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Ocupantes de helicóptero que caiu em SP são sepultados neste domingo

Estão sendo velados e sepultados neste domingo (14), na capital paulista, os corpos de três ocupantes do helicóptero encontrado na sexta-feira (12), no interior de São Paulo, depois de 12 dias de buscas.

Morreram no acidente Luciana Rodzewics, de 45 anos; a filha dela, Letícia Sakumoto, de 20 anos; Raphael Torres, de 41 anos, que era amigo das vítimas e fez o convite para a viagem. Ainda não há informações sobre o sepultamento do piloto Cassiano Teodoro, de 44 anos. 

Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de São José dos Campos nesse sábado (13) e foram identificados com coleta de DNA e impressões digitais, para dispensar o reconhecimento pela família.

Resgate

O helicóptero foi localizado em região de mata fechada, de difícil acesso, e o primeiro acesso dos policiais militares foi feito por rapel, a partir do helicóptero da corporação.

Logo em seguida,o coronel Ronaldo Barreto de Oliveira, comandante da Aviação da Polícia Militar de São Paulo, informou que a aeronave estava totalmente destruída e que os quatro ocupantes estavam mortos.

O local fica a 42 quilômetros (km) do destino, Ilhabela, no litoral paulista, e a 11 km do ponto onde o piloto chegou a pousar, antes de decidir a continuar o voo, sob forte neblina. 

Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), já começaram as investigações do acidente, e se espera a conclusão no menor prazo possível.

Em nota, a empresa CBA Investimentos LTDA, operadora da aeronave, expressou solidariedade às famílias e amigos das vítimas e se comprometeu a colaborar com o processo de investigação do acidente.

Segundo dados da Força Aérea Brasileira (FAB), nos últimos dez anos, 49 pessoas morreram em 16 acidentes fatais com helicópteros no estado de São Paulo. Esse número representa 32% das tragédias com aeronaves no estado.

 

Evento discute em Salvador futuro da capoeira no Brasil e no mundo

O maior evento nacional para discussão do futuro da capoeira no Brasil e no mundo será realizado em Salvador no período de 24 a 27 deste mês, em três locais do centro histórico da capital baiana: Espaço Cultural da Barroquinha, Praça da Sé e Praça da Cruz Caída. A entrada é franca, e a programação completa do 5º Rede Capoeira pode ser conferida no Instagram.

O idealizador e coordenador do evento, criado em 2013, Mestre Sabiá, disse à Agência Brasil que a edição deste ano propõe a ressignificação dos heróis populares, ou seja, dos mestres mais antigos, para que os mais novos possam reverenciar, entender a importância deles e os serviços que prestaram à comunidade capoeirística e à cultura popular, de forma geral. Para ele, esse novo olhar deve ser estendido a toda a sociedade que, muitas vezes, tem um olhar menor para com a capoeira.

Segundo Mestre Sabiá, a capoeira hoje está presente em cerca de 170 países e é a maior divulgadora da língua portuguesa no mundo. “Vem desempenhando um papel necessário e significativo, presente em diversas escolas e universidades. A capoeira está inserida em diversos espaços. É uma das maiores redes informais que existem e tem a grande responsabilidade de agregar as culturas que a transversalizam”.

Ele enfatizou que onde existe capoeira vai-se encontrar sempre o samba de roda, assim como a puxada de rede e o maculelê, que são manifestações da cultura popular afrodescendente.

Mestre Sabiá, criador do Rede Capoeira e organizador do evento em Salvador – Foto: Bruna Laja/Divulgação

Patrimônio

Um ano após a criação do Rede Capoeira, a capoeira tornou-se a quinta manifestação cultural brasileira reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, somando-se ao samba de roda do Recôncavo Baiano; ao Kusiwa, arte e pintura corporal própria dos povos indígenas Wajãpi, do Amapá; o frevo, de Pernambuco; e a peregrinação religiosa do Círio de Nazaré, do Pará.

Mestre Sabiá chamou a atenção para o fato de a capoeira, além de ser patrimônio cultural imaterial, ter de ser alimentada como bem material e disse que essa reflexão precisa chegar ao poder público. Segundo o mestre, o país vive um momento favorável a isso, com pessoas bem-intencionadas no âmbito governamental. Ele destacou que a capoeira está inserida na rede particular de ensino, mas ainda não entrou como matéria curricular na rede pública. “A capoeira ocupa um papel de extrema significância como um veículo de transformação social, em nível de educação, de inclusão. É importante ter um olhar maior para a comunidade capoeirística, ver a capoeira de uma forma maior.”

