Skip to content

Feira de turismo na Argentina homenageia Brasil

A 28ª edição da Feira Internacional de Turismo da América Latina (FIT), em Buenos Aires, na Argentina, tem o Brasil como país homenageado. O evento começou neste sábado (28) e vai até a próxima terça-feira (1°/10).

No estande brasileiro, os visitantes terão a oportunidade de contato com as várias experiências do Brasil. São 380 metros quadrados (m²) e 36 expositores, que mostrarão novos destinos e experiências ricas em natureza, cultura e gastronomia.

Em parceria com o Sebrae, a Embratur quer mostrar aos profissionais de turismo argentinos e à população do país vizinho as possibilidades de promoção de destinos brasileiros e as oportunidades turísticas dos nossos estados e municípios e de suas operadoras de turismo.

Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, a feira é uma oportunidade de apresentar novos destinos ao maior mercado emissor de turistas para o Brasil.

“É uma honra receber essa homenagem que valida a nossa estratégia focada em mostrar a diversidade de atrativos do país, mas também um ambiente interno cada vez mais estável e promissor.”

A expectativa de Sabino é que o Brasil receba cerca de 7 milhões de turistas em 2024. “Temos registrado números positivos que nos levarão a alcançar, neste ano, a marca histórica de 7 milhões de pessoas vindas de outros países aos diversos destinos brasileiros”, disse.

Segundo o Portal de Dados da Embratur, a Argentina é o país que mais envia turistas ao Brasil. Neste ano, já desembarcaram em diversos destinos brasileiros cerca de 1,1 milhão de argentinos.

Segundo o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a homenagem ao Brasil na feira ressalta que as estratégias de promoção dos destinos brasileiros estão no caminho certo.

“A presença constante de argentinos no Brasil e de brasileiros na Argentina renova, a cada ano, nossos laços de irmandade. Nenhum outro povo conhece tão bem nossos destinos turísticos. Mostraremos um Brasil além do óbvio.”

Voos

A Argentina tem atualmente 12 companhias aéreas com voos diretos para o Brasil. Os destinos são Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.

“Há previsão de 2,5 milhões de vagas até 2024, aumento de 22% em relação ao ano passado. Entre as novidades em relação ao verão passado estão os novos voos de Buenos Aires para Porto Seguro e Curitiba; Córdoba em direção a Florianópolis e Salvador na Bahia; e Rosário em direção a Florianópolis e Rio de Janeiro”, informou a pasta.

Bahia homenageia santos Cosme e Damião com comidas de orixá

A tradição de homenagear os santos Cosme e Damião no dia 27 de setembro tem particularidades que se diferenciam em partes do Brasil. Enquanto, no Rio de Janeiro, é comum crianças saírem às ruas em busca de saquinhos com doces, na Bahia, é oferecido o Caruru de Cosme, um prato com vários tipos de comidas de orixás do candomblé.

Além do próprio caruru, que é feito com quiabo, tem pipoca, representando as flores de Omolu, farofa de dendê para Exu, abará, feijão fradinho, feijão preto, canjica branca, pedaços de cana de açúcar e rapadura, banana frita no azeite para Oxumarê, entre outros alimentos. Na celebração baiana está muito presente o sincretismo que marca as religiões de matriz africana no Brasil, que junta os santos católicos com os orixás.

O professor da Universidade do Estado da Bahia Ricardo Freitas, ogã (autoridade na religião do candomblé) do terreiro Ilê Omolu Oxum, da Iyalorixá Mãe Meninazinha de Oxum, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, disse que o culto veio da África e aqui no Brasil se juntou à celebração dos santos, que eram médicos gêmeos, identificados nas religiões de matriz africana como ibejis, orixás que representam as crianças.

Culto veio da África, destaca Ricardo Freitas – Ricardo Freitas – Arquivo Pessoal

 

“Esses gêmeos africanos ibejis vão ser sincretizados aqui no Brasil como Cosme e Damião. O culto em África é tão forte, entre os Yorubás, sobretudo, que chegou a reconfigurar o culto de Cosme e Damião no Brasil. Cosme e Damião [santos católicos] não eram crianças, eram médicos adultos que fora, perseguidos por promoverem um tipo de medicina para o povo, o que os aproximou, na ideia do coronelismo, da bruxaria, porque curavam pessoas necessitadas. Por conta disso, pagaram o preço por feitiçarias, foram decapitados e morreram em 300 depois de Cristo (D.C). Por conta dos gêmeos africanos, que são crianças, os gêmeos católicos que são europeus trazidos pelo colonizador acabam também se transformando em crianças. A força do culto em África chega ao Brasil de forma tão potente, que consegue transformar o culto aos santos católicos em culto africano, transformados em crianças”, revelou Freitas em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o professsor, a tradição de comemorar o dia 27 de setembro com o chamado Caruru de Cosme, uma comida à base de quiabo, na Bahia, significa também um banquete que inclui outros pratos dedicados a orixás. “O caruru, também chamado de Caruru de Ibejis, é uma festa, um ritual. Muita gente chama também de Caruru de Promessa, porque a ideia de ser para criança, os ibejis eram gulosos e comiam tudo, até o que não era comida deles. No prato de caruru, a comida deles é o feijão fradinho, que no candomblé também se dedica a Oxum. A tradição nasce dentro dessa ideia de que deveriam dar o que comer a divindades. Como os ibejis queriam comer de tudo, então tem diversas comidas de todos os orixás”, explcou.

A intenção de oferecer comidas para divindades acaba se aproximando também dos cultos indígenas, que têm o mesmo objetivo. “Para povos africanos, assim como para os indígenas aqui no Brasil, o culto é feito através da oferta de alimentos ou das comidas. Tem gente diz que a palavra caruru vem da língua banto, kaluli, mas também de uma língua tupi que é a palavra caarariru, porque indígenas também davam comidas às suas divindades”, afirmou Freitas, lembrando que, além da cultura africana, existe uma influência forte da indígena na Bahia.

