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Botafogo irá banir torcedor que cometeu racismo contra Palmeiras

O Botafogo afirmou em nota no X (antigo Twitter) que irá banir o torcedor alvinegro que fez gestos racistas contra a torcida do Palmeiras, durante a vitória dos cariocas por 2 a 1 no primeiro jogo das oitavas de final da Copa Libertadores, na noite de quarta-feira (14), no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.  O clube carioca disse que o autor dos atos racistas foi identificado na manhã desta quinta (15) e que ele será impedido de frequentar o Nilton Santos.

Não será apenas uma Nota Oficial protocolar de repúdio e com frases enérgicas de ações futuras contra atos racistas. O “torcedor” que não representa os milhões que constituem o Botafogo foi identificado na manhã desta quinta (15) e será banido do Estádio Nilton Santos. A vergonha… pic.twitter.com/OyOqULhCYx

— Botafogo F.R. (@Botafogo) August 15, 2024

As imagens do torcedor alvinegro fazendo gestos racistas em direção à torcida do Palmeiras foram publicadas pelo jornalista Tossiro Neto no Instagram, na noite de quarta (14), durante o jogo. A identificação dele foi possível, segundo apuração da Agência Brasil, após o Botafogo analisar as imagens e também o sistema de biometria usado na entrada do público no Nilton Santos. Todas as informações colhidas pelo Botafogo foram encaminhadas à Polícia Civil do Rio de Janeiro para abertura de inquérito.

O diretor-executivo do Botafogo, Thairo Arruda, repostou a nota do Botafogo no X (antigo Twitter), mencionando a La Liga (entidade que organiza o Campeonato Espanhol).  

– É assim que se acaba com o racismo, La Liga (entidade que organiza o Campeonato Espanhol). Aprendeu? 

Flamengo reencontra Bolívar esta noite pelas oitavas da Libertadores

As oitavas de final da Libertadores começam nesta quinta-feira (15) para o Flamengo, com o primeiro confronto das oitavas de final contra o Bolívar (Bolívia), no Estádio do Maracanã. Os Rubro-Negros cariocas, tricampeões da América, credenciaram-se ao mata-mata após terminar o Grupo E na segunda posição, com 10 pontos, atrás justamente do Bolívar, que somou 13 pontos. O duelo às 21h30 (horário de Brasília) terá transmissão ao vivo da Rádio Nacional, com narração de André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz e reportagens de Bruno Mendes. A jornada esportiva tem início às 21h15.

HOJE TEM MENGÃO NA CONMEBOL LIBERTADORES!!!

ÀS 21H30, O MAIS QUERIDO ENFRENTA O BOLÍVAR (BOL), NO MARACANÃ, NO JOGO DE IDA DAS OITAVAS DE FINAL! VAMOOOOOS JUNTOOOOOOS, NAÇÃO! 💪❤️🖤#FLAxBOL #VamosFlamengo pic.twitter.com/C9SPBRmhRh

— Flamengo (@Flamengo) August 15, 2024

O técnico Tite não poderá contar com o lateral Matías Viña (lesão no joelho direito) e os atacantes Éverton Cebolinha (contusão no tornozelo esquerdo, está fora do restante da temporada) e Bruno Henrique, suspenso. Para o lugar do uruguaio, o substituto natural é Ayrton Lucas. Na frente, Luiz Araújo é favorito para sair jogando em uma das pontas.

Compatriota de Viña, o também lateral Guillermo Varela treinou com o restante do elenco e pode retornar à equipe após tratar uma lesão no quadril. Ele desfalcou o Flamengo no empate por 1 a 1 com o Palmeiras, no último domingo (11), no Rio de Janeiro, pelo Campeonato Brasileiro – Wesley foi titular na ocasião.

O Rubro-Negro efetuou cinco trocas na lista da Libertadores. Os zagueiros Santiago Ocampos e Diegão, o meia Daniel Cabral e os atacantes Werton, Pedro Estevam e Weliton, que já deixaram o clube, deram lugar aos meias Fabiano, Guilherme e João Alves e os atacantes Adriel e Carlinhos. Os quatro primeiros são formados na base, enquanto o último, embora contratado na janela anterior de transferências, não havia sido inscrito devido ao prazo – Carlinhos chegou depois do Campeonato Carioca, onde defendeu o Nova Iguaçu.

Na fase de grupos, Flamengo e Bolívar se enfrentaram duas vezes, com uma vitória para cada lado. No primeiro encontrono dia 24 de abril, em La Paz, os bolivianos venceram por 2 a 1, com gols dos atacantes brasileiros Bruno Sávio e Chico da Costa – Viña descontou. O troco veio no dia 15 de maio, com um triunfo rubro-negro por 4 a 0 no Maracanã, em que Pedro, Cebolinha, Ayrton Lucas e o meia Gerson balançaram as redes.

Primer día de trabajo en Brasil 💪🏻🇧🇷

¡Con todo equipo! 🔥🎉 pic.twitter.com/q2FwnhzPSS

— Club Bolívar (@Bolivar_Oficial) August 13, 2024

O elenco do Bolívar sofreu mudanças desde então. Quatro jogadores deixaram o clube após a primeira fase. Além de Chico da Costa, artilheiro da equipe na temporada com 12 gols (cinco na Libertadores), negociado com o Cerro Porteño, do Paraguai, saíram o goleiro Andres Desábato, o lateral Erwin Saavedra (ex-Goiás) e o zagueiro Andersson Ordoñez.

