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Haddad diz que câmbio é flutuante e dólar vai se acomodar

Após recordes sucessivos de fechamento, o dólar deverá se acomodar em breve, disse nesta quarta-feira (18) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ressaltando o caráter flutuante do câmbio, o ministro não descartou que um ataque especulativo esteja por trás da desvalorização recente do real.

“Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar”, disse Haddad ao sair do ministério para uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Por volta das 15h, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 6,20.

Segundo Haddad, as principais instituições financeiras têm estimativas melhores para a economia que as dos operadores de mercado. “Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio flutua”, acrescentou o ministro.

O ministro lembrou que o Banco Central tem intervindo para vender dólares e que o Tesouro Nacional suspendeu os leilões tradicionais de títulos da dívida pública para fazer leilões de troca e recompra de papéis até sexta-feira (20). Ele não descartou a possibilidade de ataque especulativo coordenado, diante dos juros recordes no mercado futuro e da disparada do dólar.

“Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando nisso. Prefiro trabalhar com os fundamentos mostrando a consistência do que estamos fazendo. Pode estar havendo [especulação], mas não estou aqui querendo fazer juízo sobre isso. Esses movimentos mais especulativos são coibidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central”, declarou.

Pacote fiscal

Sobre a votação do pacote de corte de gastos obrigatórios no Congresso, Haddad discutiu com Pacheco a possibilidade de o Senado aprovar as medidas na sexta-feira (20), caso a Câmara conclua a votação apenas nesta quinta (19). O ministro disse estar confiante na manutenção de quase todas as propostas enviadas pelo governo e alegou que as mudanças do Congresso não terão grande impacto.

“Não são de grande monta [as desidratações]. Estamos confiantes de que não vai haver desidratação pelas conversas mantidas nesses dias de segunda para cá. Passamos três dias conversando com todo mundo, há aqui ou ali uma resistência ou outra, mas a princípio, eu acredito que a escala da contenção de gastos será mantida”, ressaltou.

O ministro não descartou a possibilidade de novas medidas de corte de gastos em 2025. “Nunca falei que isso [os cortes de gastos obrigatórios] é um trabalho que se encerra. Não se encerra. Vamos acompanhá-lo, fazer uma avaliação do que foi aprovado, nós temos também a questão da desoneração da folha que tem uma pendência no Supremo que nós vamos resolver”, afirmou Haddad.

O governo pode ter de implementar novas medidas no próximo ano para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos até 2027 caso o Supremo decida que os cerca de R$ 8,7 bilhões esquecidos no sistema financeiro repassados ao Tesouro Nacional em outubro não podem compensar as desonerações. Uma ação do Partido Progressista (PP) considera a transferência para o Tesouro como confisco.

Orçamento

Haddad destacou que o pacote fiscal tem que ser votado nesta semana para permitir que o Orçamento de 2025 seja votado até o final do ano. Isso porque uma das propostas centrais do pacote prevê mudanças na política de reajuste do salário mínimo, estabelecendo uma alta real (acima da inflação) de 0,6% a 2,5% ao ano.

“Ontem já passou uma [proposta do pacote fiscal] na Câmara. Hoje devem ser votadas outras duas, inclusive a PEC [proposta de emenda à Constituição]. Hoje vou conversar com o Pacheco, para ver a hora limite dele receber as medidas para conseguir votar até amanhã, no máximo sexta-feira, para fechar o Orçamento também, porque o Orçamento depende dessas medidas”, declarou. Se o Senado terminar as votações do pacote econômico na sexta-feira à noite, existe a possibilidade de que a votação do Orçamento de 2025 fique para sábado (21).

Até agora, o governo enviou quatro propostas do pacote fiscal ao Congresso: dois projetos de lei ordinária, um projeto de lei complementar e uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Enviada apenas ontem (17) ao Congresso, a reforma da previdência dos militares, tema do segundo projeto de lei ordinária, só será discutida em 2025.

Na noite desta terça, a Câmara dos Deputados aprovou o primeiro projeto de lei complementar do pacote. O texto aprovado proíbe a ampliação de benefícios tributários quando as contas públicas registrarem déficit primário e permite o bloqueio de emendas parlamentares na mesma proporção dos bloqueios ou cortes de gastos discricionários (não obrigatórios). O projeto segue para o Senado.

Reforma Tributária

Em relação à regulamentação da reforma tributária do consumo, aprovada definitivamente na terça-feira pelo Congresso, Haddad disse que o novo sistema tributário representa um feito histórico que ajudará a economia brasileira no longo prazo.

“Temos que pensar no curto prazo nessa questão do dólar e do juro, mas também temos que olhar para as medidas estruturais que vão garantir uma trajetória de crescimento sustentável melhor para o período seguinte. Tudo somado, se aprovarmos agora as medidas fiscais, vamos terminar o ano com uma agenda muito positiva”, concluiu o ministro.

Ajuda humanitária chega a Gaza através do cais flutuante recém-montado

18 de maio de 2024

 

As forças israelenses lutaram contra militantes do Hamas no norte e no sul da Faixa de Gaza na sexta-feira, enquanto caminhões começavam a entregar remessas de ajuda através de um cais temporário construído pelos EUA, próximo ao enclave em apuros.

Os veículos que transportam assistência humanitária começaram a desembarcar através do cais às 9h, horário local, de acordo com o Comando Central dos EUA.

O cais flutuante foi pré-montado pelos militares dos EUA no porto israelense de Ashdod e transferido para a costa de Gaza esta semana, permitindo a entrega de ajuda por vários países e organizações humanitárias, disse o CENTCOM. Nenhuma tropa dos EUA desembarcou, acrescentou.

O World Food Program afirmou que a ajuda que passou sexta-feira pela doca flutuante foi transportada para os seus armazéns em Deir al-Balah e está pronta para ser recolhida e distribuída pelos seus parceiros.

Os suprimentos estarão sujeitos a verificações de segurança israelenses em Chipre antes de chegarem ao cais e terão que passar por postos de controle israelenses adicionais assim que desembarcarem, disseram autoridades do governo dos EUA.

O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que os Estados Unidos permanecem “vigilantes às ameaças potenciais aos membros do serviço armado que trabalham no cais e às organizações de ajuda humanitária e aos trabalhadores que ajudam na distribuição”.

Apesar da nova rota de ajuda, a ONU disse que os comboios de camiões que chegam por terra são o método “mais viável, eficaz e eficiente” de levar ajuda a Gaza.

“Para evitar os horrores da fome, devemos usar a rota mais rápida e óbvia para chegar ao povo de Gaza – e para isso, precisamos de acesso por terra agora”, disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.

Batalhas ferozes em todo o enclave dificultaram a entrega de ajuda humanitária e grupos de ajuda alertam que as condições são demasiado perigosas e instáveis ​​para que os trabalhadores possam prestar assistência ali com segurança.

A passagem de Rafah – um importante corredor de ajuda humanitária na fronteira egípcia – foi fechada desde que os militares israelitas lançaram o que chamaram de operação limitada na cidade de Rafah, em 7 de Maio, provocando um êxodo de palestinianos que procuram segurança mais a norte, em Gaza.

As Nações Unidas e outros grupos de ajuda afirmaram que Israel precisa de fazer mais para levar ajuda a Gaza, que foi devastada pela guerra desde que Israel lançou a sua operação militar em resposta ao ataque do Hamas a Israel em 7 de Outubro. uma organização terrorista dos EUA, do Reino Unido e de outros países.

Israel disse que está intensificando os esforços para levar ajuda a Gaza, e os militares disseram que 365 caminhões de ajuda entraram pelos pontos de passagem de Kerem Shalom e Erez na quinta-feira, transportando farinha e combustível.

Além disso, foram entregues centenas de tendas, destinadas às pessoas evacuadas de Rafah para a área de Al-Mawasi, que Israel declarou zona humanitária.

As Forças de Defesa de Israel “continuarão os seus esforços para permitir que a ajuda humanitária entre na Faixa de Gaza por terra, ar e mar, de acordo com o direito internacional”, afirmou num comunicado.

Fonte
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