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Arqueólogos encontram novos itens na obra da Estação 14 Bis-Saracura

A equipe de arqueologia que trabalha nas obras da Estação 14 Bis-Saracura, da futura Linha 6-Laranja do Metrô, no centro de São Paulo, encontrou fios de contas, conchas e uma imagem que pode representar uma divindade religiosa da cultura afro Exu. Os novos itens podem ser do final do século XIX, segundo o movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai.

“Têm sido encontrados muitos objetos que estão sendo associados, pela própria equipe de arqueologia, a elementos de ritos das religiões de matriz africana. São muitas conchas marinhas, mais de 200, que foram levadas para o local, cachimbos de cerâmica e madeira, três bonecos de arame associados ao orixá Exu, e, mais recentemente, um fio de contas depositado no solo junto com elementos em ferro”, explicou a moradora do Bixiga e integrante do Mobiliza Saracura Vai-Vai Luciana Araújo.

Luciana afirmou que esses objetos reforçam as demandas do grupo para a preservação das estruturas construtivas, além dos artefatos associados diretamente à religiosidade, pois todos podem revelar um local de práticas religiosas, como um terreiro, por exemplo. Entretanto, ela reforçou que só será possível ter certeza se houver a devida pesquisa e preservação. 

“É possível seguir com a obra da estação e preservar os achados, como na estação Termini (em Roma), na Campo 24 de Agosto (em Portugal), a Monastiraki (em Atenas). Mas no Brasil o empreendedor só quer discutir os impactos da preservação na lucratividade”, disse.

Ela lembrou ainda sobre a existência de leis que asseguram o direito à preservação do patrimônio material e imaterial e à contribuição dos grupos formadores da sociedade brasileira, especialmente tendo em vista que há registros documentais históricos de que aquele território abrigou um quilombo.

“Basta adequar o projeto da estação 14 Bis-Saracura para viabilizar a manutenção dessas estruturas, numa linha que já vai receber mais de R$ 100 milhões além do valor original do contrato em função de não terem realizado adequadamente os estudos geológicos no começo da obra. E isso não tem nada a ver com Saracura, mas com problemas em outras estações”, observou.

Para Luciana, se as pesquisas prévias não tivessem sido dispensadas, a população de São Paulo e do Bixiga não estaria vivendo um atraso na construção do metrô nem ameaças à preservação. “Poderíamos estar discutindo o ganho cultural, histórico, econômico, social e antirracista que esses achados trazem, o potencial que têm para aprendermos muito mais sobre a urbanização da cidade e do que foi o projeto de desenvolvimento paulistano”, ressaltou.

Descobertas

O sítio arqueológico foi encontrado em junho de 2022 no local onde ficava a quadra da escola de samba Vai-Vai, que deixou o Bixiga devido às obras do Metrô. Segundo o movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai, a descoberta dos objetos arqueológicos indicam a possível existência de um templo afro-religioso antes da urbanização do local.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou em nota que todos os artefatos que vêm sendo encontrados têm sido estudados para que sejam corretamente identificados. A datação dos achados não foi confirmada por enquanto. 

“O Instituto informa que não tem medido esforços para compatibilizar a implantação das obras do metrô Saracura e as normas de preservação do patrimônio cultural brasileiro, que permitem a conservação e o estudo de relevante material arqueológico referente às memórias de populações que habitaram a região e que contribuíram para a formação histórica do país”.

Assinado acordo para retomada das obras da estação do metrô da Gávea

O governo do estado do Rio de Janeiro assinou acordo para retomada das obras da estação do metrô da Gávea, na zona sul da capital. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para o reinício das obras ocorreu nesta quarta-feira (2), no Palácio Guanabara, sede do executivo estadual. As obras estavam paralisadas há quase uma década.

O documento, que já recebeu o aval do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), será submetido à homologação do Tribunal de Justiça (TJ-RJ). Após essa etapa, haverá a assinatura do Termo Aditivo do contrato firmado entre a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade (Setram), a RioTrilhos, o MetrôRio e as empresas construtoras. A estimativa do governo do estado é de que o início das obras ocorra em 60 dias.

O governador Cláudio Castro destacou que o TAC traz inovações na forma como foi construído, com a busca de soluções jurídicas viáveis para um problema complexo, participação efetiva e aval dos órgãos de controle. 

O acordo define as obrigações e direitos dos envolvidos na continuidade da obra. O atual concessionário desiste de explorar o trecho da Linha 4 e repassa a operação para o MetrôRio – que se comprometeu a investir R$ 600 milhões na obra, além de desistir de pedidos de reequilíbrio do contrato junto à Agência Reguladora de Transportes (Agetransp) e também de algumas cobranças judiciais. Em troca, a concessionária terá o contrato de exploração da linha estendido por mais 10 anos, finalizando em 2048.

O governo do Rio ainda deverá investir R$ 97 milhões para complementar a obra. O governador Cláudio Castro informou que está reservando mais R$ 300 milhões, caso seja necessário aportar mais recursos para garantir que a estação seja concluída.

“Somente após a retirada da água, que hoje auxilia na sustentação do espaço da estação, é que vamos ter uma melhor noção do tempo que a obra vai levar”, explicou o governador.

O presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho, enfatizou que a entrada em operação da Estação Gávea vai destravar a expansão do sistema de mobilidade urbana.

São Paulo usa 7 aeronaves no combate a incêndio em estação ecológica

A Defesa Civil do estado de São Paulo chegou a usar sete aeronaves na tarde desta terça-feira (1º) para combater o incêndio na mata da Estação Ecológica de Jataí, a maior reserva paulista de Cerrado, no município de Luiz Antônio, na região de Ribeirão Preto. 

O incêndio, que começou há quatro dias, ainda não foi extinto. O combate ao fogo está sendo feito com dois helicópteros e cinco aviões que despejam na área produto retardante de chamas.

A Defesa Civil ainda não divulgou a extensão da mata atingida pelo fogo na estação ecológica. A Estação Ecológica de Jataí abrange uma área superior a 9 mil hectares. 

Além do incêndio na Estação de Jataí, há registro de fogo em mata, no estado de São Paulo, nos municípios de Guararapes, na região de Araçatuba, e em Tabapuã, na região de São José do Rio Preto.

Em Pirapora do Bom Jesus, um incêndio em vegetação foi controlado na Fazenda Jaboticabal, próximo à Serra do Japi. Estima-se que a área atingida foi de 48 hectares. No momento, equipes da Defesa Civil permanecem monitorando focos isolados de fogo, sem risco de propagação.

Animais

Desde o fim da semana passada, animais resgatados dos incêndios florestais que vêm atingindo o interior paulista desde agosto começaram a retornar à natureza. Na última sexta-feira (27), um tamanduá-mirim foi solto na região de Ribeirão Preto. Um furão reabilitado em um centro de atendimento em São Roque também já voltou à vida livre.

De acordo com o governo do estado de São Paulo, 94 animais foram resgatados e levados a um dos centros de recuperação da rede de atendimento do estado: 53 morreram, dois foram reabilitados e devolvidos ao seu habitat e o restante continua em tratamento.

Decreto altera nome de estação do metrô em São Paulo

O governo estadual assina na tarde desta quarta-feira (18) o decretado que altera o nome da estação Jabaquara, da Linha 1-Azul do Metrô, para homenagear o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e os atletas que representaram o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. A partir de agora, a estação passa a se chamar Jabaquara-Comitê Paralímpico Brasileiro.

A estação, que fica na Avenida Jabaquara, foi a primeira construída na capital paulista, tendo as obras iniciadas em 14 de dezembro de 1968. No dia 6 de setembro de 1972, um trem com dois carros, denominado Unidade-Protótipo, fez a primeira viagem do metrô entre o Pátio Jabaquara e a Estação Jabaquara.

Além de atletas da delegação paralímpica, estarão presentes ao evento no Palácio dos Bandeirantes os secretários de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcos da Costa, e dos Transportes Metropolitanos, Marco Antonio Assalve, e o presidente do CPB, Mizael Conrado.

Prefeitura do Rio inicia restauração da antiga Estação Leopoldina

A prefeitura do Rio deu início, nesta terça-feira (2), às obras de restauração da antiga Estação Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho. A reforma do prédio histórico, conhecido como Estação Barão de Mauá, em homenagem ao pioneiro do transporte ferroviário no Brasil, terá investimento de R$ 80 milhões e a previsão de entrega é para o segundo semestre de 2026, quando se comemora o centenário da estação.

É a primeira etapa de uma série de intervenções que o poder público irá realizar no terreno de 125 mil metros quadrados. Nas fases seguintes das obras no complexo, está prevista a construção da Fábrica do Samba, um centro de convenções e unidades de habitação popular.

 O prefeito do Rio, Eduardo Paes, destacou o empenho junto ao governo federal para que o complexo da Estação Leopoldina passasse para o município. Ele explicou que, a partir de agora, terá início não só o restauro do prédio, como o detalhamento da série de projetos previstos para o local.

 “A gente brigou muito com o governo federal para que esse prédio passasse para a prefeitura. Não é porque a prefeitura é mais competente, mas essas coisas são essencialmente da cidade. Essas obras de restauro são sempre mais complexas, porque levam tempo. São quase dois anos de obras. E, ao mesmo tempo, a gente deve iniciar em breve a obra da Fábrica do Samba. A nossa ideia é ter aqui um centro de convenções e uma área habitacional. Isso aqui se junta com a possibilidade de o estádio do Flamengo vir para cá. Assim, vamos fazer uma via de grandes equipamentos da cidade, recuperando a região,” destacou o prefeito. 

 O imóvel histórico da estação terá as fachadas e esquadrias restauradas e espaços e instalações internas reordenados. O salão principal passará por recomposição, as plataformas serão restauradas e vai ser construído um novo mezanino, além de um jardim.

 Inaugurado em 6 de novembro de 1926, o edifício da Estação Leopoldina é projeto do arquiteto inglês Robert Prentice. Destaca-se a inspiração na arquitetura palladiana inglesa, patente no aspecto externo do prédio. O edifício é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Por conta disso, o prédio e as plataformas da estação não serão alterados durante a recuperação. 

 Desde dezembro de 2023 o município manifestou oficialmente ao governo federal a intenção de adquirir a Estação Leopoldina. Em 26 de fevereiro foi assinado acordo de cooperação técnica entre a prefeitura do Rio e a União para fazer a revitalização do imóvel histórico. O anúncio fez parte do lançamento e apresentação do Programa de Democratização dos Imóveis da União. No dia 10 de maio foi assinada a cessão do complexo de imóveis e, em seguida, publicado o edital de licitação para restauro da antiga estação.

Estação de metrô de SP tem nome alterado para homenagear quilombo

A Estação 14 Bis, da futura Linha Laranja do Metrô de São Paulo, passa a ser chamada de Estação 14 Bis – Saracura, localizada na região central paulistana. A mudança foi determinada pelo governador Tarcísio de Freitas, em decreto publicado nesta segunda-feira (10) no Diário Oficial do estado.

A alteração atende a reivindicação de movimentos sociais que lutam pelo resgate da história do bairro. No final do século 19, a área onde atualmente está o bairro do Bixiga abrigava o Quilombo Saracura, nomeado a partir do córrego que cortava a região e atualmente está canalizado abaixo da Avenida 9 de Julho.

A empreiteira que iniciou o projeto de construção da Linha Laranja do Metrô, que liga a zona norte paulistana à parte central da cidade, conseguiu a dispensa da realização de estudos arqueológicos prévios no Bixiga e nas estruturas que serão construídos no bairro da Liberdade, também conhecido pela presença de populações negras.

Sítio arqueológico

A construção da estação de metrô próximo à Praça 14 Bis levou a remoção da escola de samba Vai-Vai, fundada por descendentes do quilombo, do local onde esteve por 50 anos. Logo após a derrubada da sede da agremiação, em abril de 2022, já durante as obras, foi encontrado um sítio arqueológico na área que recebeu as obras da estação.

Desde o início das escavações arqueológicas, já foram identificados e retirados milhares de itens, como fragmentos de vidro, louça cerâmica e ossos de animais. Alguns vestígios indicam ligação com religiões de matriz africana.

Fragmentos arqueológico das obras do Metrô de São Paulo. Foto: Lasca Arqueologia – Lasca Arqueologia

Em nota técnica enviada, no fim de maio, ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Linha Uni, concessionária responsável pelas obras, informa que pretende acelerar os trabalhos arqueológicos na área.

Segundo o consórcio, que tem como maior acionista o grupo espanhol Acciona, o período de pouca chuva favorece a instalação de infraestrutura para estabilização do terreno e, ao mesmo tempo, possibilita que as escavações arqueológicas ocorram em mais de um ponto do local.

Durante o período chuvoso, em algumas ocasiões, o trabalho foi prejudicado por causa da inundação do canteiro de obras. Em 2023, o Iphan chegou a recomendar a suspensão dos trabalhos por causa do problema.

Mobiliza Saracura Vai-Vai

O movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai afirma que a mudança do nome da estação “é vitória das pressões feitas desde junho de 2022 pela mobilização da comunidade, entre petições reunindo mais de 15 mil assinaturas, atos, audiências, aulas públicas, roteiros e muitas outras atividades na luta contra o projeto de apagamento histórico”.

Porém, os ativistas ainda reivindicam que seja incluído o nome da escola de samba na homenagem. “Falar de Saracura é falar de Vai-Vai, escola que nasceu ali em 1930 continuando o legado do Quilombo, e que ocupou e preservou esse território por décadas”, acrescenta a nota divulgada pelo movimento.

Retomada de obras da estação do Metrô da Gávea, no Rio, é analisada

O Tribunal de Contas do estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) vem examinando proposta apresentada pelo governo estadual para a retomada das obras da estação do Metrô, na Gávea, na zona sul do Rio. Reuniões estão ocorrendo quando são debatidos aspectos técnicos e questões relacionadas com transparência, fiscalização e prazos.

A proposta apresentada pelo governo estadual foi pactuada com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), concessionária Metrô-Rio e empreiteiras Novonor (antiga Odebrecht) e Carioca Engenharia, responsáveis pelas obras. As partes assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

A estação da Gávea havia sido incluída na Linha 4, um projeto antigo que já havia passado por diversas modificações e que só saiu do papel após a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Para a realização do evento esportivo, foi construída a ligação entre a estação General Osório, em Ipanema, na zona sul, e a estação Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, na zona oeste. As obras custaram R$ 9,6 bilhões.

As empreiteiras envolvidas se tornaram alvo de investigações que apuravam a existência de esquemas de corrupção, deflagradas como desdobramento da Operação Lava-Jato. Elas foram acusadas de superfaturamento.

Em 2021, o Tribunal de Contas do estado chegou a determinar ressarcimento e aplicação de multa. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 3,7 bilhões.

Paralisação

Com as obras paralisadas em 2015, a estação na Gávea foi a única prevista que não saiu do papel. O TAC para retomada dos trabalhos foi entregue ao TCE-RJ no dia 14 de maio pelo secretário estadual de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis.

Detalhes do acordo com as empreiteiras não foram divulgados. Com relação ao MetrôRio, já havia um memorando de intenções firmado desde o fim do ano passado: a concessionária se comprometeu com um aporte estimado em R$ 600 milhões e, em compensação, permaneceria à frente da operação do serviço por mais dez anos.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana informou que o projeto avançou após mais de um ano de intensas negociações. “Trata-se de um tema de extrema grandeza e complexidade, que se arrasta há quase uma década, tendo sido discutido com total rigor e seriedade em busca de um desfecho positivo para a população”, informou.

Por sua vez, o MPRJ disse, em nota, que as obras do Metrô na Gávea são tratadas em diferentes níveis. Destacou que a situação tem relação, por exemplo, com acordos de não persecução cível e com acordos de leniência em processo administrativo de responsabilização.

“Como envolve muitos objetos, a estratégia escolhida foi antecipar a análise do TCE-RJ, que tem o poder de celebrar o TAC, pois tudo ainda depende da homologação do juiz nas ações de improbidade. Ou seja, a data para a efetiva assinatura depende da prévia análise a ser feita pelo TCE-RJ. O objeto da intervenção do MPRJ, neste momento, é equacionar a paralisação das obras na Estação Gávea e as demandas de improbidade que estão em curso perante o Poder Judiciário”, informa o texto. Já o TCE-RJ afirmou, em nota divulgada em seu site, que está comprometido com a celeridade na apreciação do Termo de Ajustamento de Conduta.

Governo federal cede ao Rio prédio da estação Barão de Mauá

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck e o prefeito do Rio, Eduardo Paes assinaram, nesta sexta-feira (10), a cessão da antiga Estação Ferroviária Barão de Mauá, na Leopoldina, desativada desde 2001. O município, a partir de agora, vai dar início à restauração do prédio histórico.

No terreno, de cerca de 125 mil metros quadrados serão erguidas 700 unidades habitacionais, equipamentos públicos de Saúde e Educação, um centro de convenções e a Fábrica do Samba, com 14 galpões para abrigar as escolas da Série Ouro, que ainda não possuem um galpão próprio para confeccionar os carros alegóricos e toda a estrutura do carnaval carioca para os dias de desfile.

 “O presidente Lula tem um carinho especial pelo Rio e está feliz por poder oferecer esse espaço público para a população como parte do Imóvel da Gente”, revelou a ministra Esther Dweck, durante a cerimônia.

Estação ferroviária Barão de Mauá, na Leopoldina, onde está armazenado o acervo histórico da malha do Rio de Janeiro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Para o prefeito Eduardo Paes, a cessão do prédio histórico e da área localizada na Avenida Francisco Bicalho é um momento marcante para os cariocas. “Há muito tempo que a prefeitura pleiteava isso. Meu agradecimento ao governo federal por ceder esse espaço para a prefeitura para a gente fazer aquilo que é o correto, dar uso público. A licitação das duas obras foi publicada hoje, tanto a da revitalização da gare da Leopoldina quanto a da construção da Fábrica do Samba”.

O edifício da Estação Barão de Mauá foi inaugurado em 6 de novembro de 1926. O prédio é tombado pelo estado e pela União. O projeto de restauração do edifício tem um custo estimado de R$ 80,9 milhões. A gare e as plataformas da estação não passarão por mudanças durante a restauração.

Escolas de Samba

A Fábrica do Samba Série Ouro, que abrigará as escolas do grupo de acesso, da antiga série A, será erguida numa área de cerca de 28 mil metros quadrados. O projeto prevê, além dos galpões, praça de eventos, prédio de administração e um parque linear. Os galpões foram projetados para comportar a confecção de alegorias e terão ainda vestiários, sanitários e refeitórios para os trabalhadores do carnaval. A construção está orçada em cerca de R$ 194 milhões.

Habitações

A revitalização da Estação Leopoldina prevê ainda que sejam erguidos na área, 700 unidades habitacionais, divididas em 35 blocos de apartamentos. No terreno também deverão ser erguidos uma Clínica da Família, um Ginásio Educacional Tecnológico, ciclovia, quadra esportiva e áreas verdes. Também está prevista a construção de um Centro de Convenções.

A ministra Esther Dweck disse que o governo federal abraçou a necessidade de revitalizar toda a área do Porto e parte do bairro de São Cristóvão. “Agora tem uma vontade política gigantesca e alinhada entre governo federal e município em fazer isso aqui andar. Ninguém acreditava que iam tirar a Perimetral, e aconteceu. Acho que, em breve, a gente vai ver esse prédio aqui restaurado, bonito, e vai poder reutilizar esse equipamento social tão importante para a cidade. Os recursos para a obra do prédio são da prefeitura, a União entrou com o imóvel. Mas quando começar a parte de habitação, provavelmente vai ter recurso federal, através do PAC”, disse a ministra.

Eduardo Paes explicou que o uso do terreno será definido em conjunto com o governo federal. “É uma exigência do governo federal que a gente tenha habitação aqui, o que é muito bom para a revitalização da região e a gente também quer um centro de convenções. O que temos mais avançado são as duas licitações. Mas estamos avançando nos estudos para ter uma proposta mais concreta para ter bastante unidade habitacional. O VLT vai chegar aqui. A ideia é fazer daqui quase que um novo bairro, fazendo esse processo de revitalização da região portuária do Rio chegar a São Cristóvão”, destacou o prefeito do Rio de Janeiro. 

SP: homem é baleado por bombeiro após pular catraca da Estação da Luz

Um homem foi baleado na tarde de quarta-feira (17) por um bombeiro de folga dentro da Estação da Luz do Metrô, na região central de São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), o caso ocorreu por volta das 16h, logo após o homem ter pulado a catraca do metrô para não pagar a passagem.

“Por volta das 16h desta quarta-feira (17), um bombeiro militar passava pelos bloqueios da Estação da Luz, região central da capital paulista, quando viu um passageiro pulando a catraca do local. O bombeiro tentou intervir e entrou em luta corporal com o indivíduo, que acabou baleado na perna”, informou a nota da secretaria.

Este é o segundo caso conhecido, somente neste mês de abril, de violência envolvendo um militar dentro desta mesma estação de metrô. No dia 6 de abril, uma passageira que estava sentada na plataforma foi agredida por um policial militar fardado.

No ano passado, também na Estação da Luz, um maquinista que trabalhava havia 11 anos na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e que iniciava o turno de trabalho atirou contra dois colegas, matando um deles.

De acordo com a SSP, o próprio bombeiro socorreu o passageiro até a Santa Casa, com ajuda das equipes e da ambulância do Metrô.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), acompanhado pela Polícia Militar. O bombeiro e uma testemunha já foram ouvidos. O delegado responsável pela investigação já solicitou as imagens do local e aguarda os resultados periciais para análise dos laudos.

Policial agride mulher em estação de metrô em São Paulo

Uma mulher foi agredida e acuada por um policial militar fardado, na Estação da Luz, em São Paulo, no último sábado (6). Vídeos que mostram o ataque têm circulado pelas redes sociais, sobretudo em perfis de entidades e militantes da causa LGBTQIA+, desde a madrugada desta segunda-feira (8).

Nas imagens, é possível ver a jovem no chão da plataforma da linha azul, encolhida, diante do policial. O agente, que permanece de pé diante dela, desfere um tapa em seu rosto.

“Baixa o tom [de voz]. Baixa o tom”, ordenou o policial à vítima. 

“Vá para fora”, acrescentou ele, que olha para a câmera que flagrou a agressão, enquanto passa diante dela para seguir seu caminho na plataforma. 

“Precisa bater nas pessoas?”, indaga a vítima, após a violência.

Mulher foi agredida com um tapa no rosto por um policial militar – Frame/TV Brasil

De acordo com boletim de ocorrência, o policial ainda a golpeou com tapas na cabeça. A vítima também alega ter levado um chute na região da costela e que estava sentada quando o policial a abordou. 

Procurado pela Agência Brasil, o Metrô afirmou que quem responde pelo episódio é apenas a Secretaria da Segurança Pública (SSP). A pasta disse que “lamenta o ocorrido” e que o policial foi identificado e afastado de sua função. 

“A Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias dos fatos”, adicionou o órgão na nota encaminhada. A SSP não prestou esclarecimentos sobre questões apresentadas pela reportagem, como o cargo do policial -, já que pode ter patente -, o tempo em que o agente está em atividade e se já foi punido anteriormente por conduta semelhante. 

A ativista Jacqueline Chanel, que está à frente do projeto Séfora’s, de acolhimento de pessoas trans e travestis, denunciou o caso à Coordenação de Políticas para LGBTI. A coordenação é subordinada à prefeitura de São Paulo.