Skip to content

PRF inicia operações para coibir ultrapassagens indevidas nas rodovias

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) promete reforçar a fiscalização nas rodovias federais entre esta sexta-feira (20) e a próxima quarta-feira (25). Deflagrada à 0h de hoje, a Operação Natal 2024 prevê maior frequência nas rondas, além do posicionamento de equipes policiais em trechos identificados como os mais perigosos.

Durante a operação, que se estenderá até as 23h59 da quarta-feira de Natal, a PRF ampliará o efetivo policial nas rodovias federais para coibir, principalmente, as ultrapassagens indevidas. Entre janeiro e novembro deste ano, foram registradas 272.955 infrações deste tipo.

Embora o total de ocorrências tenha variado pouco em comparação ao resultado registrado em 2023 (270.165), o número de acidentes com feridos e mortos aumentou significativamente. Entre janeiro e novembro deste ano, 1.557 sinistros de trânsito associados à ultrapassagem indevida deixaram 2.287 feridos e 363 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 1.469 acidentes, com 2.263 feridos e 313 óbitos.

Em nota, o coordenador-geral de Segurança Viária da PRF, Jeferson Almeida, destaca que o motorista que realiza ultrapassagem indevida está colocando em risco não só sua própria vida, como a de seus eventuais acompanhantes e de outras pessoas.

“A ultrapassagem indevida já é perigosa por si só. Quando associada à velocidade excessiva para conseguir realizar a manobra e não se tem sucesso, os efeitos são muito danosos. São saídas de pista, colisões transversais ou frontais, circunstâncias em que o choque entre os veículos é mais intenso”, enumera Almeida.

O motorista flagrado realizando ultrapassagens indevidas pode ser multado em até R$ 2.934,70 e ter o direito de dirigir suspenso.

Rodovida

A Operação Natal 2024 é a primeira das grandes ações da Operação Rodovida 2024/2025, que a PRF lançou nesta quarta-feira (18). Com o tema Desacelere: Seu Bem Maior é a Vida, a iniciativa se estenderá até 9 de março de 2025, com o objetivo de tentar reduzir as ocorrências por excesso de velocidade nas rodovias federais.

De janeiro a outubro deste ano, o excesso de velocidade resultou em mais de 5 milhões de autos de infração – mais que o dobro dos 2,1 milhões de autuações registradas no mesmo período de 2023. Apesar da alta significativa nas infrações, a PRF registrou queda no número de sinistros de trânsito e mortes em que a causa principal foi o excesso de velocidade. De janeiro a outubro deste ano, foram 3.478 sinistros e 358 óbitos. No ano passado, foram 3.508 ocorrências e 381 mortes.

Por outro lado, entre janeiro e outubro de 2024, a PRF registrou 9.013 sinistros de trânsito atribuídos à reação tardia ou ineficiente dos condutores, o que resultou em 10.506 feridos e 575 mortes. A correlação entre o excesso de velocidade e a reação tardia ou ineficiente dos condutores é um dos principais desafios para a segurança viária. A velocidade excessiva reduz o tempo de reação necessário para desviar de obstáculos, frear a tempo ou lidar com mudanças inesperadas na via. Isso se reflete nos dados, uma vez que a velocidade elevada pode ser fator determinante em muitos sinistros de trânsito fatais com vítimas.

 

Participação da China nas exportações brasileiras diminuiu este ano

A participação da China nas exportações brasileiras caiu de janeiro a novembro deste ano, enquanto as importações do país asiático tiveram um peso maior na balança comercial. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), e mostram que a China continua a ser a principal parceira comercial do Brasil. 

De janeiro a novembro, 28,6% das exportações brasileiras foram para a China, um percentual menor que os 30,7% de 2023. Já no sentido oposto, a fatia chinesa nas importações brasileiras aumentou de 21,9% para 24,1%.

Segundo a FGV, a mudança se deu também pelo aumento das exportações para os Estados Unidos e a União Europeia, e queda nas importações desses parceiros. A Argentina, mesmo em crise econômica, importou mais produtos brasileiros e exportou mais para o Brasil, principalmente devido ao setor automotivo.

