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Acácio Jacinto é uma das 100 Personalidades Negras da Lusofonia

O gerente-executivo da EBC no Rio de Janeiro Acácio Jacinto foi incluído na lista das “100 Personalidades Negras Mais Influentes da Lusofonia de 2024”, divulgada em Lisboa na última segunda (2). A lista destaca líderes, artistas, educadores e ativistas de diferentes países de língua portuguesa, ressaltando a diversidade e o impacto das personalidades negras em diversos contextos.

Acácio Jacinto ressalta que o título representa tanto uma celebração quanto um incentivo para a continuidade da luta pela igualdade e pelo fortalecimento da identidade negra. O reconhecimento, segundo ele, reforça a importância da representatividade negra no cenário internacional não só como uma conquista, mas também como um compromisso com o futuro.

Para o homenageado, estar na lista ao lado de indivíduos que transformam realidades em nações tão distintas reforça o poder da união e da ação coletiva. “Ser reconhecido ao lado de pessoas que transformam realidades em países tão diversos, como os que compartilham a língua portuguesa, lembra o poder coletivo que temos enquanto comunidade negra global”.

De acordo com ele, não se trata de uma conquista individual, mas o reflexo das muitas mãos e vozes que o sustentaram e o inspiraram ao longo dos anos.

 

Trabalho de casa e filhos afastam jovens negras do emprego e do estudo

Mulheres pretas e pardas de 15 a 29 anos representam 45,2% de todos os jovens que não estudam nem trabalham. Esse é o maior patamar já demonstrado pela Síntese de Indicadores Sociais, pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2012 e divulgada nesta quarta-feira (4).

O patamar mais alto anterior havia sido alcançado em 2015, quando as jovens negras – conjunto de pretas e pardas – eram 44% dos jovens que não trabalhavam nem estudavam. Já o ponto mais baixo da série foi em 2020, quando elas eram 41,6% do grupo nessa situação.

Em 2023, enquanto as negras eram quase metade das pessoas de 15 a 29 anos que não estudavam nem trabalhavam, as mulheres brancas eram 18,9%. Os homens brancos respondiam por 11,3%, enquanto os homens pretos e pardos formavam 23,4%. Os demais são amarelos, indígenas ou sem declaração de cor.

As negras nessa situação somam 4,6 milhões de pessoas. Delas, 23,2% são classificadas pelo IBGE como desocupadas, ou seja, fazem parte da força de trabalho, mas não conseguiram ocupação. Já 76,8% estão fora da força de trabalho. Isso significa que sequer conseguem procurar emprego.

“São mulheres que têm que ficar em casa, tomando conta de filho, de algum parente, que não têm alguma rede de apoio. São essas mulheres pretas e pardas que não conseguem nem ir em busca de uma colocação”, explica a pesquisadora do IBGE Denise Guichard Freire.

O IBGE explica que a Síntese de Indicadores Sociais considerou como estudo a frequência à escola, deixando de fora casos de cursos pré-vestibular, técnico de nível médio e qualificação, por exemplo. “A análise se restringe aos jovens que não estudavam e não estavam ocupados, em vez do grupo ampliado que inclui também os que não se qualificavam”, explica o instituto.

Nível mais baixo

No país, 10,3 milhões de jovens estavam sem estudar e sem trabalhar em 2023, o que equivale a 21,2% da população de 15 a 29 anos. Esse é o nível mais baixo registrado desde 2012, quando começou a pesquisa.

Arte/Agência Brasil

O ponto mais alto apurado pelo levantamento foi em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, quando a proporção de jovens que não estudavam nem trabalhavam atingiu 26,7%.

Em 2022 eram 22,3%. A redução entre os dois últimos anos da pesquisa foi de 5,8%, menos 633 mil pessoas.

Para a pesquisadora Denise Freire, dois fatores explicam a queda. Um deles é demográfico, “tem menos jovens da população brasileira”.

O outro está associado à dinâmica do mercado de trabalho. “À medida que você tem a retomada do mercado de trabalho com nível de ocupação aumentando e mais oportunidade, existe a tendência de uma redução desse percentual”, complementa.

Separando por cor e sexo, as jovens brancas tiveram a participação reduzida em 11,4%; os jovens brancos, em 6,5%; os jovens negros, em 9,3%; e as jovens negras tiveram o menor decréscimo, 1,6%.

Ela defende que o grupo de jovens pretas e pardas seja alvo de políticas públicas. “É o grupo que tem a maior dificuldade de sair em busca de colocação no mercado de trabalho ou voltar a estudar. São as pessoas para as quais devemos ter um olhar mais atento para políticas públicas”, assinala.

