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Anielle e Lula lamentam mortes em acidente na Serra da Barriga

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lamentou o acidente envolvendo um ônibus que transportava moradores da Serra da Barriga, em União dos Palmares (AL), até o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. O veículo capotou na tarde deste domingo (24) e caiu numa ribanceira, deixando 17 mortos e 29 feridos – incluindo crianças e adolescentes.

“Muito impactada com a notícia”, escreveu Anielle em seu perfil na rede social X. “Quero prestar minha total solidariedade às vítimas e seus familiares. Estamos acompanhando a situação e confiando no trabalho das equipes de resgate com apoio das unidades de União dos Palmares e suporte do Governo do Estado de Alagoas”.

“Em um mês tão importante para todo país, da Consciência Negra, sobretudo para a região do Quilombo dos Palmares, essa tragédia nos entristece ainda mais profundamente”, completou. O evento Tendências & Soluções, que estava previsto para acontecer nesta segunda-feira (25) em Maceió, do qual Anielle participaria, foi cancelado em razão do acidente.

Também pelo X, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade aos familiares das vítimas. “O governo federal está acompanhando a situação e dará todo o apoio necessário às autoridades estaduais no socorro, atendimento e amparo às vítimas”.

Outras repercussões

Em nota, o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada à Associação Cultural Agentes de Pastoral Negros do Brasil manifestou solidariedade aos familiares e amigos das vítimas do acidente.

“Lamentamos ainda mais que essa tragédia marque o Mês da Consciência Negra com extrema tristeza e dor, num território de tanta importância histórica. Toda a nossa solidariedade e os votos de muita força e paz aos familiares e amigos das vítimas, autoridades e à população de União dos Palmares.”

O Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares também lamentaram o acidente. “Manifestamos nossa solidariedade às vítimas e às suas famílias, reconhecendo o empenho das autoridades locais, como a prefeitura de União dos Palmares, o Samu, o Corpo de Bombeiros e o governo do estado que estão atuando prontamente no socorro e apoio aos envolvidos”.

“A Serra da Barriga, símbolo de resistência e luta, segue como um espaço de memória coletiva e espiritualidade. Neste momento de dor, reforçamos nossa admiração e apoio às comunidades que preservam esse legado, confiando no esforço conjunto das instituições locais para enfrentar este momento difícil.”

Em nota de pesar, o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ter recebido com tristeza a notícia das mortes na Serra da Barriga. “Meus sentimentos às famílias das vítimas neste momento de profunda dor. Externo minha solidariedade aos órgãos de resgate empenhados no socorro aos feridos desse trágico episódio. Que possam prestar o auxílio célere que o caso requer”.

Lula e Anielle lamentam mortes em acidente na Serra da Barriga

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade aos familiares das vítimas do acidente envolvendo um ônibus que transportava moradores da Serra da Barriga, em União dos Palmares (AL), até o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. O veículo capotou na tarde deste domingo (24) e caiu numa ribanceira, deixando 17 mortos e 29 feridos – incluindo crianças e adolescentes.

“O governo federal está acompanhando a situação e dará todo o apoio necessário às autoridades estaduais no socorro, atendimento e amparo às vítimas”, disse Lula pela rede social X.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também lamentou o acidente. “Muito impactada com a notícia”, escreveu em seu perfil pelo X. “Quero prestar minha total solidariedade às vítimas e seus familiares. Estamos acompanhando a situação e confiando no trabalho das equipes de resgate com apoio das unidades de União dos Palmares e suporte do Governo do Estado de Alagoas”.

“Em um mês tão importante para todo país, da Consciência Negra, sobretudo para a região do Quilombo dos Palmares, essa tragédia nos entristece ainda mais profundamente”, completou. O evento Tendências & Soluções, que estava previsto para acontecer nesta segunda-feira (25) em Maceió, do qual Anielle participaria, foi cancelado em razão do acidente.

Outras repercussões

Em nota, o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada à Associação Cultural Agentes de Pastoral Negros do Brasil manifestou solidariedade aos familiares e amigos das vítimas do acidente.

“Lamentamos ainda mais que essa tragédia marque o Mês da Consciência Negra com extrema tristeza e dor, num território de tanta importância histórica. Toda a nossa solidariedade e os votos de muita força e paz aos familiares e amigos das vítimas, autoridades e à população de União dos Palmares.”

O Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares também lamentaram o acidente. “Manifestamos nossa solidariedade às vítimas e às suas famílias, reconhecendo o empenho das autoridades locais, como a prefeitura de União dos Palmares, o Samu, o Corpo de Bombeiros e o governo do estado que estão atuando prontamente no socorro e apoio aos envolvidos”.

“A Serra da Barriga, símbolo de resistência e luta, segue como um espaço de memória coletiva e espiritualidade. Neste momento de dor, reforçamos nossa admiração e apoio às comunidades que preservam esse legado, confiando no esforço conjunto das instituições locais para enfrentar este momento difícil.”

