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Brasil e Itália reforçam laços históricos e discutem situação da Enel

Em encontro com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que ocupa atualmente a presidência do G7, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou a aliança e a ligação profunda entre os dois países. Meloni destacou os 800 mil cidadãos italianos e 30 milhões de descendentes de italianos que vivem no Brasil, quase 20% da população brasileira.

A empresa Enel, que tem participação do governo italiano, foi um dos temas debatidos no Forte de Copacabana, e Lula pontuou a necessidade de melhoria nos serviços prestados pela concessionária, duramente criticados no último ano em São Paulo, onde ao menos três apagões atingiram a região metropolitana no período.  

Meloni lembrou que as empresas italianas têm planos de investir no Brasil 40 bilhões de euros, reafirmando o interesse na atualização dos acordos de parceria e cooperação econômica entre os dois países, principalmente nas pautas de desenvolvimento, transição energética e segurança alimentar. 

Participaram da reunião os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira; da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; da Agricultura, Carlos Fávaro, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Também participou o assessor especial para assuntos internacionais Celso Amorim.

Encontros

Os encontros não se resumiram ao parceiro europeu. Mais cedo, o presidente se encontrou com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim. As discussões foram em torno do lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, previsto para esta segunda-feira (18), e sobre a importância da nação sul-asiática na área de semicondutores. 

É a primeira vez que o primeiro-ministro visita o Brasil. Ibrahim ressaltou no encontro que o presidente Lula talvez não saiba, mas tem muitos admiradores na Malásia, pelo seu significado na área da justiça social e por sua tenacidade. Os dois líderes também falaram de apoio à posição brasileira de reforma na governança global.

O presidente Lula e ministros também tiveram reunião bilateral com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Sheikh Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, chefe da delegação dos Emirados Árabes, que participará como país convidado da reunião do G20.

As discussões giraram em torno da assinatura de acordos de cooperação e investimento em energia e infraestrutura. Houve, ainda, conversas sobre a reforma da governança global e sobre cooperação econômica e ampliação dos laços entre os dois países.

Ainda esta tarde, ocorreu o encontro do presidente Lula com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O tema da reunião foi o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

Raicca Ventura conquista Mundial de skate park na Itália

A brasileira Raicca Ventura fez história no último domingo (22) ao conquistar o título do Mundial de skate park disputado em Roma (Itália). Esta foi a primeira vez que uma atleta do Brasil fica no lugar mais alto do pódio em um evento de Park homologado pela federação internacional.

“Acabei de pegar a medalha e o troféu de primeiro lugar. Não dá nem para explicar a sensação. Estou muito feliz e grata. Agradeço primeiramente a Deus e também a todo mundo que me ajudou e acreditou no meu potencial. E agradeço também aos meus pais, que estão aqui”, declarou Raicca Ventura logo após a cerimônia de premiação.

A brasileira garantiu o título mundial ao somar o total de 93,73 pontos em sua segunda volta. Já a prata ficou com a japonesa Hinano Kusaki (91,44 pontos), enquanto o bronze foi garantido pela espanhola Naia Laso (90,14).

Dobradinha no masculino

Já no masculino o Brasil garantiu uma dobradinha, com Augusto Akio somando 93,53 pontos para ficar com o ouro e Pedro Barros chegando aos 90,72 pontos para garantir a prata. O dinamarquês Viktor Solmunde (90,58) conquistou o bronze.

“A sensação é de força, de resiliência. Somos um povo muito lindo por natureza e conseguimos mostrar isso aqui no Mundial, um dos eventos mais difíceis. Tínhamos quatro brasileiros na final, brasileiros representando o evento inteiro. A Rayssa levou no street. Tenho certeza de que podemos passar essa mensagem, essa inspiração de resiliência, de que você pode, basta sonhar, basta acreditar e amar muito o que você está fazendo e as pessoas ao seu redor, porque elas vão te levar lá”, afirmou Pedro Barros.