Maioria das mulheres negras conhece pouco a Lei Maria da Penha

Em cada dez brasileiras negras, oito conhecem pouco sobre a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), o principal mecanismo legal de proteção às mulheres no Brasil. Uma porcentagem semelhante, de 70%, diz que não sabe tanto sobre as medidas protetivas que as mulheres podem solicitar à Justiça para manter seus agressores longe.

Os dados são da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra, feita pelo DataSenado e pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (2), constitui a maior pesquisa de opinião sobre o tema no país, abrangendo 13.977 participantes pretas e pardas com 16 anos de idade ou mais. 

As entrevistas foram feitas por telefone, no período de 21 de agosto a 25 de setembro de 2023. 

As mulheres negras são as principais vítimas da violência de gênero, conforme destacam pesquisas complementares, como as do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

A parcela de mulheres negras que diz desconhecer totalmente a Lei Maria da Penha é de 8%, contra 22% que declaram conhecer muito da legislação. Ainda em relação às medidas protetivas, a mesma proporção de mulheres afirma conhecer muito do assunto ou não conhecer nada.

Ceticismo

O levantamento também revela o ceticismo quanto à efetividade da legislação vigente. Na avaliação de metade (49%) das mulheres negras, a Lei Maria da Penha protege as mulheres apenas de modo parcial. Um terço (30%) acredita que a lei as protege e um quinto (20%) que não tem efeito prático.

Karla (nome fictício para preservar a identidade da entrevistada) faz parte do grupo de mulheres negras que acreditam que a Lei Maria da Penha funciona apenas no papel. Essa percepção advém de experiência própria. Mesmo tendo sofrido inúmeras agressões de seu ex-companheiro e tendo provas e testemunhas a seu favor, ela não conseguiu uma medida protetiva severa o suficiente para proteger a si e a seus filhos. Uma de suas filhas foi, inclusive, abusada sexualmente pelo ex-parceiro que, desse modo, perpetrou todos os tipos de violência contra a mulher – sexual, física, patrimonial, psicológica e moral – dentro da família de Karla. 

Ela fez boletim de ocorrência 18 vezes e chegou a esperar por atendimento, em uma delegacia, por 12 horas, oportunidade em que um agente minimizou a ida dela à polícia, quando teve o braço quebrado pelo ex-marido e desejava registrar a violência sofrida.

Karla disse que obteve medida protetiva apenas uma vez. Na ocasião, ficou estabelecido que o ex-companheiro tinha que manter uma distância mínima de 600 metros dela, o que ele descumpria, na ausência de policiais, e voltava a respeitar assim que a viatura chegava, às vezes, 2 horas depois de Karla acionar os agentes. 

Assim como as autoridades do Poder Judiciário, os policiais não inspiravam confiança, pois afirmavam que só poderiam prender o agressor se estivesse na mesma rua que ela, sendo que, em várias ocasiões, ele estava bastante próximo, distante a uma quadra.

“O juiz dizia que tirar foto de arma e falar não é o mesmo que fazer. A foto não era encarada como algo tão grave quanto ele aparecer e fazer [consumar] o crime”, disse sobre os argumentos de um juiz para indeferir seu pedido de medida protetiva. Karla também ouviu de um magistrado que o que havia acontecido era “um acidente”.

De 2020 a 2023, a Justiça brasileira emitiu 1.443.370 decisões sobre medida protetiva no contexto da Lei Maria da Penha. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a maioria, ou 71,87%, foi concedida integralmente, mas 8,47% delas (122.192) deixaram de contemplar algum aspecto que poderia garantir o bem-estar das mulheres e contribuir para o rompimento do ciclo de agressões. Além disso, 6,8% (98.116) foram indeferidas. 

A concessão de medidas protetivas parciais pode dificultar a quebra do ciclo de violência, segundo especialistas.

Karla soube mais sobre a Lei Maria da Penha por meio de uma psicóloga que atuava em uma delegacia especializada no atendimento à mulher. Até então, tinha apenas ouvido falar na lei, sem saber como funcionava exatamente.

Diante de tudo que enfrentou, apesar de ter conhecido mais sobre a lei, Karla guardou lembranças de como as autoridades tentaram fazê-la desistir de prestar queixa. Denunciar seu agressor e fazê-lo pagar pelas violências parecia tarefa impossível, muitas vezes diante da insensibilidade e grosseria de policiais, tanto do gênero masculino como do feminino. 

“Só ofereceram a opção de eu fugir. [Insinuavam que] Eu era a culpada. A gente é que tem que sair do nosso local de moradia, abandonar tudo, para a pessoa [o agressor] continuar sua vida [normalmente]”, desabafa, decepcionada com as falhas na aplicação da lei.