“A gente fala muito da baiana negra, da Bahia como a Roma negra, mas não pode esquecer a participação da cultura indígena neste estado. Muitas etnias, as mais conhecidas, são as do sul,  tupinambá, pataxó, pataxó-hã-hã-hãe, mas, para o norte, têm muitos tuxás. Então tem também uma influência da cultura indígena. Nesse encontro de africanos, indígenas e europeus, pelo português colonizador, é que surge o Caruru de Cosme, o Caruru de Ibejis, o Caruru de Promessa, dando continuidade a uma ideia de devoção”, observou.

A celebração na Bahia, que já se espalhou para outros estados, começa com a oferta de pratos a sete meninos que simbolizam Cosme, Damião, Doú, uma corruptela de Idowu em língua africana [também conhecido como Doum], Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi. É comum ver também na imagem que representa os gêmeos e figura de um terceiro irmão chamado de Doú ou Idowu, nome dado, em uma família africana, ao irmão que nasce depois de gêmeos.

Celebrações

Mãe Nilce de Iansã mantém tradição do Caruru de Cosme  – Arquivo Pessoal

Desde cedo, Mãe Nilce de Iansã, de 72 anos, vive com a tradição de homenagear Cosme e Damião no dia 27 de setembro, mas com uma certa diferença de muitas crianças. Como o seu terreiro tem origem na Bahia, o costume é oferecer o chamado Caruru de Cosme, mas, quando era criança, também ia atrás dos saquinhos de doces. “Eu fui nascida e criada dentro de um terreiro, mas também vivi com a prática de doces porque a minha família também dava doces e a gente pegava nas ruas”, revelou à Agência Brasil.

Mãe Nilce lembrou com satisfação que, na época, morava em Ramos, na zona norte do Rio e era vizinha do compositor Pixinguinha, cuja esposa tinha hábito de distribuir doces finos como cajuzinho, brigadeiro e beijinho. “Ela botava em um guardanapo grande e fazia tipo uma trouxinha. Eu e minha irmã e outras crianças da rua íamos junto com uma senhora em várias casas e, na casa do seu Pixinguinha, porque o doce lá era gostoso. A gente pegava aqueles doces com o maior prazer. Então eu conheço as duas práticas. Eu estou falando sobre vivência.”

Ricardo Freitas, que é carioca e filho de pai baiano, mas mora em Salvador há 20 anos, levou para lá também a tradição de oferecer saquinhos com doces. Ele disse  que atualmente na cidade já tem quem, além de oferecer o prato de caruru, inclui doces chamados lá de queimado, bombons de chocolate e nego bom que no Rio é conhecido como bananada. “Eu lembro da minha infância no Rio. Quando eu dou, ponho em um saco de congelamento, que muita gente está fazendo também. É uma variação do saquinho de papel com a imagem de Cosme e Damião”, afirmou, sorrindo.

A cozinheira baiana Tina do Acarajé, de 64 anos, que se mudou para o Rio há 40 anos e mora em Vila Isabel, na zona norte da cidade, manteve a tradição durante esse tempo. Ainda na Bahia era comum ir a terreiros que ofereciam a comida às crianças. “Já sabia onde tinha. Eu recebia convite e ia”, relatou à reportagem.

No Rio, Tina passou a fazer festas para oferecer o prato a amigos e agradecer por bênçãos alcançadas por meio das entidades. Este ano, no entanto, Tina não poderá fazer porque se recupera de uma operação no cérebro, mas garantiu que logo que puder vai retomar a celebração. “Assim que passar essa fase vou voltar a fazer para os amigos. Meu irmão fez até uma promessa para Cosme por causa dessa cirurgia que, graças a Deus, foi muito boa, para eles poderem me curar total para eu cair no trabalho”, prometeu.

E foi com alegria que o ogã Ricardo comemorou o fato do Caruru de Cosme ter sido aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC), como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, depois de estudos do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. O Diário Oficial da Bahia desta sexta-feira publicou o decreto assinado pelo governador Jerônimo Rodrigues com o reconhecimento do título.

De acordo com o governo baiano, o ato de entrega do título será realizado hoje pelo secretário de Cultura, Bruno Monteiro, durante o I Seminário de Patrimônio Imaterial – Reconstruindo Memórias, no Museu de Arte da Bahia, no Corredor da Vitória.

“O culto a São Cosme e Damião, os santos gêmeos da igreja católica, ganharam especial aspecto na cultura afro-brasileira e afro-baiana ao encontrarem correspondência com o culto aos ibejis, divindades gêmeas das religiões afro-brasileiras. A festa é no dia 27 de setembro, com o tradicional caruru”, informa o site do governo da Bahia, lembrando que neste dia é costume também celebrar os santos e entidades com festas de sambas de roda, muito tradicionais no estado.

“A festa se dá a partir de várias etapas para a sua realização, que ocorre de forma comunitária, com a participação das famílias e a celebração inclui práticas ritualísticas católicas e afro-brasileiras”, acrescenta o governo baiano.

CineBH mergulha no cinema latino-americano e homenageia Anna Muylaert

Uma viagem pelo cinema latino-americano contemporâneo. Assim pode ser descrita programação da Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte (CineBH) que dá início à sua 18ª edição na noite desta terça-feira (24). Os participantes poderão assistir a 17 filmes de diferentes países vizinhos do continente: República Dominicana, Uruguai, Argentina, Colômbia, Chile, Panamá, Cuba, Costa Rica e México. Em sua maior parte, são títulos inéditos para o público brasileiro.

