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Doações internacionais ao RS serão isentas de impostos

As doações internacionais ao Rio Grande do Sul serão isentas de impostos, informou nesta quarta-feira (8) a Receita Federal. Além de não pagarem tributos, os produtos vindos do exterior terão tratamento expresso na alfândega. Segundo o Fisco, a medida foi tomada diante do grande número de doações. 

Pessoas físicas de outros países podem entregar as doações às alfândegas e às inspetorias na fronteira terrestre. Os agentes públicos encaminharão as mercadorias para o Brasil.

Em relação às doações que chegarem por meio aéreo e aquaviário, as mercadorias poderão ser despachadas por meio de Declaração Simplificada de Importação em papel (DSI formulário), Declaração Simplificada de Importação e Declaração de Importação destinadas ao estado do Rio Grande do Sul ou algum de seus municípios envolvidos na destinação das mercadorias doadas.

Os bens doados passarão por inspeções e pelos controles da Receita Federal e dos demais órgãos que atuam no comércio exterior, como Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Ministério da Agricultura. As mercadorias, porém, terão liberação rápida.

No caso de dúvidas, a Receita orienta as pessoas a entrarem em contato com a unidade por onde as mercadorias em doação do exterior entrarão no país para orientações.

Segundo o balanço mais recente da Defesa Civil, as enchentes no Rio Grande do Sul deixaram mais de 100 mortos. O número de desaparecidos está em 128 e há 163.720 desalojados temporariamente e 66.761 desabrigados. Cerca de 1,45 milhão de pessoas já foram afetadas pelas consequências das chuvas em 417 municípios.

Aumento do desemprego atinge duramente os estudantes internacionais do Canadá

Primeiro-Ministro Justin Trudeau

29 de abril de 2024

 

Um mercado de trabalho cada vez mais restritivo no Canadá, alimentado por uma onda de imigração que produziu o crescimento populacional mais rápido dos últimos 67 anos, está a atingir de forma particularmente dura o grande grupo de estudantes internacionais do país.

Com mais de 1 milhão de estudantes estrangeiros no país, em grande parte limitados a empregos de baixo salário e a tempo parcial, estão a ser partilhadas nas redes sociais fotografias de longas filas que se formam em empresas externas, mesmo com uma única vaga de emprego para uma posição como caixa.

“A actual crise de acessibilidade em Vancouver, juntamente com o declínio das oportunidades de emprego, está a tornar-se muito estressante”, disse Dhvani Malik, estudante do quarto ano de relações internacionais na Universidade da Colúmbia Britânica.

“Os estudantes internacionais já pagam muito em propinas, e o aumento das rendas e dos custos de vida apenas aumentaram a pressão financeira”, disse Malik à VOA. “No meu círculo, os estudantes estão aceitando vários empregos de meio período para lidar com esse fardo. … Os estudantes têm que negociar entre comprar certos alimentos em algum momento e depois deixar o resto para quando puderem pagar.”

Desemprego juvenil ronda os 12%

O desemprego no Canadá tem aumentado gradualmente nos últimos meses, atingindo 6,1% em março e quase o dobro entre os jovens, de acordo com a agência estatística do governo federal. A tendência é atribuída, em parte, ao rápido crescimento populacional, alimentado quase inteiramente pela imigração e pela chegada de residentes temporários, como trabalhadores sazonais e estudantes estrangeiros.

Em declarações públicas este mês, o Primeiro-Ministro Justin Trudeau reconheceu efectivamente que a estratégia do seu governo de resolver uma grave escassez de mão-de-obra, abrindo a porta a um número recorde de imigrantes e residentes temporários, ultrapassou os limites.

“Para dar um exemplo, em 2017, 2% da população do Canadá era composta por imigrantes temporários”, disse Trudeau, citado pela Global News, durante um anúncio de habitação em Dartmouth, Nova Escócia. “Agora temos 7,5% da nossa população composta por imigrantes temporários. Isso é algo que precisamos voltar a controlar.”