Rede de atendimento

A pesquisa elaborada pelo DataSenado e pela Nexus aponta que 95% das entrevistadas afirmaram conhecer a Delegacia da Mulher, especializada no atendimento a vítimas desses tipos de crimes. Os serviços de Assistência Social, como os centros de Referência de Assistência Social (Cras) e centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que também prestam esse tipo de serviço, são conhecidos por 90% das participantes do levantamento. 

A Defensoria Pública é conhecida por 88% das mulheres negras e o Ligue 180, canal de denúncias para esse tipo de agressão, por 79%. A Casa Abrigo, que acolhe mulheres e crianças vítimas de violência doméstica, é conhecida por 57% das brasileiras pretas e pardas. 

Já a Casa da Mulher Brasileira, que reúne diversos serviços voltados para vítimas desses tipos de delitos, é o equipamento menos popular, conhecido por 38% das respondentes. Atualmente, há dez unidades espalhadas pelo país – Campo Grande; Fortaleza; Ceilândia (DF); Curitiba; São Luís; Boa Vista; São Paulo; Salvador; Teresina; e Ananindeua (PA).

Mulheres Negras se mobilizam para 2ª Marcha por Reparação e Bem Viver

No dia 25 de novembro de 2025, mulheres negras de todo o país estarão em Brasília para a 2ª Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, dez anos depois da primeira e histórica mobilização. Com a contagem regressiva aberta, organizações negras aproveitaram as últimas semanas para realizar encontros regionais preparatórios.

A inauguração do escritório operativo da marcha ocorreu em Brasília, na última terça-feira (26), no Museu da República, com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, representantes do Movimento Negro Unificado, e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

“A partir de agora, a gente sabe e tem a certeza de onde nós vamos trazer milhões de mulheres negras em novembro para essa cidade. A gente tem que ter um movimento de maior valor em escala nacional”, explica a coordenadora executiva da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Vinólia Andrade.  

Entre as reivindicações das ativistas, estão políticas públicas para mulheres negras, o direito à vida e a promoção da igualdade racial. A ativista Thanisia Marcella Alves Cruz também faz parte do comitê organizador e explica o nome da marcha. 

“A reparação denuncia as inúmeras políticas públicas e táticas que institucionalizaram o tráfico de pessoas, a perda de direitos, o desgaste da saúde da população negra e o genocídio. Sabendo que vidas jamais serão recuperadas, chamamos o Bem Viver para uma mudança radical de nossas práticas e para uma vida em dignidade.”

A construção da 2ª Marcha por Reparação e Bem Viver é liderada por diversos comitês regionais e tem um Comitê Impulsor Nacional formado pela AMNB, Fórum Nacional de Mulheres Negras, Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência, Rede de Mulheres Negras do Nordeste e Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira. Os estados e municípios podem formar seus comitês conforme suas necessidades.

Naiara Leite, ativista e Coordenadora Executiva do Instituto da Mulher Negra Odara da Bahia, ressalta a importância da organização para incentivar a participação feminina na política. “Esse ano foi um ano eleitoral no Brasil, que mobilizou mais de 5.300 municípios e que as mulheres negras aproveitaram a chamada da marcha para fortalecer a importância de eleger mulheres negras para as câmaras municipais, para as prefeituras e para a ocupação desses espaços institucionais”, diz. 

A assistente social Keka Bagno, militante do coletivo Juntas e membro do Comitê DF, também destaca a participação feminina na política. “Para além do Distrito Federal, o nosso encontro regional contou com a participação das mulheres de Goiás e de Mato Grosso. Dialogamos sobre as situações das políticas públicas, reparação e bem-viver e o desafio da conjuntura nacional e locais. Levanta e marcha rumo a 2025”.

Brasília (DF) 23/11/2024 Mulheres negras do Centro-Oeste promovem concontro para organizar a Marcha das Mulheres Negras por Repação e Bem Viver (MMN2025), prevista para acontecer em 2025 Foto:- Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

*Estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão

Brasil pede desculpas oficiais pela escravização das pessoas negras

O governo federal, em nome do Estado brasileiro, pediu publicamente desculpas à população negra pela escravização das pessoas negras e seus efeitos. A mensagem também ressalta a necessidade de combater a discriminação racial no país. 

