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PF mira suspeitos de invadir sistemas do CNJ para soltar presos

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (13) a operação Data Change, que tem como alvo um grupo criminoso que conseguiu invadir os sistemas de execução penal e de mandados de prisão mantidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) visando soltar criminosos de alta periculosidade.

Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Goiânia. Há a suspeita de que advogados participaram das fraudes. A seccional de Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse acompanhar as diligências.

Após invadir os sistemas, os criminosos alteravam os dados sobre o cumprimento de penas e inseriam documentos falsos. Foram identificadas fraudes em pelo menos 15 processos, “mas esse número pode aumentar com os desdobramentos da investigação que está em curso”, informou a PF.

Acrescentou que “essas alterações indevidas tinham por finalidade adiantar as datas para progressão de regime dos apenados, de modo que estes pudessem progredir, de forma fraudulenta, mais rapidamente do regime fechado para o semiaberto, quando então rompiam a tornozeleira, tornando-se foragidos da justiça”.

Condenados

Entre os beneficiados estariam condenados a mais de 60 anos prisão e também integrantes de facções criminosas.

Essa não é a primeira vez que os sistemas do CNJ são invadidos para a inserção de informações fraudulentas. Em janeiro de 2023, por exemplo, o Banco Nacional de Mandados de Prisão foi acessado irregularmente para a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos.

Na ocasião, foi inserida no sistema uma falsa ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra ele mesmo.

Após investigação da Polícia Federal e parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada Carla Zambelli (PL-SP) se tornou ré no caso, acusada de ter encomendado a ação a Walter Delgatti Neto, conhecido por ter sido o hacker responsável por vazar mensagens no escândalo conhecido como Vaza Jato. A parlamentar nega participação no crime.

Novo presidente do CPB mira top 4 no quadro de medalhas em Los Angeles

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) está com novo presidente desde 1º de janeiro. Pernambucano de 60 anos, José Antônio Freire perdeu a visão aos 15, devido a um descolamento de retina. Ligado ao paradesporto desde os 18 anos, ele foi jogador de futebol de cegos e comandou, nos últimos oito anos, a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), responsável pelo futebol, e também do judô e goalball, única modalidade paralímpica que não é uma adaptação.

“Nessa última Paralimpíada [de Paris, na França, em 2024], as modalidades administradas pelo CPB [atletismo, natação, halterofilismo e tiro esportivo] se sobressaíram muito e a gente precisa colaborar com as demais confederações, para que outras modalidades tenham o mesmo sucesso de medalhas”, projetou José Antônio, em entrevista à Agência Brasil.

Na Paralimpíada de Paris, o Brasil atingiu um recorde de 89 medalhas, sendo 25 de ouro. O desempenho colocou o país no quinto lugar no quadro de resultados dos Jogos. Presente em 20 das 22 modalidades disputadas na capital francesa, a delegação verde e amarela foi ao pódio em 12 delas. Além das quatro modalidades gerenciadas pelo CPB e das três pela CBDV, vieram medalhas no tênis de mesa, triatlo, canoagem e taekwondo.

“Chegar ao top 5 é uma coisa muito difícil. Manter-se é mais complicado ainda, mas, certamente, com o trabalho que foi feito e o que se vai fazer, não tenho dúvidas que o Brasil vai continuar [no topo] e, quem sabe, consiga um quarto lugar agora em Los Angeles [Estados Unidos, em 2028]”, disse o dirigente, cujo mandato é de quatro anos, podendo ser reeleito para mais quatro.

José Antônio Freire assumiu a presidência do CPB no lugar de Mizael Coutinho (à direita na foto), responsável pelo planejamento estratégico de 20217, que norteou as ações da entidade durante dois ciclos paralímpicos – por ALESSANDRA CABRAL

José Antônio assume o lugar que, nos últimos oito anos, foi de Mizael Conrado. Bicampeão paralímpico de futebol de cegos, o paulista de 47 anos foi, também, vice-presidente do CPB entre 2009 e 2016, quando a entidade era comandada por Andrew Parsons, atual presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). Conforme Mizael, o planejamento estratégico desenvolvido em 2017 para nortear as ações da entidade nos dois ciclos que viriam pela frente (2020 e 2024) foi determinante para os resultados nos Jogos.

