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SP: ONGs fazem ação cultural para celebrar o Mês da Consciência Negra

Como parte da celebração do Mês da Consciência Negra a ONG Ação Educativa, em parceria com organizações como Abong, Instituto Polis e Núcleo Antirracista Virginia Bicudo da Fesp, realiza neste sábado (23), um evento cultural com o tema “Nós somos o começo, o meio e o começo”. O encontro que começou às 10h e vai até às 17h30 busca valorizar a presença negra e discutir questões como racismo ambiental e territorialidade.

Inspirado nas reflexões do Mestre Antônio Bispo dos Santos, a festa terá apresentações de artistas como DJ Viny Rodrigues, Grupo Baque CT, Terreirão do Samba SP, Rappin Hood, Coletivo AMEM, Versus e Os Diplomatas, entre outros, na Rua General Jardim, no trecho entre as ruas Doutor Vila Nova e Doutor Cesário Mota Júnior.

“Ao ocupar o território da Vila Buarque, a Ação Educativa busca disputar uma narrativa sobre o bairro criando um espaço de troca e visibilidade para as comunidades negras, reconhecendo o centro como um ponto de encontro histórico de diferentes expressões culturais e afetivas do povo negro”, disse a coordenadora de Projetos Especiais e uma das curadoras da programação, Juliane Cintra.

Segundo a coordenadora executiva adjunta da Ação Educativa, Edneia Gonçalves, ao realizar uma programação cultural nas ruas, a Ação Educativa, que comemora 30 anos de existência, convida a comunidade a reconhecer a valorização da presença negra e do território como um espaço de resistência e identidade.

“A programação envolve uma diversidade de aprendizados envolvidos na permanente resistência negra às opressões, por isso arte, cultura, territórios e educação se articulam para indicar os elementos de um futuro mais igualitário”, comentou Edneia.

A programação inclui Cortejo de Maracatu; Coco de Roda e Ciranda;  Djs, Roda de Samba, entre outras atrações.

Funarte voltará a funcionar no Palácio Capanema até o fim do mês

A presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, anunciou nesta terça-feira (5) que a sede da instituição vai voltar a funcionar no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, na segunda quinzena deste mês. A data foi confirmada durante evento do G20 em Salvador, na Bahia.

A Funarte será a primeira instituição do Ministério da Cultura a ocupar novamente o edifício histórico, após as obras coordenadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

“Com essa entrega que o Iphan faz ao povo brasileiro, a Funarte retorna à sua sede às vésperas de seu cinquentenário, comprometida com a Política Nacional das Artes”, disse a presidenta. Ela lembrou que a Funarte completará 50 anos em 2025 e que o objetivo é manter a missão institucional de construir políticas públicas para as artes.

“Neste Ministério da Cultura renascido, nossa missão é apresentar à sociedade a sua Política Nacional das Artes, um conjunto de políticas que vão promover, garantir e proteger as artes brasileiras, após o recente período que vivemos de constantes ataques”, disse Marighella. “Vale dizer que 70% dos investimentos em Cultura da Lei Rouanet são destinados às artes. Portanto, estamos falando de uma política para as artes a partir dessa integração com todo o sistema do MinC”.

Projetos 

Também foi destacado durante o evento o retorno do Projeto Pixinguinha, depois de 16 anos de interrupção. Criado em 1977, o projeto foi responsável por revelar diversos artistas, entre eles a atual ministra Margareth Menezes, que participou da edição de 1986. Lançado recentemente em Brasília, o projeto volta como Circuito Pixinguinha de Música, com a proposta de promover 44 circuitos pelo país.

Em dezembro, acontecerá ainda o retorno da Rede Música Brasil durante a Feira de Música do Ceará. A iniciativa pretende fortalecer a música brasileira por meio de uma plataforma que conectará artistas, coletivos, produtoras, festivais, casas de shows e selos, promovendo circuitos e articulações entre agentes e iniciativas do setor musical.

