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À espera do gabarito, candidatos e professores avaliam provas do CNU

A segunda-feira foi marcada por análises do conteúdo das questões, correção extraoficial e comentários sobre as provas do Concurso Unificado, que foram aplicadas nesse domingo (18). O tema dominou as redes sociais, enquanto os candidatos vivem momentos de espera pela publicação dos gabaritos oficiais preliminares, na página do concurso, prevista para esta terça-feira (20). 

A criadora de conteúdo digital e advogada, Rebeca Velozo, por exemplo, compartilhou em sua conta do Instagram as impressões dela sobre as provas. Ela fez o exame no Recife, para o bloco temático 7, o de Gestão Governamental e Administração Pública. Rebeca contou que vinha estudando para carreiras jurídicas antes do concurso unificado e, segundo ela, os temas foram mais genéricos. Por isso, a advogada admite não ter se debruçado aos estudos para uma preparação eficaz e prestou a prova para conferir o novo formato.

“É melhor do que os [concursos] de decoreba. A proposta, desde o início, era de não querer uma pessoa que decore, mas, uma pessoa que entenda. As questões trouxeram um contexto, uma historinha e cobraram um conceito. O que [os organizadores do concurso] querem é que você saiba aquele assunto e consiga responder à questão, muito mais do que lembrar de coisas muito específicas. E um concurso público precisa ser uma grande peneira para filtrar as pessoas que vão para a segunda etapa do concurso”, disse a concurseira à Agência Brasil.

Já a jornalista Raquel Monteath achou que as provas, também do bloco temático 7, foram cansativas, mas bem elaboradas. “A redação foi bem tranquila e adorei o tema sobre a situação do preso no sistema prisional e a atuação do agente penitenciário. Na parte da tarde, as questões da parte específica foram cansativas. Houve aquele esforço físico e foi complicado voltar do almoço, aquela agonia do trânsito em Recife. Nada é fluido e tudo impacta”, relembrou. Ela também disse ter se surpreendido com o índice de abstenção, acima de 50%.

“Quando o concurso foi adiado, senti que muita gente pensou: ‘agora é a minha chance’. Como passou de maio para agosto, vai dar tempo.’ Quem tinha estudado, teve mais chance de revisar os conteúdos e quem não tinha [estudado], ia começar. Por isso, fiquei surpreendida com o alto número de abstenções”, completou.

Em Brasília, a sanitarista Laís Relvas prestou um concurso público pela primeira vez. Laís se preparou para o processo seletivo em um curso online. “A prova foi extremamente interessante. Acredito que eles [do governo federal] buscaram, e vão conseguir, selecionar um perfil de servidor público comprometido com a transformação social, com os objetivos da administração pública, com a ética, com os direitos humanos, com as minorias”, afirmou.

Ela disse, no entanto, que seria melhor mais tempo para a prova discursiva. “Particularmente, acho que o tempo da manhã poderia ser um pouco maior considerando a [prova] discursiva. Meu grande desafio foi a gestão do tempo. Eu terminei a redação do jeito que foi possível “, contou.

Sem ter se dedicado ao concurso, a assessora de imprensa Lídia Maia, que prestou a prova na Ceilândia (DF), acredita não ter chance de aprovação no CNU e que, agora, vai focar nas provas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a serem aplicadas em 8 de dezembro. “A prova foi bem técnica e muito cansativa, por ser o dia todo. Não gostei do formato. Pela manhã, o tempo foi pouco para fazer a redação e as questões. Meu foco, agora, será o concurso do TSE Unificado.” 

Palavra de professor

O professor de português e administração, Eduardo Cambuy, disse à Agência Brasil que as dificuldades das provas estavam equilibradas, com questões de compreensão mais simples e outras mais complexas. “O grande diferencial foi a forma como foi cobrada. Ao invés de  uma pergunta mais direta e objetiva, havia sempre uma contextualização que o candidato precisava interpretar o texto em cima, verificar os gabaritos abaixo para ver qual resposta não respondia ao texto acima, porque sem fazer isso, por exemplo, o candidato poderia ter várias respostas possíveis no gabarito”. 