A capoeira, manifestação de origem escrava, que resultou em perseguições aos que a praticavam, atualmente é referência de educação em Portugal, país que colonizou o Brasil, nos demais países europeus e em vários continentes, destacou o mestre. Por isso, os brasileiros precisam ver a capoeira como uma cultura maior, que engloba várias vertentes, tanto educacionais quanto esportivas. “É uma arte que engloba várias artes e tem a responsabilidade também da consciência política. É importante entender os serviços prestados pela capoeira. Em um mundo de tantas superficialidades, a capoeira vem trabalhando e resgatando, manifestando a ancestralidade, a resiliência. É um movimento de resistência extremamente significativo”, acrescentou.

Olimpíada

Apesar de englobar também o lado esportivo, a capoeira não está entre as modalidades incluídas nos Jogos Olímpicos. Mestre Sabiá considera necessário trazer essa reflexão para o Rede Capoeira, evento que envolve a realização da Estação Paranauê – competição em que são escolhidos os melhores atletas e o campeão mundial. “Esse campeão mundial vem reverenciar, naquele momento, a tradição. Daí, a gente desperta para a importância de reverenciar os mestres mais velhos. A gente não pode estar bem se eles não estiverem bem”.

Sabiá lembrou que o Rede Capoeira tem 14 mestres com mais de 80 anos, que foram os desbravadores do processo de internacionalização dessa arte nas décadas de 1960 e 1970 e ajudaram a divulgar a cultura afro-brasileira. “Eles, muitas vezes, passam por um olhar esquecido. Daí a necessidade de estarmos atentos para os mais velhos, que são verdadeiros heróis, e para a importância que eles têm.”

Como a cultura da capoeira é feita por meio da oralidade e não há muitos registros sobre essa manifestação, é importante preservar a tradição e inseri-la de alguma forma, defendeu Mestre Sabiá. “Quando os mestres vão embora [morrem], vai embora com eles uma biblioteca. Porque eles viram o que ninguém viu e ouviram o que ninguém ouviu e só eles podem contar uma coisa dentro do seu olhar.”

No mundo contemporâneo, onde as coisas são rápidas e descartáveis, é preciso refletir sobre a importância dos antigos, insistiu o mestre capoeirista. ”Eles têm importância de direcionamento, de detentores de um conhecimento maior. A sociedade, dentro de várias reflexões que precisa fazer, precisa entender a capoeira como arte maior.”

Preconceitos

Sabiá citou um ditado em iorubá, que diz: ”Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje”. Para ele, esta é uma possibilidade de corrigir alguns encontros que houve no passado, uma revisão muitas vezes preconceituosa em relação à capoeira, dentro de uma matriz estrutural em que não se sente parte dela. E trazer novos conceitos que vão fortalecer a cultura afrodescendente, com a capoeira que já foi esporte e atividade cultural mais praticada no Brasil, que saiu do Código Penal na década de 1930. Mas ela conta muito sobre um passado cruel.”

Nesse processo, destaca-se Mestre João Grande, que teve papel de destaque e vive há mais de 30 anos em Nova Iorque. Foi reconhecido como doutor honoris causa pela Universidade de Boston, nos Estados Unidos, sem ao menos falar inglês. “Ou seja, é um agente cultural que sai de uma cultura perseguida, discriminada, com um olhar menor e, de repente, vira referência dentro de outro país”.

Daí a importância de valorizar os heróis da capoeira no Brasil e os serviços por eles prestados, ressaltou Mestre Sabiá. “A capoeira é uma arte maior que trabalha música, educação, história, valores, ancestralidade, fora todos os benefícios físicos e de coordenação, equilíbrio, percepção espacial. É uma excelente ferramenta pedagógica para o universo infantil, que trabalha com a imaginação.”