“A gente revisitou a missão do CPB e trouxe a inclusão para o centro do propósito, que passou a ser, desde então, a promoção do esporte paralímpico – da iniciação ao alto rendimento  -,  e a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. Isso originou uma série de novos programas, como a Educação Paralímpica na Escola, que já capacitou mais de 62 mil professores no Brasil inteiro; os Centros de Referência, onde temos as escolinhas de esporte, que hoje são 74 no país, com mais de nove mil crianças atendidas; e o Festival Paralímpico, que passou a ser a porta de entrada do movimento paralímpico [para jovens com deficiência]”, detalhou o agora ex-presidente. 

Campeão olímpico no atletismo, Yohansson Nascimento terá um segundo mandato na vice-presidência do CPB, sob o novo comando de José Antônio Freire – ALE CABRAL/CPB

“[O planejamento estratégico para os ciclos de 2028 e 2032] Está em uma fase de construção. Acho que já o teremos consolidado até março ou abril. Temos feito um trabalho muito forte na base, com a perspectiva de que o Brasil continue avançando nessa política de esporte, descobrindo novos atletas, mantendo o que a gente tem hoje, quem sabe até ampliando”, avaliou José Antônio, que anunciou o próprio Mizael para conduzir a Secretaria Geral do Comitê.

Outro elo entre as gestões está na vice-presidência, que segue a cargo de Yohansson Nascimento para um segundo mandato. O alagoano de 37 anos, medalhista paralímpico de ouro nos 200 metros da classe T46 (amputados de membros superiores) assumiu o posto em 2021, meses após encerrar a carreira nas pistas, mesmo com índice para os Jogos de Tóquio, no Japão.

“Tenho certeza que nunca aprendi tanto do esporte paralímpico como nos últimos quatro anos. A decisão que eu tinha como atleta era individual. Agora, qualquer decisão que eu tome no CPB vai impactar coletivamente e, principalmente, pessoas que sequer conheço. Sei que os desafios continuam. Nosso país tem dimensões continentais, mas temos de continuar avançando e levar o esporte paralímpico para todas as regiões do Brasil”, concluiu Yohansson.

Operação contra roubos de cargas mira Fernandinho Beira-Mar

Operação deflagrada nesta terça-feira (10) contra uma quadrilha que atua em roubos de cargas na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, tem como um dos alvos Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que está preso desde 2002. Um mandado de busca e apreensão está sendo cumprido no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná.

“Dentro das unidades prisionais federais há um processo de monitoramento constante dos presos. Entre eles, o trabalho conjunto de vigilância, que tem como praxe alertar ao Ministério Público e às polícias sobre movimentações suspeitas. Essas medidas e, consequentemente a operação desta terça-feira, mostram a higidez do Sistema Penitenciário. No caso específico, as visitas de familiares do detento foram suspensas. A equipe de inteligência do Sistema Penitenciário Federal identificou movimentos suspeitos de que o preso estaria usando familiares para repassar informações e recados para fora da unidade”, diz nota do Ministério da Justiça.

A operação foi realizada por policiais civis da 60ª DP (Campos Elíseos) e agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, com apoio da Polícia Militar. As diligências têm o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão contra investigados por praticar crimes que causaram prejuízo estimado de cerca de R$ 4 milhões.

A ação faz parte da segunda fase da Operação Torniquete, que tem como objetivo reprimir roubos, furtos e receptação de cargas e de veículos, delitos que financiam as atividades das facções criminosas, suas disputas territoriais e ainda garantem pagamentos a familiares dos seus integrantes, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro, já são mais de 240 presos, além de veículos e cargas recuperados.

Segundo o governo estadual, as investigações comprovaram que integrantes de uma organização criminosa, aliados a suspeitos om informação privilegiada, foram responsáveis por cometer dezenas de roubos de carga em vias expressas. O grupo – oriundo das comunidades c, Rua Sete, Jardim Ana Clara e Parque das Missões – atua na Avenida Brasil, na Rodovia Washington Luis e na Rio-Magé.

A partir da investigação, foi possível delimitar toda a estrutura hierárquica do bando, que utiliza armamento e aparelho bloqueador de sinais fornecidos pela facção. Em troca, 50% da renda auferida com os roubos eram repassados à organização criminosa.

“Outras lideranças do tráfico local atuam no revezamento de apoio logístico, liberando o uso de espaço dentro das comunidades que exploram para o transbordo das cargas”, diz a nota.

PF mira organização criminosa transnacional por lavagem de dinheiro

A Polícia Federal (PF), em colaboração com a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), cumpre nesta quarta-feira (4) 19 mandados de busca e apreensão expedidos pela 32ª Vara Federal da Seção Judiciária de Fortaleza/CE. As ações ocorrem nos municípios de Fortaleza, Eusébio (CE), Aquiraz (CE) e Natal.