Sobre a abstenção de 54% dos inscritos, o professor afirmou que o percentual era esperado devido ao número expressivo de candidatos e pela demora na realização do concurso, após o adiamento de maio para agosto, justificado pelas chuvas no Rio Grande do Sul.  “Concursos com menos inscritos têm um percentual de 25% a 30% de abstenção. Concursos que batem 800 mil a 1 milhão de inscritos, normalmente, têm uma abstenção maior. O do Banco do Brasil teve mais de 1 milhão de inscritos e 50% de abstenção. Como teve um espaço de tempo, por causa do adiamento do concurso, houve um desânimo, muitas pessoas acreditaram que não iam sustentar o estudo ao longo do tempo. E durante o percurso, muitos outros concursos foram abertos, as pessoas foram desviando para outras oportunidades que já estavam esperando”.

O professor observou que não houve prova de língua portuguesa, o que tornou o certame bem diferente dos tradicionais. “Acho compreensível não ter questões de língua portuguesa para focar na parte mais temática e relevante. É mais espaço que a gente tem para cobrança de assuntos de conteúdo do cargo. Informática e português são assuntos que são quase pré-requisitos. Então, esse tipo de reforço não, necessariamente, seleciona candidatos, Essa foi a escolha do CNU e acho que pode manter assim, desde que tenha uma redação para avaliar a competência linguística na escrita.”

O especialista defende que o modelo deve ter outras edições e ser usado para seleção de servidores públicos de outros Poderes. No entanto, destacou que é preciso aprimorar pontos como o tempo de duração, a distribuição de matérias cobradas e evitar número excessivo de retificações de editais. “Algumas retificações prejudicaram muitos alunos, mudando a regra do jogo em cima da hora”, concluiu o professor Cambuy.

Eliminação

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou nesta segunda-feira (19) que os candidatos do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) que não preencheram toda a identificação do cartão de respostas serão eliminados

Como o concurso tinha vários tipos de prova, era preciso identificar a prova no cartão-resposta, onde é marcado o gabarito. O edital do CNU informa que o candidato deverá marcar o tipo de prova que consta na capa da sua prova nos respectivos cartões-resposta, sob pena de eliminação. A informação também estava escrita na primeira página de todas as provas do concurso. 

CNU

O Concurso Público Nacional Unificado contou com inscrições de 2,1 milhões de candidatos, porém, o registro é de que cerca de 1 milhão de inscritos participaram das provas.

Os cadernos de provas já estão disponíveis para consulta . O gabarito preliminar será disponibilizado nesta terça-feira (20).

A divulgação do resultado definitivo está prevista para 21 de novembro e a etapa de convocação para posse e realização de cursos de formação será iniciada em janeiro de 2025.

MPF acompanha restauração de painel da artista Djanira em Petrópolis

O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta segunda-feira (19) que a restauração do painel História de Petrópolis, feito pela artista modernista Djanira da Motta e Silva em 1953, está em fase avançada. O processo é acompanhado pelo órgão junto ao município de Petrópolis, que assinou há oito anos um termo de ajustamento de conduta (TAC).

O painel começou a ser restaurado em 2021, mas os trabalhos foram interrompidos depois da morte do dono da empresa contratada para o serviço. A restauração foi retomada em 9 de abril deste ano. O cronograma é dividido em oito etapas, com duração de dez meses. A previsão é que a obra, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1982, fique em exposição ao público durante um período.

Com dimensões de 12,75 x 3,50 metros, o painel ilustra paisagens e cenas típicas de Petrópolis. Traz símbolos da cidade como o Museu Imperial, as carruagens, as fábricas de cerâmica e de tecido. A artista Djanira morou em Petrópolis durante o período que pintou o painel para o Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio.

Relatório

No dia 30 de julho, o MPF recebeu um relatório da prefeitura de Petrópolis com detalhes do trabalho que já foi feito. O documento informa que foi feita revisão estrutural da cama de acondicionamento do painel. Ela estava fragilizada e sem condições de servir de base para a obra. Foi preciso confeccionar uma nova cama.

Também foi adicionada uma proteção da mesa com papel siliconado. Na etapa quatro do cronograma, foram realizadas higienização e desinfeção da obra, com limpeza química e mecânica, com a remoção de sujeiras impregnadas.

Em reunião com técnicos do Iphan, foram apresentadas as intervenções e as metodologias empregadas. Os próximos passos, de acordo com o relatório, serão a revisão das emendas originais do suporte (com a execução de protótipo) nos tratamentos como rasgos; revisão de obturações e bordas; e reentelamento com linho natural, importado da Bélgica.