Brasil é superado pela Itália na estreia do vôlei masculino em Paris

A seleção brasileira masculina de vôlei tropeçou diante da campeã mundial Itália na estreia da fase de grupos da Olimpíada de Paris na manha deste sábado (27), na Arena Paris Sul. O Brasil chegou a ter vantagem nos dois primeiros sets, mas oscilou em momentos decisivos, principalmente com erros no saque e bloqueio, e acabou superado por 3 sets a 1 (parciais de 23/25, 25/27, 25/18 e 21/25), na partida do Grupo B.

Foi o primeiro revés dos brasileiros na estreia dos Jogos desde a edição da Olimpíada de Atlanta (1996). A seleção, comandada pelo técnico Bernardinho volta à quadra na quarta-feira (31), contra a campeã europeia Polônia, às 4h (horário de Brasília).

A seleção masculina 🇧🇷 foi superada pela Itália 🇮🇹, por 3 sets a 1 (23/25, 25/27, 25/18, 21/25), na estreia dos Jogos Olímpicos.

Darlan foi o maior pontuador do jogo, com 25 acertos.

📸 Alexandre Loureiro/COB#vôlei #VôleiEmParis2024 #JogosOlímpicos #Paris2024 pic.twitter.com/VvG8z3inLw

— Vôlei Brasil (@volei) July 27, 2024

“Não é a melhor maneira, mas tem um caminho longo. Sabemos que o mais importante agora é o próximo passo, que é o jogo com a Polônia. Um pouco de frustração de saber a possibilidade de vencer os dois primeiros sets. Mas não temos tempo para lamentar”, disse Lucarelli, ponteiro da seleção, em depoimento ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), após o jogo.

Apesar da derrota, o maior pontuador da partida foi o oposto brasileiro Darlan, estreante em Olimpíadas, com 25 pontos. Do lado italiano, quem mais marcou foi Yuri Romano, que anotou 20 pontos. O Brasil está em Paris com Bruninho, Cachopa, Adriano, Lucarelli, Lukas Bergmann,  Alan, Darlan, Flávio, Isac, Lucão, Thales, Honorat, e Leal  – este último lesionou a panturrilha e não entrou em quadra neste sábado (27).

O torneio em Paris 2024 reúne 12 equipes, divididas em três grupos com quatro seleções. As duas duas melhores em cada chave avançam às quartas de final, assim como as duas equipes melhores terceiras colocadas.

“O jogo é daqui quatro dias, precisamos focar em adaptar o horário. Sabemos de coisas que precisamos adaptar e ajustar. Todo jogo tem pressão. Olimpíada sempre tem do primeiro até o final. Time que quer ganhar tem que saber que terá isso. Quem vem sem pressão é porque não tem expectativa. Nós mesmos acreditamos no nosso potencial. A pressão positiva vem de nós”, concluiu Lucarelli.
 

O Brasil busca o tetracampeonato olímpico em Paris. O país foi campeão nas edições de Barcelona (1992), Atenas (2004) e na Rio 2016. Nos Jogos de Pequim (2008), a seleção chegou à final, mas foi superada pelos Estados Unidos, e amealhou a primeira prata. A segunda viria quatro anos depois, quando sofreu revés da Rússia na decisão do ouro. Na última edição dos Jogos (Tóquio 2020), o Brasil terminou na quarta posição, após perder a disputa do bronze para a Argentina.

Próximos jogos do Brasil

Quarta-feira (31)

4h – Brasil x Polônia

Sexta-feira (2 de agosto)

8h – Brasil x Egito

Brasil e a Itália convergem em questões mundiais, diz Mattarella

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, em palestra no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, disse, nesta quinta-feira (18), que o seu país e o Brasil têm valores semelhantes e defendem posições convergentes em questões mundiais como o estado de direito e a democracia.

“Os fundamentos do diálogo são os valores que pertencem aos nossos dois povos. O amor pela liberdade, o impulso por uma sociedade justa e inclusiva, a proteção oferecida pelo estado de direito e a democracia. O Brasil é um dos maiores protagonistas do panorama das democracias mundiais”, afirmou.

