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São Paulo terá espaços públicos para acompanhar a Paralimpíada

O Parque do Ibirapuera e unidades do Sesc irão transmitir os Jogos Paralímpicos e oferecer atividades relacionadas à competição, que terá início nessa quarta-feira (28) em Paris e irão até o dia 8 de setembro. 

A delegação brasileira terá 280 atletas paralímpicos, que só é menor em comparação à do Parapan do Rio de Janeiro, em 2016. A expectativa é que a delegação repita ou supere o desempenho de Tóquio, 2020, quando foram conquistadas 400 medalhas.

A cerimônia de abertura e as competições serão transmitidas na íntegra pelo canal do Comitê Paralímpico Internacional, no Youtube.

No Ibirapuera, o público poderá assistir aos jogos nos dias 31 de agosto e 1º de setembro em frente ao Planetário, das 9h às 17h. Haverá ainda uma arena com atividades de atletismo, vôlei sentado, basquete em cadeira de rodas e futebol de cegos. 

No Sesc Campo Limpo, as atividades de tênis de mesa adaptado irão até o dia 8 de setembro, além de futebol de 5. As unidades de São José dos Campos, Sorocaba e Taubaté também vão oferecer atividades neste final de semana.

EBC nas Paralimpíadas

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) irá trazer todas as informações sobre as Paralimpíadas, com o repórter Lincoln Chaves e com o cinegrafista Gilmar Vaz, da TV Brasil, que já estão em Paris.

A cobertura será apresentada na TV Brasil, em parceria com os veículos da Rede Nacional de Comunicação Pública.

Festival Marco Zero apresenta dança em espaços públicos do DF

Os enormes gramados do Distrito Federal e alguns de seus locais mais icônicos, como a Torre de TV, a Rodoviária do Plano Piloto, o metrô e outros espaços públicos serão palco do Festival Marco Zero ocupa Brasília com uma semana de dança em paisagem urbana, que começou neste sábado (6) e segue até o próximo sábado (13). A série de apresentações vai percorrer o DF com artistas brasileiros e angolanos, com forte participação indígena e negra. Serão 16 intervenções artísticas e duas oficinas realizadas em diferentes espaços de Taguatinga, Ceilândia, Núcleo Bandeirante e Plano Piloto.

Segundo a organização, todas as apresentações são gratuitas e convidam o público a experimentar as diversas possibilidades do corpo que baila pela cidade nas ocupações culturais e centros comerciais. 

A abertura do festival foi no gramado da 216 norte, ao som dos maracás, dos passos de toré, das rezas e das ressonâncias sonoras entre a natureza e a cidade. A artista indígena Idiane Crudzá, do Povo Kariri – Xocó, de Alagoas, apresentou Toda Cidade Já Foi Floresta.

“A rua representa a fusão do mundo ordinário, cotidiano, corriqueiro e das manifestações extraordinárias, imponderáveis. Escolher agir nesse espaço de resistência, eminentemente feito de memórias, de fluxos e presenças distintas, é o fio condutor do Festival Marco Zero desde sua criação há quase 20 anos”, explica Marcelle Lago, dançarina, idealizadora e coordenadora do festival, que teve sua primeira edição em 2006.

Com recursos do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, a edição deste ano traz para Brasília talentos como a atriz e performer mineira Idylla Silmarovi e a artista matogrossense Kiga Bóe, indígena do povo Bóe Bororo, da aldeia Meruri. Também faz parte da programação a Companhia Dual, de São Paulo, que apresenta na Torre de TV o espetáculo Duo para 2 Perdidos, uma releitura do texto teatral Dois Perdidos Numa Noite Suja, de Plínio Marcos.

De Pernambuco, o Marco Zero recebe a artista Rebeca Gondim, que apresenta Revinda na sexta-feira (12), no Mimo Bar (SQN 205). A dança de Rebeca expressa as histórias do povo preto periférico, com movimentos que lembram as brincadeiras das culturas populares,  o improviso dos mestres de cerimônia e as esquivas do frevo. Também de Pernambuco, Gabi Holanda e Plataforma Beira encenam À Beira, que leva para a dança as angústias e esperanças de quem vive às margens dos rios e mangues sufocados pelo avanço da especulação imobiliária. 