Defesa Civil de SP emite alerta para risco de incêndios florestais

O Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil do estado de São Paulo emitiu um alerta para risco de incêndio florestais em 16 regiões do estado. O aviso atinge as áreas da capital, Região Metropolitana de SP, Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru, Campinas, Franca, Itapeva, Marília, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba.

De acordo com a Defesa Civil, a umidade relativa do ar poderá atingir níveis críticos nos próximos dias nessas regiões. Com exceção do Litoral Paulista, todo o estado deverá registrar níveis abaixo dos 20% de umidade relativa do ar. Na capital paulista há previsão de temperaturas de até 32°C. Em Ribeirão Preto e Araçatuba, as máximas poderão chegar aos 36°C.

A Defesa Civil recomenda à população que adote medidas de prevenção contra queimadas e incêndios florestais, como não soltar balões; não acender fogueiras, especialmente próximo às matas e florestas; não utilizar o fogo para fazer a limpeza de terrenos ou queimar lixo.

“Faça queima controlada somente quando permitido e com autorização das autoridades; Em propriedades rurais, construa e mantenha aceiros limpos para evitar a propagação do fogo, principalmente próximo às estradas e rodovias e às áreas florestais”, destacou a Defesa Civil, em nota.

Para receber os informes da Defesa Civil, o interessado deverá cadastrar o número de celular enviando um SMS com o CEP para o número 40199.

Qualidade do ar

Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a atuação de uma massa de ar seco e estável no estado ocasionará pouca nebulosidade e ventos variáveis, com períodos de calmaria e ventos fracos. Também é prevista a ocorrência de inversão térmica em baixos níveis da atmosfera durante a noite e madrugada, “situação que manterá a qualidade do ar predominantemente Moderada, podendo atingir a qualidade Ruim”.

Das mais de 40 áreas monitoradas pela Cetesb no estado paulista, apenas a de Santos (SP) está com a qualidade do ar considerada boa; 21 regiões estão com a qualidade do ar moderada; 20, ruim; e quatro, muito ruim (Cidade Universitária-Universidade de São Paulo; Cubatão-Centro; Cubatão-Vila Parisi; e Piracicaba).

CNU: candidato que não identificou cartão de respostas será eliminado

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou nesta segunda-feira (19) que os candidatos do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) que não preencheram toda a identificação do cartão de respostas serão eliminados. Cerca de 1 milhão de pessoas fizeram o certame no último domingo (18). 

“Em relação às pessoas que não preencheram toda a identificação do cartão de respostas, o Ministério da Gestão informa que, após consulta à banca aplicadora e consulta jurídica, definiu que, em respeito ao edital, ocorrerá a eliminação dos candidatos”, disse o MGI, em nota. 

Como o concurso tinha vários tipos de prova, era preciso identificar a prova no cartão-resposta, onde é marcado o gabarito. O edital do CNU informa que o candidato deverá marcar o tipo de prova que consta na capa da sua prova nos respectivos cartões-resposta, sob pena de eliminação. A informação também estava escrita na primeira página de todas as provas do concurso. 

Na noite deste domingo (18), após a realização do concurso, a ministra Esther Dweck havia dito que os candidatos que esqueceram de colocar as informações não seriam eliminados. “Não será eliminado, a Cesgranrio vai fazer um esforço enorme para conseguir identificar. Pela localização das questões tinha forma de a Cesgranrio conseguir identificar. Então, vai ser feito esse esforço”, disse a ministra. A declaração causou polêmica nas redes sociais e candidatos temiam a anulação do concurso por causa do não cumprimento do edital. 

Segundo o MGI, cerca de 500 candidatos (0,05% do total) foram eliminados neste domingo por terem apresentado condutas proibidas pelo edital, entre elas sair da sala da prova levando o caderno de questões, o que era proibido.

Primeira Superlua de 2024 pode ser vista nesta segunda-feira (19)

A primeira Superlua do ano aparece no céu na noite desta segunda-feira (19).
 
O fenômeno acontece quando a Lua cheia está no ponto mais próximo da Terra. Em média, essa distância é de cerca de 384 mil quilômetros, mas hoje a Lua estará a 362 mil quilômetros do nosso planeta.

Isso acontece porque a órbita é elíptica, ou oval. Assim, a Lua fica aparentemente maior e mais brilhante, explicou o astrônomo do Observatório Nacional, Fernando Roig.

