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Estado de São Paulo vence as Paralimpíadas Escolares pela 12ª vez

A edição de 2024 das Paralimpíadas Escolares chegou ao fim na última sexta-feira (29), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O estado anfitrião foi o campeão geral do evento esportivo, que teve início na última quarta-feira (27) e é considerado o maior do mundo para crianças e adolescentes com deficiência em idade escolar.

Os paulistas somaram 646 pontos com base na colocação de seus atletas nas provas das 13 modalidades, com Santa Catarina (315 pontos) em segundo lugar e Minas Gerais (293 pontos) em terceiro. É a 12ª vez que São Paulo leva a melhor, sendo a oitava consecutiva. O estado foi, ainda, o que mais participantes teve em competição (305), seguido, justamente, por mineiros (176) e catarinenses (159).

“A minha maior satisfação é que a cada ano as Paralimpíadas Escolares se apresentam de uma forma única, com mais modalidades e mais participantes. Essa criança que sai daqui surpreendida com o movimento paralímpico não vai querer parar de fazer esporte”, disse Ramon Pereira, diretor de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em depoimento ao site da entidade.

Em 2024, as Paralimpíadas Escolares receberam um recorde de 2.013 atletas dos 26 estados e do Distrito Federal. Pouco mais de 22% deles – portanto, praticamente um a cada cinco participantes – eram estreantes no evento. Já entre os competidores mais experientes, destaque ao nadador mineiro Arthur Xavier, de 17 anos, da classe S14 (deficientes intelectuais), bronze nos Jogos de Paris.

Outros atletas medalhistas também passaram pelo evento escolar. Casos do paraibano Petrúcio Ferreira, velocista tricampeão dos 100 metros rasos da classe T47 (amputação de membro superior); do brasiliense Leomon Moreno, dono de quatro medalhas paralímpicas (uma dourada) no goalball, modalidade exclusiva para atletas com deficiência visual; e da catarinense Bruna Alexandre, mesatenista que fez história em 2024 ao se tornar a primeira brasileira a disputar Olimpíada e Paralimpíada.

Paralimpíadas Escolares iniciam em São Paulo com recorde de atletas

As disputas do evento esportivo para crianças e jovens com deficiência considerado o maior do mundo no gênero começaram nesta quarta-feira (27), em São Paulo. Realizadas desde 2006 pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), as Paralimpíadas Escolares de 2024 reúnem 2.013 atletas-alunos (um recorde) representando os 26 estados do país e o Distrito Federal. Eles disputam medalhas em 13 modalidades até a próxima sexta-feira (29), no Centro de Treinamento Paralímpico.

O atletismo é a modalidade com mais competidores (1.010). Entre eles, o único estrangeiro do evento. Nascido em San Félix, cidade venezuelana a mais de 600 quilômetros da capital Caracas, Jorge Tortoledo teve meningite na infância, que atingiu sua locomoção. Ele e a família vieram ao Brasil em 2019, como refugiados, em busca de uma cirurgia para tratar as sequelas da doença. Três anos depois, quando ainda vivia em um abrigo em Boa Vista, foi apresentado ao esporte paralímpico, o que, segundo ele, foi decisivo para permanecer no país.

“Comecei no basquete, por poder usar a cadeira [de rodas] e correr. Um dia, o professor Vinícius [Denardin, coordenador do Centro de Referência Paralímpico de Roraima] me chamou, disse que poderia funcionar melhor no atletismo, pois eu era veloz. Aí fui para o atletismo, treinei só um mês e já me convocaram para viajar [para as Paralimpíadas Escolares de 2022, também em São Paulo]. Fiquei assustado, nunca tinha viajado de avião, mas logo no primeiro campeonato ganhei dois ouros. Graças a Deus conheci aqui [no Brasil] o esporte. Na Venezuela, não tinha nada disso”, contou Jorge, de 17 anos e que compete nas classes F34 (arremesso de peso para atletas que competem sentados) e T34 (provas de pista para cadeirantes).

A delegação do estado conta ainda com Carlos Elielson da Silva, indígena do povo Wapichana, que se concentra principalmente em Roraima e na Guiana. Segundo o Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi), cerca de 11 mil indivíduos da etnia vivem no território brasileiro. O jovem, de também 17 anos, mora na comunidade Tabalascada, em Cantá (RR), a 30 quilômetros de Boa Vista. Ele foi acometido, ao nascimento, por uma paralisia cerebral, que afetou o lado esquerdo do seu corpo.

