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EBC tem seis finalistas no Prêmio +Admirados Jornalistas Negros

Seis profissionais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) se destacaram na imprensa brasileira e estão entre os finalistas no Prêmio +Admirados Jornalistas Negros. São eles: Iara Balduíno e Luciana Barreto, da TV Brasil; Cibele Tenório e Victor Ribeiro, da Rádio Nacional; Beatriz Arcoverde, da Radioagência Nacional; e Juliana Cézar Nunes, da Agência Brasil.

A próxima etapa do prêmio vai eleger os TOP 50 Jornalistas +Admirados do Brasil, os TOP 5 Profissionais de Imagem (foto e vídeo), e os Veículos TOP 5 (Geral e Liderados por Jornalistas Negros ou Negras).

A TV Brasil, a Agência Brasil e a Radioagência Nacional concorrem como Veículo Geral. Nesta categoria, foram 48 indicações e 14 finalistas. E, entre os veículos liderados por jornalistas negros, 81 indicações e 27 veículos classificados para a segunda fase de votação.
Para votar, basta acessar este link e escolher até cinco opções dentre os finalistas de cada uma das categorias indicadas.

A premiação vai ocorrer no dia 11 de novembro, no Itaú Cultural, em São Paulo. Na ocasião, serão revelados os profissionais TOP 10 e o campeão em cada uma das categorias, além dos campeões regionais.

O Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira é uma eleição promovida pelo Jornalistas&Cia em parceria com 1Papo Reto, Portal Neo Mondo e Rede Jornalistas Pretos, que homenageia profissionais e publicações do jornalismo.

Justiça torna ré influenciadora envolvida em morte de homem em SP

A Justiça de São Paulo tornou ré a influenciadora Natalia Fabiana de Freitas, conhecida por Natalia Becker, pela morte de Henrique da Silva Chagas, 27 anos, em decorrência da aplicação de procedimento estético conhecido como peeling de Fenol.

A ação tramita sob sigilo na 1ª Vara do Júri de São Paulo, segundo informações do Ministério Público.

A denúncia, oferecida pelo promotor Felipe Zilberman,  acusa Natalia de homicídio qualificado por motivo torpe. Segundo nota do MP, o promotor “escreveu na denúncia que a mulher se apresentava nas redes sociais como profissional de estética e, mesmo sem ter habilitação para tanto, passou a realizar uma série de procedimentos.”

Ao procurar o estabelecimento [da ré], a vítima não foi informada sobre os riscos, inclusive cardíacos, da aplicação do Fenol, nem a respeito da alta toxicidade da substância.

Induzido a erro

Além disso, Henrique foi induzido a erro ao ser equivocadamente informado de que nenhum exame de saúde era necessário para a realização do peeling. O homem morreu ainda no local em consequência de edema pulmonar agudo desencadeado por ação inalatória de Fenol, segundo laudo de exame necroscópico.

Henrique morreu no dia 3 de junho deste ano. O inquérito foi concluído pelo 27º Distrito Policial, no Campo Belo, área nobre da zona sul de São Paulo, em 19 de agosto.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública paulista “a autoridade policial analisou o laudo pericial e constatou que a morte da vítima ocorreu devido a um edema pulmonar agudo causado pela inalação de Fenol. A responsável pela clínica foi indiciada por homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de matar”.

Caso motivou mudança de regra

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) pediu a regulamentação e fiscalização do uso de substâncias que representem perigo em procedimentos estéticos para que sejam restritos a pessoas habilitadas na área da saúde, e especificou que “substâncias, por exemplo, como o Fenol, preenchedores, bem como outros procedimentos e tecnologias de risco, sejam exclusivamente manuseados por profissionais médicos ou devidamente capacitados e regulamentados”.

O Cremesp pediu – no dia 21 de junho – que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspenda a venda do Fenol a profissionais não médicos. Quatro dias depois, a Anvisa proibiu a venda e o uso desse tipo de produto não regularizado para qualquer tipo de profissional em uma resolução publicada no dia 25 de junho deste ano.

