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Obra de Lupicínio Rodrigues antecipa onda da sofrência

Muito antes da atual onda de “sofrência”, o cancioneiro brasileiro era povoado por músicas de “dor de cotovelo”. Este era o nome que se dava à aflição sentimental do amor não correspondido ou não bem terminado. A expressão teria origem na imagem de alguém tristonho, com os cotovelos apoiados na mesa ou no balcão de um bar lamentando a falta de sorte do coração. Atire a primeira pedra quem nunca sofreu por amor e curtiu a fossa ouvindo uma canção de dor de cotovelo.

Em um vasto repertório de canções para sentir e sofrer, destaca-se a obra do compositor, cantor e cronista gaúcho Lupicínio Rodrigues. Hoje, 16 de setembro, comemoram-se os 110 anos de nascimento de Lupe, como é tratado em Porto Alegre. Lupicínio Rodrigues foi um fenômeno: o único artista que não morava no Rio de Janeiro, nem em São Paulo, e fazia sucesso nacional desde a década de 1930.

Recentemente, as histórias de Lupe ganharam um novo livro, escrito pelo também compositor e pesquisador musical Arthur de Faria. O nome do livro, que se originou do doutorado de Arthur de Faria em literatura brasileira, é Lupicínio: Uma Biografia Musical, publicado pela editora Arquipélago.

A seguir os principais trechos da entrevista do autor à Agência Brasil:

Agência Brasil – O seu livro conta que Lupicínio Rodrigues não sabia tocar nenhum instrumento musical. Mas, a despeito disso, além das letras, compunha melodias com algum grau de sofisticação. Como isso era possível?

Arthur de Faria – Não dá para ter certeza, mas eu acho que ele partia do texto, ou ia fazendo as duas coisas juntas, cantarolando mesmo na cabeça dele. O único instrumento que o Lupicínio tocava era a caixinha de fósforos. Ele compunha muito em bares, na rua, raramente em casa. Ia sempre encontrar algum parceiro que tocasse algum instrumento harmônico [como violão e piano]. Esse parceiro criava o acompanhamento, tocando os acordes que seriam os acordes daquela música.
A grande maioria das músicas do Lupicínio é formada por melodias que passeiam muito do grave para o agudo. São melodias de muitas notas e largas extensões. Há muitas canções dele que começam com um universo de poucas notas, mas, na segunda parte, mais dramática, há saltos melódicos gigantescos. Isso tudo é instinto do Lupicínio.
Quando você faz uma pergunta, a melodia da voz sobe. Então, se eu te perguntar: “você sabe o que é ter um amor, meu senhor?”, a melodia sobe. O que define que isso é uma pergunta, é a melodia da fala. Se eu estiver afirmando: como “ter loucura por uma mulher”, a melodia desce. A canção do Lupicínio sempre acerta nisso.

Agência Brasil – Mas como ele aprendeu a fazer isso? Como despertou o interesse pela canção?

Arthur de Faria – O Lupicínio nasce em 1914. A Porto Alegre dos anos 1910 e 1920 era um cenário muito efervescente. Era um porto importante aqui do Sul. Era um ponto de trajeto entre grandes companhias europeias que iam do Rio de Janeiro para Buenos Aires e Montevidéu e paravam em Porto Alegre. Havia ópera, concerto, teatro e teatro musicado. Tinha muita produção musical em Porto Alegre, valsa, polca, scottish, que já se chamava xote, habanera, que logo ia se chamar vanera. Tinha uma onda de grupos com formato de jazz, que tocavam foxtrote, tocavam one-step, two-step, charleston, essas coisas.

Agência Brasil – Por falar em Porto Alegre, a cidade é a segunda personagem mais importante do seu livro, depois de Lupicínio. Ainda existem lugares na cidade que ele conheceu e frequentou?

Arthur de Faria – Muito poucos. Nenhuma das casas noturnas daquela época existe ainda hoje. O espírito boêmio, transposto para realidade atual, persiste mais fortemente, no bairro da Cidade Baixa, que era o bairro central da boêmia.