O saldo total da balança comercial até novembro foi de US$ 69,9 bilhões. A FGV projeta que este ano o Brasil deve ter um superávit entre US$ 74 bilhões e US$ 78 bilhões no comércio exterior.

Se consideradas apenas as trocas comerciais com a China, o Brasil já soma superávit de US$ 31 bilhões, o que representa 44,3% do saldo acumulado da balança comercial até novembro.

Inflação perde força nas faixas de renda média e baixa, diz Ipea

A inflação recuou para cinco das seis faixas de renda analisadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em novembro deste ano, na comparação com o mês anterior. Apenas as famílias com renda alta tiveram um aumento na taxa de inflação no período (ao passar de 0,27% em outubro para 0,64% para novembro), devido à alta de 22,7% nas passagens aéreas.

A maior queda foi observada entre as famílias com renda muito baixa, para as quais a taxa recuou de 0,75% para 0,26%. O resultado foi provocado pela redução da tarifa de energia, apesar das altas nos alimentos.

As demais faixas de renda apresentaram as seguintes variações: renda baixa (de 0,71% para 0,32%), renda média-baixa (de 0,61% para 0,35%), renda média (de 0,54% para 0,39%) e renda média-alta (de 0,49% para 0,35%).

As famílias com renda baixa tiveram a maior taxa de inflação no acumulado do ano (4,50%) e no acumulado de 12 meses (5,08%). Já aquelas de renda alta tiveram a menores taxas em ambas comparações: 3,86% no ano e 4,50% em 12 meses.

Defesa de Braga Netto nega obstrução nas investigações

Os advogados de defesa do general  Walter Braga Netto divulgaram uma nota, na tarde deste sábado (14), em que manifestaram a crença no “devido processo legal” e que “teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução as investigações”.

Os advogados Luís Henrique Cesar Prata, Gabriela Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima, todos da Prata Advocacia, de Brasília, divulgaram que tomaram conhecimento “parcial”, pela manhã, da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e que vão se manifestar nos autos do processo após “plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida”. 

“Papel de liderança”

A Polícia Federal prendeu o ex-ministro da Defesa e general Walter Braga Netto. Ele é um dos alvos do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no país após as eleições de 2022. Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa com Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. 

De acordo com o relatório da Polícia Federal, há “diversos elementos de prova” contra Braga Netto, que teria atuado para impedir a total elucidação dos fatos, com tentativa de obstruir as investigações e “com o objetivo de controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”.

Segundo o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga a trama golpista, os desdobramentos da investigação, a partir da operação “Contragolpe”, e novos depoimentos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, “revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto nos fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demonstrar relevantes indícios de que o representado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações”.

Anfavea projeta aumento de 5,6% nas vendas de veículos em 2025

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemorou os números do setor neste ano de 2024. Além disso, a entidade projeta aumento de 5,6% nas vendas em 2025. Os dados foram divulgados hoje (12) pela Anfavea.

Conforme a associação, neste ano o setor teve o maior crescimento do mercado brasileiro desde 2007, sendo o Brasil o país de maior expansão entre os dez principais mercados globais. Segundo a associação, houve o maior ciclo de investimentos da história na indústria automobilística (R$ 180 bilhões); o segundo semestre foi o melhor em vendas nos últimos dez anos. Além disso, 100 mil novos empregos foram gerados em 2024.

“O Brasil foi o que mais cresceu entre os principais mercados do mundo. Esperamos começar o ano nesse ritmo acelerado e fazer de 2025 o último degrau antes da volta ao patamar dos 3 milhões de unidades vendidas”, disse o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.

Depois de um início de ano retraído, foi no segundo semestre o impulso do setor. Só em novembro, a média de vendas foi de 13,3 mil unidades/dia, a maior em dez anos. O ano deve fechar com 2,65 milhões de veículos emplacados, alta de 15% na comparação com 2023.

No segmento dos veículos pesados, o destaque foi a comercialização de caminhões, cuja alta está estimada em 15%. No caso dos ônibus, as vendas deverão fechar o ano com um crescimento de 8,5%.