“Na comunidade do Carlos, os professores de Educação Física souberam que teríamos uma competição em Boa Vista e o levaram com outros alunos para participarem e conhecerem o movimento paralímpico. O Carlos logo teve resultados no atletismo e conseguiu classificação para as Paralimpíadas Escolares. É a primeira competição nacional dele, está um pouco nervoso, mas na hora da prática, com certeza, vai desempenhar”, projetou Vinícius, que também é chefe da equipe de Roraima no evento.

“É minha primeira vez saindo do estado. É um pouco estranho, acho que porque a cidade [São Paulo] é grande. Se for ao pódio, trouxe a bandeira da minha escola [Estadual Indígena Professor Ednilson Lima Cavalcante]. Meu sonho é seguir em frente e viajar por muitos lugares”, declarou Carlos, que está nas classe F37 (arremesso de peso) e T37 (provas de pista), ambas para atletas com paralisia cerebral.

Inspiração ao lado

As Paralimpíadas Escolares são a porta de entrada de jovens atletas com deficiência ao mundo do alto rendimento. Pela competição, passaram muitos que não apenas foram a uma Paralimpíada, mas conquistaram medalhas no megaevento. Casos do paraibano Petrúcio Ferreira, velocista tricampeão paralímpico dos 100 metros da classe T47 (amputados de braço), do brasiliense Leomon Moreno, ouro em Tóquio (Japão) no goalball (esporte desenvolvido para deficientes visuais), e do mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, nadador da classe S2 (para atletas com comprometimento físico-motor severo) que já acumula cinco douradas nos Jogos, três delas obtidas este ano em Paris.

Inclusive, na edição deste ano da competição escolar está justamente um dos medalhistas brasileiros na capital francesa. Bronze no revezamento 4×100 metros livre da classe S14 (deficiência intelectual), o mineiro Arthur Xavier, de 17 anos, participa do evento em São Paulo pela terceira vez.

“É superlegal ver o público que me acompanhou, que torceu por mim, rever amigos de outros estados e competir, claro. Acho que sou mais visado [pelos adversários] por ter essa Paralimpíada na carreira, bate uma pressãozinha, mas tem que acostumar né? É importante [participar] pelos jovens atletas que estão começando agora. Servir de inspiração, para que nunca desistam dos sonhos”, declarou Arthur.

O pernambucano Wagner Leonardo da Silva teve a experiência de competir na raia vizinha a de Arthur, na prova dos 100 metros costas, que reuniu atletas com diferentes deficiências. Atleta da classe S9 (limitação físico-motora menos severa), ele participa das Paralimpíadas Escolares pela quarta vez. Devido a uma osteomielite (infecção óssea), o nadador tinha uma perna menor que a outra. Este ano passou por uma cirurgia para amputar o membro inferior acometido pela doença.

“O cara [Arthur] é uma lenda, uma máquina. Tentei acompanhar, mas não deu certo não [risos]”, brincou Wagner.

Revelação de talentos

A delegação de São Paulo é a maior desta edição das Paralimpíadas Escolares, com 305 representantes. O estado é tanto o atual campeão por equipes como o maior vencedor (11 títulos) do evento. Minas Gerais (176), Santa Catarina (159), Espírito Santo (115) e Mato Grosso do Sul (101) completam o top-5 dos times com mais atletas. Na outra ponta, a Bahia veio com apenas nove competidores à capital paulista.

Além de atletismo e natação, outras 11 modalidades estão em disputa no Centro de Treinamento Paralímpico: basquete em cadeira de rodas (realizado no formato 3×3 ao invés do tradicional 5×5), badminton, bocha, futebol de cegos, futebol de paralisados cerebrais (PC), goalball, halterofilismo, judô, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.

“Nas Paralimpíadas Escolares, conseguimos detectar diferentes talentos de diferentes regiões. Falamos de uma comunidade indígena no extremo Norte do país, mas também temos alunos do Sul, do Nordeste, Centro-Oeste… Alguns vêm com a perspectiva da iniciação, outros para descobrirem o esporte, mas, depois que saem com a medalha no peito, voltam para seus estados para trabalharem, treinarem, quem sabe ingressarem em uma seleção de jovens, depois de adultos e darem orgulho ao país. É inevitável que tenhamos cada vez mais sucesso no movimento paralímpico”, concluiu Vinícius, de Roraima.