“A União manifesta publicamente o pedido de desculpas pela escravização das pessoas negras, bem como de seus efeitos. Reconhece que é necessário envidar esforços para combater a discriminação racial e promover a emancipação das pessoas negras brasileiras. Por fim, compromete-se a potencializar o foco de criação de políticas públicas com essa finalidade”, diz o pedido de desculpas lido pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, em evento nesta quinta-feira (21), em Brasília.  

Durante o evento, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, lembrou a luta da população negra por liberdade, igualdade e conquista de direitos. Para ela, o reconhecimento é resultado da luta e de ações efetivas de muitos atores do movimento negro.

“Nessa caminhada de luta, que é abolicionista, que a gente lutou e continua lutando por liberdade, a gente vem construindo a cada dia passos muito importantes. Essa memória de mais de 300 anos de escravatura não acaba no 13 de maio, porque o 14 de maio começa com o total abandono da população negra no país”, lembrou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fez referência à memória de sua irmã, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. “Além do pedido de desculpas, no ano de 2024, nós tivemos a condenação dos assassinos de minha irmã. Não é normal a cada dia e em cada instante a gente ter que lidar com essas mazelas e essas dores. São desafios enormes e, por isso, é importante a gente pensar esse trabalho coletivo, um trabalho coletivo concreto”, disse.

 

Radioagência traz podcast sobre cientistas negras neste 20 de novembro

Pela primeira vez o dia 20 de novembro, o dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, será celebrado como feriado nacional. A data marca o protagonismo negro na história do Brasil.

Para marcar este dia, a Radioagência Nacional apresenta o podcast “Ciência: mulheres negras dão o tom”, em que traz histórias de mulheres negras incríveis que contribuem para a pesquisa nacional nas mais diversas áreas de conhecimento e ainda atuam na luta por Direitos Humanos e contra o racismo.

Neste primeiro episódio, Sônia Guimarães: Uma pequena xereta e sua enciclopédia. Trazemos a história da professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica o ITA de São José dos Campos. Sônia é a primeira é mulher negra doutora em física.

Primeira. Pioneira. Desbravadora. Abridora de caminhos. Essas são algumas das palavras mais relacionadas, ainda hoje, às mulheres negras que ingressam no mundo das ciências exatas. Engenharias, física, química, ciências, matemática… tudo isso ainda está muito atrelado aos homens e aos homens brancos.

“Porque as exatas têm dono: branco e do gênero masculino. E eles não gostam dessa invasão da mulherada, ameaçando a posição deles. Então eles fazem o que eles podem para impedir que a mulherada chegue onde elas querem”, destaca Sônia.

A PhD ingressou no ITA – o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em 1993. Três anos depois, ela é expulsa da Instituição. No entanto, ela reconquista seu direito de estar na sala de aula e volta para o ITA.

Sônia Guimarães, pesquisadora desde pequena quando buscava respostas nas enciclopédias, está na luta para garantir o direito das meninas, principalmente as meninas negras, de sonhar e conquistar. Ela atua e é referência em projetos como Cientistas do Alto Sertão, Futuras Cientistas, Investiga Menina e Pesquisa para Elas. E ainda preside a Comissão de Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão da Sociedade Brasileira de Física e compõe a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros.

Clique aqui, em seguida aperte o botão “tocar” e ouça o episódio.

 

Violência: mulheres negras com pouca renda convivem com agressores

Cerca de 85% das mulheres negras que sofreram violência doméstica ou familiar e não possuem renda suficiente para se manter convivem com seus agressores dentro da própria casa. O número é quatro vezes superior à média de mulheres negras que declaram já terem sofrido algum tipo de agressão (21%), independentemente da renda.

Os dados são da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra, feita pelo instituto DataSenado e Nexus, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência e Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra.

O estudo considerou como negras as mulheres autodeclaradas pretas ou pardas. Foram ouvidas por telefone, entre agosto e setembro de 2023, 13.977 brasileiras negras com 16 anos ou mais.

Violência

Entre as mulheres negras que afirmaram não conseguir se sustentar, uma em cada três (32%) já sofreu algum tipo de agressão. Em 24% dos casos, o episódio aconteceu nos últimos 12 meses. Quando perguntadas sobre situações específicas de violência, o número sobe para 31% – revelando que algumas não consideraram, num primeiro momento, aquilo que viveram como abuso doméstico.

Filhos

Além da renda, a pesquisa demonstra que a presença de filhos abaixo dos 18 anos também faz com que as mulheres não consigam sair de um contexto abusivo – 80% das mulheres negras que declararam ter sofrido violência doméstica e têm filhos menores de idade continuam morando com o agressor.

Os dados mostram ainda que, entre as mulheres negras que afirmaram ter sofrido violência familiar, 27% disseram não ter renda nenhuma e 39% não têm renda suficiente para se manter e manter seus dependentes, somando 66% de mulheres vítimas de violência e sem condições financeiras de se sustentar.