Defesa Civil renova alerta de risco elevado para incêndios em S.Paulo

Um alerta de risco elevado para incêndios no estado de São Paulo foi renovado pela Defesa Civil do estado até a próxima terça-feira (10). O Mapa de Risco, uma das ferramentas tecnológicas que auxiliam a Defesa Civil no monitoramento de queimadas em vegetação durante o período da estiagem, indica a possibilidade de riscos de incêndios em todo território paulista.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) do estado, para os próximos dias as regiões norte, noroeste e oeste do estado continuarão com o tempo seco e sem chuvas.

As temperaturas continuam em elevação, com a umidade relativa do ar diminuindo e atingindo níveis mais críticos, abaixo de 35%, deixando a sensação de tempo quente e abafado. As temperaturas podem chegar aos 33ºC na região metropolitana de São Paulo.

Para São José do Rio Preto e Araçatuba, as temperaturas devem ficar na casa dos 38ºC. Em Presidente Prudente e Marília, os termômetros podem registrar máximas de 39ºC. Nas duas localidades, a umidade relativa do ar deve ficar abaixo de 15%. Em Campinas, Sorocaba, Araraquara e Bauru, as temperaturas máximas devem ser de 36ºC. Em Franca, Barretos e Ribeirão Preto, temperaturas máximas de até 37º C. A umidade do ar deve ser abaixo dos 20%.

Calor

Para a Região de Itapeva, máxima de 36ºC e umidade abaixo dos 25%. Na Região do Vale do Paraíba, temperatura máxima de 33º C com umidade abaixo de 30% e, na Região da Serra da Mantiqueira, a temperatura máxima chega aos 27º C. E a umidade relativa do ar ficará abaixo dos 30%.

Desde o último domingo 81 unidades de conservação localizadas na região metropolitana e interior do estado de São Paulo foram fechadas em caráter emergencial. “A decisão foi tomada em resposta ao crescente risco de incêndios florestais, que colocam em perigo tanto os visitantes quanto as áreas de preservação”, diz a Fundação Florestal (FF).

O fechamento seguirá até o dia 12 de setembro, podendo ser revisado conforme as condições climáticas e os riscos associados. Durante este período, as equipes da Fundação Florestal estão em mobilização total, focadas em ações de prevenção, no monitoramento territorial e no combate aos incêndios, além de prestar apoio às comunidades vizinhas.

Segundo a Defesa Civil do estado, há focos de incêndio na região metropolitana de São Paulo (Mairiporã e Jaraguá); no Vale do Paraíba (Cunha); Região de Campinas (Monte Alegre do Sul, Bom Jesus dos Perdões, Piracicaba e Valinhos); Região de Bauru (Dois Córregos); Região de Marília (Pompéia); Região de Franca (Pedregulho) e Região de Araçatuba (Braúma e Ilha Solteira).

Prisão

A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) informou que um homem de 34 anos foi preso em flagrante após atear fogo em um terreno na tarde da última quinta-feira (5), na região central de Franca. Testemunhas flagraram a ação e acionaram a Guarda Municipal e as chamas foram contidas sem o acionamento do Corpo de Bombeiros. Outros dois envolvidos no incêndio conseguiram fugir e continuam sendo procurados.

“Além deles, outras 12 pessoas foram detidas por causarem incêndio em vegetação, sendo duas delas em Franca, três em Batatais, dois em São José do Rio Preto, uma em Jales, uma em Guaraci, uma em Pindorama, uma em Salto e outra em São Bernardo do Campo.

Além disso, em Porto Ferreira a Polícia Ambiental autuou dois homens por acender uma fogueira para limpeza da vegetação. A Polícia Civil investiga todos os 12 casos, que não possuem relações entre eles, disse a Secretaria de Segurança Pública em nota.

App da UFF faz tradução para indígenas e facilita ensino de robótica

Há pouco mais de um ano, um aplicativo desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense (UFF), auxilia no aprendizado de estudantes indígenas de Rondônia.

O Comunica Tupi-tradutor foi criado a partir de uma demanda dos quase 200 alunos do curso de robótica educacional para indígenas, do Instituto Federal de Ji-Paraná, que tinham dificuldades em entender o edital de inscrição. 

Ouça na Radioagência Nacional

A desenvolvedora da ferramenta, pesquisadora do Laboratório de Engenharia Industrial da UFF Ilma Rodrigues de Souza Fausto, explica que das 52 etnias no estado o projeto trabalhou com 32, cada uma com um dialeto.

“Nós deveríamos juntar isso e tentar, os termos de informática, tentar trazer de uma forma única pra eles. De repente eu percebi que havia a necessidade de criar um aplicativo como se fosse uma extensão no Google Chrome – ele é livre. Ele se tornou uma extensão, dentro do ambiente mudo, para que quando o aluno indígena não soubesse o que queria dizer ‘robótica’, ele digitasse a palavra na língua dele e a tradução viria.”

Para a pesquisadora, o aplicativo Comunica Tupi-tradutor permite romper barreiras.

“Quando você dá acesso para uma pessoa, você não inclui ela só digitalmente, você inclui ela culturalmente e você inclui ela socialmente. Então, o objetivo dele é que, dentro dos ambientes educacionais, ele facilita e rompe essas barreiras. Pra gente foi interessante a resposta dos alunos com esse acolhimento dentro da língua deles. A gente facilitou o processo de aprendizagem.”

Atualmente o aplicativo já conta com quase 13 mil termos e está na versão 2.0.

“A gente está colocando machine learning, ou seja, a gente está deixando ele como [um aplicativo] de aprendizagem, com inteligência, para que ele possa aprender sozinho. A gente pediu para que ele [o app] pudesse ter redes neurais, para que ele pudesse aprender: o aluno chegava e colocava as frases dele, e então ele começava a aprender. Então, ele está ouvindo o aluno, ele ouve o áudio para aprender a falar. Até agora ele não fala, ele só ouve e escreve. Agora, ele vai começar a falar. Já tem dois meses que a gente está fazendo a outra atualização pra que? Para preservar a língua tupi, mesmo. Para que eles [os indígenas] se sintam incluídos. Esse é um trabalho incrível.”

O aluno Andre Luiz Karipuna, da etnia Karipuna, aprovou o aplicativo e o curso: “Eu gostei muito do curso de formação inicial e continuada em computação, tecnologia e robótica educacional para educação básica.”

 O aplicativo já foi patenteado pela Universidade Federal Fluminense e o Instituto Federal. A previsão é, até o fim do ano, ser disponibilizado de forma ampla.

Polícia Civil realiza operação contra lavagem de dinheiro do tráfico

Policiais civis da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) do Rio de Janeiro realizam, nesta sexta-feira (6), uma operação contra a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão no Rio, em São Paulo, no Paraná, Amazonas e em Mato Grosso, com o apoio de policiais civis desses estados.

O principal alvo da operação é um empresário da área da saúde que utilizava ambulâncias para o transporte de entorpecentes. Em uma ação em 2021, um dos veículos de propriedade dele foi flagrado na Rodovia Presidente Dutra com meia tonelada de maconha, que seria levada para comunidades da zona sul da capital fluminense.

De acordo com as investigações, em um período de um ano, de 2020 a 2021, o suspeito movimentou mais de R$ 6,4 milhões, quantia incompatível com seu patrimônio e atividade econômica.

Os agentes apuraram que a rede de empresas e indivíduos ligados a ele formava um complexo esquema de lavagem de dinheiro, com ramificações em vários estados brasileiros. Diversas transações suspeitas, envolvendo pessoas com capacidade financeira também incompatível, sugerem o uso de laranjas para mascarar as operações ilícitas.

Terra tem agosto com temperatura 1,51 °C acima do nível pré-industrial

A temperatura do planeta ultrapassou no mês de agosto deste ano 1,51 graus Celsius (°C) acima do nível pré-industrial, pelo 13º mês nos últimos 14 meses. Foi o agosto mais quente da Terra da série histórica do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas da União Europeia, com uma temperatura média do ar na superfície 0,71 °C acima da média do período 1991 a 2020.

A média na temperatura global, de setembro de 2023 a agosto de 2024, foi a maior registrada para qualquer período de 12 meses 0,76 °C acima do período entre 1991 e 2020 e 1,64 °C acima da média pré-industrial de 1850 a 1900.