Ao mesmo tempo, serão apresentadas em primeira mão algumas produções nacionais. Logo após a abertura, será exibido em pré-estreia o longa-metragem “O Clube das Mulheres de Negócios”, da cineasta paulista Anna Muylaert, homenageada desta edição.

A CineBH é organizada anualmente desde 2007 pela Universo Produção, também responsável pelas tradicionais mostras de cinema de Tiradentes e de Ouro Preto. Nesta edição, 110 filmes nacionais e internacionais (59 longas, 49 curtas e 2 médias-metragens) serão levados para as telas. A programação, que se encerra no domingo (29), inclui ainda mesas de debate e outras atividades para diversas idades, todas gratuitas.

Quem não estiver presente em Belo Horizonte poderá ter acesso a uma programação online que vai reunir variados títulos, alguns exibidos apenas neste formato, na plataforma do evento.

De acordo com Raquel Hallak, coordenadora-geral do evento, um novo viés conceitual  foi assumido em 2022. “Tornou-se um espaço para celebrar e refletir sobre o cinema latino-americano, colocando-o em contato direto com vários olhares que poderão constatar a efervescência da produção que marca o território. A proposta é exatamente para criar um espaço alternativo de exibição e reflexão em torno destas trabalhos que não encontram espaço no circuito comercial no Brasil”, explica.

O tema da edição sintetiza esse movimento: Estados do Cinema Latino-Americano. Hallak considera que o apoio a essas produções contribui para chamar atenção do mercado de exibição brasileiro. Mas alerta que esse uma maior abertura só terá sustentabilidade com ações contínuas, como parcerias envolvendo distribuidoras e salas de cinema e políticas públicas que incentivem a diversidade na programação.

Ainda assim, ela acredita que a decisão adotada pela coordenação da Mostra CineBH gera efeitos positivos para a visibilidade destas produções.

“Ao criar uma plataforma para cineastas latino-americanos, facilitando a troca cultural e a valorização das narrativas locais, vemos um aumento no interesse do público e da crítica brasileira por filmes de países vizinhos, resultando em mais exibições e espaços dedicados a eles. No entanto, a abertura das salas de cinema para essas produções ainda enfrenta desafios. O mercado cinematográfico brasileiro é dominado por grandes produções, muitas vezes de Hollywood”, pondera.

Dos 17 filmes latino-americanos, seis integram a Mostra Território. Trata-se de uma categoria competitiva que busca apresentar ao público brasileiro uma nova geração de diretores nacionais e de outros países do continente, a maioria estreando em longas-metragens.

“A programação refletirá sobre as imagens e situações de poder e fragilidade que caracterizam este universo latino-americano, em que o cinema é um campo de constantes alternâncias, refletindo as fases de luto, luta, celebração e confronto que os países da região vivenciam. Entre outras questões, a mostra se dedicará a analisar, também a partir dos filmes, como as relações entre as produções e as políticas públicas moldam a capacidade dos filmes locais de prosperar e se destacar diante de plateias em outros países”, acrescenta Hallak.

Além dos filmes latino-americanos, serão exibidas produções brasileiras provenientes de 13 estados e alguns títulos europeus e africanos. Entre eles, o longa-metragem espanhol O Professor que Prometeu o Mar, dirigido por Patricia Font e inspirado em livro do escritor Francesc Escribano. O trabalho narra a história real de um professor em uma escola rural que implementou técnicas pedagógicas inovadoras e foi perseguido pelo regime franquista na década de 1930. Indicado ao Goya e ao Feroz, principais premiações da Espanha, o filme será exibido pela primeira vez no Brasil.

Homenageada

A cerimônia também marcará a entrega do Troféu Horizonte à Anna Muylaert, diretora do filme Que Horas Ela Volta?, protagonizado pela atriz Regina Casé. Lançado em 2015, ele foi premiado nos aclamados festivais de Sundance (Estados Unidos) e de Berlim (Alemanha) e acabou sendo indicado pelo Brasil para buscar uma vaga no Oscar no ano seguinte, embora tenha ficado de fora da lista final de melhores filmes estrangeiros.

Entre outros trabalhos, a homenageada desta edição da Mostra CineBH também assina os longas-metragens Mãe só Há uma Uma (2016) e Alvorada (2021).

Ao longo dos seis dias da Mostra CineBH, será apresentada uma retrospectiva completa de sua carreira, com exibição de curtas e longas-metragens. Hallak descreve a cineasta como “uma das vozes mais marcantes do cinema brasileiro contemporâneo”.

Seu novo filme O Clube das Mulheres de Negócios, que será apresentado em uma sessão de pré-estreia nacional, promove reflexões sobre o machismo, o racismo e a corrupção enraizada na cultura patriarcal. A narrativa é ambientada em um mundo onde os estereótipos de gêneros são invertidos: as mulheres ocupam posições de poder que normalmente são ocupados por homens.

Divulgação do filme O Clube das Mulheres de Negócios, da diretora Anna Muylaert – Divulgação

“O trabalho de Muylaert é conhecido por seus personagens complexos e contraditórios, que muitas vezes refletem as tensões sociais brasileiras, desde as dinâmicas de poder entre homens e mulheres até as relações entre empregadores e empregados. É uma cineasta que mantém total controle sobre suas obras, atuando também como roteirista e produtora. Sua importância no cinema brasileiro vai além da qualidade artística de seus filmes, pois ela também provoca reflexões profundas sobre temas relevantes da sociedade”.

Conexões

Dentro da programação da CineBH, há também o Brasil CineMundi, que chega à sua 15ª edição. De acordo com os organizadores, é atualmente o maior encontro de mercado do país voltado para o cinema. A programação reúne cineastas, produtores e representantes da indústria mundial com interesse em coproduzir com o Brasil e conhecer pessoalmente projetos que, muitas vezes, não chegam até eles. Em outras palavras, é uma plataforma de intercâmbio para potencializar conexões entre realizadores brasileiros independentes e potenciais interessados.