Em nota, a corporação informou que a Operação Calábria tem como base uma notícia-crime enviada pela Guardia di Finanza, órgão especial de polícia da Itália. “O relato apontou movimentações financeiras suspeitas entre a Itália e o Brasil, envolvendo italianos supostamente ligados a uma das maiores organizações criminosas do mundo, originada no país europeu”.

Segundo a PF, as investigações revelaram um esquema de abertura e administração de empresas de fachada por contadores e advogados – muitas registradas em endereços únicos ou fictícios e utilizadas para transferir recursos ilícitos vindos da Europa. “O objetivo seria lavar dinheiro no Brasil, especialmente no Ceará, além de viabilizar a obtenção de vistos de investidor e cidadania brasileira para estrangeiros envolvidos”.

Além dos mandados de busca e apreensão, a corporação cumpre ordens judiciais de suspensão de atividades das empresas envolvidas e suspensão do visto de investidor dos estrangeiros investigados. Os crimes sob investigação incluem lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, crimes financeiros e contra a ordem tributária, cujas penas podem somar até 30 anos de prisão.

 

PF mira militares que planejavam matar Lula e Alckmin antes da posse

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) uma operação para desarticular organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o pleito de 2022. O plano incluía o assassinato de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos”.

Os criminosos também planejavam restringir o livre exercício do Poder Judiciário. “Ainda estavam nos planos a prisão e a execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que vinha sendo monitorado continuamente, caso o golpe de Estado fosse consumado”, destacou a PF.

Em operação deflagrada em fevereiro, a PF já investigava um grupo que atuou na tentativa de golpe de Estado e que monitorava o ministro Alexandre de Moraes.

“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um ‘gabinete institucional de gestão de crise’, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.”

Mandados

A Operação Contragolpe já cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, e cumpre ainda três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas, que incluem a proibição de manter contato com demais investigados; a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e a suspensão do exercício de funções públicas.

O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados nos estados do Rio de Janeiro, de Goiás e do Amazonas, além do Distrito Federal.

“As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em forças especiais”, destacou a PF em nota.

Os fatos investigados, segundo a corporação, configuram crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Operação da Polícia Civil mira seis torcedores da Mancha Alvi Verde

A Polícia Civil de São Paulo realiza nesta sexta-feira (1º) uma operação para tentar localizar os integrantes da torcida organizada Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, suspeitos de estarem envolvidos no ataque a um ônibus de torcedores do Cruzeiro. A emboscada, como a Polícia Civil tem chamado o episódio, aconteceu no último domingo (27) na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo. Um torcedor do Cruzeiro de 30 anos morreu .

A operação cumpre seis mandados de prisão expedidos pela Justiça. Além dos mandados de prisão, a polícia também faz buscas e apreensões na capital paulista, em Taboão da Serra e em São José dos Campos. Segundo o órgão, a operação mira dez endereços dos alvos, entre eles, a sede da torcida Mancha Alvi Verde, localizada na zona oeste de São Paulo. Um dos focos é tentar localizar três veículos que teriam sido utilizados na emboscada, além de apreender celulares, computadores, roupas e armas que teriam sido utilizadas no ataque aos ônibus de torcedores do Cruzeiro.

Segundo a delegada que coordena a operação, Fernanda Herbella, o objetivo da operação é prender os alvos envolvidos no crime e coletar o maior número de provas que possam auxiliar na continuidade das investigações.

Proibição

Após a morte do torcedor do Cruzeiro, a Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu proibir a entrada da Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, em jogos realizados nos estádios e arenas do estado de São Paulo.

A proibição da entrada da torcida nos estádios paulistas havia sido recomendada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, que abriu investigação sobre o caso. Para o MP, o ocorrido demonstrou que as torcidas organizadas agem como “facções criminosas”. “O enfrentamento de grupos formados por pretensos torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras e do Cruzeiro Esporte Clube resultou, infelizmente, em um saldo trágico, deixando diversos feridos e um morto. Tal episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade”, escreveu o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.

Além disso, o Ministério Público de Minas Gerais também encaminhou uma recomendação à Federação Mineira de Futebol (FMF) e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que a Mancha Alvi Verde seja banida temporariamente dos estádios brasileiros por um período de dois anos. No documento, o promotor de Justiça da 14ª Promotoria de Defesa do Consumidor do Procon-MG, Fernando Abreu, pede que a medida cautelar seja adotada em âmbito nacional, já que, segundo o promotor, o risco não se restringe a Minas Gerais. A medida recomenda que seja proibido o uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida nos estádios e no entorno em dias de jogo.

