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Gabrielzinho bate recorde em eliminatória da natação na Paralimpíada

Na manhã deste domingo (1º) em Paris, o nadador Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, mostrou que não está mesmo para brincadeira nestes Jogos Paralímpicos. Já vencedor de dois ouros nas piscinas parisienses, ele nadou a eliminatória dos 150 metros medley com atletas das classes S1, S2 e S3 (variados graus de comprometimento físico-motor) e, mesmo ainda não valendo medalha, registrou o novo recorde mundial da classe S2, com o tempo de 3min15s06. Ele baixou a própria marca anterior em quase nove segundos (3min23s83).

“O recorde era a ideia, mas com esse tempo jamais, foi bastante forte. Vamos ver o que acontece a tarde”, disse Gabrielzinho, em referência à final, programada para as 14h20 (horário de Brasília). A declaração foi dada ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Vale lembrar que nesta prova o brasileiro, que geralmente compete pela S2, enfrenta atletas da S3, com limitações menos severas que as dele. Por este motivo, mesmo batendo um recorde da própria classe, Gabriel passou com a quarta melhor marca no geral nas eliminatórias.

Neste domingo, o Brasil estará em mais cinco finais. Na agenda, o primeiro a cair na água para buscar uma medalha é Phelipe Rodrigues. O nadador – maior medalhista paralímpico do país em atividade – tenta seu décimo pódio na carreira a partir das 12h44, na final dos 100 metros livre classe S10, para atletas com comprometimento físico e motor mais leve. Phelipe, que tem duas pratas e um bronze nesta prova em Paralimpíadas passadas, passou com o terceiro melhor tempo nas classificatórias (53s29).

Às 14h10, Lídia Cruz e Patrícia Pereira nadam a final dos 150 metros medley na classe SM4, para atletas com deficiência física moderada. Lídia fez o quarto melhor tempo das eliminatórias e Patrícia, o sexto.

Às 14h47, Roberto Rodriguez faz a final dos 100 metros peito SB5, para atletas com nível de comprometimento físico e motor um pouco menor que os da S4. Às 14h55, Laila Suzigan disputa a mesma prova entre as mulheres.

Fechando a programação do domingo, às 15h19, o Brasil estará representado no revezamento 4×100 metros livre da classe S14, para atletas com deficiência intelectual. Os adversários serão Hong Kong, Grã-Bretanha, Austrália e Japão. Em Tóquio, o Brasil levou o bronze nesta prova.

Gabrielzinho domina os 50m costas e leva mais um ouro na natação

O roteiro foi parecido com o dos 100 metros, dois dias atrás. Neste sábado (31), em sua segunda prova nos Jogos Paralímpicos de Paris, o mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho não deu chances aos adversários nos 50 metros costas classe S2 (atletas com elevado nível de limitação físico-motora) e garantiu sua segunda medalha de ouro na França.

Agora, o atleta de apenas 22 anos já soma cinco medalhas paralímpicas na carreira, três douradas e duas de prata. Nos 50 costas, ele agora é bicampeão paralímpico.

Mesmo sendo uma prova com apenas uma volta na piscina, Gabrielzinho abriu grande vantagem logo de cara e só foi abrindo cada vez mais. Ele fechou os 50 metros em 50s93, melhor marca pessoal e recorde das Américas. O segundo colocado, o russo Vladimir Danilenko, que compete sob bandeira neutra, chegou mais de seis segundos depois (57s54). O terceiro colocado, o chileno Alberto Caroly Abarza Díaz, fechou com 58s12.

Gabrielzinho, responsável por quase um terço dos sete ouros do Brasil em Paris até o momento, ainda compete em outras três provas nas piscinas da Arena La Defense. Neste domingo (1), ele disputa os 150 metros medley pela classe S3, para atletas com comprometimento físico e motor um pouco menor. Na segunda (2), ele nada os 200 metros livre, de volta à S2. Por último, no dia 6, o brasileiro participa dos 50 metros livre na S3.

Beth Gomes e Gabrielzinho levarão bandeira do Brasil na Paralimpíada

Os atuais campeões paralímpicos Beth Gomes (atletismo) e Gabriel Araújo (natação) serão os porta-bandeiras da delegação brasileira na abertura oficial dos Jogos de Paris, a partir das 15h (horário de Brasília) de quarta-feira (28). Aos 59 anos, a multicampeã no lançamento de disco e arremesso de peso, desfilará ao lado de Gabrielzinho, de apenas 22, que faturou dois ouros e uma prata em Tóquio 2020, sua primeira Paralimpíada.

O desfile dos atletas que maraca a abertura dos Jogos Paralímpicos terá início na famosa Avenue Champs-Elysées (Avenida Campos Elísios) e terminará na Place de la Concorde (Praça da Concórdia), a maior da Cidade Luz.  

Os porta-bandeiras Beth e Gabrielzinho, anunciados hoje pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), competem nas modalidades com mais pódios do Brasil na história das Paralimpíadas: atletismo e natação. Em Tóquio, Beth foi campeã no lançamento de disco F52 (atletas que competem sentados), e Gabrielzinho faturou ouro 200 metros livre e nos 50m costas, além de prata nos 100m costas  na classe S2 (limitações físico-motoras).

“É uma sensação muito boa, uma realização. Todos nós atletas paralímpicos sonhamos com este dia. Receber esta notícia de que eu seria a atleta que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram. Vou honrar a nossa bandeira com a maior maestria e representar todos os atletas paralímpicos que estão em Paris e também aqueles atletas que sonham um dia estar aqui, porque sonhos são para ser realizados. Estou aqui por vocês e por todos”, disse Beth, atual recordista mundial no lançamento de disco da classe F53 (atletas que competem sentados).

Durante o ciclo preparatório para Paris, Beth Gomes, de 59 anos, colecionou ótimos resultados, o último deles foi a quebra do próprio recorde mundial no lançamento de dardo, no Troféu Brasil, em junho. Natural de Santos, a lançadora cravou 18,45m (a marca anterior era de 17,80m, obtida em 2023 nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago). Um mês antes, no Mundial de Atletismo em Kobe (Japão), a santista foi ouro no lançamento de disco e prata no arremesso de peso. No ano passado, Beth amealhou dois ouros, um em cada prova.

“Beth e Gabriel são dois dos grandes nomes que o Brasil traz a Paris depois de um ciclo impecável, com resultados esportivos e aproveitamento impressionantes nas principais competições pelo mundo, desde o fim dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Eles dão forma àquilo que o CPB trabalhou e acreditou nos últimos três anos. Temos a certeza e a tranquilidade de que eles orgulharão os compatriotas quando entrarem na Champs-Élysées, empunhando o pavilhão brasileiro”, afirmou Mizael Conrado, atual presidente do CPB e bicampeão no futebol de cegos (2004 e 2008).

Nascido em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), Gabrielzinho está prestes a disputar a segunda Paralimpíada da carreira. Na estreia em Tóquio ele foi campeão duas vezes (200m livre e 50m costas) e faturou a prata nos 100m costas, pela classe S2 (atleta  com comprometimentos físicos-motores). No ciclo pré-Paris, ele venceu em todas as disputas das mesmas provas nos Mundiais da Ilha da Madeira (Portugal) em 2022, e de Manchester (Inglaterra), no ano passado.

“Este será um momento único. Em Tóquio, eu não pude ir para a abertura [em razão da pandemia de Covid-19]. Agora, estou aqui em Paris para viver todos os momentos possíveis. Fico feliz de representar o Brasil na competição e a todos os atletas na abertura. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos.”, disse Gabriel, que nasceu com focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas. Ele conheceu a natação por meio de um professor de Educação Física da escola onde estudava.