Em nota de pesar, o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ter recebido com tristeza a notícia das mortes na Serra da Barriga. “Meus sentimentos às famílias das vítimas neste momento de profunda dor. Externo minha solidariedade aos órgãos de resgate empenhados no socorro aos feridos desse trágico episódio. Que possam prestar o auxílio célere que o caso requer”.

Carta histórica de escravizada está sumida, lamentam pesquisadores

Era só uma folha gasta pelo tempo com um manuscrito. Sem classificação ou identificação do que se tratava, o papel estava misturado a outros documentos reunidos em caixas nas estantes do Arquivo Público do Piauí. O achado do antropólogo Luiz Mott, em 1979 (há 45 anos), ocorreu enquanto ele encarafunchava pastas que poderiam ajudá-lo em sua pesquisa sobre o período colonial. Ao ler o que estava escrito, naquela carta com a data de 6 de setembro de 1770, o pesquisador arregalou os olhos.

Ele descobriu a história de Esperança Garcia, uma mulher escravizada no século 18 que escreveu de próprio punho denúncias e reivindicações, mais de um século antes da Abolição da Escravatura.

Um problema é que o documento original está desaparecido e historiadores entendem que houve descuido com uma carta de valor imensurável para a história do País. De toda forma, com os registros que ficaram, a carta traz recados fortes do passado para o presente da luta das pessoas negras no Brasil. Mott sabia que estava diante de uma preciosidade histórica. Uma mulher escravizada que usava a escrita para denunciar. “Quando eu encontrei esse documento, eu vibrei e me dei conta de que era algo inédito. Não me lembro de ter encontrado manuscritos assinados por pessoas escravizadas”, afirmou Mott em entrevista à Agência Brasil. 

O professor se deu conta que não era um ofício de alguma autoridade com uma linguagem diferente, mas uma carta de uma escrava denunciando os maus tratos para o governador da época e para o administrador das fazendas.

“Passo muito mal”

“Eu sou uma escrava de Vossa Senhoria da administração do Capitão Antônio Vieira do Couto, casada. Desde que o capitão lá foi administrar que me tirou da fazenda algodões, onde vivia com o meu marido, para ser cozinheira da sua casa, ainda nela passo muito mal”. Esse é um dos trechos transcritos da carta. Mott, na ocasião, transcreveu letra por letra. Não havia como copiar nem fotografar.

O pesquisador recorda que colocou a carta dentro de um envelope grande e pardo e  lembra ainda ter anotado para que o arquivo cuidasse bem da joia histórica. “A Esperança Garcia se tornou famosa. Foi feita até uma estátua. Depois, as pessoas disseram que a carta tinha desaparecido. Ninguém sabia onde estava. Chegaram a dizer que ela tinha sido enviada para Portugal. Não tenho a menor ideia de onde está”.

Outro historiador, o professor Mairton Celestino da Silva, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), esteve no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, e também não conseguiu localizar o documento. 

Segundo a assessoria de imprensa do governo do Piaui, em contato com a reportagem, existe uma mobilização para tentar encontrar a carta original, que foi extraviada “há muito tempo” já que teria sido arquivada de uma forma errada. Por esse motivo, os profissionais do  arquivo público ainda teriam conseguido achar.

A comunicação do governo apontou que, na década de 90, havia uma política de liberação do documento para eventos. Em uma dessas exposições externas, o documento teria sido extraviado.

Primeira advogada

O documento escrito por Esperança Garcia garantiu a ela o reconhecimento como primeira advogada brasileira, naquela que seria uma espécie de pedido de habeas corpus movido pela trabalhadora. A decisão da homenagem foi de 2022 pelo Conselho Pleno da Ordem dos Advogados Brasil. Leia mais no site da OAB

Segundo o que foi resgatado, ela trabalhava numa fazenda de jesuítas. “Depois que eles (os religiosos) foram expulsos, Esperança ficou sob a administração do feitor e foi contra esse feitor que ela reclamou e denunciou, dizendo: eu sou um colchão de pancadas”. O professor Luiz Mott prepara uma biografia sobre Esperança Garcia para o ano que vem.

O professor Mairton Celestino, pesquisador da história do século 18, recorda que o documento resgatado auxiliou os trabalhos da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB/PI, que geraram o  Dossiê Esperança Garcia: Símbolo de Resistência na Luta pelo Direito. “A ideia não era só apenas formular o dossiê, mas também construir uma série de pautas sobre a escravização, como a inserção do negro e da mulher negra no interior da advocacia brasileira”.

A imagem desenhada de Esperança Garcia foi criada pela comissão da verdade piauiense. A respeito de tentar encontrar o documento, o professor da UFPI entende que é como procurar uma agulha num palheiro.