A Mancha Alvi Verde ainda não se manifestou sobre a operação, mas tem negado participação no ocorrido . “Lamentamos profundamente mais esse triste acontecimento e manifestamos nossa solidariedade e demonstramos nossa consternação aos familiares da vítima, repudiando com veemência tais atos de violência. Queremos, desde já, deixar claro que a Mancha Alvi Verde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45 mil associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de paz que promovemos e defendemos”, diz a nota.

Cúpula do Brics na Rússia mira alternativa ao dólar e ao FMI

Entre os diversos assuntos que serão tratados na 16ª cúpula dos líderes do Brics, prevista para ocorrer entre 22 e 24 de outubro, destacam-se as negociações para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países do bloco, além de medidas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais.

O evento será na cidade de Kazan, na Rússia, e será a primeira cúpula do Brics com a participação dos cinco novos membros que ingressaram no bloco este ano: Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia. Até o ano passado, o Brics era formado apenas por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O governo russo é quem preside o bloco em 2024 e estabeleceu uma série de prioridades para este ano, entre elas, a integração dos novos membros, além de “reforçar o papel dos estados Brics no sistema monetário e financeiro internacional” e “expandir o uso das moedas nacionais dos estados Brics no comércio mútuo”.

Nesta semana, em reunião entre lideranças das finanças dos países, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, pediu que o bloco crie uma alternativa ao FMI.

“O FMI e o Banco Mundial não estão desempenhando seus papéis. Eles não estão trabalhando nos interesses dos países Brics. É necessário formar novas condições ou mesmo novas instituições, semelhantes às instituições de Bretton Woods, mas dentro da estrutura da nossa comunidade, dentro da estrutura do Brics”, defendeu o ministro russo, segundo informou a Reuters.

Além de instituições financeiras próprias, o bloco ainda discute a criação de um sistema de pagamento alternativo ao dólar, o chamado Brics Bridge, que seria uma plataforma para a liquidação e pagamento digital entre os membros do grupo.

Brasil

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na última cúpula dos Brics, na África do Sul, em 2023, defendeu uma alternativa ao dólar. “A criação de uma moeda para as transações comerciais e investimentos entre os membros do Brics aumenta nossas condições de pagamento e reduz nossas vulnerabilidades”, disse Lula naquela ocasião.

O governo brasileiro também tem feito críticas às principais instituições financeiras globais. “Essas instituições vão servir para financiar desenvolvimento dos países pobres ou vão continuar existindo para sufocar os países pobres?”, questionou Lula na cúpula da União Africana, na Etiópia, ao citar o FMI e o Banco Mundial.

Por enquanto, a única instituição financeira do Brics em funcionamento é o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), presidido pela ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff. O chamado Banco do Brics é usado para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento entre os países-membros.

Para alguns especialistas, os projetos dos Brics visando reduzir a influência do dólar no comércio global e criar instituições financeiras fora do controle das potências ocidentais representam certa ameaça para as potências beneficiadas pelo modelo financeiro atual.

O assessor de política externa da Presidência russa, Yuri Ushakov, rejeitou que o bloco seja uma associação antiocidental, destacando que o Brics busca criar centros de desenvolvimento e de influência independentes.

“Sejamos honestos – eles estão abertamente com inveja de nossa expansão, bem como do fato de que os países da maioria global gostariam de se unir mais estreitamente para cooperação na plataforma Brics. Temos visto evidências consideráveis ​​de oponentes ocidentais tentando prejudicar e enfraquecer nossa associação”, afirmou o assessor do presidente russo, Vladimir Putin.

Cúpula Brics

O governo russo informou que 32 países confirmaram presença do evento, sendo 24 representados por líderes de Estado. Dos dez membros do bloco, nove serão representados por chefes de Estado, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A exceção é a Arábia Saudita, que vai enviar para a cúpula o ministro de Relações Exteriores.

“O encontro pode se transformar no maior evento de política externa já realizado no nosso país”, afirmou nessa quinta-feira (10) Yuri Ushakov.

Estima-se que o Brics concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial.

O Brics surgiu em 2006, quando os representantes do Brasil, Índia, China e Rússia formaram um fórum de discussões. O grupo começou como Bric (que reúne as iniciais dos países fundadores). A primeira cúpula de chefes de Estado ocorreu apenas em 2009. Em 2011, a África do Sul ingressou na organização, que ganhou a letra ‘s’ e virou Brics.

