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Há 35 anos Fittipaldi conquistava o primeiro título brasileiro na Indy

O dia 24 de setembro tem um lugar especial na história do automobilismo brasileiro, pois foi nesta data, no ano de 1989, que Emerson Fittipaldi se tornou o primeiro piloto do país a conquistar um título da Fórmula Indy.

Quando chegou ao Olimpo da Indy, há exatos 35 anos, um veterano Fittipaldi de 43 anos de idade já tinha garantido um lugar de destaque na história do esporte do Brasil com feitos como o de ser o primeiro piloto do país a ser campeão na Fórmula 1 (com os títulos de 1972 e de 1974).

“O Emerson é o grande precursor. É o cara que abriu as portas para os brasileiros na Fórmula 1 e na Fórmula Indy. Tivemos o Jose Carlos Pace antes, mas, em termos de fama, o Emerson foi muito importante para levar outros pilotos depois e o primeiro título da Fórmula 1 para o Brasil. E também na Fórmula Indy. Foi campeão nas duas. É um grande mito, um grande herói do automobilismo nacional. Então, temos que ter muita gratidão pelo que o Emerson representa para o automobilismo brasileiro”, declarou a piloto e comentarista de automobilismo Bia Figueiredo.

Título na Fórmula 1

O início de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 foi aos 23 anos. Pela categoria ele disputou 144 provas entre os anos de 1970 e 1980. O primeiro título veio em 1972, após vitória no Grande Prêmio da Itália pilotando uma Lotus. Assim, com 25 anos, oito meses e 29 dias, ele se tornou o campeão de F1 mais jovem da história até então (feito que só foi superado pelo espanhol Fernando Alonso em 2005).

O sucesso de Fittipaldi colocou o Brasil de vez no mapa da Fórmula 1. Assim, em 1973, o país recebeu pela primeira vez uma prova da categoria automobilística. E o público presente à prova disputada no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, viu o brasileiro ficar no lugar mais alto do pódio.

Equipe brasileira

Em 1975, um ano após garantir o bicampeonato mundial, ele deu mais uma demonstração de pioneirismo, ao fundar, ao lado de seu irmão Wilson Fittipaldi Júnior, a Copersucar, a primeira equipe de Fórmula 1 completamente brasileira. Apesar do segundo lugar conquistado no GP do Brasil de 1978, a iniciativa não durou muito, e a equipe chegou ao final em 1982.

“O Emerson abriu inúmeros caminhos para o Brasil. Tanto na Fórmula 1, como no negócio da Copersucar e depois ao ir para a Fórmula Indy. Ele abriu mercados. O que o Emerson fez foi uma coisa gigantesca. É difícil mensurar. Imagino, que sem ele, o automobilismo seria muito diferente. Não dá para saber direito como seria, mas seria muito diferente. Então é um cara de extrema importância”, afirmou o piloto e comentarista de automobilismo Felipe Giaffone.

Glória na Indy

Após a vitoriosa carreira na F1, já aos 38 anos de idade, Emerson Fittipaldi iniciou uma nova fase em sua carreira, agora na Fórmula Indy. Mesmo passando a correr em uma categoria tecnicamente diferente daquela na qual estava acostumado, o primeiro triunfo não demorou, ele veio em 1989 no circuito oval de Michigan.

Já o título mundial demorou um pouco mais. Em 1989 ele venceu 5 das 15 provas disputadas, inclusive as tradicionais 500 Milhas de Indianápolis, para se tornar o primeiro brasileiro a triunfar na Indy, categoria pela qual disputou 194 Grandes Prêmios, com 22 vitórias. Em 1996, em Michigan, o piloto bateu a mais de 300 quilômetros por hora. O grave acidente causou uma séria lesão na cervical e outras complicações. Depois disso, ele deixou a Fórmula Indy.

Referência do automobilismo, Wilsinho Fittipaldi morre aos 80 anos

Ícone do automobilismo brasileiro, Wilson Fittipaldi Júnior faleceu nesta sexta-feira (23), em São Paulo. O ex-piloto de Fórmula 1 foi hospitalizado no dia 25 de dezembro de 2023 após se engasgar com um pedaço de carne e ter uma parada cardíaca, enquanto comemorava o aniversário de 80 anos com a família.

Wilsinho, como era conhecido, estava internado no Hospital Sainte Marie, credenciado à rede Prevent Senior, na zona sul da capital paulista. Inicialmente levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foi entubado e sedado, o ex-piloto chegou a ser transferido para o quarto em meados de janeiro.

Nascido em São Paulo, Wilsinho era filho de Wilson Fittipaldi, o Barão, fundador da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e pioneiro em narrações da modalidade. O ex-piloto começou a correr na década de 1960, chegando à Fórmula 1 em 1972. Ele passou três temporadas na principal categoria do esporte a motor, com 35 provas disputadas e um quinto lugar no Grande Prêmio da Alemanha de 1973, pela equipe britânica Brabham.
 

Foi em sua última prova na categoria, porém, que Wilsinho fez história. Em 1975, ele alinhou no grid a bordo da Copersucar-Fittipaldi, primeira equipe brasileira da Fórmula 1, fundada ao lado do irmão mais novo, Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial. Na temporada seguinte, o ex-piloto se tornou chefe da escuderia, que permaneceu no campeonato mundial até 1982.

Wilsinho deixa a esposa Rita e o filho Christian Fittipaldi, que correu na Fórmula 1 entre 1992 e 1994. Ele também era tio-avô de Pietro Fittipaldi, piloto reserva da equipe norte-americana Haas na principal categoria do automobilismo.

“Tio Wilsinho descansa em paz. Muito obrigado por tudo que você fez para nossa família e pelo automobilismo brasileiro. Agora você está com o Bizo e a Biza”, declarou Pietro.

Em publicação nas redes sociais, a CBA enalteceu o ex-piloto como “patrimônio do automobilismo brasileiro”. Segundo a nota da confederação, Wilsinho “reuniu talento, visão de futuro e ousadia para levar o nome do Brasil a um patamar jamais imaginado”, destacando a criação da equipe Copersucar-Fittipaldi como um projeto que “estava à frente do seu tempo”.

A Stock Car, principal competição automobilística do país (e da qual Wilsinho participou em três temporadas, sendo vice-campeão em 1991) também se manifestou. Em nota, o diretor executivo da Vicar, organizadora da categoria, Fernando Julianelli, destacou a “alma inquieta” do ex-piloto.

“Com sua energia criativa, ousadia e um conhecimento enciclopédico do esporte, Wilsinho não apenas construiu carros: suas iniciativas inspiraram milhares de novos adeptos, ajudando a fazer do nosso país um dos centros mundiais do esporte”, descreveu Julianelli.