A projeção da Anfavea para o próximo ano é a de 2,802 milhões de unidades vendidas, cerca de 5,6% a mais em relação a 2024. Na divisão de grandes segmentos, a expectativa é de alta de 5,8% para automóveis e comerciais leves, e de 2,1% para os pesados.

Exportações

Se no primeiro semestre, as exportações decepcionaram a indústria, a reação veio no segundo, a partir de julho. Houve a recuperação dos embarques para a Argentina, com um crescimento de 39%, e para o Uruguai, com elevação de 14%. A projeção da Anfavea para 2025 é a de que as vendas ao exterior cheguem a 428 mil unidades, algo em torno de 6,2% a mais na comparação com este ano.

Empregos

No que diz respeito aos empregos, a estimativa é a de criação de 10 mil vagas diretas. No total da cadeia produtiva, a geração de empregos bateu os 100 mil postos. “No total, nosso setor é responsável por 1,3 milhão de empregos de alta qualificação, e esperamos que o atual ciclo de investimentos anunciado, de R$ 130 bilhões, abra ainda mais postos de trabalho não só na linha de montagem, mas também em algo estratégico para o país, que é pesquisa e desenvolvimento”, destacou o presidente da Anfavea.

Mulheres poderão se alistar nas Forças Armadas a partir de janeiro

A partir do dia 1º de janeiro, as mulheres também poderão se alistar nas Forças Armadas. Ao contrário do alistamento obrigatório para os homens, no caso feminino, ele será feito de forma voluntária para aquelas que completarão 18 anos em 2025. O prazo para alistamento terminará no dia 30 de junho.

Segundo o Ministério da Defesa, neste primeiro momento, serão ofertadas 1.465 vagas, distribuídas em 28 municípios e 14 unidades federativas. Serão 1.010 vagas para o Exército; 155 para a Marinha e 300 para a Aeronáutica. A expectativa é a de ir aumentando progressivamente esses números, até que se atinja um índice de 20% das vagas.

“As candidatas poderão se alistar de forma online ou presencial em uma Junta de Serviço Militar. São critérios para o alistamento possuir residência em um dos municípios contemplados no Plano Geral de Convocação e completar 18 anos em 2025 (nascidas em 2007). Entre os documentos solicitados estão a certidão de nascimento ou prova de naturalização; comprovante de residência e documento oficial com foto”, informou o Ministério da Defesa.

Etapas a serem cumpridas

O processo de recrutamento abrange, além da etapa de alistamento, uma seleção geral seguida de seleção complementar. Na sequência são feitas a designação, a distribuição e a incorporação. Durante a seleção, haverá entrevistas, exames clínico laboratoriais e testes físicos.

As candidatas poderão escolher a Força em que desejam ser incorporadas. O ministério, no entanto, alerta que serão levadas em consideração a disponibilidade de vagas, aptidão da candidata e as especificidades exigidas pela Marinha, Exército e Aeronáutica.

“Uma vez incorporadas, as mulheres ocuparão a graduação de soldado, sendo denominado marinheiro-recruta na Marinha, e terão os mesmos direitos e deveres dos homens”, especificou o Ministério da Defesa.

A incorporação está prevista para ocorrer no 1º semestre de 2026 (de 2 a 6 de março) ou no segundo semestre (de 3 a 7 de agosto), e a duração do serviço militar será de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos.

 

Governo pode fazer ajustes em mudanças nas regras do BPC

O governo federal pode ajustar as propostas de mudança nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para viabilizar a votação do pacote de corte de gastos, disse nesta terça-feira (10) o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. Segundo ele, os ajustes serão pequenos e não deverão ter impacto na economia de recursos esperada.

“A preocupação é legítima. A gente fez um debate dentro do governo, envolvendo uma série de ministérios, de atores políticos, e a gente chegou a um consenso. O BPC tem uma preocupação da bancada do PT que a gente entendeu e vai internalizar”, explicou Durigan após almoço com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Na segunda-feira (9), Durigan reuniu-se com a bancada do PT na Câmara dos Deputados, onde ouviu as preocupações do partido com o projeto que endurece as regras de acesso ao BPC. No fim de semana, o PT divulgou um texto em que elogia a taxação de super-ricos, mas pede debate dentro do governo em relação às mudanças no BPC.

