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“Estou em estado de graça”, diz Guto Lacaz ao festejar 50 anos de arte

Um artista inventor repleto de bom humor, que transforma os objetos do cotidiano em obras de arte que desafiam a percepção de mundo. Assim é Guto Lacaz, artista que é celebrado pelo Itaú Cultural com a mostra Guto Lacaz: cheque mate, que entrou em cartaz nessa quinta-feira (1), em São Paulo.

Com curadoria dos designers Kiko Farkas e Rico Lins, a mostra apresenta um panorama de mais de 50 anos de atividade do artista, apelidado pelos curadores de Guto ‘Sagaz’, por sua grande perspicácia e subversão.

Cada objeto retirado do cotidiano ganha novo significado nas mãos do artista, geralmente acrescido de uma certa animação. Difícil passar por suas obras – repletas de movimentos e sutilezas – e não sorrir.

“Estou em estado de graça”, disse o artista, em entrevista à Agência Brasil, na inauguração de sua mostra. “É uma delícia ver as coisas que estão embrulhadas e encostadas em casa serem agora expostas”, acrescenta.

Sempre de bom humor, o artista comprova que essa não é uma característica exclusiva sua ou de suas obras. “Na verdade, [o humor] é característica da minha família. A minha família é muito palhaça, sabe? Desde meu pai, meus tios, meus sobrinhos, meus irmãos, todo mundo é metido a engraçado. E eu gostava muito de desenhar e fui optar pelos cartunistas, que são os desenhistas de humor como o Ziraldo, o Jaguar, o Borjalo. Depois, na faculdade, eu conheci o Saul Steinberg [cartunista nascido na Romênia]. Então, eu copiava essa turma que desenhava, em que o desenho era engraçado. E eu pensava: ‘e se eu conseguir fazer um desenho?’. Depois comecei a fazer objetos e os objetos saíam engraçados também”, conta.

“O Guto é um artista raro”, descreve o curador Rico Lins. “Além de sua formação ser uma coisa bem eclética e não linear, ele é um cara que traz muito humor para seu trabalho. E esse humor é um diferencial, um divisor de águas. Primeiro porque isso é uma coisa meio rara dentro das artes visuais. Você acha que, quando a pessoa tem humor, ela não é séria. E, no entanto, o Guto consegue uma forma de comunicação absolutamente direta com todos os públicos. Ele é um artista muito generoso, que se vale do humor como uma ferramenta. E esse humor tem um componente lúdico também, que é um outro ponto muito importante no trabalho dele”.

Artista multimídia

Guto Lacaz é também um artista multimídia. Além de suas instalações e performances, ele tem uma produção variada como desenhista, ilustrador, cartunista, designer, cenógrafo e assinando projetos gráficos editoriais e logomarcas para empresas. Formou-se em arquitetura e eletrônica industrial pela Universidade de São Paulo (USP), na década de 1970, mas decidiu virar artista.

Hoje com 76 anos e mais de 50 anos de carreira, seu universo artístico é uma imensidão de objetos singulares, dispositivos engenhosos e incomuns, vídeos de performances inusitadas, peças com trocadilhos e jogos de palavras.

“O Guto Lacaz é um artista paulista e muito paulistano que trabalha com plataformas variadas. Ele trabalha com cinema, com performance, com teatro, com ilustração, com escultura, desenho, poesia e é um artista que deveria ser mais reconhecido”, opina o curador Kiko Farkas.

“Uma das coisas que são legais em seu trabalho é que ele pega coisas do cotidiano e vai transformando-as, vai dando novos significados, novas funções. Ou às vezes vai destruindo sua função e não põe nenhuma nova função no lugar. É sempre uma brincadeira, mas sempre tem um cunho crítico. Ele faz uma crítica a essa sociedade de consumo e ao mito do progresso tecnológico e da industrialização”, diz Farkas.

A exposição em cartaz no Itaú Cultural faz uma retrospectiva da obra de Lacaz, apresentando trabalhos desde o início de sua carreira até mais recentes e inéditos. Entre eles, Eletrolinhas, uma instalação que brinca com os sentidos criando uma espécie de ilusão de óptica, composta por linhas brancas se movimentando suavemente em caixas pretas. “Esse trabalho estava há 20 anos guardado em casa. Fiz em 2004 e só agora que o estou expondo”, conta Lacaz.

Outro trabalho recente é Nomes, em que mostra uma coleção de folhetos de vendas de imóveis em que ele brinca com os nomes dos corretores e das edificações. Essa é uma obra em que ele provoca reflexão sobre a especulação imobiliária na capital paulista.