Por outro lado, chegaram cinco reforços, sendo dois brasileiros: o zagueiro Anderson (ex-Bahia, defendia o Vizela, de Portugal) e o atacante Fábio Gomes (ex-Vasco, estava no Sydney, da Austrália). Vieram, também, os meias Álex Granell (ex-Lommel, da Bélgica) e Carlos Melgar (ex-Guabirá, da Bolívia) e o atacante Alfio Oviedo (ex-Cerro Porteño).

O time lidera o Campeonato Boliviano com 23 pontos, dois a frente do The Strongest, que também segue vivo na Libertadores. Inclusive, pode ser o adversário do ganhador do confronto entre Flamengo e Bolívar, caso se classifique diante do Peñarol, do Uruguai.

O Bolívar será o mandante do jogo de volta, na próxima quinta (22), novamente às 21h30, no Estádio Hernando Siles, na capital em La Paz, situada 3,64 mil metros de altitude. .

Marcelo Melo vence estreia de duplas do Masters 1000 de Cincinnati

A dupla do brasileiro Marcelo Melo com o alemão Alexander Zverev estreou com vitória nesta quarta-feira (14) no Masters 1000 de Cincinnati (Estados Unidos), torneio que serve de preparação para o US Open, último Grand Slam da temporada. Melo e Zverev derrotaram os anfitriões norte-americanos Nathaniel Lammons e Jackson Withrow por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 6/7 (5-7) e 10/2. A parceria Brasil-Alemanha volta à quadra na quinta (15), contra a dupla do salvadorenho Marcelo Arevalo com o croata Mate Pavic, ainda sem horário definido.

“Muito feliz aqui com a primeira rodada. Acho que jogamos muito bem. Aproveitamos as chances que a gente teve o jogo inteiro e fomos muito superiores no super tie-break. Foi um belo resultado, diante de uma dupla que vem jogando muito bem. Eles acabaram de ganhar dois torneios seguidos, Atlanta e Washington. Então, vinham com confiança, mas conseguimos jogar muito bem e isso foi muito bacana. Agora, é usar toda essa energia para o próximo jogo”, analisou o brasileiro.

Este é o quarto torneio que Melo e Zverev jogam juntos nesta temporada. Em abril, eles foram vice-campeões no ATP de Monte Carlo (Mônaco). Também disputaram o Masters 1000 de Indian Wells (EUA) e Roma (Itália). 

Também na quinta (15), a paulista Luisa Stefani, uma das representantes do Brasil nos Jogos de Paris, disputa as oitavas de final de duplas femininas ao lado da holandesa Demi Shuurs, em horário ainda a ser definido. Elas enfrentarão as chinesas Yuan Yue e Wang Xiyu. Na estreia, Stefani e Shuurs superaram a dupla da romena Monica Niculescu com a chinesa Guo Hanyu por 6/1 e 7/5.

Seleções paralímpicas iniciam treinos na França de olho em Paris

As primeiras delegações paralímpicas do Brasil a chegarem na França para disputa da Paralimpíada de Paris iniciaram nesta quarta-feira (14) os treinos do período de aclimatação em solo europeu, que antecede os Jogos.

As seleções de tênis de mesa, vôlei sentado e remo, que embarcaram na segunda-feira (12), estão na cidade de Troyes, a 178 quilômetros da sede do megaevento.

Juntas, as três delegações, incluindo comissões técnicas, somam 72 pessoas, sendo 46 atletas com deficiência e um timoneiro (remo). A entrada na Vila Paralímpica, onde os competidores estarão hospedados durante os Jogos, está prevista para o próximo dia 21.

Bruna Alexandre tornou-se a primeira brasileira a participar de Jogos Olímpicos e Paralímpicos – Alessandra Cabral/CPB/Divulgação

O Brasil terá 279 competidores em Paris, sendo a maior equipe nacional em uma edição fora do país, superando os 259 convocados para a Paralimpíada de Tóquio, no Japão, que seria em 2020 mas foi realizada em 2021 por conta da pandemia.

“Estou muito feliz de estar aqui, de podermos ter esse tempo de aclimatação, que é muito importante para nos acostumarmos com o fuso horário [cinco horas à frente do horário de Brasília] e o clima diferente. As mesas de treino são iguais às que vamos jogar [em Paris]. Claro, a gente sente a diferença, mas é normal. Então, é importante para entendermos a mesa e o ambiente”, destacou, em depoimento à comunicação do Comitê Paralímpico do Brasil (CPB), a carioca Sophia Kelmer, mesatenista da classe 8, para atletas com deficiências físico-motoras.

Quem já estava em Troyes há quatro dias e agora se juntou aos treinos com os demais atletas da seleção de tênis de mesa é Bruna Alexandre. A catarinense, que compete na classe 10, para jogadores com grau menos severo de comprometimento motor, tornou-se a primeira brasileira a participar de Jogos Olímpicos e Paralímpicos, ao disputar a Olimpíada de Paris.

“A Vila [Olímpica, agora Paralímpica] está muito legal. O ginásio também. Acredito que [a experiência] vai me ajudar muito. Pude jogar na mesa principal [no confronto entre Brasil e Coreia do Sul, na disputa por equipes femininas], treinar na mesa dos Jogos e enfrentar os atletas olímpicos, o que pode fazer diferença [no resultado na Paralimpíada]”, afirmou Bruna, também ao CPB.