Agência Brasil – É comum aos poetas e aos letristas criarem um personagem, ou até personagens no plural, para expressar sentimentos e convicções que não necessariamente sejam seus, o chamado “eu lírico”. No livro, você identifica, em diferentes canções, situações que foram passagens da vida do Lupicínio, em especial seus envolvimentos amorosos. Ele compunha a partir do que tinha vivido de fato. Podemos dizer que Lupicínio Rodrigues era um letrista sem o eu lírico?

Arthur de Faria – Na verdade, ele fez jogo de cena. Lupicínio falava que tudo que compôs foram coisas que aconteceram com ele. Mentira! Havia nas músicas coisas que aconteceram com ele ou que ele ouviu de amigos, coisas que se passaram com amigos e conhecidos, e que ele puxou a história para ele. Mas essas pessoas tinham um eu lírico muito semelhante ao dele. Era o mundo da boemia porto-alegrense, um universo parecido. As alegrias e as patologias similares – eram muito machistas – e tinham uma convivência que, para os padrões da época, era muitíssimo democrática. Eram homens de qualquer classe social, com formação diferente. Podiam ser brancos ou pretos, hetero ou gays, que não escondiam que eram gays.

Agência Brasil – Mas o livro conta que músicas como “Ela disse-me assim” foram experiências próprias…

Arthur de Faria – O Lupicínio tinha muito esse gozo do sofrimento amoroso. Ele adorava. Tem um depoimento incrível, que está no livro, de um amigo contando que estava caminhando com Lupicínio na rua e aí ele diz: “vou ali na casa da fulana”, que era uma das namoradas que ele tinha. Lupicínio demora e o amigo vai espiar pela janela. Ele vê Lupicínio de joelhos na frente da namorada, e ela com um revólver dentro da boca dele. O amigo conta que Lupicínio estava com uma expressão beatificada, e não de medo.

Agência Brasil – No livro você também conta que Lupicínio Rodrigues conheceu o compositor Noel Rosa e os cantores Mário Reis e Francisco Alves em Porto Alegre. Que importância tiveram esses nomes para o compositor gaúcho?

Arthur de Faria – Lupicínio já admirava muito o Mário Reis. Ainda garoto, ele chegou a ser crooner, cantor de conjuntos, e era chamado de Mário Reis, porque achavam que ele cantava igual ao Mário Reis. Assim como João Gilberto, Lupicínio tinha essa referência clara como cantor.
Noel Rosa era então reconhecido como o maior compositor do Brasil, e o Lupicínio queria mais do que tudo ser compositor e era um grande fã do Noel – como seria qualquer pessoa que quisesse ser compositor. Há a história de que Noel, então com 22 anos, após ouvir algumas canções de Lupicínio, então com 17 anos, teria dito: “esse menino é muito bom.” Eu não posso provar que isso de fato aconteceu.

Agência Brasil – Uma coisa mais fácil de provar é a importância que Francisco Alves teve para Lupicínio ser um nome nacional, não?

Arthur Faria – Exatamente. Algum tempo depois da gravação com sucesso de Se Acaso Você Chegasse, por Ciro Monteiro, em 1937], Lupicínio vai ao Rio de Janeiro, mostrar outras músicas dele pra algumas pessoas. Ele mostra várias canções para o Francisco Alves, que diz para ele guardar tudo e promete gravar, mas não grava.
Em 1945, o Orlando Silva, que era o segundo cantor mais importante do Brasil, grava uma das músicas que o Lupicínio tinha mostrado para Francisco Alves. Não sei se tomar uma bolada nas costas do Orlando Silva, ou se porque percebeu o crescimento do bolero e do samba-canção, Francisco começa finalmente a gravar as músicas que o Lupicínio tinha dado para ele. Aí é sucesso depois de sucesso.

