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Trem do Samba vai fazer festa neste sábado em Oswaldo Cruz

Em comemoração ao Dia Nacional do Samba, 2 de dezembro, o Trem do Samba, encontro tradicional do Rio de Janeiro, vai partir mais uma vez da Central do Brasil, no centro da cidade, rumo a Oswaldo Cruz, bairro da zona norte que, ao lado de Madureira, é o berço da Portela e do Império Serrano, duas agremiações com forte história ligada ao samba.

Nesta 29ª edição do evento, a animação começará às 15h com um show no palco Monarco montado na Central do Brasil, com a presença do cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, o idealizador do encontro, das velha guarda da escolas de samba Vila Isabel, Salgueiro, Mangueira e Império Serrano, e das Matriarcas do Samba, entre outros.

Marquinhos de Oswaldo Cruz comanda o Trem do Samba – Divulgação Trem do Samba/Henrique Esteves

Inspiração

O Trem do Samba é inspirado na viagem de trem que Paulo da Portela, fundador da escola de samba, e outros sambistas, faziam no início do século 20, para fugir da repressão da polícia ao gênero musical. Justamente no mesmo horário que eles seguiam para Oswaldo Cruz, às 18h04, a comemoração vai continuar com rodas de samba no interior de trens que levarão o público ao fim do trajeto.

“É uma reafirmação de uma luta persistente. Todo lugar onde as pessoas são colonizadas, se acaba com o idioma. Vieram para o Brasil talvez até milhares de etnias diferentes de seres humanos escravizados e, segundo alguns historiadores, a essência disso, porque eram muitas línguas, está muito no candomblé da Bahia e no samba do Rio de Janeiro. Imagina um país inteiro cantar samba. Tem uma coisa assim de ressignificar muito forte, porque musicalmente é o idioma do país”, explica Marquinhos de Oswaldo Cruz em entrevista à Agência Brasil.

Trem do Samba conta com mais de 20 rodas de samba – Divulgação Trem do Samba/Henrique Esteves

Festa

O samba vai se espalhar também pelas ruas de Oswaldo Cruz com muitas atrações em mais de 20 rodas de samba. “O cara vai de trem, daqui a pouco ele senta em um outro lugar, pega o cavaquinho, e começa a fazer uma roda de samba também. É muito legal. A tendência é que aumente mais e tenha sempre essas rodas. Vira a noite desse jeito. É como se você fosse para o Maracanã e tivesse direito de entrar no campo e chutar a bola para dentro do gol. É mais ou menos isso”, disse Marquinhos.

Haverá ainda três locais de apresentações de shows, um na Rua Átila da Silveira, onde foi montado o palco Tica Doca; na Portelinha com o palco Manaceia, e na Rua João Vicente, com o palco Candeia. Os três vão receber artistas como Pretinho da Serrinha, Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador, Dorina e Mulheres na Roda de Samba e Toninho Geraes.

“Eu vejo o Trem do Samba hoje como o maior festival de samba de raiz do país. É a primeira vez que estou participando. Estou muito honrado e muito feliz em poder fazer parte desse time. Quero agradecer ao Marquinhos de Oswaldo Cruz e a toda a produção pelo convite e agradecer também a todos os músicos que foram antes de mim, lá no início, tocando dentro do trem para hoje a gente chegar no festival com vários palcos. Muita gente tocou dentro do trem para isso. Estou muito feliz e gostaria de dizer também, para finalizar, que este movimento todo do samba é um ato de resistência da cultura popular do nosso país”, disse Pretinho da Serrinha à Agência Brasil.

Público

Segundo Marquinhos de Oswaldo Cruz, em 2023, cerca de 116 mil pessoas participaram da festa, que este ano pode superar essa marca. 

Como o público aumenta a cada ano, a concessionária SuperVia, responsável pelo serviço de trens no Rio de Janeiro, montou um esquema com 14 composições para a ida e a volta de Oswaldo Cruz. A primeira, especial apenas para convidados, levará Marquinhos de Oswaldo Cruz e os integrantes da velha guarda das escolas de samba. As outras vão partir às 18h24, 18h44, 19h04 e 19h24 com grupos distribuídos pelos trens animando a viagem. 

A cada ano o público cresce com o projeto Trem do Samba – Divulgação Trem do Samba/Henrique Esteves

As composições sairão da plataforma 2 da Central do Brasil.

Para o idealizador do Trem do Samba, junto com o público, o projeto cresceu durante os anos e atualmente emprega 1.500 pessoas. A passagem pode ser adquirida com 1kg de alimento não perecível, e deve ser entregue na bilheteria da Central do Brasil entre 13h e 19h. Para o retorno, a passagem deve ser comprada com antecedência ou utilizar o RioCard Mais. 

“Se percebe o crescimento também porque o Trem do Samba a vida inteira foi um evento pela luta do samba tradicional, sem fazer juízo de valor de ninguém. É um evento que se canta samba tradicional. Hoje, o que prolifera é uma meninada que já passou pelo Trem do Samba, fazendo roda de samba pela cidade”, comentou Marquinhos de Oswaldo Cruz, acrescentando que o samba fez escola.

Trens extras

Para a volta das rodas de samba, a concessionária planejou viagens extras com trens saindo em direção à Central do Brasil, às 23h40, 0h20 e 1h10.Em direção à Japeri (0h, 0h40 e 1h20), e a Santa Cruz, interligado ao ramal Deodoro (23h50, 0h30 e 1h).

Em Oswaldo Cruz vão parar somente os trens da festa. Nos outros trens, os passageiros da grade regular partindo da Central do Brasil que quiserem ir para Oswaldo Cruz terão que seguir até Bento Ribeiro, por uma questão de logística, e embarcar na próxima composição no sentido oposto para retornar a Oswaldo Cruz.