Participação

Junto a mestres, ativistas e artistas, o evento contará com a participação da ministra da Cultura, Margareth Menezes, do neurocientista e biólogo Sidarta Ribeiro, do professor de história da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Antonio Liberac, da pedagoga Mônica Beltrão, autora do livro A Capoeira enquanto construção da identidade e de uma educação problematizadora, de Jorge Columá, autor dos livros A Fábula do Berimbau e Lutas e Artes Marciais, além de representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).

O Rede Capoeira apresentará ainda shows tradicionais e homenageará os mestres João Grande, Acordeon, Boca Rica, Brandão, Felipe de Santo Amaro, Olavo, Pelé da Bomba, Brasília, Virgílio, Cafuné, Carcará, Curió, Mestre Celso e Sombra.

Chuva contínua causa transtornos na cidade do Rio

A cidade do Rio de Janeiro foi atingida por chuva contínua desde sábado (13) que provocou diversos transtornos, principalmente na zona norte. A capital fluminense está em estágio 4 de atenção, penúltimo nível, segundo o Centro de Operações Rio, e a prefeitura pede que as pessoas evitem se deslocar pela cidade e fiquem em local seguro.

“Lembramos que o verão deste ano está sob influência do El Niño, fenômeno climático que pode deixar as chuvas ainda mais fortes e intensas. O município chegou ao estágio 4 às 2h45 da madrugada desse domingo, com registro de chuva recorde em Anchieta, onde em 24 horas choveu 259,2mm”, disse a prefeitura na rede social X, antigo Twitter. “A Defesa Civil Municipal acionou 29 sirenes em 16 comunidades. Os moradores foram orientados a deixar suas casas”, acrescentou.

De acordo com a prefeitura, foram registradas seis quedas de árvores e 25 bolsões d’água. A Rio Ônibus informou que, devido às fortes chuvas, a operação de linhas de ônibus está irregular em diversos pontos da cidade por conta de alagamentos e bolsões d’água. Algumas linhas foram mais prejudicadas devido ao transbordamento do Rio Acari.

Segundo o Alerta Rio, neste domingo (14) uma frente estacionária no oceano ainda influencia o tempo no município do Rio. Assim, o céu estará predominantemente nublado e há previsão de chuva fraca a qualquer momento, podendo ser moderada no período da manhã. Os ventos estarão fracos a moderados, e as temperaturas permanecerão estáveis, com mínima de 23°C e máxima de 31ºC.

Ainda segundo o Alerta Rio, nesta segunda-feira (15) e na terça (16), haverá redução de nebulosidade sobre a cidade e não há previsão de chuva. As temperaturas apresentarão elevação e os ventos estarão fracos a moderados.

Niterói

As fortes chuvas que atingiram Niterói, na região metropolitana do Rio, chegaram ao ponto mais alto na noite desse sábado. A cidade teve o maior registro de chuva em uma hora desde que a medição é feita pelo município. A chuva chegou a 120,2 milímetros no período de uma hora, o que representa mais de 80% do volume esperado para todo o mês de janeiro, segundo a prefeitura.

Cronistas comemoram instituição do Ano Nacional Fernando Sabino

É lei. O Congresso Nacional decretou, o presidente Luiz Inácio Lula sancionou e 2024 foi instituído “o Ano Nacional Fernando Sabino, em comemoração ao centenário do nascimento do escritor”, descreve a Lei nº 14.794, de 5 de janeiro de 2024.

O mineiro Fernando Sabino teria feito 100 anos em 12 de outubro do ano passado. O projeto da lei, apresentado em maio de 2023 pela deputada Bia Kicis (PL-DF), só terminou sua tramitação, iniciada na Câmara dos Deputados, em 20 de dezembro no plenário do Senado, que aprovou a proposta relatada pelo próprio presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 

Mas 2024 também tem uma efeméride com o escritor, que nasceu em Belo Horizonte. O ano marca os 20 anos da morte de Fernando Sabino. Ele faleceu no dia 11 de outubro de 2004, um dia antes de completar 81 anos, vítima de câncer no fígado. 

Sabino é autor de 47 livros de crônicas, contos, romances, e publicações de correspondências, como as 134 missivas enviadas durante 50 anos a seus diletos amigos Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino e registradas no livro Cartas na mesa: os três parceiros, meus amigos para sempre publicadas (2002).