Saúde

Nesse mesmo recorte de mulheres sem renda para se manter, os números indicam que somente 30% buscaram algum tipo de assistência em saúde após um episódio grave de violência. O percentual se mantém acima dos 60% em todos os níveis educacionais.

Medidas protetivas

O estudo revela ainda que apenas 27% das mulheres negras que não têm renda individual suficiente para seu sustento buscaram medidas protetivas. Assim como no atendimento médico, em todos os níveis educacionais, a maioria não buscou proteção – percentual variou entre 65% e 78%.

Justiça

Os números também mostram que mulheres com menor escolaridade tendem a procurar mais a Justiça para denunciar a violência do que as com maior escolaridade – 49% das mulheres negras não alfabetizadas e 44% das que possuem ensino fundamental incompleto foram até a delegacia. O percentual cai para 34% entre mulheres com ensino superior completo.

Quilombo Agbara Dudu preserva tradições negras no Rio de Janeiro

No encontro da Estrada do Portela com a Rua Sérgio de Oliveira, em Oswaldo Cruz, na zona norte da capital fluminense, surge o Grupo Afro Agbara Dudu (“força negra”, em iorubá). Fundada em 1982, a comunidade floresce em uma região marcada por manifestações culturais negras, como as escolas de samba Portela e Império Serrano, o baile charme do Viaduto de Madureira, o Jongo da Serrinha e a Feira das Yabás. Neste dia da Consciência Negra, a Agência Brasil conta a história desse quilombo urbano declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro em setembro deste ano.

A relação principal do Agbara Dudu é com a Portela, já que o quilombo teve a Portelinha, antiga sede da escola de samba, como espaço inicial. “Nossa ligação é profunda. Tivemos o incentivo para pensar, construir e exercitar o Agbara de uma figura histórica da Portela chamada Tio Nozinho, que tinha um bar na Estrada do Portela”, informa o presidente do Grupo Afro Agbara Dudu, Elias José Alfredo.

Ele relembra que o bar era ponto de encontro dos compositores e integrantes da escola de samba. Lá, também foram realizadas as primeiras reuniões para pensar e organizar a comunidade. “Tio Nozinho viabilizou nosso acesso à Portelinha. O Agbara nasce na quadra da Portelinha. Muitos na Portela fizeram parte do Agbara desde o início”.

Rio de Janeiro (RJ) 18/11/2024 – O presidente do Quilombo Urbano Agbara Dudu, Elias José Alfredo, na sede em Oswaldo Cruz. Declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiros. Foto:  Fernando Frazão/Agência Brasil

Hoje, o espaço se apresenta como um quilombo urbano, formação social e cultural construída nas periferias da cidade, muito inspiradas nos quilombos rurais, e marcada pela resistência e pela preservação da cultura negra. “Nós nos orgulhamos de ser parte dessa história, de ser tombado como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro”, afirma Elias.

Agbara Dudu

Respeitando suas raízes culturais, uma das principais atividades da comunidade é o resgate da memória e da cultura afro-brasileira a partir da música, do canto e da dança. O quilombo, que também conta com o Bloco Afro Agbara Dudu — considerado um dos primeiros blocos afro do Rio de Janeiro —, realiza anualmente o Fest-Afro, um festival musical que define o representante do quilombo no desfile de Carnaval de cada ano. “As temáticas que pré-estabelecemos nesse processo são geralmente ligadas à história afro-brasileira e africana. Uma quantidade enorme de músicas, que vão ser traduzidas na expressão do canto e da dança, é produzida”, comenta Elias.

“Esse é um momento nosso”, continua, “mas também tem a capoeira, essência da nossa história de luta”. Voltados para a comunidade, o Agbara realiza cursos, oficinas de dança e capoeira, debates, encontros e seminários sobre temas relacionados à população do quilombo. “Produzimos aulas de percussão, para ensinar o toque das músicas, trazemos o Samba Afro, ritmo cadenciado do Samba que se perdeu ao longo dos anos nas escolas de samba. O Agbara surge resgatando e preservando essa identidade cultural e musical”.

Apesar da intensa vida cultural, segundo Elias, um dos principais obstáculos enfrentado pelo Agbara Dudu é, justamente, dar continuidade à história local. À Agência Brasil, ele explica que foi com a vinda do sambista Paulo Benjamin de Oliveira, conhecido como Paulo da Portela — em referência à via que corta os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz —, para o subúrbio que a comunidade começou a se organizar naquele espaço, inclusive na perspectiva da educação.