Registro que indicaria que Esperança Garcia foi identificada como crioula em uma fazenda.  Dossiê Esperança Garcia/Divulgação

“Esse documento se constitui como uma peça fundamental para discussões do racismo, de como se estruturam as desigualdades sociais no Brasil e, principalmente, como esses sujeitos subalternizados reagem não só hoje, como historicamente ao longo das suas vidas”, diz Mairton Celestino.

Temas atuais

O fato de, mesmo escravizada, Esperança Garcia, ter dito “não” foi considerado muito significativo. Ele entende os problemas trazidos pela carta bastante atuais: as violências do Estado contra o povo negro sempre estiveram presentes. “A história da Esperança Garcia é uma porta que se abre para nós da atualidade de que o povo negro brasileiro sempre reagiu a todas as formas de exploração”, diz o professor da UFPI.  

O pesquisador crê que, após a carta, a mulher conseguiu ser transferida para outra fazenda. Mairton encontrou documento que indicaria que uma mulher chamada Esperança era considerada liberta (crioula). “A representação de Esperança Garcia tem muito maior dinâmica com o presente. Esperança Garcia representa as mulheres negras de hoje, as mulheres quilombolas. Essa mulher é exatamente a representação máxima da luta contra as opressões”, avalia o professor piauiense.

O professor da UFPI reflete que Esperança firmou-se como sinônimo de bravura e de luta contra as desigualdades, incluindo as opressões que cercam essas mulheres marcadamente negras. Ele espera que seja cada vez mais divulgado nos livros didáticos em sala de aula sobre quem foi essa mulher que utilizou a palavra para não deixar passar o absurdo.

Lula e Putin lamentam cancelamento da viagem do brasileiro à Rússia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, na manhã desta terça-feira (22), com o presidente russo Vladimir Putin. Em telefonema, os dois lamentaram o cancelamento da viagem de Lula à Kazan, na Rússia, para participar da Cúpula de Líderes do Brics, bloco de países emergentes do qual o Brasil faz parte.

De acordo com nota da Presidência da República, serão feitos os arranjos para que Lula participe da reunião por videoconferência. A cúpula começa hoje e vai até quinta-feira (24) e o Brasil será representado pelo ministro da Relações Exteriores, Mauro Viera.

“O presidente Putin quis saber do estado de saúde do presidente, e lamentou que ele não pode vir à Cúpula dos Brics, e o presidente Lula também, devido ao acidente sofrido no sábado”, diz a nota.

No último sábado (19), Lula sofreu uma queda no banheiro da residência oficial, no Palácio da Alvorada, bateu a cabeça e precisou levar cinco pontos na região da nuca. A equipe médica recomendou, por precaução, evitar viagens de longa distância, como a da Rússia.

Hoje, o presidente será submetido a novos exames para, então, definir a agenda dos próximos dias, inclusive de viagens.

No retorno da Rússia, estava prevista a participação do presidente em atos de campanha no estado de São Paulo, por ocasião do segundo turno das eleições municipais, no domingo (27), além do voto em São Bernardo do Campo, domicílio eleitoral de Lula.

O presidente tem também uma viagem marcada para Cali, na Colômbia, onde ocorre a conferência das Nações Unidas sobre biodiversidade até o próximo dia 1° de novembro.

Políticos e personalidades lamentam a morte de Silvio Santos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do empresário e apresentador Silvio Santos, neste sábado (17), aos 93 anos, em São Paulo. Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou que Silvio foi “a maior personalidade da história da televisão brasileira e um dos grandes comunicadores do país”.

Silvio Santos foi a maior personalidade da história da televisão brasileira, e um dos grandes comunicadores do país.

Carioca, filho de imigrantes, Senor Abravanel, seu nome de batismo, foi um empreendedor que iniciou sua vida como vendedor ambulante e construiu uma grande rede… pic.twitter.com/mkqiOQGDcG

— Lula (@LulaOficial) August 17, 2024

Nascido no Rio de Janeiro em 1930, Senor Abravanel, seu nome de batismo, passou de um jovem vendedor ambulante a empresário de sucesso em vários setores e fundador de uma das maiores empresas de mídia do país, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). “Mas será sempre lembrado como Silvio Santos, o rosto e a voz dos domingos de milhões de brasileiros e brasileiras, querido pelas suas ‘colegas de trabalho’, como carinhosamente chamava as telespectadoras”, escreveu Lula, em referência ao programa apresentado por Silvio.

“Com seu talento e carisma lançou e deu apoio a muitos talentos da televisão, do humor e do jornalismo. Era uma das pessoas mais conhecidas e queridas do nosso país. Ao longo dos anos, nos encontramos em programas de TV, reuniões e conversas, sempre com respeito e carinho. A sua partida deixa um vazio na televisão dos brasileiros e marca o fim de uma era na comunicação do país”, acrescentou o presidente, manifestando suas condolências à família, amigos, funcionários e fãs.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil “não perdeu apenas um de seus maiores comunicadores, mas ‘alguém de casa’”. “Quando ligávamos a televisão ele estava sempre lá, como se fosse parte de nossas famílias”, escreveu nas redes sociais. “Com uma voz inconfundível, uma simplicidade cativante e um microfone na lapela, Silvio Santos trouxe alegria para milhões de lares brasileiros. Ao longo das décadas, pudemos testemunhar o fascínio da plateia com sua presença”, lembrou.

O presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, também manifestou pesar pelo falecimento do “nome maior da televisão brasileira”. “A magnitude alcançada pelo carisma, pela versatilidade e pelo talento de Silvio Santos o tornou imprescindível como um dos maiores comunicadores do entretenimento do nosso país”, escreveu, em nota.

Já o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou que Silvio tem uma história de sucesso empresarial que sempre será exemplo. “Deixa marca eterna na comunicação por sua conexão única com o público e que atravessou gerações”, escreveu nas redes sociais.

Silvio Santos estava internado na capital paulista desde o início de agosto. Em nota, o Hospital Israelita Albert Einstein confirmou a morte em decorrência de broncopneumonia após infecção por influenza (H1N1).

O governo de São Paulo decretou luto oficial de sete dias e, em manifestação de pesar, lembrou que o carioca Senor Abravanel escolheu São Paulo para viver desde os anos 1950. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, lamentou a partida “do maior comunicador da história do nosso país”.

“Ser humano querido e profissional tão admirado, Senor Abravanel foi exemplo de vitória e superação e Silvio Santos referencial de carisma e humildade e sinônimo de alegria para os brasileiros que acompanharam seu sorriso na tela do SBT por tantos anos. À família Abravanel, o meu carinho e abraço. O legado de Silvio Santos vai perdurar e sua voz e brilho serão eternos em nossas memórias”, escreveu nas redes sociais.

Artes

A escritora Glória Perez lembrou que “teve o privilégio” de ter Silvio Santos atuando em uma de suas novelas – Carmem, de 1987 – quando uma personagem da trama foi arranjar namorado em outro programa famoso do apresentador, o Namoro na TV. “Silvio Santos é único – no carisma, na alegria, na maestria de comandar um auditório e lidar com crianças”, destacou Glória.

“Nossos domingos nunca mais serão os mesmos. Descanse em paz, Silvio Santos”, escreveu o cantor Gilberto Gil.

A apresentadora Angélica também homenageou o comunicador, lembrando do início da sua carreira no SBT. “Silvio Santos acreditou em mim e me incentivou a ser mais do que apenas uma apresentadora de TV, mas uma verdadeira comunicadora. Ele abriu portas, me deu oportunidades e, por isso, serei eternamente grata. Seu legado viverá para sempre, não só na televisão, mas no coração de todos que tiveram o privilégio de aprender com ele. Obrigada por tudo, Silvio”, escreveu nas redes sociais.

Para a atriz e apresentadora Maisa Silva, “nem nos seus melhores sonhos”, poderia imaginar que “um dos maiores comunicadores da história da nação”, seria seu patrão. “O Silvio deu asas pro meu sonho, que era apresentar um programa de TV. ‘Mas uma criança de 5 anos? Apresentar programa ao vivo? Fazer merchan lendo TP?’ Pra ele, nada disso era impossível. Até poderia ser incomum, mas o Silvio gostava disso. Ele enxergava coisas que as outras pessoas não viam. E sendo nosso patrão, muitas vezes não tinha medo de colocar esses planos em execução”, publicou, manifestando gratidão pelas lições que recebeu.

Apresentador do programa Domingo Legal, do SBT, Celso Portiolli, afirmou que Silvio é uma lenda que deixa um legado eterno. “Fui abençoado em ter tido a oportunidade de aprender e crescer ao lado desse gênio da comunicação, que não só me deu uma chance, mas também me ensinou a sonhar grande. Minha gratidão será eterna, assim como seu impacto em cada lar brasileiro. Aos familiares, amigos e milhões de fãs que, assim como eu, se sentem órfãos neste momento, deixo meus mais profundos sentimentos. Descanse em paz, Silvio Santos. Você é e sempre será o maior”, escreveu.

O grupo Globo, principal concorrente do SBT, também prestou homenagens a Silvio em sua programação e nas redes sociais. Antes de fundar o SBT, o apresentador trabalhou por dez anos na emissora de Roberto Marinho.

Uma homenagem da TV Globo a Silvio Santos, um dos maiores comunicadores do Brasil, que faleceu hoje aos 93 anos. @SBTonline

Fotos: SBT / Acervo Globo pic.twitter.com/kMqZ4tmraM

— TV Globo 📺 (@tvglobo) August 17, 2024

“O Brasil se despede hoje com tristeza de um apaixonado pela comunicação e um dos seus maiores expoentes. Agradecemos ao Silvio tudo que fez pela televisão brasileira e enviamos nosso carinho à família, aos amigos, aos colaboradores e aos fãs”, diz a manifestação da empresa nas redes sociais. “Não dá pra falar da história da televisão brasileira sem lembrar do Silvio Santos. Obrigado por tanto, Silvio! Os domingos serão sempre seus”, destacou o perfil da plataforma Globoplay.