Agência Brasil – Falamos de Se Acaso Você Chegasse, que é uma música que lança o Ciro Monteiro e duas décadas depois leva Elza Soares ao sucesso. Que diferenças têm essas versões? Há outro caso na música brasileira de uma mesma música servir de lançamento para dois artistas tão distantes, tão diferentes?

Arthur Faria – Não me ocorre nenhuma outra música, nenhum outro caso, ainda mais com intervalo de tempo tão grande. A música brasileira estava em outro universo. Elza fez um negócio que, na época, causou polêmica. Ela já era, sem saber, superfeminista. Ela não canta os versos “de dia, me lava a roupa; de noite e me beija a boca”. Certa vez, Elza explicou: “eu lavei muita roupa de madame e eu não vou cantar um negócio desse.”
Agora a outra boa dela é quando grava Vingança, em meados dos anos 1960. As pessoas acharam que ela estava debochando da música. Em uma entrevista, eu perguntei para ela se estava debochando naquela gravação. Ela respondeu: “bicho, não dá para cantar aquilo a sério, né? Claro que eu estava tirando uma onda desse dramalhão.” Meu palpite é que o próprio Lupicínio também tirava um pouco de onda.

*O título da matéria foi alterado às 14h54

Obra de Lupicínio Rodrigues antecipa onda da sofrência

Muito antes da atual onda de “sofrência”, o cancioneiro brasileiro era povoado por músicas de “dor de cotovelo”. Este era o nome que se dava à aflição sentimental do amor não correspondido ou não bem terminado. A expressão teria origem na imagem de alguém tristonho, com os cotovelos apoiados na mesa ou no balcão de um bar lamentando a falta de sorte do coração. Atire a primeira pedra quem nunca sofreu por amor e curtiu a fossa ouvindo uma canção de dor de cotovelo.

Em um vasto repertório de canções para sentir e sofrer, destaca-se a obra do compositor, cantor e cronista gaúcho Lupicínio Rodrigues. Hoje, 16 de setembro, comemoram-se os 110 anos de nascimento de Lupe, como é tratado em Porto Alegre. Lupicínio Rodrigues foi um fenômeno: o único artista que não morava no Rio de Janeiro, nem em São Paulo, e fazia sucesso nacional desde a década de 1930.

Recentemente, as histórias de Lupe ganharam um novo livro, escrito pelo também compositor e pesquisador musical Arthur de Faria. O nome do livro, que se originou do doutorado de Arthur de Faria em literatura brasileira, é Lupicínio: Uma Biografia Musical, publicado pela editora Arquipélago.

A seguir os principais trechos da entrevista do autor à Agência Brasil:

Agência Brasil – O seu livro conta que Lupicínio Rodrigues não sabia tocar nenhum instrumento musical. Mas, a despeito disso, além das letras, compunha melodias com algum grau de sofisticação. Como isso era possível?

Arthur de Faria – Não dá para ter certeza, mas eu acho que ele partia do texto, ou ia fazendo as duas coisas juntas, cantarolando mesmo na cabeça dele. O único instrumento que o Lupicínio tocava era a caixinha de fósforos. Ele compunha muito em bares, na rua, raramente em casa. Ia sempre encontrar algum parceiro que tocasse algum instrumento harmônico [como violão e piano]. Esse parceiro criava o acompanhamento, tocando os acordes que seriam os acordes daquela música.
A grande maioria das músicas do Lupicínio é formada por melodias que passeiam muito do grave para o agudo. São melodias de muitas notas e largas extensões. Há muitas canções dele que começam com um universo de poucas notas, mas, na segunda parte, mais dramática, há saltos melódicos gigantescos. Isso tudo é instinto do Lupicínio.
Quando você faz uma pergunta, a melodia da voz sobe. Então, se eu te perguntar: “você sabe o que é ter um amor, meu senhor?”, a melodia sobe. O que define que isso é uma pergunta, é a melodia da fala. Se eu estiver afirmando: como “ter loucura por uma mulher”, a melodia desce. A canção do Lupicínio sempre acerta nisso.