“Muitas pessoas eram analfabetas. O fim da escravidão era recente, então Paulo começa a organizar social, cultural e politicamente essa comunidade no espaço antes conhecido como Quilombo da Barra Preta”, relata Elias, que busca resgatar essa história. “Esses são os pilares do Agbara, resgatar, preservar e elevar a cultura afro-brasileira e africana. Nosso desafio é esse, mas também tem a titularização do espaço geográfico do quilombo, que é uma luta nossa”, disse.

Quilombos

Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Carlos Eugênio Líbano Soares explica que os quilombos urbanos surgiram a partir da própria sociedade, com a revolução urbana do século 18. “Com a descoberta do ouro em Minas Gerais e a circulação de riqueza em cidades como Rio de Janeiro e Salvador, esses espaços começam a alcançar um nível de desenvolvimento e crescimento que cria uma nova sociedade, a sociedade urbana colonial, porque, até aquele momento, a sociedade colonial era totalmente rural”.

Com o processo e urbanização, também surgem condições para a criação de uma escravidão urbana. Ao mesmo tempo, os quilombos urbanos, inspirados nos rurais, nascem como locais onde os escravos em fuga encontravam iguais, sejam escravos livres ou libertos, e passavam a se organizar em sociedade. Segundo o professor, já na primeira metade do século 19 se tornam comuns as chamadas casas de quilombos, onde se escondiam os escravos em fuga no meio urbano.

Rio de Janeiro (RJ) 18/11/2024 – O Quilombo Urbano Agbara Dudu, em Oswaldo Cruz,. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil – Fernando Frazão/Agência Brasil

“O padrão de fuga no meio urbano é diferente do rural, assim como a escravidão urbana é diferente da rural, mas ambas dialogam, então não há uma barreira entre urbano e rural. Pelo contrário, as grandes cidades são profundamente marcadas pela vivência rural”, observa Soares.

O professor comenta que o fato de se organizarem em comunidades fez com que os quilombos urbanos sobrevivessem à própria escravidão, garantindo força de resistência e capacidade de memória coletiva e oral maior que nos quilombos rurais, por serem mais dispersos. “O quilombo no meio rural não é estático, como muita gente pensa, ele se movimenta, porque o controle repressivo é mais baseado no poder privado dos senhores e menos no poder público”, esclarece.

Dessa forma, os quilombos urbanos se tornam importantes para a manutenção das tradições africanas alteradas pela diáspora, que vão se perpetuar com o fim da escravidão a partir do século 19, tendo fim legal com a assinatura da Lei Áurea em 1888. “Falamos de samba, candomblé, umbanda, maracatu, tradições que vieram desses quilombos, dessas comunidades formadas por escravizados que operavam na clandestinidade por causa da repressão”.

Conforme o pesquisador, somente a partir da década de 1930 que a repressão racial começa a dar sinais de enfraquecimento. Mas, mesmo diante de uma resposta feroz da Colônia, do Império e, posteriormente, da República, as comunidades definidas hoje como quilombos urbanos conseguiram preservar esse legado e mantê-lo vivo. “Em alguns momentos, inclusive, a repressão da República foi mais feroz que a do Império e mesmo que a da Colônia, então esse legado sobrevive graças à perpetuação das comunidades quilombolas, muitas vezes produzindo cultura de forma oculta”, afirmou.

Atualmente, Soares considera que o principal desafio que essas comunidades enfrentam é se tornarem prioridades das políticas públicas. “Não há política que promova a integração efetiva dessas comunidades ao conjunto da cidade. Pelo contrário, o investimento, em geral, é feito nas áreas centrais, onde reside a classe média, e não nas áreas periféricas. Elas ficam abandonadas e só são lembradas no campo da criminalidade”.

Professora e secretária da Associação Cultural Quilombo do Camorim (Acuca), Thaís da Silva Oliveira, acrescenta que o desconhecimento do que são quilombos também dificulta na valorização e preservação das suas tradições.

“Hoje, todo mundo usa o nome ‘quilombo’ para ganhar dinheiro, porque tá na moda, mas ninguém sabe o que é um quilombo de verdade”, declara. “Quilombo não significa só ser preto, negro ou pardo. Quilombo é muito mais do que isso, é uma resistência”, afirmou Thaís.

Ela reforça que os quilombos são essenciais para a preservação cultural por serem espaços onde as histórias e tradições africanas se mantém vivas. Neles, também se praticam atividades transmitidas de geração em geração, garantindo que esses saberes não se percam no tempo. “O quilombo é um espaço de memória, um museu, onde se valoriza a ancestralidade e se celebra a identidade quilombola, elementos que muitas vezes não encontram espaço na sociedade moderna”, complementa.