Dólar sobe para R$ 5,61 e fecha no maior valor em um mês

Em um dia de tensão no mercado financeiro, o dólar superou a barreira de R$ 5,60 e fechou no maior valor em um mês. A bolsa de valores reverteu a alta da quinta-feira (10) e acumula recuo de mais de 1% na semana.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (11) vendido a R$ 5,615, com alta de R$ 0,027 (+0,5%). A cotação chegou a iniciar em baixa, mas passou a subir após uma entrevista em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a possibilidade de elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda para além de R$ 5 mil em troca da taxação dos super-ricos.

Na máxima do dia, por volta das 10h55, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,65. A divisa está na maior cotação desde 12 de setembro. Na semana, o dólar acumula alta de 0,36%.

No mercado de ações, o dia também foi tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 129.992 pontos, com recuo de 0,28%. O indicador chegou a cair 0,78% pouco antes das 11h, mas o ritmo de queda diminuiu porque as ações de mineradores subiram com a expectativa de anúncios de estímulos econômicos pelo governo chinês, grande consumidor de metais brasileiros. Na semana, o Ibovespa caiu 1,37%.

Tanto o dólar como a bolsa foram na contramão do mercado financeiro internacional. O dólar caiu perante as principais moedas de países emergentes, e a bolsa norte-americana subiu, após a divulgação de que a inflação ao produtor nos Estados Unidos ficou estável em setembro, abaixo do previsto.

No entanto, as declarações do presidente Lula sobre a tabela de isenção do Imposto de Renda foram mal recebidas. Embora o presidente tenha dito que a elevação da faixa de isenção seria bancada com a taxação de super-ricos, em linha com o que ocorre em diversos países, os investidores manifestaram desconfiança da capacidade de o Congresso aprovar um aumento de tributos para fornecer recursos para cumprir a promessa de campanha do governo.

*Com informações da Reuters

TV Brasil Animada estreia novas séries infantis no Mês das Crianças

Em celebração ao Mês das Crianças, a TV Brasil estreia quatro novas séries infantis. A partir do dia 7 de outubro, as novidades serão exibidas de segunda a sábado, entre 7h e 12h, compondo a faixa infantil TV Brasil Animada.

As produções nacionais prometem entreter e educar, explorando temas como biodiversidade, música, história e preservação ambiental. As obras foram realizadas por meio do edital do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav) TVs Públicas.

Confira as novidades:

Missão 347

TV Brasil Animada estreia novas séries infantis no Mês das Crianças. Foto TV Brasil

Uma família alienígena explora a rica biodiversidade da Terra com o objetivo de catalogar novos alimentos para seu planeta de origem, que sofre com a escassez de recursos. A série oferece uma jornada educativa sobre a importância da preservação ambiental.

Sol em Dó Ré Mi

TV Brasil Animada estreia novas séries infantis no Mês das Crianças.Foto TV Brasil

Nesta animação, a pequena pianista Sol embarca em grandes aventuras no mundo encantado de Dó Ré Mi, onde instrumentos musicais ganham vida. Por meio da música, Sol aprende que até as tarefas diárias podem ser incrivelmente divertidas e cheias de criatividade.

Passado da Hora

TV Brasil Animada estreia novas séries infantis no Mês das Crianças.  Foto: TV Brasil

A série acompanha Isadora, uma menina de 12 anos que é levada por uma coruja da sabedoria para um mundo mágico da história. No museu do Passado da Hora, Isadora conhece personagens históricos que despertam sua curiosidade sobre diferentes épocas, oferecendo uma nova perspectiva sobre o mundo.

O Cerrado e Outros Bichos

TV Brasil Animada estreia novas séries infantis no Mês das Crianças. Foto  TV Brasil

Dois adolescentes viciados em tecnologia, descobrem um portal que os conecta com o universo mitológico brasileiro. Em um plano macabro, o temido Mall Corp (José Abreu) desenvolve o monstro Toxic, para concretizar seus planos de transformar o planeta num local inteiramente cinza e implantar suas “bolhas imobiliárias”, únicos locais onde será possível viver. Porém, ele não contava com a esperteza dos jovens, que se unem ao velho ancestral Nonda (Ailton Krenak) para tentar desfazer essa trama. A série infanto-juvenil será exibida sempre às 12h.