“No mundo de hoje, digamos a verdade, a democracia não está com boa saúde. Isso nos interessa e nos preocupa, porque está em jogo o bem do homem. Essas não são palavras minhas. Quem as pronunciou poucos dias atrás, com a eficácia da comunicação que o caracteriza, foi o papa Francisco, o primeiro pontífice da história proveniente da América do Sul”, acrescentou.

Em mais uma etapa da sua agenda em visita ao Brasil, o representante italiano afirmou que o Brasil é um parceiro ideal para a discussão de temas abertos a todos sem posicionamento ideológico ou geopolítico.

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, em palestra na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Foto – Tomaz Silva/Agência Brasil

Para Mattarella, em 2024, foram confiadas às duas nações responsabilidades especiais. Enquanto o Brasil lidera o G20, a Itália preside o G7.

“São fóruns intergovernamentais que proporcionam oportunidade de diálogo sobre questões fundamentais para nosso planeta, para o desenvolvimento de plataformas que unam.”

Segundo Mattarella, na cúpula do G7 a Itália alargou o diálogo sobre as prioridades, convidando países de todas as regiões do mundo. Nas conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta semana, em Brasília, disse que teve oportunidade de apreciar as características e prioridades que o Brasil definiu para sua presidência no G20.

“Colocar ênfase na inclusão social, no combate à pobreza e à fome, no desenvolvimento sustentável, na transição energética, na necessidade de uma tributação justa nas atividades econômicas geradoras de imensos lucros, na reforma da governança global, é prova tangível, se fosse necessário buscaria outras, do alcance global da política externa do Brasil”.

Para Mattarella, o mundo vive um momento que exige diálogo e troca de ideias. “Observo com grande satisfação que existe uma ampla sintonia entre as presidências do G7 e do G20. Um desalinhamento acentuado entre estes dois grupos tão importantes para o debate internacional teria sido um erro imperdoável repleto de consequência”.

“A Itália observa com grande admiração o trabalho iniciado pela presidência brasileira no sentido de alcançar o objetivo de lançar a aliança global contra a fome e a pobreza na cúpula do G20 em novembro. A Itália apoia totalmente essa iniciativa e está pronta a colaborar em todos os níveis”, completou.

Segundo o presidente italiano, a crise climática e os conflitos acentuaram o sofrimento de centenas de milhares de pessoas que estão à beira da fome ou não têm acesso à dieta saudável. Muitas foram obrigadas a fugir de seus países por questão de sobrevivência.

“Primeiro a pandemia, depois a proliferação de conflitos, principalmente na Ucrânia. Tudo isso levou a um número acentuado de pessoas desnutridas, com 120 milhões de pessoas a mais do que tínhamos em 2019. O Brasil, a Itália, a América Latina e a Europa podem colaborar em nível multilateral e podem dar vida também a iniciativas trilaterais com países africanos para construir sistemas alimentares mais sustentáveis e produtivos”, observou.

Transição verde

O presidente defendeu uma transição energética concreta, pragmática, sustentável e eficaz. Acrescentou que por muito tempo a questão ambiental e das mudanças climáticas foi enfrentada de forma inadequada pela comunidade global. “As consequências são sempre terríveis, como pude constatar com grande tristeza ao visitar o Rio Grande do Sul. Se quisermos deixar às gerações futuras um planeta em que as gerações futuras possam viver e prosperar em paz, todos temos que fazer um progresso decisivo e conjunto”.

Migração

O chefe de Estado italiano agradeceu a amizade e a cordialidade com que tem sido recebido no país, incluindo a filha e a delegação que o acompanha. Ele acrescentou que a sua vinda ocorre 24 anos após a última visita de um presidente italiano ao Brasil.

“Vinte e quatro anos após a visita do presidente Ciampi [Carlo Azeglio], eu queria fazer uma viagem que me permitisse vivenciar diferentes aspectos da realidade deste país, ir a Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Porto Alegre. Esta última dramaticamente afetada pelas enchentes das últimas semanas, é um privilégio que me permite apreciar a multifacetada e rica variedade do Brasil. Cada etapa expressa um perfil diferente da identidade profunda deste país de dimensões continentais. Um país gigante por sua própria natureza, como diz o hino nacional brasileiro”, comentou.