Resistência

Em 2022, o censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletou pela primeira vez informações específicas sobre a população quilombola no país. A pesquisa identificou 7.666 comunidades distribuídas em 8.441 locais, formando uma população de mais de 1,3 milhão (1.330.186) de pessoas. Do total de comunidades, no entanto, apenas 494 Territórios Quilombolas foram oficialmente delimitados.

Rio de Janeiro (RJ) 18/11/2024 – O Quilombo Urbano Agbara Dudu, em Oswaldo Cruz, uma região marcada por diversas manifestações negras, como as escolas de samba Portela e Impérío Serrano, o Viaduto de Madureira, o Jongo da Serrinha e a Feira das Yabás. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Neles, residem 167.202 pessoas (12,6% da população quilombola). Para Elias, o reconhecimento do Agbara como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro é uma forma de legitimar a contribuição do quilombo para o processo histórico e civilizatório do estado fluminense. “Para nós é muito importante, mas também é fruto de uma luta constante. O nosso papel está justamente em levar a cabo essa discussão, esse diálogo com a sociedade para que o Estado saiba da nossa condição histórica”, disse.

Ele defende que não só os quilombos urbanos, mas os quilombos rurais precisam que o Estado garanta a sua existência, processo que passa também pela educação. Do ensino básico ao superior, o presidente destaca a necessidade de se levar a cultura quilombola para as salas de aulas, despertando um olhar crítico sobre a condição dos quilombos no país e também para despertar uma consciência afro-cultural.

“Somos parte da história da sociedade, mas, nessa sociedade, fomos marginalizados, primeiro na condição de escravizados e, no pós-escravidão, na posição de marginais. A marginalização do povo negro é um fato. É fundamental traçarmos uma linha de ação que busque a superação dessa condição”, afirmou.

Como ferramentas para enfrentar essa realidade, o quilombo também promove os cursos de história da África e de línguas africanas. “A reparação é algo que o Estado nos deve e precisa ser encarado dessa forma, porque é um problema estrutural. Dos africanos e afrodescendentes foram tiradas a identidade e as possibilidades pelo estado colonial e escravocrata. O que fazemos hoje no Agbara é exercitar a nossa potencialidade intelectual, cultural e social. Temos feito isso enquanto instituição e enquanto grupo social, cultural e político”, destacou.

 

*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa

Festa Literária das Periferias: líderes negras debatem legado de lutas

A 14ª edição da Festa Literária das Periferias (Flup) começou nesta segunda-feira (11), no Rio de Janeiro, com mais de 90% da programação composta por mulheres negras. Na abertura, o destaque foi o debate sobre as questões das periferias globais e brasileiras, como pautas raciais e étnicas, de gênero e climáticas.

A Flup será realizada entre 11 e 17 de novembro, e terá a participação de escritores nacionais e internacionais, personalidades ligadas à arte e à academia, oficinas formativas, apresentações musicais, saraus, lançamentos de editoras e performances.

O tema deste ano é “Roda a saia, gira a vida”. Segundo os organizadores, há um alinhamento com o conhecido pensamento da filósofa e escritora estadunidense Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”.

O evento de abertura da Flup foi a mesa de debates “O que Queremos Para Ontem?”, que tratou das principais demandas e necessidades das pessoas de periferia.

Tanto as do passado, que seguem incompletas, quanto as mais atuais trazidas pelas novas dinâmicas sociais.

Participaram dela a ativista de direitos humanos e direitos LGBTQIAPN+, Neon Cunha, a deputada federal, Benedita da Silva (PT-RJ), e a diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck.

Rio de Janeiro (RJ) 11/11/2024 – A deputada federal Benedita da Silva participa da Flup. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Dentro do tema, elas destacaram a homenageada dessa edição da Flup: a historiadora, poeta e cineasta Maria Beatriz Nascimento (1942-1995), que teve atuação marcante na defesa dos direitos humanos de negros e mulheres no Brasil, e é considerada uma inspiração para a nova geração de escritoras negras.

“A Maria Beatriz foi uma das mulheres fortes que eu tive a sorte de conhecer, que deram as mãos para que pudéssemos vencer as batalhas em nossos quilombos. Porque as nossas favelas nada mais são do que os nossos quilombos. E lá sabemos que temos que extrair força, energia, conhecimento, organização para poder enfrentar o que vier”, disse a deputada federal, Benedita da Silva.