Sobre o Prodav TVs Públicas

O Prodav é uma parceria entre a Agência Nacional do Cinema (Ancine), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para incentivar a produção regional e independente. A proposta é ofertar esse conteúdo para as emissoras públicas de televisão. A EBC distribui o material ao disponibilizar as obras para todas as emissoras de televisão do campo público que fazem parte do projeto.

Ao vivo e on demand   

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica. Saiba como sintonizar.

Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site http://tvbrasilplay.com.br ou por aplicativo no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV.   

Registro de queimadas em setembro é 30% maior que a média do mês

Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já colocam 2024 como um dos anos com maior quantidade de focos de queimada na última década. Setembro já contabilizou mais de 80 mil focos, cerca de 30% acima da média histórica, registrada desde 1998 pelo Inpe. Mesmo que a quantidade de focos não extrapole as médias históricas nos últimos três meses do ano, 2024 terá o maior número de focos desde 2010, quando o Brasil teve 319.383 registros.

Os dados indicam que essa média pode ser superada, pois o mês de setembro teve aumento de 311%, passando de 18 mil focos em 2023 para 75 mil em 2024.

Centro-Oeste puxa altas 

O levantamento do Inpe indica aumento consistente nos focos em todas as regiões do país, em relação a 2023, com destaque para o Centro-Oeste, que teve três unidades com mais aumentos neste ano: Mato Grosso do Sul, com 601% e 11.990 focos em 2024; o Distrito Federal, com 269%, ainda que com apenas 318 focos; e Mato Grosso, 217%, com 45 mil focos, tornando-se o estado com o maior número no país neste ano, ultrapassando o Pará. Os números em Mato Grosso são mais fortes em setembro, quando foi responsável até agora por 23,8% dos focos do país ou 19.439 registros. O Pará também teve grande quantidade de queimadas no mês: 17.297 focos, ou 21,2% de todos os registros.

Completam o ranking dos maiores aumentos dois estados do Sudeste, com números totais de queimadas menos representativos, porém com grande aumento: São Paulo e o Rio de Janeiro. O aumento para os paulistas foi de 428% em setembro, com 7855 focos ativos. No Rio, foi de 184%, ou 1074 focos.

Em São Paulo, grande parte dos focos esteve concentrada em setembro, quando o estado registrou 2.445 focos ativos, 3% das ocorrências em todo o território nacional. Nas últimas 48 horas, o estado registrou 65 focos ativos, de acordo com  o Inpe. A Defesa Civil estadual informou que quatro municípios registraram focos nesse domingo (29), entre eles Luiz Antônio, na região de Ribeirão Preto, onde o combate se concentra na Estação Ecológica do Jataí. Somente lá atuam 133 agentes, entre defesa civil, bombeiros, brigadistas e voluntários. São 42 veículos, entre caminhões pipa, tratores e camionetes 4×4. Usinas da região uniram-se à força-tarefa enviando brigadistas e veículos de apoio. Seis aeronaves, sendo quatro aviões e dois helicópteros, também foram mobilizados nessa frente. 

Desde o começo das medições, o país teve mais de 300 mil focos apenas em seis anos: 2002, 2003, 2004, 2005, 2007 e 2010. Neste ano de 2024 caminha para a volta dessa marca. Com seus 208 mil focos registrados, está atrás somente dos totais de 2020, com 222.797 focos, e 2015, com 216.778, considerando apenas os últimos dez anos.

Indígenas de MT lutam por sobrevivência após um mês de queimadas

Há mais de um mês, povos indígenas de Mato Grosso sofrem com os incêndios florestais que atingem o estado. Segundo a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), cerca de 41 terras indígenas foram afetadas pelas chamas. 

A liderança indígena Mara Barreto Sinhowawe Xavante relatou à Agência Brasil a situação passada na Terra Indígena Pimentel Barbosa, no leste do Mato Grosso, onde crianças Xavante subiram em ocas com garrafas de água para se protegerem do fogo que atingiu a comunidade no início da semana.

“No nosso território, a queimada começou na aldeia Pimentel, é uma aldeia muito longe da nossa. E ela começou ali, foi um incêndio criminoso e esse incêndio foi se estendendo e ficou duas semanas o cerrado queimando, quilômetros e quilômetros, até chegar dentro da nossa aldeia”, detalha.  De acordo com Mara, o fogo chegou muito forte pela manhã, queimando tudo ao redor da aldeia com vento e uma fuligem muito fortes.

“Quando o fogo começou a pegar tudo ali, os nossos jovens, os parentes, subiram nas ocas com garrafinha pet de água para tentar se proteger e proteger a casa para não vir fogo em cima da oca”, continuou emocionada.

“É uma situação muito forte, muito emblemática, porque foi exatamente isso que eles fizeram”, relatou,

Povos indígenas de Mato Grosso sofrem com os incêndios florestais. – Erlie Runhamre Xavante

Treinamento

Mara contou que na aldeia, duas pessoas foram selecionadas para fazer o curso de brigadistas, e que eles pouco puderam fazer para conter as chamas. Ela denunciou que, após a conclusão do curso oferecido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, não foram deixados equipamentos suficientes para a atuação dos brigadistas. 

“Uma capacitação dessas não dá as condições fazer um trabalho num território do tamanho do nosso. É fazer para inglês ver. Os nossos brigadistas não têm os extintores suficientes e não têm quantidade suficiente para combater qualquer tipo de fogo. Até que o brigadista lá da outra comunidade chegasse até a nossa, nós já estaríamos todos mortos pelo fogo”, criticou.

“Se não fosse o vento, o povo ia morrer queimado vivo. Crianças, idosos, inocentes, os bichos. Os bichos já estão queimados vivos. Porque ali onde o fogo passou, queimou tudo”, lamentou Mara

A reportagem da Agência Brasil tentou contato com a secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso, mas não obteve retorno.

Saúde

Além de terem que se proteger dos incêndios, os indígenas sofrem ainda em razão de doenças respiratórias causadas pela fumaça, dificuldade de acesso a alimentos e também a água potável.

“Estamos há um mês sem água dentro da comunidade. Nós só temos um córrego dentro da comunidade e ele está secando, está com uma proporção mínima de água. Ainda bem que a nossa comunidade é pequena, é uma comunidade com 150 pessoas, então está dando para sobreviver”. Ela ressalta, entretanto, que a água do córrego está causando vários problemas, como disenteria. “Essa água do córrego não é apropriada para beber. E é a água que eles estão bebendo nesse momento. Então, está gerando vários transtornos na saúde da comunidade”.

A situação deixou todos na aldeia muito abalados.

“A gente fica muito triste, ficamos abalados e enfraquecidos quando a gente vê a nossa fauna, a nossa flora, o nosso cerrado, sendo destruído de forma criminosa. Nós vivemos dentro do bioma e damos a vida para que ele permaneça de pé, como forma de garantir às nossas futuras gerações um território que, para nós, é sagrado”, afirmou.

Mara relembra que os antepassados do povo dela deram a vida pelo território.

“Muito sangue foi derramado e continua sendo. É muito difícil ver toda essa destruição, principalmente para nós, que dependemos tanto da fauna, da flora. Nosso território ainda sobrevive da caça. É muito triste”, completou.

Agronegócio

Mara criticou ainda o governo por omissão em relação aos direitos dos povos indígenas. “Se hoje existe esse aquecimento acima do normal dentro do estado de Mato Grosso, com temperaturas alcançando uma média de quase 45° graus e que já chegou a quase 50° graus, os responsáveis por isso são as atividades do agronegócio, porque são essas atividades que estão gerando toda essa combustão, ao ponto de qualquer fogo se alastrar muito rápido”, criticou. “Levando em conta que é o único estado que tem três biomas [Amazônia, Cerrado e Pantanal], a gente vê um governador que está governando somente para a bancada ruralista”, criticou.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, apenas em setembro, Mato Grosso já registou 16.746 focos de queimadas ativos.

Crime

Na quinta-feira (19), os governadores das regiões Centro-Oeste e Norte se reuniram, no Palácio do Planalto, com ministros do governo federal para debater medidas de enfrentamento às queimadas Uma das principais demandas apresentadas é o endurecimento da punição contra quem ateia fogo de forma intencional. O incêndio criminoso foi apontado pelos próprios governadores como sendo um dos fatores de agravamento da crise.

Na ocasião, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, disse que boa parte dos incêndios no estado foram criminosos. “Nós tivemos, esse ano, além de um problema climático, que era previsível, muitos incêndios, uma boa parte, começou por ações notadamente criminosas. Nenhum incêndio começa senão por ação humana. Algumas por descuido, algumas por negligência, mas muitas começaram por ações criminosas”, disse Mendes, em declaração a jornalistas ao fim da reunião.

Mendes defendeu um “endurecimento gigantesco” da pena, para desestimular as ações. “No meu estado, prendemos várias pessoas e, em poucas horas, eles eram libertados em audiências de custódia. Um crime que está causando prejuízo à saúde, ao meio ambiente, à imagem do país, com a pena que não corresponde ao tamanho do dano que está causando à sociedade brasileira”, afirmou.

Após a reunião, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo federal planeja a liberação de mais recursos para o combate às queimadas e a compra de equipamentos para que os estados enfrentem uma das piores estiagens em décadas no país.

O ministro disse que serão enviados créditos somando R$ 514 milhões aos estados que pedirem ajuda. Costa também ressaltou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem autorização para liberar, na próxima semana, mais de R$ 400 milhões para apoio aos corpos de bombeiros dos estados da Amazônia Legal, para compra de materiais, equipamentos, viaturas. “Outros créditos serão publicados na medida que os governadores apresentem e materializem suas demandas”, disse o ministro.

Participaram do encontro os governadores Hélder Barbalho (Pará), Mauro Mendes (Mato Grosso), Ronaldo Caiado (Goiás), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wilson Lima (Amazonas), Gladson Cameli (Acre), Wanderlei Barbosa (Tocantins) e Antonio Denarium (Roraima). Também compareceram os vice-governadores Sérgio Gonçalves da Silva (Rondônia) e Antônio Pinheiro Teles Júnior (Amapá).

Outras ações

Esta semana, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse que o governo federal vai garantir todos os recursos financeiros necessários para o combate aos incêndios e à estiagem que atingem quase todos os estados brasileiros. Em entrevista ao Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Goés disse que o governo está com liberdade para apoiar estados, Distrito Federal e municípios porque as despesas para combater os efeitos da emergência climática e ambiental foram excluídas do atual teto de gastos. Segundo o ministro esses recursos inicialmente são para a Amazônia e o Pantanal.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública em municípios dos estados do Amazonas, do Pará, de Rondônia, do Mato Grosso, de Roraima e do Acre para atuar no combate a incêndios florestais, por 90 dias.

Dólar cai para R$ 5,42 e fecha no menor valor em um mês

No dia seguinte à alta dod juros no Brasil e à redução de taxas nos Estados Unidos, o dólar aproximou-se de R$ 5,40 e fechou no menor valor em um mês. A bolsa de valores caiu pelo terceiro dia seguido, para os 133 mil pontos.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (19) vendido a R$ 5,424, com queda de R$ 0,038 (-0,7%). A cotação operou em queda durante toda a sessão. Na mínima do dia, por volta das 13h, chegou a R$ 5,40.

A moeda norte-americana está no menor nível desde 19 de agosto. A divisa acumula queda de 3,7% em setembro, mas sobe 11,76% em 2024.

O aumento dos juros no Brasil não favoreceu o mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 133.123 pontos, com queda de 0,47%. Apesar da alta de ações de petroleiras e de mineradoras, os papéis de empresas ligadas ao consumo caíram por causa da expectativa de que o Banco Central seja mais agressivo na política de aumento de juros. O indicador está no menor nível desde 13 de agosto.

As decisões em torno dos juros no Brasil e nos Estados Unidos dominaram o dia. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) baixou os juros pela primeira vez desde 2020. O órgão surpreendeu, ao cortar a taxa em 0,5 ponto percentual. Taxas menores em economias avançadas estimulam fluxos de capitais para países emergentes.

No Brasil, o Copom faz o caminho inverso promoveu a primeira alta de juros em dois anos. A taxa Selic (juros básicos da economia) subiu de 10,5% para 10,75% ao ano.

O aumento da diferença entre os juros brasileiros e norte-americanos favorece a queda do dólar. Isso porque investidores retiram dinheiro de países com taxas menores para aplicar em países com taxas mais altas.

Na bolsa de valores, os juros maiores no Brasil desestimulam os investidores a aplicar em ações, buscando investimentos em renda fixa, que têm menor risco. O tom considerado agressivo do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), segundo os analistas de mercado, indicou que o Banco Central pode ser mais agressivo nas próximas reuniões, o que estimula a venda de ações.

*Com informações da Reuters

STF retoma no dia 20 deste mês julgamento sobre revisão da vida toda

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai retomar no dia 20 deste mês o julgamento de dois recursos contra a decisão da Corte que derrubou a possibilidade de revisão da vida toda de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso será julgado pelo plenário virtual entre os dias 20 e 27 de setembro.

A decisão que permite a retomada do julgamento foi proferida na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes. O ministro cancelou o pedido de destaque feito no mês passado para suspender o julgamento virtual e iniciar a deliberação no plenário físico.

Antes da suspensão, quatro ministros se manifestaram pela rejeição dos recursos apresentados pelo Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadoras Metalúrgicos (CNTM).

Além do relator, ministro Nunes Marques, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia votaram no mesmo sentido e negaram os recursos. Entre os argumentos apresentados, as entidades defenderam que a revisão seja garantida para quem estava com processos na Justiça. Instâncias inferiores do Judiciário já garantiram o direito à revisão.

Em março deste ano, o Supremo decidiu que os aposentados não têm direito de optarem pela regra mais favorável para recálculo do benefício. O placar do julgamento foi 7 votos a 4.

A decisão anulou outra deliberação da Corte favorável à revisão da vida toda. A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram duas ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual os aposentados ganharam o direito à revisão.

Ao julgarem constitucional as regras previdenciárias de 1999, a maioria dos ministros entendeu que a regra de transição é obrigatória e não pode ser opcional aos aposentados conforme o cálculo mais benéfico.

Confiança do empresário da indústria sobe pelo segundo mês consecutivo

A confiança dos empresários da indústria subiu pelo segundo mês consecutivo e aumentou 1,6 ponto em setembro, alcançando os 53,3 pontos, de acordo com o  Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que as duas altas consecutivas do índice, em agosto e setembro, afastam o indicador do patamar de 50 pontos, o que aponta maior otimismo entre os industriais. 

“Os empresários mostram mais confiança e essa confiança está mais disseminada. É importante lembrar também que todos os componentes que formam o Icei subiram nessa passagem de agosto para setembro. Tanto a avaliação das condições atuais, quanto das expectativas cresceu e isso impulsionou a melhora da confiança”, avalia Azevedo. 

O componente que mede as expectativas dos empresários da indústria quanto ao futuro de seus negócios e da economia do país subiu 1,5 ponto, para 55,4 pontos em setembro. Ao se distanciar da linha divisória dos 50 pontos, o Índice de Expectativas reflete mais otimismo dos industriais para os próximos 6 meses. 

