informou que está reservando mais R$ 300 milhões, caso seja necessário aportar mais recursos para garantir que a estação seja concluída.

“Somente após a retirada da água, que hoje auxilia na sustentação do espaço da estação, é que vamos ter uma melhor noção do tempo que a obra vai levar”, explicou o governador.

O presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho, enfatizou que a entrada em operação da Estação Gávea vai destravar a expansão do sistema de mobilidade urbana.

CCBB abre exposição Fullgás com mais de 300 obras de artistas do país

Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil é o nome da exposição que o Centro Cultura do Banco do Brasil no Rio de Janeiro oferece ao público, a partir da próxima quarta-feira (2), como parte das comemorações pelos 35 anos do CCBB RJ. A mostra, inédita, apresentará cerca de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país.

O visitante terá a oportunidade manter contato com um amplo panorama das artes brasileiras na década de 1980. Completam a mostra elementos da cultura visual da época, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos icônicos, ampliando a reflexão sobre o período.

Rio de Janeiro (RJ)  Exposição que comemora 35 anos do CCBB RJ. Foto:  Thais Alvarenga/CCBB RJ/Divulgação

O projeto é patrocinado pela BB Asset, gestora de fundos do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O diretor comercial e de produtos da BB Asset, Mário Perrone destaca que a responsabilidade da gestora vai além da administração de ativos.

“Patrocinar a exposição ´Fullgás´ reforça nosso compromisso com o futuro, investindo não apenas em resultados, mas também naquilo que transforma uma sociedade: a cultura e arte”, afirmou Perrone.

Para Raphael Fonseca, curador-chefe, e Amanda Tavares e Tálisson Melo, curadores-adjuntos da mostra, a “Fullgás, assim como a música de Marina Lima, deseja que o público tenha contato com uma geração que depositou muito de sua energia existencial não apenas no fazer arte, mas também em novos projetos de país e cidadania. Uma geração que, nesse percurso, foi da intensidade à consciência da efemeridade das coisas, da vida.

A exposição ocupará todas as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ, além da rotunda, e será dividida em cinco núcleos conceituais cujos nomes são músicas da década de 1980: Que país é este” (1987), “Beat acelerado” (1985), “Diversões eletrônicas” (1980), “Pássaros na garganta” (1982) e “O tempo não para” (1988).

Na rotunda do CCBB haverá ainda uma instalação com balões do artista paraense radicado no Rio de Janeiro Paulo Paes. “O balão é um objeto efêmero, que traz uma questão festiva, de cor e movimento”, informam os curadores. Ainda no térreo, uma banca de jornal com revistas, vinis, livros e gibis publicados no período, com fatos marcantes da época, fará o público entrar no clima da exposição.