“Todo dia eu recebo [esses folhetos]. Todo dia recebo um na minha caixa de cartas. Não tem esforço nenhum. Foi só reunir [tudo isso]. E é uma obra bem atual porque estão destruindo São Paulo inteira com prédios enormes que derrubam quadras inteiras de casinhas lindinhas”, descreve o artista.

“Os folders de imobiliárias são muito bem desenhados. Eles contratam um designer, então são muito elegantes. Mas os adesivos com os nomes dos corretores que vão vender os apartamentos [aplicados sobre esses folders] são muito trash. Eles põem o adesivo em qualquer lugar. O título da obra ficou Nomes, porque há esse contraste entre a gráfica dos corretores, que é mais trash, e a gráfica da imobiliária, que é metida a elegante, metida a chique”, explica.

Humor e crítica social

A exposição inteira conta com cerca de 170 de suas obras que trazem muito humor, crítica social, experimentação e originalidade. E tem início no primeiro andar, onde foram instalados trabalhos de grande proporção. Entre eles, a obra Pororoca, que é toda cinética. “Esse é um trabalho que eu gosto muito e que estava guardado em casa. Agora o restauramos e ele está lindo”, observa o artista.

Guto Lacaz celebra mais de 50 anos de atividade. Foto – Bruno Poletti/Divulgação

Nesse andar também está a inédita Volare, feita especialmente para essa mostra e que reúne grandes cilindros transparentes, em pé, dentro dos quais um ventilador faz girar paletas sem sair do lugar, criando uma ilusão ótica. “Nesse piso temos obras de grande porte”, explica Farkas.

No primeiro subsolo há cartuns e também artes gráficas que ele fez para revistas e marcas variadas. Podem ser vistas, por exemplo, as ilustrações que Lacaz fez para a revista Caros Amigos e para a coluna de Joyce Pascowitch, na Folha de S. Paulo. Outra obra vista neste andar é A Terceira Margem do Rio, em que um espelho posicionado próximo de canoas revela uma nova canoa, que só existe no reflexo.

Já o segundo subsolo, diz Rico Lins, busca explorar o processo criativo de Lacaz. Ali se apresentam elementos de seu ateliê, onde ele guarda cadernos, blocos, fotos e memórias. “É como se a gente fosse mergulhando na cabeça do Guto”, revela o curador.

Além da exposição, o Itaú Cultural ainda vai apresentar o documentário Guto Lacaz – um olhar iluminado, dirigido por Marcelo Machado e conduzido por Farkas e Lins. O filme será disponibilizado no streaming Itaú Cultural Play, gratuitamente.

Mais informações sobre a exposição, que fica em cartaz até o dia 27 de outubro, podem ser obtidas no site.

 

Moradores do RS podem se inscrever de graça no Enem 2024 até hoje

O prazo para inscrições de moradores do Rio Grande do Sul no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 termina nesta sexta-feira (21), às 23h59. O prazo extra exclusivo ocorre pela situação de calamidade pública que atingiu o estado em maio deste ano.

O prazo para inscrições foi reaberto pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no domingo (16), conforme edital específico.

As inscrições devem ser feitas online na Página do Participante, com o login único no portal de serviços digitais do governo federal do Gov.br. O participante que esquecer a senha cadastrada terá a opção de recuperá-la no mesmo site.

Os participantes também podem solicitar tratamento pelo nome social (se for o caso) e atendimento especializado, com recursos de acessibilidade às pessoas com deficiência (PcD). O ineressado deverá inserir novo documento que comprove a necessidade do atendimento especializado. E o resultado do recurso desta solicitação poderá ser consultado também na Página do Participante, a partir do dia 5 de julho de 2024.

No período regular de inscrição, que terminou na sexta-feira (14), o Inep registrou mais de 259,9 mil inscrições de candidatos do Rio Grande do Sul, entre os mais de 5 milhões de inscritos no período regular, encerrado em 14 de junho.

Isenção

Todos os moradores do Rio Grande do Sul inscritos no Enem 2024 têm direito a fazer a prova gratuitamente, porque o governo federal isentou este público do pagamento da taxa de inscrição de R$ 85, devido às enchentes.

Porém, o Ministério da Educação (MEC) e o Inep alertam que a isenção da taxa não garante a participação no Enem 2024. Os moradores do Rio Grande do Sul interessados devem fazer a inscrição online para confirmar a presença nos dois dias de provas do exame.

Datas

Em 2024, as provas objetivas e a redação serão aplicadas em todos os estados e no Distrito Federal nos dois primeiros domingos de novembro, dias 3 e 10.

O edital do Enem 2024 determinou que, no primeiro dia de provas, serão aplicadas as de linguagens, ciências humanas e suas tecnologias, além da redação. E o participante responderá a questões da prova de língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida na inscrição. A aplicação terá 5 horas e 30 minutos de duração.