O Statistics Canada informou que a população do país, de cerca de 39 milhões de habitantes, cresceu no ano passado ao ritmo mais rápido desde 1957, sendo a imigração responsável por quase todo o crescimento. Mas, ao mesmo tempo que ajuda a resolver a escassez de mão-de-obra pós-pandemia, o rápido aumento pressionou os custos de habitação e os cuidados de saúde financiados pelo governo.

“Queremos reduzir esses números”, teria dito Trudeau na Nova Escócia. “É uma abordagem responsável à imigração que continua com os nossos residentes permanentes, como temos feito, mas também mantém um pouco mais o controle sobre a imigração temporária que tem causado tanta pressão nas nossas comunidades”.

Os estudantes internacionais, aos quais são oferecidos caminhos para o emprego no Canadá e eventual cidadania após a formatura, têm sido uma parte importante do rápido crescimento. O Canadá tem aproximadamente o mesmo número de estudantes estrangeiros que os Estados Unidos, com oito vezes a população, informou o The Washington Post esta semana.

Fonte
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Líderes internacionais cumprimentam novo presidente do Senegal

Os senegaleses foram às urnas na última semana para escolher o novo presidente do país. Foi eleito o candidato de oposição Bassirou Diomaye Faye, que se apresentou como figura antissistema. Os resultados definitivos foram publicados pelo Conselho Constitucional do Senegal. Bassirou Diomaye Faye venceu com 54,28% dos votos.

Neste sábado (30), o presidente angolano João Lourenço felicitou Faye, considerando que a sua vitória eleitoral vem confirmar a justeza dos ideais de justiça social e de patriotismo, acreditando em nova dinâmica nas relações bilaterais.

O novo dirigente recebeu cumprimentos de líderes internacionais. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, felicitou Faye. “Felicito Bassirou Diomaye Faye pela sua eleição como próximo presidente do Senegal. Envio cumprimentos calorosos ao povo senegalês, que demonstrou que o direito de votar – e de ter esse voto contado – continua a ser o limiar da liberdade da democracia”. 

A votação naquele país estava inicialmente prevista para 25 de fevereiro, mas um adiamento de última hora provocou distúrbios e várias semanas de confusão que puseram à prova as práticas democráticas do Senegal. O pleito foi realizou no último domingo (24).

Com uma população de 18 milhões de habitantes, o Senegal é um dos países mais estáveis de uma África Ocidental abalada por golpes de Estado, que tem mantido fortes relações com o Ocidente.

*Informações são da Agência Lusa

Serviços postais nacionais e internacionais serão reajustados em abril

Os serviços postais realizados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no Brasil passarão por reajuste de 4,39%, a partir do dia 3 de abril. A medida, que corresponde a correção da inflação conforme a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023, foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (25), em uma portaria do Ministério das Comunicações.

A tarifa para envio de cartas e cartões postais nacionais de até 20 gramas (g) passará de R$ 2,45 para R$ 2,55, enquanto que a máxima, de 450g a 500g, passará de R$ 13,35 para R$ 13,80. O franqueamento autorizado de cartas (FAC) simples também foi reajustado podendo variar de R$ 2,27 a R$ 12,17, conforme o peso em gramas.

O telegrama nacional passará a ter valores diferenciados conforme a modalidade escolhida e custará R$ 10,74, via internet, R$ 12,96 para o serviço prestado por telefone e R$ 15,56, nos casos de contratação pré-paga nas agências. Para envio de malotes com grandes volumes calculados em quilos, e contratado por pessoa jurídica, é necessário consultar tabela de distância e peso disponibilizada no site dos Correios (https://www.gov.br/mcom/pt-br/acesso-a-informacao/transparencia-e-prestacao-de-contas/dados-de-entidades-vinculadas/servicos-postais).