“Pode ser até 20% mais brilhante do que a lua é. É um espetáculo bem interessante de se observar e dá para ver de qualquer parte do Brasil, do mundo, se tiver condições meteorológicas adequadas”, disse. 

Como surgiu a Superlua

O termo Superlua foi criado por um astrólogo, em 1979, para se referir a uma Lua cheia que está pelo menos a 90% da distância mais próxima da Terra.

Como não é uma definição científica, não existe consenso entre instituições astronômicas sobre a distância entre Lua e Terra que caracteriza o fenômeno.

O Observatório Nacional informou que, em 2016, a Superlua estava a 356 mil quilômetros do nosso planeta, foi a menor distância desde 1948.

A próxima vez que a Lua vai chegar tão perto da gente está prevista para 2034.

>> Ouça na Radioagência 

TV Brasil: Caminhos da Reportagem aborda legislação sobre drogas

O programa Caminhos da Reportagem discute a legislação sobre drogas no país na edição inédita desta segunda (19), às 23h, na TV Brasil. Promulgada em agosto de 2006, a Lei de Drogas marcava a diferenciação entre usuários e traficantes. Pessoas enquadradas no crime de tráfico de drogas poderiam ter pena de prisão de 5 a 15 anos, mais pagamento de multa.

O episódio Cartas marcadas – 18 anos da Lei de Drogas produzido pela emissora pública traz um histórico com questões relevantes sobre o assunto. A equipe da emissora pública entrevista pessoas que já lidaram com os desafios da situação e profissionais de diversas especialidades que atuam na área. A atração jornalística pode ser acompanhada também no app TV Brasil Play.

Perspectivas e dados nos anos 2000

Rio de Janeiro (RJ), 19.08.2024 – Caminhos da Reportagem. Marina Dias, do Instituto de Defesa do Direito de Defesa – IDDD. Foto: TV Brasil/Divulgação – TV Brasil/Divulgação

Especialista do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), Marina Dias lembra que a lei chegou a ser considerada um avanço. “Embora o porte de drogas continuasse sendo criminalizado, a Lei de Drogas traz um tratamento diferente da lei anterior”, afirma.

No entanto, com o passar do tempo, o que era para ser uma inovação se tornou um vetor de encarceramento em massa. “Ela não diferenciou claramente, com critérios objetivos, conduta de uso e porte para consumo pessoal, em relação à conduta de tráfico. Uma coisa é o sujeito, de acordo com as circunstâncias, ter uma determinada quantidade para uso pessoal. Mas quem vai dizer isso? Quem vai estipular que essas circunstâncias indicam uso pessoal?”, questiona o juiz Roberto Corciolli Filho.

Juiz de direito Roberto Corciolli Filho. Foto: TV Brasil/Divulgação – TV Brasil/Divulgação

Em 2006, de acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o Brasil tinha 401.236 presos. Desses, 31 mil foram detidos pelo crime de tráfico de drogas. Se compararmos com 2023, quando a população carcerária atingiu a marca de 642.491 presos, houve um aumento de 536% no número de prisões relacionadas às drogas: 169 mil.

Isabel de Jesus Oliveira tem um neto preso por tráfico de drogas. Foto – TV Brasil/Divulgação

Uma dessas pessoas é o neto de dona Isabel Jesus de Oliveira (foto). Ela acredita que a morte da mãe foi definitiva na vida de Júlio César. “Ele quis ocupar a cabeça dele, mas não soube como. Então, ele já foi pro lado errado, para o lado do tráfico”, conta Isabel. Preso aos 18 anos, Júlio César foi condenado a seis anos e três meses de prisão.

Pesquisa do Ipea e descriminalização do porte

Um estudo de 2023, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), analisou 26.416 processos onde houve apreensão de cannabis. Em 31,4% desses processos, a quantidade de droga apreendida foi de até 25 gramas.

Médico psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira. Foto – TV Brasil/Divulgação

Para Dartiu Xavier da Silveira, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo, os dados apontam para uma falha da lei. “Na verdade, muito do que se faz em termos de aplicação desse tipo de legislação, com a finalidade de coibir o tráfico, não coíbe o tráfico. Porque você está prendendo o usuário. O usuário, seja ele dependente ou um usuário ocasional, é que vai preso”, explica.

Foi o que aconteceu com o pedreiro Feliciano Fortunato, um dos entrevistados no Caminhos da Reportagem. A equipe do programa viajou até a cidade de Presidente Prudente, no interior do Estado de São Paulo, para ouvir a história dele. 