Agência Brasil – Mas como ele aprendeu a fazer isso? Como despertou o interesse pela canção?

Arthur de Faria – O Lupicínio nasce em 1914. A Porto Alegre dos anos 1910 e 1920 era um cenário muito efervescente. Era um porto importante aqui do Sul. Era um ponto de trajeto entre grandes companhias europeias que iam do Rio de Janeiro para Buenos Aires e Montevidéu e paravam em Porto Alegre. Havia ópera, concerto, teatro e teatro musicado. Tinha muita produção musical em Porto Alegre, valsa, polca, scottish, que já se chamava xote, habanera, que logo ia se chamar vanera. Tinha uma onda de grupos com formato de jazz, que tocavam foxtrote, tocavam one-step, two-step, charleston, essas coisas.

Agência Brasil – Por falar em Porto Alegre, a cidade é a segunda personagem mais importante do seu livro, depois de Lupicínio. Ainda existem lugares na cidade que ele conheceu e frequentou?

Arthur de Faria – Muito poucos. Nenhuma das casas noturnas daquela época existe ainda hoje. O espírito boêmio, transposto para realidade atual, persiste mais fortemente, no bairro da Cidade Baixa, que era o bairro central da boêmia.

Agência Brasil – É comum aos poetas e aos letristas criarem um personagem, ou até personagens no plural, para expressar sentimentos e convicções que não necessariamente sejam seus, o chamado “eu lírico”. No livro, você identifica, em diferentes canções, situações que foram passagens da vida do Lupicínio, em especial seus envolvimentos amorosos. Ele compunha a partir do que tinha vivido de fato. Podemos dizer que Lupicínio Rodrigues era um letrista sem o eu lírico?

Arthur de Faria – Na verdade, ele fez jogo de cena. Lupicínio falava que tudo que compôs foram coisas que aconteceram com ele. Mentira! Havia nas músicas coisas que aconteceram com ele ou que ele ouviu de amigos, coisas que se passaram com amigos e conhecidos, e que ele puxou a história para ele. Mas essas pessoas tinham um eu lírico muito semelhante ao dele. Era o mundo da boemia porto-alegrense, um universo parecido. As alegrias e as patologias similares – eram muito machistas – e tinham uma convivência que, para os padrões da época, era muitíssimo democrática. Eram homens de qualquer classe social, com formação diferente. Podiam ser brancos ou pretos, hetero ou gays, que não escondiam que eram gays.

Agência Brasil – Mas o livro conta que músicas como “Ela disse-me assim” foram experiências próprias…

Arthur de Faria – O Lupicínio tinha muito esse gozo do sofrimento amoroso. Ele adorava. Tem um depoimento incrível, que está no livro, de um amigo contando que estava caminhando com Lupicínio na rua e aí ele diz: “vou ali na casa da fulana”, que era uma das namoradas que ele tinha. Lupicínio demora e o amigo vai espiar pela janela. Ele vê Lupicínio de joelhos na frente da namorada, e ela com um revólver dentro da boca dele. O amigo conta que Lupicínio estava com uma expressão beatificada, e não de medo.

Agência Brasil – No livro você também conta que Lupicínio Rodrigues conheceu o compositor Noel Rosa e os cantores Mário Reis e Francisco Alves em Porto Alegre. Que importância tiveram esses nomes para o compositor gaúcho?

Arthur de Faria – Lupicínio já admirava muito o Mário Reis. Ainda garoto, ele chegou a ser crooner, cantor de conjuntos, e era chamado de Mário Reis, porque achavam que ele cantava igual ao Mário Reis. Assim como João Gilberto, Lupicínio tinha essa referência clara como cantor.
Noel Rosa era então reconhecido como o maior compositor do Brasil, e o Lupicínio queria mais do que tudo ser compositor e era um grande fã do Noel – como seria qualquer pessoa que quisesse ser compositor. Há a história de que Noel, então com 22 anos, após ouvir algumas canções de Lupicínio, então com 17 anos, teria dito: “esse menino é muito bom.” Eu não posso provar que isso de fato aconteceu.