“Agradecemos ao parlamento brasileiro por ter estabelecido a data de 21 de fevereiro como o dia do migrante italiano, disse Sergio Mattarella. Foto – Tomaz Silva/Agência Brasil

Mattarella classificou as relações de amizade entre os dois países como um patrimônio comum alimentado pelos mais de 800 mil italianos que vivem aqui e da maior comunidade do mundo de ítalo-descendentes, pessoas que desempenharam um papel ativo na construção do Brasil de hoje, do seu desenvolvimento e da sua prosperidade.

“Agradecemos ao parlamento brasileiro por ter estabelecido a data de 21 de fevereiro como o dia do migrante italiano. Tudo isso em memória do desembarque em Vitória em 1874 de uma centena de italianos que deixaram Genova a bordo do vapor La Sofia. Trouxeram poucos vens mas foram movidos pela aspiração de querer participar do desafio de moldar um país. Pessoas dispostas a se integrarem e com a determinação de alcançar com seu próprio trabalho uma vida melhor. Essa terra generosa ofereceu-lhes hospitalidade e oportunidades e por isso tem a gratidão da Itália”, relatou.

Para o chefe de Estado italiano, o aniversário em 2024 dos 150 anos de migração para o Brasil representa um momento significativo na relação entre os dois países e leva a refletir sobre a indivisibilidade dos destinos humanos. Na visão dele, este aspecto deve ser valorizado juntamente a outras nações europeias perante o desafio do acolhimento que o atual fenômeno migratório coloca a essas sociedades.

Discurso denso

De acordo com o embaixador e conselheiro emérito do Cebri, Rubens Ricupero, que participou do encontro, o presidente italiano fez um discurso muito denso em que examinou a conjuntura internacional atual com as grandes ameaças, além de mostrar que há vários pontos em comum com maneira do Brasil ver a relação internacional.

 Embaixador e conselheiro emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais do Cebri, Rubens Ricupero. Foto- Tomaz Silva/Agência Brasil

“As posições que ele expôs são muito coincidentes com a diplomacia brasileira. Houve uma convergência muito grande”, disse, lembrando que é fruto da imigração italiana destacada por Mattarella na palestra.

Para o embaixador e conselheiro emérito do Cebri, Marcos Azambuja, as convergências entre o Brasil e a Itália são tão óbvias que é preciso apenas os dois países continuarem no caminho que seguem. Azambuja defendeu o que chamou de uma diplomacia de proximidade com mais contatos pessoais entre os líderes mundiais. “O afeto vem do convívio. Nós temos que nos ver mais. Ele agora vai levar do Brasil para a Itália imagens que não teria se não fosse a presença física aqui. Diplomacia é feita de proximidade. Tem de encontrar o outro. Tocar o outro e estabelecer uma relação de fraternidade.”

O embaixador e conselheiro emérito do Cebri, Marcos Azambuja em palestra. Foto – Tomaz Silva/Agência Brasil

O embaixador concordou com a referência do presidente italiano sobre a linha definida pela liderança do Brasil no G20. “Ele elogiou porque é uma visão construtiva. O Brasil não quer nenhuma coisa que crie rupturas. O mundo já está com dois conflitos sérios na Ucrânia e em Gaza. O Brasil quer fortalecer a paz. O Brasil não é sócio da guerra. O Brasil não ganha com a guerra. Ganha com o comércio e investimento no turismo. O Brasil é um país comprometido dom a paz”, disse à Agência Brasil, após o encontro.

Presidente da Itália abre exposição dos 150 anos da imigração italiana

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, visita nesta quinta-feira (18), às 18h30, a Biblioteca Nacional (BN), no Rio de Janeiro, vinculada ao Ministério da Cultura. A última visita de um chefe de estado estrangeiro à instituição ocorreu há 40 anos, quando Léopold Sédar Senghor, então presidente do Senegal, esteve no Brasil, em 1984.

Mattarella será recebido pelo presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, e irá inaugurar, presencial e também virtualmente, a exposição Rio: Nova Roma – Alianças Culturais – 150 anos da imigração italiana, montada no saguão da BN especialmente para a visita e que permanecerá acessível de forma virtual no site da BNDigital.

Presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Lucchesi ressaltou que a exposição marca os 150 anos da primeira leva migratória que ocorreu em 1874. “É o momento em que se comemora, de fato, essa relação tão importante do ponto de vista cultural, artístico, científico, entre Brasil e Itália. A Biblioteca Nacional tem, a seu favor, peças importantíssimas dessa história”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Jornais

A primeira parte da exposição ressalta quase uma centena de jornais escritos e publicados no Brasil pela comunidade italiana, de característica abrangente e ecumênica, publicações anarquistas, socialistas, católicos, destacou Lucchesi. “São jornais que guardam um grande tesouro, porque tratam da história do Brasil, de debates importantíssimos, os anarquistas, por exemplo, que tiveram papel fundamental nas greves de 1917”.

O presidente da Fundação Biblioteca Nacional afirmou que há, nos textos, uma grande leitura do Brasil feita por olhos estrangeiros e, ao mesmo tempo, com um italiano que vai obtendo inúmeras variações. “Porque muitas dessas páginas são escritas em um italiano que os próprios italianos ainda não dominam porque a Itália foi unificada há pouco tempo nesse período. Então, nós temos um importante laboratório de língua para os próprios italianos: a participação dos dialetos, a miscigenação da língua brasileira com a italiana”. Do ponto de vista linguístico, essa é uma grande riqueza, tanto para o Brasil, como para a Itália, acentuou Lucchesi.

Ele salientou ainda, referindo-se aos jornais italianos, que uma parte do Modernismo brasileiro é fruto dessa língua misturada do italiano e português. “Há um livro de poemas jocoso, muito famoso e apreciado por Mário de Andrade, que se chama La Divina Increnca. É um livro importante que vem dessa presença italiana no Brasil que vai desde La Divina Increnca até Anarquistas Graças a Deus, de Zélia Gattai, só para citar dois exemplos”.

Renascimento

Lucchesi comentou que a segunda parte da mostra possui grande riqueza ao tratar de um livro do frade franciscano e matemático italiano Luca Pacioli, ilustrado por Leonardo da Vinci. “É uma raridade que nós temos na BN”. Seguem-se incunábulos e livros antigos que foram impressos desde o Renascimento italiano.

Em um segundo momento, poderão ser vistas as gravuras e desenhos da Escola Italiana de Desenhos, englobando grandes nomes e tradições de escolas da Itália. Esse material faz parte da coleção Costa e Silva, que foi adquirida ainda no século 19, na cidade de Bolonha, com a escola de Vasari, Guercino, Annibale Carracci, Guido Reni. O final da exposição reúne gravuras do arquiteto Piranesi. “Vai ser um momento de grande emoção, porque são gravuras imensas, guardadas na iconografia”.

No dia 4 deste mês, a fachada da Biblioteca Nacional foi iluminada com as cores da bandeira da Itália, em celebração aos 150 anos de imigração italiana no Brasil. A iluminação foi acionada remotamente de Roma pela princesa Elettra Marconi, filha de Gugliemo Marconi, da mesma sala de onde o inventor italiano iluminou a estátua do Cristo Redentor, em 1931.

Parceria

Marco Lucchesi informou ainda que desde o início deste ano vem conversando com a Biblioteca Nacional de Florença sobre a possibilidade de um memorando de cooperação entre as duas instituições.

“Nós vamos estudar a melhor forma de participação. É uma biblioteca muito importante, extremamente rica, e estamos estudando a melhor forma de fazermos troca de experiência”, informou.

A Biblioteca Nacional é a maior biblioteca da América Latina e uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Presidente da Itália, Sergio Mattarella, chega ao Brasil neste domingo

O presidente da República da Itália, Sergio Mattarella, chega neste domingo (14) ao Brasil para uma visita de cinco dias. Na primeira viagem de um chefe de Estado italiano ao país em 24 anos, os destaques serão o aniversário de 150 anos da imigração italiana no Brasil e o diálogo entre dois grandes fóruns multilaterais, já que o Brasil preside o G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta) e a Itália, o G7 (grupo dos sete países democráticos mais ricos).

Outros temas de interesse são o acordo Mercosul–União Europeia, o enfrentamento às mudanças climáticas, a transição energética, o combate à fome e à desigualdade e a proposta brasileira de taxação de super-ricos, carro-chefe da presidência brasileira no G20. A visita ocorre em caráter de reciprocidade. Em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou à Itália, onde o Brasil participou, como convidado, da reunião do G7.

Também está previsto que Mattarella assine a renovação do acordo sobre o reconhecimento recíproco de carteiras de habilitação. Está prevista também a assinatura de memorandos de entendimento entre a Universidade de Turim e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além de Brasília, o presidente italiano visitará o Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

A visita de Mattarella ocorre em um momento de reaproximação entre os dois países. No fim dos anos 2000, Brasil e Itália enfrentaram tensões no processo de extradição do terrorista Cesare Battisti, além de divergências em pontos de vista sobre as guerras na Ucrânia e em Faixa de Gaza.

O processo de reconhecimento da cidadania italiana de brasileiros descendentes de imigrantes é outro foco de tensões. Nos últimos meses, houve denúncias de irregularidades em processos de reconhecimento e reclamações de prefeituras italianas de excesso de processos judiciais de brasileiros.

A reaproximação, no entanto, tem mais efeito simbólico e diplomático. Isso porque, no regime parlamentarista italiano, o presidente da República tem papel simbólico em vários assuntos. Desde 2022, o país é governado por uma coalizão de direita e de extrema-direita comandada pela primeira ministra Giorgia Meloni. A Itália, por exemplo, não apoia a proposta de taxação dos super-ricos.

Programação

A visita começa em Brasília, onde o presidente italiano desembarca neste domingo à noite. Na segunda-feira (15), Mattarella e Lula terão uma reunião de trabalho às 10h30. Os dois assinarão atos conjuntos e darão declarações à imprensa. Em seguida, almoçarão no Itamaraty.

Na terça-feira (16), Mattarella irá ao Rio Grande do Sul, um dos principais redutos de imigrantes italianos no Brasil, onde levará uma mensagem de solidariedade à população afetada pelas enchentes no estado. Segundo a Embaixada da Itália no Brasil, o país europeu enviou mais de 25 toneladas de itens de ajuda humanitária e de equipamentos ao estado.

Acompanhado do governador Eduardo Leite e do presidente Lula, Mattarella visitará o Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas. Existe a possibilidade de que o presidente italiano visite a cidade de Santa Tereza, no vale do Rio Taquari, um dos municípios mais afetados pelas chuvas.

Na quarta-feira (17), o presidente italiano estará em São Paulo. Na capital paulista, visitará o Museu da Imigração e a organização Arsenal da Esperança, administrada pelo Serviço Missionário Jovem de Turim, que fornece ajuda à população sem-teto. Às 16h, ele se reunirá com cerca de 200 representantes da comunidade italiana no Circolo Italiano San Paolo.

Na quinta-feira (18), Mattarella irá ao Rio de Janeiro, onde discursará no Centro Brasileiro de Relações Internacionais. Na sexta-feira (19), o chefe de Estado italiano encerra a viagem em Salvador, com uma visita à Comunidade Franciscana de Betânia.

Economia

A Itália tem cerca de 1 mil empresas italianas que geram 150 mil empregos diretos no Brasil, mas as relações podem se expandir. Em 2023, a Itália ficou em 18º lugar entre os principais investidores estrangeiros no Brasil, segundo o Banco Central (BC) brasileiro. No ano passado, as empresas italianas investiram US$ 319 milhões no país, contra US$ 2,492 bilhões das empresas da Espanha, o quarto maior investidor no Brasil no mesmo período.

As trocas comerciais entre os dois países também têm potencial de aumento. De janeiro a junho deste ano, o Brasil importou US$ 870,4 milhões a mais do que exportou para a Itália. O país europeu foi apenas o 14º maior destino das mercadorias brasileiras e ficou em 6º lugar no ranking de importações.

As vendas para a Itália são dominadas pelas commodities (bens primários com cotação internacional), com as compras lideradas por produtos manufaturados. Nas exportações, os principais produtos vendidos para a Itália no primeiro semestre foram celulose, café não torrado e soja.

Nas importações, os principais destaques foram medicamentos (veterinários e não veterinários), partes e acessórios de veículos, produtos industrializados e máquinas para a indústria.

Presidente Lula vai à Itália para participar da Cúpula do G7

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta semana da Cúpula do G7, reunião de líderes das sete maiores economias do mundo. O evento ocorre de 13 a 15 de junho, em Borgo Egnazia, na região da Puglia, no sul da Itália. A presença de Lula é a convite da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Até 2014, a Rússia integrava o grupo, que era conhecido como G8, no entanto, foi expulso devido à anexação da Crimeia, até então vinculada à Ucrânia. As cúpulas do G7 costumam contar ainda com a presença de países convidados.

Antes de chegar à cidade italiana, o presidente fará uma parada em Genebra, na Suíça, para participar da conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que começou no dia 3 e segue até 14 de junho.

Essa é a oitava vez que Lula participa da Cúpula do G7. As seis primeiras ocorreram nos dois primeiros mandatos, entre os anos de 2003 e 2009. E, desde então, o Brasil não comparecia a um encontro do grupo. A sétima participação do presidente brasileiro foi no ano passado, na cúpula em Hiroshima, no Japão.

Desde o ano passado, o governo brasileiro vem mantendo diálogo com as autoridades italianas, já que, este ano, Brasil e Itália estão, respectivamente, nas presidências rotativas do G20 e do G7. O G20 reúne 19 das maiores economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana.

No G7, Lula deve defender as agendas do Brasil no G20: a inclusão social e a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza; o enfrentamento das mudanças climáticas, com foco na transição energética, e a promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental; e a defesa da reforma das instituições de governança global, que reflita a geopolítica do presente.

A tributação global de 2% da renda dos super-ricos também está na pauta do Brasil na presidência do grupo. A proposta foi apresentada pela primeira vez em fevereiro, na reunião dos ministros de Finanças e presidentes do Bancos Centrais do G20, em São Paulo. Em abril, em nova reunião do G20 nos Estados Unidos, Haddad disse que espera um acordo até novembro.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viajou para a Itália e debateu o tema com o Papa Francisco. A taxação de até 2% dos rendimentos das maiores fortunas do planeta é vista como oportunidade de reduzir a desigualdade social e combater os efeitos das mudanças climáticas. Recentemente, Haddad disse que a proposta está ganhando a adesão de diversos países e que pode entrar como recomendação das reformas propostas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Liga das Nações: Brasil arranca vitória diante da Itália e segue 100%

Uma vitória com gosto de superação. A seleção brasileira feminina de vôlei travou uma batalha de tirar o fôlego na madrugada deste sábado (1º) até derrotar a Itália por 3 sets a 2, mantendo a invencibilidade na Liga das Nações de Vôlei, em Macau (China).

As brasileiras saíram na frente, mas depois oscilaram, permitindo que as adversárias liderassem o placar por 2 sets a 1. Na quarta parcial, o Brasil se reequilibrou e mudou a história do jogo. Arrancou o empate e selou uma vitória de virada no tie-break (quinto e decisivo set). As parciais da partida foram de 26/24, 25/27, 18/25, 25/19 e 15/10.As brasileiras voltam a jogar às 5h (horário de Brasília) deste domingo (2), contra a seleção da Tailândia, última partida da segunda semana de LNV.

A melhor em quadra foi a oposta italiana Egonu, que garantiu 29 pontos, 25 deles só no ataque. Do lado brasileiro, Ana Cristina se sobressaiu com 22 pontos, seguida por Rosamaria (17) e a capitã Gabi (13). A melhor bloqueadora da partida no bloqueio foi a brasileira Ana Carolina, a Carolana, que anotou bloqueios.