 Feliciano Fortunato ficou 4 anos preso por 16 gramas de machonha. Foto – TV Brasil/Divulgação

Em 2015, Feliciano foi preso e condenado por tráfico de drogas. O pedreiro tinha 16 gramas de maconha em sua casa. Na época, estava em tratamento para dependentes químicos no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). “Não é fácil, porque a lei nunca dava valor pra gente. Nunca eles queriam nos ouvir. Então se um fala assim: ‘esse é traficante’, ele é traficante”, relembra.

Feliciano ficou mais de quatro anos preso até ser considerado inocente. “Saber que eu estava pagando uma coisa que não devia, sendo humilhado, né? Família passando necessidade. Agora eu quero tocar em frente, esquecer esse passado”, desabafa.

Em junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela descriminalização do porte de maconha. Definiu que uma pessoa flagrada com até 40 gramas da droga ou seis plantas fêmeas de cannabis não deve ser enquadrada como traficante. Se esta decisão estivesse em vigor em 2015, quando o tema foi levado ao STF, o pedreiro Feliciano, em tese, não teria sido preso. 

Pesquisadores do Jardim Botânico descobrem árvore rara no Rio

Uma espécie nova de árvore frutífera foi encontrada na área do Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia, no município de Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro. A descoberta da Siphoneugena carolynae, uma “parente próxima” das jabuticabeiras, foi feita pelos pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) Thiago Fernandes e João Marcelo Braga.

“Parente próxima” da jabuticabeira, Siphoneugena Carolynae tem 7 m de altura – Thiago Fernandes/Divulgação JB

O estudo indica que a árvore de 7 metros de altura é única no mundo. Segundo o pesquisador Thiago Fernandes, apenas um único indivíduo da espécie é conhecido, até o momento.

“É a 13ª espécie do gênero Siphoneugena conhecida até hoje. Coletamos com os frutos verdes ainda. Não conhecemos os frutos maduros, mas podemos prever que são semelhantes às jabuticabas (gênero Plinia), já que são parentes próximos”, contou em texto divulgado pelo JBRJ.

Thiago Fernandes acrescentou que, desde o século 19, a região tem provocado o interesse de naturalistas, inclusive de Charles Darwin. O naturalista, geólogo e biólogo britânico visitou aquela área em 1832 e se hospedou na histórica Fazenda Itaocaia, onde houve a descoberta da espécie.

Para o pesquisador, trata-se de um avanço para a ciência. “Essa nova descoberta é um passo adiante para o conhecimento pleno da flora da Mata Atlântica, que ainda abriga muitas espécies desconhecidas para a ciência. Além disso, demonstra a importância das áreas protegidas para a conservação dessa e de outras espécies raras e com distribuição restrita”, completou.

 Frutos da Siphoneugena Carolynae foram colhidos ainda verdes – Thiago Fernandes/Divulgação JB

As expedições de campo no Morro Itaocaia ocorreram entre 2018 e 2023 e, ao longo das fases do desenvolvimento reprodutivo, a espécie foi monitorada periodicamente.

Thiago Fernandes destacou que, desde a graduação, vem realizando estudos com o seu orientador e outros colaboradores e esta não foi a primeira descoberta rara.

“Já fizemos outras descobertas na localidade. Teve uma espécie frutífera que só era conhecida por uma única coleta feita no século 19, que já está no Jardim Botânico em cultivo, e outras duas espécies novas ocorrendo em Itaocaia e Niterói”, afirmou.

De acordo com o JBRJ, o nome científico dado à nova árvore foi proposto pelos pesquisadores em homenagem à pesquisadora da Universidade de Brasília Carolyn E. B. Proença, especialista sênior em Myrtaceae. A escolha foi para marcar a longa carreira de contribuições da pesquisadora para a taxonomia e biologia reprodutiva das espécies dessa família. Carolyn E. B. Proença também contribuiu com a discussão sobre a nova espécie.

“O resultado da pesquisa foi divulgado, em julho último, na revista científica Brittonia, publicação do Jardim Botânico de Nova York, uma das mais respeitadas do mundo”, informou o JBRJ.

Destroços de avião já estão na sede da Voepass, em Ribeirão Preto

Os destroços do avião da Voepass já estão na sede da empresa em Ribeiro Preto, em São Paulo. A retirada dos restos da aeronave do local da queda, em Vinhedo (SP), terminou no fim de semana. A companhia também informou que as bagagens foram recolhidas e estão em processo de limpeza e separação. Mas outros pertences ainda continuam a ser retirados da área do acidente.