Todos os anos, alguns projetos são escolhidos para serem apresentados em rodadas de negócio. Desde a sua primeira edição, o Brasil CineMundi já contribuiu para tirar do papel mais de 30 filmes, incluindo títulos como Benzinho (2018), Bacurau (2019), Ossos da Saudade (2021), Paterno (2022) e Mato Seco em Chamas (2022). A programação do encontro também inclui masterclasses, painéis de mercado e workshops que abordam temas variados como estratégias de lançamento, planejamento de vendas e experiências de sucesso.

Para a edição deste ano, foram convidados 40 nomes vinculados ao mercado de 20 países, como representantes da indústria cinematográfica, de fundos de financiamento e de canais de streaming e televisão, além de agentes de vendas, distribuidores e programadores de festivais internacionais. Eles irão conhecer 38 projetos selecionados, sendo alguns na fase de pós-produção e outros em desenvolvimento ou já na etapa de montagem.

São distribuídos prêmios aos projetos mais bem cotados pelos júris de avaliação.

Petrobras homenageia 55 paratletas que competiram em Paris

Maior medalhista de ouro brasileira em Jogos Paralímpicos, a paratleta da natação Carol Santiago sente a responsabilidade de ser exemplo para meninas. “Estou muito honrada de ter entrado para essa lista de grandes atletas do Brasil”, celebrou a nadadora, em evento da Petrobras no Rio de Janeiro em homenagem aos 55 paratletas de 31 modalidades patrocinados pela companhia na Paralimpíada de Paris.

Na Paralimpíada de Tóquio, Carol conquistou cinco medalhas, três de ouro, uma de prata e uma de bronze. Em Paris, também ganhou cinco medalhas, sendo três de ouro e duas de prata. “Ser a maior medalhista de ouro do Brasil é muito importante para nosso programa, que já foi vitorioso em Tóquio, que a gente aprimorou ainda mais para Paris. Tudo que a gente se dedicou trouxe esse resultado e é muito gratificante. Mais do que isso é uma grande responsabilidade também. É algo que possa inspirar novas meninas a se identificarem com a vitória”.

Após as merecidas férias, a nadadora planeja voltar aos treinos “com força total” para avaliar o que pretende para o próximo ciclo. “Com certeza, se for Los Angeles [próxima olimpíada em 2028], a ideia é que seja melhor do que a gente fez agora em Paris”.

Também homenageado no evento, o paratleta Petrúcio Ferreira, tricampeão nos 100 metros no atletismo, também está está de férias, mas já de olho no início dos treinos para Los Angeles. Com um bronze nos 400 metros em Tóquio e duas pratas, nos 400 metros e no revezamento 4×100 na Rio 2016, ele falou do desafio que foi participar da terceira paralimpíada.

“Chegar a uma terceira paralimpíada foi mais difícil do que a primeira. Eu me cobrei mais. Defender o terceiro título paralímpico foi muito exigente. Cheguei a passar por um momento difícil na minha carreira. Foi uma depressão que eu consegui superar. Ainda me cobro mas agora com mais cuidados. Sabia que eu tinha que defender o título já que fui campeão na Rio 2016 e em Tóquio”, disse o atleta.

Dos 55 patrocinados pela Petrobras na Paralimpíada de Paris, 13 conquistaram medalhas. No evento em homenagem aos paratletas, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que os eles representam os valores da companhia de inserção na sociedade, na dedicação e na busca dos objetivos em prol de uma sociedade mais forte em um país inclusivo e diverso. 

Petrobras homenageia 11 paratletas que competiram em Paris

Maior medalhista de ouro brasileira em Jogos Paralímpicos, a paratleta da natação Carol Santiago sente a responsabilidade de ser exemplo para meninas. “Estou muito honrada de ter entrado para essa lista de grandes atletas do Brasil”, celebrou a nadadora, em evento da Petrobras no Rio de Janeiro em homenagem aos 55 paratletas de 31 modalidades patrocinados pela companhia na Paralimpíada de Paris.

Na Paralimpíada de Tóquio, Carol conquistou cinco medalhas, três de ouro, uma de prata e uma de bronze. Em Paris, também ganhou cinco medalhas, sendo três de ouro e duas de prata. “Ser a maior medalhista de ouro do Brasil é muito importante para nosso programa, que já foi vitorioso em Tóquio, que a gente aprimorou ainda mais para Paris. Tudo que a gente se dedicou trouxe esse resultado e é muito gratificante. Mais do que isso é uma grande responsabilidade também. É algo que possa inspirar novas meninas a se identificarem com a vitória”.

Após as merecidas férias, a nadadora planeja voltar aos treinos “com força total” para avaliar o que pretende para o próximo ciclo. “Com certeza, se for Los Angeles [próxima olimpíada em 2028], a ideia é que seja melhor do que a gente fez agora em Paris”.

Também homenageado no evento, o paratleta Petrúcio Ferreira, tricampeão nos 100 metros no atletismo, também está está de férias, mas já de olho no início dos treinos para Los Angeles. Com um bronze nos 400 metros em Tóquio e duas pratas, nos 400 metros e no revezamento 4×100 na Rio 2016, ele falou do desafio que foi participar da terceira paralimpíada.

“Chegar a uma terceira paralimpíada foi mais difícil do que a primeira. Eu me cobrei mais. Defender o terceiro título paralímpico foi muito exigente. Cheguei a passar por um momento difícil na minha carreira. Foi uma depressão que eu consegui superar. Ainda me cobro mas agora com mais cuidados. Sabia que eu tinha que defender o título já que fui campeão na Rio 2016 e em Tóquio”, disse o atleta.

