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Fiéis lotam ruas de Belém para acompanhar procissão do Círio de Nazaré

Cerca de 2 milhões de pessoas se reuniram, neste domingo (13), em Belém, para prestigiar a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Considerada o auge do evento anual, que este ano começou oficialmente na última terça-feira (8), a romaria, uma das maiores do Brasil, foi precedida por uma missa presidida pelo arcebispo metropolitano, dom Alberto Taveira Corrêa, que destacou a costumeira mobilização dos devotos.

“Peço que, hoje, ao passarmos por nossas ruas, nos comprometamos a pavimentar de dignidade, respeito, honra, valorização da vida humana, cada espaço desta cidade e das cidades aqui representadas – as mais próximas e as mais distantes”, declarou o arcebispo durante a cerimônia, que começou por volta das 6h e foi celebrada em um palco montado diante da Catedral Metropolitana de Belém.

A procissão da 232ª edição do Círio começou oficialmente às 7h11. Populares, celebridades e autoridades públicas acompanharam a imagem de Nossa Senhora ao longo do trajeto de quase 4 quilômetros entre a Catedral e a praça da Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré, onde a imagem da santa foi depositada às 12h22 e onde haverá uma segunda missa para celebrar a fé dos participantes.

Em meio ao calor forte e a aglomeração de pessoas, os devotos entoavam cânticos, oravam e agradeciam por graças alcançadas. Pessoas portavam cartazes com referências a doenças curadas e pedidos atendidos, enquanto ambulantes vendiam água mineral, sorvetes, sacolés, artigos religiosos e lembranças alusivas ao Círio.

Mais de 8 mil agentes públicos foram mobilizados para garantir a segurança do evento, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). “É um momento de consagração do povo paraense, que recebe dezenas de milhares de turistas neste período. Realmente, é uma festa de fé, em que a segurança pública participa também, de forma muito voluntária”, comentou o secretário estadual de Segurança Pública, Ualame Machado, referindo-se aos militares que se voluntariam para trabalhar na ocasião.

“As forças de segurança se integram para que possam, juntamente com a Defesa Civil, Cruz Vermelha, dar conforto e maior dinamismo à procissão, além de garantir a fluidez do trânsito e das pessoas, para que cada um possa exercer a sua fé da melhor forma. A segurança pública trabalha meses antes para que este momento aconteça e que as pessoas possam aproveitar com toda tranquilidade”, acrescentou Machado.

Nas redes sociais, o governador paraense, Helder Barbalho, comentou que ele e sua esposa, Daniela Barbalho, acompanham o Círio todos os anos. A primeira-dama da República, Janja Lula da Silva, também postou um vídeo em sua conta pessoal. Visivelmente emocionado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva observa, da chamada Varanda de Nazaré – idealizada e promovida pela cantora Fafá de Belém – a multidão cantando junto com Fafá a letra de Nossa Senhora, canção composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

 

Presidente Lula da Silva participa da procissão do Círio de Nazaré – Ricardo Stuckert/PR

“Quanta gratidão por viver o Círio novamente e poder agradecer por tantas bênçãos nessa caminhada. A fé, o amor e a solidariedade nos unem”, escreveu Janja. Ontem (12), ela e o presidente já tinham participado da romaria fluvial, evento náutico que integra a ampla programação do Círio de Nazaré e que, este ano, reuniu cerca de 400 embarcações.

Festa religiosa de Corpus Christi reúne fiéis em várias cidades

Os tapetes de Corpus Christi, em frente à Catedral Metropolitana de São Sebastião, na Avenida Chile, centro da cidade do Rio de Janeiro, são uma tradição que reúne fiéis de paróquias e movimentos religiosos de vários bairros da capital. Eles chegaram no fim da madrugada para começar a confecção e, por volta de 12h, estavam concluindo o trabalho em 50 tapetes com diversos motivos relacionados a temas religiosos da Igreja Católica. Em geral, eles são feitos com o uso de sal grosso, serragem, borra de café e colorantes.

Fiéis fazem os tradicionais tapetes no centro do Rio. Foto:  Tomaz Silva/Agência Brasil

Tiago Pereira é vocacionado, jovem que se prepara para entrar em um seminário, saiu de casa, às 4h20. Ele mora em Madureira, bairro da zona norte do Rio, para pelo quarto ano participar da montagem junto com amigos do Grupo Vocacional Arquidiocesano (GVA). No futuro ele quer ser padre. “A minha vontade e acho que também é a vontade de Deus”, revelou.

Na visão Tiago, a confecção de tapetes é uma forma diferente de adoração ao Senhor, quando se espera a passagem de Cristo pelos tapetes que representam todos os esforços dos fiéis. “Essa festa do Corpo de Cristo é poder dizer para o mundo que é real. Jesus presente na eucaristia é verdade. É Ele que está ali, o próprio Senhor que instituiu a eucaristia naquela quinta-feira, junto com os apóstolos. E ainda hoje chama apóstolos a servir, mas também fortifica com a Sua eucaristia, tantas famílias e tantas pessoas”, disse explicar o significado, para ele, o dia de Corpus Christi.

Bem ao lado do tapete do GVA, estavam presentes integrantes de uma escola de samba. Essa aproximação das escolas de samba do Rio com a Igreja Católica é incentivada pela própria Arquidiocese do Rio. O Salgueiro levou um grupo de fiéis para a montagem de um tapete que tinha a imagem de São Sebastião, padroeiro do Morro do Salgueiro, da escola e do Rio.

O diretor de Comunicação do Salgueiro, Vitor Brito, disse que essa foi uma ideia do padre Wagner, pároco da Igreja de Santa Rita e de São Jorge. Ele é quem celebra todas as festas que a gente realiza na quadra. O padre está sempre com a gente. Essa ligação com o Salgueiro e com o Morro do Salgueiro sempre existiu”, afirmou.

“O Salgueiro é uma escola preta, sempre exaltou as religiões de matriz africana, mas também tem uma grande parte da sua comunidade que é católica e que está muito feliz de participar desse ato de Corpus Christi”, acrescentou.

União religiosa

Na sequência, um grupo do Instituto Religare, composto por representantes de 28 religiões, preparou um tapete para simbolizar a união. “Para que as pessoas vejam que a gente se respeita entre nós, aprendam um pouco sobre a história de cada um e, principalmente, se tenha paz entre as religiões. É muito necessário, não aqui só, mas no mundo inteiro”, defendeu Luzia Lacerda, presidente do Instituto, lembrando que é o quinto ano que o grupo participa da confecção de tapete para a procissão de Corpus Christi, na capital fluminense.

Recorde

Em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, os fiéis mais uma vez fizeram o maior tapete do estado. Com dois quilômetros de extensão, já foi recorde na América Latina, lugar ocupado atualmente por Curitiba. “A gente vê muita alegria do povo que vem para preparar, organizar e deixar bem bonito aqui, celebrando Jesus Cristo”, comentou o bispo auxiliar da Arquidiocese de Niterói, dom Geraldo de Paula em entrevista à Agência Brasil. A arquidiocese é composta de 14 cidades, entre elas, São Gonçalo e Cabo Frio.

Cristo Redentor

 Fiéis confeccionam os tradicionais tapetes de Corpus Christi no centro do Rio. Foto:  Tomaz Silva/Agência Brasil

No Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor, o arcebispo da Rio, dom Orani Tempesta, participou às 7h da manhã, da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, abrindo a Semana do Meio Ambiente. Aos pés da imagem do Cristo Redentor foi confeccionado um tapete sustentável, feito por jovens. Preparado com borra de café, serragem, casca de ovo e sal colorido, apresentou os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), as Obras de Misericórdia, e uma imagem de Nossa Senhora, Rainha da Ecologia. No fim da celebração, os materiais foram levados para compostagem, processo de decomposição de materiais orgânicos que resulta em adubo.

No Rio, a programação da celebração religiosa tem ainda a encenação do espetáculo Auto do Corpo de Deus ao lado da Catedral Metropolitana de São Sebastião e a tradicional procissão de Corpus Christi.

São Paulo

A solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Corpus Christi, em São Paulo, reuniu fiéis, religiosos, diáconos e padres em frente à Catedral da Sé, na Praça da Sé, na manhã desta quinta-feira. A missa campal foi celebrada pelo cardeal Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelos bispos auxiliares de São Paulo.

 Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, celebra missa campal de Corpus Christi, na Praça da Sé, Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

Dom Odilo afirmou que aquele era um momento de grande unidade e de comunhão da Arquidiocese em torno de Jesus Cristo na eucaristia, e lembrou dos mais necessitados. “Agradeçamos no dia de hoje, de modo particular, por todos os benefícios recebidos, e a Jesus na Eucaristia; apresentemos as necessidades dos nossos irmãos, sobretudo dos que mais sofrem: os pobres, doentes e pessoas que têm dificuldades na vida”, manifestou o cardeal, em texto publicado no site da Arquidiocese.

Ainda no estado de São Paulo, a solenidade de Corpus Christi também é tradicional na cidade de Santana do Parnaíba.  Desde 1961 é celebrada com a confecção de 60 tapetes por onde passa a procissão. A produção do tapete começa antes da quinta-feira. Ele se estende por aproximadamente 850 metros de extensão, e são usados materiais como argila, casca de ovo, farinha de trigo, pipoca, pó de café, entre outros.

Brasília

Como tradicionalmente ocorre há 46 anos, a Esplanada dos Ministérios foi o local escolhido para a solenidade religiosa de Corpus Christi, em Brasília. Atendendo a um pedido do cardeal arcebispo da Capital Federal, dom Paulo Cezar Costa, para que que os fiéis levam alimentos não perecíveis, que serão encaminhados às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. “Essa é uma maneira de sermos solidários com aqueles que estão necessitando da nossa ajuda”, disse o cardeal.

Fiéis confeccionam tapetes de Corpus Christi na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foto:  Marcelo Camargo/Agência Brasil

Conforme a arquidiocese, as atividades começaram por volta das 6h de hoje, com a montagem do tapete de 125 metros no gramado central. A montagem reuniu aproximadamente 600 pessoas integrantes de diversos movimentos, pastorais e serviços da arquidiocese.

A tradição dos tapetes

Dom Geraldo de Paula, da Arquidiocese de Niterói, contou que foram os portugueses que trouxeram a confecção dos tapetes para o Brasil como forma de evangelização. “Eles trouxeram essa tradição, esse costume de enfeitar as ruas neste dia da solenidade do Corpo de Deus. Esse momento que temos de montar os tapetes é muito interessante porque é um espaço para todos, desde crianças até idosos. Isso acaba atraindo mais pessoas porque veem ali como um lugar aberto onde as pessoas podem colocar a sua criatividade. É um espaço abençoado de com vivência”, disse.

Celebração

De acordo com a Arquidiocese do Rio, a solenidade ocorre sempre na quinta-feira após a festa religiosa da Santíssima Trindade e atende a uma recomendação do Código do Direito Canônico, no qual pede à comunidade diocesana para “testemunhar publicamente a adoração e a veneração para com a Santíssima Eucaristia”. Segundo dom Orani Tempesta, nesse dia a Igreja celebra a presença de Cristo na eucaristia para lembrar a morte e ressurreição do Senhor.

Fiéis confeccionam os tradicionais tapetes de Corpus Christi no centro do Rio. Tradição trazida para o Brasil pelos portugueses. Foto: Silva/Agência Brasil

“É uma maneira também de dizermos ao mundo que não estamos sozinhos, Cristo está conosco e queremos que a presença dele transforme as nossas vidas, a nossa sociedade para que cada vez mais sejamos mais justos, mais humanos e mais fraternos”, disse o cardeal em áudio encaminhado à Agência Brasil pela Arquidiocese.

A celebração começou em 11 de agosto de 1264 com o papa Urbano IV. Mas a origem do evento religioso é no ano de 1247, em Liège, na Bélgica. Conforme a arquidiocese de São Paulo, na época, “surgiu um movimento eucarístico com a finalidade de propagar a fé católica na presença real de Cristo nas espécies eucarísticas”.

“Naquela ocasião, aconteceu a primeira procissão eucarística pelas ruas da cidade. Anos depois, essa celebração se tornou nacional e, em 1313, o papa Clemente V a estabeleceu como uma festa de caráter mundial”, diz o texto publicado no site da arquidiocese.

Fiéis lotam a Praça da Apoteose para participar da Marcha para Jesus

A Marcha para Jesus do Rio de Janeiro, na 17ª edição levou milhares de fiéis para o centro da cidade, na tarde deste sábado (25). O público iniciou a concentração, a partir das 14h, na Avenida Presidente Vargas, altura da Avenida Passos. Na sequência, o grupo seguiu para o palco montado na Praça da Apoteose. Caravanas de fiéis chegavam de ônibus, metrô e ônibus, vindas principalmente da Baixada Fluminense.

Os jovens cantavam louvores e músicas gospel, animados por seis trios elétricos, que seguiam em direção à Praça da Apoteose. Ainda no início do evento, caravanas de ônibus chegavam para participar da marcha, que começou com músicas nos estilos pop e axé. Com o slogan “A Força da União”, o evento foi promovido pelo Conselho de Ministros Evangélicos do Rio de Janeiro (Comerj). 

Famílias chegavam completas para participar do evento. A artesã Aline Souza, de 44 anos, da Igreja Nazareno, de Nilópolis, veio de carro, junto com o marido, a filha de 13 anos e a sogra. Ela chegou por volta das 17h e foi direto para a Praça da Apoteose, onde os cantores se apresentam. Mesmo com céu nublado e ameaça de chuva, Aline disse que iria embora apenas quando o evento terminasse, por volta das 22h. “Eu vim aqui para [ouvir] as músicas gospel, o rap e o samba. Eu perdi o show do Waguinho, que se apresentou no alto de um trio elétrico, mas agora não saio daqui tão cedo.”

Fiéis acompanham a Marcha para Jesus 2024 na Praça da Apoteose, na região central do Rio – Tomaz Silva/Agência Brasil

Márcia Barreto, do Ministério Apascentar, de Nova Iguaçu, também na Baixada, disse que participa do evento há 12 anos. Ela estava acompanhada do filho de 9 anos e da neta, de apenas 11 meses, ela empurrava no carrinho de bebê. “Cheguei à Marquês de Sapucaí e vou andando até a Apoteose para assistir aos shows.” Pessoas idosas preferiram assistir à festa sentadas nas arquibancadas dos setores 12 e 13, que estavam lotadas.

O primeiro cantor gospel a se apresentar, pouco antes das 17h, foi Thalles Roberto. Depois foi a vez de Eli Soares. A apresentação seguiu com Samuel Messias, DiscoPraise, Valesca Mayssa, Lukas Agustinho, Bruna Karla, Gospel Night, Davi Sacer, Stella Laura, Marcus Salles, Arthur Callazans, Adriano Gospel Funk, Kailane Frauches, Sarando a Terra Ferida, Nesk Only, Brunno Ramos e 2metro.

Trânsito

O Centro de Operações Rio, por meio da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio), montou um esquema especial de trânsito no centro da cidade. Participam 74 operadores de trânsito, entre agentes da Guarda Municipal, da CET-Rio e apoiadores de tráfego.

A concessionária Supervia e o Metrô Rio seguiram a grade de horário dos sábados. Para retornar para casa, as melhores opções são as estações da Praça Onze ou da Cidade Nova, do metrô. A estação Central do Brasil é a melhor opção para quem vai retornar para casa de trem.

A Marcha para Jesus foi realizada pela primeira vez, no Rio de Janeiro, em 1998. No dia 3 de setembro de 2009, foi instituído o Dia Nacional da Marcha para Jesus. Em 11 de janeiro de 2011, o evento passou a ser incluído no calendário oficial da cidade.