Romance de geração

A principal obra de Sabino é O Encontro Marcado, autoficção escrita em 1956 que já teve 100 edições. “Encontro Marcado é uma realização maravilhosa. É um romance de geração que continua falando para as gerações todas, uma atrás da outra”, comenta à Agência Brasil o cronista e biógrafo Humberto Werneck, autor de O desatino da rapaziada (2012), livro sobre a trajetória de jornalistas e escritores mineiros – entre eles, Fernando Sabino. 

Antes do sucesso, o escritor foi campeão sul-americano em nado de costas (1939) e, na década seguinte, iniciou o curso de direito e ingressou no jornalismo como redator no antigo jornal Folha de Minas. “Ele fez muita coisa na vida, mas a coisa que ele fez com mais empenho foi o cultivo do talento dele de escritor”, ressalta Werneck. 

“Sabino introduziu uma maneira muito pessoal e bem-sucedida de contar história. Um dos maiores contadores de história que a literatura brasileira teve no século 20. Com o mínimo de meios, ele te conta muita coisa”, diz Werneck, citando como exemplo a crônica Manobras de esquadrão – disponível no Portal da Crônica Brasileira.

O também cronista e biógrafo Joaquim Ferreira dos Santos cita de Fernando Sabino A última crônica. “É uma peça comovente, a respeito da desigualdade entre as famílias brasileiras. A cena é essa: num canto do bar, pai, mãe e filha – todos pretos – cantam parabéns para a menina que sopra a velinha que não está no alto de um bolo, mas num único raquítico pedaço. Era o que a família tinha para comemorar no aniversário da menina. Era uma coisa tão linda, tão sentimental, tão bem escrita e muito brasileira.” 

À Agência Brasil, Joaquim Ferreira dos Santos sugere que que é preciso comemorar o Ano Nacional Fernando Sabino e pede que saiam novas edições de seus livros “para que esse grande autor brasileiro volte à novas gerações.”

Cancelamento

Há três meses, perto da data de aniversário de Sabino, Santos defendeu, em sua crônica semanal no jornal O Globo, “o descancelamento” de Fernando Sabino”. Esta semana voltou à carga comemorando em novo texto a homenagem do ano: “Que bom! Descancelaram Sabino”.  

O cancelamento foi em razão da biografia Zélia, uma paixão (1991). “Ele caiu em desgraça quando resolveu fazer o livro sobre a Zélia Cardoso de Mello, a ministra da Economia do então presidente Fernando Collor. Essa associação de Sabino com o governo Collor foi muito ruim”, rememora Santos. 

Em nota enviada por e-mail à redação, Ruy Castro diz que gostou “da ideia de dedicar um ano ao centenário de escritores e artistas”, mas pergunta “por que só a um? Meu amigo Fernando Sabino foi um dos grandes nomes da cultura brasileira nascidos há um século. Não o único.” 

De acordo com Castro, “outros foram o compositor e letrista Billy Blanco, autor da Sinfonia do Rio de Janeiro, com Tom Jobim; o dramaturgo e romancista João Bethencourt, autor de O dia em que raptaram o papa, a peça brasileira mais encenada no exterior, e introdutor no Brasil de dezenas de grandes peças europeias, traduzidas por ele; e o sambista, poeta e pintor Nelson Sargento, autor do imortal samba Agoniza, mas não morre, que meio que define o gênero. Acho que o Fernando, com sua modéstia, concordaria comigo.” 

Fernando Sabino ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia (1962), da União Brasileira dos Escritores; o Prêmio Machado de Assis (1999), da Academia Brasileira de Letras; e duas vezes o Prêmio Jabuti (1980 e 2002), da Câmara Brasileira do Livro. 

O corpo do escritor foi sepultado no no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, cidade em que morou a maior parte de sua vida. Na lápide de seu túmulo, o epitáfio: “Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino.” 

Mega-Sena acumula e próximo prêmio será de R$ 21 milhões 

Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.675 da Mega-Sena, sorteadas nesse sábado (13) à noite em São Paulo – 01, 26, 31, 34, 42 e 45. Ficam acumulados para o próximo concurso R$ 21 milhões.

A quina teve 19 ganhadores que receberão o prêmio individual de R$ 125.186,63.

Cada um dos 2.148 acertadores da quadra receberá o valor de R$1.581,90.  

O próximo sorteio da Mega-Sena será na terça-feira (16). 