Os envios internacionais serão cobrados por grupos de países separados por região, sendo cinco grupos: grupo1 (Argentina, Paraguai e Uruguai), grupo 2 (demais países da América do Sul), grupo 3 (Américas Central e do Norte), grupo 4 (Europa) e grupo 5 (Ásia e Oriente Médio, África e Oceania). E os valores poderão variar de R$ 4,30 a R$ 239,60, conforme o peso em gramas e o grupo do país para envio.

Reforma em organizações internacionais é destaque em 2º dia de G20

A discussão sobre mudanças na chamada governança internacional, o que inclui a forma de funcionamento de instituições globais como a Organização das Nações Unidas (ONU), é o grande foco do segundo e último dia de reunião de chanceleres do G20 (Grupo dos 20, que reúne as principais economias do mundo), nesta quinta-feira (22) no Rio de Janeiro. A programação do encontro começou às 9h e deve se estender até as 13h, quando está previsto uma declaração do G20 à imprensa.

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, usou o primeiro dia do encontro de chancelarias para destacar a necessidade de reforma em organismos internacionais, com mais ênfase no multilateralismo.

“Não podemos ignorar o fato de que a governança global precisa de profunda reformulação. Nossas diferenças devem ser resolvidas ao amparo do multilateralismo e das Nações Unidas, utilizando como métodos o diálogo e a cooperação, e nunca por meio de conflitos armados – questões essas que serão discutidas com mais profundidade amanhã [nesta quinta-feira], na sessão dedicada à reforma da governança global”, discursou para a plateia de chanceleres.

O evento acontece na Marina da Glória, ponto turístico na orla carioca com vista para o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. Por causa dos dois dias de encontros, o policiamento está reforçado na capital fluminense, com agentes das Polícias Federal e Rodoviária Federal, além das forças de segurança estaduais. Diversas ruas de bairros vizinhos à Marina da Glória estão bloqueadas, para facilitar a passagem das comitivas internacionais.

A chegada dos chanceleres começou por volta das 8h. Na última noite, os representantes internacionais foram recepcionados pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, em um jantar no Palácio da Cidade, sede do executivo municipal, na zona sul carioca. Eles puderam presenciar uma apresentação da escola de samba Imperatriz Leopoldinense. Entre os chanceleres que compareceram estão o secretário de Estado americano, Antony Blinken, o chanceler russo, Sergey Lavrov, e o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido e ex-primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Conflitos internacionais

O primeiro dia de reuniões de ministros das Relações Exteriores teve como foco principal uma análise sobre o cenário internacional e a atuação do G20 como fórum para a busca de diálogo e acordos. Na pauta, conflitos como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

Desde dezembro de 2023 o Brasil está na presidência rotatória do G20. Nesse mandato, a política externa brasileira busca fortalecer a relevância do chamado Sul Global – conjunto de países emergentes – com protagonista em grandes discussões internacionais.

“Diante do quadro que vivemos, no entanto, este grupo [G20] é hoje, possivelmente, o foro internacional mais importante onde países com visões opostas ainda conseguem se sentar à mesa e ter conversas produtivas, sem necessariamente carregar o peso de posições arraigadas e rígidas que têm impedido avanços em outros foros, como o Conselho de Segurança [da ONU]”, disse Vieira.

No Conselho de Segurança da ONU, 15 países discutem e tomam decisões sobre segurança internacional e conflitos entre países. Mas apenas cinco deles (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) têm poder de veto, o que tem inviabilizado resoluções como um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Nesse caso, o veto foi americano.

Outros encontros

O encontro na Marina da Glória é a primeira reunião em nível ministerial do G20 sob a presidência brasileira. Na semana que vem, dias 28 e 29 de fevereiro, ministros das finanças e presidentes de bancos centrais se encontrarão em São Paulo.

Também estão previstas diversas reuniões de grupos de trabalho em cidades brasileiras até o encontro final sob a presidência brasileira, quando chefes de Estado e de governo se encontraram nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro.