A empresa disse que vai se responsabilizar pelos prejuízos do morador da casa atingida na queda da aeronave, no dia 9 de agosto. A Força Aérea Brasileira (FAB) espera apresentar, em cerca de 20 dias, relatório preliminar sobre a investigação do acidente, que causou a morte de 62 pessoas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.

Em São Paulo, os dois motores do avião são examinados nas instalações da Aeronáutica. Em Brasília, os peritos continuam os trabalhos de análise das duas caixas-pretas.

Na semana passada, a FAB confirmou a extração, com sucesso, das informações dos gravadores de voz da cabine e de dados de voo. E agora fazem um estudo dos diálogos na cabine entre a tripulação e o controle do espaço aéreo, além possíveis alarmes sonoros.

Em outra frente, defensorias e os ministérios públicos de São Paulo e Paraná trabalham para garantir indenizações e a liberação do seguro obrigatório às famílias das vítimas.

Nesta terça-feira (20), esses órgãos têm uma nova reunião com a Voepass e a seguradora para tratar desses temas.

Ouça na Radioagência Nacional:

OMS pede fim de ataques a instalações de saúde em meio a conflitos

Pelo menos 1.520 ataques a instalações de saúde em meio a conflitos em todo o planeta foram registrados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao longo de 2023. O saldo foram cerca de 750 pacientes e profissionais de saúde mortos e mais de 1.250 feridos. “Precisamos impedir que isso se torne a regra”, avaliou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em seu perfil na rede social X.

Em nota, a OMS destacou que ataques a instalações de saúde em países afetados por conflitos “privam as pessoas de cuidados urgentemente necessários, colocam em perigo prestadores de serviços e prejudicam os sistemas de saúde”. A entidade pede que profissionais de saúde em todo o mundo sejam capazes de prestar cuidados em ambientes seguros e protegidos, “sem perturbações causadas por atos de violência”.

A OMS define como ataque aos cuidados em saúde como qualquer ato de violência verbal ou física, de obstrução ou de ameaça de violência que interfira na disponibilidade, no acesso e na prestação de serviços curativos e/ou preventivos em meio a emergências. Os ataques, segundo a organização, podem variar desde violência com armas pesadas até ameaças psicossociais e intimidação.

Faixa de Gaza

Duas rodadas de campanhas de vacinação contra a poliomielite devem ocorrer no fim de agosto e no início de setembro na Faixa de Gaza no intuito de interromper a propagação do vírus na região. Para tanto, a OMS fez um apelo, na semana passada, por uma trégua humanitária na região.

Em nota, a entidade, junto ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pede que todas as partes envolvidas no conflito em Gaza implementem pausas humanitárias durante um período de pelo menos sete dias, de forma a permitir a realização das campanhas de vacinação contra a pólio.

“Essas pausas nos combates permitiriam que crianças e famílias chegassem em segurança às unidades de saúde e que agentes comunitários alcançassem crianças que não têm acesso a essas unidades para serem imunizadas contra a poliomielite. Sem as pausas humanitárias, a realização das campanhas não será possível”, apelou a OMS.

A expectativa é que, em cada uma das rodadas da campanha, mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos possam receber a vacina oral, conhecida popularmente como gotinha.

Cinco imigrantes clandestinos são encontrados em navio, no Rio

Policiais federais resgataram cinco imigrantes provenientes da República de Guiné, que estavam escondidos em um navio cargueiro, no Rio de Janeiro, no sábado (17). Eles teriam entrado clandestinamente na embarcação, que saiu de Dakar, no Senegal, e foram posteriormente descobertos pela tripulação.

Segundo a Polícia Federal (PF), os imigrantes estavam em condições precárias de saúde e foram resgatados por motivos humanitários. Com isso, tiveram autorização para um desembarque condicional. Dois deles são menores de idade.

Ainda segundo a PF, um dos imigrantes demonstrou interesse em pedir refúgio no Brasil. Os cinco serão mantidos no Brasil às custas da seguradora do navio, que tem bandeira maltesa, enquanto aguardam a continuidade dos procedimentos legais.

A polícia informou, também, que a embarcação foi inspecionada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devido à suspeita de infecção por malária em um imigrante resgatado e em um dos tripulantes.