Na terça-feira (13), foi a vez da equipe de tiro com arco viajar para a Europa. Antes da ida a Paris, os cinco integrantes da seleção ficarão em Roveredo di Guà, município da região do Vêneto, província de Verona, na Itália.

Sophia Kelmer é parte da equipe brasileira de tênis de mesa que está em aclimatação na Europa – Alessandra Cabral/CPB/Divulgação

Nesta quarta, embarcam os competidores brasileiros de ciclismo e goalball. Ainda esta semana, na quinta-feira (15), deslocam-se ao Velho Continente os representantes da natação, parabadminton e parataekwondo.

Já na sexta-feira (16), viaja a delegação do atletismo, a mais numerosa, com 70 atletas e 16 atletas-guia.

Participação brasileira

O Brasil estará presente em 20 das 22 modalidades em disputa na Paralimpíada. Três delas não farão aclimatação na Europa. A seleção da bocha, esporte praticado por atletas com elevado grau de comprometimento motor, devido a paralisias cerebrais ou lesões medulares, realiza as últimas atividades no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Eles viajam direto a Paris no próximo dia 20.

A equipe de tiro esportivo está reunida desde segunda-feira no Rio de Janeiro e embarca rumo à capital francesa após os treinos, que chegam ao fim no dia 24. Já os atletas do halterofilismo, que viajam dia 20, junto dos competidores da bocha, não terão um encontro prévio antes da ida à França.

Botafogo recebe Palmeiras no primeiro jogo das oitavas da Libertadores

O Botafogo recebe o Palmeiras na noite desta quarta-feira (14), no primeiro duelo das oitavas de final da Copa Libertadores. Ambos vivem momentos parecidos: foram recentemente eliminados da Copa do Brasil e continuam firmes em busca do do Campeonato Brasileiros. O confronto no Estádio Nilton Santos, às 21h30 (horário de Brasília), terá transmissão na Rádio Nacional, com narração de Rodrigo Campos, comentários de Rodrigo Ricardo, reportagem de Bruno Mendes e plantão com Luíz Ferreira.

De alma e de coração pela #GlóriaEterna! O PRIMEIRO CAPÍTULO DAS OITAVAS DA #LIBERTADORES! HOJE É COM A FAMÍLIA PALMEIRAS CARIOCA MAIS UMA VEZ! 𝐇𝐎𝐉𝐄 𝐄́ 𝐃𝐈𝐀 𝐃𝐄 𝐏𝐀𝐋𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀𝐒! 💚🤍#AvantiPalestra #BOTxPAL#AlmaECoração pic.twitter.com/qLa817Y3xT

— SE Palmeiras (@Palmeiras) August 14, 2024

A caminhada dos donos da casa na Libertadores começou em fevereiro, quando superou na fase preliminar da competição o Aurora (Bolívia) e, na sequência, o Red Bull Bragantino. Classificado à fase principal, o Alvinegro carioca caiu no chave D, e encerrou a fase de grupos em segundo lugar (10 pontos).

O Glorioso tem o artilheiro da Libertadores, Júnior Santos, com nove gosl. O atacante, no entanto, sofreu uma lesão na tíbia e só deve voltar ao time no final de outubro. Recuperado de uma lesão no joelho, Tiquinho Soares pode retornar ao elenco esta noite, após três jogos. O técnico Artur Jorge também terá a sua disposição o zagueiro angolano Jonh Bastos, poupado contra o Juventude. Quem também está de volta ao time é  o atacante Luiz Henrique, que não cumpriu suspensão no domingo (11) contra o time gaúcho. 

“Essas são as condições que existem. Nós queremos competir bem dentro de todas as competições, mesmo que, por vezes, isso possa, de certa forma, justificar algum déficit de performance, mas aqui não se trata de encontrar desculpas, mas soluções”. pontuou o treinador durante coletiva.

Já o Palmeiras chegou às oitavas de final após ter encerrado a fase de grupos como líder da chave F, com 14 pontos. Esta noite o Verdão deve ter a volta de Estevão. Com uma entorse no tornozelo, o jovem atacante ficou fora do time por duas semanas. O volante Zé Rafael é outro jogador com chances de ser escalado pelo treinador Abel Ferreira, que não poupa críticas ao calendário do futebol brasileiro. 

“Vou dar um exemplo, estamos no meio do ano e o Aníbal Moreno já fez mais jogos do que em toda última  temporada na Argentina”, comparou o  técnico.

Seleção contará com Priscila, prata em Paris, no Mundial Sub 20

Após ser vice-campeã olímpica com a seleção brasileira em Paris, a atacante Priscila voltará a representar o país na Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub 20, a partir de 31 de agosto, na Colômbia. Jogadora do Internacional, Priscila, de 19 anos, está na lista de 21 convocadas pela técnica Rosana Augusto na segunda-feira (12). O Brasil busca um título inédito na competição.

📋 A #SeleçãoFemininaSub20 está convocada para a disputa da Copa do Mundo Feminina Sub-20!

Próxima parada ➡️ Colômbia! Foco total no Mundial da categoria! Confira a lista das 21 atletas selecionadas pela técnica Rosana Augusto. Vamos com tudo! 🇧🇷 pic.twitter.com/cwbmCyjRuw

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) August 12, 2024

Durante o anúncio das convocadas, a treinadora ressaltou a importância do Mundial Sub 20 para as jogadoras que almejam chegar à categoria principal do futebol, seja na seleção ou nos clubes onde atuam.

“Eu tenho certeza que vai ser de grande valia para essas atletas com menos de 20 anos participarem dessa competição tão importante que dá uma bagagem, uma rodagem muito especial para todas elas”, afirmou Rosana Augusto.

A seleção embarca para a Colômbia em 23 de agosto para finalizar a preparação física. O Brasil está no Grupo B e estreia contra Fiji, em Medellín, em 31 de agosto, às 20h (horário de Brasília). O segundo duelo será contra a França em 3 de setembro, às 19h, e o último confronto da fase de grupos ocorrerá três dias depois contra o Canadá, às 22h.

Pela primeira vez a Copa do Mundo Sub 20 reunirá 24 equipes – oito a mais que na última edição – divididas em seis grupos de quatro países. As duas melhores seleções em cada chave avançam às oitavas de final, assim como as quatro melhores terceiras colocadas. Haverá ainda quartas de final, semifinais, disputa do terceiro lugar e final.

Os Estados Unidos venceram a primeira edição do Mundial em 2002, e também as edições 2008 e 2012. A Alemanha também soma três títulos: 2004, 2010 e 2014. A última campeã foi a Espanha, em 2022, quando o Brasil terminou na terceira posição, melhor desempenho do país no Mundial – em 2006 a seleção também terminou em terceiro lugar.

Grupos

Grupo A

Colômbia, Austrália, Camarões e México

Grupo B

França, Canadá, Brasil, Fiji

Grupo C

Espanha, Estados Unidos, Paraguai e Marrocos

Grupo D

Alemanha, Venezuela, Nigéria e Coreia do Sul

Grupo E

Japão, Nova Zelândia, Gana e Áustria

Grupo F

Coreia do Norte, Argentina, Costa Rica e Holanda

CAS nega recurso dos EUA e ginasta romena receberá bronze na sexta

A ginasta romena Ana Barbosu vai receber na próxima sexta-feira (16) a medalha de bronze referente à final do solo na Olimpíada de Paris, a mesma prova em que a brasileira Rebeca Andrade conquistou o ouro. Ao final da disputa do solo durante os Jogos quem subiu ao pódio em terceiro lugar foi a norte-americana Jordan Chiles, mas a atleta perdeu o bronze após decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS), no último sábado (10). 

Em comunicado, a Federação de Ginastica da Romênia confirmou que a atleta vai receber o bronze olímpico na sexta (16), em uma cerimônia na capital Bucareste. Ainda não há confirmação oficial, mas especula-se que a medalha não seja a mesma entregue à Jordan Chiles após a final do solo. A norte-americana terá que devolver a condecoração por decisão da CAS. No sábado (10), a CAS acatou um recurso da Federação Romena de Ginástica, e reestabeleceu as posições inicialmente obtidas pelas ginastas na final do solo: Chiles recebera nota de 13.666, enquanto Ana Barbosu e a compatriota Sabrina Maneca-Voina haviam empatado com nota 13.700. 

A norte-americana teve a nota revista e passou da terceira para a quinta posição. Já  Ana Barbosu se tornou a nova terceira colocada na final do solo, e Sabrina foi para o quarto lugar. A decisão da CAS não alterou as notas da campeão olímpica Rebeca Andrade, nem da norte-americana Simone Biles (prata).

Na segunda-feira (12) a CAS negou recurso da Federação de Ginásticas dos Estados Unidos (USA Gymnastics) para que Chiles fosse mantida como medalhista de bronze. Em nota, a USA Gymnastics afirmou que pretende recorrer a outras instâncias para reaver o bronze de Chiles.

“Estamos profundamente decepcionados com a notificação e continuaremos buscando todos os meios e processos de apelação possíveis, incluindo o Tribunal Federal Suíço, para garantir a pontuação, a classificação e a concessão de medalhas justas para Jordan”, afirmou no comunicado a USA Gymnastics. 

Por sua vez, a Federação Romena de Ginástica disse em nota que nunca teve a intenção de retirar a medalha da atleta norte-americana e propôs à CAS que as três ginastas – Jordan, Ana e Sabrina – fossem agraciadas com a medalha de bronze. 

A Federação Internacional de Ginástica (FIG) não se pronunciou sobre a possibilidade de as três ginastas serem contempladas com o bronze.

Paris 2024: as 10 conquistas mais marcantes dos Jogos Olímpicos

A Olimpíada de Paris chegou ao fim no domingo (11). Daqui em diante, tudo é passado ao se falar da edição de 2024 dos Jogos. As lembranças que ficam são de atletas vencedores sim, mas não somente. Além da excelência esportiva e conquistas inéditas, o legado olímpico imortalizou cenas que nos trarão alegria por muito tempo. Confira abaixo algumas das histórias mais  marcantes de Paris 2024.

Imane Khelif (boxe)

A boxeadora argelina esteve no centro da principal polêmica dos Jogos. Ao derrotar a italiana Alessandra Carini na estreia da categoria até 66 quilos, após desistência relâmpago da adversária, Khelif foi vítima de uma onda de desinformação nas redes. Formou-se um discurso de que a argelina, que fora desclassificada do Mundial de boxe de 2023 por, segundo a Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês), não atender “critério de elegibilidade para participar na competição feminina”, seria uma atleta transsexual e que sua participação entre mulheres seria injusta.

Alvo de campanha de fake news sobre gênero, a argelina Imane Khelif faturou o ouro na categoria até 66 kg – REUTERS/Peter Cziborra/Proibida reprodução

Embora não houvesse qualquer informação mais detalhada sobre que critérios seriam esses, logo o debate foi tomado pela teoria de que Khelif seria mais um caso de mulher com níveis elevados de testosterona e que poderia ser portadora de uma condição genética rara que afetaria sua distribuição de cromossomos. Durante os Jogos, o COI, que assumiu o comando das competições de boxe nas últimas duas Olimpíadas por não considerar a IBA uma entidade confiável e apta para a tarefa, afirmou que a boxeadora argelina era, sem nenhuma dúvida, uma mulher.

Khelif avançou fase a fase até sair com a medalha de ouro na categoria. O peso emocional de tudo que viveu nos Jogos a levou às lágrimas. Segundo comunicado divulgado pela assessoria da atleta, ela contratou um escritório de advocacia para representá-la em um processo por assédio virtual apresentado à Promotoria de Paris.

Simone Biles (ginástica artística)

A ginasta norte-americana chegou como a principal estrela dos Jogos como um todo. Quase uma estrela pop, dada a quantidade de artistas famosos e até astros de outros esportes que compareceram às suas competições. A trajetória da carreira de Biles também gerava uma curiosidade natural: após os quatro ouros nos Jogos do Rio, ela se retirou das disputas no meio da Olimpíada de Tóquio para cuidar da saúde mental. O retorno da ginasta de 27 anos ao palco olímpico virou até tema de série da Netflix.

Com todas as câmeras apontadas para ela, Biles não decepcionou: saiu de Paris com três ouros e uma prata.  

Após se retirar dos Jogos de Tóquio para cuidar da saúde mental, Biles retornou em grande estilo a Paris 2024, conquistando três ouros e uma prata – REUTERS/Hannah Mckay/Direitos Reservados

Rebeca Andrade (ginástica artística)

Quase como num roteiro cinematográfico, se o mundo queria ver Simone Biles, a protagonista, o mundo viu Rebeca Andrade, a antagonista – mas certamente a ‘mocinha’ para os brasileiros e fãs da ginástica. A ginasta brasileira não apenas estava literalmente em todas as provas em que Biles competiu, mas disputou com ela ponto a ponto as mesmas medalhas. Além disso, as duas tiveram inúmeros momentos de interações nos bastidores destes duelos.

Paris 2024 entrou para a história de Rebeca Andrade, que se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil, com um total de seis pódios – REUTERS/Hannah Mckay/Direitos Reservados

Mas Rebeca não ficou à sombra da norte-americana. Mais do que mostrou, comprovou ter brilho próprio. O ouro no solo, desbancando Biles, foi um dos pontos altos da ginástica em Paris e, merecidamente, ela foi reverenciada ao receber a medalha no pódio. De quebra, Rebeca saltou para o topo da lista de atletas olímpicos do Brasil. Em Paris, foram quatro medalhas (um ouro, duas pratas e um bronze), que, somadas às duas conquistadas em Tóquio, a colocam como a maior medalhista do país em Olimpíadas.

Uma multicampeã olímpica e mundial, Rebeca cativou muita gente também com o jeito simples e descontraído de encarar as competições.

Yusuf Dikeç (tiro esportivo)

Provavelmente, nenhum atleta teve um ganho maior de popularidade por conta da Olimpíada do que Yusuf Dikeç, atirador turco de 51 anos. E no caso dele, não foi por nenhum recorde ou resultado histórico. Ao conquistar a medalha de prata na prova mista da pistola de ar 10 metros, junto com Sevval Ilayda Tarhan, Dikeç não fazia ideia de que sua imagem rodaria o mundo por um motivo tão singelo.

 A imagem Yusuf Dikeç, atirador  turco de 51 anos, competindo na prova mista de pistola, sem equipamentos para melhorar sua performance, viraralizou nas redes sociais – Reuters/Cagla Gurdogan/Direitos Reservados

No tiro esportivo, é comum que, além da pistola, os atletas utilizem uma série de equipamentos para melhorar a performance, como óculos que potencializam a mira evitando qualquer tipo de ‘sujeira’ na visão. Também usam fones de ouvido com isolamento acústico de primeira categoria. Dikeç, no entanto, foi ‘flagrado’ competindo usando apenas seus óculos de grau e pequenos fones intra auriculares. Para completar, ao ser fotografado atirando com uma das mãos no bolso da calça, ele ganhou status nas redes sociais como um medalhista ‘casual’, que conseguiu o pódio com uma postura estilosa sem precisar de equipamentos sofisticados. No entanto, a pose com a mão no bolso para atirar é extremamente comum na modalidade, por motivos de equilíbrio corporal.

Em pouco tempo, a imagem e a história de Dikeç viralizaram na internet, movidas pelos fãs pouco familiarizados com o esporte. O turco se tornou um ícone mundial, personagem de vários memes e inspirou comemorações nos próprios Jogos de Paris. O sueco Armand Duplantis, do salto com vara, por exemplo, comemorou o ouro com recorde mundial imitando a pose de Dikeç.

Teddy Riner (judô)

O judoca de 35 anos poderia até não ser mais aquele que passou quase dez anos e 154 lutas invicto no cenário mundial. Mas certamente ainda era uma das principais, senão a principal figura do esporte olímpico francês. Tanto que foi, ao lado da velocista Marie-José Perec, responsável por acender a pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos.

No tatame, Riner brilhou também. Depois de parar na semifinal e ficar com o bronze em Tóquio, ele voltou a se sagrar campeão olímpico na categoria peso-pesado (mais de 100 kg), chegando a três ouros e dois bronzes em Olimpíadas.