“[Serão] ajustes menores, que podem preservar, do ponto de vista conceitual e da lógica do BPC, sem que a gente tenha perda de impacto fiscal. Se, de fato, tiver um medo de perda de direitos [de beneficiários], a gente pode rever. Não tem problema”, declarou.

O secretário-executivo da Fazenda não adiantou os pontos que podem ser revistos, mas admitiu que parlamentares PT e de outros partidos “ficaram incomodados” com o endurecimento do conceito da família que coabita, com filhos que moram fora, que podem gerar perda de direitos. “Eles reconhecem que tem espaço para fraude, mas ao mesmo tempo [a proposta] pode impactar pessoas que de fato teriam direito”, disse.

No pacote de corte de gastos anunciado no fim de novembro, o governo quer aumentar os critérios para calcular a renda das famílias e proibir a retirada de rendas não previstas em lei. A medida, na prática, pode retirar o acesso de pessoas ao benefício por ultrapassar a renda de um quarto do salário mínimo.

Emendas

Mais uma vez, Durigan fez um apelo para que o Congresso vote o pacote ainda este ano. O principal entrave até agora é a liberação de emendas parlamentares após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino rejeitar pedido da Advocacia-Geral da União para reconsiderar parte da decisão que endureceu a liberação de emendas.

Segundo o secretário, o governo deve editar, ainda nesta terça-feira (10), uma portaria para viabilizar o pagamento de emendas. Também nesta terça-feira, a AGU deve publicar um parecer com força executória para orientar a liberação de emendas até o fim do ano.

“Eu espero que sim. A forma como a gente tem tratado é sempre com muita transparência. Vamos fazer um acordo, tem um acordo com o Congresso para tratar as emendas”, declarou Durigan. “Nós estamos só com uma questão de timing. O timing está apertado. Estamos correndo com definições no mesmo dia porque a decisão foi de ontem [segunda-feira].”

Antes da cirurgia na cabeça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se na segunda-feira com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para tratar da liberação de emendas parlamentares após a decisão de Flávio Dino. O governo pretende liberar R$ 4,1 bilhões em emendas de comissão e R$ 2,3 bilhões em emendas de bancada para permitir a votação do pacote de corte de gastos ainda este ano.

A liberação das emendas pretende ajudar o governo a destravar o pacote fiscal, considerado um tema sensível no Congresso. O governo quer cortar R$ 327 bilhões de gastos até 2030, economizando R$ 71,9 bilhões apenas em 2025 e 2026.

Imposto de Renda

Apesar do atraso na aprovação do pacote, Durigan reiterou que o governo pretende enviar ainda este ano o projeto de lei que amplia a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, acompanhado da criação de uma alíquota para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês.

O secretário também disse que o projeto de lei que altera as regras para a previdência dos militares será enviado ainda esta semana ao Congresso Nacional. Embora tenham sido anunciadas com o pacote de corte de gastos no fim de novembro, as propostas até agora estão paradas na Casa Civil e não foram enviadas ao Congresso.

Governo pode fazer ajustes em mudanças nas regras do BPC

O governo federal pode ajustar as propostas de mudança nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para viabilizar a votação do pacote de corte de gastos, disse nesta terça-feira (10) o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. Segundo ele, os ajustes serão pequenos e não deverão ter impacto na economia de recursos esperada.

“A preocupação é legítima. A gente fez um debate dentro do governo, envolvendo uma série de ministérios, de atores políticos, e a gente chegou a um consenso. O BPC tem uma preocupação da bancada do PT que a gente entendeu e vai internalizar”, explicou Durigan após almoço com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Na segunda-feira (9), Durigan reuniu-se com a bancada do PT na Câmara dos Deputados, onde ouviu as preocupações do partido com o projeto que endurece as regras de acesso ao BPC. No fim de semana, o PT divulgou um texto em que elogia a taxação de super-ricos, mas pede debate dentro do governo em relação às mudanças no BPC.