O projeto Seio Sonoro, de Brasília, é outra atração do Festival Marco Zero e tem apresentação marcada para o Metrô Galeria. Concebido por um coletivo de mulheres da dança e da música, apresenta Ser Uma, um duo com música autoral de mulheres da cidade.

O festival conta com uma apresentação internacional, do grupo Idaebteam, de Angola, que apresenta Tatu Panji Angola. A intervenção conta a história e os caminhos de três irmãos dançarinos com características muito próprias dentro da arte. Por meio da dança, Vandro Poster, Geo e Didi BB conduzem o público a um misto de emoções e trazem consigo um belo registro da cultura angolana. 

A programação do Festival Marco Zero ainda traz para a cena o coletivo Debonde (RJ), a Cia. Corpus Entre Mundos (DF), o artista Kaled Hassan (DF), o dançarino Guel Soares (DF), a atriz e performer Maria Eugênia Félix (DF) e o dançarino Iago Gabriel (DF).

Confira a programação completa da edição 2024 no site do festival.

JUBs Atléticas: cheerleading supera preconceitos e conquista espaços

Tradicional nas universidades norte americanas, o cheerleading cresce a cada ano no Brasil. Presente desde a primeira edição do Jogos Universitários Brasileiros-Atléticas (JUBs Atléticas), o esporte chama atenção pela música, os movimentos, a animação e até os gritos de de incentivo. 

“É um esporte bem popular nos Estados Unidos, que aparece nos filmes, apesar de ser um pouquinho diferente do esporte que a gente prática. Além disso, é um esporte muito inclusivo. Nas equipes não tem apenas um biotipo de pessoa. Esse conjunto forma uma equipe muito boa. É mais acolhedor”

A explicação é de Evalter Tallyz, da Atlética Olímpia, do curso de Educação Física da Univesidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) , presente nesta segunda edição do JUBS Atléticas, em Natal. Ele pratica cheerleading desde 2022. Era atleta de volei, mas dentro da universidade encontrou uma família.

“A união dos atletas é o diferencial. A gente se sente uma família mesmo. Eu sou do interior do Rio Grande do Norte e, quando eu vim morar em Natal, eu senti que passei a ter uma família na capital”.

Criada nos EUA no fim do século XIX, a modalidade chegou ao Brasil no início dos anos 2000, e foi reconhecida como esporte pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2016. – Célio Júnior/CBDU/Direitos Reservados

Inclusivo, o chee, como é chamado o esporte, tem espaço para todo mundo, mas ainda sofre preconceito, de principalmente em relação aos homens.

“O esporte é conhecido, digamos, por ser sexualizado, quando na verdade o chee é um esporte reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional. Creio que seja mais falta de informação o preconceito. Se a gente for pegar a historia, o cheerleading inicialmente era praticado só por homens. Aqui muita gente ainda não conhece o chee, então toda semana alguém me pergunta o que eu faço, preciso ficar uns 15 minutos explicando o que é o esporte, que tem homem, mulher, e que não é apenas um grupo de pessoas ao lado de um campo de futebol balançando um pompom. Tem toda uma preparação física, de uma temporada inteira para as competições”, detalha o atleta potiguar.

O esporte requer muita força e habilidade, já que os árbitros utilizam critérios para avaliação como coreografia, sincronia de movimentos, formação de pirâmides e saltos.

“São dois minutos e meio para você mostrar toda a habilidade. A gente precisa trabalhar o ano inteiro para apresentar uma série de movimentos que reúnem força, concentração, equilíbrio, técnica e vigor físico. A gente só respira quando acaba tudo, que é quando ficamos aliviados”.

Criada nos Estados Unidos no fim do século. XIX, a modalidade chegou ao Brasil no início dos anos 2000, e foi reconhecida como esporte pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2016. Agora atletas, como a Vitória Caroline, sonham que, em breve, ela esteja presente nos jogos olímpicos.