Em relação à expectativa dos empresários para a economia, o levantamento aponta alta de 2,9 pontos, em setembro, totalizando 49,1 pontos. Quanto às condições atuais da atividade econômica do país, a pesquisa indica crescimento de 3,8 pontos, de 40,6 pontos para 44,4 pontos. 

Embora os índices que acompanham a percepção dos industriais para a economia presente e futura ainda estejam abaixo da linha de 50 pontos, é o segundo mês consecutivo em que a avaliação dos empresários sobre a economia do país melhora. Marcelo Azevedo atribui esse movimento ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e dos serviços produzidos no país) do segundo trimestre deste ano e ao desempenho do setor. 

“O PIB do segundo trimestre surpreendeu positivamente, com relevante participação do setor industrial, o que é uma boa notícia para o empresariado. Isso pode ter influenciado tanto a avaliação das condições atuais quanto das expectativas”, explica. 

“Em termos de produção, emprego e mesmo de intenção de investimentos, a indústria vem registrando dados positivos, o que certamente melhora a confiança”, conclui Marcelo Azevedo. 

Endividamento das famílias recua pelo segundo mês consecutivo

Pelo segundo mês consecutivo, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registra queda do endividamento das famílias brasileiras. O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer diminuiu para 78% em agosto, abaixo dos 78,5% observados em julho, mas ainda superior ao índice de 77,4% registrado em agosto do ano passado. 

Segundo a CNC, o resultado reflete uma cautela crescente das famílias em relação ao uso do crédito. Apesar dessa redução do endividamento geral, o número de famílias que se consideram “muito endividadas” aumentou para 16,8%.

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o comportamento recente do endividamento está diretamente ligado ao cenário macroeconômico. “O resultado do PIB, que apontou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre, superou as expectativas, mas também revelou um ambiente econômico ainda desafiador. O alívio do endividamento é positivo, mas precisamos considerar que os juros elevados e a recuperação econômica lenta ainda geram incertezas para as famílias brasileiras. Uma possível retração no consumo pode afetar a retomada do crescimento”, ressalta Tadros.

Inadimplência

Em relação à inadimplência, o percentual de famílias com dívidas em atraso se manteve estável em 28,8% pelo terceiro mês consecutivo, permanecendo ligeiramente abaixo do registrado em agosto de 2023. No entanto, o percentual de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas atrasadas subiu para 12,1%, um indicativo de que, mesmo com a estabilização no número de contas em atraso, as dificuldades financeiras permanecem. Além disso, o percentual de dívidas em atraso há mais de 90 dias aumentou para 48,6%, o maior desde março de 2020.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, observa que, embora o endividamento esteja em queda, o comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas ainda é elevado. “O percentual médio de comprometimento da renda foi de 29,6% em agosto, demonstrando que as famílias estão buscando manter suas finanças sob controle, mas precisam alongar os prazos e lidar com juros altos, o que complica a situação”, explica Tavares.

O percentual de famílias com mais da metade da renda comprometida com dívidas atingiu 19,9%, o maior desde junho deste ano. As projeções da CNC indicam que o endividamento deve voltar a subir no último trimestre do ano, acompanhando um aumento gradativo da inadimplência, que poderá atingir 29,5% até dezembro.

Nas modalidades de crédito, o cartão de crédito continua liderando com 85,7% de participação entre os devedores, apesar de uma retração de 0,4 p.p. em comparação ao mês anterior. O crédito pessoal destacou-se com um aumento de 0,5 p.p. em relação a julho e 1,8 p.p. na comparação anual, refletindo as recentes reduções das taxas de juros dessa modalidade.

O Rio Grande do Sul, afetado por enchentes em maio, vem apresentando um aumento contínuo do endividamento, que alcançou 92,9% em agosto, o maior percentual desde outubro de 2023. Com isso, o estado registrou 39,1% de famílias endividadas com contas em atraso, o maior índice desde dezembro de 2023, e 3,7% sem condições de quitá-las, o mais alto desde agosto de 2021.