“[Serão] ajustes menores, que podem preservar, do ponto de vista conceitual e da lógica do BPC, sem que a gente tenha perda de impacto fiscal. Se, de fato, tiver um medo de perda de direitos [de beneficiários], a gente pode rever. Não tem problema”, declarou.

O secretário-executivo da Fazenda não adiantou os pontos que podem ser revistos, mas admitiu que parlamentares PT e de outros partidos “ficaram incomodados” com o endurecimento do conceito da família que coabita, com filhos que moram fora, que podem gerar perda de direitos. “Eles reconhecem que tem espaço para fraude, mas ao mesmo tempo [a proposta] pode impactar pessoas que de fato teriam direito”, disse.

No pacote de corte de gastos anunciado no fim de novembro, o governo quer aumentar os critérios para calcular a renda das famílias e proibir a retirada de rendas não previstas em lei. A medida, na prática, pode retirar o acesso de pessoas ao benefício por ultrapassar a renda de um quarto do salário mínimo.

Emendas

Mais uma vez, Durigan fez um apelo para que o Congresso vote o pacote ainda este ano. O principal entrave até agora é a liberação de emendas parlamentares após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino rejeitar pedido da Advocacia-Geral da União para reconsiderar parte da decisão que endureceu a liberação de emendas.

Segundo o secretário, o governo deve editar, ainda nesta terça-feira (10), uma portaria para viabilizar o pagamento de emendas. Também nesta terça-feira, a AGU deve publicar um parecer com força executória para orientar a liberação de emendas até o fim do ano.

“Eu espero que sim. A forma como a gente tem tratado é sempre com muita transparência. Vamos fazer um acordo, tem um acordo com o Congresso para tratar as emendas”, declarou Durigan. “Nós estamos só com uma questão de timing. O timing está apertado. Estamos correndo com definições no mesmo dia porque a decisão foi de ontem [segunda-feira].”

Antes da cirurgia na cabeça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se na segunda-feira com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para tratar da liberação de emendas parlamentares após a decisão de Flávio Dino. O governo pretende liberar R$ 4,1 bilhões em emendas de comissão e R$ 2,3 bilhões em emendas de bancada para permitir a votação do pacote de corte de gastos ainda este ano.

A liberação das emendas pretende ajudar o governo a destravar o pacote fiscal, considerado um tema sensível no Congresso. O governo quer cortar R$ 327 bilhões de gastos até 2030, economizando R$ 71,9 bilhões apenas em 2025 e 2026.

Imposto de Renda

Apesar do atraso na aprovação do pacote, Durigan reiterou que o governo pretende enviar ainda este ano o projeto de lei que amplia a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, acompanhado da criação de uma alíquota para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês.

O secretário também disse que o projeto de lei que altera as regras para a previdência dos militares será enviado ainda esta semana ao Congresso Nacional. Embora tenham sido anunciadas com o pacote de corte de gastos no fim de novembro, as propostas até agora estão paradas na Casa Civil e não foram enviadas ao Congresso.

Tarcísio sanciona lei que proíbe celulares nas salas de aula

A partir do ano que vem os celulares estão proibidos nas escolas, públicas e privadas, de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas sancionou o Projeto de Lei 293/2024, da deputada Marina Helou (Rede) e aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo. A nova lei substitui e amplia a lei de 2007, agora proibindo os tipos de dispositivos eletrônicos, com a vedação passando a valer também para tablets, relógios inteligentes e aparelhos similares.

Com a nova lei, São Paulo passa a ser o primeiro estado a restringir o uso dos aparelhos eletrônicos, uma vez que a utilização ainda é permitida para fins pedagógicos, no acesso a conteúdos digitais e ferramentas educacionais. Os aparelhos serão suspensos também no intervalo entre as aulas, recreios e atividades extracurriculares.

Antes, as escolas determinavam como funcionaria a limitação do acesso aos celulares. Agora as unidades de ensino seguirão um protocolo pra o armazenamento dos celulares durante o período de permanência dos estudantes. 

Câmara dos Deputados

Na Câmara dos Deputados tramita o Projeto de Lei 104/2015, com o mesmo teor da lei sancionada em São Paulo. O projeto foi aprovado em outubro pela Comissão de Educação e aguarda aprovação pelo plenário da Casa.