Além de encontros em território brasileiro, o país pretende organizar uma cúpula de ministros também em Nova York, em setembro, em paralelo ao encontro anual da Assembleia Geral da ONU.

Países

O G20 é composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia.

Os integrantes do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial.

Como presidente do G20, o Brasil tem o direito de convidar outros países e entidades. Entre os convidados estão: Angola, Bolívia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega, Paraguai, Portugal, Singapura e Uruguai. Em 2025, o G20 será presidido pela África do Sul.

Israel rejeita apelos internacionais para a criação de um Estado palestino

Benjamin Netanyahu

19 de fevereiro de 2024

 

Israel rejeitou no domingo os apelos internacionais, incluindo os do seu principal aliado, os Estados Unidos, para o “reconhecimento unilateral” do Estado palestiniano, dizendo que tal acordo só poderia ser alcançado através de negociações.

O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu apresentou o que chamou de “decisão declaratória” sobre a criação de um Estado palestiniano ao seu Gabinete, que a aprovou por unanimidade.

A declaração declarava que o Estado judeu “rejeita categoricamente os decretos internacionais sobre um acordo permanente com os palestinos”.

Os esforços para alcançar uma solução de dois Estados – um Estado palestiniano independente na Cisjordânia e Gaza em ambos os lados de Israel – estão paralisados ​​desde 2014.

Mas com a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza já no seu quinto mês, os EUA e outros países renovaram os apelos à criação de um Estado palestiniano para pôr fim aos combates. O presidente dos EUA, Joe Biden, apelou a um acordo ainda mais amplo no Médio Oriente, que abrangeria a Arábia Saudita e outros estados árabes, normalizando as relações diplomáticas com Israel.

Ao rejeitar a criação de um Estado palestiniano, Israel afirmou num comunicado que tal reconhecimento, ocorrido após o ataque chocante do Hamas a Israel, em 7 de Outubro, “concederá uma recompensa enorme e sem precedentes ao terrorismo e impedirá qualquer futuro acordo de paz”.

 

Causas internacionais dão o tom do carnaval do Pacotão em Brasília

O Pacotão, um dos blocos de carnaval de rua mais tradicionais de Brasília, famoso pelo bom humor e críticas à política nacional, ampliou horizontes e, na edição de 2024, deu destaque especial a grupos de foliões que tinham uma “causa internacional” para chamar de sua.

A linha de frente oficial do bloco ficou a cargo do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino do Distrito Federal. A difícil situação de outros povos, como os de Burkina Faso e da República Árabe Saharaui Democrática – mais conhecida como Saara Ocidental – também integraram esse leque de denúncias contra governos e governantes que, segundo os foliões, não respeitam a dignidade humana.

A fama de bloco politizado atraiu o carioca André Constantino,48 anos, a ponto de ele deixar para trás o carnaval do Rio de Janeiro para vir conhecer de perto “o tal Pacotão”. “Fugi do Rio porque nessa época ele fica muito cheio. Prefiro carnavais assim, como o daqui. É mais tranquilo”, disse.

Brasília – Pacotão trouxe causas internacionais no desfile de 2024. Pedro Batista e André Constantino participam de manifestação pró-Palestina. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Burkina Faso

Constantino mora na Morro da Babilônia e integra o Movimento Nacional das Favelas e Periferias. O carioca vestia uma camisa com a imagem de Thomas Sankara, ex-presidente de Burkina Faso, país localizado na África Ocidental. “Ele foi um revolucionário democrático e popular. Infelizmente sofreu um golpe de Estado financiado pelo governo francês”, explicou.

A escolha da vestimenta foi motivada pelo ambiente de “diálogo com as massas” que é permitido durante o carnaval. “Quero agora me juntar com a Ala da Causa Palestina”, acrescentou ao se referir ao grupo que já estava se posicionando para dar início ao histórico percurso do bloco, na contramão da W3 – uma das vias da capital federal.