O multicampeão Teddy Riner foi sorteado para o duelo de desempate da disputa por equipes do judô e justificou o favoritismo ao vencer por ippon o japonês Tatsuro Saito, conquistando o ouro para os franceses  – Reuters/Arlette Bashizi/Direitos Reservados

No entanto, a grande lembrança ligada a Teddy Riner nos Jogos de Paris se deu na disputa por equipes, em que vence o país que ganhar quatro lutas primeiro. Na final contra o Japão, os franceses perdiam por 3 a 1 e estavam a um revés de ficar com a prata. O time da França conseguiu igualar e levar para o duelo-desempate, que é definido por um sorteio exibido no telão. Ao ser sorteada a categoria de Teddy Riner, o Campo de Marte, palco do judô, foi à loucura antes mesmo da luta. No duelo decisivo, Riner justificou a confiança dos franceses, derrotou o japonês Tatsuro Saito por ippon e garantiu outro ouro para a França, num desfecho apoteótico.

Novak Djokovic (tênis)

Se alguns queriam reviver a glória olímpica, outros almejavam senti-la pela primeira vez. O sérvio Novak Djokovic, de 37 anos, maior vencedor de Grand Slams entre tenistas masculinos, campeão da Copa Davis e jogador com mais semanas na história como número 1 do mundo, não escondia de ninguém que queria o ouro olímpico mais do que qualquer outra coisa.

Aos 37 anos, o tenista sérvio faturou o ouro olímpico, única conquista que faltava a sua coleção de títulos –  Reuters/Edgar Su/Proibida reprodução

Em Paris, na quadra de Roland Garros, onde um dia ele chorou ao comemorar o Grand Slam que mais demorou a adicionar à sua galeria de títulos, Djoko chorou novamente após coroar uma semana perfeita com um título em uma grande final contra o espanhol Carlos Alcaraz, 16 anos mais novo que ele.

Agora, sim, ele pode se autointitular ‘campeão de tudo’.

Mijain López (wrestling)

Michael Phelps pode ser visto por muitos como o maior atleta olímpico de todos os tempos, mas um recorde em termos individuais não pertence a ele. O cubano Mijain López, de 41 anos, conquistou o ouro na luta greco-romana, na categoria até 130 kg e, com isso, chegou a cinco títulos olímpicos consecutivos. Nenhum atleta de esportes individuais alcançou isso na história. López, que estreou em Olimpíadas sendo quinto colocado em Atenas, em 2004, enfileirou ouros em Pequim, Londres, Rio, Tóquio e agora Paris.

O cubano Mijain López, de 41 anos, fez história em Paris ao se tornar o primeiro atleta a emplacar ouro em edições seguidas dos Jogos Olímpicos – – Reuters/Arlette Bashizi/Direitos Reservados

Na França, ele derrotou desafiantes mais novos e saiu com o primeiro lugar antes de uma despedida marcante. López retirou as sapatilhas e deixou-as no meio da área de combate, simbolizando sua aposentadoria do esporte.

Cindy Ngamba (boxe)

A partir dos Jogos do Rio, em 2016, o COI introduziu o time de refugiados, para dar vez a atletas que, por variados motivos, se inserem em uma das questões geopolíticas mais tensas dos últimos tempos: a população que deixa a terra natal e passa a viver em outro país. Há oito anos, a equipe contou com dez representantes. Em Paris, foram 37. Pela primeira vez, a bandeira do time de refugiados apareceu no pódio.

Nascida em Camarões, a boxeadora Cindy Ngamba conquistou o bronze, a primeira medalha olímpica do time de refugiados, que surgiu nos Jogos Rio 2026 – Reuters/Louisa Gouliamaki/Direitos Reservados

Cindy Ngamba, boxeadora nascida em Camarões mas que fugiu para o Reino Unido aos 11 anos, conquistou o bronze na categoria até 75 kg. A atleta de 25 anos deu um depoimento forte à ONU:

“Quero dizer aos refugiados em todo o mundo, incluindo os que não são atletas, que continuem trabalhando, continuem acreditando em si mesmos, vocês podem alcançar tudo o que quiserem”, disse Ngamba.

Julien Alfred (atletismo)

Uma das provas mais nobres do atletismo teve também uma das melhores histórias. Os 100 metros rasos femininos foram vencidos por Julien Alfred, velocista de 23 anos que representa Santa Lúcia, uma pequena ilha no Caribe. A primeira medalha da história do país foi logo de ouro, que Alfred conquistou com o tempo de 10 segundos e 72 centésimos.

Julien Alfred, de 23 anos,conquistou o  foi ouro nos 100m rasos, a primeira medalha olímpica de Santa Lúcia, uma pequena ilha no Caribe – Reuters/Aleksandra Szmigiel/Direitos Reservados

Em Paris, Alfred ainda saiu com uma segunda medalha, nos 200 metros rasos. As imagens da população de Santa Lúcia festejando os pódios da atleta também rodaram o mundo. Para se ter uma ideia, o país tem uma área de aproximadamente 539 quilômetros quadrados, mais de dez vezes menor que o Distrito Federal.

Leon Marchand (natação)

O nadador francês Leon Marchand, de 22 anos, concluiu os Jogos de Paris como o novo potencial nome olímpico histórico. Na letra fria, a chinesa Zhang Yufei, com seis pódios (uma prata e cinco bronzes), foi a maior devoradora de medalhas nesta Olimpíada. No entanto, Marchand, que vem logo depois, com cinco, foi quem mais causou um impacto.