 

 

 

 

Encontro celebra protagonismo feminino nas rodas de samba

A busca pelo protagonismo feminino, com uma rede de apoio e de afeto para as mulheres no samba, foi o motivo para a cantora, compositora e apresentadora Dorina criar o Encontro Nacional e Internacional de Mulheres na Roda de Samba, em 2017, considerado o maior evento de samba feminino do mundo. O encontro terá transmissão online simultânea em várias cidades brasileiras e em alguns países pelo perfil do Instagram @coletivotemmulhernarodadesamba.

Aos 65 anos, Dorina, cria de roda de samba, vê que este ritmo sempre foi de conquistas e de resistência. “Não é só um tipo de música; É também uma filosofia de vida que abastece as energias de quem está na roda. Achei que seria uma ótima cama para fazer esse projeto”, revelou em entrevista à Agência Brasil.

Com programação prevista para durar seis horas, a Roda de Samba vai contar com 30 mulheres, entre cantoras e instrumentistas. Além da Dorina, estarão presentes Ana Costa, Nina Rosa, Dayse do Banjo, Renata Jambeiro, Nina Wirtti, Lazir Sinval, Tia Surica, os grupos Herdeiras do Samba e Mulheres da Pequena África, sob a direção musical de Ana Paula Cruz e Roberta Nistra.

“O mais importante disso é que elas não abraçaram só o samba, mas a filosofia que o samba dá, que é essa coisa de se trabalhar junto, estar junto. Prevalece a história contra o racismo, contra a misoginia, contra a xenofobia. A gente trata disso tudo para poder fazer uma corrente que seja um mundo melhor, não um mundo da gente chegar ao poder, de ser mais que o homem no samba. Não é isso. A gente quer participar e passar essa coisa de afeto mesmo com segurança”, apontou.

O Renascença Clube, no Andaraí, zona norte do Rio, receberá a sétima edição do Encontro Nacional e Internacional de Mulheres na Roda de Samba neste sábado (30), bem perto do Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro. “A gente não pode ir muito para dentro de dezembro por causa das outras cidades, principalmente as fora do Brasil, quando é mais frio. A gente procura acertar uma data que seja boa para todas, porque o horário tem que ser o mesmo. Todo mundo no mesmo tom, com as mesmas músicas. A gente trabalha isso o ano inteiro para passar as músicas para elas ensaiarem”, relatou.

O Encontro vai se espalhar por 32 cidades, incluindo algumas fora do Brasil, no mesmo dia, horário e com as mesmas músicas. “O projeto foi abraçado por todas as mulheres, tanto que a gente começou com 11 cidades, já chegamos a 43 e este ano estamos com 32. Possibilitou muitas mulheres a se conectarem com elas mesmas, se conectarem com a nossa história, que a gente não é só isso que falam, mas muito mais”.

Dorina conta que o projeto segue a linha de outros que já desenvolveu para ampliar o conhecimento do samba. “As minhas ideias surgem sempre para movimentar, para que as coisas melhorem. Foi assim com Suburbanistas que comecei a cantar o subúrbio carioca junto com Luiz Carlos da Vila e Mauro Diniz, foi com Mulheres de Zeca, já existia o Mulheres de Chico, e fizemos Mulheres de Zeca [Bloco carnavalesco e espetáculo musical em homenagem ao cantor e compositor Zeca Pagodinho] no subúrbio e assim foi também o Encontro de Mulheres. Esse avançou e conquistou várias cidades que a gente nem esperava conquistar. Tem em Goiânia, tem Belém, três cidades do interior da Bahia e tem no Acre”.

Fora do Brasil, mulheres de várias cidades como Toronto, Canadá, Portugal, Uruguai e Argentina vão participar. “Hoje em dia, com a internet e o Whatsapp, a gente vai costurando, fazendo workshop através de YouTube para elas, que participam também de reuniões por meating. Durante o ano, continuam fazendo atividades. A gente está sempre em contato e também para a gente trocar experiências, por exemplo, o governo uruguaio estabeleceu o Dia das Mulheres no Samba, que é o dia do nosso encontro. Elas conseguiram através do nosso movimento. Aqui no Brasil a gente não conseguiu”, comparou, lembrando que mesmo durante a pandemia foi possível realizar o projeto virtualmente.