Palestina

A Ala da Causa Palestina citada por ele tinha, entre seus organizadores, o jornalista Pedro Batista, 60 anos, integrante do Comitê de Solidariedade ao Povo da Palestina. “Estamos aqui para mostrar o sofrimento, o genocídio e o extermínio que está sendo colocado em prática contra os moradores de Gaza”, disse.

“E, a exemplo da arte, o carnaval é também espaço de denúncia. Caso contrário, nada mais é do que uma pasteurização da indústria cultural para deixar as pessoas alienadas. Arte e carnaval, quando não incomoda, é apenas enfeite. Seja no carnaval, seja na música, no cinema ou na poesia, arte existe para defender a vida e a dignidade humana”, acrescentou.

Alguns foliões estavam com camisetas em referência ao Hamas, como o servidor público Ieri Júnior, 34 anos, que, em entrevista à Agência Brasil, defendeu que o grupo age contra alvos militares, em “resistência pela libertação da Palestina, em defesa dos oprimidos pelo imperialismo de Israel”

Saara Ocidental

Portando uma bandeira bastante parecida com a da Palestina, um outro grupo aproveitou a aglomeração do bloco para falar sobre a ocupação de dois terços do território de um país pouco conhecido pelos brasileiros: o Saara Ocidental (República Árabe Saharaui Democrática).

“Esta é uma causa que defendemos desde 1975”, disse o psicólogo Toninho Andrade, 70 anos “O Saara Ocidental foi uma colônia espanhola. Após se libertar da Espanha, foi invadido e ocupado por Marrocos e, desde então, busca sua independência”, acrescentou, referindo-se ao único país árabe que tem como idioma oficial o espanhol.

Brasília – Pacotão reuniu foliões pelo centro da capital federal. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Os defensores da causa levaram, ao Pacotão, o representante da Frente Polisário, que lidera o povo saaraui, no Brasil, Ahamed Mulay Ali Hamadi. Segundo ele, 84 países já reconhecem o Saara Ocidental. “Infelizmente, o Brasil ainda não nos reconhece. Estou aqui tentando fazer com que as pessoas conheçam a nossa história”, disse à Agência Brasil o representante, que acrescentou estar em negociação para tentar o reconhecimento do país pelo governo brasileiro. 

 A região do Saara Ocidental, na África, está em disputa há mais de 40 anos pelo povo saaraui e pelo Marrocos. Na América do Sul, o Brasil, a Argentina e o Chile são os únicos países que ainda não reconhecem sua soberania.

Temática nacional

No final do bloco, estava o grupo de fanfarra Muralha Antifascista, com repertórios que iam desde Pink Floyd (com a música Another Brick in the Wall, uma crítica ao sistema educacional britânico) até Raul Seixas (com a música Sociedade Alternativa, que propõe rompimento contra padrões tradicionais).

“Nascemos como um movimento crítico ao governo Bolsonaro, mas avançamos também para outras causas, como a feminista”, apresentou-se o integrante do grupo, Eudaldo Sobrinho, 38 anos.

A temática nacional estava presente também na camisa do engenheiro agrônomo João Neto, 75 anos, que estampava o rosto do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no corpo de um dos guerreiros espartanos do filme 300. “Xandão mereceu a homenagem porque conseguiu segurar as rédeas jurídicas na defesa da democracia”.

Brasil quita dívidas com organismos internacionais

O Brasil pagou, em 2023, R$ 4,6 bilhões em compromissos financeiros com organismos internacionais e zerou a dívida com essas instituições, divulgaram nesta quinta-feira (4), em Brasília, os Ministérios das Relações Exteriores (foto) e do Planejamento e Orçamento. O dinheiro foi repassado à Organização das Nações Unidas (ONU), bancos multilaterais, fundos internacionais e dezenas de instituições.

Desse total, informou o Ministério do Planejamento, R$ 2,7 bilhões correspondem a valores em aberto em 31 de dezembro de 2022. O R$ 1,9 bilhão restante refere-se a compromissos do ano passado.