Ao 22 anos, o francês Leon Marchand não só faturou quatro ouros e um bronze em Paris, como derrubou recordes olímpicos do norte-ameriano Michael Phelps – Reuters/Clodagh Kilcoyne/Direitos Reservados

O fenômeno caiu na piscina para seis provas e só não saiu com medalha no revezamento misto 4×100 medley. Nas outras cinco, foram quatro ouros e um bronze. E não apenas isso: nos 200 e nos 400 medley, o francês derrubou recordes olímpicos que pertenciam a Michael Phelps. O americano, que esteve em Paris, acompanhou e até torceu pelo seu possível sucessor.

Ainda muito jovem, Marchand se coloca como candidato ao seleto grupo de atletas com mais de dez medalhas olímpicas, do qual fazem parte gigantes como os já citados Phelps e Biles, hegemônicos em esportes com muita oferta de medalha. Em Los Angeles, pode se afirmar como um dos maiores da história.

Paris entrega bastão para Los Angeles 2028 no encerramento dos Jogos

Estão encerrados os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Em uma cerimônia grandiosa realizada neste domingo (11) no Stade de France, o bastão imaginário de capital olímpica mundial foi passado da cidade francesa para Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos, que será a sede da Olimpíada de 2028. A contagem regressiva até 14 de julho de 2028, data de início dos próximos Jogos, já começou.

Duda e Ana Patrícia, campeãs olímpicas no vôlei de praia feminino, conduzem bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento de Paris 2024 – em 11/08/2024 – Alexandre Loureiro/COB/Direitos Reservados

A cerimônia, que misturou o usual espetáculo ao vivo no estádio com trechos gravados, começou com o fogo olímpico sendo transferido da pira até o local da cerimônia. O nadador francês Léon Marchand, um dos destaques da competição com quatro ouros, apareceu carregando a chama em uma pequena caixa.

Já no Stade de France, entraram os atletas escalados como porta-bandeiras. Pelo Brasil, a dupla Duda e Ana Patrícia, medalhista de ouro no vôlei de praia, ficou encarregada da tarefa.

Posteriormente, eles foram acompanhados por grupos maiores das respectivas delegações. Pelo Brasil, chamou a atenção a presença da ginasta Victoria Borges, que competiu na ginástica rítmica mesmo lesionada. Sentada em uma cadeira de rodas, ela puxou a delegação brasileira.

Quem puxou a fila da delegação brasileira foi ela: Victória Borges! 🇧🇷🦁

A nossa LEOA da ginástica rítmica que competiu lesionada e emocionou o mundo inteiro! 🥹💚💛 pic.twitter.com/FBEb9k5rJW

— Time Brasil (@timebrasil) August 11, 2024

Durante a cerimônia, como de costume, foi celebrado o último pódio olímpico. No caso, o da maratona feminina. A holandesa Sifan Hassan, que vencera a prova na manhã deste domingo numa chegada espetacular, recebeu o ouro. Hassan, que nasceu na Etiópia e se naturalizou holandesa, é muçulmana e subiu ao pódio vestindo um hijab.

A parte de espetáculo visual e musical da cerimônia contou com uma projeção da estátua da deusa Nike, uma das obras de arte mais famosas expostas no Museu do Louvre. O símbolo olímpico com os cinco anéis subiu o Stade de France.

Também subiu um piano tocado na vertical por um artista francês. Em outro momento, a banda francesa Phoenix performou para o público em êxtase, inclusive atletas.

Na reta final da cerimônia, foi feita a passagem simbólica de uma sede a outra. Neste momento, o presidente do COI, Thomas Bach, discursou para o público. Bach destacou o papel dos Jogos para a criação de uma cultura de paz em tempos de conflitos bélicos em algumas partes do planeta. O alemão salientou o fato de que estes foram os primeiros Jogos com igualdade total de gêneros no que diz respeito à participação em modalidades.

Por fim, com um trocadilho com o nome do rio Sena que tanto causou preocupações, Bach definiu a Olimpíada de Paris como ‘senasacional’.

Diferentemente da abertura dos Jogos, a cerimônia de encerramento ocorreu no Stade de France, diante de 70 mil pessoas nas arquibancadas – por Alexandre Loureiro/COB/Direitos Reservados

A bandeira olímpica foi passada das mãos de Anne Hidalgo, prefeita da capital francesa, para as de Karen Bass, prefeita de Los Angeles, devidamente acompanhada por Simone Biles, estrela da ginástica artística.

O trecho norte-americano da cerimônia contou com uma entrada triunfal do ator Tom Cruise, que desceu uma tirolesa ao estilo do personagem Ethan Hunt, interpretado por ele em ‘Missão Impossível’. Nesta parte, a cidade exibiu suas credenciais em um vídeo gravado, que começou com Cruise carregando a bandeira olímpica até Los Angeles de moto e terminou com apresentações da banda Red Hot Chili Peppers, da cantora Billie Eilish e do rapper Snoop Dogg, acompanhado pelo também rapper Dr.Dre.

Por fim, para representar o fim oficial dos Jogos, o nadador Léon Marchand enfim chegou ao estádio com a chama, que foi apagada por um grupo formado e outros atletas representando os seis continentes do mundo.