Agência Brasil – Uma coisa mais fácil de provar é a importância que Francisco Alves teve para Lupicínio ser um nome nacional, não?

Arthur Faria – Exatamente. Algum tempo depois da gravação com sucesso de Se Acaso Você Chegasse, por Ciro Monteiro, em 1937], Lupicínio vai ao Rio de Janeiro, mostrar outras músicas dele pra algumas pessoas. Ele mostra várias canções para o Francisco Alves, que diz para ele guardar tudo e promete gravar, mas não grava.
Em 1945, o Orlando Silva, que era o segundo cantor mais importante do Brasil, grava uma das músicas que o Lupicínio tinha mostrado para Francisco Alves. Não sei se tomar uma bolada nas costas do Orlando Silva, ou se porque percebeu o crescimento do bolero e do samba-canção, Francisco começa finalmente a gravar as músicas que o Lupicínio tinha dado para ele. Aí é sucesso depois de sucesso.

Agência Brasil – Falamos de Se Acaso Você Chegasse, que é uma música que lança o Ciro Monteiro e duas décadas depois leva Elza Soares ao sucesso. Que diferenças têm essas versões? Há outro caso na música brasileira de uma mesma música servir de lançamento para dois artistas tão distantes, tão diferentes?

Arthur Faria – Não me ocorre nenhuma outra música, nenhum outro caso, ainda mais com intervalo de tempo tão grande. A música brasileira estava em outro universo. Elza fez um negócio que, na época, causou polêmica. Ela já era, sem saber, superfeminista. Ela não canta os versos “de dia, me lava a roupa; de noite e me beija a boca”. Certa vez, Elza explicou: “eu lavei muita roupa de madame e eu não vou cantar um negócio desse.”
Agora a outra boa dela é quando grava Vingança, em meados dos anos 1960. As pessoas acharam que ela estava debochando da música. Em uma entrevista, eu perguntei para ela se estava debochando naquela gravação. Ela respondeu: “bicho, não dá para cantar aquilo a sério, né? Claro que eu estava tirando uma onda desse dramalhão.” Meu palpite é que o próprio Lupicínio também tirava um pouco de onda.

*O título da matéria foi alterado às 14h54

Hoje é Dia: Donga, Lupicínio e combate ao fumo são destaques

A semana entre os dias 25 e 31 de agosto começa com a lembrança de um pioneiro do samba no Brasil. Hoje, 25, completam-se 50 anos da morte de Ernesto Joaquim Maria dos Santos, mais conhecido como Donga. O músico e compositor fluminense é autor de “Pelo Telefone”, considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil, em 1916.

Com um legado imenso, ele e sua composição foram homenageados inúmeras vezes. Em 2018, o História Hoje falou sobre “Pelo Telefone”. A canção já havia interpretada em 2013 por ninguém menos do que Martinho da Vila, Nelson Sargento e Diogo Nogueira no Samba da Gamboa: 

Outro ícone da música brasileira lembrado na semana é Lupicínio Rodrigues. No dia 27, completam-se 50 anos da morte do cantor e compositor gaúcho. Com clássicos do gênero “dor-de-cotovelo” como “Vingança” e “Nervos de Aço”, ele foi lembrado em programas da EBC como o Momento Três em 2015 e o Todas as Vozes em 2017. Em 2019, a TV Brasil lançou o especial “O Amor Deve Ser Sagrado” com diversas homenagens a ele: 

Datas para conscientizar

A semana, mais para o seu final, tem cinco datas que devem nos ajudar a refletir sobre alguns setores da sociedade. No dia 29, temos três delas: o Dia Nacional de Combate ao Fumo, o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica e o Dia Mundial Contra Testes Nucleares. 