Homenagens

Como sempre, o projeto homenageia uma cantora e foi assim com Beth Carvalho, Elza Soares, Alcione, Teresa Cristina, Leci Brandão e Tia Surica. Este ano, no entanto, serão duas as homenageadas. Clementina de Jesus, in memoriam, e Áurea Martins, que estará presente e vai cantar.

Rio de Janeiro (RJ) 27/11/2024 – Retrato de Áurea Martins, homenageada no encontro – Fernando Frazão/Agência Brasil

“Quando surgiu essa ideia [de fazer as homenagens no Encontro] queria dar flores em vida para as que estavam aí”, comentou, em alusão ao samba Quando eu me chamar saudade, em que o compositor Nélson Cavaquinho, escreveu os versos Me dê as flores em vida/O carinho, a mão amiga/Para aliviar meus ais, reforçando a importância de receber homenagens enquanto vivo.

Mas para Clementina, que será representada pela neta Vera de Jesus, será a primeira vez que o Encontro faz homenagem a quem já fez a passagem.

Ancestralidade

“Eu estou muito grata, primeiro que o projeto da Dorina é uma coisa linda e ela homenageia várias mulheres. Agora é a vez da vovó e da Áurea Martins, em vida. Eu estou muito feliz e me sinto muito grata. Dorina me convidou agora para representar a vovó e só tenho que dizer obrigada por essa homenagem belíssima. A vovó tem tudo a ver com esse movimento, porque quando ela surgiu teve um protagonismo feminino, trouxe isso com ela em uma época que era dominada pelos homens. Ela chegou, chegando mesmo e desde lá já tinha essa visão de estar desbravando o lugar da mulher no samba. Por ser aquariana, é uma mulher que enxerga lá na frente, dizem isso, né?”, disse Vera à reportagem, animada com a homenagem.

A neta destacou ainda a felicidade pelo papel que Clementina tem no samba e na música, especialmente na época em que a Bossa Nova estava no auge. “Era um movimento muito forte e ela chega com aquela voz dela, singular”, observou.

Rio de Janeiro (RJ) 27/11/2024 – Retrato das cantoras Dorina, idealizadora do Encontro Nacional e Internacional de Mulheres na Roda de Samba, e Vera de Jesus, neta de Clementina de Jesus, homenageada in memoriam no Encontro – Fernando Frazão/Agência Brasil

“Comparo à ligação entre Mãe África e Brasil. Uma voz que veio e deveria ter mostrado mais na época, mas chegou um tempo que para a indústria [fonográfica] não era mais interessante Clementina de Jesus, mas até hoje o nome dela está firmado, está aí respeitado. Ela está sempre sendo homenageada”.

Vera considera importantíssimo ser neta de Clementina de Jesus e poder participar desse evento representando a avó. “É um orgulho. Eu estou muito, muito, muito feliz. Eu nem sabia que ia ter e um dia a Dorina me ligou para dizer que gostaria que eu estivesse presente. Disse para ela ‘é para já, é pra ontem’. Eu abracei. Ela tem tudo a ver com esse movimento de Dorina. É uma mulher visionária. Isso já vem lá de trás. Com muita vitalidade. Ela veio com muita força”, descreveu a avó.

Com tanta admiração foi natural ter se tornado cantora por influência de Clementina. Desde pequena, se encantava quando a avó, ainda empregada doméstica e cozinheira contratada para festas, ficava cantando enquanto trabalhava. “Sempre ouvia ela cantando e achava aquilo muito bonito”.

A cantora já disse algumas vezes que o compositor, poeta e produtor musical Hermínio Bello de Carvalho, responsável por levar Clementina para a música, descobriu uma joia rara.