Rio de Janeiro (RJ) 11/11/2024 – A diretora da Anisita Internacional, Jurema Werneck, na Flup. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

“Maria Beatriz criou conceitos que traduziram a nossa experiência como humanos e foi atrás de alternativas. Falou que nós também somos capazes de encontrar respostas em meio à tragédia humana. Seja no quilombo como território de guerra, quilombo para perseguir a paz, quilombo como estratégia de viver bem. Disse que, por vezes, o quilombo também precisa recuar e buscar proteção”, disse a diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck.

 

Festa Literária das Periferias (Flup)

Dias: de 11 a 17 de novembro

Local: Circo Voador

Endereço: Rua dos Arcos, s/n, Lapa – RJ

Entrada gratuita

https://www.flup.net.br/

Festa Literária das Periferias celebra cultura de mulheres negras

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. A célebre frase da pensadora norte-americana Angela Davis, proferida em 2017, durante visita à Bahia. dará a tônica dos debates da Festa Literária das Periferias (Flup), no Rio de Janeiro.

A festa, que terá uma inédita proporção de 90% de mulheres negras na programação, chega à 14ª edição, com o tema Roda a Saia, Gira a Vida. Entre as participantes estão grandes nomes da literatura mundial, como a nigeriana Oyeronke Oyewumi, e brasileiras relevantes, como Conceição Evaristo.

Programada para o período de 11 a 17 de novembro, no Circo Voador, a festa literária gratuita vai coincidir com o G20 Social, que será entre os dias 14 e 16. O debate sobre literatura se conecta com as discussões globais, defende o diretor-fundador da Flup, Julio Ludemir.

“O Rio de Janeiro receberá as principais lideranças políticas e econômicas mundiais enquanto a Flup conectará periferias brasileiras a um diálogo global, sobre raça e cultura – inerente às discussões econômicas do G20”, ressalta Ludemir.

A mesa intitulada Mulheres Transatlânticas, marcada para segunda-feira, às 20h, reunirá mulheres nascidas em países desenvolvidos que posicionaram o feminismo negro como elemento central para discutir criticamente os legados coloniais, entre as quais estão a professora nigeriana Oyeronke Oyewumi, a escritora e professora holandesa Gloria Daisy Wekker e a fotógrafa franco-senegalesa Mame Fatou Niang.

Na terça-feira (12), às 13h, a mesa Quilombo Acadêmico: Histórias de Mulheres Afrodiaspóricas – Escritoras e Escrevivências terá como debatedoras a escritora colombiana Maricel Lopes, as educadoras Renata Falleti, Ádria Cerqueira e Jhenifer dos Santos e as doutoras em história Iraneide Silva e Marley Silva.

As escritoras Conceição Evaristo, brasileira, e Bernardine Evaristo, britânica, participarão na quarta-feira (13), às 19h50, da mesa literária Tão inseridas/Tão excluídas. No dia seguinte, às 19h30, outra mesa literária, No Conforto da Minha Concha, reunirá as escritoras brasileiras Eliana Alves Cruz e Luciany Aparecida e a francesa Marie NDiaye.

Na sexta-feira (15), às 18h, o destaque é o podcast Angu de Grilo, ao vivo, na Flup. As jornalistas Bela Reis e Flavia Oliveira, que são mãe e filha, entrevistam a escritora e ativista Sueli Carneiro e a artista de performance Luanda Carneiro, que também são mãe e filha.

No sábado (16), às 20h30, destaque para a mesa literária Notícias Poéticas entre Brasil e Angola, com o cantor e compositor brasileiro Tiganá Santana, a poeta e dramaturga Leda Maria Martins e o músico e escritor angolano Kalaf Epalanga.

No domingo (17), último dia da Flup, às 16h, haverá a mesa literária Se eu não contasse a minha história, ninguém o faria por mim, com a historiadora e pesquisadora francesa Olivette Otele e a ativista antiglobalização e de direitos e escritora malinesa Aminata Traoré.

Durante o Ciclo de Debates Aquilombamentos, representantes de comunidades e de organizações ligadas a questões raciais, étnicas, de gênero e climáticas precederão o fórum do G20, fortalecendo o debate público sobre as questões das periferias – globais e brasileiras – em conexão com movimentos de resistência.

Reconhecida em 2023 como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a Flup é gratuita, para todas as idades.

Apresentada pelo Ministério da Cultura e pela Shell, a Festa Literária das Periferias tem patrocínio do Instituto Cultural Vale e Globo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio da Fundação Ford. O transporte oficial do evento é oferecido pelo Grupo CCR, por meio do Instituto CCR, nas áreas de atuação do VLT Carioca e da CCR Barcas.