Dos 11 patrocinados pela Petrobras na Paralimpíada de Paris vieram 13 medalhas, conquistadas por sete paratletas diferentes. No evento em homenagem aos brasileiros que competiram em Paris, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que os eles representam os valores da companhia de inserção na sociedade, na dedicação e na busca dos objetivos em prol de uma sociedade mais forte em um país inclusivo e diverso.

* matéria atualizada em 21/09, às 10h20, para correção de informações sobre o número de paratletas patrocinados pela Petrobras.

Sem Censura, da TV Brasil, homenageia a cantora Lia de Itamaracá

Para celebrar a vida e a obra da cantora e compositora Lia de Itamaracá, o Sem Censura recebe a convidada de 80 anos para uma edição especial do programa nesta sexta (20), às 16h, na TV Brasil. O tributo é um esquenta para o esperado show da artista com o giro de sua roda de ciranda no Rock in Rio. A veterana é atração do festival no Global Village, novo espaço do evento, neste domingo (22).

Lia de Itamaracá faz do estúdio do canal público seu palco na emocionante performance. No papo com a apresentadora Cissa Guimarães, a diva pernambucana demonstra seu talento e sagacidade nas palavras. Com sua banda, ela promete comover os fãs ao combinar tradição e contemporaneidade.

A entrevista ainda reúne a também cantora e compositora Daúde, que dá uma canja e em breve grava um disco com a homenageada; a jornalista, escritora e produtora cultural Michelle de Assumpção; e o empresário Beto Hees, produtor da artista. Como debatedora na bancada, a conversa tem a jornalista Fabiane Pereira, especializada em música.

No ar de segunda a sexta, às 16h, o Sem Censura também pode ser acompanhado pelo app TV Brasil Play e no YouTube da emissora. O conteúdo ainda está em formato de podcast no Spotify. A atração tem horário alternativo na telinha mais tarde no mesmo dia, à meia-noite.

Ciranda

Durante a participação no programa, Lia interpreta clássicos do seu tradicional repertório de cirandas como as obras “Eu Sou Lia”, “Minha Ciranda” e “Preta Cirandeira”. O cancioneiro preparado para o Sem Censura ainda traz “Dorme Pretinho”, adaptação da música “Duerme Negrito”, composição de Mercedes Sosa, que ganhou uma releitura única na voz da cirandeira.

Lia encontrou na ciranda uma forma de se expressar. Com sua ginga, há mais de 50 anos, ela canta, compõe e dança ao som desse ritmo popular que esbanja brasilidade. A artista se consagrou como a rainha da ciranda brasileira e já ganhou o título de patrimônio vivo de Pernambuco.

Retorno do programa

Clássico da televisão brasileira, o Sem Censura reestreou na grade do canal público em fevereiro. Agora sob apresentação de Cissa Guimarães, o programa tem novos quadros, debatedores, entrevistas e atrações musicais. A roda de conversa entra na programação da TV Brasil de segunda a quinta-feira, ao vivo, das 16h às 18h. A produção tem edições especiais toda sexta-feira, no mesmo horário.

Mesmo em novo formato, o Sem Censura continua com pontos clássicos do programa, como a bancada em formato semicírculo com a apresentadora ao centro, mas de forma repaginada. A trilha sonora que marcou as tardes da telinha ganha um ritmo mais popular. A identidade visual também foi reformulada, com elementos mais jovens e conectados ao universo digital.

Debatedores e mais cultura

O Sem Censura traz de volta a presença dos debatedores fixos, que se revezam a cada edição. A produção reúne nomes como o carnavalesco Milton Cunha; o jornalista André Curvello, os atores Hugo Bonemer e Fernando Caruso; a comediante Dadá Coelho; o diretor de cinema e teatro, Rodrigo França; a atriz e apresentadora, Luana Xavier; a psicóloga Tatiana Paranaguá; o educador Social Jota Marques; e a jornalista cultural e radialista, Fabiane Pereira.

Eles se alternam na atração com outros profissionais que trabalham na emissora como a jornalista e apresentadora Katy Navarro, que já comandou o programa em outras oportunidades; a cantora, jornalista e também apresentadora de atrações musicais da TV Brasil, Bia Aparecida; e o jornalista e influenciador digital, Murilo Ribeiro, o Muka.

Com direção geral de Bruno Barros, que também já esteve na apresentação do Sem Censura em outras temporadas, o programa retoma a vocação de ser um espaço de divulgação da produção cultural brasileira e referência para novos artistas.

Todas as sextas-feiras, o Sem Censura reúne atrações musicais que se apresentam no palco e fazem um tributo a grandes personalidades. Simone, Sandra Sá, Gal Costa, Beth Carvalho e Elis Regina foram algumas das estrelas homenageadas. A direção artística do programa é de Leila Maia.

O Sem Censura tem exibição simultânea pelo YouTube da emissora (youtube.com/tvbrasil) e pelo aplicativo TV Brasil Play (http://tvbrasilplay.com.br). O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV: https://tvbrasil.ebc.com.br/webtv.

A interatividade está presente com a hashtag #semcensura nas redes sociais. O público também pode participar pelo WhatsApp (21) 99903-5329. Cissa Guimarães lê e comenta as mensagens, enquanto os convidados respondem às perguntas enviadas.

Sobre o programa

O Sem Censura faz parte da programação da TV Brasil desde 1985, quando estreou com Tetê Muniz como apresentadora – mas ficou mais conhecido com o rosto de Leda Nagle na bancada, que apresentou o programa de 1996 a 2016. O Sem Censura promovia debates sobre temas variados e era diário, passando a ser semanal desde 2021, e retorna repaginado em 2024 com Cissa Guimarães como titular. 

Ao vivo e on demand

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica. Sintonize: https://tvbrasil.ebc.com.br/comosintonizar.

Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site http://tvbrasilplay.com.br ou por aplicativo no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV: https://tvbrasil.ebc.com.br/webtv.

Serviço

Sem Censura – segunda a sexta, às 16h, na TV Brasil
Sem Censura (reprise) – segunda a sexta, à meia-noite, na TV Brasil
Sem Censura – Spotify – https://open.spotify.com/show/09O9CTA1nHctKJ2AdII0JZ

Site – https://tvbrasil.ebc.com.br
Instagram – https://www.instagram.com/tvbrasil
YouTube – https://www.youtube.com/tvbrasil
Facebook – https://www.facebook.com/tvbrasil
TikTok – https://www.tiktok.com/@tvbrasil
TV Brasil Play – http://tvbrasilplay.com.br

Desfile de 7 de Setembro destaca vacinação e homenageia gaúchos

O desfile de 7 de Setembro, realizado neste sábado (7), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, destacou a importância da vacinação. com a presença do famoso personagem Zé Gotinha, e homenageou o povo gaúcho pelo enfrentamento das fortes chuvas de maio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu o desfile cívico-militar, às 9h14. O tema deste ano é Democracia e Independência. É o Brasil no Rumo Certo. Diversas autoridades estiveram presentes. 

Neste ano, o evento que celebra do Dia da Independência foi organizado em três eixos temáticos: a presidência rotativa do Brasil do G20 e a Cúpula de chefes de Estado que será realizada em novembro, na cidade do Rio de Janeiro; o apoio e esforços para a reconstrução do Rio Grande do Sul; e o aumento da proteção da população, em especial, das crianças, por meio das campanhas de vacinação e a ampliação dos serviços de atendimento primário em saúde, com a retomada do programa Mais Médicos do governo federal.

Participaram do desfile 30 atletas olímpicos que competiram nos jogos de Paris, entre julho e agosto, além do mascote da vacinação brasileira, o Zé Gotinha. O atleta Caio Bonfim que, na França, faturou a prata inédita para o Brasil na marcha atlética, foi o porta-bandeira do grupo. 

Festival em Curitiba homenageia 80 anos de Leminski

Não foi contemporâneo da internet, mas é possível relacionar sua obra a ela, pela variedade de estilos e referências. Marcado pelo impulso de constantemente criar, é, até hoje, visto como uma figura altamente produtiva, que foi de poeta a judoca, contrariando a opinião daqueles que acham que quem desenvolve atividades muito diversas faz tudo de modo medíocre ou deixa algumas inacabadas.

A pessoa descrita é o escritor e poeta curitibano Paulo Leminski, que faria 80 anos neste sábado (24). Por conta da data, sua família, que ainda destina muitas e muitas horas à preservação de sua memória, organizou o Festival Paulo Leminski, que será realizado na pedreira que leva seu nome, também hoje. O evento reunirá nomes como Arnaldo Antunes, Paulinho Boca de Cantor, da banda Novos Baianos, e A Banda Mais Bonita da Cidade, todos tocando composições de Leminski. A proposta é reunir diversas gerações que o influenciaram nos processos criativos.

A programação conta ainda com uma feira literária, intervenção de grafite e oficinas. Na tarde desta sexta-feira (23), os três lotes de ingressos estavam esgotados e havia fila de espera de mil pessoas.

Muitas pessoas desconhecem as composições musicais de Leminski, principalmente porque a tendência é a de se atribuir a autoria ao intérprete da obra. No caso do curitibano, as parcerias incluíram nomes de gigantes da música, como Itamar Assumpção e Caetano Veloso.

Pai brincalhão

Essas são colocações de uma das filhas do escritor e da também poeta Alice Ruiz, a escritora e musicista Estrela Ruiz Leminski, que tinha 8 anos quando o pai morreu. Não se pode dizer que o conheceu tão pouco porque, embora fosse nova quando ele faleceu, a convivência se esticava e se fortalecia ao longo dos dias, salpicando o cotidiano com um bem-querer recíproco e certo grau de comicidade.

Enquanto a mãe trabalhava fora, como publicitária, o expediente dele era cumprido em casa, onde cuidava de Estrela e podia ser “uma pessoa obsessiva, que trabalhava o dia inteiro”.

A musicista conta que foi o pai a primeira pessoa a incentivá-la a fazer suas próprias invencionices no ramo. “Foi a primeira pessoa que colocou um violão no meu colo e falou: Vamos fazer uma composição'”, relata.

Às vezes, Estrela acordava de madrugada, e seu pai colocava O Gordo e o Magro para que assistisse até cair no sono novamente. Além disso, Paulo Leminski adorava histórias em quadrinhos de terror e as lia para ela, o que irritava a mãe, e ensinou os filhos a arremessar facas e a fincá-las nas paredes. “Ele adorava bangue-bangue, ele tinha isso. Eu me lembro de ele me levar para ver luta livre, eu, pequena. Era um Paulo meninão. Foi isso que ficou”, recorda.

Estrela lembra que o pai era um estudioso de vários idiomas e culturas, como a japonesa, e tem como uma de suas singularidades a poesia rápida. “Toda vez que tentam colocar um rótulo no meu pai, ele escorrega”, diz ela, justificando que isso ocorre porque buscava conhecer inúmeros movimentos culturais e outros campos, como a geografia.

“A gente sempre sentiu necessidade de trazer para as pessoas todas as facetas e complexidades”, sublinha.

Um lado explorado, mas pouco reconhecido de Paulo Leminski, é o da música. Um dos motivos por que parte de suas obras ficou oculta foram as proibições de agentes da ditadura instaurada com o golpe de 1964.