A temperatura média da superfície do mar para agosto de 2024 foi 20,91°C, considerando as zonas Temperadas e Intertropical, a cerca de 10 metros de profundidade. De acordo com Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, esse é o segundo valor mais alto já registrado para o mês, e apenas 0,07°C abaixo de agosto de 2023.

De acordo com o Boletim Agosto de 2024, publicado pela instituição nesta sexta-feira (6), é provável que o ano de 2024 supere as temperaturas registradas em 2023. “Essa sequência de temperaturas recordes está aumentando a probabilidade de 2024 ser o ano mais quente já registrado. Os eventos extremos relacionados à temperatura testemunhados neste verão só se tornarão mais intensos, com consequências mais devastadoras para as pessoas e o planeta, a menos que tomemos medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.”, afirmou a diretora adjunta do Copernicus Climate Change Service, Samantha Burgess.

Na análise hidrológica, a instituição constatou ainda que agosto foi mais seco do que a média na maior parte da América do Sul e registrou a incidência de incêndios florestais no Brasil.

Financiado pela União Europeia, o Copernicus é o principal programa de observação da Terra que utiliza medições de satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas em todo o mundo, para produzir análises de dados sobre da atmosfera, marinho, Terra, alterações climáticas, segurança e emergência.

O programa é coordenado e gerido pela Comissão Europeia e implementado em parceria com Estados-Membros, Agência Espacial Europeia (ESA), Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos, Centro Europeu de Previsões Meteorológicas em Médio Prazo, entre outros.

Quase 200 mil pessoas vivem em domicílios improvisados, mostra Censo

O Censo 2022 mostrou que 196,2 mil brasileiros viviam em domicílios improvisados ou em abrigos no país, naquele ano. Isso representa cerca de 0,1% do total da população total brasileira (203,1 milhões), segundo o levantamento censitário.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram divulgados nesta sexta-feira (6).

De acordo com o levantamento, 160.485 pessoas viviam em domicílios improvisados, isto é, domicílios localizados em edificações que não têm dependências destinadas exclusivamente à moradia; em estruturas comerciais ou industriais (em funcionamento, degradadas ou inacabadas); em calçadas, praças ou viadutos; e em abrigos naturais, assim como estruturas móveis (veículos ou barracas).

Nesse dado, não estão somados os imóveis de favelas, aquelas localizadas nos fundos ou em cima de estabelecimentos comerciais e nem domicílios em terrenos particulares construídos em taipa ou madeira.

“Não é todo domicílio precário que é classificado pelo IBGE como improvisado, apenas aqueles que não são entendidos como permanentes. É esperado que ele [o morador] não se mantenha naquele local. Isso tem uma implicação operacional para o IBGE, mas também é uma categoria útil para políticas públicas”, explica o pesquisador do IBGE Bruno Perez.

Grande parte recorria a tendas, barracas de lona, plástico ou tecido (56,6 mil ou 35,3% das pessoas vivendo em domicílios improvisados). Outras formas comuns de domicílio improvisado são a habitação dentro de estabelecimento em funcionamento (43.368), em estruturas não residenciais permanentes degradadas ou inacabadas (17.268), em estruturas improvisadas em logradouros públicos exceto com o uso de tendas ou barracas (14.598) e em veículos (1.875). Além disso, havia 26.776 em outros tipos de domicílios improvisados.

“Na divisão por sexo, predominam os homens nos domicílios improvisados, variando de 54,3% nas estruturas improvisadas em logradouros públicos até 61,7% em veículos”, destaca Perez.

Barracas de pessoas em situação de vulnerabilidade social na rua Amaral Gurgel, embaixo do Elevado Presidente João Goulart, conhecido como Minhocão em São Paulo – Rovena Rosa/Agência Brasil

O estado de São Paulo liderou todas as categorias de domicílios improvisados, com exceção dos veículos (que incluem barcos), cuja liderança ficou com o estado do Amazonas. De acordo com a pesquisa, no território paulista havia 7 mil pessoas vivendo em estruturas improvisadas em logradouros públicos e outros 7 mil morando em estruturas não residenciais degradadas ou inacabadas.

O Centro-Oeste destacou-se na categoria “tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido, respondendo por 18,1% do total das pessoas vivendo nessa condição no país, apesar de reunir apenas 8% da população brasileira.

Abrigos

Além das pessoas vivendo em domicílios improvisados, o IBGE divulgou que havia, em 2022, 35.405 pessoas vivendo em abrigos, seja porque estavam em situação de rua antes de serem abrigos seja porque pertenciam a alguma população em vulnerabilidade (como imigrantes, mulheres vítimas de violência doméstica etc).

Desse total, 24.110 viviam em abrigos, casas de passagem ou república assistencial para grupos vulneráveis e 11.295 em abrigos, albergues ou casas de passagem para população em situação de rua.

Rio transfere mais de mil detentos entre presídios de Bangu

A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro transferiu, nesta sexta-feira (6), 1.067 detentos entre duas unidades prisionais do Complexo Penitenciário de Gericinó, também conhecido como Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste da cidade.

Os presos foram transferidos do Instituto Penal Vicente Piragibe para a Penitenciária Moniz Sodré, depois da descoberta, no início desta semana, de um túnel na unidade, que seria utilizado para a fuga em massa de membros de uma facção criminosa.

De acordo com a Seap, a Moniz Sodré tem estrutura física que dificulta a fuga de presos. Já o Vicente Piragibe ficará interditada temporariamente para a adequação de sua infraestrutura. Entre as alterações propostas está a redução do diâmetro das tubulações para evitar futuras tentativas de fuga.

A transferência envolveu 250 policiais penais, três ônibus, quatro furgões e 17 carros. “Trata-se de mais uma ação bem-sucedida da Polícia Penal, que diuturnamente trabalha para garantir a segurança das 51 unidades prisionais do estado e coibir qualquer tipo de ação criminosa. Estamos cumprindo o nosso papel de preservar a ordem e a disciplina no sistema penitenciário fluminense”, afirmou a secretária de Administração Penitenciária Maria Rosa Nebel, em nota à imprensa.

Festival no RJ traz matemática lúdica para crianças e adolescentes

Promovido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), o Festival Nacional da Matemática (FestMat) teve início no Rio de Janeiro com a proposta de mostrar ao público um lado encantador e lúdico da matemática. Em sua terceira edição, o evento traz como tema Matemática é Inovação e vai até o sábado (7), na Marina da Glória, na zona sul da cidade. A partir da tarde desta sexta-feira (6), o festival passa a ser aberto para todo o público. A visitação é gratuita e a programação pode ser conferida no site do FestMat

O primeiro dia, a quinta-feira (4), foi exclusivo para as escolas públicas e privadas anteriormente cadastradas.

O diretor-geral do Impa, Marcelo Viana explica que o FestMat começou com a ideia de “encantar, divertir e entreter as pessoas” a partir de aspectos lúdicos.

 “Ninguém vem aqui para aprender matemática, mas para aprender que a matemática é legal”, afirma.

Foi com o sucesso da primeira edição, de 2017, que o festival se tornou um evento periódico, realizado a cada dois anos no Rio de Janeiro. “Em princípio no Rio de Janeiro, porque é onde o Impa está baseado, mas queremos incentivar também que pedaços do festival aconteçam em outros pontos do país. Vamos trabalhar na busca por parceiros que viabilizem essa realização em outros pontos do Brasil”. 

Rio de Janeiro (RJ), 05/09/2024 – Estudantes participam das atividades do Festival Nacional da Matemática (FestMat) 2024. Foto:Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo Viana, somando o público das duas primeiras edições, cerca de 32 mil pessoas, entre crianças e professores, já passaram pelo festival. Na edição de 2024, 15 mil visitantes são esperados.

Para atrair as crianças, o evento foca em instrumentos que mostrem a aplicação prática da matemática. “Quando você mostra para a criança a conexão entre a matemática que ela aprendeu na escola e aquilo que você consegue realizar com esse conhecimento, em termos de tecnologia e de diversão, isso serve como atrativo”, diz, acrescentando que o instituto é responsável pela Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.

“Tem poucas coisas na vida que são tão apaixonantes quanto a sensação de resolver um problema de matemática”, destaca.

Bicicleta quadrada

Uma das principais atrações do é uma bicicleta com rodas quadradas, projetada pela Firjan Sesi e que faz parte do evento desde a primeira edição. “Acho que ela é um bom exemplo do que chama a atenção das pessoas em matemática, porque ela é muito contra intuitiva”, diz o gerente de Educação Básica da Firjan, Vinícius Mano.

“Você olha para uma bicicleta, vê que as rodas dela são quadradas, normalmente você pensa que ela não vai andar ou que vai ser muito difícil fazer as rodas girarem. Só que a matemática consegue nos fazer entender coisas que às vezes são contra a nossa intuição”. 

No caso da bicicleta, o piso em que ela circula, em vez de uma superfície lisa, tem o formato de curvas — chamada na matemática de “catenária” —, fazendo com que o centro do quadrado esteja sempre na mesma altura. “A roda encaixa perfeitamente naquele chão preparado para ela. A lógica por trás da roda quadrada é justamente essa: transformamos a roda em outra figura e, por consequência, precisamos transformar também o chão em outra forma para o passeio poder continuar”.

Mais do que divertida e interessante, Mano reforça que a matemática é uma ciência possível para todos. Com isso, outra atração levada ao FestMat é a Escola Móvel de Matemática, uma unidade móvel que buscar levar toda energia de um festival de matemática para onde for.

“Sendo um caminhão, a ideia é que ele vá visitar escolas, praças públicas, grandes eventos e espaços de educação para que as pessoas possam, em qualquer lugar, se divertirem, verem como a matemática funciona e como ela é”, descreve Mano. A intenção para os próximos anos, conforme o gerente da Firjan, é que o projeto possa circular por todos os espaços públicos de educação do Rio de Janeiro, para que alunos de escolas municipais e estaduais possam ter um contato divertido com a área de conhecimento. 

Meninas na matemática

Outro projeto com ênfase na popularização da matemática é o Meninas Olímpicas do IMPA (MOI), programa em parceria com o Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp-UFRJ), que promove o aumento da presença de meninas em atividades de matemática, computação e robótica.

Rio de Janeiro (RJ), 05/09/2024 – Estudantes participam das atividades do Festival Nacional da Matemática (FestMat) 2024. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Iniciado em 2019 com a participação de alunas da educação básica, graduandas em licenciatura em Matemática e pedagogas e professoras atuantes em sala de aula com o ensino básico, o programa desenvolve visitas a espaços científicos e atividades específicas em matemática e robótica para “superar os estereótipos que afastam meninas dessas áreas”, segundo a professora do CAp-UFRJ e coordenadora do MOI, Leticia Rangel.

“Temos um planejamento que propõe atividades de raciocínio matemático, então as meninas têm contato com a matemática lúdica e com raciocínio matemático sem ser na cobrança típica da sala de aula”, explica a coordenadora à Agência Brasil.

“Também realizamos atividades de robótica, que atrai muitas meninas e que envolve muita matemática, e procuramos levá-las a espaços de produção científica e promover contato com mulheres cientistas que atuam nessas áreas. Fazemos várias atividades para desmistificar que elas não dão conta disso aqui”, diz.

A professora ressalta que a maior contribuição do projeto é o impacto na educação, fazendo com que as meninas escolham a matemática já na educação básica. “É claro que as profissionais e cientistas precisam de apoio para enfrentar todas as adversidades que vêm da profissão em um cenário masculino, no entanto, para que elas queiram essas áreas, temos que desenvolver a autoestima e a autoconfiança delas na educação básica”, acrescenta. 

Estudante de Ciências Matemáticas e da Terra na UFRJ, Emanuella Carneiro participou como aluna do programa em 2022. À Agência Brasil, ela compartilha que sua relação com a disciplina começou a mudar a partir do fundamental II, quando passou a “ver beleza na matemática”.

“Quando comecei o ensino médio, não tinha matemática como visão de carreira, apesar de gostar muito. Não conseguia ultrapassar aquela linha e poder me imaginar naquele ambiente. A minha experiência no MOI, além de me aproximar mais da matemática e de me fazer enxergar a matemática como carreira, também me fez entender que eu poderia aprender o que quisesse. Essa relação mudou completamente a minha vida”, conta.

* Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa

Dono da Esportes da Sorte se entrega à Polícia Civil de Pernambuco

O dono da plataforma de apostas (bet) Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, e sua esposa, Maria Eduarda Quinto Filizola, se entregaram à Polícia Civil de Pernambuco na manhã desta quinta-feira (5).

Operado pelo HSF Gaming, grupo com sede em Curaçao, um paraíso fiscal caribenho, o site Esportes da Sorte é investigado no âmbito da Operação Integration, deflagrada ontem (4), contra uma suposta organização criminosa suspeita de movimentar quase R$ 3 bilhões obtidos com jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

O empresário e a esposa permanecem detidos, mas seus advogados já recorreram ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, solicitando que os dois sejam autorizados a permanecer à disposição da Justiça em liberdade.

“Todos os questionamentos da polícia foram devidamente respondidos e as dúvidas sobre as atividades da empresa Esporte da Sorte foram sanadas, demonstrando-se a regularidade e a legalidade das atividades profissionais”, argumentou o escritório Rigueira, Amorim, Caribé e Leitão, em nota enviada a jornalistas.

Deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, a Operação Integration contou com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Interpol, além da participação de agentes das forças de segurança de Goiás, Paraná, Paraíba e São Paulo, onde, ontem, foi cumprida parte dos 19 mandados judiciais de prisão e 24 de busca e apreensão, incluindo a apreensão de veículos de luxo, aeronaves e embarcações, além do bloqueio de bens.

Entre os investigados detidos estão a advogada pernambucana e influenciadora digital Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, suspeitas de integrar o suposto esquema ilícito. As duas passaram por audiência de custódia e, por decisão da Justiça de Pernambuco, permanecem detidas em caráter temporário.

A Polícia Civil não detalhou os indícios que justificaram a prisão de Deolane e de sua mãe. Em uma mensagem divulgada em suas redes sociais, a influenciadora disse ser alvo de uma injustiça e que está “destruída” ao ver sua mãe “passando por tamanha humilhação”. “Estou sofrendo uma grande injustiça. É notório o preconceito e a perseguição contra minha pessoa e minha família, mas isso tudo servirá para provar, mais uma vez, para todos vocês, que não pratico e nunca pratiquei crimes.”

Segundo os responsáveis pelas investigações iniciadas em abril de 2023, há evidências de que “a organização criminosa” alvo da Operação Integration movimentou, entre janeiro de 2019 e maio de 2023, mais de R$ 3 bilhões. Quase toda esta quantia provém de jogos ilegais. Ainda de acordo com os investigadores, para “lavar” o dinheiro, ou seja, para encobrir a origem dos valores ilícitos, incorporando-os ao patrimônio dos envolvidos, o grupo usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguro.

“O dinheiro era lavado por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com o imediato saque do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis”, destacou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em nota.

Sem mencionar nomes, o delegado-geral da Polícia Civil de Pernambuco, Renato Rocha, já tinha destacado, nesta quarta-feira, que bets e outras empresas legalmente constituídas são suspeitas de integrar o esquema apenas para tentar dar aparência lícita ao dinheiro ilegal.

“Estamos investigando uma organização criminosa que tem origem através da atuação no campo dos jogos ilegais”, comentou Rocha. “A organização criminosa também operava no ramo das bets, mas o crime de origem diz respeito aos jogos não autorizados pela legislação. [Ou seja] as bets e outras empresas eram utilizadas na lavagem do dinheiro oriundo deste ramo ilegal de jogos”, acrescentou o delegado, antes de fazer uma ressalva contra as bets em geral.

“Toda banca de jogo tem seu algoritmo benéfico à [própria] banca. Sejam os jogos ilegais, sejam os jogos ilegais. Todos sabemos disso. Alguns recebem um retorno [financeiro] pelas apostas, quando premiados, mas a grande maioria das pessoas que apostam neste tipo de jogo de azar, seja ele legal ou ilegal, tem prejuízo. É importante que a população saiba que a bet é um jogo de azar e que a probabilidade de ela ganhar é menor que a dela perder”, ponderou o delegado-geral.