Método Wolbachia contra o Aedes mira cidades da bacia do Paraopeba

Municípios banhados pelo Rio Paraopeba e impactados pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em 25 de janeiro de 2019, devem começar a receber, em cerca de quatro meses, mosquitos geneticamente modificados para o controle de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. A iniciativa, conhecida como método Wolbachia, será implementada na região por meio de parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entre janeiro de 2025 e dezembro de 2029.

De acordo com o líder de Relações Institucionais e Governamentais do World Mosquito Program no Brasil, Karlos Diogo de Melo, a proposta é liberar mosquitos com a bactéria Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegyptis locais, formando uma nova população de insetos não transmissores de arboviroses. A iniciativa figura ainda como compensação pelos danos sociais e ambientais provocados pelo rompimento da barragem da mineradora Vale.

Segundo o biólogo, o método Wolbachia reduziu os casos de dengue em 77% na Indonésia, em 96% na Austrália, em 86% no Vietnã e em 95% na Colômbia. No Brasil, a iniciativa já foi implementada em Niterói, (RJ), onde os casos de dengue caíram 69%. A cidade registrou ainda queda de 60% nos casos de chikunhunya e de 37% nos de zika. “E esses são resultados quando a gente ainda tinha apenas 75% do município com Wolbachia”, explicou.

Ao participar da 26ª Jornada Nacional de Imunizações, no Recife, Melo lembrou que Petrolina, em Pernambuco, também foi projeto-piloto do método Wolbachia no Brasil. A diferença é que lá a proposta não foi liberar mosquitos geneticamente modificados, mas distribuir ovos contaminados com a bactéria. Nesse caso, como não há estabelecimento uniforme da população de novos mosquitos, não é possível aferir de forma pontual a redução de doenças. “Mas a gente considera ter uma cobertura suficiente para trazer proteção”.

O biólogo destaca que o método Wolbachia, apesar de promissor, deve ser considerado pelos governos estaduais e municipais como estratégia complementar no combate às arboviroses e não como única arma contra o Aedes.

“Ainda precisamos de vacina e de todos nós fazendo o nosso papel. Se a gente não cuidar da nossa casa, se o vizinho não cuidar da casa dele, se o governo não cuidar, a gente não vai conseguir”, concluiu. Segundo Meloe, mais de 80 cidades já demonstraram interesse em parcerias.

*A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

 

Futebol de cegos: maior campeão paralímpico, Brasil mira hexa em Paris

Única campeã paralímpica e invicta desde os Jogos de Atenas (2004), a seleção brasileira masculina de futebol de cegos (antes chamado de futebol de cinco) vai testar sua hegemonia em Paris 2024 a partir de 1º de setembro, quatro dias após a cerimônia de abertura. Os brasileiros, comandados pelo técnico Fábio Vasconcelos, estreiam na fase de grupos em 1º de setembro (domingo), contra a Turquia, vice-campeã europeia. O embate, às 13h30 (horário de Brasília), ocorrerá aos pés da Torre Eiffel, monumento icônico de Paris.

Futebol de cegos testa hegemonia nos Jogos Paralímpicos #Paris2024 aos pés da Torre Eiffel e com mudança de regra ⚽🇧🇷

O Brasil estreia na competição no dia 1º de setembro, às 13h30 (horário de Brasília), contra a Turquia.

Saiba mais em nosso site! https://t.co/qvgReruRZz

— Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) August 22, 2024

Os outros dois duelos do Brasil serão contra a anfitriã França, atual campeã europeia, e contra a China, campeã asiática. No caminho rumo ao hexa, além das equipes adversárias, a seleção terá de se adaptar às novas regras do futebol de cegos, estabelecidas em 2022 pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, na sigla em inglês). Uma delas reduziu de 20 para 15 minutos cronometrados em cada um dos dois tempos de partida.

 “A gente perdeu 10 minutos dos 40 [minutos] que havia nos confrontos. Isso é bastante. Isso atrapalha os times técnicos que querem jogar bola, a marca do nosso time. Mas a gente não pode ficar lamentando. É o que temos. Nós vamos tentar superar esta adversidade e, se Deus quiser, levar para casa a medalha de ouro”, disse Ricardo Alves, o Ricardinho, que coleciona três ouros paralímpicos.