Instituído pela Lei Nº 7.488 de 1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo é uma mais oportunidade para a população ser alertada sobre malefícios do tabagismo e serve como um momento para debatermos sobre ações de prevenção e controle do uso do tabaco. A origem da data foi tema do História Hoje e de reportagens do Repórter Brasil que falam sobre pessoas que se livraram do vício e sobre os malefícios do cigarro eletrônico: 

Criado durante o 1º SENALE (Seminário Nacional de Lésbicas), ocorrido em 1996 no Rio de Janeiro, e com o objetivo de debater questões relacionadas à sexualidade, saúde e violência enfrentadas pelas mulheres lésbicas, o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica foi tema desta matéria de 2023 da Agência Brasil que falava sobre perfis de lésbicas a serem seguidos. 

Já o Dia Mundial Contra Testes Nucleares é uma data reconhecida pela ONU e criada para aumentar a conscientização sobre os efeitos devastadores dos testes nucleares e promover a abolição completa dessas práticas. A Agência Brasil e a Radioagência Nacional já falaram sobre a data no passado. 

O 30 de agosto também tem duas datas importantes: o Dia Internacional das Nações Unidas para as Vítimas de Desaparecimentos Forçados e o Dia Nacional da Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. O Dia Internacional das Nações Unidas para as Vítimas de Desaparecimentos Forçados, instituído em 1997, foi tema de uma edição do História Hoje em 2017

Por fim, também no dia 30 de agosto, temos o Dia Nacional da Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. Dedicada a aumentar a compreensão sobre essa doença neurológica crônica que afeta milhares de pessoas em todo o país, a data foi tema de matérias da Radioagência Nacional, Nacional Jovem e do Repórter Maranhão. 

Confira a relação de datas do Hoje é Dia de 25 a 31 de agosto de 2024:

Agosto de 2024

25

Morte do matemático e engenheiro britânico James Watt (205 anos) – construtor de instrumentos científicos, destacou-se pelos melhoramentos que introduziu no motor a vapor, que se constituíram num passo fundamental para a Revolução Industrial

Morte do escultor, desenhista e professor mineiro Alfredo Ceschiatti (35 anos) – em nova parceria com Niemeyer, tornou-se o principal escultor da nova capital do País em Brasília

Morte do músico e compositor fluminense Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga (50 anos) – autor de Pelo Telefone, primeiro samba a ser gravado no Brasil

Nascimento do músico israelense radicado nos Estados Unidos Gene Simons (75 anos) – vocalista, baixista e fundador da banda de rock Kiss

Morte do escritor e roteirista estadunidense Truman Capote (40 anos)

Nascimento do cantor, compositor e músico britânico Declan Patrick Aloysius MacManus, o Elvis Costello (70 anos) – teve participação nos primórdios do cenário pub rock britânico no meio dos anos 1970, e mais tarde foi associado aos estilos de punk rock e new wave antes de se estabilizar como uma voz única e original nos anos 80

Dia do Soldado – a data homenageia o dia do nascimento de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, em 25 de agosto de 1803, patrono do Exército Brasileiro que se tornou conhecido como “o pacificador” após sufocar muitas rebeliões contra o Império

Inauguração do Palácio do Buriti (55 anos)

26

Nascimento do escritor argentino Julio Cortázar (110 anos)

Morte do cantor e compositor de samba mineiro Mauro Duarte (35 anos)

Nascimento da educadora paranaense Júlia Wanderley (150 anos) – foi a primeira mulher a frequentar a escola normal e receber diploma de professora no Paraná

Fundação do Palestra Itália, mais tarde, conhecido como Sociedade Esportiva Palmeiras (110 anos)

Aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (235 anos) – documento culminante da Revolução Francesa, que define os direitos individuais e coletivos dos homens (tomada a palavra na acepção de “seres humanos”) como universais

Dia Internacional da Igualdade Feminina

Aniversário de Campo Grande (MS) (125 anos)

Primeira transmissão do Programa Alma do Sertão, na Rádio Nacional (79 anos)

Nascimento do comunicador, ator, apresentador, compositor, cantor, humorista e artista plástico paulista Orival Pessini (80 anos) – criador de personagens icônicos como Fofão e Patropi, dentre outros

27

Nascimento do escritor estadunidense Ira Levin (95 anos)

Nascimento da cantora e compositora fluminense Sylvia Telles (90 anos)

Morte do bispo católico cearense Dom Hélder Câmara (25 anos) – foi arcebispo emérito de Recife e Olinda, um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar

Morte do cantor e compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (50 anos)

Instituição do Código Brasileiro de Telecomunicações que (62 anos) – lei que garantiu a reserva do horário das 19h às 20h para a série radiofônica “A Voz do Brasil” de veiculação obrigatória — exceto em fins de semana e feriados nacionais — em todas as emissoras de rádio do Brasil

28

Nascimento do ator e cantor paulista Nelson Roberto Perez, o Bob Nelson (15 anos) – um dos primeiros cantores a misturar a música sertaneja do interior com o country norte-americano

Nascimento do autor e estadista alemão do Sacro Império Romano-Germânico Johann Wolfgang von Goethe (275 anos)

Promulgação da Lei da Anistia (Lei nº 6.683) (45 anos)

O advogado José Guilherme Villela, ex- ministro do TSE, sua esposa e uma funcionária da casa, foram mortos a facadas dentro do seu apartamento na 113 sul. A filha do casal foi acusada como mandante do crime (15 anos)

Índios Tapuyos Uruatis, no Engenho do Itapecuru/MA, realizam massacre dos padres jesuítas Francisco Pires, Manuel Muniz e Gregório Fernandes (375 anos) – o que afastou a Companhia de Jesus do Maranhão até a chegada do Padre Antônio Vieira cerca de 3 anos depois

Primeira transmissão do extinto programa “Repórter Esso”, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro (83 anos) – o primeiro radiojornal brasileiro

Estreia do quadro Rádio Memória, parceria da Gerência de Acervo da EBC com a Rádio MEC (05 anos)

29

Morte do radialista e locutor paulista Doalcei Bueno de Camargo (15 anos) – famoso narrador esportivo do rádio

União Soviética testa sua primeira bomba nuclear (75 anos)

Dia Nacional de Combate ao Fumo – comemoração do Brasil, que foi instituída pela Lei Nº 7.488 de 11 de junho de 1986

Dia Nacional da Visibilidade Lésbica – foi instituída no Brasil pelo 1º SENALE (Seminário Nacional de Lésbicas), ocorrido em 1996 na cidade do Rio de Janeiro, com debates sobre sexualidade, saúde, violência, entre outras questões relacionadas com o direito inalienável de uma mulher amar outra mulher

Dia Mundial Contra Testes Nucleares – data reconhecida pela ONU

Inauguração da Rádio Nacional FM de Brasília (48 anos)

30

Povo de Timor-Leste decide em referendo pela independência (25 anos)

Senado brasileiro aprova o projeto de lei que transforma o homicídio qualificado ou praticado por grupos de extermínio em crime hediondo (30 anos)

Dia Internacional das Nações Unidas para as Vítimas de Desaparecimentos Forçados – comemoração instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas na Resolução Nº 65/209 de 21 de dezembro de 2010, que já era celebrada desde 1981 na América Latina e Caribe, contando também com o apoio de conceituadas entidades internacionais de ajuda humanitária em todo o mundo

Dia Nacional da Conscientização sobre a Esclerose Múltipla

Primeira transmissão do programa “Ao vivo entre amigos”, da Rádio MEC (32 anos)

Nascimento do compositor, arranjador, pianista e cantor fluminense Francis Hime (85 anos)

Morte do boxeador estadunidense Rocky Marciano (55 anos) – único campeão mundial dos pesos pesados na história do boxe profissional a se aposentar invicto

Nascimento do cantor e compositor paraibano Jackson do Pandeiro (105 anos)