“Herminio fala que não descobriu ela, diz que foi um achado. Ele estava vindo da praia e ouviu uma voz saindo da Taberna da Glória e perguntou que voz diferente era. Depois de um tempo se reencontraram e tudo começou com Rosas de Ouro, no Teatro Jovem em Botafogo. Depois ela começou a ir para as noitadas do Teatro Opinião, em Copacabana. Algumas vezes eu ia lá acompanhando e a via cantando. Aí que me apaixonei de verdade mesmo. Aquilo entrou no meu sangue e não saiu mais. Uma boa influência. Ela me influenciou demais. Ela é minha musa inspiradora”, concluiu.

A presença da avó que a levava a São Paulo para algumas apresentações despertou na neta, apesar da timidez, a vontade de fazer o mesmo. “Uma das vezes que eu fui, ela me chamou para cantar. Eu era muito tímida, mas vi que era o que eu queria fazer”, disse, lamentando que nunca conseguiu gravar um disco com Clementina.

Hoje, além de cantora, Vera é compositora da Portela e integra há três anos o grupo Matriarcas do Samba, na companhia de Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e Selma Candeia, filha do mestre Candeia. Um grupo que representa uma ancestralidade no samba. “Costumo falar isso. Estamos nessa empreitada para continuar levando o legado dos nossos às gerações futuras. Esse projeto nosso é para isso. Para mostrar o trabalho de Clementina, de Cartola e de Candeia”, comentou.

Ainda na estrada de transmitir o legado do samba, Vera integrou o projeto Samba Miudinho, que levou apresentações, no segundo semestre deste ano, a alunos das escolas da rede pública municipal do Rio.

“As Matriarcas levaram a história do samba e de Clementina, Cartola e Candeia”, disse, destacando que o grupo também faz muito trabalho no Museu do Samba, criado para guardar a memória deste tipo de música que encanta muita gente. O Museu fica aos pés do Morro da Mangueira, perto da quadra da escola, na zona norte do Rio, e tem entre os fundadores Nilcemar Nogueira, quando ainda era Centro Cultural Cartola, fundado em 2001.

Homenagem em vida

Para Áurea Martins, as homenagens são sempre muito especiais para quem recebe e mostram um sinal de que alguma coisa na trajetória chamou atenção de forma positiva.

Áurea Martins diz que quer somar aos homens, para juntos defenderem os samba – Fernando Frazão/Agência Brasil

“Uma homenagem dessa, com mulheres especiais que estão aí nas rodas, tocando, compondo e valorizando o legado deixado desde Tia Ciata, passar por Elza Soares, Clara Nunes, Beth Carvalho, Dona Ivone, Jovelina, e a minha madrinha Elizeth Cardoso, que mostrou com o icônico álbum ‘Elizeth sobe o Morro’, o valor da voz feminina no mundo do samba, estou muito feliz com essa conexão”, comentou à Agência Brasil.

“Tenho certeza que]outras homenageadas] se sentiram como eu me sinto agora, presenteadas por mulheres que nunca vimos pessoalmente, de repente você descobre que sua voz teve eco no Brasil e em outros países. Aí se forma uma grande roda atravessando fronteiras, isso é energia pura pairando no ar. Acredito muito nisso. Ninguém quer duelar com as rodas dos homens, só queremos somar, pra juntos defendermos esse patrimônio que é o samba. Simples assim”, completou.

Áurea revelou que recebeu com surpresa e muita alegria, a notícia da homenagem pela Dorina, que considera uma grande guerreira do mundo do samba.

“Nunca pensei ter tanto carinho das mulheres sambistas, pois como cantora da noite, naveguei por vários estilos, sempre fui uma ‘crooner’, mas atenta a tudo. Aliás, trabalhando pra elite na zona sul, na década de 70, levei o partido-alto de Xangô, Aniceto e outros partideiros, a ponto da Phillips [gravadora de discos] se interessar e registrar essas noites em um LP chamado ‘Uma Noite no 706’, uma boate no Leblon onde o samba prevalecia até o amanhecer, junto a boleros, standards americanos, bossa-nova e samba canção. Era o samba que chamava mais atenção”, recorda.

“Você pode conferir nesse LP aí ao vivo e muito atual e referência pra qualquer cantor ou cantora de samba”, recomenda.