O pagamento mais recente ocorreu em 21 de dezembro, quando o governo quitou R$ 289 milhões em contribuições regulares à ONU e pagou R$ 1,1 bilhão em dívidas com missões de paz.

Sem passivos com as Nações Unidas, o Brasil garantiu o direito de voto na Assembleia Geral da ONU em 2024, num ano em que o país preside o G20, grupo das 20 maiores economias do planeta. No segundo semestre de 2023, o Brasil presidiu o Conselho de Segurança do organismo internacional.

“Esse quadro de adimplência, que resulta do trabalho conjunto do Ministério do Planejamento e Orçamento e do Ministério das Relações Exteriores, além de outros órgãos do governo federal, fortalece a imagem do Brasil no cenário internacional global e regional, reafirma o compromisso do país com o multilateralismo e reforça a capacidade de atuação diplomática em prol dos interesses nacionais e dos princípios que regem a política externa brasileira”, destacou nota conjunta dos dois ministérios.

O comunicado listou a recuperação de direito de voto nos seguintes órgãos:

•    Organização Internacional para as Migrações (OIM);

•    Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO);

•    Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA);

•    Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ);

•    Tribunal Penal Internacional (TPI).

Outras dívidas

O país ainda saldou dívidas com organismos multilaterais como:

•    Organização dos Estados Americanos (OEA);

•    Organização Mundial do Comércio (OMC);

•    Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco);

•    Organização Internacional do Trabalho (OIT);

•    Organização Mundial da Saúde (OMS);

•    Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Meio ambiente

O governo brasileiro também quitou débitos na área de meio ambiente e mudança do clima. Segundo a nota conjunta, o ato reforça a importância do compromisso do país nas duas áreas, à medida que Belém, no Pará, sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

Os principais passivos zerados nessas duas áreas foram os seguintes:

•    Contribuições relativas à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC);

•    Contribuições relativas ao Protocolo de Quioto;

•    Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB);

•    Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (Convenção de Estocolmo);

•    Convenção sobre Mercúrio (Convenção de Minamata).

América Latina

Na esfera regional, o Brasil regularizou cerca de R$ 500 milhões em aportes para o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), em abril. O fundo fornece recursos para projetos em áreas como infraestrutura urbana, segurança, saneamento básico e saúde.

O pagamento permitiu que o Brasil acessasse R$ 350 milhões para financiar projetos em municípios brasileiros em regiões de fronteira com os países do Mercosul. Em dezembro, durante a 63ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercosul, o governo saldou R$ 14,6 milhões com o Instituto Social do Mercosul (ISM).

Outras dívidas com órgãos regionais quitadas em 2023 foram estas:

•    Associação Latino-Americana de Integração (Aladi);

•    Secretaria do Mercosul;

•    Parlamento do Mercosul (Parlasul);

O país também pagou contribuições para os seguintes órgãos do Mercosul:

•    Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (IPPDH);

•    Secretaria do Tribunal Permanente de Revisão (TPR).

Histórico

No fim de 2022, o gabinete de transição para o governo atual informou que havia cerca de R$ 5 bilhões de dívidas do governo brasileiro com organismos internacionais. No fim de dezembro do mesmo ano, o Itamaraty recebeu R$ 4,6 bilhões, que foram convertidos em restos a pagar para 2023.

Cabe ao Ministério do Planejamento pagar as contribuições a todos os organismos internacionais dos quais o Brasil participa. O ministério também se responsabiliza pela integralização de cotas em bancos multilaterais e pela recomposição de fundos estrangeiros.

Para evitar novas dívidas, o Orçamento de 2024 – aprovado no fim de dezembro – tornou obrigatórias as despesas com organismos internacionais e compromissos assumidos em tratados externos, o que proíbe o contingenciamento (bloqueio temporário). Segundo o Itamaraty e o Ministério do Planejamento, a mudança “corrige uma inadequação histórica e confere mais previsibilidade à atuação internacional do Brasil em nível multilateral”.