“Recentemente, apareceram canções inéditas do meu pai com o Ivo [Rodrigues] que o Blindagem [banda de rock em que Ivo era vocalista] ia gravar, mas tinham caído na censura, tinham sido vetadas pela censura, na época da ditadura [civil-militar]. Foi uma coisa que ficou parada”, explica a filha do escritor. Segundo ela, sua família pretende organizar ainda mais os itens que compõem a biografia de Paulo, incluindo um sistema com termos que facilitem buscas.

“Eles foram tocando o barco. Foram gravando as que estavam autorizadas, mas tem músicas inéditas. Tem todo um material que a gente ainda está organizando e a ideia é fazer uma nova redigitalização, porque a tecnologia avançou absurdamente nesses últimos dez anos”, emenda, esclarecendo que o site que agora hospeda o festival dará lugar ao do Instituto Paulo Leminski, gerido, principalmente, pela irmã, Áurea Leminski.

Há 22 anos companheiro de vida e de trabalho de Estrela, o músico, produtor e compositor Téo Ruiz assume que, quando esbarraram um no outro, ele não tinha noção da grandeza da obra de Paulo Leminski. Hoje percebe como sabia manejar o simples, sendo que isso é, na verdade, algo complicado de se fazer. Ruiz, que até já coordenou uma exposição, a Múltiplo Leminski, ainda relaciona as criações do curitibano às do soteropolitano Dorival Caymmi e às do recifense Lenine. 

Estrela preparou e lançou, em 2014, o disco duplo Leminskanções, com músicas inéditas de Paulo Leminski e alguns de seus parceiros, lançado em 2014. O projeto ainda rendeu, um ano depois, um livro de canções com mais de 100 músicas de Leminski. Artistas consagrados, como Moraes Moreira, Zélia Duncan e Zeca Baleiro, participaram da iniciativa.

Uma das sensações que existem atualmente, pontua Estrela, é a de que ela e a família fazem “o gerenciamento de carreira de alguém que não está mais aqui”. Contudo, há limites. Sua mãe, Alice Ruiz, se recusa a dar entrevistas sobre o companheiro, reafirmando seu posto de mulher que não permite que a transformem em um acessório ou alguém menor, que apenas auxiliou um homem a alcançar a notoriedade.

“Ela fala: minhas filhas tocam o barco [em torno das obras de Paulo Leminski] e eu quero dar entrevista sobre a minha obra, porque eu ainda estou produzindo”, diz Estrela. “Desde o primeiro livro, ela estava com ele quando ele publicou e acompanhou boa parte da produção e um outro livro ele enviou para a minha mãe antes de enviar à [editora] Brasiliense. E deixou um livro organizado, que é O Ex-Estranho. Minha mãe estava lá, in loco, dizendo o que estava passando na cabeça dele”, acrescenta.

Segundo Estrela, a responsável por concretizar a publicação do livro Toda Poesia foi sua mãe. “Foi um ato de amor, de acompanhar cada manchinha no papel, na edição, até para reproduzir aquela coisa caótica e frenética de sair escrevendo, produzindo a mancha no papel e de ter o máximo de poesia por página, para ser uma coisa popular e barata. A gente trabalhou para que fosse algo definitivo e de impacto”, conta.

Para Téo Ruiz, o que Paulo Leminski deixou foi um presente bastante longevo e de impressionante contemporaneidade. “Ele era um mundo inteiro.”

Documentário do MPT homenageia vítimas de acidentes de trabalho

O Ministério Público do Trabalho (MPT) lança neste sábado (27) o documentário Vidas Marcadas – Os Impactos Humanos dos Acidentes do Trabalho, dedicado às pessoas que sofreram algum tipo de acidente de trabalho. O lançamento do filme, que faz parte da campanha Juntos por um Ambiente de Trabalho Seguro e Saudável, marca a passagem do Dia Nacional de Prevenção aos Acidentes do Trabalho.

Em abril deste ano, o MPT lançou seu primeiro documentário, que abordou os impactos financeiros e humanos dos acidentes de trabalho para empresas e empregadores no Brasil.

A subprocuradora-geral do Trabalho, Cristina Aparecida Ribeiro Brasiliano, informou à Agência Brasil que a campanha surgiu após uma conciliação judicial com o consórcio que construiu o Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Durante a construção do estádio, ocorreram inúmeros acidentes de trabalho, alguns fatais, que acabaram levando ao embargo da obra. No fim da negociação, foi determinada a realização de uma campanha para eliminar e reduzir acidentes de trabalho.

“O Brasil ainda está em terceiro lugar no número de acidentes, não só fatais, como corriqueiros, e isso é que nós queríamos evitar, reduzir”, disse Cristina Aparecida. China e Estados Unidos lideram o ranking de países com maior número de acidentes de trabalho.

O MPT levou um período para idealizar a campanha, porque o objetivo era sensibilizar tanto empregadores e empresários quanto os trabalhadores. “Acidentes de trabalho são causados pelas duas partes: o empregador e empresário, que não fornece as ferramentas para reduzir as ocorrências, nem tornam o ambiente de trabalho seguro e saudável, e o empregado, pela sua parca educação, que não entende que precisa usar equipamentos de proteção individual (EPIs). Ele prefere, muitas vezes, ficar sem o equipamento e, aí, sofre acidentes porque não entende ou não quer”, afirmou a subprocuradora, que considera complicada essa relação, na qual “existe uma teimosia bilateral”.

Depoimentos

O documentário Vidas Marcadas – Os Impactos Humanos dos Acidentes do Trabalho traz depoimentos de pessoas cujas vidas foram afetadas por doenças e acidentes relacionados ao trabalho. Uma delas é Lídia Maria Bandacheski do Prado, agricultora de Rio Azul, no Paraná, que foi diagnosticada com intoxicação crônica por agrotóxicos aos 40 anos, tornando-se incapaz de trabalhar por causa de diversos sintomas debilitantes. “Ela lidava com agrotóxico que foi minando sua saúde e a levou a ser cadeirante”, disse a subprocuradora-geral do Trabalho.