Primeiro treino com bola na França

Na reta final de preparação, iniciada em janeiro em João Pessoa (PB), a equipe canarinho com 10 integrantes (oito de linha e dois goleiros) participou na quarta-feira (21) do primeiro treino em Troyes, cidade a 160 quilômetros de Paris. O técnico Fábio Vasconcelos – ex-goleiro da seleção em Atenas, Pequim (2008) e Londres (2012) – acredita na possível conquista do sexto ouro como resultado do trabalho diário os jogadores nos últimos sete meses.

“Tem um grupo aí experiente, que já ganhou duas, três, quatro medalhas. Eu tenho a felicidade de estar nas cinco. Estou indo para a terceira como treinador, mas é o que falo: não dá para viver do passado. A gente ganhou as cinco, mas não teve uma delas que foi fácil. Essa não vai ser diferente. Todo mundo quer ganhar do Brasil, tirar a hegemonia, mas a gente teve uma preparação muito boa”, garante Vasconcelos.

A primeira fase do torneio de futebol de cegos dos Jogos de Paris reúne oito seleções, divididas em dois grupos. Na chave A estão Brasil, Turquia, França e China; e na chave B estão Colômbia, Argentina, Marrocos e Japão.

Agenda

Programação do futebol de cegos em Paris

Jogo

Horário

 

 

 

Grupo

Domingo, 1º de setembro

Jogo 01

06:30

JAPÃO

 

X

 

COLÔMBIA

B

Jogo 02

08:30

MARROCOS

 

X

 

ARGENTINA

B

Jogo 03

13:30

BRASIL

 

X

 

TURQUIA

A

Jogo 04

15:30

FRANÇA

 

X

 

CHINA

A

Segunda-feira, 2 de setembro

Jogo 05

06:30

ARGENTINA

 

X

 

COLÔMBIA

B

Jogo 6

08:30

JAPÃO

 

X

 

MARROCOS

B

Jogo 07

13:30

TURQUIA

 

X

 

CHINA

A

Jogo 08

15:30

FRANÇA

 

X

 

BRASIL

A

Terça-feira, 3 de setembro

Jogo 09

06:30

COLÔMBIA

 

X

 

MARROCOS

B

Jogo 10

08:30

ARGENTINA

 

X

 

JAPÃO

B

Jogo 11

13:30

CHINA

 

X

 

BRASIL

A

Jogo 12

15:30

TURQUIA

 

X

 

FRANÇA

A

Quinta-feira, 5 de setembro

Jogo 13

05:30

4º A

 

X

 

4º B

7º Lugar

Jogo 14

08:00

3º A

 

X

 

3º B

5º Lugar

Jogo 15

12:30

1º B

 

X

 

2º A

Semifinal 1

Jogo 16

15:00

1º A

 

X

 

2º B

Semifinal 2

Sábado, 7 de setembro

Jogo 17

12:30

Perdedor Semi 1

 

X

 

Perdedor Semi 2

Bronze

Jogo 18

15:00

Vencedor Semi 1

 

X

 

Vencedor Semi 2

Final 

* Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

Operação da Polícia Federal mira governador do Tocantins

Após indícios da existência de um esquema  contratação de empresas de distribuição de cestas básicas,durante a pandemia de covid-19, nesta quarta-feira (21) a Polícia Federal fez buscas em endereços ligados ao governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa.

A Operação Fames-19 cumpre 42 mandados de busca e apreensão em todo o estado. A PF busca material suficiente para continuar as investigações e identificar os responsáveis pelas supostas fraudes.

Segundo a Polícia Federal, entre 2020 e 2021, o esquema era o seguinte: grupos de empresas eram contratadas para o fornecimento de cestas básicas e recebiam o valor total do contrato sem entregar todas as cestas previstas na transação.

Governador de Tocantins, Wanderlei Barbosa. Foto – Antonio Gonçalves/Governo do To

Em nota, o governador Wanderlei Barbosa afirmou que, “na época dos fatos, era vice-governador e não era ordenador de nenhuma despesa relacionada ao programa de cestas básicas no período da pandemia”. Segundo ele, a única participação dele foi “em um grupo de consórcio informal de R$ 5 mil com outras 11 pessoas”, sendo que uma delas era a investigada. Barbosa completou dizendo estar “confiante na inocência e na Justiça, estando sempre à disposição para colaborar com as investigações”.

Por meio de nota, o governo do Tocantins informou que “colabora com a Polícia Federal no cumprimento dos mandados”.

O nome da operação, Fames-19, é uma referência ao período em que houve aumento de pessoas em situação de fome, durante a pandemia de covid-19. Fames vem do latim, que significa fome.

Ouça na Radioagência: