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De volta ao comando da CBF, Ednaldo Rodrigues demite Fernando Diniz

A seleção brasileira masculina de futebol não será mais comandada interinamente pelo técnico Fernando Diniz. Na sexta-feira (6), um dia após retornar à presidência da CBF, Ednaldo Rodrigues comunicou sua decisão a Diniz, em conversa pelo telefone. Embora a CBF ainda não tenha publicado nota oficial sobre a saída do técnico – falta a definição de questões burocráticas relacionadas ao desligamento -, a notícia da demissão e trechos do diálogo entre Ednaldo e Diniz foram antecipados pela assessoria de imprensa da entidade. 

“A decisão foi informada ao técnico Fernando Diniz pelo próprio presidente, quando agradeceu o trabalho realizado por ele e explicou os motivos da antecipação no processo de escolha de um treinador definitivo”, detalhou a assessoria da CBF.  “A saída do Diniz se deve aos resultados da seleção, que não foram os esperados“, disse uma das fontes ouvidas pela Reuters. O Brasil está atualmente no incômodo sexto lugar nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026”.

Nos seis jogos à frente da seleção brasileira Diniz acumulou três derrotas, um empate e duas vitórias. Paralelamente, ele seguiu treinando o Fluminense, com o qual foi campeão da Copa Libertadores do ano passado.  

Dorival Júnior, treinador do São Paulo, aparece como o mais cotado para assumir o comando da seleção brasileira  – Reuters/Ivan Alvarado/Direitos Reservados

De acordo com a Agência Reuters, agora o mais cotado para assumir o comando técnico da seleção é Dorival Júnior, treinador do São Paulo , campeão da Copa do Brasil no ao passado. Desde março do ano passado o preferido de Ednaldo Rodrigues para assumir a seleção brasileira era o técnico italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, mas ele renovou o contrato com o clube espanhol no último dia 29 de dezembro. 

“O Ednaldo já abriu conversas com o presidente do São Paulo, Júlio Casares, para manifestar o interesse em Dorival Júnior. “Ele explicou que tinha pressa e queria o Dorival logo por causa do início da temporada. O Júlio afirmou que ia conversar com o Dorival e que a situação será resolvida até segunda-feira“, revelaram fontes ouvidas pela Reuters. 

* Com informações da Reuters

Gilmar Mendes determina retorno de Ednaldo Rodrigues ao comando da CBF

Quase um mês após ter sido destituído da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Ednaldo Rodrigues pode retornar ao comando da entidade. No final da tarde desta quinta-feira (4), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar suspendendo a decisão da Justiça do Rio que havia retirado Rodrigues do cargo.

O ministro atendeu, em parte, ao pedido do Partido Comunista do Brasil (PcdoB), que ingressou com ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no STF na semana passada, questionando a decisão do TJRJ que retirou Rodrigues do posto.. Além disso, o PcdoB argumentou que havia “risco iminente de não inscrição da seleção brasileira Sub 23 no torneio pré-olímpico, cujo prazo termina nesta sexta (5).

Na decisão liminar, Gilmar Mendes, relator do caso, ressalta que a Fifa, entidade máxima que regula o futebol no mundo, encaminhou sucessivos ofícios ao Brasil afirmando não reconhecer como legítimo o interventor indicado pelo TJRJ para a CBF, José Perdiz,  presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O ministro reitera ainda o risco de a seleção olímpica masculina perder o Pré-olímpico.

“Nessa situação, há risco de prejuízo iminente, uma vez que a inscrição de jogadores da seleção brasileira no torneio qualificatório para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, que deve ser ultimada até amanhã (5), restaria inviabilizada”.

Antes de conceder a liminar, Gilmar Mendes, também  considerou as manifestações feitas na manhã de hoje (4) pelo Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet Branco, e pela Advocacia Geral da República (AGU). Ambos defenderam a suspensão da decisão do TJRJ que retirou Rodrigues do comando da CBF.

Ao concluir o despacho, Gilmar Mendes ressalta “que o provimento acautelatório ora concedido não importa em qualquer intervenção estatal na CBF; pelo contrário, privilegia a sua autonomia ao restaurar a efetividade do ato próprio por meio do qual a entidade elegeu seus dirigentes, qual seja a Assembleia Geral Eleitoral realizada em 23 de março de 2022”.

STJ nega recurso da CBF para manter Ednaldo Rodrigues na presidência

A ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou hoje (13) um recurso por meio do qual a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) buscava reverter o afastamento de presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues. 

A apelação foi rejeitada por motivos processuais e não teve o mérito analisado. Assis Moura destacou que a CBF é uma entidade privada, motivo pelo qual não estaria apta a pedir a suspensão de sentenças judiciais.

A ministra destacou que o direito de requerer uma suspensão de liminar ou sentença (SLS) é exclusiva para casos em que o poder público figura como parte. Ela frisou ainda que a CBF recorreu ao STJ por meio de um pedido de SLS paralelamente a outro recurso, ainda não julgado, impetrado pelo próprio Ednaldo Rodrigues e relatado pelo ministro Ricardo Villas Bôas Cueva.

Há de se aguardar as vias recursais regulares, não cabendo SLS no caso, ressaltou a presidente do STJ. “Como é cediço, não é viável o emprego deste instituto como sucedâneo recursal apto a propiciar o exame do acerto ou do desacerto da decisão impugnada”, escreveu a ministra.

Entenda

Rodrigues foi afastado da presidência da CBF na semana passada, por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que determinou a realização em 30 dias de novas eleições para a direção da entidade.

O afastamento ocorreu depois que a Justiça fluminense arquivou uma ação civil pública aberta em 2017, na qual o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) havia conseguido anular as eleições daquele ano, abrindo caminho para Rodrigues conseguir se eleger presidente da CBF. 

Agora, o TJRJ reconheceu que o MPRJ não poderia ter atuado no caso, o que anula a eleição extraordinária que elegeu Rodrigues.

Ao STJ, os advogados da CBF alegaram que a interferência judicial nos cargos de direção da entidade coloca em risco o interesse público, por ameaçar a exploração econômica e a gestão do futebol no Brasil.

Segundo a CBF, o caso pode levar a Federação Internacional de Futebol (Fifa) a suspender a entidade brasileira, o que tiraria o Brasil da próxima Copa do Mundo. Isso porque a Fifa, por seu regimento interno, não permite a atuação regular de entidades nacionais que não demonstrem ter autonomia administrativa.