A SuperVia sugeriu que o público do Trem do Samba programe as viagens por meio do Planeje sua Viagem no seu aplicativo ou, em caso de dúvidas, deve fazer contato com a Central de Atendimento pelo número 0800 726 9494.

Festa Literária das Periferias: líderes negras debatem legado de lutas

A 14ª edição da Festa Literária das Periferias (Flup) começou nesta segunda-feira (11), no Rio de Janeiro, com mais de 90% da programação composta por mulheres negras. Na abertura, o destaque foi o debate sobre as questões das periferias globais e brasileiras, como pautas raciais e étnicas, de gênero e climáticas.

A Flup será realizada entre 11 e 17 de novembro, e terá a participação de escritores nacionais e internacionais, personalidades ligadas à arte e à academia, oficinas formativas, apresentações musicais, saraus, lançamentos de editoras e performances.

O tema deste ano é “Roda a saia, gira a vida”. Segundo os organizadores, há um alinhamento com o conhecido pensamento da filósofa e escritora estadunidense Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”.

O evento de abertura da Flup foi a mesa de debates “O que Queremos Para Ontem?”, que tratou das principais demandas e necessidades das pessoas de periferia.

Tanto as do passado, que seguem incompletas, quanto as mais atuais trazidas pelas novas dinâmicas sociais.

Participaram dela a ativista de direitos humanos e direitos LGBTQIAPN+, Neon Cunha, a deputada federal, Benedita da Silva (PT-RJ), e a diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck.

Rio de Janeiro (RJ) 11/11/2024 – A deputada federal Benedita da Silva participa da Flup. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Dentro do tema, elas destacaram a homenageada dessa edição da Flup: a historiadora, poeta e cineasta Maria Beatriz Nascimento (1942-1995), que teve atuação marcante na defesa dos direitos humanos de negros e mulheres no Brasil, e é considerada uma inspiração para a nova geração de escritoras negras.

“A Maria Beatriz foi uma das mulheres fortes que eu tive a sorte de conhecer, que deram as mãos para que pudéssemos vencer as batalhas em nossos quilombos. Porque as nossas favelas nada mais são do que os nossos quilombos. E lá sabemos que temos que extrair força, energia, conhecimento, organização para poder enfrentar o que vier”, disse a deputada federal, Benedita da Silva.

Rio de Janeiro (RJ) 11/11/2024 – A diretora da Anisita Internacional, Jurema Werneck, na Flup. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

“Maria Beatriz criou conceitos que traduziram a nossa experiência como humanos e foi atrás de alternativas. Falou que nós também somos capazes de encontrar respostas em meio à tragédia humana. Seja no quilombo como território de guerra, quilombo para perseguir a paz, quilombo como estratégia de viver bem. Disse que, por vezes, o quilombo também precisa recuar e buscar proteção”, disse a diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck.

 

Festa Literária das Periferias (Flup)

Dias: de 11 a 17 de novembro

Local: Circo Voador

Endereço: Rua dos Arcos, s/n, Lapa – RJ

Entrada gratuita

https://www.flup.net.br/

Festa Literária das Periferias celebra cultura de mulheres negras

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. A célebre frase da pensadora norte-americana Angela Davis, proferida em 2017, durante visita à Bahia. dará a tônica dos debates da Festa Literária das Periferias (Flup), no Rio de Janeiro.

A festa, que terá uma inédita proporção de 90% de mulheres negras na programação, chega à 14ª edição, com o tema Roda a Saia, Gira a Vida. Entre as participantes estão grandes nomes da literatura mundial, como a nigeriana Oyeronke Oyewumi, e brasileiras relevantes, como Conceição Evaristo.

Programada para o período de 11 a 17 de novembro, no Circo Voador, a festa literária gratuita vai coincidir com o G20 Social, que será entre os dias 14 e 16. O debate sobre literatura se conecta com as discussões globais, defende o diretor-fundador da Flup, Julio Ludemir.

“O Rio de Janeiro receberá as principais lideranças políticas e econômicas mundiais enquanto a Flup conectará periferias brasileiras a um diálogo global, sobre raça e cultura – inerente às discussões econômicas do G20”, ressalta Ludemir.

A mesa intitulada Mulheres Transatlânticas, marcada para segunda-feira, às 20h, reunirá mulheres nascidas em países desenvolvidos que posicionaram o feminismo negro como elemento central para discutir criticamente os legados coloniais, entre as quais estão a professora nigeriana Oyeronke Oyewumi, a escritora e professora holandesa Gloria Daisy Wekker e a fotógrafa franco-senegalesa Mame Fatou Niang.

Na terça-feira (12), às 13h, a mesa Quilombo Acadêmico: Histórias de Mulheres Afrodiaspóricas – Escritoras e Escrevivências terá como debatedoras a escritora colombiana Maricel Lopes, as educadoras Renata Falleti, Ádria Cerqueira e Jhenifer dos Santos e as doutoras em história Iraneide Silva e Marley Silva.

As escritoras Conceição Evaristo, brasileira, e Bernardine Evaristo, britânica, participarão na quarta-feira (13), às 19h50, da mesa literária Tão inseridas/Tão excluídas. No dia seguinte, às 19h30, outra mesa literária, No Conforto da Minha Concha, reunirá as escritoras brasileiras Eliana Alves Cruz e Luciany Aparecida e a francesa Marie NDiaye.

Na sexta-feira (15), às 18h, o destaque é o podcast Angu de Grilo, ao vivo, na Flup. As jornalistas Bela Reis e Flavia Oliveira, que são mãe e filha, entrevistam a escritora e ativista Sueli Carneiro e a artista de performance Luanda Carneiro, que também são mãe e filha.

No sábado (16), às 20h30, destaque para a mesa literária Notícias Poéticas entre Brasil e Angola, com o cantor e compositor brasileiro Tiganá Santana, a poeta e dramaturga Leda Maria Martins e o músico e escritor angolano Kalaf Epalanga.

No domingo (17), último dia da Flup, às 16h, haverá a mesa literária Se eu não contasse a minha história, ninguém o faria por mim, com a historiadora e pesquisadora francesa Olivette Otele e a ativista antiglobalização e de direitos e escritora malinesa Aminata Traoré.

Durante o Ciclo de Debates Aquilombamentos, representantes de comunidades e de organizações ligadas a questões raciais, étnicas, de gênero e climáticas precederão o fórum do G20, fortalecendo o debate público sobre as questões das periferias – globais e brasileiras – em conexão com movimentos de resistência.

Reconhecida em 2023 como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a Flup é gratuita, para todas as idades.

Apresentada pelo Ministério da Cultura e pela Shell, a Festa Literária das Periferias tem patrocínio do Instituto Cultural Vale e Globo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio da Fundação Ford. O transporte oficial do evento é oferecido pelo Grupo CCR, por meio do Instituto CCR, nas áreas de atuação do VLT Carioca e da CCR Barcas.

Festa Literária movimentará Maricá com escritores de destaque

O cartunista Ziraldo será homenageado na 9ª Festa Literária Internacional de Maricá (Flim), que começa nesta sexta-feira (1º) e vai até 10 de novembro, na orla do Parque Nanci, na cidade que faz parte da região metropolitana do Rio de Janeiro. A programação, das 9h às 20h, inclui palestras, debates, shows e atividades voltadas para todos os públicos. Além disso, convidados especiais, como escritores, artistas e pesquisadores vão participar de bate-papos com o público, por meio de rodas de conversa e talk shows.

O slogan desta edição é A Nossa História A Gente Escreve Aqui. Entre os participantes, o público poderá ver escritores premiados, como Itamar Vieira Junior, Teresa Cárdenas, Jacques d’Adesky, Valter Hugo Mãe, Conceição Evaristo, Ondjaki, José Eduardo Agualusa, Luiz Antônio Simas e Thalita Rebouças. Também vão participar os escritores e professores Celso Vasconcellos, Luiz Antonio Simas e Eliane Potiguara; o filósofo Clóvis de Barros Filho; os cartunistas Aroeira e Miguel Paiva. Em dois palcos, o público vai se divertir com shows dos cantores Paulinho Moska, Lenine, Vanessa da Matta, Roberta Sá e o rapper MV Bill. A programação inclui ainda a participação dos atores Tuca Andrada, José de Abreu, Stepan Nercessian e Letícia Sabatella.

“Todo ano tem um homenageado. Ano passado foi Gilberto Gil. Este ano, pela primeira vez, estamos fazendo uma homenagem póstuma ao Ziraldo, que foi uma grande figura com o traço, com arte e desenho. Foi fundador do jornal O Pasquim. Uma figura que deixou grande contribuição. As criações dele, como o Menino Maluquinho e outras, transcendem gerações”, disse o secretário municipal de Educação de Maricá, Márcio Jardim, à Agência Brasil.

“A Flim é uma festa literária que faz uma celebração à cultura do livro e ao que o livro pode proporcionar à vida das pessoas. Tem essa dimensão de importância do valor humano, sobretudo, para o público-alvo, que é o público principal – os alunos da nossa rede municipal de ensino – e do que isso representa para eles e no imaginário deles. A gente, às vezes, não consegue dimensionar no presente, mas o que isso agrega para o futuro de cada um deles”, afirmou.

Público

O secretário Márcio Jardim mostra-se na superação do número de visitantes desta edição da Flim, que, no ano passado, recebeu mais de 120 mil pessoas. Para Jardim, a área do Parque Nanci, que é de fácil acesso, vai contribuir para o crescimento do público. As instalações estão montadas em um espaço de 10 mil metros quadrados (m²) no centro da cidade, em um espaço que se estende a dois dos quatro distritos de Maricá, que São Ponta Negra e Itaipuaçu.

“No ano passado, foi na região de Itaipuaçu. Neste ano, entendemos que a localização favorece a presença do público e, por isso, acreditamos que haverá um número maior que o do ano passado. Creio que mais de 150 mil pessoas neste ano, até pelo volume que ganhou no ano passado em divulgação e mídia espontânea. Isso gerou expectativa para esta edição e a expectativa faz com que as pessoas acabem nutrindo essa ansiedade de saber como vai ser e poder participar. Acredito que a gente vai ter um número bem expressivo de participação”, acrescentou Jardim.

Papo Flim

Ao longo dos dez dias, a arena de debates Papo Flim, uma das atrações da festa literária, receberá escritores, atores e músicos em rodas de conversas e talk shows. Logo na abertura, a partir das 18h, os escritores Itamar Vieira Júnior e Jacques d’Adesky participarão do debate Territórios de Resistência: Histórias de Luta e Ancestralidade. O baiano Itamar Vieira Junior, vencedor dos prêmios Leya, Oceanos e Jabuti, é autor do romance Torto Arado, um dos maiores sucessos de público e de crítica da literatura brasileira das últimas décadas. O livro foi traduzido em mais de 20 países.

Para Itamar, o Brasil é um país diverso, onde mais de 50% da população se autodeclara preta e parda, o que mostra o quanto as pessoas querem se sentir representadas de alguma forma nessa história, como já vem ocorrendo na literatura brasileira.

“Que as histórias falem de tudo, das coisas que conhecemos, que falem do Brasil, que elas possam recontar a nossa história, que a gente possa falar sobre nossas dores e também nossas esperanças. Acho que, de fato, a literatura brasileira tem experimentado um pouco isso nos últimos anos”, disse Itamar Vieira Júnior à Agência Brasil.

Crianças

Para as crianças está reservado o espaço Flimzinha. A área infantil será toda inspirada na obra do escritor e desenhista Ziraldo, em uma homenagem ao escritor e cartunista que morreu em abril, aos 91 anos. Lá o público terá referências a personagens criados pelo artista como o Menino Maluquinho, a Professora Maluquinha e a Turma do Pererê.

A criançada poderá aproveitar os estandes para comprar livros infantis e participar de contação de histórias, teatro lambe-lambe, apresentações musicais da Wandinha, Barbie, O Flme e Naruto, e shows da Mangueira do Amanhã, do Passinho Carioca e do Violúdico, entre outros.

O público infantil terá ainda um parque interativo e lúdico e se divertirá em brinquedos que simulam naves espaciais e instrumentos musicais, paredes de escalada, balanços, túnel e cama elástica. As atrações se estendem à horta do Parque Nanci, que se transformará em uma fazendinha com plantações e animais de pequeno porte.

“Nós criamos, desde o ano passado, um espaço que chamamos de Flimzinha, voltada para o público infantil, até por conta de comodidade: são faixas etárias diferentes, níveis de conhecimento do livro de literatura que é a festa. Por tudo isso, a gente fez a separação e tem uma programação específica voltada para a faixa etária da educação infantil e tem uma outra já para os mais adolescentes, os alunos do ensino fundamental do segmento 2”, informou o secretário.

Internacional

O secretário destacou que o i da sigla Flim é de internacional e comemorou a presença de quatro autores estrangeiros no encontro literário: a cubana Teresa Cárdenas, o moçambicano José Eduardo Agualusa, o angolano Ondjaki e o escritor Valter Hugo Mãe, que nasceu em Angola e é radicado em Portugal . “É uma boa representatividade estrangeira.”

Estes autores fortalecerão na Festa Literária a cultura africana, muito presente na obra de Itamar Vieira Junior. A exposição Heróis Quilombolas celebrará a ancestralidade.

Mumbuca Literária

Mais uma vez, estudantes das 77 escolas da rede municipal de ensino receberão uma facilidade para a compra de livros. Cerca de 30 mil alunos ganharão vouchers chamados de Mumbuca Literária O nome é uma referência à moeda social de Maricá, a mumbuca.

O benefício, no valor de 200 mumbucas, será estendido a 9.460 alunos do ensino superior, integrantes do programa Passaporte Universitário, professores e servidores das redes municipal e estadual e aposentados da Secretaria de Educação do município. Segundo a prefeitura de Maricá, o investimento é de R$ 12 milhões.

De acordo com Márcio Jardim, esta é a segunda edição seguida que os alunos do Passaporte Universitário receberão a Mumbuca Literária.” A nossa festa literária é muito livre e de caráter educativo. Nenhuma feira no Brasil tem tanto volume de livros que chegam às mãos das crianças e dos estudantes. Esse ambiente de debates engrandece as pessoas, o ser humano, e traz conhecimento para as crianças, que são nosso maior público-alvo”, explicou Márcio Jardim.

Segundo o escritor Itamar Vieira Júnior a Mumbuca Literária é um tipo de incentivo, que em certa medida, reduz a desigualdade que existe no país. “Muitas pessoas não chegam à leitura pela falta de condições para compra ou para empréstimo de livros. Tudo que for feito para reduzir, para mitigar essa desigualdade e fazer com que as pessoas ingressem e busquem os livros e possam ter a oportunidade de ter um livro na mão para levar para casa, para ler, emprestar. Tudo que é feito para reduzir essa desigualdade é muito válido e muito bem-vindo. Outras feiras literárias tiveram experiências parecidas”, afirmou.

Fora das capitais

O secretário Márcio Jardim considerou bastante positivo um encontro literário, como este, ser realizado fora das capitais brasileiras. Para Jardim, é uma forma de espalhar a cultura para outros centros do país.

“É muito relevante e não é comum esse tipo de coisa. Felizmente, nos últimos anos, as festas literárias ganharam novo impulso em vários municípios. Certamente, Maricá vai sentir o impacto disso nos próximos anos, porque esta é a nona edição, e a formação de um público leitor que tem curiosidade pelo livro e pela leitura impacta na vida de jovens e adolescentes. Em uma escala de 10 anos, vamos começar a perceber isso. É uma coisa boa, porque é uma marca para uma cidade com algo que é simpático: ter uma política de apostar na formação de consciências. A leitura possibilita a emancipação das pessoas a partir do conhecimento.”

Transportes

Nesta sexta-feira (1º), começa a funcionar a operação especial da Empresa Pública de Transportes para facilitar os deslocamentos dos visitantes da Flim. Além do reforço na Linha E13, que vai operar das 9h às 20h, com saídas do Terminal Rodoviário do Povo de Maricá. A cada 15 minutos, haverá um micro-ônibus para a integração da Rodovia Amaral Peixoto com a orla onde ocorrerá a festa.

O público poderá usar ainda o ônibus direto, que sai da Passarela do Parque Nanci, na altura do KM 25 da RJ-106, e segue até a orla do parque. A linha especial estará disponível das 9h até o término das atividades do dia.

Lula sanciona leis que reconhecem gospel, grafite e Festa do Sairé

O presidente Lula sancionou nesta terça-feira (15) leis que criam o Dia Nacional da Música Gospel e o que reconhece como manifestação da cultura nacional a Festa do Sairé, realizada no distrito de Alter do Chão, em Santarém, no Pará.

O Dia Nacional da Música Gospel passará a ser celebrado, anualmente, em 9 de junho. Em postagens na rede social X, o presidente destacou que a data garante “visibilidade ao importante papel da cultura, da religiosidade e da fé de milhões de brasileiros e brasileiras”. Em outra mensagem, mencionou que o governo atuou para que liberdade religiosa fosse garantida em lei, “para que os brasileiros pudessem professar sua fé”.

“A fixação de uma data nacionalmente dedicada à música gospel chamará atenção para esse importante vetor de conforto mental, psicológico e espiritual”, ressaltou o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), em nome da Frente Parlamentar Evangélica.

Grafite

O presidente também sancionou projeto que “reconhece as expressões artísticas charge, caricatura, cartum e grafite como manifestações da cultura brasileira”.

São Paulo 06/10/2023 – Especial Hip Hop – Grafiteira Soberana Ziza no Centro Cultural da Juventude. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Para Pedro Rajão, pesquisador e produtor do projeto Negro Muro, de arte urbana, como o grafite, a lei dá legitimidade para os artistas serem vistos como trabalhadores. 

Na tramitação do texto no Congresso, parlamentares entenderam que esse reconhecimento promove a inclusão social e o desenvolvimento econômico em comunidades marginalizadas.  

Anísio

Também nesta terça, o presidente Lula assinou a lei que “declara o educador Anísio Teixeira Patrono da Escola Pública Brasileira”.

Brasília (DF) 15/10/2024 – Anísio Teixeira nasceu em 1900, na cidade de Caetité, na Bahia, e se tornou um dos mais importantes educadores do Brasil. Foto: Inep

Um dos maiores educadores do Brasil, o baiano da cidade de Caetité era também jurista, intelectual e escritor. Presente na cerimônia de sanção, a Deputada Federal Alice Portugal comemorou o reconhecimento justamente no dia do professor.  

Era um defensor da educação sem privilégios e do acesso democrático ao ensino. Foi, inclusive, um dos idealizadores da Universidade de Brasília, onde já foi reitor. Nos anos 90, o nome dele foi incorporado ao INEP, que hoje se chama Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 

Outro projeto de lei assinado nesta terça pelo presidente Lula inscreve o nome de Eduardo Henrique Accioly Campos no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

Festa Literária Internacional movimenta Paraty a partir desta quarta

Com homenagem ao escritor, jornalista e dramaturgo Paulo Barreto (1881-1921), que usava como pseudônimo literário João do Rio, a 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) será realizada de 9 a 13 de outubro. Assim como seu homenageado, que registrou os conflitos, temores e dilemas de seu tempo, refletindo sobre o progresso, a velocidade e a formação urbana, a Flip neste ano também pretende trazer para o centro dos debates a pluralidade de visões e de sensibilidades do mundo contemporâneo.

Durante cinco dias, a maior festa literária do Brasil vai promover discussões sobre temas atuais como o impacto das queimadas. Com Pablo Casella e Txai Surui, duas vozes que vêm de dentro da floresta, a mesa Cessar o Fogo está marcado para sábado (12), a partir das 21h30.

Mas as queimadas não serão o único tema em discussão. Haverá também mesas sobre o racismo e a dor das mulheres que se movimentam nessa violência, sobre as emergências climáticas, a inteligência artificial e a violência contra os povos indígenas.

“Nessa curadoria tivemos a preocupação de discutir temas atuais como as mudanças climáticas, as queimadas e as guerras em Gaza e no Líbano, a censura, a inteligência artificial e a desinformação. Acho, particularmente, que a literatura e essas formas de artes verbais são essenciais para ajudar a gente a organizar o mundo. Ao mesmo tempo em que nos sentimos muito provocados por obras literárias muito contundentes, sentimos também certo alívio quando a obra nos oferece um recorte para compreender o caos no mundo”, disse Ana Lima Cecilio, curadora desta edição da Flip, em entrevista à Agência Brasil.

Outro tema que vai permear a festa neste ano é o enfrentamento ao ódio nas redes sociais, mesa que acontece sexta-feira (11). “O ódio nas redes é uma discussão muito contemporânea. Estamos em plena eleição e há duas ou três eleições a gente entende o poder de mobilização da internet, dos grupos de ódio e da polarização”, disse Ana.

Na sexta-feira (11), a mesa Não Existe mais Lá vai tratar sobre os diários escritos por Atef Abu Saif, que estava em Gaza quando começaram os bombardeios, e por Julia Dantas, que viu sua casa e seu bairro serem invadidos pelas águas na enchente que atingiu Porto Alegre este ano. “Quando juntamos esses dois, estamos falando de ações humanas que poderiam ser evitadas, mas que estão destruindo cidades e populações inteiras. Fazer essa conexão entre temas urgentes é importante para tentar organizar o mundo. Não é um congresso que sairá com soluções, mas é um bom caminho pra gente aprender a se posicionar, ler as coisas e entender como o mundo se dá”, reforçou a curadora.

Além da atualidade de temas, uma das novidades da Flip neste ano será a realização de um podcast ao vivo. “Já temos essa consagração das mesas de conversa, mas estamos pensando em novos formatos que possam usar vídeo, sons e músicas. Isso é algo que interessa para a Flip como transformação através dos tempos. Estamos fazendo esse experimento e felizes com essa parceria com a Radio Novelo. Vamos fazer um podcast inspirado no João do Rio – e no calor da hora”, disse Ana Lima Cecilio.

Criada em 2003, a Flip é reconhecida como Patrimônio Histórico Cultural e Imaterial do estado do Rio de Janeiro. A festa literária não apenas reúne personalidades do mundo da cultura e da literatura para conversas, palestras e lançamentos de livros: ela também é uma grande manifestação cultural, que promove ainda ações de incentivo à leitura e de formação de novos leitores.

João do Rio

O grande homenageado da Flip neste ano foi um dos autores mais importantes do início do século 20 no Rio de Janeiro. Além de crítico de arte e escritor de romances e peças de teatro, João do Rio foi um repórter diferente, narrando os acontecimentos do dia a dia de forma literária, unindo a reportagem e a literatura.

Foi também o primeiro jornalista a subir o morro, ouvindo com atenção e afeto a voz das ruas, tornando-se uma espécie de porta-voz de um povo que não encontrava espaço na imprensa. E quando começou a subir vielas e acompanhar manifestações culturais, observando de perto os hábitos de uma cidade que se transformava vertiginosamente, João do Rio fundou um novo modo de fazer jornalismo.

“O jornal, no final do século 19, era basicamente um lugar de opiniões das pessoas mais poderosas, como deputados ou vereadores e empresários mais proeminentes. Os jornais eram muito marcados ideologicamente. Muito pelo que ouvia na França, João do Rio começa a fazer no Brasil um jornalismo completamente diferente. Ele é o primeiro cara que faz entrevista, que chamava de inquérito. Além disso, começa a sair do local onde os jornais eram feitos e vai para as ruas, ver o que estava acontecendo. Ele vai subir os morros das favelas, entender como são as festas populares, ver as pequenas profissões. Ele tem um olhar para a cidade que é uma coisa impressionantemente sensível e esperta, mas tem também a sacada de contar isso para as pessoas que estavam lendo o jornal. Então, ele inventou a crônica moderna”, afirmou a curadora.

Outra característica de João do Rio era ter um olhar muito voltado ao progresso. “O que me interessa muito no João do Rio é que ele era um cara muito culto, que sempre tinha um olho para o progresso, para as grandes cidades e para o avanço civilizatório. Ele tinha essa vontade de progresso. Ao mesmo tempo, tinha pés muito fincados no passado da cidade, desse passado escravocrata e de maus-tratos a imigrantes”, disse Ana. “Esse olhar para o futuro, com os pés no passado, reconhecendo a história da formação, faz dele um porta-voz impressionante do que é o Rio de Janeiro e também do país, que foi fundado nessa contradição”, acrescentou.

Com problema de obesidade, mestiço e homossexual, João do Rio foi vítima de um ataque cardíaco, que o impediu de completar 40 anos. Ele deixou 25 livros e mais de 2.500 textos publicados em jornais e revistas.

Como parte dessas homenagens ao escritor e jornalista, a Flip vai promover uma conferência de abertura chamada As ruas têm alma: João do Rio, o convidado do sereno. Ela será apresentada por Luiz Antônio Simas e pretende ser uma breve aula sobre João do Rio, atualizando seu legado.

“O caminho da Flip vai sempre se transformando. Nesta edição, por exemplo, estamos retomando o modelo de conferência de abertura, que agora vai ser com o Luiz Antônio Simas. Nos últimos anos, a gente fazia mesas de conversa. Além de ser um historiador, o Simas é um representante muito legítimo do que é o João do Rio. E além de historiador, ele é também professor, então tem o dom de animar as plateias”, disse a curadora.

Além da homenagem na programação oficial da Flip, João do Rio será destaque dentro da Casa CCR. Com programação toda gratuita, esse espaço vai promover nove mesas de discussão reunindo escritores, jornalistas, tradutores e pesquisadores acadêmicos. Os debates vão abordar temas como tecnologia, mobilidade urbana, combate às mudanças climáticas e jornalismo literário [com uma mesa sobre João do Rio].

O Instituto CCR, responsável pela Casa CCR, também vai oferecer duas oficinas de grafismo no local, onde o público presente poderá deixar um registro literário em madeiras provenientes dos bancos das praças de Paraty, que serão reinstalados posteriormente. Cada oficina terá duas horas e meia de duração, com participação de até dez pessoas por atividade.

Mais informações sobre a Flip e sua programação completa podem ser obtidas no site do festival.

Via Dutra terá efetivo da PRF reforçado para a festa da Aparecida

Os milhares de fiéis que visitarão o Santuário Nacional de Aparecida, no Vale do Paraíba, por ocasião da Festa da Padroeira do Brasil, no próximo dia 12, terão um trânsito mais seguro. Com esse objetivo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou que, a partir desta quarta-feira (2), reforçará seu efetivo em trechos estratégicos da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), no interior de São Paulo.

Como parte da Operação Santuário Nacional de Aparecida, a PRF promete intensificar a fiscalização na região, ampliando o número de patrulheiros com a presença, inclusive, de policiais cedidos por outras unidades da Federação. Ações educativas também serão intensificadas, buscando orientar os visitantes e moradores da região a adotar condutas mais conscientes no trânsito.

Segundo informação do próprio Santuário Nacional, cerca de 334 mil devotos visitarão a basílica entre os dias 3 e 12 de outubro – 112 mil deles apenas no Dia de Nossa Senhora Aparecida. Este ano, segundo a PRF, a atenção deve ser redobrada nas vias da região, já que há uma grande quantidade de obras ao longo da Dutra, principalmente nas regiões de Guarulhos e São José dos Campos.

A PRF orienta os motoristas a, principalmente durante o período, redobrarem a atenção aos pedestres, respeitando os limites de velocidade e, em caso de precisar parar o veículo, evitar acostamentos, buscando locais seguros, como postos de gasolina, entradas de comércios ou de propriedades.

Aos romeiros, a orientação é para que, ao seguir a pé, andem pelos caminhos sinalizados, evitando faixas de rolamentos. Também é aconselhável usar roupas claras e coletes refletivos; procurar transitar no sentido oposto ao dos veículos, evitar o uso de telefones móveis ou outros equipamentos que possam distrair a atenção e, quando em grupos, andar em filas indianas.

Operação Santuário Nacional de Aparecida 2024 se estenderá até o dia 14 deste mês.

Esplanada pronta para a festa do 7 de Setembro em Brasília

Cerca de 30 mil pessoas são esperadas, neste sábado (7), feriado da Independência do Brasil, para o tradicional desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O trânsito de veículos no local foi interrompido na noite dessa sexta-feira (6), entre a Rodoviária do Plano Piloto e a Via L4, e o público terá cinco pontos de acesso à área do desfile, todos com linhas de revistas pessoais, que serão feitas por policiais militares.

O início do desfile está previsto para começar às 8h45. O evento é gratuito e a entrada do público está aberta desde as 6h20 desta manhã.

O acesso à Esplanada ocorre pela Via S1 (lateral da Catedral) e escadarias dos ministérios – as duas primeiras no lado Sul (blocos A e C) e as duas primeiras do Norte (blocos J e M). Há uma arquibancada exclusiva para pessoas com deficiência, em frente ao Bloco J, com banheiros adaptados e rampas.

Em razão do sol forte e temperaturas elevadas, os organizadores recomendam o uso de roupas leves, protetor solar, bonés ou chapéus. Também é aconselhável ingerir bastante água e alimentos mais leves.

Não é permitido acessar a Esplanada com fogos de artifício, sprays e aerossóis, armas de fogo, inclusive de brinquedo, objetos pontiagudos, garrafas de vidro, latas, copos, coolers e isopores, apontadores a laser, máscaras de qualquer tipo, exceto de proteção facial, hastes de bandeiras e outros materiais que coloquem em risco a segurança do público presente. Bolsas e mochilas deverão ter até 100 centímetros na soma das dimensões (altura, largura e profundidade).

A sugestão dos organizadores é o uso de garrafas de plástico individuais para hidratação.

Somente drones autorizados poderão acessar o espaço aéreo do local do desfile. Animais em geral também não são permitidos, exceto cães-guia.

Deslocamento

Para as pessoas que vão se deslocar em transporte público, o sistema de ônibus foi reforçado e o Metrô DF está funcionando em escala de feriado, das 5h30 às 19h. Para quem optar por transporte por aplicativos, o desembarque é na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. Já para os táxis, o ponto é o estacionamento do Sesi Lab, ao lado da rodoviária.

Como opção de estacionamento para quem utilizar carro próprio, os organizadores recomendam os anexos dos ministérios, os setores bancários Sul e Norte e a plataforma superior da Rodoviária.

Durante o evento, as equipes de fiscalização do Detran e da Polícia Militar farão o controle do trânsito para promover a fluidez, coibir as irregularidades e garantir a segurança de motoristas e pedestres.

Há arquibancadas e palanques exclusivos para autoridades e convidados e a Via N2 está bloqueada para apoio ao desfile e triagem desse público. As vias N3, S2 e S3 terão trânsito livre.

O acesso à Praça dos Três Poderes também está restrito, bem como o trecho entre o 1º Grupamento do Corpo de Bombeiro, passando pela Via L4 Sul, até as proximidades da Ponte JK (sentido Plano Piloto – Lago Sul). No local estão abrigados os veículos blindados que participarão do desfile. Os ônibus dos participantes do desfile têm espaço reservado no estacionamento da Praça da Cidadania, ao lado do Teatro Nacional.

A reabertura das vias será feita após a dispersão do público, partir da avaliação de cenário por parte das autoridades de segurança.

Segurança

Equipes do Corpo de Bombeiros estarão em diferentes pontos da Esplanada, além de viaturas para pronto atendimento e emergências pré-hospitalares, incêndios e salvamentos. Os militares também poderão ser acionados por meio do telefone 193 a qualquer momento.

Ao lado do Museu da República, o governo do Distrito Federal montou a Cidade da Segurança Pública, para servir como ponto de apoio às forças de segurança e demais órgãos atuantes no evento. Imagens de drones e das câmeras localizadas no comando móvel da Polícia Militar vão apoiar no policiamento.

Não há manifestações cadastradas na Secretaria de Segurança Pública do DF para este sábado.

A Delegacia Móvel da Polícia Civil está no local para fazer o registro de ocorrências policiais e o bloqueio de celulares roubados ou furtados, por meio do programa Fora da Rede. A 5ª Delegacia de Polícia localizada na região central, assim como a Delegacia de Atendimento à Mulher I (Deam I), que fica na Asa Sul, e a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) contarão com reforço no atendimento e nas equipes de campo.

Conselheiros tutelares e servidores da Vara da Infância e Juventude também estão na Cidade da Segurança para atendimento a crianças perdidas. A orientação é que pais e responsáveis identifiquem as crianças, para facilitar o acesso a informações, caso ela se perca.

Homenagens

As comemorações do 7 de Setembro deste ano estão organizadas em três eixos. Um deles aborda a importância estratégica da realização da Cúpula do G20 no Brasil, em novembro, no Rio de Janeiro, e, durante o desfile, serão apresentadas as 21 bandeiras dos países e blocos regionais que integram o grupo. O Brasil está na presidência do G20, grupo das 19 maiores economias do mundo, União Europeia e União Africana.

O desfile também homenageará os esforços em torno do apoio ao Rio Grande do Sul, com a participação de profissionais que atuaram no socorro ao estado durante as enchentes e inundações que afetaram os gaúchos no mês de maio. Já o terceiro eixo vai enfatizar a retomada da ampla proteção de crianças e da população por meio das campanhas de vacinação e a ampliação dos serviços de atendimento em saúde, com a retomada do Programa Mais Médicos.

Passarão pelo desfile cívico-militar alunos de escolas públicas do DF, atletas que representaram o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris e representantes das Forças Armadas. Haverá apresentação da Pirâmide Humana do Batalhão de Polícia do Exército e da Esquadrilha da Fumaça.

Suspeita de racismo mancha festa do Bahia pelo acesso à Série A1

A noite da última segunda-feira (8) deveria ser de festa para Suelen Santos, zagueira do Bahia, que garantiu o acesso à Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro Feminino de 2025. A equipe tricolor, conhecida como Mulheres de Aço, empatou sem gols o jogo de volta das quartas de final contra o JC Futebol Clube-AM, mas como já vencera o primeiro duelo (2 a 0), avançou às semifinais da Série A2. No entanto, a comemoração foi atropelada por uma confusão no gramado ao final da partida, no Estádio de Pituaçu, em Salvador. 

Houve discussão entre jogadoras do Tricolor e Hugo Duarte, técnico do time amazonense. Em meio ao tumulto, Suelen afirmou ter sido alvo de xingamento racista proferido por Duarte e relatou o fato à arbitra do jogo e também à Polícia Militar, que interveio em campo para apartar a briga. Suelen, o técnico do time amazonense e testemunhas foram encaminhados à Central de Flagrantes, onde o caso foi registrado. Hugo Duarte negou os xingamentos de cunho racista, mas foi preso por suspeita de injúria racial.

Em janeiro do ano passado, o presidente Lula sancionou lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, com ampliação de pena de dois para cinco anos de prisão. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível.

Nesta terça (9), por meio das redes sociais, Suelen repudiou o ocorrido na noite de segunda (8). 

“A Constituição Brasileira delineia o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discrição de etnia e raça”, defendeu a atleta.” A naturalização que foi proferida mais de uma vez pela expressão racista “macaca” tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racista”.

Em nota oficial, publicada em redes sociais, o Bahia lamentou que a noite de festa tenha sido manchada por um “episódio lamentável no estádio de Pituaçu”.

“O Esporte Clube Bahia SAF manifesta toda solidariedade a Suelen ao tempo em que cobra resposta à altura da gravidade do assunto, reiterando compromisso na luta contra qualquer tipo de discriminação”, garantiu a agremiação.

O JC Futebol Clube também recorreu ás redes sociais para condenar qualquer ato de racismo ou injúria racial contra qualquer pessoa.

“O Clube juntamente com seu jurídico estão averiguando todas informações necessárias dos acontecimentos ali presenciado para realizar os procedimentos cabíveis onde não haja informações infame ou caluniosas que prejudiquem quaisquer que sejam os envolvidos. No mais ratificamos que este clube é contra qualquer tipo de preconceito”, afirmou o time amazonense.  

Suspeita de racismo mancha festa do Bahia pelo acesso à Série A1

A noite da última segunda-feira (8) deveria ser de festa para Suelen Santos, zagueira do Bahia, que garantiu o acesso à Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro Feminino de 2025. A equipe tricolor, conhecida como Mulheres de Aço, empatou sem gols o jogo de volta das quartas de final contra o JC Futebol Clube-AM, mas como já vencera o primeiro duelo (2 a 0), avançou às semifinais da Série A2. No entanto, a comemoração foi atropelada por uma confusão no gramado ao final da partida, no Estádio de Pituaçu, em Salvador. 

Houve discussão entre jogadoras do Tricolor e Hugo Duarte, técnico do time amazonense. Em meio ao tumulto, Suelen afirmou ter sido alvo de xingamento racista proferido por Duarte e relatou o fato à arbitra do jogo e também à Polícia Militar, que interveio em campo para apartar a briga. Suelen, o técnico do time amazonense e testemunhas foram encaminhados à Central de Flagrantes, onde o caso foi registrado. Hugo Duarte negou os xingamentos de cunho racista, mas foi preso por suspeita de injúria racial.

Em janeiro do ano passado, o presidente Lula sancionou lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, com ampliação de pena de dois para cinco anos de prisão. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível.

Nesta terça (9), por meio das redes sociais, Suelen repudiou o ocorrido na noite de segunda (8). 

“A Constituição Brasileira delineia o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discrição de etnia e raça”, defendeu a atleta.” A naturalização que foi proferida mais de uma vez pela expressão racista “macaca” tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racista”.

Em nota oficial, publicada em redes sociais, o Bahia lamentou que a noite de festa tenha sido manchada por um “episódio lamentável no estádio de Pituaçu”.

“O Esporte Clube Bahia SAF manifesta toda solidariedade a Suelen ao tempo em que cobra resposta à altura da gravidade do assunto, reiterando compromisso na luta contra qualquer tipo de discriminação”, garantiu a agremiação.

O JC Futebol Clube também recorreu ás redes sociais para condenar qualquer ato de racismo ou injúria racial contra qualquer pessoa.

“O Clube juntamente com seu jurídico estão averiguando todas informações necessárias dos acontecimentos ali presenciado para realizar os procedimentos cabíveis onde não haja informações infame ou caluniosas que prejudiquem quaisquer que sejam os envolvidos. No mais ratificamos que este clube é contra qualquer tipo de preconceito”, afirmou o time amazonense.