“O cheerleading ainda não tem tanta visibilidade quanto outros esportes. Precisamos de identidade esportiva, espaço. O foco do chee é mais no Sudeste e precisamos de mais força territorial”.

Para isso, quanto mais competições, melhor. Como o JUBs Atléticas, por exemplo.

“O principal ponto de a competição ser aqui no no Nordeste é para os outros estados verem que tem time de chee aqui é que os times são bons, podem competir. Basicamente todas as competições que a gente tem são no Centro-Sul. 

Voando alto, com base forte, o cheerleading quer conquistar os jovens do Brasil.

* O repórter Mauricio Costa viajou a convite da CBDU.

Evento itinerante Bienal Black Brazil Art ocupa espaços no Rio

O Rio de Janeiro recebe, no próximo dia 27, a 3ª Bienal Black Brazil Art, exposição itinerante gratuita que nasceu no sul do país e agora chega à capital fluminense, reunindo artistas emergentes. “É uma bienal para homens e mulheres, negros e brancos. Não é só de mulheres negras, embora o nosso acervo maior seja de mulheres”, afirmou à Agência Brasil a idealizadora da bienal e uma das curadoras dessa edição, Patricia Brito.

A abertura da Bienal Black será no dia 27, às 19h, no Teatro Gonzaguinha, região central da cidade. O evento compreende um circuito de exposições. “A gente mapeou espaços e equipamentos culturais municipais na cidade do Rio e, por fim, fomos convidados também para um equipamento público em Niterói, região metropolitana do Rio. A Bienal chega no Rio de Janeiro para fazer uma ocupação em alguns espaços públicos”

Rainha Quilomba, a Espada de Ogum, e o Pedido de Justiça (2023), desenho – artista Elson Junior (BA) – Arte: Elson Junior

As atividades se dividem entre o Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Centro Cultural dos Correios, Cidade das Artes, Espaço Cultural Correios e Museu da História e da Cultura Afro-brasileira (Muhcab). Tem atrações programadas para ocorrer também no Museu do Samba e Museu da Maré. Durante a abertura, haverá divulgação dos artistas premiados e apresentação de trabalhos artísticos de pré-estreia.

As exposições reúnem mais de 270 trabalhos de 225 artistas de todo o país e do exterior, divididos nos espaços da cidade e com programação virtual. O evento se estenderá até 16 de junho e inclui programação extensa, que pode ser conferida no site bienalblack.com.br. Cada espaço cultural tem datas de abertura para visitação e encerramento diferentes.

Eixos temáticos

Cada espaço expositivo tem um eixo temático, que é norteador do diálogo, expôs Patricia. “Cada pessoa que entrar nesse local expositivo vai tomar conhecimento, através de um texto explicativo, de qual é a temática. No Centro Hélio Oiticica, por exemplo, o eixo expositivo é linhas insurgentes. Todos os trabalhos selecionados para o local têm a ver com a narrativa da insurgência, da resistência. Então, cada espaço tem o seu eixo artístico”. Haverá também atividades diurnas, com performances, apresentações musicais. Uma delas será no dia 27, na sala de projeções do Centro Cultural Correios, quando haverá a primeira conversa com artistas às 15h, também com entrada franca.

Patricia Brito reiterou que a ideia da Bienal Black é ocupar os espaços públicos e provocar a discussão entre que tipo de obra e de artista esses espaços selecionam para mostrar à população. “Como eu trago no recorte curatorial e de trabalho a questão do gênero e da raça, a discussão que eu trago para dialogar com os artistas negros e não negros é a ocupação por gênero e por raça. A grosso modo, se a gente vai a um museu ou galeria, a gente está vendo um perfil exclusivo do artista colonial dominando essa cena artística. O papel da Bienal é mostrar outra realidade, uma produção que tem no Brasil, que não é feita só pelos colonizadores, mas pelos colonizados também. Essa é uma das razões da itinerância do evento”.