O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Jean Lima, afirmou que a história e o legado de Silvio serão sempre lembrados. “Sílvio Santos escreveu um dos mais importantes capítulos da história da televisão brasileira. Que todo o seu trabalho sirva de exemplo para muitas gerações”, destacou, em nota.

Clubes

Ao longo de sua carreira, o comunicador também cantou marchinhas de Carnaval, umas delas em homenagem ao time de futebol Corinthians, com o nome “Coração Corinthiano”. Diversos clubes, de vários estados do país, manifestaram seu pesar pela morte de Silvio.

“Um dos maiores apresentadores da história do Brasil, Silvio Santos comandou os domingos do SBT por muitas décadas. Sempre irreverente, Silvio nunca escondeu sua paixão pelo Timão. Doutor, eu não me engano, meu coração é corinthiano”, diz publicação do Corinthians nas redes sociais.

“Tricolor de coração, Silvio Santos era fã e exaltava a equipe multicampeã do Fluminense do fim dos anos 1930 ao início dos anos 1940. Tinha como ídolos de infância no futebol Tim, Hércules, Romeu, Russo, Rongo e outros, que formavam o seu time de botão”, escreveu o Fluminense.

Público de todos os perfis lamentam nas redes a morte de Ziraldo

A morte do caricaturista, chargista e escritor Ziraldo neste sábado (6), causou comoção nas redes sociais entre admiradores de todas as idades e dos mais diferentes perfis. Desenhista e criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa diz que perdeu um irmão.

“Que tristeza! Não tenho palavras. Perdi mais que um grande amigo. Perdi um irmão. Das letras, dos traços e da vida! Mas ele estará sempre em meu coração. E nos corações de milhões de brasileiros maluquinhos de todas as idades, que seguirão apaixonados por sua obra. Viva, Ziraldo!”

Desenho de Maurício de Sousa em homenagem a Ziraldo – X/@mauriciodesousa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do pai do Menino Maluquinho. Afirmou que Ziraldo foi um dos maiores expoentes da cultura, da imprensa, da literatura infantil e do imaginário do país. 

“O Menino Maluquinho, seu personagem mais conhecido, povoou mentes e a imaginação de crianças de todas as idades em todas as regiões. Um livro que virou filme, peças, pautou músicas e vem sendo passado de pais para filhos como sinônimo de inocência, curiosidade e beleza, além de um olhar esperançoso em relação aos imensos potenciais do mundo em que vivemos”, disse o presidente.

“São inúmeras e diversas as contribuições de Ziraldo, seja com a Turma do Pererê, em seu trabalho à frente do Pasquim, nos anos da ditadura, em livros inesquecíveis, como Flicts, e num extenso trabalho em revistas e jornais brasileiros. Na defesa da imaginação, de um Brasil mais justo, com democracia e liberdade de expressão. Nesse momento de imensa tristeza, me solidarizo com os familiares, amigos, parentes e fãs de Ziraldo”, acrescentou Lula em rede social.

Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, é partida do escritor é uma perda irreparável. “Ziraldo foi uma fonte de inspiração. Lembro-me do tempo em que participei de uma montagem baiana da peça ‘O Menino Maluquinho’. Tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Obrigada por tudo, Ziraldo. Sua partida deixa um vazio imenso”.

O partido PSol, ao qual Ziraldo foi filiado, também se manifestou nas redes sociais. A logomarca do partido é uma obra do cartunista. “O PSOL recebe com tristeza a notícia da morte de Ziraldo, um dos maiores cartunistas brasileiros e grande artista. Muitos não sabem, mas foi Ziraldo quem criou o sol da nossa logomarca, o que muito nos honra. Mandamos abraços apertados aos familiares e amigos. Descanse em paz”, diz o partido, em rede social.

Ele também foi homenageado pelo time de coração. Pelas redes sociais, o Flamengo se despediu do cartunista. 

“Notório rubro-negro, Ziraldo nos deu o privilégio de traçar nossa história. Em 2012, foi dele a ilustração que representou o centenário do futebol do Flamengo. Ele se intitulava ‘o rubro-negro mais antigo em atividade’. De Caratinga, em Minas Gerais, para o mundo. Ziraldo conquistou a todos nós com carinho e bom humor. E a paixão vermelha-e-preta sempre esteve junto. Seu personagem mais conhecido, o Menino Maluquinho, era Flamengo. Quem disse foi o próprio Ziraldo…”.