Desde 2015, Lídia trava batalhas judiciais contra a empresa responsável por sua condição. Seu depoimento evidencia os perigos, muitas vezes invisíveis, enfrentados por trabalhadores agrícolas e a urgência de medidas de segurança e saúde ocupacional no setor. A advogada de Lídia, Vania Moreira, destaca a necessidade de políticas públicas que protejam os trabalhadores e reconheçam suas condições laborais adversas, e enfatiza a importância da Justiça do Trabalho para garantir a reparação e a qualidade de vida dos afetados.

Clodoaldo Godinho, que sonhava ser jogador de vôlei, teve a vida modificada por um grave acidente que resultou na perda das mãos após apenas 12 dias de trabalho sem treinamento adequado. Ele se reinventou como técnico em segurança do trabalho e palestrante, compartilhando sua experiência para promover um ambiente laboral mais seguro. O caso de Clodoaldo confirma um triste quadro brasileiro.

Conforme dados do Observatório de Segurança no Trabalho (SmartLab), que consideram apenas registros envolvendo pessoas com carteira assinada, cerca de 15% dos acidentes do trabalho registrados nos últimos dez anos no Brasil foram causados por operação de máquinas e equipamentos. Cristina Aparecida reforçou que é preciso orientar e guiar o trabalhador. “Essa tarefa é obrigação legal do empregador, do empresário em geral”, afirmou.

O filme traz também o caso de Giseli Borges, viúva de Noel, uma das vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, Minas Gerais. Noel era um trabalhador terceirizado que, durante a cobertura das férias de um colega, fazia uma perfuração para medir a segurança da barragem quando esta se rompeu. Ele não havia sido informado de nenhum problema de segurança que impedisse a realização do serviço e se tornou uma das 272 vítimas da tragédia, que é considerada o maior acidente do trabalho do Brasil. Segundo a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão (Avabrum), foram vitimados no evento de 25 de janeiro de 2019 130 trabalhadores da Vale e 121 empregados terceirizados, além de dois nascituros e 19 moradores e turistas.

Iniciada em janeiro de 2024 por iniciativa do MPT, a campanha será encerrada no fim de agosto. Em cada mês, um tema específico é abordado. Em janeiro, foram os riscos psicossociais; em fevereiro, o setor aeroportuário; em março,o  setor industrial; em abril, o da construção civil; em maio, o de transportes; e, em junho, o da mineração. Estão previstos ainda temas como agropecuária e saúde e serviços sociais, para julho e agosto, respectivamente.

Números

Dados mais recentes do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho/Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelam que foram registrados no Brasil, em 2022, 612.900 acidentes do trabalho, com recorde de 392 mil casos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com alta de 22%.

Com base em informações do INSS, técnicos de enfermagem, alimentadores de linha de produção, faxineiros, motoristas de caminhão e serventes de obra são as ocupações com comunicações de acidentes de trabalho (CAT) mais frequentes.

Entre os estados, Santa Catarina lidera, com 245 comunicações de acidente a cada 10 mil empregos. Em seguida, aparecem Rio Grande do Sul, com 214, e Mato Grosso do Sul, com 188. O Paraná é o quinto estado em número de notificações de acidentes de trabalho.

No recorte por gênero, os grupos mais atingidos são homens de 18 a 24 anos e mulheres de 35 a 39 anos. Proporcionalmente, as empresas de porte médio e pequeno costumam registrar mais acidentes de trabalho do que as grandes. Cerca de 15% dos acidentes ocorridos nos últimos dez anos foram causados por operação de máquinas e equipamentos.

Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OMT), meio bilhão de dias de trabalho foram perdidos com as ocorrências no setor formal desde 2012. A perda média para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos) mundial, a cada ano, é de 4%.

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021 mostra que 15% da população em idade ativa, no mundo, vive com algum tipo de distúrbio psicossocial. A depressão e a ansiedade responderam, juntas, por 12 bilhões de dias de trabalho perdido, o que representou gastos de US$ 1 trilhão por ano, além do custo familiar e pessoal.

O teaser (apresentação) do documentário do MPT pode ser acessado neste link.

TV Brasil homenageia Chico Buarque com exibição de documentário

Em comemoração aos 80 anos do cantor e compositor Chico Buarque, a TV Brasil apresenta o documentário Chico e As Cidades (2000) na programação deste sábado (22), às 14h. Autor de clássicos da música brasileira, com sucessos que embalam gerações, o artista carioca fez aniversário na última quarta-feira (19).

O filme combina trechos do show As Cidades, do álbum homônimo lançado pelo astro em 1998, com depoimentos do próprio Chico sobre a vida e a carreira, além de um bate-papo com amigos. A produção está disponível no app TV Brasil Play.

Gravado em película, o tributo conta com diversas participações especiais. A obra da sétima arte promove encontros memoráveis, com resgate de registros emocionantes de personalidades que já partiram como o arquiteto Oscar Niemeyer e o sambista Jamelão junto com Chico Buarque de Hollanda em ricos diálogos.

A atração da faixa de cinema do canal público também traz ícones como o ex-jogador Tostão, a cantora Maria Bethânia e o sambista Zeca Pagodinho. Traz também a Velha Guarda da Mangueira, escola de samba de coração do homenageado.

Com trabalhos nas telonas e nos palcos, Chico contribuiu com filmes e escreveu peças que são clássicos do teatro nacional. Chico e As Cidades ainda mostra a verve dele como escritor de títulos como o primeiro romance Estorvo (1991).

Dirigido por José Henrique Fonseca, o projeto reúne belas cenas captadas no Rio de Janeiro e em Buenos Aires. O documentário costura a trajetória do bamba por meio de entrevistas e conteúdos especiais com músicas do repertório do consagrado ícone.