Pelo fato de ser itinerante, a Bienal Black começou no Rio Grande do Sul, percorreu todas as capitais do Sul do país, foi para o universo digital durante a pandemia da covid-19 e, este ano, os organizadores resolveram assumir o protagonismo na cidade do Rio de Janeiro. A escolha se baseou, principalmente, pela temática trazida de fluxo e contrafluxo de pessoas, que é muito forte na capital fluminense, através da imigração de nortistas e nordestinos, e trazendo também a discussão sobre os problemas representativos, identitários e raciais. Ter o Rio de Janeiro como sede desta edição reforça ainda a importância da cidade como um polo de difusão cultural e artística. A atração deste ano foi construída a partir de cinco eixos expositivos: Linhas Insurgentes, Redes de Transmissão, Práticas Geradoras, (RE)imaginando o Cubo Preto e Memórias (trans)locadas, gerando respostas artísticas que variam desde relatos pessoais até meditações poéticas.

Curadores

A terceira edição da Bienal Black Brazil Art contou com a colaboração de quatro curadores convidados: Claudia Mandel Katz (Costa Rica), Edwin Velasquez (Porto Rico), Julio Pereyra (Uruguay) e Vinicius (Alemanha). Segundo explicou Patricia Brito, o pensamento foi estabelecer um ambiente propício para exploração e reflexão sobre migração, desigualdades sistêmicas de gênero, narrativas transculturais e identidades em fluxos.

“Todos desenvolvem trabalhos em seus países identificados com as premissas do Instituto Black Brazil Art, “que é a valorização da cultura afro, no sentido afrodiaspórica, afrocaribenha, afrolatino-americana. Mesmo o Uruguai, que tem um recorte racial muito pequeno, a gente traz porque existe toda uma cultura negra no país”, esclareceu Patricia. Há também intenção de discutir produção artística do Sul Global e criar referências próprias da região e não referências europeias.

A 3ª Bienal Black tem organização e produção do Instituto Black Brazil Art e financiamento por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). O patrocínio é do Grupo Carrefour Brasil, com apoio da prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal da Cultura.

Inscrições para exibição de filmes em espaços culturais estão abertas

A partir desta quinta-feira (15), locais de exibição de filmes e cineclubes podem se inscrever para credenciamento na Mostra Difusão, que acontecerá de 25 de março a 24 de abril. Os espaços que cumprirem as exigências poderão reproduzir gratuitamente os filmes que serão disponibilizados na programação da 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos (MCDH), por meio de plataforma streaming.

A inscrição deve ser realizada no site Mapas da Cultura, até o dia 23 de fevereiro. E é necessário criar uma conta e estar logado para concluir a solicitação.

Poderão participar pontos de cultura, instituições educacionais, museus, bibliotecas públicas e comunitárias, espaços e coletivos culturais, movimentos sociais do campo e da cidade, associações, cooperativas, ONGs e qualquer equipamento cultural que promovam atividades abertas às comunidades. É necessário ter equipamento de projeção e sonorização, além de acesso à internet banda larga.

A Mostra Difusão faz parte da programação da 13ª MCDH, que reúne filmes e oficinas nas áreas de audiovisual e educação, em todo o país. Nesta edição, tem como tema Vencer o ódio, semear horizontes, com o objetivo de promover debates sobre democracia, direitos políticos, diversidade religiosa, memória e enfrentamento à tortura e ao genocídio, entre outros.

Produzida pelo Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense, a MCDH foi retomada depois de seis anos sem acontecer. A abertura desta edição aconteceu em dezembro de 2023, no Centro de Artes da instituição, em Niterói, no Rio de Janeiro, com uma palestra do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.

De acordo com a organização, foram capacitados mais de 700 professores para a utilização de filmes como ferramenta de ensino. Na Mostra Difusão, como nas edições anteriores, haverá a exibição descentralizada de filmes para promoção dos debates.

Realizada junto com o Ministério da Cultura (MinC), a iniciativa da pasta de Direitos Humanos e da Cidadania, é considerada uma das principais frentes educativas no setor. A ação, segundo o governo federal, responde às diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3) e do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH).