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Moïse Kabagambe recebe medalha póstuma no Rio de Janeiro

Moïse Kabagambe foi homenageado nesta terça-feira (25) com uma Medalha Tiradentes póstuma na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que é considerada a maior honraria do estado. O congolês foi espancado até a morte em um quiosque na capital fluminense em 2022. Segundo a família, as agressões ocorreram depois de ele ter cobrado um pagamento atrasado.

Presentes na cerimônia, a mãe e o irmão de Moïse agradeceram à homenagem, que acreditam ser uma forma importante de manter a memória dele viva e de pressionar a Justiça pela conclusão do caso. Três acusados de agredir Moïse irão a júri popular e responderão por homicídio doloso triplamente qualificado. Mas o julgamento ainda não tem data marcada.

Rio de Janeiro – Entrega da Medalha Tiradentes a Moïse Kabagambe post mortem, representado por sua mãe, Lotsove Lolo Lay Ivone. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

“É um dia muito pesado para mim. Parece que tem uma pedra dentro do coração. Muito triste, não consegui dormir direito à noite. A gente vai continuar essa luta. Obrigado por essa medalha muito linda para o nosso menino Moïse”, disse Lotsove Lolo Lavy Ivone, mãe de Moïse.

“É muito difícil. Tem dois anos que ele faleceu e para a gente parece que foi há dois dias ou dois meses. Cada dia é muito difícil para a gente. Agradecemos a todas as instituições que vem lutando pelos imigrantes. Que isso que aconteceu com o Moïse não aconteça com outras pessoas, imigrantes, meninos pretos”, disse Maurice Magbo, irmão de Moïse.

A sessão solene foi presidida pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da Alerj, a deputada estadual Dani Monteiro (PSOL).

“É preciso acompanhar a tramitação judicial do qual a gente ainda não tem a condenação em definitivo dos três que foram diretamente relacionados ao caso. Uma ação bárbara, prender uma pessoa com um fio, jogá-la no chão, espancá-la até a morte. É desumano e completamente brutal”, disse a deputada.

“Para nós, entregar essa medalha para a família do Moïse é homenagear toda uma comunidade refugiada que vê no Brasil uma terra de esperança, mas onde ela é sistematicamente atropelada. Dona Ivone veio ao Brasil porque acreditava em uma política democrática e diversa. Trouxe os filhos acreditando que eles poderiam ter um futuro melhor e acabou perdendo um deles”.

Com o nome de “Migrar é um direito humano”, o evento de hoje fez menção ao Dia Mundial dos Refugiados, comemorado no último dia 20 de junho. Líderes e instituições de direitos dos refugiados receberam o Prêmio Marielle Franco, um reconhecimento pelos serviços prestados na área de direitos humanos. As contempladas foram as ONGs Abraço Cultural, Haiti Aqui, Venezuela Global, Associação Mawon, LGBT+ Movimento, e Eliane Vieira Almeida, coordenadora de Migração e Refúgio e secretária executiva do Comitê Estadual Intersetorial de Políticas de Atenção aos Refugiados e Migrantes (CEIPARM).

Zion ganha medalha inédita em Jogos Olímpicos de Inverno

Depois da primeira manhã de disputas em Gangwon, na Coreia do Sul, neste sábado (20), o Brasil agora tem motivos para lembrar com carinho dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude de 2024.

O catarinense Zion Bethonico (foto), de 17 anos, terminou em terceiro lugar na prova do snowboard cross e conquistou a primeira medalha do país na história das Olimpíadas de Inverno – sejam adultas ou para jovens.

“Finalmente, uma medalha da qual eu posso me orgulhar. O plano é continuar com foco, seguir competindo forte e agora pegar um ouro nos Jogos Olímpicos adultos”, disse Zion, em declaração dada ao site do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Na primeira fase da competição, o brasileiro realizou cinco descidas. Ao fim da etapa classificatória, ele tinha a quinta melhor somatória de pontos. Na fase seguinte, ele desceu ao lado de outros três competidores, terminando em segundo e avançando à final. Na decisão, ficou atrás apenas do francês Jonas Chollet (ouro) e do canadense Anthony Shelly (prata).

Dedicatória

Zion dedicou o resultado ao irmão, Noah, que esteve ao lado dele durante a competição e inclusive participou dos Jogos de Inverno da Juventude de Lausanne, em 2020, também no snowboard cross.

“Durante a competição, depois de todas as minhas descidas, ele subiu comigo na gôndola fazendo uma revisão do percurso, procurando me ajudar a melhorar a cada nova bateria. Essa medalha é para ele que é quem sempre esteve mais próximo”, afirmou Zion.

“Finalmente uma medalha que eu realmente me orgulho” – BETHONICO, Zion.

O craque falou sobre a alegria de conquistar o 🥉 para o 🇧🇷 e contou qual foi seu diferencial na disputa.

Confere aí 👇 pic.twitter.com/SKl8qkHuPu

— Time Brasil (@timebrasil) January 20, 2024

O sábado reservou outras estreias para brasileiros em Gangwon. No curling, a equipe do Brasil foi derrotada pela Coreia do Sul. Ainda restam mais seis jogos para o time.

Na patinação velocidade – pista curta – Lucas Koo chegou à semifinal, terminando na 21ª posição.

Já no biatlo – que une esqui e tiro esportivo – Mariana Silva acabou em 93º.