“O jogo foi muito diícil, decidido nos detalhes”, admitiu Rosamaria, após o triunfo, em declaração à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). “Foi muito importante essa vitória, muito significativa na nossa crescente. Eu acho que a gente ainda pode melhorar muito, mas saio muito feliz hoje, pela forma que a gente se comportou nos momentos mais simples e nos mais compllicados. A gente não parou de brigar em nenhum momento e é assim que a gente tem de seguir em todos os jogos”, analisou a ponteira.

Rosamaria marcou 19 pontos na vitória da seleção feminina contra a Itália na Liga das Nações. 👏👏👏 pic.twitter.com/mxysX0l0xX

— Vôlei Brasil (@volei) June 1, 2024

Com a sétima vitória consecutiva na LNV a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, já assegurada na Olimpíada de Paris, ocupa a vice-liderança na classificação geral, com 19 pontos, atrás da também invicta Polônia, com 21. Já a Itália, que ainda briga por vaga olímpica, está em quinto lugar, com 16 pontos. A LNV reúne as 16 seleções mais bem ranqueadas do mundo. A vencedora e a segunda colocada no torneio serão cabeças de chave na divisão dos grupos em Paris.

Jogos do Brasil – LNV Feminina

domingo (2) – Brasil x Tailândia – 5h

Semana 3 – Hong Kong (China) 

12/06 – Brasil x Polônia – 9k30 –  

13/06 –  Brasil x Alemanha – 6h 

14/06 – Brasil x Bulgária – 2h30 

16/07 – Brasil x Turquia – 6h

Fase final

Paraguai e Itália enviam ajuda humanitária para o Rio Grande do Sul

O governo do Paraguai enviou nessa quarta-feira (29), pela Ponte da Amizade, 40 caminhões com itens de ajuda humanitária para os afetados pela tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul. O governo da Itália também enviou ajuda, por meio de um avião de carga que pousou na Base Aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.

Do Paraguai foram enviados itens como água mineral, colchões e material de limpeza, entre outros. Em sua conta na rede social X, o presidente paraguaio, Santiago Peña, prestou solidariedade aos gaúchos. “Estamos com o Brasil, porque nos une uma forte amizade e porque quando estamos unidos não há adversidade que não possamos enfrentar juntos”, escreveu.

Da Itália, vieram 30 toneladas de itens, incluindo medicamentos e suprimentos médicos suficientes para atender 100 mil pessoas por três meses, tendas capazes de abrigar 4,5 mil pessoas e cinco geradores com capacidade para 60 kVA/h.

A aeronave B-767 que veio da Itália trouxe ainda dois potabilizadores de água capazes de produzir 64 mil litros de água potável por dia e quatro tanques com capacidade de 10 mil litros. A viagem foi organizada pelo Ministério das Relações Exteriores italiano em parceria como o Programa Alimentar Mundial da Organização das Nações Unidas. A chegada do avião foi acompanhada pelo embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese.

De acordo com o balanço mais recente da Defesa Civil gaúcha, um mês após o início das fortes chuvas e enchentes que atingem o estado, há ainda mais de 580 mil pessoas desalojadas, além de 45.126 em abrigos temporários.

Seleção brasileira cai diante da Itália no Ginásio do Maracanãzinho

A seleção masculina foi derrotada pela Itália por 3 sets a 2 (parciais de 25-17, 15-25, 25-22, 17-25 e 13-14), neste domingo (26), no jogo que encerrou a sua participação na primeira semana da Liga das Nações Masculina (VNL), que foi disputada no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

Com o revés, o Brasil, que já tem vaga garantida nos Jogos Olímpicos de Paris, ocupa a 8ª posição da classificação da VNL com seis pontos conquistados, enquanto os italianos, que ainda buscam a classificação olímpica, lideram o torneio com onze pontos.

Agora a seleção brasileira volta a entrar em ação pela Liga das Nações Masculina no dia 4 de junho, oportunidade na qual medirá forças com a Alemanha a partir das 00h (horário de Brasília), na partida que marcará a sua estreia na segunda semana de jogos da competição, que será disputada em Fukuoka (Japão).