É de Ziraldo o livro “O Mais Querido do Brasil em Quadrinhos”. Nele, o cartunista conta a história do clube através de seus traços e também sua própria relação com o Flamengo.

O Brasil está de luto. Um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, Ziraldo nos deixou neste sábado, 6 de abril, com 91 anos. Criador de personagens inesquecíveis, marcou gerações, cativando a imaginação de milhões de brasileiros

Notório rubro-negro, Ziraldo nos deu o… pic.twitter.com/N9Tla0Xrfr

— Flamengo (@Flamengo) April 6, 2024

Parentes lamentam absolvição de PMs no caso da mulher morta em 2014

Parentes  da auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira, que foi arrastada por uma viatura da Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2014, ficaram indignados com a absolvição dos seis policiais militares envolvidos na morte dela. A morte de Claudia completou dez anos no último sábado (16). 

“Eu fiquei sem palavras, sem reação. Difícil, né? Foi injusto. Foi injusto desde o começo. Só repercutiu por causa de uma falha deles, o fato de o corpo dela ter sido arrastado. Se não fosse isso, não iria dar em nada. Só deu por causa da gravação”, disse Thais Ferreira da Silva, um dos quatro filhos de Claudia. 

O caso ganhou notoriedade porque um vídeo flagrou o corpo de Claudia sendo arrastado por cerca de 300 metros por uma viatura da Polícia Militar durante tentativa de socorro no Morro da Congonha, em Madureira, na zona norte.

Um dos três irmãos de Claudia, Júlio Cesar da Silva, disse que já esperava por esse resultado. “A gente até fica revoltado, mas a gente já estava esperando que não ia dar em nada. O tempo que levou isso, dez anos. Os caras já foram promovidos, já foram mudados de batalhão. Não faço nem questão de brigar por nada porque não vai trazer [Claudia] de volta. A gente sabe como é nossa Justiça, quem tem dinheiro tem poder, quem não tem não tem nada”, disse Julio.

A decisão que absolveu os PMs é do juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Alexandre Abrahão Dias Teixeira, e foi tomada no último dia 22 de fevereiro. O processo tratou de duas acusações. Os PMs Rodrigo Medeiros Boaventura e Zaqueu de Jesus Pereira Bueno foram acusados por homicídio, por terem atirado em direção à vítima. À época, ambos chegaram a ser presos.

O juiz entendeu que não houve indícios suficientes sobre a autoria dos disparos que atingiram Claudia. Ela tinha saído de casa para comprar pão quando foi surpreendida por uma troca de tiros entre os dois policiais e traficantes.

Em outra linha de acusação, além dos dois PMs citados, Adir Serrano Machado, Alex Sandro da Silva Alves, Rodney Miguel Archanjo e Gustavo Ribeiro Meirelles eram acusados de fraude processual por terem removido o corpo da vítima do local em que ela foi baleada.

Repercussão

Ativistas também repudiaram a absolvição dos policiais militares. “Estou chocada. Nenhuma responsabilidade [foi] atribuída aos policiais que mataram e arrastaram o corpo de uma mulher negra, mãe e trabalhadora”, reagiu a diretora executiva da organização civil Criola, Lucia Xavier.

A Anistia Internacional no Brasil disse que a notícia traz “tristeza e desalento”. A instituição criticou a decisão do juiz e destacou o uso que ele fez da palavra “erro de execução,” ao citar os tiros que teriam atingido Claudia por engano. Segundo a Anistia, esses erros se “repetem contra as mesmas pessoas e destroem as mesmas vidas, as mesmas famílias”. E que o caso mostra mais uma vez a desumanização da vítima e das pessoas negras.

Artistas e ativistas lamentam morte de artista circense venezuelana

Diversas entidades artísticas e movimentos sociais manifestaram pesar pela morte da artista venezuelana Julieta Hernández Martínez, de 37 anos.  No Brasil desde 2015, ela se apresentava como palhaça Jujuba em diversas partes do país e integrava o grupo de mulheres que viajam de bicicleta Pé Vermei.

O corpo da artista foi encontrado nesse sábado (6) no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas. Julieta viajava em direção à Venezuela para encontrar a família. Ela estava desaparecida desde 23 de dezembro. Amigos e ativistas fizeram uma campanha para tentar localizar a artista. Pelas redes sociais, foi informado que o valor arrecadado será, agora, usado para cobrir os custos do translado do corpo ao país de origem.

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) divulgou uma nota em que lamenta a morte da artista. “É com tristeza e indignação que recebemos a notícia da morte da bonequeira, palhaça, artista e cicloviajante, Julieta Hernandez. Com toda alegria e irreverência, Julieta viajava com sua arte conduzindo crianças e adultos ao mundo circense e por isso, sempre será lembrada. Inquieta em relação à desigualdade de gênero, sua busca por equidade é uma inspiração para todas nós”, declara a presidenta da Fundação, Maria Marighella, no comunicado. A Funarte informa ainda que, junto com o governo do Amazonas, está acompanhando os desdobramentos da investigação e presta apoio à família.

Nas redes sociais, o coletivo Pé Vermei divulgou nota: “Queria poder dizer que Ju se encantou nas estradas de uma forma bem poética, bem Julieta. Mas a verdade é que nossa amiga foi mais uma vítima de feminicídio. Quero agradecer a essa rede todinha que está se mobilizando, foi graças a todo esse movimento coletivo que ela foi encontrada”.

O grupo de palhaçaria feminista Circo di SóLadies também expressou pesar pela perda da artista. “Jujuba, infelizmente não encontramos você a tempo. Tudo isso nos mostra o quanto somos pequenos diante de tamanha brutalidade. Mas você, com sua gigante grandeza contida em seu nariz, nos ensinou que é preciso ter a coragem para seguir pedalando. Nos resta a memória do seu sorriso e sua vontade de viver”, diz a nota publicada na rede Instagram.

O Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) relembrou encontro com Julieta há um ano e resgatou memórias envolvendo a artista. “Era uma sexta-feira, dia 21 de janeiro de 2022 a noite quando encontramos na rodoviária de Picos – Piauí uma mulher chamada Alegria, Riso, Solidariedade e Liberdade, seu nome Julieta Hernandez que com a magia popular da palhaçaria se transformava na Mis Jujuba palhaça, cicloativista e bonequeira”.

O MPA destaca ainda que os indícios apontam para que a artista foi vítima de feminicídio. “Que nossa Floresta Amazônica possa ecoar o riso, a alegria e a liberdade de toda mulher que se sonha livre. Por nossas mortas nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de lutas”, acrescenta.

Personalidades lamentam morte de Carlos Lyra

Personalidades usaram as redes sociais para lamentar a morte do cantor e compositor Carlos Lyra e homenageá-lo. Um dos grandes nomes da bossa nova, o artista morreu na madrugada deste sábado (16), no Rio de Janeiro, aos 90 anos.

O cantor, compositor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Gilberto Gil escreveu na rede social X (antigo Twitter) que Lyra deixa um “legado extraordinário”.

“Um forte abraço em toda a família e amigos”, confortou Gil, que publicou ainda o vídeo em que canta Saudade Fez um Samba, de Lyra e Ronaldo Bôscoli, interpretada por ele na última quinta-feira (14) na ABL, no Rio de Janeiro.

Apoio contra a ditadura

O também cantor e compositor Ivan Lins escreveu no X que “O Brasil, e mais precisamente, o Rio, perde hoje um dos pais da bossa nova. #CarlosLyra, inovador e incrível harmonizador e melodista, nos deixa aqui, neste planeta, com sua obra lapidar”.

Lins lembra um período no começo dos anos 1970, durante a ditadura militar, quando recebeu apoio de Lyra contra a opressão do regime.

“Na época em que eu era patrulhado por causa da canção O amor é o meu país, ele me abriu as portas de sua casa e me ofereceu seu mais incondicional apoio. Mesmo tendo um irmão, na Marinha, que fazia parte do SINEMAR, serviço secreto da marinha, que atuava nos mesmos moldes do DOPS [Departamento de Ordem Política e Social – órgão repressor]”.

Lins diz ainda que ficou muito amigo de Lyra, a quem chama de um dos seus gurus musicais.

Resistência

O conjunto da obra de Carlos Lyra, ou simplesmente Carlinhos, como era chamado por Vinicius de Moraes, abrange músicas de protesto. Um exemplo é A Canção do Subdesenvolvido. “A mais executada e foi proibidíssima”, lembrou ele em entrevista à Agência Brasil em 2009.

“O povo brasileiro tem personalidade/ não se impressiona com facilidade/ embora pense como desenvolvido”, criticava a letra.

O teor político de algumas canções fez com que Lyra optasse por um exílio voluntário entre 1964 e 1971.

“Eu tive problema depois do golpe por causa dessas canções. Elas foram proibidas de tocar nas rádios e nos lugares pelos militares e valeu uma ‘perseguiçãozinha’ contra mim também. Se eu não tivesse me exilado, eu teria sido preso com certeza para interrogatório. Antes que acontecesse alguma coisa, peguei minha trouxa e fui morar na matriz, logo nos Estados Unidos, junto aos donos do Brasil que era menos perigoso”, ironiza.

Estudantes

Lyra teve ligação também com a história da União Nacional dos Estudantes (UNE). A organização usou o X para se despedir e lembrar a atuação do músico. “O dia de hoje é de luto para os estudantes”, publicou.

“Lyra foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura em 1961, o CPC da UNE, que reuniu artistas de várias linguagens que viam na cultura o espaço ideal para propagar conscientização política e construir uma arte nacional, popular e democrática.”

O hino da UNE é fruto de uma parceria entre Lyra e Vinicius de Moraes. “Nosso hino é nossa bandeira. O nosso muito obrigado em nome das gerações de estudantes brasileiros que ele inspirou e vai continuar inspirando”, publicou o perfil.

Identidade carioca

Prefeito da cidade onde Lyra nasceu, Eduardo Paes manifestou no X que a morte do cantor é uma “perda para a cultura brasileira”.

“Seu legado é imenso e suas composições na bossa nova marcaram várias gerações ao redor do mundo. Lyra foi fundamental na construção da identidade carioca e brasileira”, completou.

O baterista João Barone, da banda Paralamas do Sucesso, foi mais um entre personalidades e anônimos que se despediram de Carlos Lyra nas redes sociais.

“Mais um dos arquitetos da bossa nova partiu, Carlos Lyra, um dos caras mais elegantes da nossa música”, lamentou.

Personalidades lamentam morte de Carlos Lyra

Personalidades usaram as redes sociais para lamentar a morte do cantor e compositor Carlos Lyra e homenageá-lo. Um dos grandes nomes da bossa nova, o artista morreu na madrugada deste sábado (16), no Rio de Janeiro, aos 90 anos.

O cantor, compositor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Gilberto Gil escreveu na rede social X (antigo Twitter) que Lyra deixa um “legado extraordinário”.

“Um forte abraço em toda a família e amigos”, confortou Gil, que publicou ainda o vídeo em que canta Saudade Fez um Samba, de Lyra e Ronaldo Bôscoli, interpretada por ele na última quinta-feira (14) na ABL, no Rio de Janeiro.

Apoio contra a ditadura

O também cantor e compositor Ivan Lins escreveu no X que “O Brasil, e mais precisamente, o Rio, perde hoje um dos pais da bossa nova. #CarlosLyra, inovador e incrível harmonizador e melodista, nos deixa aqui, neste planeta, com sua obra lapidar”.

Lins lembra um período no começo dos anos 1970, durante a ditadura militar, quando recebeu apoio de Lyra contra a opressão do regime.

“Na época em que eu era patrulhado por causa da canção O amor é o meu país, ele me abriu as portas de sua casa e me ofereceu seu mais incondicional apoio. Mesmo tendo um irmão, na Marinha, que fazia parte do SINEMAR, serviço secreto da marinha, que atuava nos mesmos moldes do DOPS [Departamento de Ordem Política e Social – órgão repressor]”.

Lins diz ainda que ficou muito amigo de Lyra, a quem chama de um dos seus gurus musicais.

Resistência

O conjunto da obra de Carlos Lyra, ou simplesmente Carlinhos, como era chamado por Vinicius de Moraes, abrange músicas de protesto. Um exemplo é A Canção do Subdesenvolvido. “A mais executada e foi proibidíssima”, lembrou ele em entrevista à Agência Brasil em 2009.

“O povo brasileiro tem personalidade/ não se impressiona com facilidade/ embora pense como desenvolvido”, criticava a letra.

O teor político de algumas canções fez com que Lyra optasse por um exílio voluntário entre 1964 e 1971.

“Eu tive problema depois do golpe por causa dessas canções. Elas foram proibidas de tocar nas rádios e nos lugares pelos militares e valeu uma ‘perseguiçãozinha’ contra mim também. Se eu não tivesse me exilado, eu teria sido preso com certeza para interrogatório. Antes que acontecesse alguma coisa, peguei minha trouxa e fui morar na matriz, logo nos Estados Unidos, junto aos donos do Brasil que era menos perigoso”, ironiza.

Estudantes

Lyra teve ligação também com a história da União Nacional dos Estudantes (UNE). A organização usou o X para se despedir e lembrar a atuação do músico. “O dia de hoje é de luto para os estudantes”, publicou.

“Lyra foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura em 1961, o CPC da UNE, que reuniu artistas de várias linguagens que viam na cultura o espaço ideal para propagar conscientização política e construir uma arte nacional, popular e democrática.”

O hino da UNE é fruto de uma parceria entre Lyra e Vinicius de Moraes. “Nosso hino é nossa bandeira. O nosso muito obrigado em nome das gerações de estudantes brasileiros que ele inspirou e vai continuar inspirando”, publicou o perfil.

Identidade carioca

Prefeito da cidade onde Lyra nasceu, Eduardo Paes manifestou no X que a morte do cantor é uma “perda para a cultura brasileira”.

“Seu legado é imenso e suas composições na bossa nova marcaram várias gerações ao redor do mundo. Lyra foi fundamental na construção da identidade carioca e brasileira”, completou.

O baterista João Barone, da banda Paralamas do Sucesso, foi mais um entre personalidades e anônimos que se despediram de Carlos Lyra nas redes sociais.

“Mais um dos arquitetos da bossa nova partiu, Carlos Lyra, um dos caras mais elegantes da nossa música”, lamentou.