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

Ato em SP de apoio à Palestina pede cessar-fogo imediato em Gaza

Centenas de pessoas participaram neste sábado (13) de um ato em apoio ao povo palestino em São Paulo. A caminhada teve início na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e seguiu até a Praça Roosevelt, no centro da capital paulista.

Durante o ato, os manifestantes estenderam uma imensa bandeira da Palestina e faixas que pediam o fim do genocídio em Gaza e também um embargo a Israel.

A manifestação em São Paulo é uma das dezenas de atos que estão ocorrendo em diversas partes do mundo hoje (foto em destaque do ato na Dinamarca). “Está acontecendo em 73 cidades em todo o mundo. Aqui no Brasil está ocorrendo em diversas capitais. É um ato global pelo cessar-fogo imediato e definitivo em Gaza perante o genocídio em curso que já dura quase 100 dias”, explicou Soraya Misleh, jornalista palestina-brasileira e coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino em São Paulo.

Em entrevista à Agência Brasil, Soraya disse que a situação em Gaza “é terrível e dramática”. “Temos lá uma situação de ocupação militar, colonização, limpeza étnica e apartheid que são reconhecidos até mesmo pela Anistia Internacional há mais de 75 anos”, enfatizou. “Isso nunca parou e agora está avançando para uma nova fase em que Israel parte para o genocídio, de fato, em Gaza e uma limpeza étnica na Cisjordânia”, acrescentou.

A jornalista cita dados palestinos de que o conflito na região já deixou mais de 30 mil palestinos mortos ou desaparecidos entre os escombros. “E a maioria deles são crianças. Além disso, 90% dos 2,4 milhões de palestinos em Gaza foram obrigados a se deslocar. Suas casas foram inteiramente destruídas e as pessoas lá estão morrendo de fome, de sede, sem tratamento médico e com hospitais e escolas destruídos”.

O palestino Mohammad Farahat, 43 anos, presente na manifestação, chegou ao Brasil recentemente com sua esposa e filhos. Farahat estava na região de conflito e chegou ao Brasil no final do ano passado, em um dos aviões de repatriação da Força Aérea Brasileira (FAB) que esteve em Gaza.

Ele, que ainda tem dificuldades para falar o português, agora está vivendo na cidade de Morungaba, no interior paulista. “Nós vivíamos em Gaza e fomos evacuados pelo governo brasileiro”, relata, destacando que teve que deixar a região por causa do genocídio e das mortes e bombardeios provocados por Israel. “Nossa casa foi destruída. Nós perdemos várias pessoas, familiares e amigos”, contou. Sua mãe e irmãos, no entanto, continuam em Gaza. “A situação para eles é muito perigosa”.

Apoio

Além de palestinos e integrantes de movimentos sociais e políticos, o ato de hoje contou também com brasileiros que se solidarizam com o sofrimento que tem sido vivenciado pelas famílias de Gaza. “Vi as notícias e tenho acompanhado toda a história do que acontece ali naquela região do Oriente Médio. E vim aqui para dar meu apoio pessoal”, disse Ideli Gonçalves Saba, 64 anos. “O que temos visto é que acontece um genocídio lá. Existem terras ocupadas que pertenciam à Palestina. Não estou aqui discutindo a legitimidade de Israel, mas o que sabemos é que houve invasões daquilo que foi determinado previamente do que seria o Estado de Israel. E desde então tem havido um massacre da população palestina. Por isso acho importante vir aqui dar o apoio”, disse à reportagem.

“Eu não imagino o horror que essas pessoas estão passando lá porque eu nunca estive em uma zona de guerra. Posso fazer suposições, mas eu imagino que seja um estado de horror constante. Todo mundo que minimamente acredita em uma questão de humanidade, de cidadania e de direitos das pessoas tem que apoiar o povo palestino em sua luta”, acrescentou Ideli.

Os manifestantes defendem ainda que o governo brasileiro seja mais contundente em suas ações e posicionamentos contra a guerra. “Se temos um apartheid e um genocídio, não se pode ter meias palavras. Tem que se colocar do jeito certo na história. Os palestinos chamam por uma campanha de boicote, desinvestimento e sanções a Israel desde 2005. Temos visto que os povos no mundo são muito solidários. Tivemos manifestações em Londres com mais de um milhão de pessoas. Esperamos que isso ajude a pressionar os governos em todo o mundo para que eles hajam de forma efetiva para parar essa situação”, disse Soraya.

Mais de 23 mil palestinos foram mortos e quase 60 mil ficaram feridos em ataques israelenses em Gaza desde que o Hamas lançou uma ofensiva contra Israel no dia 7 de outubro do ano passado. O balanço é do Ministério da Saúde de Gaza. Em Israel, os ataques do Hamas no dia 7 de outubro deixaram 1,2 mil mortos, além de levar mais de 240 pessoas reféns.

Acidente entre ônibus e caminhonete deixou ao menos 8 mortos em Minas

Oito mortes já foram confirmadas após um choque frontal entre uma caminhonete e um ônibus no interior de Minas Gerais. O acidente ocorreu nessa sexta-feira (12). Após a colisão, o ônibus despencou de uma ponte, que atravessa o rio Itambacuri.

O acidente ocorreu na rodovia BR-116, conhecida como Rio-Bahia, na altura do município de Campanário (MG). De acordo com o Corpo de Bombeiros, seis dos oito mortos estavam na caminhonete e as outras duas no ônibus. Outras 43 pessoas ficaram feridas e algumas estão em estado grave. Parte delas está sendo atendida hospitais das cidades de Teófilo Otoni e Governador Valadares (MG).

O ônibus havia saído do município de Novo Cruzeiro (MG), a cerca de 170 quilômetros do local do acidente. O destino era a cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo.  As causas da colisão estão sendo investigadas.

A prefeitura de Novo Cruzeiro divulgou uma breve nota por meio de suas redes sociais informando que prefeito Nem Capotão está acompanhando de perto a situação das vítimas. “Ele está na porta do hospital, lá em Teófilo Otoni, prestando solidariedade e buscando mais informações”.

Menino de 6 anos morre após chuvas em Juquitiba, São Paulo

Um menino de seis anos morreu após ter sido arrastado por uma enxurrada que se formou na Estrada das Marrecas após as fortes chuvas que atingiram a cidade de Juquitiba, na Grande São Paulo. O corpo do menino foi encontrado no final da manhã deste sábado (13) pelo Corpo de Bombeiros.

Esta é a segunda morte confirmada pelo Corpo de Bombeiros após as fortes chuvas que atingem a região metropolitana de São Paulo desde esta sexta-feira. Na noite de ontem, um homem de 48 anos morreu após ter a casa atingida por um deslizamento de terra em São Bernardo do Campo, no Grande ABC. Segundo o Corpo de Bombeiros de São Paulo, o deslizamento ocorreu por volta das 23h, na Rua Odair Vieira. A vítima foi resgatada já sem vida.

Além dessas duas mortes, uma pessoa continua desaparecida. O carro em que ela estava foi arrastado por uma enxurrada que ocorreu na região de Parelheiros, na zona sul de São Paulo.

Entre a meia-noite e as 9h da manhã de hoje, o Corpo de Bombeiros informou ter atendido 49 chamados para quedas de árvores na região metropolitana de São Paulo e recebido 30 chamados para enchentes.

Projeto ensina cultura africana e afro-brasileira com brincadeiras

O esconde-esconde ou pique-esconde é uma brincadeira popular no Brasil, mas pouca gente deve saber que esses passatempos também divertem crianças em diferentes países africanos como Angola, Moçambique, e São Tomé e Príncipe. Mais improvável ainda é que alguém já tenha ouvido falar do Nguec, jogo de pontaria da Guiné Equatorial, em que os participantes marcam pontos se conseguirem acertar um fruto da árvore Anguec com uma vara.

Esses são apenas alguns exemplos das mais de 100 brincadeiras que foram registradas no Brasil e em seis países africanos que também falam português: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Elas estão no Catálogo de Jogos e Brincadeiras Africanas e Afro-Brasileiras. O livro é organizado pelas pesquisadoras Helen Pinto, Luciana Soares da Silva e Míghian Danae e está disponível gratuitamente em versão digital.

Trabalhos como esses ajudam professores e alunos, principalmente da educação infantil, a se aproximarem das diretrizes estabelecidas pela Lei 10.639, que há 21 anos tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas. A pedagoga Míghian Danae, professora da Universidade Internacional da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), explica que o objetivo principal do projeto era produzir materiais pedagógicos com subsídios para educadores discutirem questões que atravessam historicamente a vida da população negra no país.

Ilustração do Catálogo de Jogos e Brincadeiras Africanas e Afro-Brasileiras – Divulgação/Editora Aziza

“A gente pode praticar a educação a partir das relações étnico-raciais. A maioria das pessoas fica muito surpresa de pensar a brincadeira por essa perspectiva da valorização da cultura africana e afro-brasileira, e das relações de pertencimento. Brincar é um artefato cultural também, uma expressão dos valores de uma sociedade”, destaca a professora Míghian Danae em entrevista à Agência Brasil. “As informações do livro parecem simples, mas são muito ricas. Ao saber de determinada brincadeira, a criança a vincula a um lugar geográfico, mas também a um lugar político, social e histórico, que guarda relações com o Brasil.”

A produção do material levou dois anos e teve apoio do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) e do Itaú Social. Ao longo de 2022 e 2023, o projeto foi divulgado em algumas escolas e associações do movimento negro na Bahia, Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro. E acabou originando um segundo livro, Na Escola se Brinca! Brincadeiras das Crianças Quilombolas na Educação Infantil, feito a partir de duas comunidades de Santo Amaro e São Francisco do Conde, municípios do Recôncavo Baiano.

As autoras queriam tornar mais conhecidos os modos de ser e fazer das crianças quilombolas, mostrar como se desenvolvem nos espaços escolares. Apostar no lúdico, para elas, é uma forma criativa e propositiva para estabelecer relações sociais de reciprocidade, respeito e afirmação da diversidade.

“Pensamos no uso dessas brincadeiras dentro e fora da escola. Tivemos o cuidado de escolher brincadeiras que reafirmassem e valorizassem questões importantes para nós. Sabemos que o racismo também alcança esse universo e fizemos uma curadoria para perceber que valores estavam presentes nas brincadeiras que selecionamos”, diz Míghian Danae. “Queremos dar às crianças o direito de conhecer a diferença, entendida a partir da ideia de celebração. E não de competição ou de inferiorização. Por isso, tanto a teoria quanto a prática são importantes nesse processo, se não o debate é esvaziado.”

Inmet alerta para tempestades em área situada no RJ, ES e MG

De acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), fortes chuvas neste fim de semana devem atingir municípios de boa parte do estado do Rio de Janeiro, o sul do Espírito Santo, e uma pequena porção da Zona da Mata, em Minas Gerais. Foi emitido alerta vermelho, que indica grande perigo e é o mais elevado da escala, que tem ainda o alerta amarelo e o alerta laranja. 

O alerta vale entre 12h deste sábado (13) e 10h de domingo (14). É esperada uma chuva superior a 60 milímetros por hora ou acima de 100 milímetros por dia. O Inmet chama atenção para a possibilidade de ocorrer alagamentos e transbordamentos de rios, além de deslizamentos de encostas em cidades onde há áreas de risco.

A orientação é para desligar os aparelhos elétricos durante as tempestades e permanecer em local seguro. Ao todo, 63 cidades situam-se no perímetro do alerta vermelho. A capital carioca não é uma delas. No entanto, cidades relativamente próximas como Teresópolis e Cachoeiras de Macacu podem ser afetadas.

Além disso, o Inmet emitiu também um alerta laranja, que significa perigo, para quase todo o restante do estado fluminense. A previsão é de chuvas entre 30 e 60 milímetros por hora ou entre 50 e 100 milímetros por dia. Também há possibilidade de ventos intensos, que podem alcançar até 100 quilômetros por hora, causando riscos de corte de energia, queda de árvores, alagamentos e descargas elétricas.

A área colocada em alerta laranja abrange toda a região metropolitana do Rio de Janeiro e também de Belo Horizonte. O perímetro engloba metade do território de Minas Gerais e alcança ainda uma pequena porção do leste de Goiás. Ao todo, há 732 municípios nessa área.

Outro alerta laranja foi emitido pelo Inmet para municípios do norte do país. A área inclui boa parte do Amazonas e do Pará, alcançando ainda o oeste do Maranhão. Pequenas porções no norte do Tocantins e no sudeste do Amapá também podem ser afetadas, totalizando 284 cidades em alerta.