Municípios do Ceará ganham 113 novos ônibus escolares

O Ministério da Educação (MEC) repassou 113 novos ônibus escolares, que vão atender 113 municípios cearenses. A cerimônia de entrega ocorreu na tarde desta sexta-feira (11), em Fortaleza, e contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre agenda no estado.

“Nós estamos entregando 113 ônibus para o Ceará. É a primeira leva que a gente vai entregar. Vão ser muitos”, destacou o presidente, que observou a falta de prioridade de governos anteriores em relação a investimentos na educação.

Adquiridos com recursos do Novo PAC, os ônibus destinados ao Ceará fazem parte de uma primeira fase, que prevê a entrega de 1,5 mil veículos em todo o país, que vão atender estudantes do ensino fundamental e médio da zona rural. Alunos da educação de jovens e adultos (EJA) também serão beneficiados. A ação atingirá 13,5 mil estudantes, estima o governo federal. Os ônibus novos contam com rede de internet e ar-condicionado. Até o final do mandato, a previsão é entregar 3 mil ônibus escolares.

Mais cedo, na capital cearense, Lula participou da entrega de 1,3 mil unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida. Lula embarca ainda nesta sexta para Belém, onde passará o fim semana, para participar da Romaria do Círio de Nazaré.

Currículos escolares vão destacar feitos das mulheres para a sociedade

Os currículos escolares passarão a destacar contribuições de mulheres nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política. É o que determina o Projeto de Lei (PL) 557/2020, que inclui obrigatoriamente abordagens femininas nos currículos escolares e também cria a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História. O texto, aprovado nesta terça-feira (10) no Senado, segue agora para sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

O projeto altera trechos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para modificar conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio nas escolas públicas e privadas. Em um de seus trechos, o texto diz que “a inclusão de abordagens fundamentadas nas experiências e perspectivas femininas tem por objetivo resgatar as contribuições, as vivências e as conquistas femininas nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política”.

Entre as justificativas para a aprovação do projeto está a baixa representação de mulheres no mundo científico em razão do preconceito e do desencorajamento quanto aos lugares que podem ocupar.

A relatora, senadora Soraya Tronicke (Podemos-MS) defendeu a aprovação do projeto lembrando que, quando mencionadas em livros, mulheres são frequentemente enquadradas em papéis de gênero “tradicionais”, preestabelecidos pelo patriarcado. A senadora destacou ainda que há uma marginalização, sub-representação, e, em alguns lugares, a exclusão das mulheres dos livros de história

“Estereótipos influenciam a tomada de decisões de meninas já a partir dos 6 anos de idade, desencorajando-as de interesses em determinadas matérias, o que, por consequência, reflete na baixa representatividade feminina em diversas áreas e carreiras de grande reconhecimento”, explicou.

A senadora destacou ainda que muitas descobertas e conquistas em diversas áreas atribuídas a homens tiveram, na verdade, a participação de mulheres cujos nomes foram propositadamente ignorados ao longo da história e durante a transmissão do conhecimento.

“[O projeto] contribui para que essa transmissão de conhecimento finalmente compreenda, de modo igualitário, a perspectiva feminina, o que, além de contribuir para a desconstrução de um sistema educacional influenciado pelos estereótipos de gênero, também promoverá um futuro de maior igualdade e maior presença das mulheres em campos nos quais a atual sub-representação é flagrante, como na política, física, filosofia, matemática e tantos outros”, afirmou.

Em relação à Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História, o projeto determina realização de campanha anual, na segunda semana de março, nas escolas de educação básica do país.

“Havendo a devida representação, as decisões nesses campos não mais serão tomadas em favorecimento de apenas um gênero, mas haverá maior riqueza de perspectivas, inclusive para a formulação e a implementação de políticas públicas que beneficiem os diversos grupos formadores da sociedade brasileira”, disse a relatora.

Lei cria Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares

A lei 12.244/2010, que trata da universalização das bibliotecas nas instituições brasileiras de ensino, foi ampliada pelo Congresso Nacional, que criou o Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares, além de somar aos espaços de democratização da informação outras finalidades, como encontro de lazer e suporte às comunidades.

A versão atualizada foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nesta terça-feira (9), no Diário Oficial da União.

Centros de cultura

Segundo a lei, a atual rede de bibliotecas escolares deverá ser melhorada para também funcionar como centros de ação cultural e educacional permanentes. A ideia é definir um acervo mínimo de livros e materiais de ensino para os espaços, além de uma política de organização, funcionamento e preservação desses bens.

Outro objetivo é integrar e articular a rede nacional por meio da internet e da criação de um cadastro das bibliotecas no sistema de ensino. Nesse contexto, também foi determinado que haja um esforço para a universalização das bibliotecas em ambientes escolares do país.

Para tanto, as iniciativas poderão ser financiadas e receber assistência técnica da União na forma do regime de colaboração com estados e municípios, o mesmo estabelecido para o orçamento destinado à Educação.

A nova lei, que já está vigorando, prevê ainda a possibilidade de acordos com entidades culturais para ampliação e atualização dos acervos, além de possibilitar a atuação dos profissionais vinculados às bibliotecas escolares como agentes culturais na promoção do livro e da política de leitura nas escolas.

Preços de materiais escolares têm variações de mais de 600% em sites

Levantamento de preços de 157 itens escolares mais procurados neste início de ano, realizado pelo Procon do Estado do Rio de Janeiro (Procon RJ), encontrou variações superiores a 600%, em dez sites pesquisados, entre produtos da mesma marca, como canetas, borrachas, lápis, corretivos, entre outros. Como a pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 5 deste mês, os valores podem ter sofrido alterações. O Procon RJ explicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a sondagem foi feita no comércio eletrônico, buscando sempre o menor valor entre os fornecedores.

Os agentes do Procon RJ identificaram, por exemplo, variação de 639,13% para uma borracha branca. Outra borracha plástica com cinta custava, em um determinado site, R$ 1,38 e, em outro, R$ 9,90. As menores variações foram observadas para uma tesoura, que oscilou 3,16%, e um caderno de caligrafia de 48 folhas (3,41%).

O monitoramento constatou que as maiores médias de preços foram verificadas no compasso de precisão e em uma agenda. Já as menores foram encontradas em borrachas. O presidente da autarquia, Cássio Coelho, destacou que a realização desse levantamento de valores já é uma tradição no Procon RJ. “Observamos que ajuda o consumidor a economizar, pois comprovamos que, se houver pesquisa, é possível encontrar o mesmo produto, da mesma marca, em estabelecimentos diferentes, com grandes variações de preços”, afirmou.

Com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas que pais e responsáveis têm nessa época do ano, o Procon RJ está divulgando cartilha com orientações sobre lista de material escolar, matrícula, rematrícula, reajuste, entre outros temas. A cartilha está disponível para os consumidores no site do Procon RJ.

Orientações

Uma das questões diz respeito à matrícula. O aluno já matriculado e adimplente tem direito de renovar sua matrícula. No entendimento do Procon RJ, a escola não pode restringir a renovação de matrícula de forma unilateral, salvo se houver justificativa razoável. No caso de inadimplência, a autarquia adverte que a escola não pode romper o contrato escolar enquanto transcorrer o ano letivo. E deixa claro que o aluno em débito não pode sofrer punições pedagógicas, como impedimento para assistir aulas ou fazer provas, retenção de documentos ou dificuldade em possível transferência de escola.

Em relação a alunos com deficiência, a cartilha explica que a instituição de ensino não pode negar matrícula. Esse aluno terá direito a acompanhamento e apoio especializados, com recursos de acessibilidade. A escola também não pode cobrar valor adicional, ou mensalidade maior, para o aluno com deficiência.

Outra dica importante é relativa a materiais solicitados pela escola. De acordo com o Procon RJ, a escola só poderá solicitar aos alunos materiais adequados e em quantidade necessária à realização das atividades previstas em seu plano pedagógico, que deverá estar acessível a quem solicitar. Não é permitida a determinação de marcas na lista de material escolar, sendo o responsável livre para comprar o produto solicitado da marca que lhe convier. É proibida também a solicitação de materiais de uso coletivo como, por exemplo, produtos de higiene e limpeza e tintas para a impressora da escola.

A cartilha indica ainda que o reajuste do valor da anuidade só pode ser aplicado uma vez por ano, no momento da renovação do contrato.