No segundo e último dia do Enem, serão aplicadas as provas de ciências da natureza e suas tecnologias e matemática. A aplicação terá 5 horas de duração.

Enem

Criado em 1998, o Enem avalia o nível de conhecimento dos estudantes no fim do terceiro ano do ensino médio, que corresponde ao fim da educação básica no Brasil.

O Enem é considerado a principal forma de conseguir uma vaga em uma instituição de ensino superior, como universidades (públicas e privadas), faculdades e institutos federais, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), de bolsa de estudo pelo Programa Universidade para Todos (Prouni); ou de financiamento da graduação pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

Os resultados individuais do Enem de estudantes brasileiros também podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições de ensino superior de Portugal, que possuem convênio com o Inep para aceitar as notas do exame.

Para mais informações, Inep criou  a página com as perguntas mais comuns sobre o Enem, no portal do Inep. 

Festival em SP e no Rio apresenta mais de 70 documentários de graça

O tradicional festival de documentários É Tudo Verdade chega neste ano à 29° edição, apresentando 77 produções entre longas, médias e curtas-metragens de 34 países. O evento é gratuito e tem início nesta quarta-feira (3) em São Paulo e na quinta-feira (4), no Rio de Janeiro. A programação se estende até o dia 14 de abril.

O filme de abertura do festival em São Paulo é o documentário britânico O Competidor, de Clair Titley, inédito na América Latina. O filme conta a história de um japonês que passou 15 meses nu, em um apartamento, incomunicável, diante das câmeras de um reality show. Durante o confinamento, ele tinha que preencher cupons de concurso para ganhar o que precisava para sobreviver – comida, roupas e eletrodomésticos – até atingir a meta de 1 milhão de dólares.

Já a sessão de abertura no Rio de Janeiro apresentará o documentário Um Filme para Beatrice, de Helena Solberg, única cineasta mulher do cinema novo. O filme busca responder à pergunta “Como vão as mulheres no Brasil?”.

A mostra não tem um tema específico, mas um dos destaques deste ano são as produções voltadas ao universo literário com documentários sobre escritores como Veríssimo [dirigido por Angelo Defanti], Antonio Candido – Anotações Finais [de Eduardo Escorel] e Fernanda Young- Foge-me ao Controle [de Susanna Lira]. Também há filmes sobre personalidades políticas como Brizola [de Marco Abujamra] e sobre cineastas como Fellini: Confidências Revisitadas (de Jean-Christophe Rosé) e Meu Nome é Alfred Hitchcock (de Mark Cousins).

Repatriação cultural

Outro assunto que aparecerá na edição deste ano é a repatriação cultural, tema do documentário Tesouro Natterer, do cineasta Renato Barbieri. A nova obra de Barbieri, conhecido pelos filmes Pureza e Servidão, apresenta a história do naturalista Johann Natterer, membro de uma expedição austríaca que desembarcou no Brasil em 1817 acompanhando a arquiduquesa Maria Leopoldina, que foi a primeira esposa de Dom Pedro I.

Nos 18 anos em que esteve no Brasil, Natterer coletou mais de 55 mil objetos, montando o maior acervo etnográfico sobre povos indígenas do Brasil, com mais de 2,3 mil peças de 68 povos originários.

Esse material foi praticamente todo enviado para o exterior, para compor os acervos do Museu de História Natural e o Weltmuseum Wien, ambos na Áustria. Apenas 90 peças dessa coleção, que ele presenteou ao imperador Dom Pedro II, permaneceram no Brasil, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. No entanto, com o incêndio ocorrido em 2018 no museu brasileiro, essa coleção se perdeu.

“Ele [Natterer] fez uma coleção monumental, que foi enviada para Viena. Ele acabou formando o maior e mais antigo acervo etnográfico do Brasil no mundo – e que o Brasil desconhece”, descreveu Barbieri, em entrevista à Agência Brasil. Entre esse material, contou o cineasta, estão máscaras, utensílios, armas, zarabatanas e instrumentos musicais utilizados por indígenas, como uma trombeta. “Todas essas peças estão praticamente intactas 200 anos depois”.

Para este filme, Barbieri refez o percurso de Natterer e também visitou os museus austríacos ao lado de Hans Munduruku, que ficou profundamente impactado com esse acervo etnográfico. “Essas peças têm um valor cultural gigantesco, realmente, de tesouro”, disse o cineasta, que pretende incentivar uma grande campanha para repatriar esse acervo ao Brasil. “Quero muito aproveitar a avant-prémiere e as exibições no festival É Tudo Verdade para fazer uma campanha para sensibilizar [sobre a repatriação]. Queremos mobilizar setores brasileiros para que, por meio desse filme, eles tomem conhecimento sobre essa coleção e viabilizem a repatriação dessas peças”.

O documentário Tesouro Natterer, definido por seu diretor como um “road movie histórico de impacto social” e que levou 21 anos para ser produzido, será exibido em São Paulo nos dias 6 e 7 de abril e, no Rio de Janeiro, nos dias 8 e 9. No festival, o filme concorre na categoria Competição Brasileira – Longas e Médias Metragens.

Homenagens e formação

Além das mostras competitivas, os ciclos especiais do É Tudo Verdade vão homenagear dois grandes cineastas: o cineasta e fotógrafo brasileiro Thomaz Farkas (1924-2011), cujo centenário de nascimento é celebrado neste ano, e o diretor e ensaísta irlandês Mark Cousins, que visita o Brasil pela primeira vez. Já a mostra Clássicos destaca ainda o centenário de nascimento do documentarista Robert Drew (1924-2014) e os 50 anos da Revolução do Cravos, em Portugal.

A programação do evento também inclui uma série de atividades de formação como a 21ª Conferência Internacional de Documentário, que ocorre na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

O Festival É Tudo Verdade é reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos e qualifica seus filmes vencedores automaticamente para inscrição na disputa do Oscar nas categorias de melhor documentário brasileiro e internacional e melhor curta documental.

Mais informações sobre o festival e a programação completa podem ser consultadas no site.

Livro de fotógrafo sobre crianças na Amazônia chega de graça a escolas

Na aldeia dos Kamayurá, no Mato Grosso, Raoni, de 8 anos, faz uma cambalhota e mergulha na Ipavu, a lagoa sagrada. Em Periquitaquara, no Pará, Pedro, de 12, diverte-se ao subir no açaizeiro e ao observar a floresta encantada. Já Franciele, de 10, em Xapuri, no Acre, equilibra-se nos troncos e cipós imaginando-se atleta nas Olimpíadas.  

As diversões, os sonhos e as histórias de 15 crianças de seis estados da Região Norte descortinam uma paisagem de inocência e das raízes culturais no livro Amazônia das Crianças, do fotógrafo Araquém Alcântara. O trabalho está disponível pela internet e também para instituições, que podem pedir o livro impresso de forma gratuita.

Confira aqui o livro. As imagens de Araquém Alcântara – que tem mais de 60 livros publicados sobre meio ambiente – é acompanhada por textos do jornalista Morris Kachani, do educador ambiental Zysman Neiman e ilustrações do artista Angelo Abu.

Para inspirar

O trabalho está dividido em dois volumes. Segundo explica o patrocinador da pesquisa, no primeiro livro, crianças indígenas, ribeirinhas, extrativistas, quilombolas e urbanas narram as histórias. No segundo volume, as experiências são acompanhadas de contextos históricos, sociais, econômicos e ecológicos.

A proposta é inspirar os professores da educação infantil a trabalhar esses temas em sala de aula a fim de sensibilizar para a preservação da maior floresta do mundo e para o cuidado com os moradores da região.

Segundo o que foi divulgado, o trabalho é voltado particularmente para educação infantil e, por isso, pode ser solicitado por escolas (públicas ou privadas), organizações não-governamentais e bibliotecas. O patrocinador do trabalho, o C6 Bank, disponibilizou o livro para ser baixado gratuitamente com um guia de utilização para professores.

O livro e o guia também estão disponíveis em pdf, ePub para Kindle e Google Play Livros.

Para solicitar o kit impresso sem custo, as instituições devem preencher um formulário no site do patrocinador. “Cada kit contém um exemplar do livro Amazônia das Crianças e um do Guia de navegação”, divulgou o patrocinador.

Livro pode ser solicitado por escolas públicas e particulares, gratuitamente – Araquém Alcântra/Divulgação

Para comunidades

O banco patrocinador garante que cerca de 2 mil livros serão distribuídos a escolas públicas, incluindo escolas das comunidades envolvidas no projeto, que receberão a nova publicação de Araquém e um acervo com 120 outros títulos. Estão previstos ainda encontros de formação de mediação de leitura nas comunidades representadas na obra.

A chegada do livro pode ser uma emoção diferente para Samuel, de 11 anos, morador de Manaus (AM). “Adoro minha escola. Principalmente a biblioteca. Lá tem livros que eu amo. Um deles é de fotos da floresta. Fico besta com aquele tanto de verde e de rios bonitos. As fotos me fazem sonhar”, escreveu. O menino sonhador vai poder ler o livro em que ele é protagonista.