O medalhista francês Leon Marchand com a chama olímpica ao lado de Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI)- Reuters/Phil Noble/Direitos Reservados

Por fim, para representar o fim oficial dos Jogos, o nadador Léon Marchand enfim chegou ao estádio com a chama, que foi apagada por um grupo formado e outros atletas representando os seis continentes do mundo.

Ao som da canção ‘Comme d’habitude’, que deu origem ao clássico ‘My Way’, popularizado na voz de Frank Sinatra, em inglês, a cantora francesa Yseult deu fim à cerimônia e, consequentemente, aos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Atletas brasileiras fecham Jogos de Paris com desempenho histórico

Antes mesmo de os Jogos Olímpicos de Paris começarem, as mulheres brasileiras já faziam história. Pela primeira vez em mais de cem anos de participações do país em Olimpíadas, a delegação do Brasil teve mais mulheres do que homens: 163 contra 126, uma fatia correspondente a 56,4% do total. Ao final do evento, elas mostraram que não estavam apenas fazendo número. A maioria dos vinte pódios conquistados pela delegação foi resultado do empenho feminino.

 A paulista de Guarulhos conquistou o segundo ouro do Brasil em Paris, tornando-se a maior campeã olímpica do Brasil com cinco pódios na carreira  – REUTERS/Hannah Mckay/Proibida reprodução

Para começar, os três ouros brasileiros em Paris foram de mulheres: Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade na ginástica artística e a a dupla Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia. Doze das vinte medalhas foram de esportistas femininas. Um décimo terceiro pódio, o das equipes no judô, não foi obra 100% das mulheres, mas com participação importante delas. Há três anos, em Tóquio, os pódios femininos representaram 43% do total do Brasil. No Rio, há oito, 26%.

Curiosamente, elas também se sobressaíram nos outros naipes de medalhas: foram mais pratas (quatro contra três) e mais bronzes (cinco contra quatro) femininos do que masculinos.

Como era de se esperar, na coletiva de imprensa convocada pelo COB neste domingo (11) para realizar um balanço da campanha brasileira em Paris, o assunto foi abordado.

“Há dois ciclos olímpicos, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras. O que vimos aqui em Paris no esporte reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo” disse Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024 e gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB), durante coletiva neste domingo (11) em Paris.

O chefe da missão e diretor-geral do COB, o ex-medalhista olímpico Rogério Sampaio, também destacou a performance das mulheres brasileiras.

“Queremos sempre ultrapassar barreiras, quebrar recordes, vencer sempre. Acho que nesses Jogos Olímpicos conseguimos quebrar alguns desses recordes, algumas dessas barreiras, principalmente no que diz respeito ao esporte feminino, o que nos deixa bastante satisfeitos”, afirmou Sampaio.

A cada conquista feminina do Brasil em Paris, o impacto destas medalhas no desempenho geral do país, assim como em seu histórico, se afirmava com mais força. Foi na capital francesa que, por exemplo, a ginasta Rebeca Andrade saiu de um dos principais nomes do esporte brasileiro para se tornar a maior medalhista olímpica do Brasil em todos os tempos. Seus quatro pódios em Paris (um ouro, duas pratas e um bronze) levaram a paulista a seis no total, ultrapassando Robert Scheidt e Torben Grael, antigos detentores da posição.

“Para mim é uma honra ser mulher preta e hoje estar onde eu estou: no topo do mundo”, disse Rebeca.

A gaúcha Tati Weston-Webb conquistou a prata, a primeira medalha olímpica de uma surfista brasileira na modalidade – William Lucas/COB/Direitos Reservados

No surfe, a prata de Tatiana Weston-Webb foi a primeira medalha de uma mulher brasileira na modalidade. Um dos esportes que mais cresce no país, o surfe do Brasil se afirmou como potência entre os homens, com sete dos últimos nove títulos mundiais. No entanto, entre as mulheres, nunca chegou lá. O resultado de Weston-Webb foi o melhor do Brasil em Paris e pode abrir caminho para uma nova era do surfe feminino.

“Sinto nada mais do que orgulho de representar as meninas, especialmente o surfe no Brasil. Espero que isso inspire várias meninas a surfarem e irem atrás dos seus sonhos”, declarou a surfista após a conquista da prata.

O ouro conquistado por Duda e Ana Patrícia deu fim a um jejum de 28 anos sem mulheres brasileiras subirem ao lugar mais alto do pódio no vôlei de praia olímpico. Porém, enquanto a vitória em 2024 era a afirmação do crescente impacto feminino no esporte brasileiro, em Atlanta-1996 as duas medalhas do vôlei de praia do Brasil – ouro para Jacqueline e Sandra e prata para Mônica e Adriana Samuel – eram literalmente os primeiros pódios de mulheres brasileiras em Olimpíadas.

A sergipana Duda e a mineira Ana Patrícia foram ouro no vôlei de praia feminino, pondo fim a 28 anos de jejum do Brasil no topo do pódio  – REUTERS/Esa Alexander /Proibida reprodução

Com mais oportunidades vêm mais resultados. É o que pensa a boxeadora Bia Ferreira, que em Paris acrescentou um bronze à sua coleção olímpica, que contava com uma prata obtida em Tóquio.

“As mulheres sempre trouxeram bons resultados. Temos grandes atletas de referência feminina, só que tínhamos um número menor. Acredito que era por isso que não tinha mais resultados. Então quanto mais oportunidades vierem e mais mulheres se classificarem, automaticamente vamos trazer resultados”, expôs a atleta.

* Em colaboração com Verônica Dalcanal, em Paris